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1 Jornal das Reuniões Científicas / APP On line Fevereiro 2013 n.2 Editorial da Diretoria Científica Cristina Maria Filomena Monzoni Prestes Apresentamos neste segundo número do jornal das Reuniões Científicas o texto: Expansão e Ruptura de nosso colega Ricardo Trinca, fruto de sua tese de doutorado, e as ideias advindas da apresentação deste precioso trabalho, realizada na nossa reunião científica de 24/11/2012. Nesta ocasião estavam presentes como comentaristas o nosso orientador científico, Prof. Dr. Ryad Simon e a Psicanalista Rosa Broner Worcman, Professora do CEPSI. Nesta edição contamos com a contribuição do Professor Dr. Ryad Simon, que nos brinda com um valioso texto: Entre a solidão e Vazio, em que sistematiza e fundamenta suas considerações no evento. E temos também a oportunidade especial de publicar os comentários da professora Rosa Broner Worcman: À procura de si mesmo, que compreendem a tese de doutorado de Ricardo, questões da Psicanálise, a condição do psicanalista e outros temas que foram surgindo no decorrer da nossa reunião. O público, presente à reunião, constituiu-se de associados da APP, alunos do Curso de Introdução à Psicoterapia Psicanalítica e ainda, o que muito nos honrou, a presença dos pais de Ricardo, os Professores Doutores: Ana Maria e Walter Trinca. Dando inicio a reunião, Ricardo sugeriu a leitura do texto: Expansão e Ruptura. Ele foi lendo e conversando conosco, e gradativamente nos esclarecia sempre que se fazia necessário. Seus estudos tratam originalmente da apreensão da realidade psíquica de um ponto de vista palimpsestico, e começaram com sua monografia para conclusão do Curso do CEPSI, no qual acompanhava um paciente que vivia uma impossibilidade de observação da cena primária, e o reescreveu na sua tese de doutorado. E generosamente compartilhou conosco um delicado e profundo acontecimento de sua vida: o nascimento de sua filha. Assim nos levou a pensar a ruptura, e a visitação do Real. O Prof. Dr. Ryad Simon foi o primeiro a comentar o trabalho e nos mostra no seu artigo: Entre a solidão e o vazio, a relação entre a angustia de estar só e a triangulação edípica. Explicou, na ocasião, que processos invejosos destroem a cena primaria, e também que o ciúme é muito mais destrutivo que a inveja. E esclareceu ainda a questão do sentimento de vazio na modernidade. A Professora Rosa Broner Worcman, em seguida, nos apontou como o paciente descrito por Ricardo estava à procura de si mesmo, e que então o trabalho poderia ter o título: À procura de si mesmo. Ela assinalou que a disponibilidade para o desconhecido, sem censuras e críticas é fundamental para o desenvolvimento e o crescimento mental. E nos presenteou com a declamação de um haikai de sua autoria,

2 premiado em primeiro lugar em um concurso: A verdade é o agora, passado, futuro, estilhaços da vida. O momento em que o público pode participar foi intenso, pois praticamente todos os presentes no auditório participaram com perguntas, questionamentos, depoimentos e esclarecimentos. Um dos nossos colegas que é pediatra nos informou sobre a situação clínica da filha de Trinca na circunstancia do seu nascimento, nos esclareceu sobre as questões médicas subjacentes, e considerou do seu ponto de vista como o inesperado pode se apresentar. O Prof. Dr. Walter Trinca e Ricardo conversaram sobre as questões da relação do esvaziamento do fóbico, e a relação com uma base amorosa. Enfim, tivemos a oportunidade de uma reflexão profunda e conjunta entre os presentes, em que Ricardo atentamente respondeu pacientemente a todos. EXPANSÃO E RUPTURA Ricardo Trapé Trinca 1. Apresentação Caro Prof. Ryad, estimada Prof.ª Rosa e queridos colegas presentes, gostaria, antes de tudo, de agradecer a cada um de vocês pela presença aqui hoje para essa conversa; uma conversa sobre a possibilidade de um aprendizado em comum, sobre a possibilidade de que todos, ao seu final, possamos ter aprendido sobre algo que poderá surgir dessa conversa, algo cuja origem é o trabalho que iremos discutir, um trabalho que já foi escrito, algo que poderá ser, no entanto, a fonte de nossas atenções durante essa conversa, algo que é indeterminado. Este trabalho, que trata originalmente da apreensão da realidade psíquica de um ponto de vista palimpsestico, do ponto de vista de um psiquismo multifacetado, foi concebido como um modo de tentar criar uma ampliação, de um ponto de vista psicanalítico, desta realidade composta por um sem número de camadas de escritos ou de registros inconscientes, que fora formulada inicialmente por Freud (1930/1996) e desenvolvida posteriormente por Bion (1992[1960] /2000), para aquilo que parece ser necessário justamente recobrir por meio destes pensamentos: o Real. Tratei neste trabalho sobre o desenvolvimento de uma ideia; ela nasceu, no entanto, de uma experiência pessoal, uma experiência de ruptura, ou como vim a designar posteriormente, de visitação: visitação do Real. Falei, assim, de uma realidade psíquica caracterizada como palimpséstica, por ser vista como uma realidade psíquica que podia ser compreendida, pelos casos clínicos, como multifacetada, como composta por diversos pensamentos oníricos inconscientes, muitas vezes dissociados uns dos outros. Essa compreensão da realidade psíquica foi articulada com a formulação sobre o significado de O para Bion, pesquisado mais atentamente em seu livro Transformações. O palimpsesto, a partir de um ponto de vista bioniano, passou a ser visto ou mirado como um conjunto de registros inconscientes que são, em última instância, incognoscíveis. Essa impossibilidade de conhecimento da realidade última dos registros inconscientes fez com que pesquisássemos mais sobre a própria

3 natureza disso. Assim, aliado a noção de acontecimento, desenvolvido pelo Prof. Luis Claudio Figueiredo e da noção de Real, desenvolvida pelo Prof. Gilberto Safra, escrevi sobre a noção de Real nos fatos clínicos psicanalíticos. Este desenvolvimento significou, no entanto, apreender uma ruptura, que compreendemos como uma visitação; uma visitação do Real nas sessões em que ocorre a psicanálise. No entanto, muitas vezes, o que percebemos não é uma visitação, mas um esquecimento do Real. A sugestão de que fosse lido para esse encontro científico o capítulo 3 da tese de doutorado tem em vista essa ideia: as sessões psicanalíticas podem ser um modo de obter uma visitação do Real ou serem um modo de encobrimento, ou melhor, de esquecimento do Real. O trabalho da monografia, orientado pelo nosso querido Prof. Paulo Sandler, que agradeço novamente neste momento, me possibilitou observar como havia no paciente analisado, ou melhor, no paciente da monografia, que foi reescrito como o segundo paciente relatado no capítulo 3, uma impossibilidade de observação da cena primária, de modo que ele parecia estar preso a um determinado senso de realidade que era justamente um senso em que não era possível ocorrer nenhuma forma de imaginação ou de apreensão da realidade psíquica. Identifiquei a situação vivida com o paciente nas sessões como a situação vivida pelos protagonista de Esperando Godot, de Beckett. Com esse paciente pude vislumbrar que, quando não é possível alguma tolerância com a vida mental, com a vida mental inconsciente, então não parece ser possível justamente conceber a realidade psíquica como palimpséstica, ou seja, como produtora de inúmeras possibilidades de sentido inconsciente, que significam a própria riqueza da vida mental. 2. Expansão Este trabalho, eu acho, se trata de um estudo sobre a caracterização do inconsciente. Digo eu acho porque penso que posso estar ainda redondamente enganado. Mas, ainda acho que se trata de um estudo sobre o inconsciente na psicanálise, levando em conta que o inconsciente pode ser pensado não apenas como o recalcado, mas como o não recalcado. Trata-se assim de um trabalho sobre o inconsciente não recalcado, sobre o que seria esse inconsciente e sobre sua relação com o recalcado. O recalque foi apresentado por nós como um conjunto palimpsestico de pensamentos oníricos inconscientes, que coexistem simultaneamente na forma de camadas ou cadeias de pensamentos oníricos que coexistem simultaneamente e buscam encontrar expressão autonomamente por meio de nossa linguagem contingente, do discurso manifesto. Este conjunto palimpséstico é tratado no final de nosso trabalho como articulações ou tessituras necessárias do psiquismo para o psiquismo, um manto assimétrico tecido para recobri-lo do Real, o impossível. Esse Real é pensado a partir de suas demandas, mas antes disso ele é extraído de três narrativas clínicas que tem o propósito de explorarem a dimensão da quaternidade negativa do Real, presente nas sessões, mesmo que esquecido. Essa quaternidade negativa é uma quaternidade que nos visita, na forma de uma orfandade, de uma solidão, do desterro e do nada, caracterizações ontológicas do Real que assumem o caráter de visitações, de passagem do Real na sua alteridade radical, nas sessões de psicanálise. E após descrever estes aspectos ontológicos, o trabalho caminhou na direção de articulá-los com a noção de acontecimento e de trauma, para pensar sobre o problema das bordas, de nossa quaternidade positiva, ou seja, daquilo que é possível para nós ter como experiência ôntica, factual, fenomênica, e depois da transicionalidade e da função alfa. E a discussão sobre a função alfa nos levou a pensar sobre a difícil relação do Real com a

4 palavra e, para isso, procurou pensar na noção de ícone para desenvolver a tese de que o Real está presente na palavra quando ela pode conservar seu aspecto ausente, retraído do pensar, ao mesmo tempo que é apenas por meio dessa palavra que esse aspecto ausente pode se anunciar. Parece ser assim que uma palavra, como ícone, assinala o registro do Real ou, pelo menos, indica a sua presença negativa. Assim, pensamos na relação do Real com a castração, tema que já era desenvolvido desde os casos clínicos, mas que assumem uma nova e importante caracterização. O final do trabalho é sobre o caminho de uma análise como o caminho de uma destituição do eu mesmo, da mudança catastrófica, da possibilidade de ser visitado pelo Real sem que essa visitação seja marcada apenas pela ruptura, mas como um modo de experimentar uma correspondência de um pensar que demanda ser. Trata-se, assim, da encarnação de O, estar uno com o Real. Parecem ser diversos temas desarticulados, mas que vão encontrando relação entre eles ao longo do trabalho. Mas o que parece ser importante dizer, é que esse trabalho nasceu de uma experiência de ruptura ou de acontecimento. O Prof. Luis Claudio Figueiredo, em um trabalho intitulado Fala e Acontecimento em Análise (1994) nos indica que um acontecimento é uma ruptura na trama de representações e das rotinas, uma quebra no tecido de realidade, no costumeiro, no comum, de um modo que destroça e, ao mesmo tempo, funda um novo modo dos sentidos se estabelecerem. Um exemplo contumaz disso é o próprio mito de Édipo, em que Édipo, em determinado momento, após o acontecimento do desvelamento do fato de ser filho de Jocasta e de ter sido o assassino de seu pai, se percebe numa nova e perturbadora condição, com novos sentidos surgindo, antes encobertos e impossibilitados de serem apreendidos por ele. 3. Ruptura Há aproximadamente quatro anos e meio atrás nasceu minha filha. Seu nascimento ocorreu no dia em que fiz a prova de francês para ingresso no programa de pósgraduação em psicologia clínica. Hoje ela é francesa. Mas antes de ser francesa, ela foi morta. Nasceu morta. Sou o único pai que conheço que foi assistir ao nascimento de uma filha morta. No entanto, incrivelmente, após retirarem-na do ventre materno e tirarem-na da sala, com vinte e quatro semanas de gestação e 635 gramas, sem qualquer cuidado que se deve ter com um nascimento assim, alguém disse tratar-se de um bebê. Corri para vê-la pelos corredores daquele hospital, pois não sabia que havia em algum lugar naqueles corredores e salas um bebê nascido, a minha filha; e, de repente, lá estava ela diante de mim, viva, sendo reanimada por uma médica, por uma médica que ao reanimá-la me dizia para aproveitar seus últimos instantes. Aproveite, papai, aproveite, enquanto ela está aqui ela me dizia com uma voz metálica e impassível, feita de ferro. Aturdido e confuso, não sabia se a tratava como uma filha ou como uma impossibilidade. Mas, apesar do cálculo médico, não vieram estes últimos instantes. Vi, dois dias depois, com estes meus olhos, os seus olhos, ainda sem fossa palpebral, se abrirem diante dos meus; os olhos mais lindos que já havia visto, e que se transformaram meses depois em dois sóis azuis, enquanto suas pequenas mãos seguravam firmemente, com toda sua força, o seu tubo de oxigênio, talvez para que não caísse, para que se mantivesse firme, atada à vida, e não despencasse na profunda inexistência. Sua insistência por sobreviver, por viver, marcou profundamente a minha vida, a vida da minha família e a dos amigos, bem como os anos de doutorado e de minha escrita. Enquanto o cálculo dizia, e as estatísticas reafirmavam, que um bebê não sobrevive em tais condições de nascimento, com sepse, derrame nível três, convulsões, pulmões prematuros, cirurgia cardíaca, uso de drenos, meningite, rins paralizados e centenas de exames de sangue em pequenas

5 veias que não aguentavam e se rompiam, de tão pequenas... Havia uma aposta dela, mesmo sem saber, e nossa, por outro lado, de que isso seria possível. Uma aposta entre o que já era dito e entre aquilo que seria possível. Uma aposta que furou e rompeu com todo o cálculo, com todo o pensado, com tudo aquilo que já se sabia. Uma aposta que resguardou, assim, uma experiência emocional inominável: a de um bebê que se segura para não cair; a de um bebê que falou por todos nós, de nossa condição, de nossa vida. Heidegger havia notado muito bem isso ao dizer que sabemos demais e acreditamos com demasiada rapidez no que sabemos, e por isso pode ser tão difícil adquirirmos familiaridade com algo nascido de uma verdadeira experiência (Heidegger, 1952/2006, p. 228), de uma experiência marcada pelo nada. Gostaria de ter conseguido perseguir, neste trabalho, este nascimento. Bion foi muito claro quando disse que o analista deveria ficar apavorado antes de cada nova sessão de psicanálise. Ele realmente não sabe o que poderá acontecer naquele instante, naquele tempo vindouro, naquela experiência emocional; naquele acontecimento. Há uma aposta ou fé de que há uma simetria de pensamentos inconscientes que se comunicam, que querem falar por meio das palavras, que querem furá-las, rompê-las por meio de atos falhos, chistes, equívocos e sonhos; mas também por uma visitação inesperada e não programada de ausência de sentido, do Real: um nascimento do nada. Talvez essa aposta tenha realmente a ver com a fé nesse inconsciente, nessa presença ausente que não se esgota em proposições e em palavras que tentam cercá-lo, talvez com propósitos realmente escusos, como de dominação e poder. Pensamos que a psicanálise pode ser uma atividade também de resistência, uma tarefa verdadeiramente política, e ética, de resistência a certos aspectos da nossa mente, presentes na sociedade, que tendem a saturar a vida mental, tornando a vida uma espécie de concretização de um cálculo, de uma engenharia que faz cessar aquilo que (ainda) não pode ser pensado e existir em nós, tornando-nos, por meio disso, espécies de simulacros que tendem a sucumbir à determinação de uma palavra dura e alienante: a realidade. Naquela madrugada insone, nos corredores do hospital, deparava-me com a médica obstetra que me dizia como aquela vida era impossível, e em como a sobrevida daquele feto seria a manutenção de uma vã esperança para nós. Suas palavras não eram frias, suas palavras me mostraram como podemos nos enganar em relação ao que ocorre psiquicamente com as pessoas. Hoje percebo que ela se assustava com a vida, e com a aposta que a bebê fazia por sua própria vida: ela se assustava com aquilo que ela não sabia, mas que estava acontecendo diante dela sob a forma de um profundo espanto, pois naquele momento se desfaziam suas crenças e convicções em seu conhecimento, tanto pela sobrevivência do bebê como pelo parto prematuro inesperado. Aquele bebê devia morrer, ela apenas pensava e sabia isso, não duvidava disso; um saber da saturação e do cálculo, que também pode estar presente na psicanálise hoje, de inúmeras formas; mas também nas artes, na política, na filosofia e na literatura. Certamente não se tratava de um saber do inconsciente. A pergunta que podemos nos fazer agora e que também esteve no cerne deste meu trabalho é: como fazer para que este cálculo, esta saturação excessiva, possa se deparar com uma resistência verdadeiramente forte, pelo menos dentro da psicanálise? Do nosso ponto de vista, a resistência talvez esteja na própria ação psicanalítica, de poder fazer psicanálise e responder ao apelo de um pensar inconsciente que pede não só para ser pensado, mas para existir na sua alteridade/diferença, na heterogeneidade da experiência emocional de uma sessão de psicanálise que rompe incessantemente com a realidade conhecida por nós. Estar correspondendo a um apelo de um pensar marcado pelo heterogêneo parece ser o prenúncio de uma palavra que pode resistir a uma

6 enxurrada de verdades alienantes, de cálculos antecipatórios, que são, finalmente, delírios que se impõe frente à experiência viva que surge desta correspondência. Penso que este trabalho foi uma tentativa de manter esta correspondência e, assim, uma expressão do método que pretendemos descrever, de um método que se opõe ao cálculo porque não concebe um fundamento do discurso que seja determinado, mas necessário por um lado e, por outro, impossível. Talvez seja importante lembrarmonos que Heidegger assinalou que o incalculável, em oposição, é aquilo que, apesar de estar fora do alcance da representação, se manifesta no ente e assinala o ser oculto. Do nosso ponto de vista, assim como não podíamos fazer um cálculo sobre o nascimento de nossa filha, resta-nos apostar que o trabalho consumado possa ter cultivado a abertura para aquilo que (ainda) não pôde ser pensado por nós e que, com isso, um futuro se anuncie e venha ao nosso encontro, enquanto caminhamos para ele, pelo cultivo da possibilidade de pensar pensamentos não pensados, pelo cultivo de poder dar abrigo àqueles nascimentos não calculados, ou melhor, incalculáveis. Pensamos, assim, que um movimento de ruptura implica na possibilidade de uma nova expansão, e que um movimento de ruptura, pela visitação daquilo que desconstrói nossa teia de sentidos prévios pela visitação do Real pode ser o prenúncio para uma correspondência, diante da qual sempre estaremos em débito, em falta, com aquilo que clama em nós falar, por meio das palavras: trata-se da alteridade inconsciente, que surge após ser desfeita a composição dessa teia de sentidos previamente estabelecidos sobre a realidade comum. Corresponder a essa alteridade inconsciente, mesmo estando sempre em débito em relação a ela, parece ser o caminho tempestuoso da psicanálise e de uma escrita sobre a psicanálise, que essa tese procurou expressar. Esse capítulo sugerido para a leitura aqui hoje tem, portanto, essa marca: a marca de uma visita inesperada daquilo que nos destitui, para que possamos aprimorar nossa escuta, sempre débil em relação ao clamor do inconsciente. E se a visitação do Real não acontece, resta-nos nos perguntar justamente sobre isso: sobre o esquecimento do Real nas sessões em que ocorre a psicanálise e seus fatos clínicos.obrigado. ENTRE A SOLIDÃO E O VAZIO Comentários sobre o trabalho de Ricardo Trinca contido no capítulo 3:2 Cena Primária e Realidade Perdida 1 Ryad Simon Ao apreciar o trabalho muito bem escrito e bem desenvolvido de Ricardo Trinca, proposto para nossa Reunião Científica de 24/11/2012, surgiram-me ideias para elucubrações sobre tema que tem me intrigado muito nos últimos anos. Lembrei-me de um ditado: donde menos se piensa salta la liebre citado num livro para estudo de 1 Ricardo Trapé Trinca: Tese de Doutorado: O Real nos fatos clínicos psicanalíticos: entre o esquecimento e a sua visitação. -- São Paulo, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. capítulo 3.2 (págs. 123/150).

7 Espanhol no meu primeiro ano colegial. O tema que tem me intrigado é o sentimento de vazio, relatado pelos pacientes (e não só pelos pacientes) nos últimos tempos. De que modo o trabalho de Trinca tem a ver com isso? Vamos por partes. Trinca, no capítulo do título acima, se utiliza da peça Esperando Godot (Beckett, 1976), no qual se desenvolvem as vicissitudes de dois personagens Estragon e Vladimir, que esperam a chegada de Godot. Trinca assim os descreve: Nessa peça de teatro, somos convidados, ao acompanhá-la, a sentir, como espectadores, uma angústia interminável de seus protagonistas, que esperam a salvação que a eventual chegada do Sr. Godot poderá trazer. (p 124). Na página 129 destaco: Se pudermos caracterizar o sofrimento de seus personagens diríamos: trata-se da angústia de se estar só, na impossibilidade de aceitação da solidão originária que a triangulação edípica ressalta e explicita; seria esse o sofrimento (grifos meus). A meu ver, se uma pessoa aceita a triangulação da cena primária, surge o protótipo do sentimento de estar só. Se uma pessoa não aceita essa triangulação, algo de mais sério está acontecendo. No final da mesma página 129 reproduzo: o sentimento de exclusão e de solidão decorrente da exclusão tornar-se-ia o fundamento da agressão invejosa. Penso que a inveja do prazer desfrutado pela dupla parental pode provocar uma agressão invejosa; mas creio que o ciúme despertado pelo envolvimento amoroso na cena primária é muito violento, e, se não for suportado pela criança, poderia levar à destruição das imagos do pai e da mãe. Faço aqui uma digressão para salientar que, a meu ver, o ciúme é muito mais destrutivo do que a inveja. A inveja aleija, mas o ciúme mata! O ciúme mata porque o sentimento de ficar privado do amor que é dado ao outro é um dos sofrimentos mais intoleráveis de ser vivido por um ser humano (e não só humano; observem os animais). Se ficássemos mais atentos a esse fato ajudaríamos os pacientes a compreenderem melhor seu sofrimento e buscarem formas mais adequadas de lidar com o ciúme 2. Voltando à questão da solidão ou do vazio: Se existe o sentimento de estar só, existe a imagem da cena primária no mundo interno da pessoa, da qual decorre a solidão por estar excluído. Para tanto é necessário que a criança suporte o ódio provocado pelo ciúme e preserve a existência dos pais unidos. Quando não se suporta o ciúme e se destrói a cena primária, o que resta é o vazio que é diferente do estar só. Estar só subentende alguém ausente, mas presente no mundo mental. No vazio não há ninguém só o nada. O mundo interno sem os pais se torna um deserto sem amor; provavelmente povoado apenas pelos objetos parciais da posição esquizo-paranóide de Melanie Klein. Esta seria, talvez, a etiologia do vazio, que estive procurando há tempos, e que o trabalho de Ricardo Trinca me inspirou. Outra questão suscitada por essa teoria: por que esse quadro psíquico é mais frequente nos últimos anos? Suponho que o fato das mães estarem ausentes de casa trabalhando para o sustento da família, ou aperfeiçoamento pessoal coisa que se ampliou muito depois da Segunda Guerra despertou nos filhos, primeiramente, um sentimento de solidão e de ciúme; e, pela insuportabilidade deste, a exclusão destrutiva, por ódio dos pais, acarretando o sentimento do vazio. Esperar Godot 3 pode ser a alegoria de esperar o pai ideal que vai trazer o Paraíso: alguns esperam a vida toda, e, como crianças, conservam a ilusão; 2 Vide meu recente artigo: O ciúme, esse desdenhado: transpondo labirintos na psicoterapia psicanalítica (Simon, 2010). 3 Imagino que Godot deriva de God designação de Deus nas línguas anglo-germânicas.

8 outros, se desiludem, compreendem que terão de contar consigo mesmos para viver a realidade e se tornam adultos; outros, ainda, descreem de tudo e se tornam perversos. A questão que se segue a essa hipótese de que o vazio interior é consequência do devastador ciúme da dupla parental é: como trabalhar tecnicamente esse desastre? Ocorre-me a sugestão de interpretar a reprodução das dificuldades do paciente de entrar em contato com o vácuo interno que se estabelece na relação transferencial. Essa dificuldade seria gerada pelo pavor de uma catástrofe se o paciente começar a sentir seu envolvimento com o terapeuta. Pois, então, estaria se reproduzindo a angústia provocada pela destrutividade do ciúme no lado infantil do paciente em decorrência do afeto incipiente entre este e o terapeuta. Essa angústia pode despertar ímpetos de abandonar o tratamento, como será visto na descrição do caso em apreço. Após essas considerações inspiradas no trabalho de Ricardo Trinca volto-me para sua descrição do atendimento em psicoterapia psicanalítica de um paciente peculiar, que se inicia na página 134 da tese em apreço. O paciente, cuja idade não é mencionada, é assim indicado: Carlos veio nos procurar porque queria que alguém pudesse conversar com seu namorado; vinha procurando análise para um outro. Dizia que ele estava precisando muito conversar com alguém, que estava muito sozinho e precisando muito. Essa queixa deixou o terapeuta muito intrigado: o que Carlos estava fazendo aqui? Quem deveria se tratar, ele ou o seu outro? (p 134/135) A perplexidade do terapeuta prossegue em outro trecho da página 135: O paciente fenômeno, de queixas imprecisas, parecia o avesso do paciente habitual: esse nosso paciente parecia que não deveria estar ali. Minha impressão, ao ler esse relato, era que talvez tivesse havido uma projeção do self do paciente no namorado. O que ele via no outro só e sofrendo muito, era ele mesmo. Se fosse meu paciente eu diria: O sofredor que você vê no seu namorado é você mesmo. Enquanto você estiver enfiado dentro dele você não pode estar aqui. Saia de dentro dele e ocupe seu lugar aqui, comigo. (Mas é claro que o paciente só vai poder fazer isso depois de elaborar os motivos para ter se enfiado dentro do outro.). Na mesma página 135, mais adiante: Ao se deitar, não punha os pés no divã, permanecendo com uma das pernas fora dele: parecia que estava sempre prestes a correr, prestes a se levantar. Nesse momento eu diria: A perna fora do divã é você dentro do seu namorado e fora daqui procurando com isso chamar a atenção para o fato da dissociação mental: o que estava no divã estava ausente; e o que estava fora a perna era ele dentro do outro, e por isso não podia estar presente. Procurando, dessa forma, dar conhecimento da intrusão de seu self dentro do outro, e a consequente impossibilidade de estar dentro da sessão. Seguem-se relatos da desolação do terapeuta com a impossibilidade de analisar o paciente. Em seguida, um novo comportamento do paciente, de permanecer em silêncio no início da sessão, mas, ao ser rompido o silêncio, um retorno ao costume anterior de perguntar sobre o que se falar hoje. O respeito que o terapeuta demonstrou pelo silêncio do paciente funcionou, provavelmente, como uma interpretação mutativa. Embora esse estado meditabundo fosse frequentemente rompido e parecesse que não era extraído nada dele, permanecemos em silêncio, interpretando, também silenciosamente, que ele queria se certificar de que era possível ter um contato mais delicado consigo mesmo [e, suponho, também com o terapeuta] sem que isso fosse perturbado. (p 137) Imagino que essa mudança de postura do terapeuta contribuiu também para uma mudança de paradigma. O psicoterapeuta evoluiu para uma atitude

9 psicanalítica recomendada por Bion. É o que se pode ver na página 141: A disciplina de banimento da memória e do desejo apenas tornou-se possível quando as sessões passaram a ter um desenvolvimento nelas mesmas, ou seja, quando foi possível compreender que aquele paciente que entra na sessão não é o mesmo que lá esteve na sessão passada. Na página 143 a nova postura se evidencia pela proposição: Suas narrativas passaram a ter, assim, uma tonalidade crítica, que passamos a ouvir atentamente, sem realizar grandes intervenções: apenas demonstrávamos que estávamos ali e acompanhávamos aquilo que ele nos falava do modo mais atento que podíamos. Ouvir sem a preocupação de interpretar. Essa mudança, induzida pelas posições refratárias do paciente constituem um desafio para o terapeuta: ou este tem imaginação criativa e evolui, ou se desfaz do paciente Por isso digo que o paciente é o nosso melhor mestre; desde que sejamos capazes de aprender com ele, naturalmente. A postura de mais atenção pelo paciente e menos preocupação com as teorias deve ter influenciado o paciente a mobilizar rudimentos de reparação. Na página 144 há a informação de que o paciente faz curso sobre restauração e voltou a desenhar, uma atividade importante e renegada. Resolveu fazer ambas as coisas sem conversar antes conosco sobre esses assuntos e também sem conversar com ninguém.. Esse movimento de reparação sugere que a mente começa a se integrar, mas está cindida em compartimentos não comunicantes. Na p 145: No ano seguinte de análise (...) mas no fim desse ano (grifos meus) começou a se questionar sobre a função de sua análise e sobre o sentido de sua ida às sessões (...) disse que não via sentido em continuar, pois, na verdade, a análise pouco prestava para ele (...) que isso não tinha relevância em sua vida (...). Em resumo: não via razão de continuar vindo. A restauração do self e dos objetos devido à evolução da análise provocou um efeito paradoxal. À medida que aumenta a integração, acentua-se a ambivalência. A junção da parte que odeia e da parte que ama o terapeuta, a culpa e a angústia que isso suscita, provocam um estado difícil de suportar. E mais, o fato dessa reação contra a análise ocorrer perto do fim do ano como sublinhei acima indica também outro efeito da integração: o estabelecimento da posição depressiva, que instala a angústia de separação, cujo sofrimento induz á ruptura como forma de alívio de uma relação conflituosa. Aquilo que parece o fim da análise é na verdade o efeito da sua eficácia. Se ambos não se amedrontam, e permanecem firmes na intenção de evoluir, atravessa-se incólume a tempestade e uma nova configuração da personalidade restaurada se apresenta. O final do relato da experiência terapêutica com esse paciente, na página 150, é assim descrita: contou-nos uma história que havia lido e que o tinha tocado muito. Tratavase de uma história de As mil e uma noites, em que um gênio maligno, após ter aprisionado uma princesa, permanecia poderoso e onipotente. Ninguém conseguia salvá-la, até que um herói descobriu que o gênio maligno poderia ser derrotado caso o herói descobrisse sua fraqueza, que era apagar uma vela que ficava acesa dentro de uma montanha, escondida de todos. Assim, destruído o gênio, o herói e a princesa puderam ficar juntos e ser um casal feliz. Após contar sua história, falou-nos com grande emoção que nunca antes tinha se emocionado com uma história de amor. Dissemos-lhe, então, que ele podia ficar mais emotivo e cheio de esperança quando pudesse imaginar a existência desse casal unido e quando seu gênio maligno invejoso pudesse parar de aprisionar a sua possibilidade de anseio por pessoas e de ligação amorosa (grifo meu). Entendo essa história como uma alegoria sobre o ciúme possessivo. O gênio poderoso seria uma alusão ao poder de manter a capacidade de amar (a princesa) aprisionada

10 dentro de si mesmo, transformada numa vela acesa escondida, um processo defensivo narcísico. Essa defesa narcísica seria consequência de uma regressão devida à insuportabilidade do ciúme provocado pela união dos pais. Por isso o paciente pode ter um namorado, mas não pode ter um relacionamento sexual (amoroso) com ele; só pode ter um relacionamento masturbatório. Na psicoterapia dá-se o mesmo: o paciente aprisiona o terapeuta num palavrório estéril e não deixa que o processo evolua. Se o herói procurar a vela que está escondia dentro da montanha isto é, se o analista se despojar de seu narcisismo teórico e demonstrar interesse genuíno (amor) pelo paciente e achar a escondida vela do narcisismo defensivo inconsciente do paciente. E, simultaneamente, libertar a princesa - favorecer a capacidade de relação amorosa do paciente que resista ao ciúme possessivo do lado infantil da personalidade, será possível ficar juntos e ser um casal feliz. Ou, como disse o paciente: nunca tinha antes se emocionado com uma história de amor. Comentários de Rosa Broner Worcman À procura de si mesmo Fui convidada a fazer um comentário oral à tese de doutorado de Ricardo Trinca. Encontro-me agora frente a uma questão já que foi decidido que os comentários seria publicados: transformar em texto escrito um material pensado para ser falado ou elaborar um novo texto? Conversar frente a frente com uma plateia que nos ouve e responde é bem diferente de colocar os pensamentos por escrito, inclusive porque aumenta a necessidade de que os leitores tenham conhecimento da tese de Ricardo. Resolvi ater-me ao apresentado. Foi um privilégio entrar em contato com material tão consistente com o qual me deparei ao ler seu trabalho, pois abre espaço para o pensar sobre nós e nossa função de vir a ser psicanalista. Adentrar na riqueza de sua dissertação trouxe-me grande responsabilidade e preocupação: falar sobre material tão denso, complexo foi tarefa árdua. Muitos pontos mereciam atenção. Minha curiosidade não permitiu que me limitasse ao item sugerido pelo autor que talvez temesse um desânimo diante das muitas páginas do seu escrito e debrucei-me sobre a tese toda. Ao me deparar com a imensidão do que aí existia consultei-o e disse que me propunha sonhar sobre o material. Parece que ele aprovou a proposta, pois disse que sonharíamos juntos. Estendo isso a todos os que se dispuserem a brincar com o material no sentido do Play de Frank Phillips, isto é, entregarmo-nos gostosamente a digerir o material, tentar expandir um pouco nossas ideias, refletir, questionar. E, para o encontro, Ricardo nos surpreende com essa maravilha que chamou de resumo do trabalho, no meu entender um estímulo emocionante para aqueles que ainda não leram sua tese empenharem-se nisso. Espero que seja também publicado na revista. Optei então por trazer um subtexto, sonhar. Nos sonhos ousa-se. Afinal, como diz Calderón de la Barca, a vida é sonho. Sonhar não só com o escrito, mas principalmente

11 com o que a leitura me estimulou, tentando não cair em absurdos. Apoiando-me em Shakespeare: como a imaginação esboça uma forma para coisas desconhecidas, a pluma do poeta as forjam dando ao que é nada uma moradia e um nome. Afinal, literatura, música, pintura, arte em geral descomprometidas com o conhecido, corajosas em ser a partir da intuição criadora, livre de censuras abrem cesuras por onde podemos reconhecer em nós mesmos o mundo de conteúdos ocultos, a apreensão de uma realidade psíquica plural e multifacetada. Eis o perigo. Embora a psicanálise possa ser considerada além de ciência também uma arte será que tudo cabe? Poderemos preencher o desconhecido com qualquer nome? Lembrei-me do filme O Ditador de Sacha Cohen, onde a locutora de um canal de televisão se sentia obrigada e capaz de dar interpretações que ela considerava lógicas, coerentes, mas na verdade estapafúrdias, às ações do sósia do ditador, uma pessoa recolhida entre a multidão, escolhida somente pela semelhança física. Tendo que se apresentar diante de uma grande assembleia, não sabia o que fazer ou falar. Passou reto pelo estrado ao querer escapar da situação, a locutora partiu do pressuposto de ser uma ação intencional, querer atrair a atenção de todos. Ele caiu; significava que o mundo e os outros representantes da ONU desmoronavam diante dele. Bebeu direto da jarra pois não sabia o que era aquilo, foi explicado como querendo demonstrar que não obedecia as regras do Ocidente, etc. Eu vi nisso um alerta; o perigo que nós psicoterapeutas incorremos com interpretações ao entrar no campo das paramnésias para ocultar a ignorância. Espero estar embasada no material para as minhas considerações mesmo sabendo que explicações não passam de racionalizações, isto é, explicações razoáveis. Assim como Ricardo, também falarei de uma experiência que tive. Tenho por costume ao ler um livro, um artigo, um trabalho, fazer uma primeira leitura sem me deter, deixando-me invadir por imagens, emoções, diria pensamentos selvagens, para em leituras posteriores, deter-me a pensar, discutir. Deixar que algo escorra para dentro e de dentro de mim. Assim estava eu imersa no encantamento, na poesia do trabalho, pois Ricardo é um poeta, deliciando-me com os versos profundos de Tagore, na praia de mundos sem fim, crianças se encontram. A tempestade vaga no céu intransitável, navios naufragam na água sem deixar rastros morrem no estrangeiro, enquanto as crianças brincam. Na praia de mundos sem fim elas vão-se encontrando grandiosamente Imersa no poema, capturada pela profundidade dos versos que despertaram lembranças, reminiscências de pessoas queridas ausentes, buscando encontros, de repente viro a folha, me defronto não mais com a poética que Ricardo vinha desenvolvendo, mas com uma página imensa totalmente em branco. É um tanto quanto difícil, para não dizer impossível, relatar o desenrolar de um acontecimento. A não ser que se abandone o desejo de descrever acontecimentos indescritíveis e se tome um caminho sabidamente certo de que a comunicação possível não alcançará as nuances e os meandros do que acontece, tornando a escrita ou a fala apenas um pálido reflexo do que se passa numa experiência. Susto. Estaquei. Fiquei paralisada com o impacto. Eu, totalmente nua, desamparada frente à realidade desconhecida. Estranheza. Enigma. Surpresa. Desconhecido. Medo.

12 A frase de Pascal caiu como uma luva: O silêncio dos espaços infinitos me apavora. Palavras são escassas. Poetas saberiam expressar melhor a gama de emoções, a revolução, o caos que se apossou de mim naquele momento. Vocês poderiam dizer: grande coisa, porque tanto carnaval por uma página em branco no meio de um trabalho? Não sei. Só sei que aconteceu. Momentos depois, quantos não sei, porque estaquei mumificada um bom tempo olhando aquela página à procura de um significado oculto, testemunhando a defesa contra a estranheza e a realidade desconhecida, querendo que aquela página falasse comigo, resolvesse meu conflito. Sem despregar os olhos dela. Quanto tempo fiquei assim? Não sei dizer, mas precisei de espaço para tolerar o duelo, para aguentar o não saber, o não entender. Capacidade negativa? O que fazer? Virarei a folha? Desvendarei o mistério? Sabemos que se originou em algum lugar e por algo, mas desconhecemos quase tudo, abre-se um universo de possibilidades, a luz de um passado pode chegar até nós e ser recontada no tempo presente. Qual luz de um passado pode ter chegado até mim naquele instante e me fez estacar estarrecida? Esse susto de onde veio? Da presença simultânea de níveis arcaicos e de níveis evoluídos da mente? Onto e filogenéticos? O medo congênito que vem da percepção de nossa fragilidade, impotência? O Real se fez presente naquilo que ainda falta se dizer? Surgiu como aquilo que rompe com o sentimento de continuidade do ser, decorrente da ameaça que não foi pressentida? Tendo um caráter disruptivo por conduzir a uma abertura do eu mesmo? Como pesquisar a cesura, o espaço entre o nascimento e a morte? Dei-me conta da fragmentação caótica seguida das infinitas possibilidades de desenvolvimento daquele fato. Saramago diz: dentro de nós há alguma coisa que não tem nome. Essa coisa é o que somos. Estaquei diante da impotência de prosseguir sozinha, do reconhecimento da necessidade constante de um outro, o Eu e Tu, (como fala Buber) na busca da veracidade. O que me vai ao íntimo e a realidade (qual delas?) são dois ambiciosos que se digladiam à procura da verdade e que esbarram nos limites do humano. Solidão. Ao sair do mundo invisível, já mais calma, preferi indagar o propósito da página branca. Intrigada, criei algumas hipóteses. Teria sido engano? De quem? Do Ricardo ou da pessoa que xerocou? Ou proposital? Estranho surgir uma página em branco naquele lugar. Uma pegadinha? Se assim fosse com o que deveria ser preenchida aquela página em branco? O Real teria me feito uma visita? Conforme a definição o Real é o fundamento negativo de certo movimento interno das sessões em que ocorre psicanálise. Sua visitação ou seu esquecimento depende de como o par analista/analisando pode em determinado momento conter além da transitória verdade que o atinge aquilo que inda falta se dizer, o que não cessa de não se dizer. Terá o desconhecido se aproveitado da situação e se feito aparente, palavra ou pensar? Não é o momento de fazer psicanálise. Possivelmente vivi a experiência emocional de me sentir só e órfã, sem a presença do analista. Enquanto esperamos Godot na esperança de que algo nos tire da escuridão (atentem à bela explicação da peça de Becker que consta na tese), Ricardo não ficou parado como

13 acontece com a maioria das pessoas, teve a preocupação de examinar com cuidado, com carinho, profundamente, formulações de muitos analistas, pensadores e artistas para embasar sua pesquisa e sua intuição no caminho de aproximar-se de um ponto nodal da psique, o Real. Não dormiu no ponto. Traduziu seu pensamento numa escrita poética que ainda que não assimilemos completamente o texto pela sua complexidade, ele nos penetra e vai germinando. Compêndio digerido de psicanálise. Enxergo a busca ansiosa de Ricardo ou sou eu projetando. Quer alcançar, acha que vai alcançar, mas sabe que é impossível, pelo menos com as limitações atuais de nossa mente. Ou do nosso coração? Como a água que nos escorre entre os dedos. Cada parágrafo é um manancial para ideias, para muitas histórias a serem narradas. De tal forma preciso e hipnótico, ele funciona como o narrador que abre espaço e apronta o cenário para que o personagem, o Real, possa aparecer e tornar-se visível. Acontece que a apreensão de uma realidade é por si mesmo sem representação e sem conhecimento. Mas como temos que conversar, estudar, Ricardo pesquisa, revira, traz de inúmeras maneiras a possibilidade de tornar aparente, no sentido de visível, o que seria esse Real, para que nós também possamos tentar vislumbrá-lo. Agora minha ousadia: como subtexto, o que eu depreendi do trabalho e agora acrescido com o resumo, foi o esforço de aprofundar-se na angústia da procura de si mesmo, ancorada no que é vir a ser psicanalista, justamente firmar-se como psicanalista e o que se entende por isso. Ampliando, vejo-o como Édipo à procura de si mesmo. É o que ele mesmo declara, apoiando-se num verso de Tagore: Não consigo encontrar o sossego; sou um estrangeiro para o meu próprio coração. Buscou desvendar o segredo da esfinge, a procura do Real, para chegar ao lugar que interessa: a psique do ser humano, aquele lugar sem nome, à procura de ser nomeado. Armou o cenário para que o Real aparecesse. Seria o que entendo por tropismo, cuja ação apropriada é a busca. Os tropismos são a matriz a partir da qual brota toda a vida mental. Para sua maturação ser possível eles precisam ser resgatados do vazio e comunicados. Quando se fala de vida psíquica nossos conceitos são imprecisos, captamos intuitivamente. A inquietação faz com que se procure uma definição e teoria para ajudar a delimitar o campo; mas o aprender se dá com a experiência emocional e para isso há que se tolerar frustração. A tentativa não é só aprender mais sobre nós mesmos e o mundo que nos rodeia, mas, sobretudo, podermos vir a ser o que somos. Sentir, pensar, ser. Estamos constantemente à procura, pois a apreensão da realidade é sempre inexata já que o tempo não se detém e estamos continuamente em movimento. Em relação à clínica, acredito que o analista deva ter um olhar que busque e depure a experiência emocional, longe das palavras que carregam coisas conhecidas e sem desejos predeterminados, suporte o silêncio do não conhecido. Bion diz: farejar o fedor do perigo. É da essência do pensamento psicanalítico o analista estar disponível para o que tem a qualidade do negativo. A capacidade negativa propicia nosso assombro, o reconhecimento de nossa ignorância, diante da realidade última. Nosso trabalho é finito, limitado. Cada pensamento, cada ideia deixa de lado outras que podem estar se entrechocando. Paul Valery diz: nosso mundo mental é uma arena onde se digladiam os deuses. Será que percebemos isso? Será que nos damos conta da intensidade, do desencontro e colorido das múltiplas emoções presentes sob a capa civilizatória com que as encobrimos? A prática da psicanálise tem que ser feita por pessoas que saibam pensar por si próprias, o que significa solidão, incerteza e um

14 sentido inescapável de perseguição incipiente. Assim Ricardo vira e revira o que foi apreendendo como um pediatra que vai examinado seu bebê, se questionando, olhando outras vertentes, sabendo que apesar de todo esforço não dá para encerrar e alcançar o inatingível. A busca é contínua, pois por mais que uma pessoa se conheça, o conhecimento é ínfimo. Analista e analisando são duas mentes que se expandem em muitas camadas diferentes se manifestando no agora, no momento, palimpsésticas, que podem ou não ser atingidas pelo observador que se volta para as impressões sensoriais, suas representações e evocações na situação. Deixa de ser um olhar para dentro para se tornar um olhar de dentro, do seu íntimo, que concebe, inesperada e atemporalmente o que está acontecendo. O objeto psicanalítico é, portanto, um objeto de qualidades psíquicas partejado pela intuição. Intuição que em sua origem significa percepção, mas é considerada aqui mais que uma percepção, transcende o indivíduo, alcança a relação com o outro e visa à comunicação. É como uma visão ativa e produzida que rompe com a solidão do analista no encontro.longman, J em o O objeto psicanalítico (ele foi uma das minhas evocações de pessoas queridas diante da página branca). Quando isso acontece à turbulência aparece e gera uma desestruturação, para depois se chegar à nova organização. A demanda é encontrar um outro que acolha sem destruir ou seduzir. A esperança é que se liberte do destino pré-traçado, repetido, trazer o que vem do subterrâneo. Psicanálise é experiência longa e dolorosa de peregrinação ao si mesmo. Não são necessárias grandes interpretações. Quantas vezes falamos o óbvio para a pessoa e isso é que tem reverberações. Analisanda falando da inveja, inveja, inveja que sentia de um colega e em determinado momento perguntei: o que ele tem que você não tem? Como sempre, num primeiro momento, ela recusa, silencia, dando como inútil. Depois, noutra sessão, ela fala: a pergunta que você me fez mudou tudo pra mim; vi que invejo que ele está montado num berço de ouro e eu nem sei o que fazer com tanto dinheiro que tenho. Ou outra: enquanto, cansada de um dia inteiro de trabalho, fazia o jantar para minha filha, que já tem vinte e três anos e pode preparar a comida sozinha, pensava em como a odeio. Respondi-lhe: quanto amor! Ela se surpreende e pergunta: como, como? Respondo: você, mesmo cansada, não estava preparando o jantar para ela? A necessidade de criar, urge to create, fez com que Ricardo criasse com seu trabalho científico uma obra de arte. Nesse mundo líquido em que estamos vivendo, tudo encarado superficialmente, é um prazer ter acesso a um trabalho denso como esse. Termino com as três citações que Ricardo tão bem peneirou e como que fazem uma síntese do seu trabalho:e quantos poemas não cheguei a escrever, E seus refrões misteriosos pairam à minha volta. Anna Akhmátova Sou um escultor, um criador de formas, A cada momento dou vida a novos ídolos E derreto-os todos diante de ti. Jalal ud-din Rumi Algo está lá que está fora de alcance; isto está entre nós. M. Blanchot

15 Fala da impossibilidade de agarrar o todo de uma ou de várias experiências embora tudo esteja à nossa volta, procurando um pensador para pensar ou em busca de um pensador que as procure. Tantas vezes vai-se dando formas a novas ideias, tantas vezes idealizando-as, para elas irem se desgastando, transformando-se em outras que também poderão vir a ser idealizadas. O importante é captar a experiência emocional que gere crescimento, o que está entre nós, do conhecer para tornar-se real. Dispomos de um universo finito para representarmos um universo infinito e poucas pessoas disponíveis para se aventurar no caminho do pensar. Novamente recomendo a leitura aprofundada do trabalho. Foi uma experiência gratificante. Os negritos do texto são frases retiradas da tese de Ricardo. Próxima Reunião científica dia 16/03/2013 Cine debate com a presença do Prof. Ryad Simon Dia 16/03/2013 às 9:00 h. Rua Cardeal Arco Verde, 928. Associação de Psicoterapia Psicanalítica Tel.: / Cel.: secretariaapp@uol.com.br

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