A EFETIVIDADE DA MEDIDA DE SEGURANÇA NO BRASIL

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1 UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS UNIPAC FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS DE BARBACENA - FADI CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO JOÃO VITOR MONTEIRO DE SOUZA A EFETIVIDADE DA MEDIDA DE SEGURANÇA NO BRASIL BARBACENA 2011

2 JOÃO VITOR MONTEIRO DE SOUZA A EFETIVIDADE DA MEDIDA DE SEGURANÇA NO BRASIL Monografia apresentada ao curso de Graduação em Direito da Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito. Orientador: Prof. Esp. Paulo Afonso de Oliveira Júnior BARBACENA 2011

3 JOÃO VITOR MONTEIRO DE SOUZA A EFETIVIDADE DA MEDIDA DE SEGURANÇA NO BRASIL Monografia apresentada ao Curso de Graduação da Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito. BANCA EXAMINADORA Prof. Esp. Paulo Afonso de Oliveira Júnior Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC Prof. Esp. Marcos Sampaio Gomes Coelho Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC Prof.ª Esp. Josilene Nascimento Oliveira Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC Aprovada em / /

4 AGRADECIMENTOS Este trabalho não é o resultado de um esforço individual, mas de uma rica troca de experiências, conhecimentos e ideias com diversas pessoas, entre estas o meu agradecimento especial: À Deus e a Nossa Senhora Aparecida por me proteger e iluminar meus caminhos. À minha família pelo apoio e amor em todos os momentos. Aos professores pela oportunidade de aprender, e pela excelência em ensinar, em especial a Josilene, Paulo Afonso, Fernando e Luiz Carlos. Aos meus irmãos de coração Cybelle e Marcell pela paciência, generosidade e amizade. À todos os funcionários do HPJJV, que dividem comigo a possibilidade de crescimento profissional e pessoal. E ainda por terem me ajudado a realizar este trabalho, em especial ao Alexandre, Aparecida, Eliane, Fabiana, Fátima, Fernando, Gilmar, Glauce, Kênia, Marli, Paulo César, Stela, Vera. Ao coordenador de saúde mental do estado de Minas Gerais Dr. Paulo Roberto Repsold e a Juliana. Aos colegas da SAIGV Ludmila, Valéria e Roney. À todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.

5 Dedico este trabalho às pessoas que mais amo, pois foram elas que me deram força para fazê-lo e por elas, faço tudo. Em especial a minha Mãe, meu Pai, ao Luís e a Ariane.

6 O gênio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio. Fernando Pessoa

7 RESUMO A presente Monografia buscou se aprofundar no estudo das Medidas de Segurança no Brasil, principalmente no que tange a sua efetividade e aplicabilidade. Para tanto foram analisados os tópicos necessários para a elucidação do assunto em voga, para a busca de um tratamento mais humanizado e eficiente. Trata-se de um tema muito discutido pelos especialistas, principalmente pelos entusiastas da Luta Antimanicomial. Inicialmente coube o estudo da evolução histórica da inimputabilidade até a instituição da Medida de Segurança. Posteriormente busca-se a definição do que consiste a MS em suas mais variadas definições e classificações. Por fim são apresentadas as evoluções ocorridas no país quanto ao tratamento e a ressocialização dos pacientes em Medida de Segurança, novas experiências que são fundamentais para a transformação que devem passar as MS no país, mas não são as únicas medidas a serem adotadas no tratamento e ressocialização do doente, e ainda que não possam cometer o erro de substituir integralmente o trabalho realizado pelos Hospitais de Custódia, pois estes apesar de suas deficiências são fundamentais no tratamento e prevenção social. Este trabalho não pretende defender nenhum tipo de ideologia, mas sim de forma imparcial, buscar novos horizontes para o tratamento digno e para segurança de todos. Palavras-chave: Direito Penal. Medida de Segurança. Ressocialização. Hospitais de Custódia.

8 ABSTRACT This monograph has sought to deepen the security measures study in Brazil, especially in regard to effectiveness and applicability. Therefore, we analyzed the topics required for the subject in vogue elucidation, to search for a more humane and efficient. It is a subject much discussed by experts, mainly by Anti-Asylum enthusiasts. Initially the study fit the historical evolution of the incapacity until the institution of a safety measure. Subsequently seeks the definition of what constitutes the safety measure in its various definitions and classifications. Finally we present the developments occurring in the country regarding the treatment and rehabilitation of patients in a safety measure, new experiences that are fundamental to the transformation that must pass the SM in the country, but are not the only measures to be adopted in the treatment and rehabilitation the patient, and still cannot make the mistake of fully replacing the Hospitals Trust work, as these despite their disabilities, are fundamental in the treatment and social prevention. This paper does not intend to defend any kind of ideology, but impartially, seeking new horizons for the fair treatment and safety of all. Keywords: Criminal Law. Security Measure. Resocialization. Custody Hospitals.

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO BREVE HISTÓRICO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Brasil Colonial Ordenações Afonsinas Ordenações Manuelinas Ordenações Filipinas Código Criminal do Império Código Penal de 1890 e a Lei dos Alienados Consolidação das Leis Penais ou Código de Piragibe O Código Penal de 1940 e a reforma de RESPONSABILIDADE PENAL DO DELINQUENTE PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL E A APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA Conceito e natureza jurídica das medidas de segurança A inimputabilidade penal e a semi-imputabilidade penal na medida de segurança Pressupostos para aplicação da medida de segurança Do exame de sanidade mental Espécies de Medida de Segurança Prazos das Medidas de Segurança Exame de cessação de periculosidade e desinternação e liberação condicionais Desinternação progressiva A EFETIVIDADE DA MEDIDA DE SEGURANÇA NO BRASIL Estabelecimentos de custódia e situação atual no Brasil Situação Atual dos Estabelecimentos de Custódia no Estado de Minas Gerais Implementação da Reforma Psiquiátrica na execução das Medidas de Segurança Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) As Residências Terapêuticas A Experiência do Programa de Atenção Integral ao paciente judiciário portador de sofrimento mental PAI-PJ CONCLUSÃO REFERÊNCIAS... 48

10 9 1 INTRODUÇÃO Este trabalho foi elaborado com o objetivo de se aprofundar nos estudos das Medidas de Segurança (MS), principalmente no que diz respeito a sua efetividade no Brasil. Visando promover uma discussão sobre o tema proposto, com a finalidade de se aperfeiçoar as tratativas sobre o assunto e traçar possíveis soluções para o mesmo. Para a iniciação no estudo, importante se faz a análise histórica sobre o assunto, principalmente no que tange a evolução da inimputabilidade penal, pois a Medida de Segurança somente foi introduzida na legislação brasileira pelo Código Penal de 1940, antes disso se discutia somente a inimputabilidade penal, o sujeito portador de transtorno mental, obtinha atenuantes em sua pena ou era isento dela. Posteriormente é apresentado o instituto das Medidas de Segurança com as suas diversas peculiaridades, sua conceituação, as diferenças entre a inimputabilidade e a semiimputabilidade, os pressupostos necessários para a aplicação das mesmas, o exame de sanidade mental que é requisito para a imposição da medida, e suas especificações, a classificação das duas espécies de MS que podem ser tanto de internação como de tratamento ambulatorial, quanto aos prazos que atualmente recebem a maior crítica da corrente contrária a Medida de Segurança, pela não estipulação em lei do prazo máximo para cumprimento das mesmas. Ainda são abordados os critérios utilizados para a desinternação do paciente em MS elucidando a importância da realização do exame de cessação da periculosidade. E por fim explica que a maior novidade da matéria, versa sobre a desinternação progressiva, inserida na execução das MS por terem fundamental função de ressocialização, é uma desinternação vigiada e controlada, dependendo dos resultados obtidos pelo paciente durante a progressividade da desinternação para sua efetivação. O último capítulo se destina a discussão da real efetividade das MS no país, a condição atual a que são realizadas, principalmente com a elucidação de dados que fornecem um panorama da crítica situação vivida no país pelos pacientes em MS. São apontadas ainda as alterações que a lei /01 (Lei da Reforma Psiquiátrica) trouxe a aplicação das MS, como o fechamento de leitos para internações de pacientes psiquiátricos em contrapartida ao incentivo aos tratamentos extra-hospitalares ou tratamentos substitutivos. A partir de então grande revolução no tratamento dos portadores de sofrimento mental se iniciou. A ressocialização, as novas ferramentas e iniciativas para tratamentos mais eficientes priorizando a atenção extra-hospitalar, são tratadas com destaque na parte final do trabalho,

11 10 que descreve a importância dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), das Residências Terapêuticas e do trabalho realizado pelo Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental (PAI-PJ). São iniciativas inovadoras que fazem parte da solução dos problemas encontrados nas MS e que podem dar maior efetividade as instituto pois permitem a continuação do tratamento em caráter ambulatorial. Importante ressaltar que a efetividade das MS nos dias atuais depende primordialmente da ressocialização do paciente, o tratamento e até mesmo a internação fazem parte deste processo, mas deve-se buscar sempre a possibilidade da reinserção do paciente na sociedade, para que os erros do passado, quais sejam, transformar os Hospitais Psiquiátricos em um depósito de pessoas, não voltem a ocorrer no Brasil. Por fim deve-se refletir sobre qual será o futuro que a sociedade escolherá, devemos excluir os loucos do convívio social? Ou correr o risco de conviver com eles em sociedade?

12 11 2 BREVE HISTÓRICO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA No estudo dos tratamentos ao longo da história dispensados ao louco infrator, observase a falta de políticas públicas e legislações especializadas e ainda muitas vezes da falta de tratamento adequado e humanizado para doentes mentais de uma forma geral, e de forma mais acentuada quando se tratam de doente mental em conflito com a lei. Pela análise histórica no Brasil da relação entre o direito e a doença mental, em princípio se observa uma falta de repressão, de punição ao louco infrator, que era visto como um problema da família e ela deveria controlá-lo. Posteriormente, com o surgimento das regulamentações passou-se a julgar e condenar os loucos infratores, ignorando a doença que portavam, deveriam ter o mesmo tratamento de outros criminosos. Por fim, surge nesse cenário o instituto da MS, que nasce com a pretensão de ser o meio termo, com a ideia de tratamento e prevenção. O surgimento das MS como sanção penal, para infratores portadores de doença mental, em substituição as penas, se fez necessário tendo em vista as particularidades de tratamento desses indivíduos. O doente mental não poderia sofrer a mesma sanção penal de um agente comum, se cometeu o ilícito penal em função de seu sofrimento mental. Esta ideia veio ao encontro do desenvolvimento da psiquiatria forense no Brasil e nos estudos sobre a doença mental no mundo, com isso os psiquiatras se juntaram ao judiciário na análise dos casos para melhor indicação da resposta penal do Estado a ser utilizada. 2.1 Brasil Colonial Durante o Brasil Colonial pode-se destacar no campo do direito, as ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas que nada mais eram do que uma compilação de títulos que visavam regulamentar as relações humanas durante todo o período colonial. Vale ressaltar que as ordenações vigentes neste período advinham do direito romano e do direito canônico, portanto tinham grande fundamentação nos preceitos religiosos, fazendo com que em muitos casos, crime e pecado se confundissem. Todas as três ordenações do período continham essencialmente a mesma estrutura,

13 12 eram organizadas em cinco livros principais que se assemelham aos códigos atuais, cada livro tratava de um assunto diferente e continha vários títulos sobre o tema. A matéria criminal era tratada no Livro Quinto, temido por suas penas cruéis e desumanas, a pena de morte nesse período era utilizada em larga escala (JESUS, 2010) Ordenações Afonsinas Foi a primeira compilação oficial do século XV e primeira do Brasil, foi aprovada durante o reinado de Dom Afonso V, e mandada elaborar anos antes pelo Rei da Boa Memória. Contendo 121 títulos ao total, foi elaborada pelos chanceleres da época João das Regras, João Mendes Cavaleiro e Rui Fernandes, vale lembrar também que foi o primeiro código da Europa. Foi, portanto, uma importante fonte para o conhecimento do direito da época, ocupando uma destacada posição na história do direito português, perdurando até Ordenações Manuelinas As Ordenações Manuelinas foram à evolução das reformas Afonsinas, iniciada por ordem de Dom Manuel, teve o objetivo de corrigir e atualizar as normas vigentes visando a modernização da legislação da época. Trouxe importantes alterações como a inclusão de todas as leis extravagantes publicadas e não codificadas desde as ordenações passadas. Continham 113 títulos e foram consideradas as primeiras ordenações a serem utilizadas no Brasil, já que a colonização se fez efetivamente a partir de 1532, com Martim Afonso de Souza. Ficaram marcadas por ser o primeiro código do mundo a ser publicado pela imprensa, o que deu maior visibilidade e efetividade as mesmas Ordenações Filipinas Como suas antecessoras, tiveram o objetivo de atualizar as legislações anteriores, revogando as ordenações Manuelinas. Foram elaboradas por determinação do Rei da Espanha e Portugal, Felipe I, que exigia a compilação das novas ordenações com raízes espanholas. Foi

14 13 o primeiro Código Penal e Processual Penal e também o ordenamento jurídico que mais tempo vigorou no país, por mais de dois séculos. As Ordenações Filipinas ainda não previam sanções para os doentes mentais, e consideravam inimputáveis apenas os menores da seguinte forma: mencionava o desenvolvimento mental incompleto no capítulo da responsabilidade penal, aplicando a pena integralmente aos maiores de 20 anos, deixando ao critério do julgador a redução do castigo quando se tratasse de infrator com idade entre 17 e 20 anos, tendo este que ponderar no caso concreto, as circunstâncias e as maneiras com que o crime fora cometido, além da avaliação da pessoa do menor, podendo este receber a pena integral, de acordo com tal critério, mas sendo vedada a pena de morte e abrindo-se espaço para substituição da pena (D URSO, 1999, p. 135). De acordo com D Urso (1999) nas Ordenações Filipinas rezavam ainda que não se poderia imputar fato ilícito àquele que não poderia obrar com dolo ou culpa, visto ser louco, insensato ou doente. 2.2 Código Criminal do Império O Código Criminal do Império do Brasil de 16 de dezembro de 1830, foi o primeiro código autônomo da América Latina e o primeiro código penal nacional, foi sancionado pelo então imperador Dom Pedro I. O código foi elaborado de acordo com a Constituição do Império de 25 de março de 1824, importante diploma legal na época por ter abolido todas as penas cruéis pelo dispositivo dos direitos e garantias individuais. Foi também o primeiro a abordar explicitamente a figura do louco em conflito com a lei, como no artigo 10º 2º, que dizia: Art. 10- Tambem não se julgarão criminosos: (...) 2º Os loucos de todo gênero, salvo se tiverem lúcidos intervallos e nelles cometterem o crime. (grafia original) E ainda no artigo 12º que determinava: Art. 12 Os loucos que tiverem commettido crimes, serão recolhidos ás casas para elles destinadas, ou entregues ás suas familias, como ao Juiz parecer mais conveniente. (grafia original)

15 14 Portanto de acordo com a redação dada aos referidos artigos, os loucos que cometiam crime neste período, deveriam ser entregues a sua família ou internados em locais destinados ao tratamento destes. Sobre as instituições destinadas para o tratamento de loucos infratores nesta época não existiam, tornando a lei inaplicável pela falta de condições de cumprimento da mesma, já o tratamento da época deixava muito a desejar, fazendo com que a entrega dos infratores as famílias fossem a conduta mais utilizada. Importante lembrar que a determinação de internação ou entrega a família deveria ser feita pelo juiz de acordo com sua convicção pessoal, não tendo nenhum tipo de auxílio médico para sua decisão. A possibilidade de internação dos loucos que cometeram crime, ventilada pela primeira vez na legislação pátria pode se dizer que tratava-se já de uma MS, claro que de forma precária à época, mas com o propósito de se tratar e custodiar em instituições próprias os loucos infratores, propósito este que no Brasil é seguido até os dias atuais. 2.3 Código Penal de 1890 e a Lei dos Alienados Com a proclamação da república em 15 de novembro de 1889, realizada através do golpe militar comandado pelo Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, o então ministro da justiça Campos Sales em meio a novas aspirações por reforma, designou o conselheiro João Batista Pereira para elaboração de uma nova legislação criminal para a recém-formada república. Nascia então o Código Penal dos Estados Unidos do Brasil, através do Decreto nº 847, de 11 de outubro de O código penal republicano manteve o mesmo tratamento aos loucos infratores de seu antecessor, como pode-se observar o artigo 27: Art. 27 Não são criminosos: (...) 3º Os que, por imbecilidade nativa, ou enfraquecimento senil, fôrem absolutamente incapazes de imputação; 4º Os que se acharem em estado de completa privação de sentidos e de inteligência no acto de commeter o crime. (...) (grafia original) Importante ressaltar que a partir desse momento a decisão do magistrado na escolha pela internação ou entrega a família do paciente, deveria ser acompanhada de uma fundamentação legal, restringindo a internação aos alienados que colocassem em risco a segurança e ordem públicas como delimitado no artigo 29, in verbis:

16 15 Art. 29. Os indivíduos isentos de culpabilidade em resultado de affecção mental serão entregues às suas famílias, ou recolhidos a hospitaes, de alienados, se o seu estado mental assim exigir para a segurança do público. (grafia original) Grande evolução neste período ocorreu pelo Decreto nº 1.132, de 22 de Dezembro de 1903, que ficou conhecido como a Lei dos Alienados. Foi a primeira legislação brasileira a tratar especificamente dos alienados e da alienação mental. Na elaboração do decreto, o Estado garantiu a internação de infratores portadores de moléstia mental (nomenclatura usada na época), foi um grande progresso no sentido de se estabelecer regras e normas, com a justificativa da garantia da segurança coletiva, com a intenção de se estabelecer uma política nacional de tratamento aos alienados. Novidade do Decreto foi trazer a figura do psiquiatra para assessoramento judicial, dando grande importância a essa classe que a essa altura histórica, avançava no estudo dos doentes mentais no Brasil. 2.4 Consolidação das Leis Penais ou Código de Piragibe O Desembargador Vicente Piragibe, confeccionou e publicou um livro intitulado Código Penal Brasileiro, Completado com as Leis Modificadoras em vigor, este trabalho continha quatro livros e quatrocentos e dez artigos. Piragibe conseguiu reunir os códigos anteriores e todas as leis criminais à época obtendo grande êxito na confecção do mesmo, com a aprovação de grande parte da comunidade jurídica da época. Getúlio Vargas, Chefe do Governo Provisório, observou o sucesso da atualização da legislação criminal feita por Piragibe, e solicitou ao autor autorização para oficializá-la como a Consolidação das Leis Penais, e assim o fez através do Decreto nº , de 14 de dezembro de Em sua obra, Vicente Piragibe tratou o louco infrator com influência direta das legislações anteriores, principalmente no que concerne a despenalização do louco infrator, como pode-se observar no Artigo 27 do referido decreto, in verbis: Art. 27. Não são criminosos: 1º os menores de 14 annos; 2º os surdos mudos de nascimento, que não tiverem recebido educação nem instrucção, salvo provando-se que obraram com discernimento; 3º os que, por imbecilidade nativa, ou enfraquecimento senil, forem absolutamente incapazes de imputação; 4º os que se acharem em estado de completa perturbação de sentimentos e de

17 16 inteligência no acto de commetter o crime. (grafia original) Importante se faz observar nesta transcrição, que a exceção aos intervalos de lucidez para penalização dos loucos infratores feita pelas legislações anteriores, foi suprimida pelo Código de Piragibe. Modificação importante também, quanto ao tratamento dispensado ao louco infrator foi tratada no Artigo 29, define que em caso de constatação da necessidade da internação para garantia da segurança pública a mesma deve ser aplicada mesmo na falta de manicomios criminaes, como podemos observar na transcrição literal do referido artigo: Art. 29. Os indivíduos isentos de culpabilidade em resultado de affecção mental serão entregues a suas famílias, ou recolhidos a hospitaes de alienados, si o seu estado mental assim o exigir para a segurança do público. Emquanto não possuirem os Estados manicomios criminaes, os alienados delinquentes e os condemnados alienados somente poderão permanecer em asylos públicos, nos pavilhões que espacialmente se lhes reservem. (grafia original) 2.5 O Código Penal de 1940 e a reforma de 1984 A partir do Código Penal de 1940, a legislação brasileira seguindo uma tendência mundial, passa a adotar a MS para os infratores portadores de doenças mentais, em moldes bem semelhantes ao que é adotado atualmente, até porque essa legislação vigora até os dias atuais. Pela primeira vez na lei pátria foi abordada a MS como uma forma de sanção penal diferenciada para loucos infratores, visando tratar e prevenir novas infrações penais de sujeitos com algum grau de periculosidade. Involução do Código Penal de 1940, foi a adoção do sistema do duplo binário no cumprimento das MS, alvo de muitas críticas da comunidade jurídica, como defende Dotti: O Código Penal de 1940, tendo eleito a dupla via, incorreu em manifesto erro, porquanto primeiro para os imputáveis e semi-imputáveis, nas palavras de Antolisei, impõe a uma pessoa necessitada de cura e de educação, as constrangedoras condições do cárcere, que só agravam a periculosidade que, depois, piorada, se buscará cancelar, tudo para conciliar ou superar oposição entre culpabilidade e periculosidade. (DOTTI, 1985, p. 284.) Com as alterações trazidas pela reforma da parte geral do código penal em 1984, o legislador buscou a resolução deste problema extinguindo o sistema do duplo binário e passou a adotar o sistema vicariante, determinou que somente aos sujeitos inimputáveis ou semiimputáveis poderiam ser aplicadas as MS. Excluindo, portanto que aos imputáveis se

18 17 acumulasse a pena e MS (Sistema Duplo Binário), e passando a se utilizar pena ou MS (Sistema Vicariante). Importante alteração também ocorreu na possibilidade de se cumprir a MS em tratamento ambulatorial, quando o ato praticado for previsto como crime punível com detenção. Neste caso o sujeito deve comparecer quando convocado nos hospitais, diante do médico perito que fará a avaliação e acompanhamento do paciente até que se cesse a necessidade da MS. Ocorreram ainda outras mudanças, podendo ser consideradas menos importantes se comparadas com as acima enumeradas, mas vale ressaltar a alteração do prazo mínimo de execução das MS que hoje varia entre 01 a 03 anos e antes da reforma ficava entre 01 e 06 anos dependendo do crime cometido, e ainda a nova distribuição dos artigos no CP, anteriormente ficavam entre os artigos 75 a 101, Título VI da parte geral do código e atualmente também no Título VI mais apenas nos artigos 96 a 99; existiam ainda antes da reforma, as Medidas de Segurança patrimoniais que consistiam na interdição de estabelecimento ou sede de sociedade ou associação (art. 99) e o confisco (art. 100). A reforma do código penal serviu para restringir as MS, tratando apenas das internações em Hospitais de Custódia e do tratamento ambulatorial.

19 18 3 RESPONSABILIDADE PENAL DO DELINQUENTE PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL E A APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA Para aplicação das Medidas de Segurança importante se faz observar a princípio, a diferença existente entre o imputável, semi-imputável e o inimputável, somente esses dois últimos sujeitos são passíveis desta sanção. Para definição da condição do sujeito, devem ser observados diversos fatores, para adequação correta dos transtornos mentais com o grau de responsabilidade penal do mesmo. A aplicação da MS somente é possível depois que constatada por pericia médica oficial, eventual patologia que ao tempo da ação delituosa inspirou a sua prática. 3.1 Conceito e natureza jurídica das medidas de segurança A medida de segurança consiste em uma sanção penal imposta pelo Estado aos indivíduos inimputáveis ou semi-imputáveis, ou seja, aos incapazes de responder de maneira satisfatória por seus atos por serem portadores de doença ou perturbação mental, e que cometeram conduta típica e ilícita, esse indivíduo, portanto não poderá ser penalizado, surge então a imposição da MS. Desta forma Guilherme de Souza Nucci conceitua a Medida de Segurança: Trata-se de uma forma de sanção penal, com caráter preventivo e curativo, visando a evitar que o autor de um fato havido como infração penal, inimputável ou semiimputável, mostrando periculosidade, torne a cometer outro injusto e receba tratamento adequado (NUCCI, 2011, p. 576). Vale ressaltar o caráter preventivo dessa sanção, por se tratar de indivíduo portador de distúrbio mental que cometeu ilícito penal, tem que se levar em conta o possível grau de periculosidade do agente, que poderá reincidir, justificando assim, a necessidade da custódia do paciente. Sobre a importância da finalidade preventiva da medida, Fernando Capez diz: Sanção penal imposta pelo estado, na execução de uma sentença, cuja finalidade é exclusivamente preventiva, no sentido de evitar que o autor de uma infração penal que tenha demonstrado periculosidade volte a delinquir (CAPEZ, 2007, p. 467). Importante posição sobre a conceituação tem Mirabete, que reforça o caráter curativo

20 19 e preventivo da MS: A medida de segurança não deixa de ser uma sanção penal e, embora mantenha semelhança com a pena, diminuindo um bem jurídico, visa precipuamente à prevenção, no sentido de preservar a sociedade da ação de delinquentes temíveis e de recuperá-los com tratamento curativo (MIRABETE, 2010, p. 265). Portanto a Medida de Segurança é uma forma de sanção penal de natureza preventiva e curativa, divergindo da pena quanto aos seus fundamentos e as peculiaridades em sua execução, não incidindo sobre ela, por exemplo, as regras gerais do cumprimento da pena, como o sistema progressivo, ou seja, a progressão da pena existente entre os regimes fechado, semiaberto e aberto. Quanto a sua natureza jurídica a MS possui duas correntes, a maioria defende que a MS tem caráter jurídico-penal, e a minoria entende que trata-se tão somente de uma medida administrativa. Corrente minoritária defende o caráter administrativo das MS por existirem registros da ingerência na aplicação das mesmas pela autoridade administrativa, em que pese a ausência de previsão legal das mesmas no Código Penal. Destarte, a maioria dos partidários da tese dicotômica (dualista), na verdade, não considera a medida de segurança uma espécie do gênero sanção penal. (SOUZA, 1979, p. 48). Existe também nesta corrente uma tentativa de se enfraquecer o instituto da MS como sanção penal, embasada na argumentação que é uma medida somente com fins curativos. Ainda sobre seu caráter administrativo, importante citar o posicionamento de Zaffaroni e Pierangeli, essas medidas são materialmente administrativas e formalmente penais. Uma das formas mais acabadas de que não pode ser outra a sua natureza é que juridicamente não podem chamar-se sanções, ainda que na prática, o sistema penal as distorça e a elas atribua, eventualmente, esta função, realidade que se faz necessário controlar e procurar neutralizar. Segundo o entendimento da maioria tal argumento não procede, como entende o professor Luiz Regis Prado: Embora se insista em negar às medidas de segurança o caráter de sanção penal sob o argumento de que tais medidas apresentam uma função administrativa de polícia, não pertencendo, pois, ao Direito Penal, mas sim ao administrativo -, é assente seu o caráter especificamente penal. Deve-se entender que a intervenção no direito do agente para imposição da MS é, se não mais danosa, semelhante a própria pena, portanto não se pode conceber que este poder fique nas mãos da autoridade administrativa em um Estado Democrático de Direito, como

21 20 Figueiredo Dias vem nos ensinar: Fica com isto afastada uma concepção extremamente perigosa e de todo modo, em nossa opinião, hoje inaceitável nos quadros do Estado de Direito segundo a qual, para a legitimação da Medida de Segurança, necessário se tornaria considerá-la dentro das medidas puramente administrativas. Finalmente, apesar das discussões quanto a matéria, pode-se considerar as MS como uma sanção penal, do mesmo modo da pena. A ideia é afastar das MS o caráter administrativo pelo claro caráter jurídico-penal das mesmas, que inclusive são dispostas no Código Penal Brasileiro. 3.2 A inimputabilidade penal e a semi-imputabilidade penal na medida de segurança De acordo com a legislação brasileira tanto a pena quanto a medida de segurança, sucedem ao cometimento de uma conduta ilícito penal, as mesmas divergem quanto ao seu fundamento, quando na pena se verifica a culpabilidade do agente, na MS deve-se pautar na periculosidade do indivíduo. O código penal brasileiro em seu art. 26 define que o sujeito inimputável ou semiimputável, não tem a plena consciência das consequências negativas de suas ações delitivas. Portanto os diferenciou da seguinte forma: Art. 26: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O instrumento legal transcrito acima isenta a aplicação da pena, ou seja, deverão ser absolvidos os agentes que nessas condições elencadas no código, cometerem ilícitos penais. Cabendo ao juiz, que amparado pelo laudo pericial fornecido pelo médico perito forense, instituir a MS ao agente. A mesma é instituída através da sentença absolutória, denominada de sentença de absolvição imprópria, tendo em vista que o réu não é condenado mais deve receber uma sanção penal (Medida de Segurança). Sobre o tema a súmula 422 do STF, esclarece que A absolvição criminal não prejudica a medida de segurança, quando couber, ainda que importe privação da liberdade. Sobre a imposição da Medida de Segurança, determina o art. 97 também do CP, que caso o agente seja inimputável, o juiz deve determinar sua internação, salvo caso em que o

22 21 crime cometido seja punível com detenção. Neste caso o juiz poderá submetê-lo a tratamento ambulatorial, como preconiza o 1º do artigo supra. Quanto aos prazos, de internação ou tratamento ambulatorial, serão por tempo indeterminado, com prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, determinados pelo juiz da execução que fixará o prazo de acordo com as particularidades de cada caso. Após esse período mínimo, o agente fica condicionado a cessação de sua periculosidade para sua desinternação, cessação de periculosidade aferida anualmente por meio de perícia médica. Sobre a inimputabilidade pode-se dizer, portanto, que ocorre quando o agente se encontra dentro dos requisitos do artigo 26 do CP, devendo atender a três requisitos básicos como nos ensina Damásio de Jesus: Requisitos da Inimputabilidade (art. 26, caput): a) requisito causal (doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado) b) requisito cronológico (ao tempo da ação ou da omissão) c) requisito consequencial (inteira incapacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento) Já a semi-imputabilidade, é definida pelo Parágrafo único do artigo 26 do CP, segundo o código, a mesma acontece quando o sujeito perde a capacidade de entendimento e autodeterminação, em razão de doença mental ou de desenvolvimento incompleto ou retardado, é a ausência de imputabilidade plena. Ocorre que nesse caso, as perturbações psíquicas afetam o poder de autodeterminação, e ainda podem alterar a força de resistência interior, tendo em vista a prática do crime, devendo ser atenuada por tanto as penas aplicadas a esses indivíduos. Capez e Stela Prado (2007), falam sobre a responsabilidade nos atos ilícitos cometidos por esses indivíduos, sendo que na verdade, o agente é imputável e responsável por ter alguma noção do que faz, mas sua responsabilidade é reduzida em virtude de ter agido com culpabilidade diminuída em consequência das suas condições pessoais. Pode-se dizer que quanto aos requisitos, a semi-imputabilidade se assemelha muito a inimputabilidade, divergindo somente quanto ao requisito consequencial, ao invés de inteira incapacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, se tem no semi-imputável a perda de parte da capacidade de entendimento e determinação. No caso de sujeito semi-imputável a criminalidade não é excluída como na inimputabilidade, pois a capacidade e o entendimento não são eliminados, todavia, se o juiz

23 22 entender pela aplicação da pena, deverá reduzi-la de 1 a 2/3. Pode também o juiz, determinar MS para os semi-imputáveis, devendo para decidir, examinar as peculiaridades de cada caso para escolha entre a aplicação da MS ambulatorial ou detentiva, decisão esta que deverá obedecer aos critérios da modalidade de pena aplicável ao delito cometido, quais sejam, se a pena prevista for de detenção o juiz poderá aplicar a MS de forma ambulatorial, se for de reclusão o juiz deverá aplicar a MS com internação compulsória. Na hipótese de substituição da pena por MS para o semi-imputável, o juiz deverá obrigatoriamente fundamentar a decisão com elementos do processo. 3.3 Pressupostos para aplicação da medida de segurança Quanto aos pressupostos para a aplicação da MS, é necessário dizer que existem três básicos, são eles: a prática de fato punível, a periculosidade do delinquente e a ausência de imputabilidade plena. A prática de fato punível pela legislação é pressuposto essencial para aplicação das MS e também da pena. Em sua definição podemos dizer que é uma conduta humana que se encaixa perfeitamente a um tipo penal, conduta esta reprovada pela sociedade e contra o direito. A fonte para determinar-se fato punível, é utilizada a partir dos delitos descritos no Código Penal, na Lei de Contravenções Penais, em leis especiais e extravagantes. No tocante a periculosidade, importante se estudar as definições da pena e MS, ou da culpabilidade e da periculosidade e principalmente de suas diferenças, informação importante para se entender o principio norteador da MS, por se tratar de institutos com objetivos totalmente diversos. Objetivo maior ao se introduzir o conceito de periculosidade, é de se dar tratamento diferenciado aos doentes mentais que cometeram ilícitos penais, que pelas peculiaridades de seu estado mental são merecedores de tratamento específico, não realizado aos apenados comuns. Sobre a pena podemos dizer que o fundamento que usamos para a aplicação das mesmas é pautado basicamente na culpabilidade, sendo a pena uma sanção imposta pelo Estado mediante o trânsito em julgado do processo, contra o autor de um fato ilícito (réu), com finalidade preventiva e retributiva, conforme disposto no artigo 59, caput, do CP. Já o fundamento norteador da MS usa o conceito de periculosidade, se mostra mais complexo e controvertido se comparado a culpabilidade, se baseia no estado sociável do

24 23 indivíduo. No conceito de Nelson Hungria a periculosidade significa um estado mais ou menos duradouro de antissociabilidade, em nível subjetivo. Quanto mais injustos penais o inimputável comete, mais demonstra sua antissociabilidade, definição mais sintetizada sobre a matéria tem Fernando Capez, que define a periculosidade como sendo a potencialidade para praticar ações lesivas. Revela-se pelo fato de o agente ser portador de doença mental. Deve-se ter o objetivo de verificar a condição do indivíduo no futuro, é quase que um exercício de adivinhação, de probabilidade de reincidência criminal pela influência da doença mental, deve-se analisar como poderia agir ou reagir o sujeito em situações conflituosas ou não, situações rotineiras na convivência em sociedade. Para se verificar esse estado como diz Damásio, devem ser observados fatores (ou elementos) e indícios (ou sintomas) do estado perigoso. Por fim vale anotarmos a lição de Damásio de Jesus sobre o tema: As penas e as medidas de segurança constituem as duas formas de sanção penal. Enquanto a pena é retributivo-preventiva, tendendo atualmente a readaptar socialmente o delinquente, a medida de segurança possui natureza essencialmente preventiva, no sentido de evitar que um sujeito que praticou um crime e se mostra perigoso venha a cometer novas infrações penais (JESUS, 2010, p. 113). Damásio define como formas de sanção penal tanto a pena como a MS, mas as diferencia na forma de suas aplicações e nos fins pretendidos. Lembrando que a MS tem como objetivo o restabelecimento e a reintegração do doente mental no que for possível. Para se entender a ausência de imputabilidade plena, necessário se faz o estudo do sistema adotado atualmente para execução da MS, e ainda sua distinção do sistema adotado anteriormente em nosso Código Penal. O Código Penal Brasileiro atual adota o sistema Vicariante, ou seja, é impossível se aplicar cumulativamente a pena e a medida de segurança. Fato diferente do que ocorria no Código Penal de 1940 antes da reforma penal de 1984, onde prevalecia o sistema do duplo binário, no qual se permitia a comutação de pena e medida de segurança. Sobre a alteração trazida pela adoção do sistema Vicariante, através da reforma do código penal de 1984, foi de grande valia na opinião da maioria dos juristas. O sistema do duplo binário sofria diversas críticas por impor ao condenado a pena privativa de liberdade, que deveria ser cumprida por completo e somente após seu cumprimento, se entendesse necessário o juiz, deveria se cumprir a medida de segurança, ficando recluso o indivíduo por muito mais tempo. Por essa prática o sujeito seria punido com duas sanções por uma única ação delitiva, ferindo o princípio do non bis in idem, ou seja, ninguém poderá ser

25 24 condenado mais do que uma vez pela prática do mesmo fato. Portanto pela legislação atual deverá ser aplicada a pena para os imputáveis, e a medida de segurança para os inimputáveis, já para os semi-imputáveis uma ou outra, conforme recomendação dos peritos e decisão do juiz. 3.4 Do exame de sanidade mental O Exame de Sanidade Mental é realizado pelo médico perito oficial, com o objetivo de determinar ou não a inimputabilidade do agente no momento do cometimento do crime. Para a realização do exame é utilizado o critério biopsicológico na apuração da inimputabilidade penal, ou seja, devem ser observados dois critérios no momento da pericia. Primeiramente se verifica a capacidade do agente de entender a ilicitude do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, e posteriormente é examinada a saúde mental do agente, deve-se observar se o agente é ou não doente mental, e ainda se possui ou não um desenvolvimento mental incompleto ou retardado. A solicitação para realização do exame pode ser feita ainda no decorrer do inquérito policial a pedido do delegado do caso, podendo ser solicitada também, pelo Ministério Público, pelo defensor, curador, ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, ou ainda de oficio pelo juiz, sempre que se desconfiar da integridade mental do acusado. Entendendo ser necessária a realização do exame médico-legal, o juiz deverá nomear um curador ao acusado, ficando suspenso o processo com a instauração do incidente de sanidade mental, que deverá ser apensado ao principal após confecção do laudo pericial. O exame deverá ser realizado no prazo de 45 dias, salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de maior prazo. No caso de réu preso, o mesmo deverá ficar internado em Hospital de Custódia até o término do exame, já se estiver solto e se requererem os peritos, deverá ficar em estabelecimento adequado que o juiz designar, conforme o disposto do Art. 150 do CPP. Normalmente tanto o réu preso quanto solto, é internado pelo prazo necessário para a realização do exame nos Hospitais de Custódia. O exame de sanidade mental é de suma importância para se determinar a inimputabilidade do individuo, pois é indispensável a participação do perito forense para se determinar a doença mental ou mesmo o desenvolvimento incompleto ou retardado. Análise que o juiz não pode realizar de forma precisa, o diagnóstico da doença mental deve ser atestado por especialista. Entretanto o juiz tem a capacidade de verificar a capacidade que o

26 25 sujeito tinha ao tempo da ação ou omissão delituosa, de se conduzir de acordo com tal entendimento, compreendendo o caráter ilícito do fato. O juiz deve usar provas colhidas ao longo da instrução, para formar o seu convencimento sobre este fato. Vale ressaltar que o magistrado tem de acordo o sistema processual penal liberatório adotado no Brasil, a faculdade de aceitar ou rejeitar os laudos, porém caso decida pela rejeição do laudo pericial, deve haver a realização de outro exame por diferente perito forense. Cabe ao juiz a avaliação psicológica do caso e não a biológica, que deverá ser feita apenas por peritos com conhecimentos técnicos específicos para análise do caso. 3.5 Espécies de Medida de Segurança Segundo o Código Penal em seu art. 96, as Medidas de Segurança podem ser divididas em duas espécies, podem ser: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ambulatorial. Na primeira hipótese deverá obrigatoriamente o agente permanecer internado em hospitais gerais ou hospital de custódia, para tratamento médico interno e na maioria dos casos em regime fechado. A medida de segurança pode ainda, ser cumprida por sujeição a tratamento ambulatorial, que deve ser usado quando o crime for punível com detenção. Consiste no agente realizar tratamento médico de forma externa, ou seja, o agente não necessita da internação, mais fica obrigado a comparecer ao médico perito oficial, para realizar o exame de cessação de sua periculosidade anualmente. Portanto, devem-se diferenciar as duas hipóteses, quanto ao tipo de regime da internação ou ambulatorial. Deve-se lembrar de que quando a pena imposta for de reclusão, é obrigatória a imposição da medida de segurança detentiva, ou seja, deverá cumprir a MS em regime de internação. No caso de crime punível com a detenção, cabe ao juiz determinar a internação (medida detentiva) ou o tratamento ambulatorial (medida restritiva). Nas duas hipóteses o prazo para cumprimento é indeterminado, até constatada a cessação da periculosidade do agente, sendo também o mesmo prazo mínimo de 01 a 03 anos, o exame de cessação pode ainda ser realizado a qualquer momento se houver o requerimento do juiz. Cabe ressaltar que o juiz tem a faculdade de escolha entre a internação ou o tratamento ambulatorial, mediante a aferição do grau de periculosidade do indivíduo e ainda as condições do crime, devendo sempre observar o disposto no art. 97, caput, do CP, qual seja, no caso de

27 26 crime punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. Importante se faz ressaltar que existe precedente no STJ (Resp SP, 6.ª T., rel. Hamilton Carvalhido, , v.u., DJ , p.211), acolhendo a possibilidade de se permitir a aplicação de tratamento ambulatorial para o autor de crime apenado com reclusão, para tal decisão é usado o argumento de que não se deve observar a relação entre a MS e a gravidade do delito e sim a periculosidade do agente, como defende Carlota Pizarro de Almeida: Não é correto, portanto, quando se trate de portadores de anomalia psíquica, estabelecer uma correspondência entre a medida de segurança e a gravidade do fato praticado. Mas já será importante estabelecê-la em relação a periculosidade do agente: só assim se respeita o princípio da proporcionalidade (...) (ALMEIDA, 2000, p. 34). 3.6 Prazos das Medidas de Segurança Conforme o disposto no 1º do artigo 97 do CP, a internação ou o tratamento ambulatorial se dará por tempo indeterminado, devendo perdurar enquanto não for constatada por pericia médica a cessação da periculosidade do agente, também estabelece que o prazo mínimo de cumprimento da MS é de 1 (um) a 3 (três) anos, devendo ser fixado pelo juiz, quando da instituição da medida. A perpetuidade das medidas de segurança surge como um dos temas mais polêmicos e discutidos atualmente, sobre isso Rogério Greco diz: Ela terá duração enquanto não for constatada, por meio de perícia médica, a chamada cessação da periculosidade do agente, podendo, não raras as vezes, ser mantida até o falecimento do paciente. Esse raciocínio levou parte da doutrina a afirmar que o prazo de duração das medidas de segurança não pode ser completamente indeterminado, sob pena de ofender o princípio constitucional que veda a prisão perpétua, principalmente tratando-se de medida de segurança detentiva (GRECO, 2011 p. 36). Sobre a duração máxima das medidas, existem pelo menos três importantes vertentes. Há quem defenda que a medida de segurança não pode perdurar por tempo maior, ao limite máximo da pena privativa de liberdade abstratamente cominada ao delito, pois esse seria o limite temporal máximo em que se finda a pretensão punitiva do Estado. Ou seja, se o indivíduo plenamente imputável tivesse sido condenado, não poderia ultrapassar o tempo máximo previsto para tal delito, apesar de não ser propriamente uma pena e sim uma sanção

28 27 penal, entendem os defensores desta corrente que é totalmente inadmissível que a medida de segurança tenha uma duração maior que a pena aplicada a um imputável condenado pelo cometimento do mesmo delito. Devendo após este decurso do tempo, o paciente receber tratamento como qualquer outro doente mental que não tenha praticado delito, ou seja, tratado na rede de saúde pública ou particular. Existem também os que defendem o teto estabelecido no artigo 75 do CP, que limita o tempo de cumprimento da pena em no máximo 30 (trinta) anos. Opinião compartilhada pelo Supremo Tribunal Federal, conforme podemos verificar na ementa abaixo descrita: Medida de segurança. Projeção no tempo. Limite. A interpretação sistemática e teológica dos arts. 75, 97 do Código Penal e o último da Lei de Execuções Penais, deve fazer-se considerada a garantia constitucional abolida das prisões perpétuas. A medida de segurança fica jungida ao período máximo de trinta anos. (HC 84219/SP 1ª Turma Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 16/08/2005, p. 16). Há ainda os que acreditam que pela medida de segurança não ser considerada pena, apesar de possuir caráter de sanção penal, prevalecem suas características com propósito curativo e terapêutico, além do que, promover a desinternação do paciente sem sua periculosidade cessada por meio de parecer médico, poderia incorrer em grande risco a sociedade. Defensor desta última tese, Guilherme de Souza Nucci define assim: Apesar de seu caráter de sanção penal, a medida de segurança não deixa de ter o propósito curativo e terapêutico. Ora, enquanto não for devidamente curado, deve o sujeito submetido à internação permanecer em tratamento, sob custódia do Estado (NUCCI, 2010, 32). As discussões sobre o prazo de duração das MS são alimentadas por não haver lei regulamentadora, previsão de um prazo máximo de internação para as medidas de segurança. Como possuem as penas privativas de liberdade, que segundo o 1º do artigo 75 do CP, não podem ultrapassar o limite máximo de 30 (trinta) anos. Abrindo, portanto o precedente para se ter várias posições doutrinarias e jurisprudenciais sobre o tema. 3.7 Exame de cessação de periculosidade e desinternação e liberação condicionais O exame de cessação da periculosidade é realizado após o trânsito em julgado da sentença absolutória imprópria que aplicou medida de segurança ao réu. Ao aplicar tal

29 28 medida, o juiz deve estabelecer de acordo com o 2.º do artigo 97, o período mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos de internação ou tratamento ambulatorial ao paciente, para fixação deste prazo o juiz deve observar as condições em que o crime foi cometido e a periculosidade do agente. Ao final desse prazo, deve ser realizado o exame de cessação da periculosidade, posteriormente ao decurso do prazo mínimo, o exame deve ser realizado anualmente até que se constate a cessação da periculosidade do agente. Existe ainda a possibilidade do juiz determinar sua realização a qualquer tempo, mesmo no decorrer do prazo mínimo de duração da MS, sobre a antecipação da realização do exame esclarece Reale Júnior: A perícia médica deverá, se constatada, findo o prazo mínimo, a persistência da doença, realizar-se de ano em ano, podendo, no entanto, ocorrer a qualquer tempo, conforme o art. 176 da Lei de Execução Penal, se há elementos justificadores da antecipação do exame (REALE JÚNIOR, 2004, p. 112). Sobre a realização do exame de cessação da periculosidade, o art. 175, I, da Lei de Execução Penal define que a autoridade administrativa, até 01(um) mês antes de expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao juiz minucioso relatório para que o mesmo possa decidir sobre a revogação ou manutenção da medida de segurança, deverá conter nesse relatório laudo psiquiátrico, e deverão ser ouvidos o Ministério Público e o curador ou defensor do indivíduo. Cabe ressaltar ainda que a Lei de Execução Penal garante ao paciente o direito de ter assistência médica particular de sua confiança, podendo acompanhar e orientar o tratamento, no caso de divergência de pareceres médicos, cabe ao juiz decidir. Ocorre a desinternação quando se tratar de pacientes que estiverem internados (medida detentiva), já a liberação ocorre quando se tratar de paciente em tratamento ambulatorial. Cabe ressaltar que tanto a desinternação, como a liberação, serão realizadas de forma condicional. A desinternação ou liberação do paciente em MS em regra, ocorrerá quando se constatar cessada a periculosidade do agente, após a desinternação durante o prazo de 01 (um) ano o agente corre o risco de se restabelecer a condição anterior, ou seja, de se reinstituir a MS, se o mesmo cometer fato que possa ser analisado como indicativo de sua periculosidade, tal ato não necessariamente deva ser criminoso, mas sim, deve ser analisada a suposta periculosidade do agente ao cometê-lo. A sujeição às condições do livramento condicional, são estabelecidas no artigo 178 da Lei de Execução Penal LEP. Sobre as condições em que o sujeito em livramento condicional deva cumprir, são

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