MEDIUNIDADE & ESPIRITUALIDADE

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Ana Beatriz Vilalobos Lisboa
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1 Curso Online MEDIUNIDADE & ESPIRITUALIDADE com Maísa Intelisano Aula 04 - Sintomas e Sinais Precursores da Mediunidade Bloco 01- Reflexão Maísa Intelisano

2 AULA 4 SINTOMAS E SINAIS PRECURSORES DE MEDIUNIDADE ANIMISMO BLOCO 1 Reflexões: O médium na vida e no mundo O médium é alguém especial? Como o médium deve se comportar na vida diária? O médium tem privilégios? Olá. Nesta aula, além desta reflexão sobre a pessoa do médium, vamos falar dos sintomas físicos, psicológicos e bioenergéticos indicadores da mediunidade, e também sobre os mitos e verdades a respeito do animismo. Embora seja uma capacidade natural do ser humano, a mediunidade sempre esteve cercada de mistérios e segredos, fazendo com que o médium parecesse alguém especial, diferente das outras pessoas. Antes, porque a mediunidade e a paranormalidade como um todo eram assuntos guardados a sete chaves, dentro de templos, aos quais somente alguns iniciados tinham acesso. E, para ser iniciado, era preciso ser escolhido e preparado por muitos anos, até que o sensitivo tivesse domínio sobre suas capacidades e fosse digno de confiança por parte de seus superiores e pares. Dessa forma, o conhecimento espiritual não era de domínio público e ficava restrito a uma classe muito especial de pessoas, que tinham muito poder e eram muito temidas, fazendo com que fossem consideradas diferentes e especiais, levando a muitos mitos e lendas. Mais tarde, foi a vez de as igrejas condenarem o contato com o mundo espiritual, no intuito de dominar as pessoas e torná-las dependentes de padres e pastores para a comunicação com divino e o sagrado. Para isso, essas igrejas passaram a dizer que comunicar-se com os mortos era pecado, heresia ou coisa do demônio, incutindo terror e culpa nas pessoas que presenciavam ou vivenciavam esses fenômenos. Muitos médiuns e sensitivos, especialmente mulheres erveiras e curandeiras, foram perseguidos, presos e condenados à tortura e à morte na fogueira durante a Inquisição, sob a acusação de bruxaria. Com isso, o que gerava medo pelo desconhecido, passou a gerar terror e culpa pelo aspecto maléfico que passaram a atribuir a tudo o que dizia respeito ao mundo dos espíritos. Dessa forma, dizer-se médium ou sensitivo passou a ser perigoso e gerava vergonha, inclusive por causa dos rituais de exorcismo realizados com muitos sensitivos ou pelo risco de serem considerados doentes mentais e trancafiados e esquecidos em manicômios. Mais adiante, com o advento da ciência, fenômenos psicoespirituais ou paranormais passaram a ser considerados mentiras, embustes ou farsas, pela impossibilidade encontrada de confirmação pelos métodos científicos vigentes. Só quando Kardec nos trouxe o resultado de seus estudos e a mediunidade se tornou algo de domínio público, é que as pessoas passaram a olhar para os médiuns com um pouco mais de naturalidade, entendendo melhor os fenômenos. 2

3 No entanto, quando o Espiritismo chega ao Brasil e assume um caráter profundamente religioso, como doutrina evangélica, o médium ganha também o status de missionário, pelo qual passa a ser visto com uma aura de santidade e elevação espiritual, sendo idolatrado. Com toda essa turbulência e desinformação em torno da mediunidade e dos fenômenos espirituais, não é de se admirar que os médiuns passassem a ser temidos e considerados estranhos, ou admirados e tratados como especiais. Pois bem... O fato é que o médium não é nem uma coisa nem outra. Nem estranho e maléfico, nem iluminado e santo. O médium é, antes de qualquer coisa, um ser humano como outro qualquer, sujeito a todas as dificuldades e alegrias a que está sujeita toda a humanidade. A mediunidade não atribui qualidades a um médium que ele já não tenha em si mesmo como pessoa. A mediunidade, como qualquer sentido físico, é neutra e não transforma ninguém, não torna ninguém melhor ou pior do que já é. Assim como o sentido da visão não torna ninguém santo ou pecador só pelo fato de enxergar, a mediunidade também não transforma ninguém em santo ou pecador apenas pelo fato de permitir que o médium acesse e se comunique com a realidade espiritual. Assim, médiuns também ficam doentes; também podem ter que enfrentar decepções e tristezas; também sentem dores físicas e emocionais; também ficam mal-humorados; também cometem erros; também sentem prazer, dúvida ou medo; também têm problemas com família, trabalho ou dinheiro; também têm gostos e desgostos, preferências, opiniões, tendências e vocações. Ou seja, a mediunidade não isenta o médium de qualquer aspecto absolutamente natural da vida humana, inclusive aqueles que dizem respeito à sua vida em sociedade, como leis, costumes e valores. O que o médium mais ostensivo tem é uma sensibilidade aumentada para a realidade espiritual, permitindo que traga de lá informações e percepções que muitas pessoas não têm condições de captar. Assim como uma pessoa pode ter aptidão especial para música ou dança, por exemplo, o médium tem uma aptidão especial para os fenômenos espirituais. Nada mais. É claro que, dependendo de como o próprio médium encara e usa sua mediunidade, ele poderá se tornar um ser humano melhor ou pior para o meio em que vive. Mas isso não tem a ver com a mediunidade em si e, sim, com o médium, com o ser humano que ele é, com o seu caráter e índole. Outro aspecto importante a se considerar é que, sendo o médium apenas um ser humano, ele tem direito a levar uma vida normal e saudável como qualquer outra pessoa, trabalhando no que quiser e ganhando o que achar justo pelo seu trabalho; estudando o que lhe interessa; namorando quem quiser; se casando ou divorciando; tendo ou não filhos; comendo e bebendo o que quiser; vivendo sua vida da forma que julgar melhor para si mesmo, de acordo com sua consciência. Atos e atitudes da pessoa do médium é que definem que tipo de médium ele será e que qualidades sua mediunidade terá. E não o contrário. Quanto mais centrado, equilibrado, ético e estudioso for o médium como ser humano e cidadão, melhor ele será como pessoa e, consequentemente, melhor será sua mediunidade, mais benefícios ela trará para o próprio médium e para o seu meio. Por isso, todo médium deve ser orientado a levar uma vida normal, saudável e comum, como qualquer outra pessoa. E não que não consuma este ou aquele alimento, que não frequente este ou aquele lugar, que evite estas ou aquelas situações ou pessoas, etc. 3

4 O médium não deve, portanto, ser idolatrado ou demonizado, mas visto como um ser humano igual aos outros, com deveres e direitos iguais, com o mesmo tipo de necessidades e desejos. Elogiá-lo ou criticá-lo apenas com base em sua mediunidade ou em sua prática mediúnica é um erro que precisa ser evitado para que o próprio médium não seja prejudicado. 4

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