UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CAMPUS VARGINHA. Juliano Francisco Vital. A Taxa de Câmbio e a Indústria Brasileira,

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CAMPUS VARGINHA. Juliano Francisco Vital. A Taxa de Câmbio e a Indústria Brasileira, 1947-1961."

Transcrição

1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CAMPUS VARGINHA Juliano Francisco Vital A Taxa de Câmbio e a Indústria Brasileira, Varginha 2014

2 2 A Taxa de Câmbio e a Indústria Brasileira, Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Alfenas, como requisito parcial á obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas com ênfase em Controladoria. Orientador: Prof. Michel Deliberali Marson Varginha/MG 2014

3 3 A Taxa de Cambio e a Indústria Brasileira, A Banca examinadora abaixo assinada aprova a monografia apresentada com parte dos requisitos para obtenção do Titulo de Bacharel em Ciências Econômicas com Ênfase em Controladoria da Universidade Federal de Alfenas. Aprovado em: Professor Professor

4 4 Dedico a Deus, a minha família, professores e amigos pelo apoio na realização deste trabalho.

5 5 Agradecimentos Agradeço primeiramente a minha amada família que sempre incentivou e contribuiu para que o meu sonho em se tornar um futuro economista pudesse se tornar realidade. Sou muito grato a família que tenho e por tudo o que fizeram por mim. Ao meu orientador Prof. Michel Deliberali Marson pela sua atenção e compreensão e por compartilhar comigo os seus conhecimentos para que esta monografia pudesse ser concluída. A Universidade Federal de Alfenas Campus Varginha, na qual pude ao longo destes seis anos da minha vida, passar o maior tempo dedicando aos estudos, para um dia retornar o conhecimento adquirido a sociedade, sendo o objetivo principal de um aluno formado em Universidade Federal.

6 6 Resumo O assunto principal a ser tratado neste trabalho é a relação da taxa de câmbio e a indústria brasileira entre o período de Sendo o objetivo básico analisar qual seria a relação entre a taxa de câmbio vigente neste período em relação ao crescimento industrial. Existe uma escassez de trabalhos que procuram analisar esta relação da taxa de câmbio e desenvolvimento industrial, sendo o diferencial desta pesquisa. Para isso, procurou-se fazer uma análise nos dados publicados pela Revista Conjuntura Econômica que abordam o período mencionado acima. Este trabalho irá apresentar quais seriam as principais políticas econômicas de taxa de câmbio que levaram a um aumento ou queda na produção industrial e lucratividade no período de

7 7 Sumário Introdução Referencial teórico A evolução da política cambial no Brasil, Resultados: relação entre política cambial e o desenvolvimento da indústria Política cambial e produção industrial Política cambial e rentabilidade industrial Referencial Bibliográfico... 35

8 8 Introdução Após a Segunda Guerra Mundial, houve a manutenção da política econômica no Brasil para preservar a estabilização da economia. Os principais objetivos da política econômica brasileira entre outros, seria o controle inflacionário, crescimento econômico e o equilíbrio da balança de pagamentos. Para conseguir tais objetivos, o governo dispõe de instrumentos entre eles, a política cambial, como meio de promover a estabilidade econômica do país. A política cambial seria um conjunto de medidas, na qual é de responsabilidade do Estado e entidades competentes manterem equalizado o poder de compra do país de origem em relação aos países estrangeiros. A definição de taxa de câmbio está relacionada com o valor de uma moeda nacional em termos de valor de outra moeda internacional, ou seja, a taxa pela quais duas moedas de diferentes países podem ser trocadas ou transacionadas. A taxa de câmbio tem o intuito de promover a transação econômica entre países, de modo a impulsionar as importações, exportações e o mercado de capitais. Existe um debate na literatura econômica sobre a importância da taxa de câmbio para o processo de desenvolvimento da industrialização brasileira, no período de Autores como, Vianna, Pinho Netto, Luiz Orenstein e Antonio Claudio, Malan, Serra, Huddle, Fishlow e Celso Furtado discorrem, em seus textos, sobre a influência da taxa de câmbio no processo de industrialização. Nesse sentido, buscou-se aprofundar o conhecimento de modo a resgatar a influência da política cambial no Brasil no período de 1945 a 1961 para o processo de industrialização no Brasil. Para a elaboração deste trabalho, foi necessária uma leitura aprofundada em livros e artigos na literatura existente que abordam sobre a industrialização brasileira. Este trabalho tem como objetivo identificar qual a relação da taxa de câmbio e o crescimento da indústria brasileira no período de , de modo a avaliar seus impactos positivos e negativos sobre a produção e a lucratividade. Esta monografia tem a finalidade de fazer uma análise em uma fonte pouco utilizada em trabalhos, como a Revista Conjuntura Econômica. A Revista Conjuntura Econômica foi lançada em novembro de 1947, na qual buscou acompanhar as mudanças e as transformações político-econômicas que ocorreram no Brasil até os dias atuais.

9 9 O trabalho pretende fazer uma análise da produção e lucratividade das indústrias no período de e relacionar a taxa de câmbio com o desenvolvimento industrial. Como se deu o crescimento dos setores industriais neste período e a importância da taxa de câmbio? Qual foi a política cambial que mais favoreceu o crescimento das indústrias? O objetivo deste trabalho, é responder estas perguntas. Esta monografia pode ser divida em três partes. A primeira parte seria a apresentação e discussão das teorias econômicas relacionado à evolução política cambial no Brasil. Na segunda parte será realizada a análise da fonte de dados da Revista Conjuntura Econômica relacionados com a produção e lucratividade. A última parte irá tratar sobre as principais conclusões do crescimento industrial e taxa de câmbio do período de 1947 a Referencial teórico 1.1-A evolução da política cambial no Brasil, Dando início ao referencial teórico, decorre a evolução política cambial de de acordo com os autores Vianna, Pinho Netto, Luiz Orenstein e Antonio Claudio. Ao final, mostrará o debate na literatura econômica entre os autores Malan, Serra, Huddle, Fishlow e Celso Furtado sobre a influência e a importância da taxa de câmbio para o processo de industrialização no período de 1945 a De acordo com Vianna (1987, p.105), a política econômica do Governo Dutra pode ser dividida em dois períodos relevantes: o primeiro foi devido à mudança da política do comércio exterior, na qual ocorreu o fim do mercado de livre câmbio e o sistema de restrição às importações, no fim do ano de 1947 e começo de O segundo marco foi o afastamento do Ministro da Fazenda Correa e Castro em meados de Marcou-se como o período em que ocorreu a passagem da política econômica contracionista de caráter ortodoxo, para uma política monetária e fiscal mais flexível. Com o acordo de princípios liberais de Bretton Woods, adotou-se a moeda norteamericana (dólar) como padrão de conversibilidade entre os países aliados. No Brasil, ocorreu uma ilusão em relação às divisas, sendo que não poderia mais fazer a conversibilidade. Ao manter o mesmo câmbio do ano de 1939, com a paridade de Cr$ 18,5/US$ e instituído o mercado livre com a abolição das restrições em relação a pagamentos dos anos 1930 resultou no aumento de preços no Brasil em relação aos Estados Unidos, evidenciando a sobrevalorização da taxa cambial de Cr$ 18,5/US$.

10 10 Ao adotar a política de sobrevalorização cambial, Dutra tinha como objetivos, aumentar a demanda de matéria-prima e bens de capital para as indústrias brasileiras depreciadas durante a guerra, promover a baixa dos preços industriais em relação aos produtos importados, estimular a entrada de capitais estrangeiros e principalmente, atender as características liberais externas. O Brasil estava com superávit na balança comercial em moedas que não tinham conversibilidade, o que resultou um déficit crescente em relação aos Estados Unidos. No final do ano de 1947, o Brasil chegou a acumular US$ 82 milhões em atrasados comerciais, fazendo com que os fornecedores internacionais parassem de mandar remessas para o Brasil. Como resultado, implicou na diminuição do ritmo da produção das indústrias brasileira, devido à falta de matérias-primas importadas. O presidente Dutra ao aplicar uma política de sobrevalorização da taxa de câmbio, tinha como objetivo beneficiar a indústria que estava desgastada devido ao período entre guerras. Mas com o fim do período de guerras, os antigos fornecedores do mercado mundial, voltaram a restabelecer a sua produção. O Brasil foi afetado com a diminuição das exportações de matéria-prima e manufaturas e das importações. Essa queda nas exportações está ligada à volta da concorrência após o término da Segunda Guerra Mundial. As importações passam a enfrentar não apenas as pressões da necessidade de novos equipamentos, mas também do aumento dos preços que subiram 75% no ano de 1947 em relação a 1946, ocasionando em queda das importações de equipamentos para substituição da maquinaria obsoleta do pós-guerra. Em julho de 1947, foi estabelecido um regime de câmbio por cooperação, no qual bancos autorizados a operar com o câmbio venderiam cerca de 30% de suas compras de câmbio livre, a taxa oficial de compra ao Banco do Brasil. Assim, o Banco do Brasil passaria a controlar as importações de produtos essenciais. Em fevereiro de 1948, o governo adotou a medida de restrição de importações, a qual visava a concessões de licenças para importação, predominando até o início do Governo Vargas. A medida de contingenciamento das importações chegou a diminuir o déficit com a área conversível. Com a manutenção da taxa de câmbio, ocorreu uma queda na competitividade das exportações brasileiras no mercado europeu devido à desvalorização de 1949 e a inflação interna. Na Europa outros fatores como, a reorganização dos países do pós-guerra, diminuição de moedas inconversíveis e a diminuição da inflação em relação ao aumento do consumo doméstico, contribuíram com a queda das exportações.

11 11 Devido à dificuldade que envolvia as exportações, o governo decide manter uma taxa favorável para os importadores de produtos gravosos (aqueles produtos que não conseguiriam ser exportados a taxa oficial de câmbio). Para Vianna (1987), o processo de controle das importações instaurado no ano de 1947 teve forte influência para o crescimento da indústria no Brasil. Deve se considerar que o controle das importações passou por várias fases, até chegar ao desenvolvimento da industrialização através da substituição de importações. Outro fato que favoreceu o processo de industrialização no Governo Dutra, foi o regime de orçamento de câmbio com licença, no ano de 1949 e o aumento de divisas decorrentes da elevação do preço do café. Segundo Tavares: Mantinha-se a taxa de câmbio sobrevalorizada e progressivamente impunham-se medidas discriminatórias à importação de bens de consumo não essenciais e os com similar nacional; daí resultou um estímulo considerável à implantação interna de indústrias substitutivas desses bens de consumo, sobretudo os duráveis, que ainda não eram produzidos dentro do país e passaram a contar com uma proteção do custo de operação. Esta foi basicamente a fase de implantação do consumo durável. (TAVARES, 1972, p.71 apud VIANNA, 1987, p.114). No trecho acima, podemos tirar como resultado da política da taxa de câmbio sobrevalorizada o efeito subsídio e protecionista para indústria. O primeiro está relacionado aos preços relativos artificialmente mais baratos para compra de matériasprimas e bens de capital e o segundo permitiu a proteção da indústria doméstica através do processo de contingenciamento das importações. É preciso frisar a importância do Governo Dutra no seguimento à acumulação industrial. A política de substituição de importações e controle destas fizeram com que se desenvolvessem as indústrias de bens de consumo duráveis no Brasil (VIANNA, 1987, p.116). Sendo caracterizado o final do seu governo a retomada do crescimento do setor interno, do processo inflacionário e o desequilíbrio financeiro do setor público. Em Janeiro de 1951, ingressa o presidente da República Getúlio Vargas que permaneceu no governo até agosto de Ao entrar no poder, Vargas enfrentou alguns problemas herdados do Governo Dutra derivado do estrangulamento da balança comercial em atrasados comerciais e do aumento da inflação. O segundo Governo de Getúlio Vargas pode ser divido em dois momentos: a primeira seria a fase de estabilização da economia, ou seja, equilibrar as finanças públicas com política monetária restritiva e a contenção da inflação. A 2ª fase seria a de influxo de capital estrangeiro para o financiamento de projeto de indústrias e de infraestrura.

12 12 Manteve-se a taxa de câmbio fixa e sobrevalorizada, com o regime de concessão de licenças para importar, uma herança do Governo Dutra. Mas esse regime durou por apenas os primeiros setes meses do Governo Vargas, depois ocorreu um afrouxamento em relação à concessão das licenças. Com a Guerra da Coréia, houve o aumento das importações para estocagem de mercadorias, pois havia o receio de ocorrer à falta de abastecimento de mercadorias, igual ocorreu na Segunda Guerra Mundial. De acordo com Vianna (1987), a liberalização da concessão de licenças está relacionada aos seguintes fatores conjunturais: pressão inflacionária interna, precariedade de importações para o abastecimento do mercado interno devido à expansão armamentistas, perspectiva positiva em relação às exportações dos principais produtos e o câmbio favorável. No primeiro semestre de 1951, as importações encerraram no total de US$ 860 milhões, sendo que US$ 449 milhões eram em moedas conversíveis. Ocorreu uma redução nas reservas em moedas conversíveis, devido ao fato de financiar os encargos da balança de pagamentos. No ano de 1952, ocorre uma crise cambial que teve origem na perda do controle da defasagem entre a concessão de licenças e a efetivação das importações, crise da indústria têxtil mundial, queda das exportações do algodão, retração das exportações, exceto do café e o gasto com a compra de trigo dos Estados Unidos, devido à quebra de produção na Argentina. Segundo Viana (1987), a economia no Governo Vargas obteve um desempenho no PIB real, que cresceu cerca de 4,9% no ano de 1951 e 7,3%, no ano de O setor de serviços foi impulsionado pelo comércio importador, resultando em maiores taxas de crescimento. Em relação à produção industrial, esta foi afetada pela liberalização das importações, apresentando as menores taxas anuais de crescimento desde o ano de No ano de 1953, foi elaborada a Lei 1807 que instituiu o sistema de taxas múltiplas de câmbio, nos quais algumas flutuantes. A Lei previa aumentar as exportações e desestimular as importações de produtos não essenciais. Ficaram determinadas do lado da oferta, cinco taxas efetivas: em primeiro lugar, a taxa fixa oficial, aplicada a mais de 85% dos produtos, exceto o café, algodão e cacau; em segundo lugar, determinaram-se três taxas de câmbio flutuantes para as demais exportações. No lado da demanda de câmbio tiveram-se duas taxas, sendo a primeira, a taxa oficial para as importações essenciais, remessas financeiras do governo e rendimentos do capital

13 13 estrangeiro e a segunda taxa a do mercado livre, sendo aplicada paras outras importações e remessas. Os objetivos da Lei de 1807 eram relacionados ao comércio exterior, possibilitando as exportações dos produtos gravosos e a redução da propensão a importar devido ao deslocamento para o mercado livre. Havia certa preocupação relacionada aos efeitos inflacionários do novo sistema cambial, devido ao encarecimento dos bens de consumos e insumos que eram utilizados na produção industrial. Mas o principal objetivo da lei de 1807 não foi alcançado, as exportações brasileiras tiveram um decréscimo de 11% no primeiro semestre de 1953 comparado com o ano de Isso se deve ao fato das exportações dos produtos gravosos não ter reagido com a desvalorização cambial. Em decorrência disto, os atrasados comerciais continuaram a crescer. É convocado Osvaldo Aranha para o ministério, tentou-se novamente a estabilização da economia, mantendo uma visão ortodoxa, com objetivo de uma política fiscal austera e monetária creditícia restritiva. Para tentar resolver os problemas com a situação do câmbio e o financiamento do déficit público, foi baixada no dia 9 de outubro de 1953, a Instrução 70 da Sumoc. A Instrução 70 da Sumoc promoveu mudanças no sistema cambial brasileiro, como o restabelecimento do monopólio cambial ao Banco do Brasil e a extinção do controle quantitativo das importações que foi substituído pelos regimes de leilões em bolsa de fundos públicos do país. Os leilões de câmbio funcionam da seguinte maneira: negociavam-se Promessas de Venda de Câmbio, conhecido como PVC, logo havia o resgate no pregão público, dando ao importador o direito de aquisição de câmbio no valor e na moeda na qual foram estipulados. Em seguida, o comprador levava ao Banco do Brasil no prazo de cinco dias, fazia o pagamento do ágio e em troca recebia um certificado de câmbio, que daria o direito obter a licença de importação. As importações passaram a ser classificadas em cinco categorias, sendo um meio de manter a essencialidade dos produtos importados e proteção da indústria, pois o surto de investimentos dos anos anteriores permitia que as produções domésticas de certas importações industriais fossem menos essenciais. Do lado das importações, as taxas múltiplas de câmbio através do sistema de leilões, permitiram que ocorressem as desvalorizações cambiais, de modo a substituir o controle de

14 14 importações como um instrumento para o equilíbrio da balança comercial. Esta medida permitiu a política de importações seletiva, de modo a proteger a indústria doméstica. Os primeiros resultados da Instrução 70 da Sumoc foram pontos positivos, como; a aceleração das exportações, fechando o último trimestre de 1953 com 34,2% do valor total obtido no ano e a elevação da receita. Em relação a posição da indústria, está foi prejudicada com as desvalorizações cambiais que implicavam na elevação dos seus custos. De acordo com Vianna (1987), a Instrução 70 da Sumoc não permitiu um amplo processo de industrialização, pois houve o encarecimento dos insumos de produção e de equipamentos, devido à desvalorização cambial propostas pelos leilões. Segundo Pinho Netto (1986), os anos de 1954 a 1955 ficaram conhecidos como: O Interregno Café Filho. Este período foi marcado entre o suicídio de Vargas e a posse de Juscelino Kubitschek para Presidente da República. Café Filho nomeia para a composição do ministério, o professor Eugênio Gudin como Ministro da Fazenda. Gudin era crítico das propostas desenvolvimentista e partidário da política econômica ortodoxa. Não obstante ao sucesso da negociação do crédito com exterior, o Governo de Café Filho resolve implementar políticas que visassem o equilíbrio da balança de pagamentos à longo prazo. No desejo de eliminar os impasses a livre entrada de capital internacional no país, Gudin efetivou a principal ação do seu Governo que ficou conhecida como a Instrução 113 da Sumoc. Instituída em 17 de Janeiro de 1955, a Instrução 113 da Sumoc colocava a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (CACEX), autorizada a emitir licenças de importação sem cobertura cambial para equipamentos que fossem destinados a complementação dos conjuntos já existentes no Brasil. A CACEX ficou responsável por licenciar a favor das empresas nacionais, de modo que a importação de equipamentos financiados no exterior em prazo não inferior a cinco anos seriam incorporados aos ativos das empresas nacionais ou estrangeiras, sem a contrapartida no passivo exigível. A Instrução 113 da Sumoc tinha o intuito de eliminar os empecilhos existentes às importações sem a cobertura cambial, favorecendo os setores industriais. A lista de setores favorecidos com a Instrução 113 incluía todos os setores industriais. Ocorreu um aumento na movimentação de capitais no ano de 1955 o capital estrangeiro nesta época teve uma grande contribuição na formação interna de capital. Somaram-se o valor de US$ 379,4 milhões para as indústrias básicas e US$ 131,7 milhões para as indústrias leves. Nota-se a grande importância da Instrução 113 da Sumoc para o desenvolvimento das indústrias, através de capitais externos.

15 15 Segundo Pinho Netto (1986), o investidor externo detinha vantagem em importar equipamentos sem a cobertura cambial do que ingressar com divisas á taxa do mercado livre, recomprando as licenças de importação por um valor mais alto nos leilões de câmbio. Gudin ao elaborar a Instrução 113 da Sumoc, tinha como objetivo dar continuidade ao processo de industrialização consolidada pela legislação anterior através do processo de eliminação das barreiras existentes as importações sem a cobertura cambial. A Instrução 113 da Sumoc permitiu a diminuição do processo de burocracia nas transações sem cobertura cambial, ficando sujeito à deliberação apenas do CACEX. Como podemos observar, a Instrução 113 foi um instrumento de grande importância para atração de investimentos estrangeiros para o Brasil. No dia 4 de abril do ano de 1955, Gudin exonerava-se em caráter irrevogável, sendo nomeado para a pasta da Fazenda o banqueiro paulista José Maria Whitaker, ex-ministro da Fazenda do Governo Vargas. Em maio de 1955, foi assinado por Whitaker a Instrução 116 da Sumoc, que tinha como objetivo restabelecer o depósito compulsório e a taxa de redesconto de anteriormente. Whitaker limitou as operações do Banco do Brasil para empréstimos ao comércio, indústria e lavoura pelo prazo de 120 dias. Através desta medida, o novo ministro visava à recuperação da participação das exportações brasileiras no mercado mundial. No final de setembro de 1955 é formulada uma Instrução da Sumoc responsável pela reformulação do sistema cambial brasileiro. Determinava-se a unificação cambial por meio do regime de taxas flutuantes. Mas o Ministério não aprovou a nova formulação devido o governo de Café Filho ser visto como um governo de transição. Caso fosse aprovada a reforma no sistema cambial, colocaria em discussão o processo de industrialização ocorrida no Brasil, na qual desestimulava as exportações através da taxa câmbio sobrevalorizadas. De acordo com Pinho Neto (1986), o Governo de Café Filho no ano de 1954 teve como resultados o aumento da taxa de crescimento do PIB em 7,8%, a agricultura cresceu 7,9% e a indústria em 9,3%. No ano de 1955, o PIB elevou-se para 8,8%, devido ao aumento da indústria de 11,7%. Apesar do aumento da indústria brasileira no seu governo, ocorreu uma contração creditícia no final de 1954, provocando uma redução na formação bruta de capital fixo e das importações de bens de capital. Segundo Luiz Orenstein e Antonio Claudio (1989), a política cambial da década de 1950 foi a principal forma de instrumento de política econômica a favor do setor público e

16 16 do setor privado. Utilizavam-se quotas, tarifas e impostos de importação como meio de manipulação da política econômica. O presidente vigente do período de era Juscelino Kubitschek, ficando reconhecido pelas políticas desenvolvimentistas. Devido à política econômica de substituição de importação e a diminuição das receitas de exportação, o setor público não conseguiu orientar o processo de industrialização. No ano de 1956 foi criado o Conselho de Desenvolvimento, sendo formulado um plano de desenvolvimentista, conhecido como Plano de Metas. O Plano de Metas era um plano quinquenal que contemplava investimentos em cinco principais áreas, são elas; energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. Previa-se um investimento de 22,3% a cargo do setor privado ou de financiamento de entidades públicas. Supondo que as previsões do Plano de Metas estivessem corretas, previa-se um aumento da produção de aço bruto em 3,6 milhões de toneladas no ano de 1955 para 5 milhões em 1960, instalação da indústria automobilística produzindo cerca de veículos como caminhões, caminhonetas e automóveis. Para indústria mecânica teria o investimento em maquinarias e equipamentos. O plano também especificava os setores a serem estimulados como: material elétrico pesado, máquinas operatrizes, máquinas e equipamentos para indústrias diversas, caldeiras e outros equipamentos pesados. Na segunda metade dos anos 1950, o Estado teve controle no desenvolvimento da produção de aço, através da Cosipa, CSN e Usiminas, o refino de petróleo ficou por conta da Petrobrás, a exportação de minério de ferro nas mãos da Companhia do Vale do Rio Doce. O Plano de Metas também deu estímulos à empresa privada, dentre eles a expansão do crédito concedido pelo BNDE no valor de Cr$ 64 bilhões na forma de empréstimos reembolsáveis, sendo que Cr$ 18 bilhões eram para as indústrias básicas. Para Luiz Orenstein e Antonio Claudio (1989), não é fácil realizar uma avaliação final das consequências do Plano de Metas. Houve a modificação da estrutura econômica com o crescimento do setor industrial, sua modernização e a implantação de novos ramos. Em agosto de 1957 ocorre uma nova reforma no sistema cambial. Modificou-se o sistema de taxas múltiplas e introduzido um sistema de proteção específica para produtos de mesma categoria. Esta reforma resultou na redução das cinco categorias anteriores para apenas duas, sendo a Geral e a Específica. Através da categoria geral eram importadas matérias-primas, equipamentos e bens genéricos que não detinham um suprimento interno suficiente. Já a categoria específica era importada os bens de consumo restrito e os bens

17 17 que fossem satisfatórios ao mercado interno. Ocorreu a criação do Conselho de Política Aduaneira (CPA), que tinha como objetivo enquadrar os produtos em umas das categorias de importação e o estabelecimento de alíquota para o grupo de produtos na qual o produto específico estivesse classificado. Uma das principais ideias implícitas na reforma cambial era permitir a aceleração da substituição de bens de capital, diminuindo a ênfase dada à substituição de bens de consumo. Entre os anos de 1955 e 1960, a indústria brasileira de bens de capital cresceu a taxa de 26,4% ao ano, devido aos segmentos de equipamentos e veículos e equipamentos de transporte. A reforma de 1957 teve grande importância para o desenvolvimento das indústrias, pois criou artifícios políticos para a importação de equipamentos, estimulando a produção interna e o aprofundamento do processo de substituição, criando estágios avançados no processo de industrialização. Entre os artifícios utilizados pela política econômica estava a possibilidade de aplicação de quotas que permitiriam assegurar a isenção ou a redução de certos produtos até uma quantidade importada pré-determinada. A redução de 50% da tarifa caso fosse comprovada a incapacidade da indústria doméstica em produzir o produto em quantidade suficiente. De acordo com Orenstein e Antonio Claudio, a reforma de 1957 na Instrução da Sumoc provocou algumas distorções como: Por um lado, o congelamento do custo de câmbio de janeiro de 1959 a março de 1961 à taxa de Cr$100,00/US$, enquanto os preços internos aumentavam cerca de 80%, subsidiava crescentemente a importação dos produtos essenciais, perturbando o cálculo econômico do investimento em substituição. Por outro lado, os setores prioritários, ao importarem seus equipamentos pelo cambio de custo, tendiam a sobre investir e, sem duvida, essa seria uma das causas da crise que se iniciou em 1963 (ORENSTEIN; LUIZ e CLAUDIO SOCHACZEWSKI; ANTONIO, 1989, P.175). De um ponto, a reforma de 1957 implicou no aprofundamento do processo de substituição, na medida em que alcançava estágios mais avançados na industrialização, de modo a considerar a distorção acima criada pela reforma. De acordo com Marcelo de Paiva Abreu (1989), em 31 de janeiro de 1961, assume a presidência Jânio Quadros, sendo um período de intensa conturbação política. O Governo de Jânio Quadros herdou as dificuldades econômicas de Kubitschek, a aceleração da inflação, déficit fiscal e a deterioração do balanço de pagamentos.

18 18 Em março de 1961, ocorreu uma importante reformulação do regime cambial vigente, através da Instrução 204 da Sumoc, tendo como objetivo a desvalorização do câmbio e unificação do mercado cambial. Em agosto de 1961, Jânio Quadros renuncia ao cargo de presidente, devido a curta duração da sua gestão dificulta uma avaliação mais criteriosa do resultado da política econômica do seu governo. Com João Goulart no poder, no segundo semestre de 1962, ocorre uma deterioração doa balança de pagamentos, impactando numa redução significativa das exportações. Após ter realizado um exame geral sobre a evolução da política cambial, vamos mostrar o debate existente na literatura econômica sobre a importância do processo de desenvolvimento industrial no período de na visão de Malan, Serra, Huddle, Fishlow e Celso Furtado. Iniciando o debate com Malan (1977), a década de 1940 teve grande importância para a fase de transição da Indústria de Transformação. Os anos iniciais de1940 foram marcados pela retração das importações, em particular das indústrias. Esta retração está ligada a grande dependência do parque industrial doméstico em relação aos bens intermediários e de capitais importados. No biênio de , as importações chegaram a quadruplicar. De acordo com a posição de pauta de gênero, os bens de consumo duráveis obteve uma ampliação na participação relativa de 44,5%. Em relação aos anos de 1947 e 1950, a participação relativa dos bens de consumo durável na pauta de importações de Material Elétrico e de Telecomunicações foi reduzida de 44,5 para 25,5%, chegando em com a participação de 17,5%. Esse decréscimo está ligado à substituição de importações de bens de consumo duráveis por Material Elétrico. De acordo com Serra (1982), no período de ocorreu a fase de liberalização das importações, esgotamento das reservas de divisas e a defesa dos interesses do café. De 1947 em diante, o governo aplicou uma política simultânea de controle de câmbio, dando preferência a importações de máquinas e equipamentos. E preciso destacar grande importância do papel do Estado na formação do desenvolvimento capitalista brasileiro. Este foi o fator principal para o processo de industrialização através da definição, articulação e sustentação financeira dos grandes blocos de investimentos. Outros fatores que contribuíram para o processo de industrialização foram às políticas protecionistas adotadas em relação á indústria doméstica e de apoio à substituição de importações, investimentos estatais na infraestrutura de energia e transportes, entrada de capital

19 19 estrangeiro em meados dos anos 1950 na produção de bens manufaturados ao mercado interno e subsídios fiscais, creditícios e cambiais ao investimento privado na indústria. Serra (1982) destaca a importância da Guerra da Coréia para o crescimento da indústria e da capacidade instalada, pois devido ao receio de interrupção dos fluxos de comércio internacional, gerou um boom das importações de máquinas e equipamentos nos anos de 1951 a A primeira metade dos anos 1950 foi bastante decisiva para ampliação industrial. Foram tomadas quatro medidas para o desenvolvimento da indústria, são elas: Instrução 70 da Sumoc, criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico com o objetivo de apoiar a ampliação da infraestrutura de transportes e energia, criação da Petrobrás e a Instrução 113 da Sumoc. O Plano de Metas teve importância para o processo de transformações estruturais que foram decisivas para a industrialização brasileira. No período de , com a implantação do Plano de Metas do Governo de Juscelino Kubitschek, ocorreu um avanço de curto prazo no desenvolvimento do pólo industrial brasileiro em relação setor de bens de capital. Para Huddle (1977), a Segunda Guerra Mundial trouxe benefícios para economia brasileira, pois alavancou a procura por produtos primários. A consequência foi o incremento do Produto Nacional Bruto de quase 2,5% ao ano, melhora do comércio exterior, saldos positivos na balança no final de 1945 e a expansão das indústrias manufatureiras. Este aponta pontos negativos da política cambial para o processo de desenvolvimento da industrialização brasileira. Ele afirma que no ano de 1947, o regime de liberdade cambial foi falho, pois apenas uma pequena parte da acumulação e reestocagem de equipamento de capital foram atendidas e outra grande porcentagem das importações foi de produtos não essenciais, como por exemplo, os subsídios de artigos de luxo. Este ressalva que o câmbio livre durou apenas os primeiros sete meses de A tentativa de uso dos saldos positivos das importações, para tentar amenizar as pressões sobre os preços internos, foi de caráter secundário. Pois essa política obteve um caráter positivo apenas para estabilização dos preços até o final do ano de 1948, sendo que logo depois, o esgotamento das reservas levou a perder o controle sobre as pressões inflacionárias. Este afirma que, ao invés de aplicar essa política, seria melhor comprar mercadorias norteamericanas, antes do aumento dos preços devido à inflação do pós-guerra. Segundo Huddle (1977), os controles cambiais de redução dos volumes de importações executados pelo Banco do Brasil, apresentavam falhas. Não havia um controle rígido diante as importações que poderia entrar livremente no país. Em Fevereiro de 1948, foi criado o primeiro controle cambial exercido através da CEXIM e da FIBAN. O controle

20 20 das exportações passou a ser exercido através de um sistema de licenças de embarque, declarações de venda, licenças prévias e as importações seriam concedidas de acordo com uma lista cronológica de espera. O resultado do licenciamento do câmbio foi à redução das importações e a elevação das exportações para os Estados Unidos.. Embora tenha ocorrido o aumento das exportações no ano de 1948, intercorreu um decréscimo das exportações de couros, rícino, cera da carnaúba, fumo, borracha e tecido de algodão. Essa queda deve-se ao fato dos países estrangeiros subsidiar as suas próprias indústrias como forma de proteção. Os regimes de controle cambial executado pelo Banco do Brasil, CEXIM e a FIBAN, permitiu que abrisse espaço para o surgimento de um mercado cinzento e um mercado negro. O mercado cinzento permitia à retenção de certa percentagem pelos bancos autorizados sobre o câmbio adquirido dos exportadores e a venda do mesmo, aos comerciantes. O mercado negro detinha a característica de um mercado livre, pois as taxas de câmbio eram cotadas livremente pelas agências de viagens, onde não havia o dano em suas operações. O resultado da abertura desses mercados paralelos na economia brasileira foi uma perda líquida de câmbio de quase 20% do déficit do Balanço de Pagamentos de O déficit com a balança comercial e de atrasados comerciais perpetuaram pós o advento do regime de licença prévia. Para o autor, a causa desses atrasados, era devido à falta de autoridades responsáveis pela criação do orçamento de câmbio. Sem o orçamento de câmbio, não havia um controle sobre as disponibilidades de câmbio e o órgão que emitia as licenças de importação. Esta falta de autoridades responsáveis pelas disponibilidades de câmbio, não permitia a redução dos atrasados comerciais, pois não havia um controle sobre as disponibilidades de câmbio. Huddle (1977) enfatiza o problema da corrupção que levou a uma perda da confiança do público, ocorrendo o desvio de recursos entre exportadores e importadores como acontecia no mercado negro e no mercado cinzento. Para este, a política cambial nos anos de 1946 a 1953 serviu para provar que o racionamento direto era ineficiente, pois não havia uma administração encarregada em fiscalizar as exportações e importações e as instituições não estavam á altura da tarefa de fiscalização a qual foi dada. Isso se deve, ao caráter corrupto dos funcionários públicos, que viam um meio de enriquecimento rápido. O autor Albert Fishlow faz algumas críticas a Huddle em seu trabalho Origens e Consequências da Substituição de Importações no Brasil. Para Fishlow (1972), a política cambial foi importante sim para o desenvolvimento da industrialização no Brasil.

21 21 Primeiramente, Fishlow (1972) considera que houve evidências da existência do mercado cinzento, na qual ocorreu a descoberta de que 100 milhões de dólares em licenças não haviam sido contabilizadas. Destaca que é preciso tomar cuidado em relação aos valores apontados por Huddle em seu livro. Um exemplo da falta de credibilidade dos valores assinalados por Huddle seria que, no período de , os funcionários do câmbio chegaram a receber um valor total de gorjetas que chega a equivalência das despesas do governo central com pagamentos de salários ao funcionalismo. Segundo Fishlow (1972), houve a ocorrência de uma corrupção como havia dito Huddle, mas de grandeza desconhecida, que levou a uma redução no subsídio da indústria através dos lucros auferidos pelos importadores. Os importadores ao cobrar apenas os preços de importação dos compradores, permitiam que o ganho fosse transferido à indústria. Mas se os preços internos fossem mais altos devido à divergência entre a demanda e a oferta, os subsídios da taxa de câmbio serviram apenas como meio de enriquecimento por parte dos importadores. Mas ele reafirma que, não é possível avaliar até que ponto este fator operou, pois não existem dados comparativos entre os preços internos e os preços das importações, e que não houve o aniquilamento do subsídio, pois se pode inferir a partir do comportamento dos preços industriais relativos e do deflator de investimentos durante o período. Outro fato que gera dúvida em Fishlow (1972) em relação ao Huddle, seria sobre a desvalorização ocorrida no ano de Segundo Fishlow, a desvalorização ocorrida neste ano não poderia ter estimulado o crescimento industrial acima da média de 9,3%, observada nos anos de 1947 a Primeiramente, o fato de alterar a taxa de câmbio, teria aumentado os lucros obtidos pelo setor cafeeiro, sem aumentar as receitas com moedas estrangeiras de maneira significativa. Logo, não representaria uma fonte importante de acumulação para o investimento na indústria. Segundo, mesmo com o aumento dos preços das importações, a proteção das indústrias domésticas seria menos significante, do que o acesso a insumos e bens de capital a preços inferiores. E conforme Fishlow (1972), não resta dúvida sobre o quanto a política do sistema de licenciamento de importações foi bem sucedida nos seus resultados. Manteve-se a mesma taxa de câmbio do ano de 1939 até o ano de 1945, com a paridade de 70 por cento mais valorizadas em relação ao primeiro ano, ou seja, uma política de supervalorização da taxa de cambial. Esta medida foi importante para o aumento das grandes importações no período de 1946 a 1947 e para o declínio das exportações, exceto do café.

22 22 Para o autor, o sistema de supervalorização da taxa de câmbio levou a um desequilíbrio da balança de pagamentos, pois ocorreu o desestimulo do fluxo de capital estrangeiro para o Brasil. Ocorreu a acumulação de créditos no curto prazo e de débitos nos anos de 1951 e 1952, tornando o sistema não viável. Assim, no ano de 1953 a política de taxas de câmbio fixa e sobrevalorizada foi substituída pelo sistema de taxas de câmbio múltiplas, mas que mantinha muitas características das políticas anteriores. Esta política tinha como diferença das anteriores: a variação da taxa de câmbio á longo prazo para corrigir as taxas internas de inflação e o sistema de leilão para as concessões de licenças. O que ocorreu de fato para Fishlow (1972), foram os subsídios das importações vistas como essenciais ao crescimento da indústria e o imposto implícito sobre as exportações como forma de financiamento dos subsídios. Com a isenção dos impostos sobre os insumos intermediários e bens de capital após o ano de 1957, ocorreu à atração de capital estrangeiro e a concentração de crédito, dando origem à produção de automóveis e de outros bens duráveis de consumo. A participação dos bens de consumo decresceu cerca de um quarto, enquanto os bens de consumo duráveis quase dobraram. As indústrias que obtiveram o rápido crescimento foram as de plásticos, equipamento de transporte, material elétrico, produtos químicos e metalurgia. Observa-se a importância da isenção dos impostos para o processo de crescimento da indústria. O descaso com a balança de pagamentos levou ao desequilíbrio externo. Como resultado, as exportações brasileiras foram uma das piores em relação aos países em desenvolvimento no período posterior da Segunda Guerra Mundial. Esse fato está relacionado com a falta de uma estratégia política para estimular a exportação de outros produtos além do café. Mesmo com a flexibilidade das taxas múltiplas de câmbio para aumentar a exportação de produtos não cafeeiros, o que sobreveio, foi à delimitação das quantidades em prol das barreiras protecionistas mais elevadas. A estratégia de substituição de importações do período dos anos 1950 levou a uma redução da participação dos bens duráveis de consumo, na qual foi substituída pela produção interna. Segundo o autor, a instrução 113 da Sumoc foi de extrema importância para o desenvolvimento da indústria, principalmente a automobilística, pois ocorreram grandes investimentos estrangeiros nas indústrias brasileiras. Os investimentos estrangeiros representam cerca de um terço do crescimento entre os anos de 1949 e Mas o autor reforça a dúvida relacionada à grande importância do investimento estrangeiro:

23 23 Sob a estratégia alternativa sugerida acima, o investimento estrangeiro teria sem dúvida um papel importante, mas a questão aberta se ele teria sido tão grande. Em setores básicos com a metalurgia, máquinas, e equipamento elétrico, que também experimentaram substituição de importações, a participação estrangeira era, em 1965, menor do que no setor de equipamentos de transporte. (FISHOLW; 1972, p.53). Na década de 1960 não aconteceu à estagnação do processo de substituição de importações, como diziam alguns autores da época. Para o autor, o que veio acontecer, foi uma diferenciação das taxas de crescimento da produção em relação à taxa de aumento da demanda interna, tendo como resultado, o declínio do coeficiente de importação. A expansão do mercado interno não foi capaz de manter a manutenção da aceleração da taxa de crescimento industrial, na qual tinha sido planejada para um mercado reservado de substituição de importações. Fishlow (1972) destaca que o processo de industrialização no Brasil passou por fases cíclicas e não por uma fase de estagnação, como diziam alguns estudiosos da época. O processo de produção tende a crescer rapidamente no começo, às taxas superiores, podendo ser mantidas no longo prazo. A desaceleração da produção está relacionada também às despesas de capital inicial. Muitas indústrias operavam em capacidade ociosa na qual delimitava os planos de continuar o investimento, afetando outras indústrias. Outros problemas relacionados à desaceleração dos anos 1960 seria o agravamento da balança de pagamentos, como havia sido dito a cima e a redução dos investimentos estrangeiros entre os anos de 1959 e Os anos de 1949 e 1964, o processo de modernização dos equipamentos favorecidos pelo regime de processo de importação, permitiu um aumento da empregabilidade no setor industrial. O autor frisa a ideia no final do texto de que o processo substituição de importação no período pós-guerra foi importante para o processo de industrialização no Brasil. Mas que ao depender exclusivamente de um mercado interno e ao descuidar da produtividade na agricultura, o processo de substituição de importação dos anos 1950 não conseguiu obter um avanço significativo do avanço tecnológico. Tanto o Celso Furtado (2007) como Fishlow (1972), dão a mesma importância à política de taxa de câmbio supervalorizada para o desenvolvimento da industrialização interna. Segundo Celso Furtado (2007), houve um aumento das importações devido ao restabelecimento do preço relativo do ano de Ocorreu uma redução relativa das importações de produtos de manufaturas de consumo, em prol da importação de bens de capital e de matérias-primas. Mas o setor industrial foi beneficiado com essa medida, pois possibilitou a diminuição da concorrência externa devido ao controle seletivo das

24 24 importações e a compra de equipamentos por um preço relativamente baixo. A política cambial de baixa dos preços permitiu a possibilidade de capitalização do aumento da produtividade pelo setor industrial. Como resultado, houve a elevação da taxa de capitalização e estabilização do consumo. O empresário industrial foi o mais beneficiado por esta política, pois este absorveu a maior parte da concentração do aumento da renda na economia. 2 - Resultados: relação entre política cambial e o desenvolvimento da indústria Para Malan a década de 1940 foi importante para o desenvolvimento industrial devido ao processo de substituição de importações de bens de consumo duráveis. Para Serra o Estado teve papel importante na condução da política de desenvolvimento industrial. A primeira metade do ano de 1950 foi decisiva para ampliação industrial, onde tivemos a criação da Instrução 70 da Sumoc, a Instrução 113 da Sumoc e o Plano de Metas. Segundo o autor Huddle, o regime de liberdade cambial do ano de 1947 foi falho, pois não beneficiou a acumulação de equipamento de capital, sendo beneficiada a importação de produtos não essenciais, como artigos de luxo. Para o autor Fishlow, a década de 1940 foi importante para o aumento das importações devido a taxa de câmbio sobrevalorizada que foi adotada do ano de 1939 até Celso Furtado concorda com Fishlow sobre a importância da política de taxa de câmbio supervalorizada, beneficiando o desenvolvimento da industrialização interna. Após ter apresentado o debate entre Malan, Serra, Huddle, Fishlow e Celso Furtado sobre a importância do processo de desenvolvimento industrial no período de , vamos dar início a análise dos resultados da produção industrial e rentabilidade industrial Política cambial e produção industrial O período de foi marcado por duas fases em relação a taxa de câmbio fixa ao ano de 1939 em 18,50/ US$, resultando na sobrevalorização da taxa de câmbio. A segunda medida foi o estabelecimento do sistema de controles cambiais de importações, como licença de importação.

25 25 Já o período de foi introduzido o regime de taxas de câmbio múltiplas, no qual fixou cinco taxas efetivas, sendo uma taxa oficial para exportação de café, cacau e algodão, três taxas para demais exportações e uma taxa especial de mercado livre para as transações financeiras. No decorrer deste período, foram implementadas a Lei de 1807, a Instrução 70 da Sumoc e a Instrução 113 da Sumoc, sendo todas de taxa de câmbio múltiplas, cada uma com suas particularidades. Nosso interesse é identificar qual foi a política cambial mais importante para produção industrial nos dois períodos que vai de (sobrevalorização cambial) e (taxa múltipla de câmbio). Para isso, os dados apresentados nesta seção e nas demais, foram retirados do site Revista Conjuntura Econômica editada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV). Fizemos a separação do estudo do desenvolvimento industrial e da política cambial em duas seções: produção e lucratividade. Para o processo de análise da produção dos períodos de a foi elaborada uma tabela com os valores da produção total de cada setor industrial, que vai de 1944 a 1962 para produção industrial. Os valores da produção total de cada setor foram retirados da produção industrial de Dezembro de 1964, todos publicados na Revista Conjuntura Econômica, tendo como ano-base o ano de Os setores que fazem parte da produção industrial são: minérios, metalúrgica mecânica, material elétrico, material de transportes, madeira, mobiliário, papel e papelão, borracha, couros e peles, química, têxtil, calçados e vestuários, alimentos, bebidas, fumo, gráfica e diversos.. Como podemos observar na tabela abaixo, alguns anos não apresentam dados relacionados à sua produção, isto se deve a falta de informações registradas na época.

26 26 Tabela 1: Produção industrial brasileira, por setores, Base Industrial: 1953 = 100 Produção Industrial Período Total Geral Total Minérios Metalúrgica Mecânica Fonte: Revista Conjuntura Econômica Dezembro de 1964, p.9 Material Elétrico Material de Transporte Madeira Mobiliário Papel e Papelão Borracha Couros e Peles Química Textil Calçados e Vestuários Alimentos Bebidas Fumo Gráfica Diversos Logo em seguida, foi utilizada a fórmula da taxa média anual de crescimento ([P = [(f/s)^(1/n)] 1) x100]) para realização dos cálculos dos períodos de e , sendo possível a análise do crescimento anual das indústrias de acordo com as taxas de câmbio vigente. Utilizando o ano base de 1953, temos: f =100 (ano base), s =60(valor da produção de 1947) e n = 7 (quantidade de anos). Ao realizarmos esta operação, obtemos o valor de 7,57% que equivale à taxa média de crescimento anual do total geral de Realizamos esta mesma operação para os anos de 1953 a 1955; de 1955 a 1957; de 1957 a Agregamos também o período de 1953 a 1961 para comparação com o período de sobrevalorização cambial de 1947 a Tabela 2 - Taxa média anual de crescimento (%) da produção industrial brasileira, por setores,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação O processo de desindustrialização pelo qual passa o país deve-se a inúmeros motivos, desde os mais comentados, como a sobrevalorização

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Fevereiro de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Fevereiro de 2015...

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 NOTAS CEMEC 01/2015 REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 Carlos A. Rocca Lauro Modesto Santos Jr. Fevereiro de 2015 1 1. Introdução No Estudo Especial CEMEC de novembro

Leia mais

O PLANO DE METAS DO GOVERNO DE JUCELINO KUBITSCHEK

O PLANO DE METAS DO GOVERNO DE JUCELINO KUBITSCHEK O PLANO DE METAS DO GOVERNO DE JUCELINO KUBITSCHEK O desenvolvimento autônomo com forte base industrial, que constituiu o núcleo da proposta econômica desde a Revolução de 1930 praticamente esgotou suas

Leia mais

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região.

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região. O presente boletim analisa algumas variáveis chaves na atual conjuntura da economia sertanezina, apontando algumas tendências possíveis. Como destacado no boletim anterior, a indústria é o carro chefe

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Abril de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Março de 2015... 5 3.

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 As exportações em março apresentaram aumento de +27,85% em relação a fevereiro. O valor exportado superou novamente a marca de US$ 1 bilhão, atingindo

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - -500-1.000 fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov.

7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - -500-1.000 fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov. 4 SETOR EXTERNO As contas externas tiveram mais um ano de relativa tranquilidade em 2012. O déficit em conta corrente ficou em 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mostrando pequeno aumento em relação

Leia mais

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL Índice 1. Política Cambial...3 1.1. Taxa de câmbio fixa... 3 1.2. Taxa de câmbio flutuante... 3 1.3. Padrão currency board... 3 2. Política de

Leia mais

RELATÓRIO TESE CENTRAL

RELATÓRIO TESE CENTRAL RELATÓRIO Da audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade e de Serviços de Infraestrutura, realizada no

Leia mais

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914 ESTUDO DE CASO MÓDULO XI Sistema Monetário Internacional Padrão Ouro 1870 1914 Durante muito tempo o ouro desempenhou o papel de moeda internacional, principalmente por sua aceitabilidade e confiança.

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

Ciências Econômicas. O estudante deve redigir texto dissertativo, abordando os seguintes tópicos:

Ciências Econômicas. O estudante deve redigir texto dissertativo, abordando os seguintes tópicos: Ciências Econômicas Padrão de Resposta O estudante deve redigir texto dissertativo, abordando os seguintes tópicos: A A ideia de que desenvolvimento sustentável pode ser entendido como proposta ou processo

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. China Sendo que, esse percentual é de 47% para o total das indústrias brasileiras.

com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. China Sendo que, esse percentual é de 47% para o total das indústrias brasileiras. 73% das indústrias gaúchas exportadoras que concorrem com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. 53% das indústrias gaúchas de grande porte importam da China Sendo que, esse percentual

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

101/15 30/06/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

101/15 30/06/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados 101/15 30/06/2015 Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Junho de 2015 Sumário 1. Perspectivas do CenárioEconômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Março

Leia mais

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012 RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO Junho de 2012 Riscos e oportunidades para a indústria de bens de consumo A evolução dos últimos anos, do: Saldo da balança comercial da indústria

Leia mais

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA Agosto de 2015 O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para tomada de decisões de compra

Leia mais

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural O ano de 2011 foi marcado pela alternância entre crescimento,

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises.

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises. Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização Uma desvalorização ocorre quando o preço das moedas estrangeiras sob um regime de câmbio fixa é aumentado por uma ação oficial.

Leia mais

Política Cambial. Política Cambial e. Balanço de Pagamentos 26/03/2013. Mecanismos de intervenção na Economia. O que é Balanço de Pagamentos?

Política Cambial. Política Cambial e. Balanço de Pagamentos 26/03/2013. Mecanismos de intervenção na Economia. O que é Balanço de Pagamentos? Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências Agronômicas Depto. de Economia, Sociologia e Tecnologia e Balança de Pagamentos Economia e Administração 3 º sem./medicina Veterinária Núria R. G. Quintana

Leia mais

O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR?

O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR? O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR? FERNANDO B. MENEGUIN 1 O FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, regido pela Lei nº 8.036, de 11/05/90, foi instituído, em 1966, em substituição à estabilidade

Leia mais

Exportação de Serviços

Exportação de Serviços Exportação de Serviços 1. Ementa O objetivo deste trabalho é dar uma maior visibilidade do setor a partir da apresentação de algumas informações sobre o comércio exterior de serviços brasileiro. 2. Introdução

Leia mais

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Julho de 2005 Risco Macroeconômico 2 Introdução: Risco Financeiro e Macroeconômico Um dos conceitos fundamentais na área financeira é o de risco, que normalmente

Leia mais

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli Unidade II Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Maurício Felippe Manzalli Mercados Financeiros Definição do mercado financeiro Representa o Sistema Financeiro Nacional Promove o fluxo de recursos através

Leia mais

IGEPP GESTOR - 2013. Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes

IGEPP GESTOR - 2013. Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes IGEPP GESTOR - 2013 Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes MACROECONOMIA ABERTA POLÍTICA FISCAL POLÍTICA MONETÁRIA MERCADO DE BENS PRODUTO

Leia mais

COMÉRCIO EXTERIOR. Causas da dívida Empréstimos internacionais para projetar e manter grandes obras. Aquisição de tecnologia e maquinário moderno.

COMÉRCIO EXTERIOR. Causas da dívida Empréstimos internacionais para projetar e manter grandes obras. Aquisição de tecnologia e maquinário moderno. 1. ASPECTOS GERAIS Comércio é um conceito que possui como significado prático, trocas, venda e compra de determinado produto. No início do desenvolvimento econômico, o comércio era efetuado através da

Leia mais

Setor Externo: Triste Ajuste

Setor Externo: Triste Ajuste 8 análise de conjuntura Setor Externo: Triste Ajuste Vera Martins da Silva (*) A recessão da economia brasileira se manifesta de forma contundente nos resultados de suas relações com o resto do mundo.

Leia mais

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO RECONHECIDA NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO VIGENTE EM 16 DE SETEMBRO DE 2010 Estudo técnico Edição nº 22 dezembro de 2014

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 As exportações em novembro apresentaram diminuição de 27,64% em relação a outubro. Continuam a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela vigésima-segunda

Leia mais

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A O capitalismo teve origem na Europa, nos séculos XV e XVI, e se expandiu para outros lugares do mundo ( Ásia, África,

Leia mais

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking 1. Quando o IPCA tende a subir além das metas de inflação, qual medida deve ser tomada pelo COPOM: a) Abaixar o compulsório b) Reduzir taxa do redesconto c) Aumentar o crédito d) Elevar a taxa de juros

Leia mais

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Parte V Financiamento do Desenvolvimento Parte V Financiamento do Desenvolvimento CAPÍTULO 9. O PAPEL DOS BANCOS PÚBLICOS CAPÍTULO 10. REFORMAS FINANCEIRAS PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO. Questão central: Quais as dificuldades do financiamento

Leia mais

A Influência da Crise Econômica Global no Setor Florestal do Brasil

A Influência da Crise Econômica Global no Setor Florestal do Brasil A Influência da Crise Econômica Global no Setor Florestal do Brasil 1. INTRODUÇÃO Ivan Tomaselli e Sofia Hirakuri (1) A crise financeira e econômica mundial de 28 e 29 foi principalmente um resultado da

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil

Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil Fevereiro/2014 A taxa de câmbio é um dos principais preços relativos da economia, com influência direta no desempenho macroeconômico do país e na composição de

Leia mais

Financiamentos à exportação de bens e serviços através de instituições financeiras credenciadas, nas modalidades:

Financiamentos à exportação de bens e serviços através de instituições financeiras credenciadas, nas modalidades: Linhas de Apoio à Exportação do BNDES Financiamentos à exportação de bens e serviços através de instituições financeiras credenciadas, nas modalidades: Pré-embarque: financia a produção de bens a serem

Leia mais

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Unidade II FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Prof. Jean Cavaleiro Objetivos Ampliar a visão sobre os conceitos de Gestão Financeira; Conhecer modelos de estrutura financeira e seus resultados; Conhecer

Leia mais

Princípios de Finanças. Prof. José Roberto Frega, Dr. jose.frega@ufpr.br

Princípios de Finanças. Prof. José Roberto Frega, Dr. jose.frega@ufpr.br Princípios de Finanças Prof. José Roberto Frega, Dr. jose.frega@ufpr.br Material didático e acesso Site da disciplina http://frega.net Login: UFPRPRINCFIN 2 Prof. José Roberto Frega, Dr. Graduado em Engenharia

Leia mais

Recessão e infraestrutura estagnada afetam setor da construção civil

Recessão e infraestrutura estagnada afetam setor da construção civil CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO RECONHECIDA NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO VIGENTE EM 16 DE SETEMBRO DE 2010 Estudo técnico Edição nº 21 dezembro de 2014

Leia mais

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O MERCADO DE CÂMBIO E SEUS AGENTES C.M.N BACEN BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO SISTEMA CAMBIAL VIGENTE NO BRASIL. O regime cambial brasileiro é um regime controlado

Leia mais

1.6 Têxtil e Confecções. Diagnóstico

1.6 Têxtil e Confecções. Diagnóstico 1.6 Têxtil e Confecções Diagnóstico A indústria de artigos têxteis e confecções é marcada atualmente pela migração da produção em busca de mão-de-obra mais barata ao redor do mundo, facilitada pela baixa

Leia mais

Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil

Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil Yoshiaki Nakano Escola de Economia de São Paulo Fundação Getulio Vargas 26 de Abril de 2006 Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil A Base do Novo

Leia mais

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia Workshop de Macroeconomia Avaliação de Conhecimentos Específicos sobre Macroeconomia Workshop - Macroeconomia 1. Como as oscilações na bolsa de valores impactam no mercado imobiliário? 2. OquemoveoMercadoImobiliário?

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira Aula 2 Gestão de Fluxo de Caixa Introdução Ao estudarmos este capítulo, teremos que nos transportar aos conceitos de contabilidade geral sobre as principais contas contábeis, tais como: contas do ativo

Leia mais

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas Análise Economia e Comércio / Desenvolvimento Carolina Dantas Nogueira 20 de abril de 2006 O processo de abertura comercial da China:

Leia mais

MÓDULO 3 A estrutura brasileira para o comércio exterior

MÓDULO 3 A estrutura brasileira para o comércio exterior MÓDULO 3 A estrutura brasileira para o comércio exterior O governo brasileiro possui definida uma política voltada para o comércio internacional, onde defende os interesses das empresas nacionais envolvidas,

Leia mais

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA Indicadores CNI INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA Momento difícil da indústria se reflete nos investimentos Intenção de investimento para 2015 é a menor da pesquisa Em 2014, 71,8% das empresas investiram 7,9

Leia mais

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev. Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.1, 2011 Estrutura da apresentação Antecedentes Principais características

Leia mais

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO Internacionalização de empresas brasileiras: em busca da competitividade Luis Afonso Lima Pedro Augusto Godeguez da Silva Revista Brasileira do Comércio Exterior Outubro/Dezembro 2011 MOTIVAÇÕES PARA A

Leia mais

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os Desempenho da Agroindústria em 2004 Em 2004, a agroindústria obteve crescimento de 5,3%, marca mais elevada da série histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003),

Leia mais

A unificação monetária européia

A unificação monetária européia A unificação monetária européia Especial Panorama Celeste Cristina Machado Badaró 06 de julho de 2007 A unificação monetária européia Especial Panorama Celeste Cristina Machado Badaró 06 de julho de 2007

Leia mais

Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004

Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004 Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004 Fernando Ferrari-Filho Frederico G. Jayme Jr Gilberto Tadeu Lima José

Leia mais

PADRÃO DE RESPOSTA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS ECONOMIA

PADRÃO DE RESPOSTA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS ECONOMIA QUESTÕES DISCURSIVAS Questão n o 1 a) Taxa de Câmbio Em setembro/outubro de 2008, houve uma desvalorização do real em relação ao dólar acima de 40%, decorrente do aumento da aversão a risco que provocou

Leia mais

ANÁLISE DO DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO BRASILEIRO NO SEGUNDO BIMESTRE DE 2013

ANÁLISE DO DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO BRASILEIRO NO SEGUNDO BIMESTRE DE 2013 ANÁLISE DO DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO BRASILEIRO NO SEGUNDO BIMESTRE DE 2013 QUIRINO, José Renato Dias 1 ; MEDEIROS 2, Rennan Kertlly de; RAMOS FILHO 3, Hélio S. RESUMO O estudo das relações econômicas

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 553 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Irene Caires da Silva 1, Tamires Fernanda Costa de Jesus, Tiago Pinheiro 1 Docente da Universidade do Oeste Paulista UNOESTE. 2 Discente

Leia mais

2. Referencial Prático 2.1 Setor das Telecomunicações

2. Referencial Prático 2.1 Setor das Telecomunicações 19 2. Referencial Prático 2.1 Setor das Telecomunicações Até os anos 50, as concessões dos serviços de telecomunicações eram distribuídas indistintamente pelos governos federal, estadual e municipal. Tal

Leia mais

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO A CUT e as centrais sindicais negociaram com o governo

Leia mais

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O mercado de trabalho é fonte de indicadores muito importantes à condução da política monetária como, por exemplo, a taxa de desemprego, os níveis de salários

Leia mais

Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro

Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Análise Economia e Comércio / Integração Regional Jéssica Naime 09 de setembro de 2005 Aspectos recentes do Comércio Exterior Brasileiro Análise Economia

Leia mais

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias Macroeconomia Prof. Aquiles Rocha de Farias Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-) No modelo Mundell-Fleming é introduzida ao modelo IS-LM uma nova curva, a curva, que corresponde aos valores de renda e taxa

Leia mais

Sumário. Conceitos básicos 63 Estrutura do balanço de pagamentos 64 Poupança externa 68

Sumário. Conceitos básicos 63 Estrutura do balanço de pagamentos 64 Poupança externa 68 Sumário CAPÍTULO l As CONTAS NACIONAIS * l Os agregados macroeconômicos e o fluxo circular da renda 2 Contas nacionais - modelo simplificado 4 Economia fechada e sem governo 4 Economia fechada e com governo

Leia mais

QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS

QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS O percentual de famílias endividadas em Santa Catarina caiu de 93% em julho para 90% em agosto.

Leia mais

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA. Renda Fixa Plano B 124,0 % 10,0 % Renda Fixa Plano C 110,0 % 9,1 % Selic 71,0 % 6,5 %

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA. Renda Fixa Plano B 124,0 % 10,0 % Renda Fixa Plano C 110,0 % 9,1 % Selic 71,0 % 6,5 % ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA A partir de 2005 foi iniciado um processo de alongamento dos prazos das carteiras de renda fixa da PSS, que propiciou bons ganhos por oito anos seguidos até o final

Leia mais

Produção Industrial Cearense Cresce 2,5% em Fevereiro como o 4º Melhor Desempenho do País

Produção Industrial Cearense Cresce 2,5% em Fevereiro como o 4º Melhor Desempenho do País Enfoque Econômico é uma publicação do IPECE que tem por objetivo fornecer informações de forma imediata sobre políticas econômicas, estudos e pesquisas de interesse da população cearense. Por esse instrumento

Leia mais

APURAÇÃO DO RESULTADO (1)

APURAÇÃO DO RESULTADO (1) APURAÇÃO DO RESULTADO (1) Isnard Martins - UNESA Rodrigo de Souza Freitas http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/rodrigosfreitas/conhecendocontabilidade012.asp 1 Apuração do Resultado A maioria das

Leia mais

1 (V) 1 Usualmente assume-se que as empresas agem de forma a maximizar suas utilidades

1 (V) 1 Usualmente assume-se que as empresas agem de forma a maximizar suas utilidades CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE TURISMO DISCIPLINA: ECONOMIA DO TURISMO (ECTX2) Questões para revisão Nome completo: 1 (V) 1 Usualmente assume-se que as empresas agem de forma a maximizar suas

Leia mais

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO 1 O sucesso do Plano Real na economia brasileira Denis de Paula * RESUMO Esse artigo tem por objetivo evidenciar a busca pelo controle inflacionário no final da década de 1980 e início da década de 1990,

Leia mais

Módulo 1 Questões Básicas da Economia. 1.1. Conceito de Economia

Módulo 1 Questões Básicas da Economia. 1.1. Conceito de Economia Módulo 1 Questões Básicas da Economia 1.1. Conceito de Economia Todos nós temos uma série de necessidades. Precisamos comer, precisamos nos vestir, precisamos estudar, precisamos nos locomover, etc. Estas

Leia mais

OS IMPACTOS DA FILOSOFIA JIT SOBRE A GESTÃO DO GIRO FINANCIADO POR CAPITAL DE TERCEIROS

OS IMPACTOS DA FILOSOFIA JIT SOBRE A GESTÃO DO GIRO FINANCIADO POR CAPITAL DE TERCEIROS http://www.administradores.com.br/artigos/ OS IMPACTOS DA FILOSOFIA JIT SOBRE A GESTÃO DO GIRO FINANCIADO POR CAPITAL DE TERCEIROS DIEGO FELIPE BORGES DE AMORIM Servidor Público (FGTAS), Bacharel em Administração

Leia mais

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Um dos ramos mais importantes do mercado segurador brasileiro é o de saúde. Surgido sobretudo com uma opção

Leia mais

Cenário Econômico para 2014

Cenário Econômico para 2014 Cenário Econômico para 2014 Silvia Matos 18 de Novembro de 2013 Novembro de 2013 Cenário Externo As incertezas com relação ao cenário externo em 2014 são muito elevadas Do ponto de vista de crescimento,

Leia mais

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 Nota de Crédito PJ Janeiro 2015 Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 mai/11 mai/11 Carteira de Crédito PJ não sustenta recuperação Após a aceleração verificada em outubro, a carteira de crédito pessoa jurídica

Leia mais

ATIVO Explicativa 2012 2011 PASSIVO Explicativa 2012 2011

ATIVO Explicativa 2012 2011 PASSIVO Explicativa 2012 2011 ASSOCIAÇÃO DIREITOS HUMANOS EM REDE QUADRO I - BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO (Em reais) Nota Nota ATIVO Explicativa PASSIVO Explicativa CIRCULANTE CIRCULANTE Caixa e equivalentes de caixa 4 3.363.799

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

Questões de Economia Cesgranrio. Macroeconomia

Questões de Economia Cesgranrio. Macroeconomia Macroeconomia Balanço de Pagamento 1. Cesgranrio ANP 2008 Especialista em Regulação) Quando um país tem um deficit no balanço comercial do seu balanço de pagamentos, pode-se afirmar que a) as exportações

Leia mais

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) 2106 1750

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) 2106 1750 BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR As crises econômicas que se sucederam no Brasil interromperam a política desenvolvimentista. Ocorre que o modelo de desenvolvimento aqui implantado (modernização conservadora

Leia mais

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE MELHORES PRÁTICAS DA OCDE PARA A TRANSPARÊNCIA ORÇAMENTÁRIA INTRODUÇÃO A relação entre a boa governança e melhores resultados econômicos e sociais é cada vez mais reconhecida. A transparência abertura

Leia mais

4º PAINEL: INVESTIMENTO PRIVADO, INVESTIMENTO PÚBLICO E MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL

4º PAINEL: INVESTIMENTO PRIVADO, INVESTIMENTO PÚBLICO E MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL SEMINARIO FIESP REINDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL: CHAVE PARA UM PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO 4º PAINEL: INVESTIMENTO PRIVADO, INVESTIMENTO PÚBLICO E MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL 26 agosto 2013 Carlos

Leia mais

2 O Novo Modelo e os Leilões de Energia

2 O Novo Modelo e os Leilões de Energia 2 O Novo Modelo e os Leilões de Energia 2.1. Breve Histórico da Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro No início da década de 90, o setor elétrico brasileiro apresentava uma estrutura predominantemente

Leia mais

Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras

Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras Prof. Onivaldo Izidoro Pereira Finanças Corporativas Ambiente Econômico Em suas atividades uma empresa relacionase com: Clientes

Leia mais

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação O que é Inflação? Inflação É a elevação generalizada dos preços de uma economia O que é deflação? E a baixa predominante de preços de bens

Leia mais

Conjuntura Dezembro. Boletim de

Conjuntura Dezembro. Boletim de Dezembro de 2014 PIB de serviços avança em 2014, mas crise industrial derruba taxa de crescimento econômico Mais um ano de crescimento fraco O crescimento do PIB brasileiro nos primeiros nove meses do

Leia mais

Especial Lucro dos Bancos

Especial Lucro dos Bancos Boletim Econômico Edição nº 90 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Especial Lucro dos Bancos 1 Tabela dos Lucros em 2014 Ano Banco Período Lucro 2 0 1 4 Itaú Unibanco

Leia mais

A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006

A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006 A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006 No passado, até porque os custos eram muito baixos, o financiamento da assistência hospitalar

Leia mais

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015 RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Abril 2015 Equipe Técnica: Diretor: Carlos Antônio Rocca Superintendente: Lauro Modesto Santos Jr. Analistas: Elaine Alves Pinheiro e Fernando

Leia mais

A economia brasileira em transição: política macroeconômica, trabalho e desigualdade

A economia brasileira em transição: política macroeconômica, trabalho e desigualdade outubro 2014 A economia brasileira em transição: política macroeconômica, trabalho e desigualdade Por Mark Weisbrot, Jake Johnston e Stephan Lefebvre* Center for Economic and Policy Research 1611 Connecticut

Leia mais

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ Palma, G. (2002). The Three routes to financial crises In: Eatwell, J; Taylor, L. (orgs.). International Capital Markets: systems in transition. Oxford

Leia mais

Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas BRASIL Setembro 2011 Profa. Anita Kon PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS GRADUADOS

Leia mais

Crescimento em longo prazo

Crescimento em longo prazo Crescimento em longo prazo Modelo de Harrod-Domar Dinâmica da relação entre produto e capital Taxa de poupança e produto http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Modelo keynesiano Crescimento = expansão

Leia mais