LIGAÇÃO ENTRE CULTURA E DESENVOLVIMENTO - UNESCO
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- Juliana Olivares Bergler
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2 LIGAÇÃO ENTRE CULTURA E DESENVOLVIMENTO - UNESCO Cultura e desenvolvimento na UNESCO 10 anos da Convenção para Protecção e Promoção da Diversidade Cultural Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, 2002 Ligação entre cultura e desenvolvimento (primeira ligação) Os novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) A cultura não é um objetivo 3 momentos marcantes em 2015 Encontro da Addis Abeba Julho financiamento Assembleia Geral da ONU setembro 2015 COP 21 Convenção sobre Alterações Climáticas, Paris Dezembro 2015 Como atuar na museologia?
3 ROTEIRO 1. A relação cultura e desenvolvimento 1.A evolução da relação Cultura e Desenvolvimento 2.A emergência e consolidação das Políticas Culturais 2. Porque é que a cultura está ausente do desenvolvimento? 1.O que é necessário fazer para ligar Cultura e Desenvolvimento? 1.Uma revisão do trabalho de ligação da cultura ao desenvolvimento 2.Cidadania, cultura e desenvolvimento 3. A implementação da relação cultura e desenvolvimento 1.A formação de estratégia das políticas culturais 2.As agendas das práticas culturais que geram desenvolvimento.
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5 A evolução da relação Cultura e Desenvolvimento os conceitos de cultura e desenvolvimento são usados em áreas disciplinares distintas. Cultura - é usado no âmbito das ciências sociais, com a sociologia e a antropologia a mostrarem uma larga tradição teórica. As Humanidades, com os Estudos Culturais e a comunicação também apresentam, a partir do desenvolvimento dos chamados Estudos de Área (Area Studies) diversas contribuições. o conceito de desenvolvimento - ele surge essencialmente nas ciências económicas Como relacionar a cultura com o desenvolvimento?
6 RELAÇÃO CULTURA E DESENVOLVIMENTO Cultura é um conceito complexo, polissémico. Como medir a cultura. não será a cultura um lugar? Desenvolvimento exige quantificação e qualidade (mudança de estado) a educação é quantificável e operacionalizavel nº de escolas, nº de alunos, nº professores, processos edicacionais, etc. saúde é quantificável nº de hos+pitais/centros, nº de utentes, nº médicos, processos médicos, efarmacopeia, etc E a cultura? nº teatros, museus, operas, cinemas, livrarias, galerias de arte, bibliotecas, livrarias, industrias culturais espectáculos, turismo, património, paisagem
7 É A CULTURA DISPENSÁVEL? Não. Exemplo do Brasil Ministério da Cultura de Gilberto Gil Energizar os pontos de cultura Se não porque continua a ser ignorada? Qual o papel da cultura? para criar a identidade da nação? para trabalhar sobre a diversidade? Resposta provisória: a relação entre cultura e desenvolvimento é uma questão complexa que depende da forma como o problema é colocado e da matriz teórica que utilizamos sobre os conceitos de cultura e desenvolvimento
8 PONTOS DE RELEVÂNCIA F A V O R Á V E I S A diversidade cultural é uma riqueza resgatar saberes locais pensar técnicas locais mobilizar a partir da participação Índice de Desenvolvimento Humano Educação, saúde, economia Governação e Paz D E S F A V O R Á V E I S Globalização uniformização das praticas Grandes projetos ignoram especificidade Relações internacionais complexas
9 EVOLUÇÃO DA RELAÇÃO NA UNESCO Declaração de Princípios sobre a Cooperação Cultural artigo 1º reconhece que cada cultura tem dignidade e valor que deve ser respeitado e preservado (a); cada povo tem o direito e o dever se desenvolver a sua cultura (b); e que essa riqueza e diversidade, as suas interinfluências fazem com que toda as culturas façam para duma herança comum da humanidade Convenção para a protecção e Promoção da Diversidade Cultural ( ) f) Reafirmar a importância dos laços entre cultura e desenvolvimento para todos os países, em especial os países em vias de desenvolvimento, e apoiar as acções realizadas nos planos nacionais e internacional para que se reconheça o verdadeiro valor de tais laços; ( )
10 A emergência e consolidação das Políticas Culturais Conferência Intergovernamental sobre os Aspectos Institucionais, Administrativos e Financeiros, surge um primeiro documento orientador da recomendação para a criação de políticas culturais com o objectivo de promover o desenvolvimento dos espaços territoriais nacionais. IMPACTOS REGIONAIS Europa Helsínquia, "Conferencia Intergovernamental sobre Políticas Culturais Europeias" Yogyakarta, na Indonésia a "Conferência Intergovernamental sobre Políticas Culturais na Ásia" 1975 Gana Conferencia Intergovernamental sobre Políticas Culturais em África" (AFRICULT) 1978 Bogotá Intergovernmental Conference on Cultural Policies in Latin America and the Caribbean. ( Mexico Mundialcult Mexico City Declaration on Cultural Policies
11 REPERCUSSÕES AFRICA Cultura como instrumento de desenvolvimento para ultrapassar o atraso do colonialismo América latina Promove diálogo entre as comunidades urbanas e rurais, minorias étnicas ou "comunidades naturais, emerge a questão dos "povos indígenas" Reivindicações do "desenvolvimento integral". Mundicult (Décadas para o desenvolvimento cultural) Mundialcult (Estocolmo Suécia) Elaboração de planos de ação para a cultura Emergência da relevância da diversidade criativa (industrias culturais/criativas) Ano Os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ausência da Cultura como objetivo)
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13 O que é necessário fazer para ligar Cultura e Desenvolvimento? O argumento da transversalidade da cultura nos ODM igualdade de género, educação, parceria para o desenvolvimento Resultados. Para além dos progressos, a cultura não é directamente objeto de projetos de financiamento os exemplos de boas práticas (FAO, OMS, BM) incluem a questão da inclusão dos saberes locais valorização das pessoas a participação nos processos Não constitui esta relação uma narrativa? O que fazer?
14 CIDADANIA, CULTURA E DESENVOLVIMENTO Ponto de partida a cultura não é referida como uma necessidade humana básica (renda, alimentação, saúde, educação, urbanização, ambiente, género) com expressão do Índice de Desenvolvimento Humano. não é uma necessidade social? Na maioria dos países do mundo a cultura não é olhada, ao nível doso seus planos estratégicos, seja ao nível nacional, regional ou local, como um objectivo a concretizar fora das dinâmicas normais das que já se verificam no mercado. (Industrias Criativas e culturais). Olhando igualmente para os processos de formação de profissionais nas áreas da cultura também verificamos que, na sua maioria, são formações que são pouco procuradas. A investigação encontra dificuldades de acesso a financiamentos. Há uma tendência de excepção pela positiva na Ibero-américa Tese : É necessário investigação inovadora para analisar o que está a suceder, propor boas práticas ou roteiros para partilha de boas experiências.
15 COMO FAZER PARA ALTERAR ESTA SITUAÇÃO? Defendemos dois caminhos: a) Fazer o Estado da Arte a)investigar e rever que tem sido feito no panorama internacional para colocar a questão da ligação entre cultura e desenvolvimento no centro dos debates. b) Praticar ações de divulgação promover a divulgação de experiências relevantes utilizar as ferramentas da participação cidadã em processos nas comunidades utilizar a WEB.2 como ferramenta
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17 A formação de estratégia das políticas culturais 1. Estado da Arte 1.Teses 1.Pedro Cardoso Pereira Delambre Ramos - delambre_ramos_de_oliveira.pdf 3.( ) 2.. Debates na agenda internacional 1.UNESCO Observatório Ibero Americano de Cultura Intenracional Federation of Art Councils and Cultures Agencies 1.
18 AS AGENDAS DAS PRÁTICAS CULTURAIS QUE GERAM DESENVOLVIMENTO Como resolver o paradoxo com ação? Ultrapassar a ideia de que a Ajuda ao Desenvolvimento /Ajuda Humanitária se destina aos países do sul Ultrapassar a ideia de que as industrias criativas são características das economias do norte (desenvolvidas) Tratam de problemas comuns na sua diversidade A questão do mercado dos consumidores. Centrar a oferta no consumo, ao invés da produção (entender os públicos/participação) Criar organizações cooperativas de economia social /solidária Criar agendas de ação a partir das comunidades ativas
19 5 DESAFIOS PARA A INVESTIGAÇÃO-AÇÃO 1. É necessário superar a visão de disciplinas. A cultura e o desenvolvimento é um todo e está em todo o lado, trata-se fum fenómeno transdisciplinar. 2. Se a cultura e o desenvolvimento são comuns, há que abandonar a tradicional definição de objetivos dos programas de ajuda ao desenvolvimento. Questões como o que é que deve ser feito em cada lugar, como deve ser feito e que resultados deverão ser obtidos deverá deixar de ser definidos de igual forma para todos os lugares. 3. Se a cultura é tudo, ele deverá estar no centro das práticas. Se a cultura permanece como algo de distantes, não prioritário em questões como a fome, a educação, a saúde, o ambiente, ou a energia, ele nunca estará no centro das práticas sociais. 4. Como ampliar os trabalhos com grupos e com comunidades subalternizados mostram elevada relevância dos processos culturais para criação de processos de integração e reconstrução de sociabilidades, e é necessário dar espaço para as suas próprias agendas. (Mulheres, Emigrantes, Trabalho com comunidades pobres, com fome e marginalizadas, Grupos minoritários (Povos indígenas, Ciganos, Quilombos) 5.Sendo evidente o benefício de partir do lugar da cultura para a construção de políticas publicas, globais e locais, há que procurar incluir os atores nos processos de formulação dessas políticas.
20 O QUE FALTA FAZER Aprofundar a análise da transversalidade da cultura, nos âmbitos das políticas de desenvolvimento. É necessário repensar se a cultura se dissolve em outros sectores, ou assume a sua especificidade Repensar a questão dos direitos culturais da diversidade cultural. É um campo de tensão entre a conservação e a recuperação ou revivalismos de identidades, ou mesmo de instrumentos de projecção estratégica, e o processo criativo de construção de riqueza. Há em muitos locais, sobretudo na América do Sul uma grande riqueza de projetos culturais que desenvolvem novas práticas que reforça a manutenção dos projetos culturais na agenda política. Algumas práticas que emergem no campo do património (por exemplo pontos de memória) são exemplos de criação de reconhecimento criativo da diversidade; É necessário não esquecer que na segunda metade do século XX são criadas diversas instituições governamentais, (ministério, direcções cultural, serviços culturais que criaram um corpo de profissionais que configuram a emergência dum campo de políticas públicas para a cultura. Um campo que contagia a intervenção das empresas, quer em praticas quer como espaço de poder simbólico. Apesar da abundante literatura sobre a questão a investigação sobre a relação cultura desenvolvimento ainda não é um campo de resultados consolidados nas ciências sociais, uma situação que se tende a manter devido à falta de financiamento para estas pesquisas.
21 OS INDICADORES DA UNESCO PARA A CULTURA E DESENVOLVIMENTO Economia - Mede a contribuição da cultura para o desenvolvimento económico; Educação - Analisa a prioridade dada à cultura no interior do sistema educativo, tanto como um catalisador para a inclusão como para a diversidade; Governação - Examina o sistema nacional de gestão cultural; Participação Social Ilustra o impacto das prática, valores e atitudes culturais sobre o progresso social; Igualdade de Género Avalia o contributo da cultura na aquisição e percepção da igualdade de género; Comunicação Analisa as condições existentes para a difusão e acesso aos conteúdos culturais. Património Avalia as políticas públicas para a protecção, promoção e sustentabilidade do património
22 BIBLIOGRAFIA Alfons Martinelli (2013). Imapctos da Dimensão Cultural no Desenvolvimento Diretor Cátedra da UNESCO de Politicas Culturais e Cooperação na Universidade de Girona
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