Parâmetros Dendrométricos e Correlações com a Biomassa dos Ramos de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
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- Maria Eduarda Chaves de Caminha
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1 Parâmetros Dendrométricos e Correlações com a Biomassa dos Ramos de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Dilson Sousa Rocha Júnior (1) ; Lílian Daniel Pereira (2) ; Karina Lanzarin (3) ; Evandro Alcir Meyer (4) ; Danusia Valeria Porto da Cunha (5) (1) Professor, FTC/Faculdade de Tecnologia e Ciências, dilsonba@hotmail.com; (2) Doutoranda em Engenharia Florestal, UFSM/Universidade Federal de Santa Maria, liliandapereira@yahoo.com.br; (3) Acadêmica de Engenharia Florestal, UFSM/Universidade Federal de Santa Maria, karinalanzarin@gmail.com; (4) Doutorando em Engenharia Florestal, UFSM/Universidade Federal de Santa Maria, eam.meyer@gmail.com; (5) Professora, UESB/Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, danusia.uesb@yahoo.com.br. RESUMO A espécie Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez é conhecida vulgarmente como canela-preta. Sua madeira é utilizada para a construção civil, esquadrias e tabuados em geral, apresentando importantes extrativos nas folhas, cascas e troncos. O objetivo deste trabalho foi estudar os parâmetros dendrométricos e suas correlações com a biomassa total dos ramos de canela-preta. Para isto, foram amostrados 113 ramos desta espécie em árvores diferentes. As seguintes variáveis foram obtidas em cada ramo: diâmetro da base; área transversal da base; comprimento total; biomassa total verde; e biomassa total seca. A partir dos dados médios de produção de biomassa total verde e seca, verificouse que o teor de umidade presente nos materiais frescos era em torno de 55%. Os pesos dos ramos e suas variáveis medidas apresentaram valores altos de coeficiente de variação, ocasionado pela grande variabilidade de forma e tamanho destes ramos nas árvores. Todas as variáveis dendrométricas avaliadas apresentaram correlação positiva significativa a 1% de probabilidade de erro entre elas e com a biomassa total verde e seca. A variável que teve maior inter-relação com as biomassas foi a área transversal do ramo e a que teve menor correlação foi o comprimento total, embora todas as variáveis estudadas no presente trabalho apresentaram altas correlações com as biomassas. Palavras-chave: Canela-preta; Extrativos; Inter-relações. INTRODUÇÃO A espécie Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez é conhecida vulgarmente como canelapreta. Ocorre na Argentina, Paraguai, Uruguai, e no Brasil nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (BAITELLO et al., 2003). Sua madeira é moderadamente pesada, fácil de trabalhar, de média durabilidade sob condições naturais, adequando-se a construção civil, esquadrias e tabuados em geral (LORENZI, 1998). - Resumo Expandido - [930] ISSN:
2 Além da qualidade da madeira, estudos asseguram a presença de substâncias nos extrativos das folhas, cascas e troncos da canela-preta (GARCEZ et al., 2007) com atividades analgésicas, antiinflamatórias, antitumorais, dentre outras (SILVA FILHO et al., 2004; APEL et al., 2006). O conhecimento dos rendimentos desses extrativos é viabilizado por meio de estimativas das biomassas dos compartimentos das árvores. O estudo da produção de biomassa dos ramos proporciona sua exploração ainda na árvore em pé, sem que implique na supressão da mesma. No entanto, ainda existe uma carência de pesquisas que viabilize a determinação da biomassa das árvores de forma mais detalhada. Para isto, faz-se necessário um estudo prévio das variáveis biométricas dos ramos das árvores para a incorporação das mesmas nos modelos matemáticos de predição da biomassa. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi estudar os parâmetros dendrométricos e suas correlações com a biomassa total dos ramos de canela-preta. MATERIAIS E MÉTODOS Localização da área de estudo A coleta dos dados foi realizada na localidade de Val Feltrina, no município de Silveira Martins e, em Novo São Paulo, no município de Agudo, ambos localizados na região Central do Rio Grande do Sul, numa faixa transitória entre o Planalto Médio e a Depressão Central. A vegetação pertence ao bioma Mata Atlântica. O clima na região é classificado como Temperado Mesotérmico e Úmido, do tipo Cfa, conforme classificação climática de Köppen-Geiger. Apresenta verões quentes, sem estação seca definida, e uma precipitação média que varia de a mm anuais (HELDWEIN et al., 2009). A temperatura média anual é de aproximadamente 19,4 C, com temperaturas mínimas e máximas próximas a 0 C e 40 C, respectivamente (PELLEGRINI, 2005). Obtenção dos dados Para a realização deste estudo, foram avaliados 113 ramos de árvores de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. Foram amostrados de 6 a 12 ramos em cada árvore desta espécie. Destas amostras, as seguintes variáveis foram obtidas: diâmetro da base (db); área transversal da base (gb); comprimento total (ct); biomassa total verde (bt); e biomassa total seca (bfs). Análise estatística Foi feita uma estatística descritiva das variáveis dendrométricas e biomassas verde e seca das amostras para melhor caracterização dos dados de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. Todas as variáveis das amostras foram correlacionadas, a fim de estudar a afinidade existente entre elas por meio do grau de relação medido pelo coeficiente de correlação de Pearson. As análises do experimento foram realizadas com o auxílio do Software Statistical Analysis System (SAS), Versão 8.2 (SAS Institute, 2001). RESULTADOS E DISCUSSÕES Uma análise estatística descritiva das variáveis dendrométricas e da biomassa total, tanto seca quanto verde, dos ramos das árvores de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez está apresentada na Tabela 1. - Resumo Expandido - [931] ISSN:
3 Tabela 1 - Estatística descritiva das variáveis dendrométricas e de biomassa total dos ramos das árvores de Nectandra megapotamica. Variáveis N Média DP CV Mínimo Máximo db(cm) 113 0,53 0,30 56,60% 0,14 1,38 gb(cm²) 113 0,2924 0, ,49% 0,0154 1,4957 ct(m) 113 0,62 0,30 48,39% 0,15 1,72 bt(g) ,02 73,30 126,34% 1,93 336,50 bts(g) ,33 34,74 131,94% 0,84 178,80 Sendo: db = diâmetro da base do ramo (cm); gb = área transversal do ramo (cm²); ct = comprimento total do ramo (m); bt = biomassa total verde do ramo (g); bts = biomassa total seca do ramo (g); N = número de observações; DP = desvio padrão; CV = coeficiente de variação (%). Os ramos das árvores de canela-preta apresentaram um diâmetro médio da base de 0,53 cm, a partir de valores que variaram de 0,14 a 1,38 cm, representando uma variação de 56,60%. Já a área transversal dos ramos apresentou um coeficiente de variação de 107,49%. O comprimento total médio dos ramos foi de 0,62 m, variando de 0,15 a 1,72m. A partir dos dados médios de produção de biomassa total verde e seca, verifica-se que o teor de umidade presente nos materiais frescos era em torno de 55%. Observa-se que os pesos dos ramos e suas variáveis medidas apresentam valores altos de coeficiente de variação, ocasionado pela grande variabilidade de forma e tamanho destes ramos nas árvores. Os valores de mínimos e máximos apresentados na Tabela 1 também dão ideia das dimensões que os ramos da espécie estudada poderão apresentar. Com base nos dados obtidos em campo e em laboratório, estimou-se os valores dos coeficientes de correlações entre as variáveis dendrométricas, o peso verde e o peso seco totais dos ramos das árvores de canela-preta, conforme mostra a Tabela 2. Tabela 2 - Coeficiente de correlação de Pearson para as variáveis dendrométricas e biomassa total dos ramos das árvores de Nectandra megapotamica. Variáveis db gb ct bt bts db - gb 0,97 ** - ct 0,90 ** 0,85 ** - bt 0,91 ** 0,95 ** 0,88 ** - bts 0,90 ** 0,94 ** 0,87 ** 0,99 ** - Sendo: db = diâmetro da base do ramo (cm); gb = área transversal do ramo (cm²); ct = comprimento total do ramo (m); bt = biomassa total verde do ramo (g); bts = biomassa total seca do ramo (g); ** = significância a 1%. Todas as variáveis dendrométricas avaliadas apresentaram correlação positiva significativa a 1% de probabilidade de erro entre elas e com a biomassa total verde e seca, ou seja, quanto maior for os valores dessas variáveis, maior será a biomassa. A variável que teve maior inter-relação com as biomassas foi a área transversal do ramo e a que teve menor correlação foi o comprimento total, embora todas as variáveis estudadas no presente - Resumo Expandido - [933] ISSN:
4 trabalho foram satisfatórias para as biomassas. Mesmo que o diâmetro da base dos ramos tenha apresentado uma correlação com as biomassas um pouco abaixo em comparação com que a área transversal demonstrou ter com as biomassas, essas duas variáveis dendrométricas são colineares entre si. Em erveiras (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.), Vuaden (2009) observou que o diâmetro da base dos brotos apresentava um valor de correlação de 0,88 com a biomassa, a um nível de significância de 1%. Um pouco inferior ao encontrado no presente trabalho para a canela-preta. CONCLUSÕES Pode-se concluir que: Os ramos das árvores de canela-preta apresentam um teor de umidade em torno de 55%. A biomassa verde e seca dos ramos de canela-preta apresenta alta correlação com o diâmetro da base, a área transversal da base e o comprimento total dos ramos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HELDWEIN, A. B.; BURIOL, G. A.; STRECK, N. A. O Clima de Santa Maria. Ciência & Ambiente, v. 38, p , jan./jun PELLEGRINI, J. B. R. Fósforo na água e no sedimento na microbacia hidrográfica do Arroio Lino - Agudo - RS. 2005, 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, SAS INSTITUTE. Statistical analysis system 2001: versão 8.2. Cary, USA VUADEN, E. Sombreamento no desenvolvimento de brotos de Ilex paraguariensis A. St.-Hil f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, APEL, M. A.; LIMA, M. E. L.; SOUZA, A.; CORDEIRO, I.; YOUNG, M. C. M.; SOBRAL3,M. E. G.; SUFFREDINI, I. B.; MORENO, P. R. H. Screening of the biological activity from essential oils of native species from the atlantic rain forest (São Paulo - Brazil). Pharmacologyonline, v. 3, p BAITELLO, J. B.; HERNÁNDEZ, F. G. L.; MORAES, P. L. R. de; ESTEVES, R.; MARCOVINO, J. R. Lauraceae. In: WANDERLEI, M. G. L.; SHEPHERD, G. J.; GIULIETTI, A. M.; MELHEM, T. S. Flora fanerogâmica do Estado de São Paulo, São Paulo: Editora Rima. v. 3, p GARCEZ, F. R.; GARCEZ, W. S.; HAMERSKI, L.; MIGUITA, C. H.; MARQUES, A. P. Constituintes químicos das cascas do caule e das folhas de Nectandra megapotamica (Lauraceae). In: 30ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. Águas de Lindóia. Livro de Resumos da 30ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, p. PN LORENZI, H. Árvores brasileiras - Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP, Editora Plantarum, Vol. II, Resumo Expandido - [934] ISSN:
5 SILVA FILHO, A., A.; ALBUQUERQUE, S.; SILVA, M. L. A.; EBERLIN, M. N.; DANIELA M. TOMAZELA, D.M.; BASTOS, J.K. Tetrahydrofuran Lignans from Nectandra megapotamica with Trypanocidal Activity. Journal of Natural Products, v. 67, p Resumo Expandido - [935] ISSN:
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