Favorecimento da prostituição de criança ou adolescente ou de vulnerável. Favorecimento da prostituição. Casa de prostituição. Rufianismo.

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1 Favorecimento da prostituição de criança ou adolescente ou de vulnerável. Favorecimento da prostituição. Casa de prostituição. Rufianismo. Aula 3

2 Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 2o Incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. 3o Na hipótese do inciso II do 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. LENOCÍNIO

3 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual Art Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência. 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

4 Casa de prostituição Art Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Rufianismo Art Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.

5 ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA Art 218-B A Lei /14 modificou a rubrica original do artigo. Antes o nomen iuris fazia referência apenas à exploração sexual do vulnerável, apontando como tal apenas o menor de 18 anos. Com a mudança, a legislação aponta como sujeitos passivos a criança (pessoa com até 12 anos incompletos), adolescente (12 a 18 anos), e o vulnerável (menor de 14 e aquele que por enfermidade ou doença mental que não tenha o necessário discernimento) Outra mudança importante: O Crime foi inserido no rol de crimes hediondos (VIII)

6 ANÁLISE DAS ELEMENTARES Prostituição Prostituição é a atividade na qual atos sexuais são negociados em troca de pagamento, não apenas monetário, mas podendo incluir a satisfação de necessidades básicas (alimento, moradia, vestuário), ou o acesso a bens e serviços (restaurantes, boates, hotéis, entretenimento) É uma prática semiclandestina utilizada por ambos os sexos, justificada pela necessidade da sexualidade humana. Evidencia-se o crescimento de crianças e adolescentes que atuam nesta função. Eles trabalham principalmente na prostituição de rua, articulada por meio do turismo sexual ou em bordéis, geralmente em situação de escravidão. Para a caracterização do crime não é necessário que o menor ou vulnerável receba uma contraprestação pelos serviços sexuais. Basta que ele seja explorado neste contexto e nada receba em troca por isso.

7 Submeter Obrigar, subjugar à alguma coisa, forçar. Induzir Atrair Facilitar Incutir a ideia, convencer alguém a se entregar à prostituição Estimular a prática do comércio do corpo. Fazer propaganda, divulgar. Prometer perspectivas de riquezas, aumento no padrão econômico, etc. Aquele que sem induzir ou atrair a vítima, proporcionalhe meios eficazes de exercer a prostituição. Ex: arrumalhe a clientela, indica lugares estratégicos para o po to. Recebe o nome de lenocínio acessório Nos verbos anteriores, presume-se que a vítima ainda não é prostituída. A facilitação permite a incriminação de condutas praticadas contra vítima já prostituída (é uma espécie de auxílio).

8 Impedir Dificultar Há intervenção do agente para obstar que a vítima abandone a exploração sexual. Ex: retenção de documentos, cobrança de dívidas extorsivas, manutenção de vigilância ostensiva. Criar embaraços, atrapalhar. Fazer com que a vítima se sinta desestimulada a abandonar a profissão. É uma forma menos ostensiva de impedimento. Ex: espalhar notícias sobre a condição da vítima de prostituta para que não seja contratada; fazer falsas afirmações à vítima para desestimulá-la. Conhecimento da Idade da Vítima O sujeito ativo deve ter conhecimento da idade da vítima ou de sua condição de vulnerabilidade. Caso contrário, poderá alegar erro de tipo.

9 1º Denomina-se de proxenetismo mercenário. Se o crime for praticado com finalidade econômica, aplicar-se-á a pena de multa cumulativamente. Mediador Forma Imprópria Pune-se também o mediador (proxeneta ou alcoviteiro) o agenciador das relações sexuais entre as vítimas e os clientes. Deve sempre haver finalidade de lucro. Se não houver? Art. 227 (Mediação Para Servir a Lascívia de Outrem) I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.

10 Promotor de Justiça, 2013 c) O proxenetismo mercenário não está sujeito à pena de multa Promotor de Justiça, 2013 e) Não há crime de favorecimento da prostituição se a vítima, de quinze anos de idade, revelar já ter percorrido diversos lugares na condição de prostituída

11 Quadro Explicativo 1 Sexo Idade 0 a 14 anos. Consentido ou Não Consentido = Estupro de Vulnerável (art. 217-A) Sexo Idade Maior de 14 a 18 anos Consentido = Atípico Não Consentido = Estupro (art. 213) + Causa de Aumento de Pena (213 1º) Sexo Idade Maior de 18 anos Consentido = Atípico Não Consentido = Estupro (art. 213) Sexo com Prostituição Idade 0 a 14 anos. Consentido ou Não Consentido = Estupro de Vulnerável (art. 217-A) Sexo com Prostituição Idade Maior de 14 a 18 anos Consentido = Favorecimento da Prostituição na Forma Imprópria (Art. 218-B, 1º, I) Não Consentido = Estupro (art. 213) + Causa de Aumento de Pena (213 1º) Sexo com Prostituição Idade Maior de 18 anos Consentido = Atípico Não Consentido = Estupro (art. 213)

12 É lícito ter relação sexual com pessoa maior de 14 anos e menor de 18, desde que ela consinta e a relação seja fora do contexto da exploração sexual. Inciso II forma assemelhada ao crime do artigo 229 (Casa de prostituição). O proprietário ou gerente devem ter conhecimento da prática de exploração sexual que ocorre em seu estabelecimento (não se pude a modalidade culposa). O proprietário ou gerente não precisam atuar com finalidade de lucro. Pode ser apenas cessão gratuita do local para que a vítima desenvolva a atividade de prostituição.

13 Ação Penal Efeito da Condenação Crítica ao artigo Art. 225 Pública incondicionada Na hipótese do inciso II, constitui efeitos obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. Juiz deve fazer menção expressa ao efeito obrigatório na sentença. Prostituição envolvendo menor de 14 anos. Em tese,, não há prostituição e sim estupro de vulnerável. Incompatibilidade com os demais tipos incriminadores do Código Penal

14 Escrivão de Polícia, Em relação aos crimes contra a dignidade sexual e contra a família, assinale a opção correta. a) Situação hipotética: Mário, aliciador de garotas de programa, induziu Bruna, de quinze anos de idade, a manter relações sexuais com várias pessoas, com a promessa de uma vida luxuosa. Bruna decidiu não se prostituir e voltou a estudar. Assertiva: Nessa situação, é atípica a conduta de Mário. b) Considere que em uma casa de prostituição, uma garota de dezessete anos de idade tenha sido explorada sexualmente. Nesse caso, o cliente que praticar conjunção carnal com essa garota responderá pelo crime de favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável. c) Situação hipotética: Em uma boate, João, segurança do local, sorrateiramente colocou entorpecente na bebida de Maria, o que a levou a perder os sentidos. Aproveitando-se da situação, João levou Maria até seu veículo, onde praticou sexo com ela, sem qualquer resistência, dada a condição da vítima. Assertiva: Nessa situação, João responderá pelo crime de violação sexual mediante fraude d) Indivíduo que mantiver conjunção carnal com menor de quinze anos de idade responderá pelo crime de estupro de vulnerável, ainda que tenha cometido o ato sem o emprego de violência e com o consentimento da menor. e) No caso de crime de violação sexual mediante fraude, o fato de o ofensor ser o filho mais velho do tio da vítima fará incidir a causa especial de aumento de pena por exercer relação de autoridade sobre a vítima, de acordo com o Código Penal.

15 Analista Técnico, 2013 Assinale a alternativa correta de acordo o Código Penal brasileiro. Aquele que submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de dezoito anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone, comete o crime de: a) estupro de vulnerável. b) corrupção de menores. c) instigação sexual de vulnerável. d) favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável. e) satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.

16 Promotor de Justiça, 2015 Nos crimes contra a dignidade sexual, tratando-se da vítima menor de 14 anos, ou enferma ou deficiente mental sem o necessário discernimento para o ato, a situação em que o proxeneta e o cliente que pratica a conjunção carnal enquadram-se no delito de estupro de vulnerável; enquanto o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local responderão, tão somente, pelo crime de favorecimento à prostituição, na modalidade de conduta equiparada. Já, quando a vítima explorada sexualmente for menor de 18 e maior de 14 anos, o cliente que pratica a conjunção carnal responderá pelo crime de favorecimento à prostituição. Certo ou Errado?

17 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual Explicação Geral: Os sistemas penais têm tratado de maneira distinta a prostituição. São eles: a) regulamentação; b) criminalização; c) abolição. No caso do Brasil, adota-se a terceira alternativa ao mesmo tempo que não é considerado lícito, merecendo regulamentação própria, não se responsabiliza criminalmente a pessoa que pratica a prostituição. No entanto, punese as pessoas que lhe são periféricas e que de alguma forma fomentam, lucram ou contribuem para seu exercício. prostituição outra forma de exploração sexual Comércio do corpo em troca de dinheiro ou outra vantagem A vítima é explorada sexualmente, nada recebendo em troca pelos favores sexuais.

18 Núcleos do Tipo Induzir, atrair, facilitar, impedir ou dificultar o abandono. Neste crime não há o verbo u eter. Se houver o constrangimento, incidirá a forma qualificada do 2º 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência. Consumação e Tentativa Impedir, dificultar admite tentativa Induzir, atrair ou facilitar não admite tentativa Consuma-se com a colocação do corpo à venda, independentemente da efetiva realização do progra a. O fato de estar a prostituta em um bordel, casas de massagem, com a finalidade de vender o corpo já caracteriza o crime. Nas modalidades impedir ou dificultar consuma-se quando a vítima já decidida a deixar o meretrício é embaraçada pelo agente.

19 Forma Omissiva Imprópria Quando o garante tem ciência do aliciamento para a prostituição ou impedimento para deixala e não toma providências para impedir o resultado. Exemplo: pai sabendo que sua filha com 17 anos está sendo aliciada e não impede o ato. Proxenetismo Mercenário 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. Forma Qualificada

20 Qualificadoras 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.

21 Habitualidade na Prostituição Problema: A prostituição, considerada nos termos do artigo 218-B, é considerada como uma prática reiterada ou isolada? Divergência 1ª Posição: Para parte de doutrina somente se considera prostituição aquele se entrega com frequência ou esporadicamente aos tratos sexuais com terceiros que o requeiram, visando alguma forma de lucro. Assim, somente se considera prostituta aquela que faz de tal prática sua profissão ou, ao menos, um modo de vida (universitária que se prostitui para pagar o curso e manter seu padrão de vida) 2ª Posição: A outra parte da doutrina entende que será considerada como prostituição qualquer venda dos prazeres do sexo, ainda que de forma não habitual. Logo, uma pessoa que vender seu corpo uma única vez é considerada prostituta. Consequência Dependendo da corrente adotada, é necessário juntar ao autos do processo prova inequívoca da habitualidade da prostituição/exploração, para a tipificação da conduta.

22 Contato Físico Problema: A prostituição, considerada nos termos do artigo 218-B, exige contato físico entre os contratantes do serviço sexual? Divergência 1ª Posição: Não. Ficam excluídas, portanto, as hipóteses de streaptease, dança erótica, espetáculos em cabines eróticas, telesexo, webcam paga etc. 2ª Posição: Sim. O fundamental é a realização de prazeres sexuais independentemente do contato físico. Consequência Dependendo da corrente adotada, é necessário juntar ao autos do processo prova inequívoca da natureza do serviço sexual realizado. Se dançarina erótica ou similares, pode-se pedir a exclusão da infração penal.

23 Casa de Prostituição Explicação Geral: Inúmeros estabelecimentos são formatados com a finalidade única, principal ou concorrente de promover a prostituição. São bares, casas de shows, boites, bordéis, casas de massagem, etc. Este crime é subsidiário, ou seja, somente existirá se não restar configurado o favorecimento à prostituição ou o rufianismo. Tem a finalidade de criminalizar apenas os proprietários ou gerentes que com finalidade de lucro ou não, não explorem diretamente as prostitutas podendo auferir alguma vantagem financeira como comissões ou alugueis de sala/quartos para os programas. Quando houver lucro ele será sempre indireto (o proprietário ou gerente não recebe o dinheiro do programa apenas comissão/aluguel ou lucra com a venda de bebidas, preservativos ou outros bens de consumo no local).

24 ROGÉRIO GRECO, p. 163 As poucas vezes em que se resolve investir contra os empresários da prostituição, em geral, percebe-se que as autoridades responsáveis o fazem por retaliação, vingança ou outro fundamento que não o cumprimento rígido da lei penal. Motivos escusos encabeçam as blitz em bordeis, casas de massagem e similares. Ainda nestas poucas oportunidades o que se procura é a descoberta de menores que se prostituem, demonstrando, assim, que não é o local em si que está a merecer a repressão do Estado, mas o fato de que ali se encontravam pessoas que exigem a sua proteção. Aqui aparece claramente o efeito nocivo do chamado direito penal simbólico, pois o uso do Direito Penal para a incriminação de uma conduta absolutamente anacrônica e descontextualizada da sociedade atual, conduz para que a sociedade simplesmente faça vistas grossas à efetiva ocorrência do mencionado Direito, expondo ao descrédito as instituições encarregadas da persecução penal.

25 Crime Habitual Flagrante A expressão do tipo a ter enseja a habitualidade do crime. Logo, só haverá que se falar na infração penal do artigo 229 se houver certa constância durante determinado prazo. Não se trata de um crime que ocorre em determinado instante, mas sim um que se protrai no tempo com a finalidade de continuar a acontecer. Divergência. A doutrina majoritária entende a necessidade de prova de continuidade da conduta é incompatível com o flagrante. Logo, não se admite flagrante em crimes habituais. Dica prática: Por tal motivo que a polícia sempre imputa o crime de favorecimento à prostituição ao invés de casa de prostituição ou rufianismo. Os dois últimos são crimes habituais, enquanto que o primeiro é crime instantâneo e admite o flagrante. Desta forma, evita-se o relaxamento da prisão em flagrante por nulidade.

26 Questão Probatória Evento Único Para a condenação definitiva, o processo deve ser instruído com provas que ratifiquem a habitualidade do delito (que a casa de prostituição exerce tal função à algum tempo). Busca-se recibos de programas, cadastro de clientes e outros indícios da continuidade da atividade. Criminaliza-se aquele que organiza apenas um evento de prostituição? Depende. Caso seja a primeira vez ou de formal eventual não. Caso seja de forma reiterada sim. Exemplos A resolve organizar uma festa com várias prostitutas em sua chácara para pagar o semestre na sua faculdade. B, uma vez por mês, organiza festa com várias prostitutas para incrementar seu salário. C possui um motel que aluga os quartos para clientes e prostitutas. Apesar de não auferir qualquer lucro com os programas, a atividade é vantajosa para C que lucra com acréscimo no aluguel dos quartos e consumo no frigobar e cozinha.

27 Motéis Obviamente que, em qualquer cidade, a lie tela dos motéis é diversificada recebendo pessoas com relações das mais variadas espécies. Isto inclui prostitutas e seus contratantes. Neste sentido, é possível criminalizar os motéis que recebem prostitutas? Apenas se ficar demonstrado que o estabelecimento hoteleiro destinava-se à exploração sexual.

28 Rufianismo Explicação Geral: Tirar proveito da prostituição alheia significa que o agente participe diretamente dos lucros auferidos (atua como se fizesse parte do negócio) ou somente se faz sustentar por quem a exerce. Rufianismo ativo o rufião é o agenciador da prostituta. Ele tem a função de contabilizar os ganhos, marcar os encontros e filtrar a clientela. Geralmente, também atua na função de proteção da prostituta contra os perigos da profissão. É vulgarmente conhecido como Cafetão. Rufianismo passivo o rufião em nada participa dos negócios, mas vê na prostituição alheia um eio de vida. É o caso do marido que é sustentado pelos programas de sua esposa. Habitualidade É necessária habitualidade no proveito. Se o rufião receber pecúnia uma única vez não haverá crime. Ex: marido que vende u a noite de a or com a esposa para o amigo. Não se exige que o agente viva exclusivamente às expensas da prostituição. Ele poderá ter atividade paralela à de rufião.

29 Crime Permanente Elemento Subjetivo Condição Atual O delito se consuma com o início da atividade de rufião (participação nos lucros) e se protrai no tempo, continuando a consumação enquanto ele se fizer sustentar por ela. É o dolo. O agente deve ter conhecimento da condição de prostituta da pessoa explorada. Ex: Mulher passa a coabitar com homem e a ser sustentada por ele. Algum tempo depois ela descobre que ele, na verdade, é um gigolô. Neste caso, não há crime. A expressão tirar proveito denota atualidade = prostituição concomitante ao rufianismo Os lucros obtidos pelo rufião devem advir da função atual de prostituta. Se ele se fizer sustentar por bens ganhos em tempos passados, não haverá rufianismo. Ex: marido da Bruna Surfistinha

30 Modalidade Qualificada Modalidade Qualificada 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Ex: pai que é sustentado pela prostituição da filha 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência. Cúmulo material de penas Rufianismo + violência

31 2º Violência ou grave ameaça Situação extremamente comum no submundo da prostituição. A vítima explorada é ameaçada ou mesmo agredida pelo cafetão e constrangida a pagar por sua própria proteção. Fraude Aliciamento sem a menção expressa da atividade para a vítima. Ela é atraída por anúncios de modelo, garçonete ou dançarina Outro meio que dificulte ou impeça a manifestação de vontade da vítima Vigilância ostensiva, cárcere, retenção de documentos, consumo forçado de bebidas ou entorpecentes. Rufião e Proxeneta Rufião cafetão, aquele que de forma habitual tira proveito da prostituição alheia de forma direta. Proxeneta intermediário, apresenta a prostituta aos aliciadores.

32 Rufianismo e Favorecimento da Prostituição Favorecimento da prostituição com intuito de lucro (art º) a percepção do lucro é eventual; constitui crime instantâneo. Ex: João alicia Maria para a prostituição e ganha mil reais de comissão. Rufianismo (art. 230) a percepção do lucro é continuada; constitui crime habitual. Ex: João é cafetão de Maria, que lhe paga 200 reais mensais por sua proteção e mais 30% do valor dos programas à título de participação. STJ - HC 8914 MG 1999 PENAL. HC. CONCURSO APARENTE DE NORMAS. CONSUNÇÃO DO CRIME DE FAVORECIMENTO À PROSTITUIÇÃO PELO DE RUFIANISMO. ORDEM CONCEDIDA. 1. Menor, trabalhando para o paciente, com a função de fazer programas com homens e mulheres, com ele dividia o dinheiro auferido, sendo, então, patente a sua condição de sócio oculto do incapaz que, na dicção de NÉLSON HUNGRIA, funcionava como sócio de indústria. 2. Nestas circunstâncias, não obstante o angariamento de clientes a indicar, in thesi, o favorecimento à prostituição, este delito foi absorvido pelo de rufianismo, pela preponderância do indevido proveito, consubstanciado na participação nos lucros. Em suma, o menor exercia a prostituição e o paciente dela tirava proveito direto, numa espécie de sociedade. 3. Ordem concedida para excluir da condenação a pena relativa ao crime do art. 228 do Código Penal

33 ATENÇÃO ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA Os crimes de Tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual (art 231) e Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual (231-A) foram revogados pela Lei em 06 de outubro de Eles foram substituídos pela figura do artigo 149-A, uma modalidade qualificada da redução à condição análoga à de escravo. Vade Mecums e Manuais de Direito Penal até 2016 não contém o dispositivo mencionado.

34 Tráfico de Pessoas Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; IV - adoção ilegal; ou V - exploração sexual. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se: I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência; III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa.

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