Produção Industrial Junho de 2014

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1 Produção Industrial Junho de 2014 PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA EM JUNHO/14 A produção da indústria catarinense teve recuo mais intenso que a produção brasileira em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o pior junho desde 2011, quando a retração foi de 8%. No segundo trimestre, a queda da produção industrial de SC foi de 4,7% (na comparação com o mesmo período do ano anterior), interrompendo quatro trimestres consecutivos de resultados positivos. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, a produção industrial foi 1,7% menor que no primeiro semestre de Produção Industrial junho14/junho13 1 o semestre 2014/ 1 o semestre 2013 Brasil -6,9% -2,6% Santa Catarina -7,5% -1,7% Das 12 atividades industriais pesquisadas, 10 recuaram a produção em junho. Os únicos avanços foram de madeira e vestuário. No acumulado do ano, quatro atividades cresceram a produção (madeira, borracha e plásticos, alimentos e minerais não-metálicos). Principais Pressões SC junho14/junho13 Jan-Jun 14/Jan-Jun 13 Positiva Madeira 6,1% 8,1% Negativa Metalurgia -35,1% -8% Todos os estados do sul apresentam pior desempenho da produção industrial nos primeiros seis meses de 2014 quando comparados com o mesmo período do ano passado. Produção Industrial da indústria geral do Sul do Brasil acumulado no ano (jan-jun/14) Estados da Região Sul Jan-Jun 2014/Jan-Jun 2013 Paraná -4,3% Santa Catarina -1,7% Rio Grande do Sul -3,9%

2 CONJUNTURA ECONÔMICA PRODUÇÃO INDUSTRIAL FIESC PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASIL No primeiro semestre a produção industrial brasileira recuou 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Acelerou, portanto, a intensidade de queda, dado que de janeiro a maio a queda foi de 1,7%. Houve recuo na produção industrial de todas as categorias econômicas. G R Á F I C O 1: P R O D U Ç Ã O I N D U S T R I A L I N D Ú S T R I A B R A S I L E I R A P O R C A T E G O R I A S E C O N Ô M I C A S. V A R I A Ç Ã O (%) D O Í N D I C E A C U M U L A D O N O A N O ( J A N - J U N / ) S O B R E O M E S M O P E R Í O D O D O A N O A N T E R I O R ,3 Bens de capital -2,2-1,9 Bens intermediários Bens de consumo / F I E S C A pressão negativa mais significativa para a produção da indústria no Brasil está na retração da cadeia automobilística (que afeta todas as categorias econômicas). A produção de bens de capital apresentou retração nos seus dois componentes: bens de capital em geral (-2,6%), sobretudo, de equipamentos de transporte industrial (-16,3%). PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASIL RESULTADOS REGIONAIS (JAN-JUN/2014) No acumulado do ano, a redução da produção industrial ocorreu em nove dos quatorze locais pesquisados. Os estados que registraram expansão foram Pará (14,4%), Pernambuco (3,7%), Amazonas (1,0%), Goiás (0,8%) e Mato Grosso (0,4%). G R Á F I C O 2: PR O D U Ç Ã O I N D U S T R I A L I N D Ú S T R I A G E R A L. VARIAÇ Ã O (%) D O Í N D I C E A C U M U L A D O N O A N O ,4 3,7 1 0,8 0,4-0,9-1,5-1,7-2 -2,6-3,9-3,9-4,3-4,5-5 / F I E S C 2

3 CONJUNTURA ECONÔMICA PRODUÇÃO INDUSTRIAL FIESC O desempenho dos estados com queda de produção foi influenciado por fatores relacionados a menor fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para equipamentos de transportes caminhão- trator para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias), bens intermediários (autopeças, produtos têxteis, produtos siderúrgicos, produtos de metal, petroquímicos básicos, resinas termoplásticas e defensivos agrícolas) e bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos da linha branca, motocicletas e móveis). A indústria do Pará foi impulsionada pela indústria extrativa (devido a maior extração de minério de ferro); Pernambuco pela produção de açúcar e produtos embutidos. Entretanto, este Estado apresentou um segundo trimestre de expressiva queda de produção sobre o segundo trimestre do ano passado. Em junho, dez de doze atividades recuaram sobre junho do ano passado. A indústria do Amazonas cresceu no acumulado do ano devido a maior produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores e monitores de vídeo). Foi impulsionada pelos meses que antecedem à copa. Em junho, o estado do Amazonas registrou recuo de 16% sobre maio. A produção do Mato Grosso foi impulsionada pela maior produção de álcool etílico, fertilizantes e madeira. Em Goiás, o avanço anual da produção adveio da contribuição dos alimentos (leite, açúcar, óleo de soja) e fertilizantes. Estados do Sul: No PARANÁ, a indústria apresentou recuo em oito atividades industriais das 13 pesquisadas. Maiores pressões foram de veículos automotores (-15,7%): automóveis, veículos para transporte de mercadorias, caminhões; e alimentos (-5,2%): chocolates, chá-mate, rações, carnes e miudezas de aves. Também foi expressivo o recuo de máquinas e equipamentos (-9,5%): máquinas para colheita, tratores agrícolas, máquinas têxteis. As pressões positivas são minerais nãometálicos (blocos para construção de cimento ou concreto) e óleo combustível. RIO GRANDE DO SUL - A indústria gaúcha recuou 3,9% no acumulado do ano devido a menor produção de treze atividades do total de 14. Maiores pressões foram de outros produtos químicos (-10,9%): menor produção de adubos e fertilizantes; calçados (-6,7%); veículos (-3%): eixos, reboques, carrocerias; metalurgia (-10%): peças de ferro e aço; fumo (-7%): fumo processado e cigarros; alimentos (-1,3%), carnes e miudezas de aves, carnes de suínos, produtos embutidos, queijos e arroz. 3

4 CONJUNTURA ECONÔMICA PRODUÇÃO INDUSTRIAL FIESC PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA JUNHO 2014 / JUNHO 2013 A produção industrial de Santa Catarina recuou 7,5% em junho de 2014 na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Dez das doze atividades pesquisadas apontaram taxas negativas. G R Á F I C O 3 : P R O D U Ç Ã O I NDU S T R I A L D E S A N T A C A T A R I N A. J U N H O 2014/J U N H O V A R I A Ç Ã O ( % ) ,1-13,3-11,7-11,4-7,5-7 -6,5-5,8-5,7-5,1-0,9 3,3 6,1 Pressões Negativas Var (%) Principais influências (junho 2014/junho 2013) Metalurgia -35,1% artefatos e peças diversas de ferro fundido, tubos, canos e perfis ocos de aço com costura e artefatos de alumínio fundido Máquinas, aparelhos e materiais elétricos -11,7% motores elétricos de corrente alternada ou de corrente contínua e refrigeradores ou congeladores Máquinas e Equipamentos Produtos Alimentícios -13,3% -5,8% bombas centrífugas, partes e peças para refrigeradores, congeladores e semelhantes, compressores de ar, betoneiras e máquinas para amassar cimento e partes e peças para semeadores, adubadores, arados e outras máquinas agrícolas para preparar o solo carnes e miudezas de aves congeladas, óleo de soja refinado e preparações e conservas de peixes 4

5 Produtos de Metal -11,4% artefatos diversos de ferro e aço estampado, esquadrias de alumínio, estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas, latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos, parafusos e outros artefatos roscados e reservatórios de ferro e aço Pressões Positivas Var (%) Principais influências (junho 2014/junho 2013) Vestuário e Acessórios 3,3% Vestidos de malha e conjuntos de malha de uso feminino Produtos de Madeira 6,1% Portas e janelas de madeira, molduras de madeira para quadros e madeira em bruto tratada JAN-JUNHO 2014 / JAN-JUNHO 2013 A produção industrial de Santa Catarina recuou 1,7% nos primeiros seis meses de 2014 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Oito das doze atividades pesquisadas apontaram queda de produção, com destaque para as indústrias de metalurgia e máquinas e aparelhos elétricos. G R Á F I C O 4: P R O D U Ç Ã O I N D U S T R IAL D E S A N T A C A T A R I N A. J A N. - J U N H O / J A N - J U N H O V A R I A Ç Ã O (%) produtos de madeira borracha e de material plástico produtos alimentícios minerais não-metálicos vestuário e acessórios indústria de transformação produtos têxteis veículos automotores celulose, papel e produtos de papel máquinas e equipamentos máq, ap e mat elétricos produtos de metal metalurgia -8-5,7-5,1-1,5-1,7-1,7-2,2-2,5-2,5 0,4 0,2 2,3 8,

6 EM 12 MESES Quando considerado o índice acumulado dos últimos doze meses, a indústria de transformação de Santa Catarina mantém-se em crescimento desde junho de 2013, comportamento que aparece no gráfico com o avanço da linha de produção industrial para o plano superior. Em junho, o incremento da produção industrial de SC sobre os 12 meses anteriores foi de 0,5%. Destaca-se a desaceleração que ocorreu a partir do segundo trimestre de 2014, sobretudo no mês de junho. G R Á F I C O 5 - PR O D U Ç Ã O D A I N D Ú S T R I A D E T R A N S F O R M A Ç Ã O D E S A N T A C A T A R I N A V A R I A Ç Ã O % D O S Ú L T I M O S 12 M E S E S S O B R E 12 M E S E S A N T E R I O R E S ,8-2,5-2,7-3 -3,4-4,3-5,3-5,9-5,6-6,4-6,9-7,2-7,4-4,7-4,6-4,7-3,6-2,6-2,4-1,2-1, ,3 0,4 0,6-0,3 2,7 1,5 1,8 1,5 1,7 1,9 1,3 1,3 1,4 0,5 jun ago out dez fev abr jun ago out dez fev abr jun ago out dez fev abr jun Diversos fatores contribuíram para o desaquecimento mais intenso da atividade industrial no segundo trimestre: - menor contribuição da demanda por caminhões e máquinas agrícolas, pressões importantes para a produção de bens de capital no ano passado; - fim do estímulo derivado da copa e suas obras. Devido ao evento esportivo, houve expansão da produção de equipamentos eletrônicos (televisores, celulares), que impulsionaram, sobretudo, a zona franca, em Manaus. As obras, como aeroportos, também tiveram importância para a fabricação de estruturas metálicas, expressas nos dados de produtos de metal e metalurgia ; - a copa e feriados prejudicaram as vendas no varejo e a produção industrial em junho com a paralização em dias dos jogos; - menores incentivos à compra de bens de consumo (automóveis, linha branca...) via redução de impostos e expansão do crédito, o que desestimulou a demanda; 6

7 - elevação dos juros, desde abril de 2013, para conter pressão inflacionária. A escassez de chuvas gerou elevação dos preços dos alimentos, energia elétrica, que se somaram aos preços represados dos combustíveis e transportes. Houve significativa contribuição dos serviços para a elevação dos preços. - Intervenções cambiais para controle da inflação. Esta política evita o encarecimento os produtos importados e gera desalinhamento de preços internos e externos; - salários reais continuaram subindo além da produtividade. - deterioração de expectativas: aumento de preços fez o consumidor sentir perda de poder aquisitivo, além da insegurança pelo emprego; por outro lado, o governo não consegue atingir as metas propostas de superávit primário e mantém a contabilidade criativa, a balança comercial ampliou o déficit, os investimentos se retraíram e não são discutidas propostas significativas de reformas estruturais...o que prejudicou as expectativas dos empresários. Houve um esgotamento do modelo de crescimento baseado no consumo e o atraso nos grandes projetos de obras prejudicou o clima favorável de expectativas para o investimento. - menor contribuição da Argentina, sobretudo para a produção de veículos. As exportações de Santa Catarina para a Argentina recuaram 18% nos primeiros sete meses do ano, comparados com o mesmo período do ano anterior. - Neste ano, o principal impacto da crise Argentina para o total das exportações de Santa Catarina foi o recuo de máquinas e equipamentos, que representaram 17,4% do total vendido e recuaram 30% ante o período de jan-jul de 2013, como mostra a tabela abaixo. Exportações de Santa Catarina para a Argentina, jan-jul 2013 e jan-jul 2014, em US$ milhões. Capítulo SH2 US$ milhões Part (%) total Principais Produtos US$ milhões Part (%) total Variação (%) 2014/2013 Papel e cartão 58,2 18,8 61,1 24,0 5 papel kraft Máquinas e equipamentos 62,7 20,3 44,1 17,4-30 motocompressores, blocos de cilindros, refrigeradores Máquinas e aparelhos elétricos 29,3 9,5 28,3 11,1-3 motores elétricos Ferro e aço 40,8 13,2 24,3 9,6-41 laminados Obras de ferro e aço 10,6 3,4 9,8 3,9-8 parafusos, tubos de ferro Carnes e miudezas 21,5 7,0 9,6 3,8-56 carnes de suínos e frango Produtos cerâmicos 7,9 2,5 8,7 3,4 10 Ladrilhos Extratos tanantes e tintoriaiis 6,0 1,9 8,3 3,3 38 Composições vitrificáveis Plásticos e suas obras 9,0 2,9 7,7 3,0-15 tubos de plástico, sacos Preparações de carne 9,7 3,1 6,7 2,6-31 de suíno Veículos automotores 8,9 2,9 5,2 2,0-42 freios e outras partes de automóveis Têxteis 6,0 1,9 5,0 2,0-17 roupas de toucador 7

8 Materias albuminóides; Produtos à 3,4 1,1 2,8 1,1-20 gelatina, dextrina base de amidos ou de féculas modificados; Colas; Enzimas Frutas 2,8 0,9 2,9 1,1 3 Bananas Madeira 1,9 0,6 2,5 1,0 30 compensados Tecidos especiais 2,6 0,8 1,9 0,8-26 atoalhados Vidro 2,1 0,7 1,9 0,7-12 chapas, fibra de vidro Móveis 3,0 1,0 1,8 0,7-40 edredon, almofadas, etc Subtotal ,5 92,7 232,4 91,4-19 Total 308,9 100,0 254,1 100,0-18 F O N T E : M D I C - S I S T E M A A L I C E - Pressão inflacionária deve se manter no segundo semestre, apesar da desaceleração no mês de julho. Em julho, houve recuo de preços de alimentação e bebidas (quarto mês consecutivo devido a redução da cotação das commodities agrícolas), vestuário (promoções da época do ano), transportes e comunicação. Houve expressiva queda de passagens aéreas, e outros itens relacionados a transportes (etanol, pneu, gasolina, lubrificação e lavagem, conserto de automóvel, acessórios e peças, automóveis novos e usados, motocicletas). A principal pressão inflacionária em julho foi de habitação (1,2% sobre junho), devido ao aumento dos preços de energia elétrica. A redução das passagens aéreas foi acompanhada pela redução de preços dos hotéis devido ao fim da copa e a redução de preços de itens relativos a transportes mostra o desaquecimento do consumo. Para o segundo semestre, se houver repasse dos preços administrados e represados (energia elétrica, transportes gasolina), espera-se que a inflação volte a passar do teto da meta (6,5%) em agosto e setembro (recuando nos meses seguintes). No ano, de acordo com o boletim Focus do Banco Central, o IPCA deve fechar em 6,26% (11/08/2014). - As projeções do mesmo boletim indicam crescimento de 0,86% do PIB em 2014, com recuo de 1,53% da produção industrial. Contribuições positivas para o segundo semestre: - Principais mercados compensam recuo de vendas para a Argentina. Aumento da demanda da Rússia, sobretudo por alimentos, como carnes, o que favorece a produção dos frigoríficos. 8

9 Exportações de Santa Catarina Principais Mercados, Jan-jul 2013 e 2014, em US$ milhões jan-jul 2013 jan-jul 2014 Variação Part (%) (%) US$ milhões US$ milhões Jan-jul2014/ jan-jul 2013 China 530,0 769,7 45,2 14,0 Estados Unidos 605,7 703,1 16,1 12,8 Rússia 179,9 318,6 77,1 5,8 Subtotal (3) 1.315, ,4 36,2 32,6 Total 5.222, ,1 5,1 100 F O N T E : M D I C - S I S T E M A A L I C E - A Rússia fez uma concessão recorde de certificados sanitários para 89 frigoríficos brasileiros em agosto/14, o que ampliará significativamente as exportações brasileiras de carnes bovinas, suína, aves e lácteos. As vendas de frango do Brasil para a Rússia caíram desde 2010 e deve ter expressiva recuperação neste ano devido a crise da Ucrânia e as sanções impostas à Rússia. No dia 09 de agosto, a Rússia habilitou quatro unidades da cooperativa catarinense Coopercentral Aurora, sendo duas de suínos e duas de frango. - Crescem as exportações para os EUA, economia que se mantêm em recuperação, o que favorece a produção de máquinas e equipamentos, máquinas elétricas, metalurgia e também produtos da indústria madeireira. - As vendas de máquinas agrícolas das montadoras para as revendas em julho, no Brasil, retomaram o ritmo normal depois de recuarem nos meses anteriores. Este é um dos itens que mais tem pressionado o fraco desempenho da produção de bens de capital. De acordo com a Anfavea, em julho, a comercialização doméstica subiu 8,8% sobre junho. O segundo semestre é de maior demanda, puxada pelo plantio da safra de verão. A Anfavea projeta recuo de 12% nas vendas internas esse ano (73 mil unidades), ante o recorde do ano passado (83 mil unidades). Santa Catarina é um dos produtores brasileiros de tratores, carrocerias e outros equipamentos para transporte comercial. - Em Santa Catarina, BMW iniciará produção em outubro; - Resultado das eleições pode gerar expectativas positivas, estimulando a produção do primeiro semestre de GM Consultoria