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1 DESAPOSENTAÇÃO: em defesa do direito a uma aposentadoria mais digna Luiz Felipe Costa Vidal1 RESUMO: Aposentadoria, sensu comum, significa o período de descanso ao qual o indivíduo tem direito, depois de ter trabalhado durante uma vida. Para que seja possível esse descanso é necessária uma prestação financeira que tenha capacidade de propiciar tranquilidade ao aposentado. Contudo, não é raro que está prestação não consiga atingir seu objetivo. Por conseguinte, o aposentado precisa continuar no mercado de trabalho, contribuindo para a Previdência Social. Ocorre que, após a aposentadoria, as contribuições feitas por este trabalhador aposentado não se revertem para ele beneficamente. Diante de tal surgiu um instituto jurisprudencial capaz de propiciar uma melhor aposentadoria a estes indivíduos. Trata-se de um recalculo do beneficio que o trabalhador aposentado percebe, de forma a incorporar, ao mesmo, o novo tempo de contribuição. Entretanto, em que pese o caráter benéfico do procedimento, a Previdência Social, por meio do INSS é contumaz em indeferir o pedido, não restando alternativa senão o pleito judicial. Desde o ano de 2011 tramita no Supremo Tribunal Federal um Recurso Extraordinário que, devido à sua repercussão geral suspendeu o curso de todas as ações que versam sobre a desaposentação. A principal fundamentação acerca do tema repousa no principio da legalidade. O objetivo do presente trabalho é investigar este além de outros fundamentos favoráveis ao direito à desaposentação. PALAVRAS- CHAVE: Aposentadoria. Desaposentação. Previdência Social, Princípio da Dignidade. Principio da Legalidade. 1 Introdução Durante os anos em que labora, o trabalhador deve contribuir com a Previdência Social para que, dentre outros riscos cobertos, em momento futuro possa fazer jus ao beneficio de se aposentar. Entretanto, por vezes, o beneficio em questão não é capaz de garantir a subsistência do aposentado, levando o mesmo a continuar ou até mesmo reingressar no mercado de trabalho. Ocorre que, mesmo aposentado, o trabalhador deve custear a previdência social por meio das contribuições 2. Entretanto, essas contribuições pagas após a aposentadoria, em regra, não se revertem em beneficio para o seu contribuinte. Em que pese ser uma injustiça, é uma situação obrigatória, consoante ao decreto No 3.048/99 art.9º, 1º: O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social que voltar a exercer atividade abrangida por este regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata este Regulamento. A alternativa para se mitigar essa injustiça é o instituto conhecido por Desaposentação. Trata-se da criação doutrinária-jurisprudencial que tem por objetivo realizar o desfazimento da aposentadoria, retornando o trabalhador ao status quo ante, para possibilitar nova aposentadoria com o seu respectivo recalculo. Em suma, busca-se, através deste procedimento, o incremento material do beneficio do aposentando, aproveitando-se para tal do tempo que o mesmo contribuiu para a Previdência Social após a aposentadoria ou, ainda, com o advento de sua idade. 2 Previdência Social e aposentadoria Para a correta compreensão da pesquisa é necessário entender a finalidade da previdência social e o conceito de aposentadoria. A finalidade do instituto tem sua previsão na lei nº 8213 de 91: Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. Note-se, desde já, que o artigo enuncia como finalidade do instituto assegurar meios indispensáveis de manutenção. Entende-se, por tal, a garantia de meios de subsistência digna do segurado, respeitado o fundamento constitucional da dignidade da pessoa humana 3. Por aposentadoria, valendo-se da literatura, conceitua-se o instituto como sendo as Prestações pecuniárias, devidas pelo Regime Geral de Previdência Social aos segurados, destinadas a prover-lhes a subsistência, nas eventualidades que os impossibilite de, por seu esforço, auferir recursos para isto, ou a reforçar-lhes aos ganhos para enfrentar os encargos de família, ou amparar, em caso de morte ou prisão, os que dele dependiam economicamente (CRETELLA JÚNIOR, JOSÉ,p. 229). 1 Graduando da Escola de Direito do Centro Universitário Newton Paiva. 2 Estabelece a Constituição que a Previdência Social, em qualquer de seus regimes, terá caráter contributivo (art. 40, caput; art. 201, caput), ou seja, que será custeada por contribuições sociais (Constituição, art. 149). Cabe à legislação ordinária dos regimes previdenciários definir como se dará a participação dos segurados, fixando hipóteses de incidência, alíquotas de contribuição e bases de cálculo, obedecendo, em todo caso, às regras gerais estabelecidas no sistema tributário nacional previstas, atualmente, na Constituição e no Código Tributário Nacional(CASTRO;LAZZARI,2014). 3 Conforme nos esclarece Mariana Andrade Lucas e Valéria Edith Carvalho de Oliveira, em texto Publicado na REVISTA ELETRONICA DO DIREITO do Centro Universitário Newton Paiva, A dignidade da pessoa humana prevista na Constituição Federal de 1988, não a chega ser um princípio, mas um fundamento que regerá todas as relações interpessoais entre os indivíduos. É considerada um atributo inerente a todo ser humano, uma qualidade própria, e não um direito conferido exclusivamente pelo ordenamento jurídico. 311

2 2.1 As principais espécies de aposentadoria Aposentadoria por idade A aposentadoria por idade está prevista nos artigos 48 a 51 da Lei nº 8.213/91. Será concedida ao segurado que, cumprida a carência exigida 4, completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta se mulher, reduzidos esses limites em cinco anos de para os trabalhadores rurais bem como para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar bem como o pescador artesanal Aposentadoria por tempo de contribuição A aposentadoria por tem de contribuição tem sua previsão na EC nº 20/98. As regras de calculo constam do Art. 29-C, Lei 8213, com a redação dada pela lei de 2015, permite que o segurado opte pelo afastamento do atual fator previdenciário. A nova regra diz que, esse afastamento poderá se dar na situação em que, a soma da idade do segurado e seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data da aposentadoria for igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem (observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos). No caso da mulher, se a soma for igual ou superior a oitenta e cinco pontos (observando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos). Caso não seja alcançado o numero determinado de pontos o segurado, que preencher os demais requisitos, poderá se aposentar normalmente, entretanto, com a aplicação do fator previdenciário. Mantiveram-se as disposições sobre a redução no tempo para professores. Há redução de 5 anos para professor(a) que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de magistério na Educação Infantil, no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio. Não se exige limite mínimo de idade, porém, terão que comprovar o tempo de contribuição e o cumprimento da carência exigida pela legislação. Neste caso, a renda mensal corresponde a 100% do salário-de-benefício. Os segurados inscritos no sistema até 15/12/1998, que tenha 30 anos de serviço e 53 anos de idade para o homem e 25 anos de serviço e 48 anos de idade para a mulher, além da comprovação da carência e o cumprimento do pedágio, este último que corresponde a 40% do tempo que faltava, em 15/12/1998, para atingir o tempo de serviço previsto. Neste caso, opta-se pela aposentadoria proporcional. Nesta o benefício corresponde a 70% do salário-de benefício mais 5% para cada ano de contribuição que ultrapassar os 30 anos de serviço se homem ou 25 anos se mulher. 2.2 Caráter contributivo e solidário da Previdência Social O Regime Geral da Previdência Social RGPS, aplicável a todos os trabalhadores da iniciativa privada, é informado por preceitos constitucionais que incluem o equilíbrio financeiro e atuarial, a isonomia entre os segurados e a justiça intergeracional. O sistema é ainda estruturado em torno de dois pilares, quais sejam, o caráter contributivo e o princípio da solidariedade. O caráter contributivo é explicitado pela Constituição Federal em seus artigos 40, caput; art. 201, caput, ou seja, a mesma deverá ser custeada por contribuições sociais (Constituição, art. 149). A solidariedade decorre, entre outros fatores, do modelo de financiamento, que abrange não apenas as contribuições dos empregados, mas também dos empregadores, além de recursos orçamentários e outras fontes de custeio. O caráter contributivo resulta do pagamento de contribuições pelos empregados, em troca de coberturas a serem fornecidas pelo sistema, que incluem a percepção de proventos com base no tempo e no valor das contribuições. Nas palavras do excelentíssimo Ministro do Supremo Tribunal Federal Roberto Barroso [...] Em razão do princípio da solidariedade, não se exige uma correspondência estrita entre contribuição e benefício, até porque o sistema ampara pessoas que nunca contribuíram ou contribuíram de maneira muito limitada. Por outro lado, tendo em vista o caráter contributivo do modelo, exige-se algum grau de comutatividade entre o que se recolhe e o que se recebe. Como consequência, não é legítima a cobrança feita ao segurado sem qualquer contraprestação efetiva ou potencial.[...] (BARROSO, 2014) 3 A desaposentação Segundo respeitável doutrina A desaposentação é definida como a reversão da aposentadoria obtida no Regime Geral de Previdência Social, ou mesmo em Regimes Próprios de Previdência de Servidores Públicos, com o objetivo exclusivo de possibilitar a aquisição de benefício mais vantajoso no mesmo ou em outro regime previdenciário (IBRAHIM, Fábio Zambitte, p701). Ainda segundo João Batista Lazzari a desaposentação é o direito do segurado ao retorno à atividade remunerada. É o ato de desfazimento da aposentadoria por vontade do titular, para fins de aproveitamento do tempo de filiação em contagem para nova aposentadoria, no mesmo ou em outro regime previdenciário. Trata-se, em verdade, de uma prerrogativa do jubilado de unificar os seus tempos de serviço/contribuição numa nova aposentadoria (BATISTA LAZZA- RI, João, p ). Em tempo A figura da desaposentação consiste na renúncia a uma primeira aposentadoria para obtenção de uma nova, em melhores condições, com utilização de contribuições posteriores, pagas em razão da volta à atividade. A Lei nº 8.213/91 e seu art. 18, 2º, não cuida da desaposentação, por ter sido editada ao tempo em que as contribuições posteriores à aposentadoria eram restituídas ao segurado sob a forma de pecúlio. (BARROSO, 2014). Em suma, trata-se do procedimento que visa permitir a reversão da aposentadoria, por vontade do próprio beneficiário. Configura uma renúncia à aposentadoria, contudo, sem prejuízo do tempo de serviço ou contribuição. Significa, assim, o retorno ao status quo ante. O processo visa, conforme já mencionado, o recalculo do beneficio previdenciário, em momento futuro, considerando novos implementos de requisitos e contribuições. 3.1 O Procedimento De Desaposentação como a raiz do problema em questão O interessado em realizar o procedimento da desaposentação pode recorrer primeiramente à esfera administrativa, entretanto, INSS é contumaz em indeferir o seguimento do processo. Diante de tal, o segurado tem a opção de ingressar com ação no Poder Judiciário Federal. A situação tem-se tornado tão comum que, segundo um levantamento da Advocacia Geral da União (AGU), em 2009 foram ajuizadas ações de desaposentação. No ano passado, este número saltou para processos. De janeiro a agosto do ano 2015, 4 Para a obtenção deste beneficio é necessário, o cumprimento da carência e a implementação da idade mínima. A carência exigida nesta espécie de aposentadoria é de 180 contribuições mensais. A renda mensal da aposentadoria por idade é equivalente a 70% (setenta por cento) do salário-de-contribuição, mais 1% a cada grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%, totalizando assim, em 100%, com a aplicação facultativa do fator previdenciário. 312

3 outras ações já haviam sido ajuizadas. Dada à relevância do tema, o Superior Tribunal Federal 5 reconheceu a sua repercussão geral e suspendeu o curso de todos os processos. Outro dado importante em relação à relevância do tema foi a posição do legislativo em relação a ele. A lei /2015 que trata da regra que ficou conhecida por 85/95 trouxe, em seu bojo, dispositivo que permitia a desaposentação. Contudo, a oportunidade de tratar o tema na legislação teve o veto da presidente Dilma Rousseff e o mesmo foi mantido pelo Congresso Nacional. A decisão acerca do tema continuou, então, com o Supremo Tribunal Federal. 4 Tese de defesa do direito Atualmente, dois são os principais argumentos fundamentadores das decisões contrarias ao procedimento. É importante ressaltar, também, que os fundamentos a seguir expostos são usados tanto na fundamentação de decisões administrativas, quanto daquelas oriundas de alguns tribunais federais. Nota-se, em contrapartida, que estes dois fundamentos são desdobramentos de um único princípio constitucional, o da legalidade. Enuncia o Art. 181-B do Decreto nº 3.048/99 que as aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial concedidas pela Previdência Social, na forma deste Regulamento, são irreversíveis e irrenunciáveis. Trata-se de um decreto que tem por escopo regulamentar os dispositivos legais e constitucionais que tratam da aposentadoria. A Constituição Federal, em seu art. 5º, II, preceitua que, Ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Conforme já observado por Renato de Abreu Barcelos, o dispositivo constitucional só diz respeito à legislação em sentido estrito. Outros atos como decreto, regulamento, portaria, resolução, por exemplo, não podem ultrapassar a Magna disposição. Por conseguinte, não pode o decreto em questão criar direitos e vedações que não aquelas constantes da previsão legal. 4.1 Irreversibilidade e irrenunciabilidade Os princípios da irrenunciabilidade e da irreversibilidade estão logicamente interligados aos princípios da indisponibilidade e inalienabilidade de direitos fundamentais, que por sua vez são desdobramentos do fundamento da dignidade humana. Quando o texto normativo prevê a indisponibilidade de direito o faz com vistas a proteger o individuo. Protege-lo frente à situações de desigualdade, nas quais ele pudesse ser coagido a alienar determinado direito. Consoante à doutrina de Gilmar Mendes, [...] Inalienável é um direito ou uma coisa em relação a que estão excluídos quaisquer atos de disposição, quer jurídica renúncia, compra-e-venda, doação, quer material destruição material do bem. Isso significa que um direito inalienável não admite que o seu titular o torne impossível de ser exercitado para si mesmo, física ou juridicamente [...]. Desta forma, vedar a disponibilidade de um direito é o mesmo que resguardar que um indivíduo se alce a uma situação desfavorável. Entretanto, a possibilidade de renuncia da aposentadoria para a realização de recalculo é situação favorável ao individuo que pleiteia tal. Desta forma, não pode prosperar o argumento da irrenunciabilidade para se indeferir ao aposentado o seu pedido de reversão do beneficio. 4.2 Ausência de legislação autorizativa do procedimento Na seara de contraposição ao direito à desaposentação, encontra-se administrativamente, o argumento da ausência de legislação que autorize o procedimento. Considerando-se ainda o art. 5, II da Constituição Federal e o principio da legalidade, o referido argumento se põe, também, a defender o procedimento. Trata-se do principio da legalidade restrita, o qual enuncia que, a Administração Pública só poderá fazer aquilo que em lei estiver previsto. A ausência de lei significa ausência de autorização de ação para o poder público. Logo, conclui-se, por hora, que a ausência de lei só implica em vedação para o próprio Poder Público agir e não para o individuo. Sendo assim, ao cidadão será permitido fazer, e, adicionase aqui, pleitear todo o direito que a lei não lhe proíba. [...] considerando que não há lei que proíba a desaposentação, seja pelo exercício do direito de ação, seja pelo princípio da legalidade trazido pelo texto Constitucional, podemos concluir que a desaposentação é perfeitamente cabível por inexistir qualquer previsão legal constitucional que a proíba. (LANDENTHIN e MASOTI, 2011, p. 94). 5 Repercussão Geral do tema. Recurso Extraordinário nº STF O recurso extraordinário é uma via excepcional de impugnação de uma decisão judicial. Trata-se do meio através do qual o Supremo Tribunal Federal rejulga decisões proferidas em última ou única instância que tenham violado dispositivo da Constituição Federal. Não obstante, é também o meio pelo qual a suprema corte uniformiza sua jurisprudência, no que tange à interpretação dos dispositivos constitucionais. Devido ao seu caráter excepcional, o recurso extraordinário possui um rol taxativo de requisitos para sua admissibilidade. Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 102, 3º, incluído pela Emenda Constitucional nº45 de 2004 que, No recurso extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. Este requisito de admissibilidade, além da importância jurídica, tem a senda de racionalizar a atividade jurisdicional. Essa racionalização se dá por meio da uniformização de jurisprudência, já mencionada. O recurso extraordinário interposto, admitido e com a repercussão geral reconhecida tem a capacidade de suspender o curso de todas as ações que versarem sobre o mesmo tema. Ou seja, todas elas deverão aguardar o julgamento do Recurso Extraordinário para também poderem ser julgadas. No que tange à desaposentação, o recurso extraordinário responsável por impor ao tema a suspensão foi o Re RG / DF - Distrito Federal, de relatoria do Ministro Ayres Britto, com julgamento da repercussão geral em 17/11/2011. EMENTA: CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. 2º do ART. 18 DA LEI 8.213/91. DESAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA A BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA. UTILIZAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO QUE FUNDAMENTOU A PRESTAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ORIGINÁRIA. OBTENÇÃO DE BENEFÍCIO MAIS VANTAJOSO. MATÉRIA EM DISCUSSÃO NO RE , DA RELATORIA DO MINISTRO MARCO AURÉLIO. PRESENÇA DA REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL DISCUTIDA. Possui repercussão geral a questão constitucional alusiva à possibilidade de renúncia a benefício de aposentadoria, com a utilização do tempo se 5 Referência.: Recurso Extraordinário nº STF 313

4 serviço/contribuição que fundamentou a prestação previdenciária originária para a obtenção de benefício mais vantajoso. Com a aposentadoria do Min. Ayres Britto em 2013, a relatoria do processo foi passada para o Min. Roberto Barroso. Em outubro de 2014 o relator do processo proferiu seu voto. Em texto de mais de 30 laudas, com mais de 80 itens, o relator opta por reconhecer o direito à desaposentação. Reproduzida ipsis litteris a conclusão do voto do excelentíssimo relator tem se que: [...] a) o Regime Geral da Previdência Social constitui um sistema baseado em duplo fundamento: contributivo e solidário; b) inexiste comutatividade estrita entre contribuição e benefício, em razão do caráter solidário do sistema. De outra parte, não é legítima a cobrança de contribuição sem oferta de qualquer benefício real, em razão do caráter contributivo do sistema; c) compromete o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema o incentivo a aposentadorias precoces. Sobretudo, viola o princípio da isonomia que aqueles que tenham passado à inatividade precocemente desfrutem de situação mais favorável do que aqueles que permaneceram mais tempo em atividade, sem se beneficiarem do sistema previdenciário; d) o art. 18, 2º da Lei nº 8.213/91 não contempla a situação de alguém que tenha se aposentado e, havendo voltado à atividade, deseje renunciar à primeira aposentadoria para obter uma nova. Vale dizer: existe uma lacuna na legislação; e) a lacuna é explicável porque, anteriormente, até o advento da Lei nº 9.032/95, vigorava um sistema de pecúlio com a devolução das contribuições efetuadas após a aposentadoria no momento em que o segurado passasse, em definitivo, à inatividade. Diante disso, a questão da desaposentação não se colocava. 86. Por todo o exposto, dou provimento parcial aos recursos interpostos para assentar o direito à desaposentação isto é, à renúncia à aposentadoria anterior e aquisição de uma nova, observados os critérios aqui estabelecidos. Como consequência, a tese a ser firmada, com os efeitos inerentes ao instituto da repercussão geral, é a seguinte: inexistem fundamentos legais válidos que impeçam a renúncia a uma aposentadoria concedida pelo RGPS para o fim de requerer um novo benefício, mais vantajoso, tendo em conta contribuições obrigatórias efetuadas em razão de atividade laboral realizada após o primeiro vínculo. A fim de preservar a uniformidade atuarial, relacionada à isonomia e à justiça entre gerações, essa possibilidade é condicionada à exigência de que sejam levados em conta os proventos já recebidos por parte do interessado. A despeito da falta de disciplina legal específica sobre o tema, é possível interpretar o sistema constitucional e legal vigente, para assentar a seguinte orientação geral: no cálculo dos novos proventos, os fatores idade e expectativa de vida devem ser aferidos com referência ao momento de aquisição da primeira aposentadoria. Com isso se impede que tais fatores tenham deturpada a sua finalidade de graduar os benefícios segundo o tempo estimado de sua fruição por parte do segurado. [...] 7 Conforme se extrai da interpretação do exposto voto, o posicionamento do eminente Ministro corrobora com a tese apresentada no presente trabalho, de forma a defender o direito à desaposentação. A possibilidade de renúncia a uma aposentadoria anterior para requerimento de uma nova é uma decorrência do sistema normativo em vigor, notadamente da combinação entre: (i) a imunidade dos proventos do RGPS em relação à contribuição social incidente sobre os rendimentos do trabalho; (ii) a cobrança da contribuição dos aposentados que retornam ao mercado de trabalho, sob o mesmo regime dos demais trabalhadores; e (iii) a inexistência de benefícios previdenciários específicos que justifiquem a incidência dessa tributação vinculada. Por tudo isso, se a legislação ordinária vedasse a desaposentação de forma expressa, a sua compatibilidade com o atual texto constitucional seria no mínimo duvidosa.. 6 Considerações finais Conforme visto no conceito de Seguridade Social, a aposentadoria é o beneficio do segurado que tem por finalidade garantir sua digna subsistência. Entretanto, com o advento da idade surgem, para o trabalhador, algumas dificuldades. No mercado de trabalho já não é tão fácil encontrar uma posição. Torna-se mais difícil acompanhar a constante necessidade de qualificação, seja frente à modernização dos sistemas, seja por causa do preconceito, velado, contra os idosos. O custo de vida também aumenta. Sobretudo os tratamentos de saúde que, se tornam mais caros. Diante de tal situação a aposentadoria por tempo de contribuição é menos atrativa para o segurado, pois, o valor do beneficio, regra geral, é menor do que o salário que ele possuía. Some-se, a essa situação, a perda do poder de compra da aposentadoria. De acordo com o Mestre em Economia pela UnB, Pedro Fernando Nery, Percebe-se a perda quando se compara o aumento do beneficio com os aumentos dados ao salário mínimo. No Brasil, o piso previdenciário (e também o piso assistencial) é vinculado ao salário mínimo. Nos últimos dez anos, por conta da deliberada intenção de valorizá-lo, seu crescimento nominal foi de 178,5%, com grande ganho real, já que a inflação foi de 67,3%. Inicialmente, o benefício de R$ equivalia a cerca de quatro salários mínimos (precisamente 3,85) e em 2014 ele equivalia a cerca de dois salários mínimos (2,31) ( NERY, P. F, p03). Logo, com essa perda do poder aquisitivo do benefício, para que o aposentado mantenha uma situação de subsistência digna, torna-se necessário, a ele, buscar formas de complementar sua renda, uma dela é com seu retorno ao mercado de trabalho. Feita as considerações acerca da justificativa material é imperioso, também considerar o aspecto jurídico da questão. Foi devidamente exposto que indeferir a desaposentação é o mesmo que afrontar o principio da legalidade. Sobretudo sobre a ausência normativa acerca do tema. É notável que a Constituição estabelece as diretrizes essenciais do Regime Geral de Previdência Social, fundado no caráter contributivo e no princípio da solidariedade conforme já exposto. A partir dessas diretrizes, os legisladores nacionais dispõem de ampla liberdade de para estruturar o regime de financiamento e as prestações previdenciárias, tendo em vista a necessidade de promover um equilíbrio atuarial do sistema e garantir a sua integridade para as gerações, principalmente futuras. Como visto, o atual mecanismo responsável por desestimular aposentadorias precoces é o chamado fator previdenciário, além dos limites para a revisão de benefícios, qual seja, um prazo decadencial de 10 anos. Ocorre que, até o presente momento, não existe na legislação pátria disposto que vede explicitamente a desaposentação. Entretanto, o INSS sustenta que o art. 18, 2º, da Lei nº 8.213/91, tornaria ilícita a renúncia à aposentadoria para fins de obtenção de novo vínculo, mais vantajoso, que leve em conta as contribuições posteriores à concessão do benefício original. Já a cobrança de tais contribuições 7 Trecho extraído do voto do Excelentíssimo Ministro do Supremo Tribunal Federal Roberto Barroso proferido no Rext n

5 seria válida, justificando-se pelo componente de solidariedade inerente ao sistema. Ponto extremamente contraditório de argumentação pelo órgão governamental. Essa contradição se dá porque, quando o individuo retorna ao mercado formal, deve continuar obrigatoriamente contribuindo com a Previdência Social. Entretanto, o mesmo não conta com a devida contraprestação, representando uma ofensa ao caráter contributivo e solidário da Previdência Social. Com o recurso extraordinário nº em curso no STF e o posicionamento inicial do relator já é possível vislumbrar uma resolução para problema. Com a possibilidade da desaposentação, o trabalhador poderá realizar o recalculo de seu beneficio para um valor maior do que a sua atual aposentadoria. Este novo benefício pode, enfim, permitir que ele deixe de trabalhar e viva plenamente o direito que adquiriu após vários anos de trabalho e contribuição. Logo, por todo o exposto, nada é mais justo senão garantir o direito à desaposentação. REFERÊNCIAS LUCAS, Mariana Andrade; OLIVEIRA, Valéria Edith Carvalho de, LJ A INCONSTITUCIONALIDADE DO REGIME DE SEPARAÇÃO OBRI- GATÓRIA DE BENS AOS MAIORES DE 70 ANOS, Disponível em npa.newtonpaiva.br/letrasjuridicas/?p=160, acesso em Mai de 2016 LADENTHIM, Adriane Bramante de Castro; MASOTI, Viviane. Desaposentação: teoria e prática.1ªed, Curitiba, Juruá, NERY, P. F. Sobre a Perda de Valor das Aposentadorias: existe perda? Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/ CONLEG/Senado, Novembro/2014 (Boletim do Legislativo nº 17, de 2014). Disponível em: www. senado.leg.br/estudos. Acesso em Mai ZANELLA, Angelo José; CARVALHO, João Vinícius de França, AFON- SO, Luís Eduardo. Quais os impactos da desaposentação? Um estudo para as aposentadorias por tempo de contribuição do regime geral de previdência social. Estud. Econ. [online]. 2014, vol.44, n.4, pp ISSN AFONSO, L. E.; FERNANDES, R. Uma estimativa dos aspectos distributivos da previdência social no Brasil, Revista Brasileira de Economia, v. 59, n. 3, p , 2005 BRASIL, Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 05 de outubro de Disponível em: < C3%A7ao.htm> Acesso em Jun Banca Examinadora Amanda Helena Azeredo Bonaccorsi (Orientadora) Daniela Lage Meija Zapata (Examinadora) BRASIL. Lei n , de 24 de julho de Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em: < ccivil_03/leis/l8213cons.htm>. Acesso em Jun BRASIL: Decreto Lei DE 6 de maio de Diário Oficial da República Federativa do Brasil Disponível em: < Acesso em Jun BARCELOS, Renato de Abreu. Desaposentação: reversibilidade da aposentadoria como marco de evolução jurídica para Luhmann. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 3026, 14 out Disponível em: < Acesso em: 4 jun BARROSO, Luís Roberto, Voto Proferido no Recurso Extraordinário n de Disponível em < Acesso em Jun CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 15.ed, Rio de Janeiro : Forense, ISBN: CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. Curso de Direito da Seguridade Social. 6. ed. São Paulo: Saraiva, CRETELLA JÚNIOR, José. Direito administrativo brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, p. 229 DIDIER JÚNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil: meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais : volume ed. rev., atual.ve ampl. Salvador: JusPodivm, v MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. 10.ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, p. 315

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