Isabel Salavisa. O Sistema Nacional de Investigação e Inovação: Desafios, forças e fraquezas rumo a 2020

Tamanho: px

Começar a partir da página:

Download "Isabel Salavisa. O Sistema Nacional de Investigação e Inovação: Desafios, forças e fraquezas rumo a 2020"

Marcos Henriques Lage
8 Há anos
Visualizações:

1 O Sistema Nacional de Investigação e Inovação: Desafios, forças e fraquezas rumo a 2020 Isabel Salavisa ISCTE-IUL e DINÂMIA-CET/IUL Redes e atores-chave num sistema de inovação fragmentado Lisboa, FCT, Dezembro

2 Apresentação baseada em: I. Salavisa e M. Fontes, eds. (2012), Social Networks, Innovation and the Knowledge Economy, Routledge e Salavisa, I., Sousa, C. and Fontes, M. (2012), Topologies of innovation networks in knowledge-intensive sectors: Sectoral differences in the access to knowledge and complementary assets through formal and informal ties, Technovation, 32 (6). Projeto de investigação: ENTSOCNET - Redes sociais, empreendedores e acesso ao conhecimento: o caso da biotecnologia e das TI, FCT (POCI/ESC/60500/2004). 2

3 Esquema 1. Problema e objetivo 2. Enquadramento 3. Quadro empírico 4. Resultados e discussão 5. Conclusões 3

4 Problema Investigar como emergem e se desenvolvem setores de alta tecnologia em países de nível de desenvolvimento intermédio. Para isso é necessário: Estudar o processo de criação, consolidação e crescimento de empresas de alta tecnologia. A nossa hipótese: as redes podem facilitar o acesso a recursos cruciais à inovação, designadamente ao conhecimento tecnológico e científico. Porquê? 1 pequenas empresas muito dependentes de conhecimento 2 ausência de setores-clientes 3 sistema de inovação fragmentado e incompleto 4

5 Objeto Estudo de 2 setores intensivos em conhecimento, que se revelaram prioritários: - Software (para telecomunicações) - Biotecnologia (molecular) Na realidade estudou-se as respetivas empresas e suas relações com outros atores. Reconstituímos as redes formais e informais dessas empresas para aceder a recursos em dois momentos: - Criação - Atual 5

6 Objetivo Comparar a arquitetura das redes de inovação desses dois subsetores Extrair conclusões com interesse para a teoria e para a formulação de políticas 6

7 Enquadramento teórico Nos setores intensivos em conhecimento o empreendedorismo e a inovação estão interligados O empreendedorismo e a inovação são processos sociais redes sociais, i.e. conjuntos de nós (pessoas ou organizações) ligadas por uma relação social ou um laço Redes sociais são: Uma representação de relações sociais Um dispositivo para aceder a recursos (conhecimento e outros) Uma forma organizacional para coordenar um processo descentralizado multi-agentes 7

8 Enquadramento teórico Biotecnologia vs. software: Semelhanças: Intensivos em conhecimento Sujeitos a rápidos processos de mudança tecnológica Altas taxas de inovação Diferenças: Fontes de oportunidade (ciência vs mercado) Estádio de maturidade e de difusão na economia Balanço entre inovação radical/incremental Balanço entre parcerias tecnológicas/ comerciais Organização setorial e posição na cadeia de valor 8

9 Networks Enquadramento teórico Formal Composition (actors) Informal Structure (relations) Resources Opportunity & Access (O&A) Knowledge Innovation Process Similarities Differences Knowledge-intensive sectors: Biotech and software 9

10 Enquadramento teórico Resumo: 1. As semelhanças e diferenças setoriais têm implicações na arquitetura das redes de inovação 2. A arquitetura das redes, visível nos diagramas e nas medidas da análise de redes sociais, capta essas semelhanças e diferenças. 10

11 Quadro empírico 46 empresas portuguesas, 23 de biologia molecular e 23 de software para telecomunicações Empresas jovens: depois de 1998 Quase todas PME (3 grandes no software) (Re)construção das redes sociais mobilizadas para o processo de inovação, usando: bases de dados variadas e entrevistas 11

12 Resultados redes de inovação Software Biotecnologia other firms in the same sector firms from other sectors universities and research centres science & technology parks financial institutions other organisations 12

13 Redes formais de conhecimento Software Biotecnologia other firms in the same sector firms from other sectors universities and research centres science & technology parks financial institutions other organisations 13

14 Redes informais de conhecimento Software Biotecnologia other firms in the same sector firms from other sectors universities and research centres science & technology parks financial institutions other organisations 14

15 Discussão - Diferenças setoriais As redes de conhecimento são distintas: comunidades de conhecimento (biotecnologia) vs. uma rede dominada por uma empresa estrela (software) Composição das redes: Os parques de C&T e as instituições financeiras têm mais peso nas redes informais de biotecnologia papel de aconselhamento (plano de negócio & direções de investigação) Nas redes de conhecimento, as universidades são mais relevantes para a biotecnologia (e as empresas para o software) Estrutura das redes: as diferenças são mais pronunciadas nas formais de O&A e informais de conhecimento 15

16 Discussão Informais de conhecimento Biotecnologia Importância das universidades Grande componente de forma cíclica ligando diferentes cliques Cliques com uma empresa de biotecnologia e várias universidades, semelhantes a comunidades de conhecimento Universidades servem de ponte entre cliques As diferenças estão relacionadas com a natureza dos processos de conhecimento e de inovação Software Importância das empresas do mesmo setor (troca informal) Uma empresa de comunicações móveis serve de ponte entre os 2 segmentos do grande componente: - no grande clique empresa estrela no centro atua como hub e broker - no outro clique as universidades estão quase ausentes; prevalência das relações no interior da cadeia de valor 16

17 Conclusões Apesar das diferenças, os 2 setores apresentam importantes traços comuns: Grande dinamismo As redes como forma fundamental de organização (incluindo redes internacionais) Apesar de muito globalizados, o SI nacional ou regional tem um papel importante mesmo se incompleto A falta de atores fundamentais foi suprida pela criação de quase-equivalentes funcionais : os operadores de telecom para o software; as instituições de investigação e os parceiros internacionais para a biotecnologia 17

18 Conclusões A natureza ambivalente das empresas multinacionais (para o software) A natureza ambivalente da internacionalização das parcerias (para a biotecnologia) empresas desinseridas e aptas a partir (problema de ancoragem) O papel das universidades e outras UIs é crucial para os 2 setores, pois fornecem: engenheiros e outros RH altamente qualificados; conhecimento; parcerias formais para conduzir investigação; credibilidade e reputação As instituições de intermediação são importantes: incubadoras e parques de C&T O acesso ao capital de risco é muito importante (biotecnologia) 18

19 Conclusões As políticas públicas promovem a criação de ativos críticos (RH altamente qualificados, apoio ao empreendedorismo, promoção de conexões), essenciais para a emergência e desenvolvimento de setores tecnologicamente sofisticados Como a experiência dos países mais avançados tem demonstrado, as políticas públicas podem fornecer um quadro de estabilidade e de redução de incerteza 19

Documentos relacionados

FÓRUM DE PESQUISA CIES 2009. Olhares sociológicos sobre o emprego: relações laborais, empresas e profissões 18 de Dezembro de 2009

FÓRUM DE PESQUISA CIES 2009. Olhares sociológicos sobre o emprego: relações laborais, empresas e profissões 18 de Dezembro de 2009 FÓRUM DE PESQUISA CIES 2009 Olhares sociológicos sobre o emprego: relações laborais, empresas e profissões 18 de Dezembro de 2009 EMPRESAS E INOVAÇÃO Luísa Oliveira luisa.oliveira@iscte.pt Luísa Veloso