RECURSO INSS. Questão 53. BANCA: Cespe ANO: 2016 MATÉRIA: Direito Previdenciário PROFESSOR: Hugo Goes
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1 RECURSO INSS BANCA: Cespe ANO: 2016 MATÉRIA: Direito Previdenciário PROFESSOR: Hugo Goes AVISO: O texto abaixo, para o pedido de recurso, é meramente ilustrativo e não deve ser copiado. Serve para orientar a apresentação dos aspectos relevantes de correções de provas de concursos públicos. O conteúdo deve ser escrito com suas próprias palavras. Questão 53 Na década de 30 do século passado, as caixas de aposentadoria e pensões foram reunidas nos institutos de aposentadoria e pensão, organizados pelo Estado como autarquias federais. Em 1966, esses institutos foram transformados no INPS. O INPS foi criado pelo Decreto-lei nº 72/66. Este Decreto-lei é de 21/11/1966, tendo sido publicado no Diário Oficial da União no dia 22/11/1966. Porém, só entrou em vigor no primeiro dia do segundo mês seguinte ao de sua publicação, ou seja, no dia 01/01/1967. Confira o disposto no seu art. 46: Art 46. O presente decreto-lei entrará em vigor no primeiro dia do segundo mês seguinte ao de sua publicação. Assim, o Decreto-lei nº 72/66 somente passou a produzir efeitos no dia 01/01/1967 (data que entrou em vigor). A lei só produz efeitos a partir da data que ela entra em vigor. Consequentemente, podemos afirmar que o INPS somente passou a existir a partir do dia 01/01/1967.
2 Portanto, a questão está ERRADA, pois afirma que em 1966, esses institutos foram transformados no INPS. Não! Isso não ocorreu em 1966, e sim em Diante do exposto, rogo pela mudança de gabarito de CERTO para ERRADO. Questão 55 De acordo com o princípio da universalidade da seguridade social, os estrangeiros no Brasil poderão receber atendimento da seguridade social. O art. 5º da Constituição Federal assegura ao estrangeiro RESIDENTE NO PAÍS o gozo dos direitos e das garantias individuais em igualdade de condição com o nacional. Com base nesse dispositivo constitucional, os estrangeiros residentes no Brasil poderão receber atendimento da seguridade social. No entanto, o atendimento deverá ficar adstrito ao estrangeiro legalmente residente no país. Vale inclusive frisar que, de acordo com a TURMA REGIONAL DE UNIFORMI- ZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA 4ª REGIÃO, o atendimento deve ser afastado se restar demonstrado que o estrangeiro transferiu residência para o Brasil apenas com intuito de auferir algum benefício. Nesse sentido, confira Incidente de Uniformização de Jurisprudência: INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO JEF Nº /PR RELATOR: Juiz RONY FERREIRA RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS EMENTA BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. CONCESSÃO A ESTRANGEIRO LEGALMENTE RESIDENTE NO PAÍS. POSSIBILIDADE. A condição de estrangeiro legalmente residente no Brasil não impede a concessão de benefício assistencial ao idoso ou deficiente, pois a Constituição Federal, art. 5º, assegura ao estrangeiro residente no país o gozo dos direitos e das garantias individuais em igualdade de condição com o nacional. A concessão do amparo, porém, deve ser afastada se restar demonstrado que o estrangeiro transferiu residência para o Brasil apenas com intuito de auferir o benefício em exame. Incidente conhecido e improvido.
3 Quando se trata, por exemplo, do Benefício de Prestação Continuada da LOAS, o INSS entende que o benefício é devido apenas ao brasileiro, naturalizado ou nato, que comprove domicílio e residência no Brasil. Nesse sentido, confira o disposto no art. 7º do Decreto nº 6.214/2007, que regulamenta o referido benefício: Art. 7º É devido o Benefício de Prestação Continuada ao brasileiro, naturalizado ou nato, que comprove domicílio e residência no Brasil e atenda a todos os demais critérios estabelecidos neste Regulamento. Porém, como visto, a jurisprudência predominante entende que os estrangeiros RESIDENTES NO PAÍS também fazem jus ao benefício. Já os estrangeiros não residentes no país não têm direito a tal benefício. A questão em tela afirma que os estrangeiros no Brasil poderão receber atendimento da seguridade social. Não deixa claro quais são esses estrangeiros. São os residentes no país? São os não residentes no país? Diante do exposto, rogo pela ANULAÇÃO da presente questão, por falta de clareza no seu enunciado. Questão 73 Além da contribuição proveniente de empregados e empregadores, são fontes de custeio da seguridade social, de forma direta e indireta, os recursos oriundos dos orçamentos da União, dos estados, do DF e dos municípios. De acordo com o disposto no caput do art. 195 da Constituição Federal, a Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais. Com base no art. 195 da Constituição Federal, percebe-se que há duas formas por meio das quais a sociedade financia a Seguridade Social: uma direta e outra indireta. A forma direta ocorre por meio do pagamento de contribuições sociais. A forma indireta ocorre mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A questão em tela afirma que os recursos oriundos dos orçamentos da União, dos Estados, do DF e dos Municípios são fontes de custeio da Seguridade Social, de forma direta e indireta.
4 Não! Essa fonte não é simultaneamente direta e indireta. Essa é apenas a forma indireta por meio da qual a sociedade financia a Seguridade Social. Diante do exposto, rogo pela mudança de gabarito de CERTO para ERRADO. Questão 79 Para efeito de custeio dos benefícios da aposentadoria especial e dos concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, as alíquotas aplicadas incidem exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito a condições especiais que lhe prejudiquem a saúde ou a integridade física. A contribuição social previdenciária abordada pela questão em tela está prevista no art. 22, II, da Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: [...] II para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. [...] Vale frisar que o benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213/91 é a aposentadoria especial.
5 É fácil perceber que a base de cálculo da referida contribuição é o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos. Assim, o enunciado da questão erra ao afirmar que tal contribuição incide EXCLUSIVAMENTE sobre a remuneração do segurado sujeito a condições especiais que lhe prejudiquem a saúde ou a integridade física. Não! Não é assim! A contribuição em discussão incide sobre a remuneração de TODOS os empregados e trabalhadores avulsos que prestarem serviço à empresa, e não somente dos que estiverem sujeitos a condições especiais que lhe prejudiquem a saúde ou a integridade física. A douta Banca Examinadora confundiu a contribuição em tela com o ADICIONAL a esta contribuição. Conforme o art. 57, 6º, da Lei nº 8.213/91, as alíquotas dessa contribuição serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. De acordo com art. 57, 7º, da Lei nº 8.213/91, o referido ACRÉSCIMO incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais que lhe prejudiquem a saúde ou a integridade física. Contudo, não podemos deixar de fazer a distinção entre a CONTRIBUIÇÃO e seu ACRÉSCIMO (ou adicional). O enunciado da questão refere-se à CONTRIBUIÇÃO, e não ao ACRÉSCIMO. A contribuição incide sobre a remuneração de TODOS os empregado e trabalhadores avulsos que prestarem serviço à empresa. Diante do exposto, rogo pela mudança de gabarito de CERTO para ERRADO. Questão 88 As contribuições devidas à Seguridade Social já descontadas dos segurados empregados e não recolhidas até o seu vencimento poderão ser objeto de acordo para pagamento parcelado. Resposta da banca: Errado Atualmente, o parcelamento de débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional, inclusive as contribuições previdenciárias, é regido pela Lei nº /2002. De acordo com o inciso I do art. 14 da Lei nº /02, é vedada a concessão de parcelamento de débitos relativos a tributos passíveis de retenção na fonte, de desconto de terceiros ou de sub-rogação. A Lei nº /2003 também aponta no mesmo sentido, ao determinar, em seu art. 7º, que não poderão ser objeto de parcelamento as contribuições descontadas dos empregados, inclusive dos domésticos, dos trabalhadores avulsos, dos contribuintes individuais,
6 as decorrentes da sub-rogação e as demais importâncias descontadas na forma da legislação previdenciária. O art. 14-C da Lei nº /2002, incluído pela Lei nº /2009, criou o parcelamento simplificado. No parcelamento simplificado, as contribuições descontadas dos segurados podem ser objeto de parcelamento, pois o parágrafo único do art. 14-C da Lei nº /2002 estabelece que as vedações previstas no art. 14 dessa Lei não se aplicam ao parcelamento simplificado. Até aqui, concordo com o gabarito preliminar dado pela douta Banca Examinadora, pois a regra geral é que as contribuições descontadas dos segurados não podem ser objeto de parcelamento (Lei nº /2002, art. 14, I c/c Lei nº /2003, art. 7º). O parcelamento simplificado, que aceita que tais contribuições sejam parceladas, representa uma exceção à rega. O problema aqui não é discordância com o gabarito. O problema é que o tema PARCELAMENTO não consta do programa do cargo de Técnico do Seguro Social, previsto no item 14 do edital do concurso. A Lei nº /2002, que rege os parcelamentos, também não consta do programa de Técnico do Seguro Social. O tema PARCELAMENTO consta do programa do cargo de Analista do Seguro Social, mas não consta do programa de Técnico do Seguro Social. Diante do exposto, rogo pela ANULAÇÃO da presente questão.
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