Produção Industrial junho de 2013
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- Márcio Palmeira
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1 Produção Industrial junho de 2013 SUMÁRIO EXECUTIVO A produção industrial de Santa Catarina recuou 0,2% em junho, em relação ao mesmo mês do ano anterior. É a segunda taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação. As maiores pressões em junho/13 foram: Principais Pressões 13/12 Positiva Metalurgia Básica 35,8% Negativa Máquinas e Equipamentos -4,1% Nos primeiros seis meses do ano, a produção industrial catarinense mostrou variação negativa de 0,5% sobre o mesmo período do ano anterior. As maiores pressões no acumulado do ano foram: Principais Pressões Jan-Jun.13/Jan-Jun.12 Positiva Celulose, Papel e Produtos de Papel 10,0% Negativa - Produtos têxteis -11,2%
2 CONJUNTURA ECONÔMICA 09 de julho de 2013 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASIL: RESULTADOS REGIONAIS No mês de junho de 2013 a produção industrial brasileira registrou crescimento de 3,1% quando comparado a junho de PRODUÇÃO INDUSTRIAL REGIONAL. INDÚSTRIA GERAL. VARIAÇÃO (%) ÍNDICE MENSAL JUNHO BASE: IGUAL MÊS ANO ANTERIOR 9,9 11,8 2,4 2,4 3,1 3,1 3,6 4,4 5,2-1,4-0,6-0,2-7,0-6,0 No acumulado dos primeiros seis meses do ano, a produção industrial brasileira avançou 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ocorreu aumento de produção em nove locais pesquisados, com Pará apontando a perda mais acentuada (-10,3%) devido ao recuo na produção da indústria extrativa (minério de ferro) e metalurgia básica (óxido de alumínio). PRODUÇÃO INDUSTRIAL REGIONAL. VARIAÇÃO (%) ÍNDICE ACUMULADO JAN- JUNHO BASE: IGUAL PERÍODO DO ANO ANTERIOR 0,6 0,8 1,4 1,9 2,0 2,2 2,7 2,9 4,7 5,9-0,7-0,5-10,3-9,4 2
3 É relevante observar que o crescimento da produção industrial brasileira no primeiro semestre de 2013 ocorreu impulsionada, sobretudo, pela maior produção de bens de capital. Dentre estes, a maior contribuição foi o avanço da produção de equipamentos de transporte industrial. Entretanto, esta categoria incide sobre uma base de comparação comprimida, dado que no ano de 2012 ocorreram interrupções na produção de caminhões. Ocorreu antecipação de compras de caminhões para 2011, fruto da mudança na regulamentação de motores. Motores menos poluentes geraram expectativas de aumentos de preços e resultaram em aumento de demanda em Em 2013, contribuíram para o resultado, as safras recordes e os juros reais negativos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES. De acordo com a ANFAVEA, houve um crescimento de 51% na fabricação de caminhões no Brasil, nos sete primeiros meses de PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL BRASILEIRA, POR CATEGORIAS DE USO. VARIAÇÃO (%) DO 1 O SEMESTRE DO ANO SOBRE O MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR 3 Primeiro Semestre Brasil Bens de capital -23,0 29,7 5,4-12,5 13,8 1.Bens de capital - exclusive (2) -32,9 33,7-0,1-10,1 3,7 2.Equipamentos de transporte industrial -2,0 23,9 14,0-15,9 28,6 Bens intermediários -15,7 17,3 1,1-2,4 0,4 1.Alimentação e bebidas básicos para indústria 15,1-19,0 0,8 15,6-7,3 2.Alimentação e bebidas elaborados para indústria 4,6 13,0-11,3-6,0 0,1 3.Insumos industriais básicos -24,0 23,8 6,0-5,6-5,8 4.Insumos industriais elaborados -16,3 18,2-0,3-1,0-0,4 5.Combustíveis e lubrificantes básicos 7,0-0,4 0,0 1,0-5,3 6.Combustíveis e lubrificantes elaborados -2,6-1,3 4,3 3,5 9,1 7.Peças e acessórios para bens de capital -28,4 40,8 4,3 1,1-0,7 8.Peças e acessórios para equipamentos de transporte industrial -29,1 32,4 6,5-12,9 4,3 Bens de consumo -7,3 10,6 0,8-2,5 0,7 Bens de consumo duráveis -19,3 20,6 2,0-9,3 4,9 1.Duráveis - exclusive (2) e (3) -22,8 29,6 3,4-7,0 3,8 2.Veículos automotores para passageiros -13,8 14,5-1,4-11,0 7,7 3.Equipamentos de transporte não industrial -40,9 17,0 26,4-10,6-10,4 Semi-duráveis e não duráveis -3,1 7,7 0,5-0,3-0,5 4.Semi-duráveis -16,3 12,7-7,2-6,0 0,0 5.Não duráveis - exclusive (6,7) -1,3 7,0 2,8-1,1-4,2 6.Alimentação e bebidas elaborados para consumo doméstico -1,1 7,5-0,3 0,6-0,4 7.Carburantes (gasolina e álcool hidratado) -1,4 6,0 3,1 4,6 10,1 - PESQUISA INDUSTRIAL MENSAL - PRODUÇÃO FÍSICA
4 A produção de bens de capital no primeiro semestre de 2013, quando desconsiderados os equipamentos para transporte industrial, revelou uma expansão abaixo do esperado, apesar do melhor desempenho em relação aos primeiros seis meses dos dois anos anteriores. Este dado revela que a expansão do PIB via investimentos não está sendo capaz de compensar a menor demanda por bens de consumo. Por outro lado, a desvalorização cambial deve inibir a importação de máquinas e equipamentos, o que favorecerá a indústria nacional. Ocorreu avanço na produção de bens de consumo (0,7%) sobre o primeiro semestre do ano passado, e foi impulsionada, sobretudo, pela maior produção de bens de consumo duráveis, puxados pela indústria automobilística. A produção de bens de consumo não duráveis recuou (-4,2%) em relação ao mesmo período do ano passado. Os altos preços de itens como alimentação contribuíram para este resultado. Importante salientar o aumento na produção de combustíveis. Apesar do crescimento, não é capaz de atender a demanda gerada pelas vendas de automóveis, que impulsionam a importação de combustíveis e pressionam a balança comercial brasileira. A produção de bens de consumo será afetada no segundo semestre pela diminuição no ritmo de expansão dos indicadores relacionados ao mercado de trabalho, como renda, além da inflação acumulada nos últimos dozes meses e a maior seletividade na concessão de crédito por bancos e financeiras. Os dados do comércio varejista do primeiro semestre de 2013 mostram que a indústria entrou no segundo semestre pressionada por uma varejo que teve um resultado abaixo do esperado dadas as menores taxas de expansão do volume de vendas em relação ao desempenho de anos anteriores. A desaceleração do comércio varejista no primeiro semestre ficou evidenciada pela menor taxa de expansão das vendas desde 2005, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Quando considerados os dados de Santa Catarina, o aumento das vendas do varejo é o menor de toda a série, iniciada em Entretanto, deve-se considerar a forte influência do mês de junho, afetado pelas manifestações populares e pelos jogos da copa das confederações. Empresas do setor varejista indicaram que o mês de julho registrou elevação de vendas e mostrou que haviam vendas represadas do mês anterior. 4
5 VARIAÇÃO (%) DO VOLUME DE VENDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (BASE: IGUAL PERÍODO DO ANO ANTERIOR) Primeiro Semestre Brasil Volume de vendas total 3,9 11,8 9,2 7,0 3,7 Combustíveis e Lubrificantes 2,2 5,6 2,9 4,7 6,2 Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 6,8 10,4 3,9 9,5 0,3 Hipermercados e supermercados 6,6 10,1 3,8 10,0 0,4 Tecidos, vestuário e calçados -6,9 10,1 7,7 1,1 3,0 Móveis e eletrodomésticos -2,3 20,6 17,8 14,1 3,8 Móveis ,4-4,1 Eletrodomésticos ,6 7,5 Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 11,8 12,2 10,6 10,9 8,6 Livros, jornais, revistas e papelaria 8,6 8,1 8,6 4,0 4,4 Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação 16,7 25,8 14,7 17,0 3,7 Outros artigos de uso pessoal e doméstico 9,5 6,1 6,5 7,5 9,8 Veículos, motocicletas, partes e peças 5,3 11,6 12,0 3,1 4,2 Material de construção -9,8 15,9 12,6 9,3 6,8 Santa Catarina Volume de Vendas total 3,3 9,8 10,0 3,2 2,4 Combustíveis e Lubrificantes 6,3 5,2-2,1 4,3-0,2 Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 4,1 8,3 5,3 8,7-0,4 Hipermercados e supermercados 4,1 7,9 5,0 8,8-0,8 Tecidos, vestuário e calçados 0,8 8,0 3,3 4,0 1,6 Móveis e eletrodomésticos 2,3 9,4 5,6 17,5 0,2 Móveis ,8-11,1 Eletrodomésticos ,0 6,5 Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 22,2 20,2 11,3 10,9 14,7 Livros, jornais, revistas e papelaria 9,5 0,8 0,1 15,1 3,7 Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação 118,5 14,3 32,2 10,8-0,4 Outros artigos de uso pessoal e doméstico 7,2-3,5 10,0 13,1 3,7 Veículos, motocicletas, partes e peças 1,3 12,0 17,9-6,7 3,3 Material de construção -7,0 13,7 9,7 12,3 11,9 - PESQUISA MENSAL DE COMÉRCIO Os dados acumulados de vendas no varejo brasileiro (jan-jun/13) indicaram desaceleração nas taxas de crescimento, sobretudo para móveis (taxa negativa), alimentos, 5
6 equipamentos para escritório, eletrodomésticos, materiais de construção e artigos farmacêuticos. Destaca-se o aumento das taxas de consumo para itens relacionados à cadeia automobilística como automóveis, motocicletas e suas partes e combustíveis. Em 2012, quando o PIB cresceu apenas 0,9%, este avanço foi sustentado basicamente pelo consumo, que cresceu 3,1% entre as famílias e 3,2% no governo. O investimento recuou 4%, em um ano em que a indústria de transformação também retraiu 2,5%. Neste ano, no primeiro trimestre, dentre os componentes da demanda interna, a despesa de consumo das famílias apresentou crescimento de 2,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, sendo a trigésima oitava variação positiva consecutiva nessa base de comparação. Entretanto, observa-se no quadro abaixo a perda de vigor do consumo. TAXA TRIMESTRAL DO PIB A PREÇOS DE MERCADO (VARIAÇÃO EM VOLUME EM RELAÇÃO AO MESMO TRIMESTRE DO ANO ANTERIOR - %) - 1º TRIMESTRE DE 2013 Setor de atividade 2012.I 2012.II 2012.III 2012.IV 2013.I PIB a preços de mercado 0,8 0,5 0,9 1,4 1,9 Despesa de consumo das familias Despesa de consumo da administração pública Formação bruta de capital fixo Exportação de bens e serviços Importação de bens e serviços (-) CONTAS NACIONAIS TRIMESTRAIS 2,5 2,4 3,4 3,9 2,1 3,4 3,1 3,2 3,1 1,6 (-) 2,1 (-) 3,7 (-) 5,6 (-) 4,5 3,0 6,6 (-) 2,5 (-) 3,2 2,1 (-) 5,7 6,3 1,6 (-)6,4 0,4 7,4 A Formação Bruta de Capital Fixo (FBKf) registrou crescimento de 3,0% no primeiro trimestre, em relação a igual período do ano anterior, após quatro quedas seguidas em 2012, justificada pela expansão da importação e produção interna de bens de capital. A Despesa de Consumo da Administração Pública, por sua vez, cresceu 1,6% na comparação com o mesmo período de As exportações, com o menor preço das commodities e o menor crescimento de importantes mercados para as mercadorias brasileiras, apresentou desempenho inferior ao mesmo trimestre do ano passado. Portanto, para o segundo semestre espera-se que desvalorização cambial favoreça as exportações, sobretudo de manufaturados, e iniba a importação, sobretudo de bens de consumo e é fundamental que a FBKf ganhe vigor ao longo do ano. De acordo com a LCA Consultores, se a FBCF crescer 7,5% em 2013, poderemos ter um crescimento do PIB de 2,5%. 6
7 PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA Em junho de 2013, a produção industrial de Santa Catarina recuou 0,2% frente ao mesmo mês do ano anterior. É a segunda taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação. O indicador acumulado nos últimos doze meses, ao recuar 1,5% em junho de 2013, mostra menor intensidade de queda frente ao resultado do mês anterior (outubro -3,9%; novembro -3,2%; dezembro -2,9%; janeiro -2,1%; fevereiro -2,0%; março -2,0%; abril -1,2%; maio -1,7%). PRODUÇÃO INDUSTRIAL INDÚSTRIA GERAL DE SANTA CATARINA. ÍNDICE ACUMULADO BASE: 12 MESES ANTERIORES =100 8,0 6,0 4,0 2,0 6,5 5,6 3,8 1,9 0,0-2,0-4,0-6,0-1,1-2,5-4,8-6,6-5,1-4,1-4,6-3,2-2,1-2,0-1,2-1,5-8,0 dez. jul. ago. set. out. nov. dez. jul. ago. set. out. nov. dez JUNHO 2013 / JUNHO 2012 A produção industrial de Santa Catarina recuou 0,2% em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Seis das onze atividades pesquisadas apontaram taxas negativas. O resultado de junho confirma que a indústria encontra dificuldades para crescer em O semestre mostrou instabilidade nos resultados mensais. A produção industrial de abril indicava uma possível reação da indústria catarinense, o que não se confirmou com os recuos de produção de maio e junho em relação aos mesmos meses do ano anterior. O menor consumo interno, principal motor de crescimento econômico nos últimos anos, acompanhado pelo baixo nível de investimentos (privados e públicos) e exportações, impõem uma conjuntura ainda mais desfavorável à indústria de transformação de Santa Catarina em
8 Pressões positivas Jun. 2013/ Jun Variação mensal (%) Metalurgia Básica 35,8% Vestuário e Acessórios 5,1% Maiores influências Artefatos e peças de ferro fundido e barras, perfis e vergalhões de alumínio Conjuntos de malha de algodão, calças compridas de uso feminino e bermudas e shorts de uso masculino. Observação Após quatro meses de queda (Nov-Fev), avançou nos últimos quatro meses. Pressões Negativas Jun. 2013/ Jun Variação mensal (%) Maiores influências Observações Máquinas e Equipamentos Produtos têxteis -4,1% -4,1% Compressores usados em aparelhos de refrigeração Tecidos de malha de algodão e de algodão, tecidos e feltros, toalhas de mesa e artigos de passamanaria. Alimentos -1,2% Preparações de carnes de aves, carnes de suínos congeladas, leite esterilizado/uht/longa vida e arroz descascado. Recuo de produção há dois meses consecutivos (maio e junho/13) Dez meses consecutivos de queda nessa base de comparação. Cresceu em janeiro, recuou em e, cresceu em abril, recuou em maio e junho. Observou-se ganho de dinamismo na indústria de Santa Catarina na passagem do primeiro para o segundo trimestre. Houve uma avanço de 1,3% no período de abril-junho de 2013 sobre o trimestre anterior, o que interrompeu a sequência de oito trimestres consecutivos com resultados negativos. Contribuíram para este desempenho o menor recuo da indústria têxtil, que passou de -16,4% no período de jan-mar/2013 para -5,8% no período de abril-junho/2013, além da expansão da produção da metalurgia básica (de 0,7% para 28,2%) e alimentos (de -1,5% para 1,3%). 8
9 PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA. ÍNDICE TRIMESTRAL. PERÍODO ANTERIOR= ,3-0,8-1,1-2,3-3,7-6 1o Trim. 2o Trim. 3o Trim. 4o Trim. 1o Trim. 2o Trim JAN - JUN/2013 ACUMULADO DO ANO A produção catarinense acumulada no primeiro semestre do ano recuou 0,5% frente a igual período do ano anterior, pressionada em grande parte pela queda observada em seis das onze atividades pesquisadas, cabendo aos setores de têxteis (-11,2%) e máquinas e equipamentos (-5,4%) as contribuições negativas de maior importância na média geral da indústria catarinense. Pressões positivas Variação acum. (%) Maiores influências Celulose, papel e produtos de papel 10% Papel Kraft para embalagem, caixas de papelão ondulado e sacos, sacolas e bolsas de papel Vestuário e Acessórios 10,4% Camisetas de malha de algodão, calças compridas e de conjuntos de malha de uso masculino Pressões Negativas Variação acum. (%) Maiores influências Produtos têxteis -11,2% Toalhas de banho de algodão, artefatos de tecidos para cozinha e tecidos de algodão Máquinas e Equipamentos -5,4% Compressores usados em aparelhos de refrigeração 9
10 DESTAQUES DAS ATIVIDADES INDUSTRIAIS - SC ALIMENTOS No primeiro semestre, a indústria de alimentos catarinense recuou 0,1% a produção industrial em relação ao mesmo período do ano anterior. Portanto, praticamente mantém-se no mesmo nível de produção na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2013, iniciou o ano com crescimento de 3,4% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, mas recuou nos dois meses seguintes (-1,5% e -6,1%). O crescimento de 9,7% em abril foi o melhor resultado da indústria de alimentos catarinense desde fevereiro de 2011, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Mas, este resultado foi ofuscado pelos recuos de maio e junho de 2013 na mesma base de comparação (-3,8% e -1,15%). Nos próximos meses espera-se elevação da produção industrial da indústria alimentar catarinense. A abertura e a ampliação de mercados externos (Japão, Ucrânia, México, China), e a desvalorização cambial tendem a favorecer o desempenho do segundo semestre. Em termos estruturais, foram realizados investimentos para aumento de capacidade produtiva em algumas empresas, como é o caso da Brasil Foods. Outras empresas foram adquiridas (como Agrovêneto, Seara) o que implica em reestruturações que resultarão em novas inversões de capital e sinaliza um cenário positivo para a expansão de atividade desta indústria nos próximos dozes meses. Os relatórios das empresas de capital aberto sinalizam para um processo de recomposição de margens após a expressiva elevação dos preços dos insumos e de custos de mão-de-obra ocorridos nos últimos dozes meses. A inflação brasileira, originária, sobretudo, destes dois fatores, tende a arrefecer nos próximos meses, o que contribui para a elevação da demanda dos produtos desta indústria. 10
11 PRODUÇÃO INDUSTRIAL INDÚSTRIA DE ALIMENTOS DE BRASIL E SANTA CATARINA. ÍNDICE ACUMULADO. IGUAL PERÍODO DO ANO ANTERIOR = jul. ago. set. out. nov. dez. jul. ago. set. out. nov. dez. jul. ago. set. out. nov. dez. jun Brasil Santa Catarina PREÇOS MÉDIOS DA SOJA- CHICAGO E PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS DE SÃO PAULO MERCADO À VISTA R$/60 kg Jun 2012 Jul 2012 Soja Ago Set Out Nov Dez Jan 2013 São Paulo (preços pagos ao produtor) Fev Mar Abr Mai Jun Jul Chicago (Bolsa) FONTE: NYMEX, LIPE VIA REUTERS E INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA (IEA). ELABORADO POR BANCO CENTRAL DO BRASIL PREÇOS MÉDIOS DO MILHO - CHICAGO E PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS DE SÃO PAULO MERCADO À VISTA R$/60 kg Jul 2012 Ago Set Out Nov Dez Jan 2013 Milho São Paulo (preços pagos ao produtor), Fev Mar Abr Mai Jun Jul Chicago (Bolsa) FONTE: NYMEX, LIPE VIA REUTERS E INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA (IEA). ELABORADO POR BANCO CENTRAL DO BRASIL A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) informou em 02/08/2013 que as exportações brasileiras de carne de frango subiram 8,8% em julho na comparação com o 11
12 mesmo período de 2012, alcançando 339,6 mil toneladas. A receita com as vendas externas de frango no mês subiram 20% sobre julho do ano passado, para US$ 680,5 milhões. Entre janeiro e julho, as exportações de carne de frango somaram 2,229 milhões de toneladas, queda de 3% em relação ao mesmo período de Já a receita subiu 8,8% na mesma comparação, para US$ 4,774 bilhões. O segundo semestre é marcado por alta sazonal nas exportações. Segundo a Ubabef, os embarques devem manter o ritmo de crescimento com a abertura do mercado mexicano para a carne de frango do Brasil e ainda com a eventual habilitação de novas plantas para a China. Isso permitiria atingir volumes de exportação equivalentes aos de 2012, informou a entidade. CELULOSE E PAPEL A indústria de celulose e papel foi a principal influência positiva para a produção industrial de Santa Catarina no primeiro semestre. Entretanto, em junho, interrompeu um período de doze meses de crescimento consecutivo na comparação do mês sobre o mesmo mês do ano anterior. O mês de junho de 2013 foi o pior junho dos últimos dois anos. Mas, de acordo com os dados da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel) o setor brasileiro de celulose e papel encerrou o primeiro semestre de 2013 com saldo positivo. No acumulado, a produção de celulose atingiu aproximadamente 7,25 milhões de toneladas, com alta de 4,8% sobre o volume do mesmo período de Em volume, as exportações no semestre cresceram 8,4%. Em junho, foram produzidos 9,8% a mais do que no mesmo mês do ano anterior. PRODUÇÃO INDUSTRIAL INDÚSTRIA DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL DE BRASIL E SANTA CATARINA. ÍNDICE DE BASE FIXA MENSAL SEM AJUSTE SAZONAL (BASE: MÉDIA DE 2002=100) 170,0 160,0 150,0 140,0 152,4 145,2 159,1 161,9 162,1 138,8 130,0 120,0 110,0 100,0 jan jul. ago. set. out. nov. dez
13 VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS O ano de 2012 não foi positivo para a indústria de vestuário, que terminou com queda de produção industrial em relação a 2011 (-8,7%). Mas, a partir de dezembro de 2012 a indústria de vestuário catarinense registrou taxas de crescimento positivas da produção industrial em relação aos mesmos meses do ano anterior como mostra o gráfico abaixo. PRODUÇÃO INDUSTRIAL INDÚSTRIA DE VESTUÁRIO DE SANTA CATARINA. VARIAÇÃO (%) SOBRE IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0-10,0-20,0-30,0-40,0 25,3 34,3 6,5 9,5 13,2 4,6 4,6-7,4-4,7-9,1-8,2-4,9 2,9 5,1-13,6-27,3-22,6-23,3 jul. ago. set. out. nov. dez Como historicamente o segundo semestre tende a ser melhor do que o primeiro semestre, a tendência é o crescimento da indústria de vestuário manter-se ao longo de A desvalorização cambial contribuirá para a menor concorrência no mercado interno, dado que os produtos importados tendem a ter o preços maiores. PRODUÇÃO INDUSTRIAL INDÚSTRIA DE VESTUÁRIO DE SANTA CATARINA. ÍNDICE DE BASE FIXA MENSAL SEM AJUSTE SAZONA (BASE: MÉDIA DE 2002=100) 100,0 90,0 80,0 70,0 66,7 68,1 71,0 74,4 76,8 71,3 60,0 50,0 40,0 jan jul. ago. set. out. nov. dez
14 METALURGIA A produção da indústria metalúrgica terminou o ano de 2012 em queda em relação ao ano anterior, tanto em nível de Brasil (-4,1%) quanto em Santa Catarina (-0,74%). Em 2013, a metalurgia catarinense, após recuar a produção industrial no primeiro bimestre de 2013 (-6,3%) em relação ao mesmo período do ano anterior, avançou a produção no último quadrimestre. O mês de junho registrou a maior expansão do ano (35,8%) quando comparado o mês atual sobre o mesmo mês do ano anterior. No semestre, cresceu 13,7% em relação ao mesmo período de Neste segundo trimestre de 2013 houve retomada da produção doméstica e dos emplacamentos de caminhões no Brasil, com variações de 66% e 21%, respectivamente, frente ao segundo trimestre de Esses movimentos foram determinantes para o avanço dos resultado da indústria metalúrgica, em parte devido à base de comparação reduzida o ano de 2012 foi marcado por forte recuo do segmento de veículos comerciais. Em relação ao mercado externo, a modesta recuperação da economia norte-americana principal destino dos produtos Tupy, por exemplo permitiu absorção dos ganhos decorrentes da desvalorização sobre os preços de exportações. O mercado doméstico da indústria metalúrgica reflete também a maior produção de máquinas agrícolas e de construção. A produção dessas máquinas foi ampliada em 28,7% em relação ao segundo trimestre de 2012, informou relatório trimestral da Tupy. PRODUÇÃO INDUSTRIAL INDÚSTRIA DE METALURGIA DE SANTA CATARINA. VARIAÇÃO (%) SOBRE MESMO MÊS DO ANO ANTERIOR 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0-10,0-20,0 14,0-5,9-14,2-0,9-12,3 11,2 5,5-11,3-5,7 1,7 8,3-4,1-6,7-13,7 15,3-1,3 35,8 25,4 jul. ago. set. out. nov. dez. jul. ago. set. out. nov. dez
15 VEÍCULOS AUTOMOTORES Observa-se recuperação na produção de veículos automotores, tanto em nível de Brasil quanto em Santa Catarina. No acumulado do ano (jan-jun/13), ocorreu aumento de 14,9% na produção brasileira, enquanto a produção catarinense cresceu 4,4%. Em Santa Catarina, são quatro meses consecutivos de incremento na produção industrial quando comparados com os mesmos meses do ano anterior. PRODUÇÃO INDUSTRIAL INDÚSTRIA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES DE SANTA CATARINA. VARIAÇÃO (%) SOBRE IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR =100 30,0 20,0 10,0 0,0-10,0-20,0-30,0-40,0 21,7 9,6 6,0 2,9 5,5-5,2-3,3-12,9-21,9-23,7-19,0-12,6-15,0-11,7-27,7-25,1-19,3-15,9 jul. ago. set. out. nov. dez TÊXTEIS A produção industrial catarinense de têxteis não registra crescimento desde setembro de 2012, na comparação mensal (mês sobre mesmo mês do ano anterior). Os constantes recuos de produção fizeram com que no acumulado do ano de 2013 ocorresse uma variação de aproximadamente -12,2% sobre o mesmo período de No primeiro semestre de 2013, a produção da indústria brasileira recuou 4,0% sobre o mesmo período do ano anterior, enquanto que a catarinense apresentou maior intensidade de queda (-11,2%). PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE TÊXTEIS BRASIL E SANTA CATARINA. ÍNDICE DE BAXE FIXA MENSAL COM AJUSTE SAZONAL. BASE: 2002=100 15,0 10,0 5,0 0,0-5,0-10,0-15,0-20,0-25,0 10,2 5,2 5,8 5,3 6,5 2,5-1,7-0,9-2,5 0,0-2,4-4,1-8,5-10,6-11,9-10,2-15,3-21,4 jul. ago. set. out. nov. dez
16 ANEXO PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE SANTA CATARINA FONTE: SIDRA-IBGE; * MÊS SOBRE O MESMO MÊS DO ANO ANTERIOR GM
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