CAPÍTULO 4: A EDUCAÇÃO E O DIREITO DAS CRIANÇAS AO DESENVOLVIMENTO 6CAPÍTULO

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1 CAPÍTULO 4: A EDUCAÇÃO E O DIREITO DAS CRIANÇAS AO DESENVOLVIMENTO 6CAPÍTULO Questões transversais 177

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3 1. Introdução Questões transversais 6CAPÍTULO Melhorar a situação dos membros mais vulneráveis da sociedade exige que se saiba quem são, onde vivem e quais os desafios e riscos que enfrentam. Moçambique não é um país homogéneo, e crianças vivendo em áreas diferentes, e inclusivamente sob o mesmo tecto, nem sempre enfrentam os mesmos níveis de vulnerabilidade. Determinadas crianças, famílias e comunidades inteiras estão ameaçadas pela presença de perigos físicos, ambientais ou sociais com que outras não têm que se preocupar. Além disso, há uma série de factores que afectam a capacidade de certos subgrupos da população de lidar com a presença de ameaças ao seu bemestar. Questões relacionadas com género, disparidades geográficas, HIV e SIDA, falta de informação e condições ambientais tornam mais complexos e desafiam cada um dos sectores discutidos nos últimos três capítulos: sobrevivência da criança, educação e protecção. Para que as intervenções a serem projectadas e implementadas para diminuir a vulnerabilidade global sejam eficazes, é fundamental uma análise aprofundada destas questões transversais e dos sistemas institucionais e sociais que estão implantados para as abordar. Este capítulo incide sobre cinco temas transversais: género, HIV e SIDA, disparidades regionais, comunicação para o desenvolvimento e meio ambiente. 179

4 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE Género Homens e mulheres usufruírem dos direitos humanos em condições de igualdade é um princípio consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem. 1 Em 1979, as Nações Unidas aprovaram a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), que definiu ainda os direitos legais e humanos das mulheres. 2 O princípio da igualdade no gozo de direitos foi depois reafirmado pela Declaração de Viena, adoptada por 171 Estados na Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos em Junho de O UNICEF está empenhado em promover a igualdade de direitos das mulheres e meninas e apoiar a sua plena participação no desenvolvimento político, social e económico das suas comunidades. Só assegurando iguais oportunidades a homens e mulheres, raparigas e rapazes, as sociedades podem esperar criar condições para acabar com a pobreza e permitir a cada indivíduo desenvolver plenamente o seu potencial. Género e desenvolvimento de género não têm unicamente a ver com os direitos das mulheres e meninas; pelo contrário, abordam todas as formas de discriminação ou preconceitos baseados no sexo das pessoas com que nos confrontamos na realização dos direitos humanos ou nos esforços para alcançar desenvolvimento. Em muitos casos, as mulheres e meninas são mais frequentemente vítimas de discriminação de género, embora também possa haver situações de meninos ou homens serem discriminados, que deverão merecer igual consideração. Moçambique ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher em 1993, que entrou em vigor em 1997, bem como o Protocolo Facultativo à Convenção. Moçambique é também signatário da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos e dos Direitos da Mulher de O Ministério da Mulher e da Acção Social foi criado em i Compete-lhe implementar e coordenar as iniciativas relativas aos direitos das mulheres e crianças. O Conselho Nacional para o Avanço da Mulher é uma plataforma de coordenação multissectorial através da qual o Ministério da Mulher e da Acção Social monitora a implementação do Plano Nacional para o Avanço da Mulher. Apesar dos progressos no quadro jurídico, a discriminação com base no género, e especialmente a discriminação contra as mulheres é uma realidade em Moçambique. Ela reflecte-se em aspectos da vida social, cultural, política e económica das mulheres, incluindo os seguintes: 4 Na família, as mulheres são discriminadas pelos seus familiares directos e não recebem o mesmo tratamento que os homens. Por exemplo, os meninos são muitas vezes favorecidos em decisões sobre que membros da família deverão beneficiar de educação formal, embora a desigualdade de género na educação tenha diminuído nos últimos anos. As decisões são muitas vezes tomadas com base em práticas costumeiras, onde os meninos e os homens são definidos como os que ganham para o sustento da família, e as meninas e mulheres como i Em 2000, foi criado o Ministério para a Coordenação da Acção Social. Em 2005, o Ministério foi reestruturado passando a ser conhecido por Ministério da Mulher e da Acção Social, nome que reflecte a elevação das questões de igualdade de género em Moçambique. 180

5 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS donas de casa. Os maiores níveis de analfabetismo nas mulheres e a falta de conhecimento dos seus direitos significam que os casos de discriminação contra as mulheres raramente são levados a um tribunal de direito. Na área laboral, são poucas as oportunidades existentes para as mulheres no sector formal, especialmente para posições de nível sénior; Tanto os homens como as mulheres são relutantes em resolver os seus conflitos nos tribunais judiciais formais. Nas zonas rurais, os tribunais podem ficar distantes. As vítimas de violência doméstica podem estar relutantes em levar o seu parceiro a tribunal. A violência doméstica ainda não é vista como crime, mas considerada normal nas relações entre homens e mulheres. O Plano Quinquenal do Governo estabelece como objectivo a promoção da igualdade de oportunidades económicas, sociais e culturais para homens e mulheres Aspectos de género da pobreza em Moçambique Conforme discutido no Capítulo 1, a redução da pobreza em Moçambique entre 1996/97 e 2002/03 não beneficiou todos os segmentos da população da mesma forma. A pobreza foi reduzida mais significativamente nas famílias chefiadas por homens do que nas famílias chefiadas por mulheres. Embora a pobreza tenha registado uma redução de 26 por cento nos agregados familiares chefiados por homens (passando de cerca de 70 por cento em 1996/97 para 52 por cento em 2002/03), foi apenas uma redução de 6 por cento nos agregados familiares chefiados por mulheres (de cerca de 67 por cento para 63 por cento entre 1996/97 e 2002/03). Desta situação podem advir implicações para as crianças órfãs, uma vez que é nos agregados chefiados por mulheres que aqueles mais frequentemente se encontram. O Inquérito à Força de Trabalho (IFTRAB) 2004/05 indicou que 54 por cento do total de crianças órfãs viviam em agregados familiares chefiados por mulheres, em comparação com 46 por cento em agregados chefiados por homens. 6 Estudos recentes indicam que a tendência de feminização da pobreza se deve, pelo menos parcialmente, ao facto de as mulheres estarem mais fortemente envolvidas no sector agrícola do que os homens (89 por cento comparativamente a 68 por cento). 7 Ao mesmo tempo, as mulheres têm menos acesso à educação, menos oportunidades de emprego formal, mais baixos rendimentos e menos oportunidades para diversificar suas fontes de renda. Estudos mostraram também que os agregados familiares chefiados por mulheres, além de serem mais pobres em termos monetários do que os chefiados por homens, têm reduzido acesso dos social como consequência das estruturas predominantemente patriarcais da sociedade moçambicana. 8 Outra prova da feminização da pobreza provém de uma análise de três Inquéritos Nacionais Agrícolas (2002, 2005 e 2008), segundo os quais, nos três anos do inquérito, os agregados familiares chefiados por mulheres estavam sobre-representados entre os agregados mais pobres. 9 Em contrapartida, a percentagem de domicílios chefiados por homens tende a aumentar à medida que sobe o quintil de rendimento (ver figura 6.1). A tendência de feminização da pobreza é suportada pela percepção da mudança registada nos agregados familiares chefiados por homens e por mulheres, respectivamente. Uma maior percentagem de agregados chefiados por mulheres do que por homens considera que a sua situação piorou nos últimos cinco anos. Ao mesmo tempo, a percepção de deterioração das condições nos domicílios chefiados por mulheres é mais pronunciada nas zonas rurais que nas urbanas, o que pode indicar melhores oportunidades para os agregados familiares chefiados por mulheres nas áreas urbanas. 181

6 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 Figura 6.1: Percentagem de agregados familiares chefiados por homens por quintil de riqueza, 2002, 2005 e 2008 Percentagem de agregados familiares chefiados por homens 100% 80% 60% 40% 20% 0% Quintil inferior Segundo Médio Quarto Quintil superior Fonte: Cunguara, Benedito e Brendan Kelly, Trends in agriculture producers income in rural Mozambique, study as input to Impact Evaluation Report of PARPA II, MPD, 2009 Os níveis gerais de participação no mercado de trabalho são ligeiramente mais elevados nas mulheres em idade activa (15-59 anos), 82 por cento, do que nos homens da mesma idade (79 por cento). A participação das mulheres na força de trabalho está principalmente concentrada na agricultura de subsistência nas zonas rurais, onde elas constituem 62 por cento da população activa, enquanto os homens predominam em todos os outros principais sectores da economia, onde mais se pode ganhar. As mulheres que se encontram na força de trabalho têm habilitações de níveis mais baixos que os homens: 15 por cento dos homens no mercado de trabalho chegaram ao segundo nível do ensino primário ou acima disso, comparados com apenas cinco por cento das mulheres participantes. 10 Embora as mulheres constituam a maior parte da população economicamente activa, estão principalmente envolvidas no sector agrícola, principalmente na produção familiar com limitados excedentes. Quando existem oportunidades de geração de rendimento, os homens tendem a ter uma maior probabilidade de aceder a estas oportunidades e a delas beneficiar. Nas áreas urbanas, as mulheres são mais propensas a depender do sector informal devido aos mais baixos requisitos de ingresso e ao facto de o acesso ao emprego formal ser amplamente controlado pelo capital social (contactos sociais), que favorece os homens por ainda serem vistos como o ganha-pão da família Desenvolvimento ajustado ao género e empoderamento com base em género No Relatório de Desenvolvimento Humano 2009, Moçambique ocupa o 145º lugar em 155 países, e é-lhe atribuído um Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Género de 0,395 em Em 1995, Moçambique alcançou um Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Género (IDG) de 0,229, colocando-se em 123º lugar entre os 130 países para os quais o índice foi calculado. Quer isto dizer que embora Moçambique tenha melhorado em matéria de igualdade de género em termos absolutos, não melhorou tanto quanto outros países. O IDG nas províncias do centro e do norte foi menor do que no sul. O IDG utilizado baseou-se em três indicadores a que se atribuiu peso igual: Esperança de vida ao nascer; Uma combinação da taxa de alfabetização de adultos com a taxa líquida de 182

7 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS escolarização combinada nos níveis primário, secundário e terciário; Produto Interno Bruto per capita expresso como paridade do poder de compra em dólares americanos Foi solicitado, como parte da avaliação do impacto do PARPA II 2009, 11 um estudo para actualizar o IDG do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas concernente a Moçambique. O IDG foi calculado de acordo com quatro cenários diferentes: três utilizando diferentes métodos de determinação da diferença salarial entre homens e mulheres, e um usando uma esperança de vida ajustada considerando o impacto da SIDA: Cenário A: diferença salarial não agrícola calculada com base em diferentes níveis de qualificação de homens e mulheres; Cenário B: diferença salarial global (agrícola e não agrícola), com base em diferentes níveis de qualificação de homens e mulheres; Cenário C: diferença salarial não agrícola com base no pressuposto do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas de que, em média, as mulheres ganham 75 por cento do salário de seus congéneres do sexo masculino; Cenário D: usando estimativas de esperança de vida ajustadas tendo em conta a SIDA. O Cenário D fornece uma ilustração do impacto do HIV sobre o Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Género na ausência de intervenções de prevenção e tratamento da SIDA. De acordo com os cenários A e C, a meta do PARPA II para o IDG foi atingida em 2008, resultado que o relatório atribuiu ao elevado nível de equidade de género alcançado nas matrículas na escola primária. Moçambique saiu-se muito melhor na Medida de Participação Segundo o Género (MPG) que foi calculada em 0,350, o que coloca o país em 61º lugar de entre 116 países. A MPG foi mais um reflexo da percentagem relativamente elevada de assentos parlamentares ocupados por Figura 6.2: IDG baseado em diferentes métodos de determinação da diferença salarial, 2009 Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Género Ano Cenário A Cenário B Cenário C Cenário D Fonte: Ministério de Planificação e desenvolvimento, Ministério da Mulher e da Acção Social e Grupo de Coordenação de Género (GCG), Calculando o Gender Development Index no Contexto da Avaliação do PARPA II ( ), Maputo,

8 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 mulheres em Moçambique (15 por cento em 1994) e da parcela de rendimento proporcional auferida pelas mulheres (40 por cento em 1994), que foi mais elevadas do que para vários outros países nos rankings. Não é apresentada nenhuma MPG para Moçambique no Relatório do Desenvolvimento Humano Existe um elevado grau de disparidade regional na MPG, situando-se no norte do país as quatro províncias com os menores (piores) índices. Defende-se que a área em que mais progressos se têm feito em termos de igualdade de género em Moçambique é a da participação política das mulheres. Moçambique possui uma elevada percentagem de mulheres em órgãos de tomada de decisões como o Parlamento, onde, após as eleições de 2004, 36 por cento dos assentos estavam ocupados por mulheres. Antes do novo Governo anunciado em 2010, o cargo de primeiroministro era ocupado por uma mulher. 12 Embora tenha havido uma redução da percentagem de mulheres no Governo na sequência das eleições de 2009, a participação política das mulheres em Moçambique é elevada para os padrões regionais. Actualmente, 18 por cento dos ministros e vice-ministros e 27 por cento dos governadores provinciais são mulheres Disparidades de género Um estudo realizado pelo Ministério de Planificação e Desenvolvimento no âmbito da Avaliação do Impacto do PARPA II 2009 não revelou nenhuma diferença na percentagem de meninas e rapazes em situação de pobreza absoluta medida pela abordagem baseada em privações (ver Capítulo 1, A pobreza em Moçambique, para uma discussão mais detalhada da pobreza baseada em privações). É mais elevada a percentagem de rapazes que sofre de deficiência nutricional severa do que a de meninas (23 por cento versus 17 por cento). São inúmeras as hipóteses sobre as razões que explicam essa diferença, incluindo diferenças nas necessidades nutricionais, hábitos alimentares, acesso a alimentos e cuidados infantis, mas não há provas suficientes para confirmar ou refutar qualquer dessas possíveis explicações. As meninas têm maior probabilidade de estar severamente privadas de educação do que os meninos (13 e 10 por cento, respectivamente). No entanto, a privação de educação reduziu-se significativamente tanto nas meninas como nos rapazes entre 2003 e As taxas de conclusão e de alfabetização das meninas são também são inferiores às dos rapazes, especialmente no nível secundário Questões de género na educação O PARPA II discute a relação entre educação, redução da pobreza e crescimento económico, dando especial ênfase ao papel da educação das raparigas. Os objectivos do PARPA II para os níveis primário, secundário e terciário do sistema de ensino referem-se explicitamente a inclusão na base de género, vulnerabilidade e necessidades especiais. São também apresentadas estratégias para aumentar a educação da rapariga, incluindo lidar com a sensível, mas fundamental questão de reduzir a incidência do abuso sexual nas escolas. O Plano Quinquenal do Governo também define como prioritária a paridade de género na escola primária. Baixos níveis de alfabetização, especialmente nas mulheres, têm sido, desde há muitos anos, uma característica constante da sociedade moçambicana. Por exemplo, o Inquérito Demográfico e de Saúde 2003 registou uma taxa de analfabetismo de 62 por cento nas mulheres, em comparação com 33 por cento nos homens. Os relatórios de do MICS 2008 reportam que 41 por cento dos moçambicanos com anos de idade são alfabetizados, número que sobe para 53 por cento nas jovens de anos. 13 No período , o número de alunos nas escolas primárias e secundárias registou 184

9 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS um enorme aumento tanto nos rapazes como nas meninas, mas continua a haver diferenças de género em todos os níveis da educação. A diferença absoluta de género na escolarização bruta no primeiro nível do ensino primário tem diminuído desde 1999, mas continua elevada, situando-se nos 14 por cento. 14 A disparidade de género no número de matrículas revela uma variação geográfica considerável, com menos meninas matriculadas nas regiões centro e norte, enquanto em algumas províncias do sul, como Maputo e Inhambane, estão matriculadas ligeiramente mais raparigas do que rapazes. Em 2007, a taxa de conclusão da primeira fase do ensino primário foi de 65 por cento nas raparigas e 80 por cento nos rapazes. Este diferencial de género continua a verificar-se na segunda fase do ensino primário, com taxas de conclusão de 39 por cento nas raparigas e 53 por cento nos rapazes. 15 O género é um importante factor de impacto no sector da educação: é particularmente forte o seu efeito nas famílias mais pobres, nas zonas rurais e nas províncias do Centro e do Norte. A disparidade de género também está a prejudicar alguns notórios ganhos, com taxas de conclusão nas meninas substancialmente inferiores às dos rapazes. Embora a diferença de género tenha diminuído nos últimos anos, continuam a existir fortes disparidades que têm de ser examinadas contemplando a situação de pobreza, o local de residência, e práticas e tradições culturais. Para promover a educação das raparigas, o Ministério da Educação tem dado grande atenção à melhoria da segurança nas escolas, definindo inclusivamente passos básicos para reagir ao abuso sexual nas escolas. Foram também empreendidos esforços para fortalecer a capacidade da unidade do Ministério responsável pelo género a fim de melhor se integrar o género e a SIDA na planificação, implementação e monitoria de processos iniciados e trabalhar com as comunidades na prevenção da educação das raparigas, do abuso sexual precoce e da gravidez. Além disso, a capacidade das unidades de género deve ser reforçada no respeitante a monitoria e notificação de abuso sexual e violência. Focalizar a educação das meninas é tanto um meio de resolver a disparidade de género como uma estratégia para alavancar ganhos ao lidar com outras disparidades Violência, abuso e exploração Algumas formas de violência contra as mulheres e crianças estão enraizadas em dinâmicas de género da sociedade discriminatórias e de desigualdade. 16 Estudos e dados disponíveis parecem indicar que a ordem social dominada por uma cultura tradicional e patriarcal machista é forte em Moçambique. 17 Continua a haver, por exemplo, casamento infantil, apesar das disposições da Lei da Família de 1997, o que parece estar relacionado com a persistência dos papéis de género tradicionalmente atribuídos a mulheres e meninas como mães e cuidadoras na sociedade. Muitas meninas vítimas não denunciam casos de estupro ou abuso sexual às autoridades, em parte devido ao estigma que envolve a questão do abuso sexual. No seu primeiro e segundo relatórios combinados ao Comité das Nações Unidas para a Convenção sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), Moçambique informou que a maioria das famílias prefere resolver os casos de abuso sexual fora dos tribunais, por via de indemnização ou casamentos. O relatório também reconhece a falta de conhecimento sobre o sistema legal e atrasos excessivos no sistema judicial como obstáculos adicionais a uma solução jurídica para esses casos. 18 Fraco acesso ao sistema de justiça, insuficiente conhecimento dos direitos das mulheres, e falta de um sistema de aplicação de penas legais agravam o problema. A violência doméstica contra as mulheres é também um sério problema em 185

10 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 Moçambique. Embora escasseiem dados quantitativos, os dados de 2004 indicam que 54 por cento das mulheres inquiridas relataram ter sido vítimas de abuso, como discutido no Capítulo 5. Revelam também esses dados uma aceitação generalizada do uso da violência. Em 2008, a percentagem de mulheres que afirmaram que os homens tinham o direito de lhes bater em certas circunstâncias, tais como sair de casa sem informar o marido ou recusar sexo, foi de 36 por cento, uma redução relativamente aos 54 por cento de As mulheres mais escolarizadas são menos propensas a aceitar a violência doméstica, tal como as mulheres que vivem em áreas urbanas (ver Capítulo 5). Apesar da aparente aceitação cultural da violência doméstica, outros estudos 19 têm revelado que a violência extrema resultando em danos corporais é inaceitável para as comunidades, bem como para os homens e mulheres individualmente. A prevalência de trabalho infantil é ligeiramente maior entre as meninas (24 por cento) do que entre os rapazes (21 por cento). Uma maior percentagem de meninas do que meninos trabalha em tarefas domésticas (oito por cento contra cinco por cento, respectivamente). A percentagem de crianças que trabalham para apoiar negócios familiares é a mesma para ambos os sexos (16 por cento). 20 São as mulheres e meninas que tradicionalmente acarretam água para a família. O MICS constatou que em 86 por cento dos agregados familiares é uma mulher adulta que se dedica a essa tarefa, enquanto em 7 por cento dos agregados familiares é uma menina (menor de 15 anos). As fontes de água situam-se normalmente muito longe de casa, uma média de cerca de 50 minutos a pé (excluindo os agregados familiares com água nas suas instalações - 9 por cento). Normalmente, são feitas várias deslocações por dia para a fonte de água Sistemas de Linhagem Em Moçambique, existem os dois sistemas de linhagem, patrilinear e matrilinear. Sob o sistema patriarcal, a mulher e os filhos pertencem ao marido e sua família, e é o marido que concede ao seu cônjuge do sexo feminino acesso à terra. No sistema matriarcal, a mulher e os filhos continuam a ser considerados membros da família matrilinear da mulher. Sob o sistema matriarcal, é o tio da mulher que dá acesso à terra, enquanto as crianças pertencem a familiares consanguíneos da mãe. 22 Em ambos os sistemas, patrilinear e matrilinear, as posições das mulheres baseiam-se em submissão aos membros masculinos da família - ou seja, ao marido/pai ou irmãos, respectivamente. 23 Os direitos à terra são de certa forma problemáticos em Moçambique devido à existência de dois sistemas contraditórios. Oficialmente, e em conformidade com a Constituição e a Lei de Terras, a terra é propriedade inalienável do Estado. No entanto, ao abrigo do direito consuetudinário e tradição, a terra pertence à comunidade que vive em seu redor e aos antepassados dessa comunidade. O acesso à terra é gerido por uma complexa rede de tradições sociais que se constitui em torno do casamento, como base de alianças entre as famílias. Assim, os direitos hereditários à terra dependem da idade, do sexo e da condição social, inclusive do parentesco ou outros vínculos com as famílias que foram as primeiras a povoar a região. Os títulos de propriedade da terra formais não parecem ser relevantes para fins de herança. Nas sociedades patriarcais, surgem problemas em caso de divórcio ou morte do marido, onde uma mulher corre o risco de perder as suas terras e todos os seus pertences a favor de outros membros da família do falecido marido, mesmo tendo ela a responsabilidade de cuidar dos seus filhos e outros familiares HIV e género A Declaração de Compromisso de 2001 sobre o HIV/SIDA reconhece que as mulheres são desproporcionalmente afectadas pela SIDA no quadro global, devendo merecer prioridade nas respostas 186

11 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS nacionais e globais. 25 A dimensão de género do HIV e da SIDA tem uma componente biológica e uma componente social. Biologicamente, as mulheres são mais vulneráveis à infecção pelo HIV do que homens, sendo as meninas ainda mais vulneráveis. No entanto, o mais importante para determinar o diferencial na transmissão e no impacto nas mulheres é a componente social. Em Moçambique, é ensinado às mulheres que o sexo é uma estratégia de sobrevivência, pelo que é frequente elas se submeterem às decisões dos homens, tendo menos capacidade para negociar sexo seguro, fidelidade ou abstinência. Sexo coagido ou forçado e violência sexual exacerbam as vulnerabilidades biológicas e sociais das mulheres à infecção. As meninas tendem a iniciar relações sexuais regulares mais cedo do que meninos, aumentando o risco de transmissão. 26 Como resultado destes dois grupos de factores, a prevalência de infecção em mulheres de anos (13,1 por cento) é mais de um terço superior à dos homens da mesma faixa etária (9,2 por cento). Entre as mulheres na faixa etária de anos, a prevalência do HIV é 3 vezes superior à dos homens da mesma idade A AIDS Accountability International preparou um Scorecard on Woman que classifica as respostas dos Governos à epidemia de SIDA a partir de uma perspectiva de género. Os seis elementos fundamentais incluídos no Scorecard são: recolha de dados, género, ambiente político e legal, programas nacionais, conhecimento, comportamento e impacto. É atribuída aos países uma classificação de A (muito bom) a E (muito fraco) para cada elemento. Ver Tabela 6.1 abaixo com a pontuação de Moçambique

12 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 Tabela 6.1: Scorecard para a resposta do Governo de Moçambique à SIDA numa perspectiva de género Recolha de dados Integração sistemática de género Ambiente de políticas e legal Programas nacionais Conhecimento e comportamento Impacto Pontuação A Muito bom C Médio C Médio B Bom A Muito bom C Médio Fonte: AIDS Accountability International, The AIDS Accountability Scorecard on Women 2009, Joint United Nations Programme on HIV/AIDS, Geneva, Conclusões As mulheres têm maior probabilidade de viver em situação de pobreza do que os homens em Moçambique. A incidência da pobreza em agregados familiares chefiados por mulheres é superior à dos agregados familiares chefiados por homens. As mulheres têm menos acesso ao emprego formal do que os homens, e tendem a trabalhar em indústrias de menor remuneração. Há indícios, no entanto, de que a desigualdade entre os homens e as mulheres tem diminuído em Moçambique nos últimos anos. Existe uma clara relação entre o bemestar das mulheres e o bem-estar de seus filhos. Mães instruídas são mais propensas a ter filhos mais instruídos, mais saudáveis, menos vulneráveis. Tendo como alvo raparigas a frequentarem escolas, os programas de saúde e protecção podem não só melhorar o bem-estar das pessoas abrangidas, como também gerar significativos efeitos secundários positivos nos futuros filhos dessas meninas. A paridade de género na educação, em termos de taxas de frequência, tem vindo a melhorar. No que respeita a taxas de alfabetização e conclusão, no entanto, persistem consideráveis disparidades. Na promoção do acesso das mulheres à educação é fundamental melhorar-se a segurança nas escolas. Para isso, é preciso que se reforce a capacidade das unidades de género para monitorar e reportar abuso e violência sexual. A violência contra a mulher é comum e é considerada aceitável por uma grande percentagem de mulheres, bem como pela sociedade em geral. Para diminuir a incidência de violência de género são necessárias iniciativas de sensibilização para mudar as mentes e divulgação de melhor informação. 188

13 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS 3. Disparidades geográficas Moçambique é um país grande com uma densidade populacional relativamente baixa. Cobre uma superfície de aproximadamente km2 e tem um litoral que se estende por quase km, desde a África do Sul, no sul, até à Tanzânia, no norte. A densidade populacional média é de cerca de 26 habitantes por km2. Relacionada com a grande extensão geográfica do país está a sua diversidade linguística, cultural e étnica. São diferentes as tradições e costumes entre as várias regiões. Mais de uma dezena de línguas locais, algumas das quais com seus próprios dialectos, são faladas em Moçambique. O português é a língua oficial e da administração, mas menos de dez por cento da população o fala como língua materna, e apenas cerca de 40 por cento o aprendeu a falar. 30 Os dados revelam a existência de claras disparidades na incidência da pobreza entre as províncias. Por exemplo, a incidência da pobreza no inquérito de 2008/09 varia entre 71 por cento em Inhambane e 31 por cento no Niassa. Continua a haver uma significativa demarcação urbano/rural em termos de taxas de pobreza: 57 por cento dos habitantes rurais vivem em pobreza absoluta em comparação com 50 por cento da população urbana. 31 O acesso aos serviços sociais básicos é geralmente mais elevado no sul do país. As disparidades no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e no IDG do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento têm feito ver que as províncias do norte do país geralmente apresentam mais baixos níveis de desenvolvimento humano do que as do centro ou do sul. 32 Todas as províncias do país apresentaram melhorias nos seus IDG entre 2001 e Outros indicadoreschave, incluindo o PIB per capita, também apresentam uma variação considerável entre as províncias. 34 Há alguma evidência de que as desigualdades no consumo que existem em Moçambique são frequentemente mais pronunciadas no seio das regiões e províncias do que entre elas. 35 No seu primeiro Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA I), o governo de Moçambique reconheceu a desigualdades económicas e sociais entre a área Maputo-Matola e arredores e o resto do país como sendo a característica mais visível do país. Essa desigualdade é atribuída a vários factores, incluindo a guerra civil. O segundo Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA II) também observou que as medidas de pobreza, tanto baseada no consumo como não baseada no rendimento variavam consideravelmente entre as províncias. Lidar com as disparidades regionais foi objectivo prioritário do PARPA I, bem como do PARPA II. A avaliação de impacto do PARPA II realizada em 2009 concluiu ter havido uma ligeira redução das disparidades, embora estas, no que respeita a agricultura, tenham aumentado, enquanto as dos sectores de saúde e educação se continuam a manter a níveis elevados. 36 Também se vêm disparidades provinciais em relação às medidas da pobreza não baseadas no rendimento. Um estudo sobre a privação severa nas crianças efectuado como parte da avaliação do PARPA II (ver Capítulo 1) revelou que, em 2003 e 2008, a maior percentagem de crianças com privações severas vivia na província da Zambézia, 80 por cento em 2003 e 64 por cento em 2008 (ver Tabela 6.2). 37 A Cidade de Maputo tem, de longe, os mais baixos níveis de pobreza infantil, como este método de medição, com apenas cerca de 4 por cento das crianças vivendo duas ou mais privações severas. Uma comparação dos níveis de pobreza em 2008, medidos utilizando a abordagem baseada no consumo e a abordagem baseada em privações severas permite 189

14 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 Tabela 6.2: Percentagem de crianças que enfrentam duas ou mais privações severas, 2003 e Global 59% 48% Urbana 30% 22% Rural 73% 60% Província Niassa 58% 35% Cabo Delgado 62% 45% Nampula 66% 59% Zambézia 80% 64% Tete 65% 60% Manica 58% 52% Sofala 68% 53% Inhambane 48% 37% Gaza 53% 39% Maputo Província 24% 18% Maputo Cidade 11% 4% Quintil de riqueza: Mais baixo 95% 91% Segundo 87% 65% Médio 60% 41% Quarto 36% 33% Mais elevado 13% 5% Fonte: UNICEF, Trends in Child Poverty in Mozambique: A deprivations-based approach, Ministério de Planificação e Desenvolvimento, Maputo, algumas interessantes constatações. Para a maioria das províncias nas regiões norte e centro do país, os níveis de pobreza medidos com os dois métodos são bastante similares. No entanto, no sul do país, o índice de incidência da pobreza é muito maior que a percentagem de crianças com duas ou mais privações severas. Verifica-se essa diferença porque a abordagem baseada em privações incorpora uma medida de acesso aos serviços sociais básicos, incluindo saúde, educação, água e saneamento, enquanto a incidência da pobreza não captura directamente esses aspectos. Uma análise da percentagem de crianças que enfrentam cada uma das privações revela também um padrão de disparidade entre as províncias. Tais resultados são apresentados mais pormenorizadamente nos capítulos deste relatório correspondentes a cada sector, resumindo-se ao seguinte: Os níveis de privação nutricional severa são mais elevados nas províncias do Norte, seguindo-se as do centro e, na mais baixa posição, as províncias do sul; 38 Além de disparidades entre as zonas urbanas e as rurais no acesso a serviços de saneamento, existem também grandes disparidades entre as províncias. Na Zambézia, 73 por cento das crianças vivem com privações severas de saneamento, comparativamente a menos de um por cento na Cidade de Maputo; 39 Também se podem verificar disparidades provinciais em relação à privação de saúde. Cinco por cento das crianças na Cidade de Maputo sofrem privação severa de saúde, em comparação com 19 por cento na Zambézia e em Nampula;

15 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS São vincadas as disparidades na prevalência do HIV e no acesso a serviços de prevenção e tratamento entre as províncias e regiões do país, havendo mais elevada prevalência e tratamento no sul. A prevalência de HIV varia entre 25 por cento em Gaza, no sul, e 4 por cento em Niassa, no norte; 41 Apenas três por cento das crianças em Gaza sofreram privação severa de educação em 2008, em comparação com 22 por cento em Tete, 15 por cento em Niassa e 12 por cento na Zambézia Disparidades nas dotações orçamentais Em A pobreza na Infância em Moçambique: Uma Análise da Situação e das Tendências 2006, de sua autoria, o UNICEF constatou ser particularmente notório que as dotações do Orçamento do Estado para sectoreschave muitas vezes não correspondem ao padrão dos indicadores de desenvolvimento infantil, recomendando a necessária revisão, baseada em evidências, dos critérios utilizados para alocar fundos do orçamento do Estado e alcançar uma distribuição mais equitativa. Um estudo recente aprofundou esta questão das províncias menos desenvolvidas receberem uma mais baixa dotação do orçamento do estado do que outras províncias mais desenvolvidas. 43 O estudo confirma a percepção de desigualdade e reporta que os padrões provinciais de atribuição de financiamento observados são fortemente indicativos de uma desigual distribuição geográfica de recursos, com as províncias mais populosas de Nampula e Zambézia recebendo sistematicamente menos do que deveriam com base no tamanho das suas populações. Por exemplo, em 2008, a despesa per capita na Zambézia foi de 69 por cento da média nacional para a saúde e 73 por cento da média na educação As disparidades provinciais nas dotações orçamentais não se têm reduzido nos últimos anos. Como pode ser observado na Figura 6.3 abaixo, a despesa per capita aumentou de 2005 a 2008, mas as dotações provinciais relativas permaneceram razoavelmente constantes. A dotação per capita é mais elevada nas províncias do Sul Figura 6.3: Despesa per capita combinada para saúde, educação e justiça, 2005, 2006 e 2008 Fonte: Sal e Caldeira e Ximango Consultores, Análise do Impacto da Estrutura das Despesas sobre o Desenvolvimento Económico e as Condições de Vida em Moçambique, Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação,

16 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 do que no centro e no norte do país. É de notar que o custo da prestação de serviços não é igual nas diferentes províncias. Nas áreas rurais, os custos per capita são geralmente mais elevados. Os sectores e os ministérios tendem a planificar as suas actividades e, consequentemente, a afectar os seus fundos de acordo com importantes temas, programas e projectos que abarcam várias províncias, ao invés de planificarem intervenções por província. Como resultado, os fundos administrados centralmente não são explicitamente atribuídos e contabilizados numa base provincial, o que dificulta a quantificação do total de fundos recebido a nível de província. As despesas correntes, entre as quais os salários, revelam geralmente uma estreita concordância entre as contas centrais e os relatóri os financeiros provinciais e sectoriais. Muito mais variação se observa com relação aos gastos de investimento Disparidades na saúde Há grandes disparidades na despesa de saúde per capita por província. A Zambézia recebe a menor distribuição per capita, 60 por cento da média nacional, enquanto Niassa recebe 156 por cento. A Zambézia tem o pior desempenho com relação a muitos indicadores de resultados de saúde infantil. Mortalidade infantil Existem diferenças significativas nas taxas provinciais de mortalidade de menores de cinco. As taxas mais elevadas registam-se na Zambézia (206 mortes por mil nascidos vivos) e Cabo Delgado (181 mortes por nados vivos). Tete tem a terceira mais elevada taxa de mortalidade de menores de cinco, com 175 por mil nados vivos. A Província de Maputo e a Cidade de Maputo reportam as mais baixas taxas de mortalidade de menores de cinco anos (103 e 109, respectivamente. 45 Uma comparação da taxa de sobrevivência infantil com os gastos com saúde por província revela uma correlação significativa. Províncias com baixas despesas de saúde também tendem a ter baixas taxas de sobrevivência infantil (ver Figura 6.5). A cobertura de cuidados pré-natais varia entre as províncias, com um intervalo que vai de 81 por cento, na Zambézia, a uma cobertura universal em Gaza e na Cidade de Maputo. A percentagem de partos atendidos por um agente qualificado também varia entre as províncias. As províncias com Figura 6.4: Despesa de saúde per capita, percentagem da média nacional, % 140% 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Província Maputo Cidade Fonte: Sal e Caldeira e Ximango Consultores, Análise do Impacto da Estrutura das Despesas sobre o Desenvolvimento Económico e as Condições de Vida em Moçambique, Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação,

17 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS menor percentagem de partos assistidos por um agente qualificado foram Manica (33 por cento) e Zambézia (38 por cento). 46 HIV e SIDA A prevalência de HIV apresenta também fortes disparidades geográficas, com as maiores taxas registadas nas províncias do sul de Gaza e Maputo (25,1 e 19,8 por cento, respectivamente) e as menores nas províncias de Niassa, Nampula e Cabo Delgado (3,7; 4,6 e 9,4 por cento, respectivamente) (ver Figura 6.6). São grandes as disparidades geográficas na percentagem de mulheres que receberam aconselhamento sobre o HIV integrado na sua consulta pré-natal, variando de apenas 28 por cento na Zambézia a 94 por cento na Cidade de Maputo. A percentagem de mulheres com teste de HIV em 2008 também variou consideravelmente entre as províncias, com apenas 19 por cento das Figura 6.5: Despesa per capita na saúde (2008) e sobrevivência da criança ( ) Child survival rate (10 year average) Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Província Maputo Cidade Despesa per capita (Mzn) Taxa de sobrevivência infantil Despesa de saúde per capita Fonte: Sal e Caldeira e Ximango Consultores, Análise do Impacto da Estrutura das Despesas sobre o Desenvolvimento Económico e as Condições de Vida em Moçambique, Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação, 2009 e MICS Figura 6.6: Prevalência de HIV por província, % 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 3% 4% 6% 3% Niassa 8% 6% 10% 9% 10% 6% 15% 9% 16% 15% 18% 13% Nampula Tete Cabo Inhambane Zambezia Manica Sofala Delgado 20%20% 21% Maputo Província 12% Maputo Cidade 30% 17% Gaza Mulheres15-49 Homens Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Ministério da Saúde, Inquérito Nacional de Prevalência. Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV e SIDA em Moçambique (INSIDA), Relatório Preliminar sobre a Prevalência da Infecção por HIV,

18 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 Figura 6.7: Percentagem de mulheres que receberam informação sobre o HIV e fizeram teste em consultas de cuidados pré-natais, % 80% 73% 68% 85% 74% 69% 79% 72% 91% 86% 96% 97% 60% 40% 20% 60% 29% 49% 34% 52% 31% 28% 19% 52% 39% 61% 59% 47% 0% Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Maputo Província Cidade Total Receberam informação sobre a prevenção do HIV em consulta pré-natal Fizeram teste de HIV em consulta pré-natal Fonte: Instituto Nacional de Estatística. Inquérito de Indicadores Múltiplos Sumário, Maputo, Moçambique, mulheres grávidas testadas na Zambézia, em comparação com 95 por cento na Cidade de Maputo. Quarenta e três por cento das mulheres receberam os seus resultados. 47 Em 2006, 68 por cento do total de crianças que receberam tratamento para a SIDA viviam nas quatro províncias do sul do país, e 55 por cento na Cidade de Maputo. Em 2008, as províncias do sul foram responsáveis por 56 por cento de todas as crianças que receberam medicamentos anti-retrovirais, e a Cidade de Maputo por 33 por cento. A distribuição geográfica das crianças com acesso ao tratamento ainda é bastante desigual: na região sul do país, cerca de metade das que necessitam de tratamento anti-retroviral conseguem ter-lhe acesso, enquanto nas regiões centro e norte é muito maior a percentagem de necessidades não satisfeitas Disparidades no acesso à educação Uma análise da despesa de educação per capita revela uma situação semelhante à da despesa de saúde. As províncias da Zambézia e Nampula recebem a mais baixa dotação de fundos (ver Figura 6.8). Uma vez mais as províncias do centro e do norte recebem uma dotação substancialmente menor que as províncias do sul. 48 As províncias do centro e do norte recebem mais baixa dotação orçamental e têm mais baixos resultados na educação do que as províncias do sul. Os resultados educacionais em termos de alfabetização estão intimamente relacionados com as despesas per capita da educação (ver Figura 6.9). As taxas de alfabetização das mulheres variam consideravelmente por província, de 84 por cento na Cidade de Maputo a menos de 50 por cento em Cabo Delgado, Zambézia e Nampula. Às três últimas províncias cabem também os mais baixos níveis de despesa com a educação. Embora o rácio bruto de escolarização ii de 2008 para a primeira fase do ensino primário (EP1) tenha ultrapassado os 100 por cento independentemente da região, província ou género, a taxa bruta de escolarização na segunda fase do ensino primário (EP2) revela fortes disparidades geográficas. Na ii O rácio bruto de escolarização é a percentagem de crianças de qualquer idade a frequentar a última classe de determinado nível de educação. Um rácio superior a 100 por cento indica crianças acima da idade. 194

19 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS Figura 6.8: Despesa per capita na educação, percentagem da média nacional, % 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Niassa Cabo Delgado Nampula Zambezia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo Province Maputo City Fonte: Sal e Caldeira e Ximango Consultores, Análise do Impacto da Estrutura das Despesas sobre o Desenvolvimento Económico e as Condições de Vida em Moçambique, Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação, 2009 e MICS Figura 6.9: Despesa per capita na Educação e taxas de alfabetização, 2008 Fonte: Sal e Caldeira e Ximango Consultores, Análise do Impacto da Estrutura das Despesas sobre o Desenvolvimento Económico e as Condições de Vida em Moçambique, Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação, 2009 e MICS Cidade de Maputo e na província de Maputo, que registaram os mais elevados níveis de matrículas, o rácio bruto de escolarização das raparigas no EP2 excedeu o dos rapazes. Outras províncias registaram rácios brutos de escolarização inferiores a 100 por cento no EP2, sendo, na maioria delas, o das meninas inferiores aos dos rapazes. A nível regional, as províncias com mais baixos rácios brutos de escolarização no EP2 e as maiores diferenças de género foram as das regiões norte e centro do país. 195

20 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 Figura 6.10: Rácio líquido de escolarização no ensino primário (EP1 & EP2) por província, 2008 Fonte: MICS Diferenças regionais semelhantes são observadas nos rácios de escolarização. Embora o rácio líquido de escolarização para o EP1 seja superior a 80 por cento em cada província, há diferenças provinciais significativas a nível do EP2. A Cidade de Maputo é a área com melhor desempenho, com 43 por cento de escolarização líquida no EP2 nos rapazes e 57 por cento nas raparigas. Cabo Delgado, Nampula, Niassa e Zambézia estão entre as províncias com os piores desempenhos, tendo cada uma delas um rácio de escolarização líquida inferior a 15 por cento Disparidades na protecção da criança Há grandes disparidades geográficas no registo de nascimento. Também aqui as províncias do centro e do norte se encontram em muito pior situação do que o sul. Trinta e nove por cento das crianças menores de cinco anos tiveram seus nascimentos registados em áreas urbanas, em comparação com 28 por cento nas zonas rurais. E 47 por cento das crianças menores de cinco anos estão registadas na Cidade de Figura 6.11: Percentagem de mulheres com anos casadas ou em união antes completarem os 15 anos, % 30% 25% 20% 15% 24% 30% 21% 22% 19% 21% 19% 10% 5% 0% Niassa Cabo Delgado Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane 9% 9% Gaza 6% Maputo Província 4% Maputo Cidade Fonte: MICS

21 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS Maputo, enquanto apenas 11 por cento estão registadas em Tete. 49 Também existem disparidades regionais nas atitudes para com a violência doméstica. Por exemplo, a percentagem de mulheres que consideram que bater na esposa se justifica em determinadas circunstâncias varia de 10 por cento na Cidade de Maputo a quase 70 por cento em Niassa. 50 Um estudo do Ministério da Mulher e Acção Social concluiu que essas diferenças estão fortemente relacionadas com as normas e práticas socioculturais, bem como com a falta de escolarização e conhecimento sobre os direitos das mulheres e crianças na sociedade. 51 A educação é um factor-chave na redução da violência contra a criança e a mulher. Os dados do MICS 2008 mostram haver uma diferença significativa nas taxas de casamento infantil entre o sul, o centro e o norte de Moçambique. As províncias do sul Cidade de Maputo, província de Maputo, Gaza e Inhambane têm uma taxa de casamentos infantis inferior a 10 por cento. As províncias do centro têm uma taxa média de 20 por cento, enquanto as duas províncias mais a norte Niassa e Cabo Delgado têm taxas de 24 e 30 por cento, respectivamente Conclusões São evidentes e persistentes as disparidades provinciais em quase todos os indicadores de acesso e desempenho dos serviços sociais básicos. O padrão geral é, para as províncias do centro e do norte baixas dotações orçamentais, reduzido acesso a serviços e mais baixos resultados, comparativamente às províncias do sul. A província da Zambézia é frequentemente a que se encontra em piores condições na alocação de recursos e nos resultados de desenvolvimento. Este padrão geral invertese em relação à prevalência do HIV, com 197

22 POBREZA INFANTIL E DISPARIDADES EM MOÇAMBIQUE 2010 as províncias do sul reportando mais altos níveis de infecção, mas, em contrapartida, beneficiando também de maior acesso a serviços de prevenção e tratamento. Estas disparidades geográficas observadas em Moçambique provêm de padrões de assentamento e colonização iniciais que resultaram em diferenças culturais, religiosas e linguísticas entre as províncias; da natureza centralizada e deliberadamente discriminatória da administração portuguesa durante o período colonial; e da falta de um sistema de alocação de recursos do Estado às províncias baseado em critérios relacionados com a situação do desenvolvimento humano. Além disso, a falta de infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, incluindo a ausência (até recentemente) de uma ponte sobre o rio Zambeze, bem como fraco acesso aos mercados das zonas rurais em muitas partes da região centro e norte de Moçambique também contribuíram para as diferenças socioeconómicas provinciais no desenvolvimento económico. 198

23 CAPÍTULO 6: QUESTÕES TRANSVERSAIS 4. HIV e SIDA A vulnerabilidade de um país aos efeitos de doenças infecciosas, incluindo HIV e a SIDA, depende em grande medida do nível de desenvolvimento humano alcançado pelo país. Os indivíduos e a sociedade como um todo estão mais capazes de se proteger contra o impacto das doenças nos países desenvolvidos, o que se explica pelos limitados recursos financeiros a nível nacional e familiar nos países em desenvolvimento, bem como pelo reduzido capital humano de que dispõem devido à falta de oportunidades de educação e falta de acesso a outros serviços sociais básicos. Nos países em desenvolvimento, as doenças endémicas afectam negativamente o desenvolvimento e impedem a realização dos direitos humanos, como se pode ver em indicadores básicos como esperança de vida ao nascer, mortalidade infantil, frequência escolar, alfabetização e rendimento familiar, entre outros. 52 É ao nível da família e da comunidade que mais se fará sentir o impacto da pandemia da SIDA. Doença e morte nos principais provedores num agregado familiar terão um impacto negativo sobre toda a família, acabando por elevar o nível de dependência de toda a população, pois outros agregados familiares, incluindo os chefiados por pessoas idosas que são, elas próprias, dependentes, assumirão a responsabilidade de cuidar do crescente número de crianças órfãs e vulneráveis. Através dos seus efeitos sobre o número de professores formados, profissionais de saúde e outros provedores, a SIDA afecta também os mecanismos de geração de capital humano futuro. Prevêem-se graves implicações estruturais da mortalidade relacionada com o HIV nos serviços públicos. A mortalidade e longos períodos de doença nos funcionários reduzirão a produtividade, aumentarão o absenteísmo e obrigarão as autoridades competentes a substituir pessoal perdido ou a operar com menos funcionários. A Comissão para o HIV/SIDA e Governação em África reconhece três generalizações sobre o impacto da SIDA nas famílias e nos agregados familiares: 53 A presença da SIDA numa casa traduzse rapidamente em esgotamento da capacidade de geração de rendimento do agregado familiar e das poupanças e bens da família. Muitas famílias passam rapidamente para uma situação de pobreza: muito baixo rendimento ou posse material, dívida, redução do acesso a serviços, e ainda menos opções para conseguir alcançar segurança socioeconómica. As mulheres e as meninas tendem a ser as mais afectadas; A SIDA agrava e é agravada por condições económicas. Não é, por si só, uma condição, mas existe num contexto socioeconómico que torna mais profunda a vulnerabilidade das famílias, das comunidades e das nações; Os custos económicos da SIDA, o estigma em torno da doença, que leva a discriminação e afastamento, bem como a impossibilidade de acesso a serviços sociais combinam-se, ampliando as desigualdades socioeconómicas na sociedade. A SIDA não está apenas a matar pessoas, está também a dividir as sociedades nacionais Perfil da epidemia do HIV em Moçambique De acordo com estimativas e projecções baseadas nos resultados de 2007, mais de 1,7 milhões de moçambicanos viviam com HIV em 2010, cinquenta e cinco por cento dos quais eram mulheres, nove por cento (quase ) eram crianças menores de 15 anos, e cinco por cento eram crianças com menos de cinco anos. 54 O Governo de Moçambique deverá divulgar no último 199

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