Pós Penal e Processo Penal. Legale
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- Tiago Conceição Andrade
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1 Pós Penal e Processo Penal Legale
2 NULIDADES
3 Nulidades Existem vários graus de vícios processuais:
4 Nulidades Irregularidade Nulidade Relativa Nulidade Absoluta Inexistência
5 Nulidades irregularidade: vício que não traz prejuízo
6 Nulidades nulidade relativa: traz prejuízo que deve ser demonstrado e deve ser argüida no momento oportuno, porque se não for se convalida
7 Nulidades nulidade absoluta: o prejuízo é presumido e a favor do réu pode ser argüida a qualquer tempo
8 Nulidades inexistência: vício tão forte que descaracteriza o ato e não produz efeitos
9 Nulidades Atenção: Não há nulidade sem prejuízo pás de nullité sans grief Anulado um ato, são anulados todos os atos posteriores e dependentes Não se pode alegar nulidade que se deu causa
10 Nulidades * O art. 564 do CPP traz as possibilidades de nulidades:
11 Nulidades I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; (absoluta)
12 Nulidades II - por ilegitimidade de parte; (absoluta)
13 Nulidades III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
14 Nulidades a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; (absoluta)
15 Nulidades b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no art. 167 (absoluta)
16 Nulidades c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; (absoluta na primeira parte)
17 Nulidades d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; (relativa)
18 Nulidades e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; (relativa na segunda parte)
19 Nulidades f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri; (absoluta)
20 Nulidades g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; (relativa)
21 Nulidades h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; (relativa)
22 Nulidades i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; (absoluta)
23 Nulidades j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; (absoluta)
24 Nulidades k) os quesitos e as respectivas respostas; (absoluta)
25 Nulidades l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; (absoluta)
26 Nulidades m) a sentença; (absoluta)
27 Nulidades n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; (absoluta)
28 Nulidades o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; (absoluta)
29 Nulidades p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento; (absoluta)
30 Nulidades IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato (relativa)
31 Nulidades * OBS: Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas (absoluta)
32 Nulidades * Momento de arguição das nulidades (relativas):
33 Nulidades - as da instrução criminal dos processos nas alegações finais - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes;
34 Nulidades - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso;
35 RECURSOS
36 Tendo em vista o princípio do duplo grau de jurisdição, em regra, as decisões podem ser reavaliadas por uma instância superior
37 Para essa reavaliação o instrumento adequado é o recurso
38 Súmula 704 do STF Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do correu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados
39 Existem disposições gerais, que são comuns a todos os recursos Ressalte-se os pressupostos recursais e os efeitos
40 PRESSUPOSTOS RECURSAIS
41 pressupostos recursais Para que um recurso seja aceito, conhecido, ele deve cumprir todos os pressupostos recursais
42 pressupostos recursais Os pressupostos recursais poderão ser objetivos e subjetivos
43 pressupostos recursais Os pressupostos recursais objetivos são cabimento adequação tempestividade regularidade procedimental ausência de fatos impeditivos ou extintivos ao direito de recurso
44 pressupostos recursais Os pressupostos recursais subjetivos são: legitimidade interesse
45 EFEITOS DOS RECURSOS
46 efeitos dos recursos Pode o recurso produzir alguns efeitos, conforme a disposição legal ou característica que esteja sujeito
47 efeitos dos recursos Os efeitos dos recursos serão: devolutivo suspensivo extensivo regressivo
48 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
49 recurso em sentido estrito - RESE É o primeiro dos recursos previstos no Código de Processo Penal (art. 581) traz um rol taxativo ataca as decisões, despachos ou sentenças
50 recurso em sentido estrito - RESE Entretanto, parte das decisões previstas no art. 581 e que caberia recurso em sentido estrito, depois da criação do agravo em execução com a Lei de Execução Penal, passaram a caber agravo
51 recurso em sentido estrito - RESE * São passíveis de recurso em sentido estrito a decisão: que não receber a denúncia ou a queixa; que concluir pela incompetência do juízo; que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição; que pronunciar o acusado;
52 recurso em sentido estrito - RESE que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança ou que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor, que indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, que conceder a liberdade provisória, que relaxar a prisão em flagrante;
53 recurso em sentido estrito - RESE que decretar ou não a prescrição ou extinta a punibilidade; que conceder ou denegar a ordem de Habeas corpus ; que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
54 recurso em sentido estrito - RESE que incluir ou excluir jurado da lista geral; que denegar a apelação ou julgá-la deserta; que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; que decidir o incidente de falsidade;
55 recurso em sentido estrito - RESE O prazo para: a interposição: 5 (cinco) dias razões ou contra-razões: 2 dias a vítima não habilitada: 15 (quinze) dias (após o prazo do Ministério Público) da decisão que exclui ou inclui jurado da lista geral: 20 (vinte) dias
56 recurso em sentido estrito - RESE No recurso em sentido estrito está presente o juízo de retratação, ou seja, o Juiz que decidiu poderá voltar atrás em sua decisão.
57 AGRAVO EM EXECUÇÃO
58 agravo em execução O agravo em execução tem a sua previsão no art. 197 da Lei de Execução Penal. O agravo em execução terá o mesmo processamento que o recurso em sentido estrito Essa foi a conclusão da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal
59 agravo em execução Diante disso: o prazo para a interposição é de 5 (cinco) dias o prazo para razões e contra-razões é de 2 (dois) dias pode subir por instrumento ou não
60 agravo em execução O agravo não tem efeito suspensivo
61 APELAÇÃO
62 apelação Cabe apelação da sentença absolutória ou condenatória do Juízo Singular ou do Tribunal do Júri
63 apelação * Das sentenças absolutórias ou condenatórias do Júri cabe apelação: quando ocorrer nulidade posterior à pronúncia quando a sentença do Juiz Presidente for contrária a lei expressa ou à decisão dos jurados
64 apelação quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança ou quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária a prova dos autos
65 apelação Da apelação da decisão do Júri, é importante lembrar que existe o princípio da soberania dos veredictos
66 apelação Cabe, ainda, apelação das decisões definitivas ou com força de definitivas, proferidas pelo Juiz singular e que não haja previsão de cabimento do recurso em sentido estrito
67 apelação Há decisões no processo penal que cabem recurso, mas não há previsão do RESE. É caso de cabimento da apelação P. ex., cabe apelação da decisão sobre a restituição de coisas apreendidas (não contempladas com o RESE)
68 apelação no JECrim não há previsão do RESE e, por isso, o recurso aplicado é a Apelação. O prazo para interpor a apelação é de 5 (cinco) dias No entanto: no JECRIM o prazo é de 10 (dez) dias o prazo para a vítima não habilitada apelar é de 15 (quinze) dias (após o prazo conferido ao Ministério Público)
69 apelação Há previsão de prazo para a apresentação de razões de apelação e de contra-razões. Esse prazo é de 8 (oito) dias. O artigo 416 do CPP afirma que da decisão de impronúncia e absolvição sumária o recurso pertinente é a apelação
70 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
71 embargos de declaração Cabem embargos de declaração (ou declaratórios) da sentença ou acórdão omisso, contraditório, ambíguo, obscuro
72 embargos de declaração No capítulo dos recursos no Código de Processo Penal, há previsão dos embargos somente para acórdãos (arts 619 e 620). Entretanto, também cabem embargos das sentenças, com previsão legal no capítulo destinado à sentença, mais precisamente no artigo 382, e que alguns autores chamam de embarguinhos
73 embargos de declaração O prazo para a oposição de embargos é de 2 (dois) dias. Contudo, nos Juizados Especiais Criminais o prazo para a oposição é de 5 (cinco) dias
74 EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE
75 embargos infringentes e de nulidade Embargos infringentes e de nulidade são recursos exclusivos da defesa
76 embargos infringentes e de nulidade Cabem das decisões não unânimes, da segunda instância e que sejam desfavoráveis ao réu. Esses recursos se apóiam exatamente no voto vencido. Tecnicamente, se diria que os embargos infringentes e os embargos de nulidade têm o efeito devolutivo limitado ao voto vencido.
77 embargos infringentes e de nulidade A diferença dos embargos infringentes para os embargos de nulidade é que nos infringentes a divergência apontada é de mérito e nos de nulidade a divergência é processual O prazo para a oposição de ambos é de 10 (dez) dias
78 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
79 recurso ordinário constitucional O recurso ordinário constitucional tem previsão nos artigos 102 e 105 da Constituição Federal, pois esse recurso pode ser intentado para o: STF (regras do art. 102) STJ (regras do art. 105)
80 recurso ordinário constitucional Cabe recurso ordinário constitucional para o STF quando o Habeas corpus, o mandado de segurança, o Habeas data e o mandado de injunção forem decididos em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM), quando denegatórias, bem como as decisões sobre crimes políticos
81 recurso ordinário constitucional Cabe roc para o STJ quando o Habeas corpus for decidido em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios, quando denegatório e os MS s decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios, quando denegatórios
82 recurso ordinário constitucional O prazo para ingressar com o recurso ordinário constitucional é de 5 (cinco) dias. Usa-se muitas vezes como sinônimo de recurso ordinário constitucional o recurso em Habeas corpus (RHC), o recurso em Mandado de Segurança (RMS) e recurso ordinário
83 CARTA TESTEMUNHÁVEL
84 carta testemunhável Cabe carta testemunhável da decisão que denega ou nega seguimento ao recurso em sentido estrito ou ao agravo em execução
85 carta testemunhável Esse recurso não tem efeito suspensivo e pesa sobre ele uma peculiaridade: é um recurso que é interposto perante o Escrivãodiretor ou Secretário do Tribunal. O prazo para a interposição é de 48 (quarenta e oito) horas
86 RECURSO ESPECIAL
87 recurso especial Caberá recurso especial dirigido ao Superior Tribunal de Justiça quando a causa for decidida em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios (na parte penal):
88 recurso especial quando a decisão contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência quando der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal (dissídio jurisprudencial)
89 recurso especial O prazo para a interposição desse recurso é de 15 (quinze) dias Para o seu seguimento normal é imprescindível o prequestionamento da matéria
90 RECURSO EXTRAORDINÁRIO
91 recurso extraordinário Caberá recurso extraordinário dirigido ao Supremo Tribunal Federal quando a causa for decidida em única ou última instância (na parte penal): quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição Federal
92 recurso extraordinário Para esse recurso, o prazo para a interposição é de 15 (quinze) dias Para o seu seguimento normal também é imprescindível o prequestionamento da matéria e a demonstração de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso
93 AGRAVO DE INSTRUMENTO
94 agravo de instrumento O agravo de instrumento na esfera criminal tem previsão na lei 8038/90 (art. 28) O seu prazo é de 5 (cinco) dias e tem cabimento das decisões que denegam recurso extraordinário ou especial
95 agravo regimental O agravo regimental não está previsto no Código de Processo Penal A sua previsão vem nos regimentos internos dos Tribunais, para atacar decisões que não seguem esses regimentos. Em regra, o prazo para a sua interposição é de 5 (cinco) dias
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