Direito Previdenciário: a Medida Provisória nº 676/2015
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- Gabriel Henrique Candal Fraga
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1 American Chamber of Commerce for Brazil AMCHAM BRASIL/Brasília Comitê de Legislação: impactos legislativos e jurídicos Direito Previdenciário: a Medida Provisória nº 676/2015 LEANDRO MADUREIRA SILVA SUBCOORDENADOR DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO ESCRITÓRIO ALINO & ROBERTO E ADVOGADOS. Brasília, 23 de outubro de 2015
2 Pontos que serão abordados: Sistema Brasileiro de Proteção Social Sistema Previdenciário; Fator Previdenciário x Fator 85/95; Desaposentação; Previdência Complementar dos Servidores Públicos;
3 Sistema Brasileiro de Proteção Social SAÚDE SEGURIDADE SOCIAL (SAP) ASSISTÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL
4 Características do Sistema Previdenciário Brasileiro SISTEMA CONTRIBUTIVO é NECESSÁRIO o PRÉVIO CUSTEIO para alcançar O BENEFÍCIO a PREVIDÊNCIA PÚBLICA se baseia no PACTO INTERGERACIONAL: os ATIVOS ajudam a financiar os INATIVOS garante PROTEÇÃO nas contingências relativas a DOENÇA, MORTE, INVALIDEZ, VELHICE, RECLUSÃO, dentre outras a PREVIDÊNCIA PRIVADA se baseia na CAPITALIZAÇÃO DE RESERVAS que repercutirão num BENEFÍCIO FUTURO
5 Estrutura do Sistema Previdenciário Brasileiro RGPS Regime Geral de Previdência Social Trabalhadores da Iniciativa Privada e Servidores Públicos não estatutários (cargo em comissão e servidores temporários). É obrigatório, nacional e público. Possui um teto mínimo (1 s.m.) e um teto máximo de benefício (em 2015, R$ 4.663,75). É administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social - NSS. RPPS Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos Servidores Públicos estatutários. É obrigatório, público e se insere na União Federal, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios. As regras de cálculo dos benefícios variarão de acordo com a data de ingresso do servidor no serviço público (EC 20/1998; 41/2003 e 47/2005 e a data de instituição do regime de previdência complementar dos servidores) É administrado pelos respectivos entes federativos (possibilidade de criação de institutos previdenciários) RPC Regime de Previdência Complementar Contempla tanto os trabalhadores da iniciativa privada quanto os servidores públicos. É optativo, de ingresso facultativo e possui natureza contratual. Pode ser instituído na modalidade fechada (voltada a um grupo de trabalhadores em específico) ou aberta (voltada a toda a população produto bancário/financeiro). É administrado por cada uma das Entidades instituídas e é fiscalizado pela PREVIC (fundos fechados) e pelo Ministério da Fazenda (fundos abertos).
6 Fator Previdenciário versus Fator 85/95 - São regras de cálculo aplicáveis ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição no Regime Geral de Previdência Social (INSS); - A aposentadoria por tempo de contribuição (30/35 anos de tempo de contribuição) é calculada com base na média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição existente em todo o seu período contributivo (desde 07/1994 até a data da aposentadoria, via de regra); -O resultado dessa média é chamado de salário-de-benefício (SB). O valor da aposentadoria, que é a renda mensal inicial, será o SB x Fator Previdenciário.
7 Fator Previdenciário versus Fator 85/95 Já o Fator Previdenciário é a regra de cálculo que leva em consideração a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. CÁLCULO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO Onde: f = fator previdenciário; Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria; Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria; Id = idade no momento da aposentadoria; a= alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
8 Fator Previdenciário versus Fator 85/95 Considerando, por exemplo, que o segurado homem possua em 2015, 35 de contribuição, 55 anos de idade, com contribuições que lhe geraram um SB de R$ 3.000,00, o valor da aposentadoria (renda mensal inicial) será: SB x Fator Previdenciário = R$ 3.000,00 x 0,7002 = R$ 2.100,60 O Fator Previdenciário é uma fórmula de cálculo injusta porque se baseia numa tábua de mortalidade (IBGE) que reflete a expectativa de sobrevida da média brasileira, mas não retrata a realidade individual de cada segurado.
9 Fator Previdenciário versus Fator 85/95 - O Fator 85/95, por outro lado, é uma regra de cálculo alternativa ao Fator Previdenciário porque afasta a sua aplicabilidade caso o segurado cumpra com os seguintes requisitos, somando-se o seu tempo de contribuição ao de idade: > Para as mulheres: 30 anos de contribuição, no mínimo + o correspondente numérico de tempo de contribuição e/ou de idade que complete o resultado 85; (via de regra 30 de contribuição + 55 de idade); > Para os homens: 35 anos de contribuição, no mínimo + o correspondente numérico de tempo de contribuição e/ou de idade que complete o resultado 95; (via de regra 35 de contribuição + 60 de idade); Essa regra surgiu com a Medida Provisória nº 664/2014.
10 Fator Previdenciário versus Fator 85/95 A Medida Provisória nº 676/2015 manteve a mesma sistemática mas acrescentou um ingrediente progressivo na regra do Fator 85/95: O Fator 85/95 é vigente até ; a partir de então, em 01/01/2017, será acrescido um ano de tempo mínimo de contribuição e um ano a mais a ser implementando pela idade. Logo: 2017 Fator 86/96; 2019 Fator 87/97; 2020 Fator 88/98; 2021 Fator 89/99; 2022 Fator 90/100.
11 Fator Previdenciário versus Fator 85/95 O texto implementando pela Presidência da República na MP 676/2015 sofreu nova alteração no Congresso Nacional. Os critérios de soma de tempo de contribuição com idade seguem idênticos mas houve alteração na progressividade a partir do ano de 2018: 2018 Fator 86/96; 2020 Fator 87/97; Fator 88/98; 2024 Fator 89/99; 2026 Fator 90/100.
12 Fator Previdenciário versus Fator 85/95 - Independente de qual progressividade for adotada, o segurado poderá optar pela aplicação do Fator Previdenciário caso lhe seja mais favorável (FP igual ou maior que 1,0); - Tanto o Fator Previdenciário quanto o Fator 85/95 possuem regras de bônus e de compensação para as aposentadorias das mulheres e dos exercentes de cargos de magistério (ensino básico, médio e fundamental). - O projeto que alterou a MP 676/2015 foi enviado pelo Senado Federal à Presidência da República para sanção em
13 Desaposentação - Não é um direito, mas uma tese jurídica; - Pode ser pretendida por aqueles segurados que tenham se aposentado mas permaneceram no mercado de trabalho: são contribuintes obrigatórios mas não possuem novos direitos oriundos dessas contribuições; - Consiste na possibilidade do segurado em renunciar/cancelar a sua aposentadoria originária para pretender a concessão de novo benefício, totalizando os períodos contributivos (tempo e valores de contribuição) existentes antes e depois da concessão da primeira aposentadoria => gera um novo SB e um FP mais atraente (ou o atingimento do Fator 85/95). - Garantia de melhor benefício, sem devolução dos valores recebidos.
14 Desaposentação - Foi incluída no texto da MP 676/2015 e está para análise de sanção/veto pela Presidência da República. - O texto da MP 676/2015 prevê a desaposentação como uma espécie de revisão, recálculo da aposentadoria, tomando por base todo o período contributivo e o valor das contribuições => não é renúncia ao benefício, logo pode ser arguida a decadência do direito de pretende-la (resolução do passivo). - Carência: pelo menos 60 contribuições (5 anos) entre a data da aposentadoria e o pedido de desaposentação. - O aposentado empregado poderá ter direito ao auxílio-doença e auxílio-acidente.
15 Previdência Complementar dos Servidores Públicos - A previdência dos servidores públicos: sistema de recompensa x sistema de contribuição - Alterações constitucionais previdenciárias: EC 20/1998; EC 41/2003 e EC 47/ Aproximação do RPPS ao RGPS achatamento das aposentadorias; - Possibilidade de instituição da Previdência Complementar: Lei / Natureza contratual, privada e facultativa; - Contrato de longo prazo celebrado de forma adesiva objetivando a concessão de benefício futuro mediante prévia contribuição;
16 Previdência Complementar dos Servidores Públicos - O benefício será correspondente ao montante existente nas reservas, de acordo com a capacidade contributiva do servidor. - Independente da adesão do servidor ao contrato de previdência complementar, sua aposentadoria será limitada ao teto do benefício pago pelo RGPS (INSS). - É aplicável aos novos servidores : ingressos no serviço público a partir de (Poder Executivo Federal); - Jurisprudência: não se aplica para quem era servidor de outros entes federativos e de empresas públicas (controvérsia);
17 Previdência Complementar dos Servidores Públicos - MP 676/2015 (texto enviado à Presidência): torna automática a adesão do servidor ao contrato de previdência complementar desde a data de exercício; - Se o servidor desejar deixar de fazer parte, pode cancelar a sua inscrição sem prejuízo das contribuições vertidas à entidade (FUNPRESP) se o fizer no prazo de até 90 dias (podendo a entidade realizar o pagamento em até 60 dias, corrigido monetariamente); - Problemas: contrato facultativo, sistema opcional => necessidade de se aumentar o número de servidores aderentes ao Funpresp.
18 Medida Provisória nº 676/ Art. 62 da Constituição Federal: em caso de RELEVÂNCIA e URGÊNCIA; É urgente que se altere a forma de cálculo das aposentadorias que serão pagas a partir de 2017 (ou 2018)? É urgente que se trate da desaposentação sem a discussão própria de um projeto de lei específico, à toque de caixa? É urgente que se altere regra principiológica da previdência complementar para contemplar adesões automáticas de servidores?
19 Direito Previdenciário: a Medida Provisória nº 676/2015 Leandro Madureira Silva Advogado especialista em Seguridade Social e Previdência Social. Alino & Roberto e Advogados leandrom@aer.adv.br
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