O Ensino a Distância em Cabo Verde

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1 Maria Augusta Centeio Vieira O Ensino a Distância em Cabo Verde A experiência da Universidade Jean Piaget e da Universidade de Cabo Verde Universidade Jean Piaget de Cabo Verde Campus Universitário da Cidade da Praia Caixa Postal 775, Palmarejo Grande Cidade da Praia, Santiago Cabo Verde

2 Maria Augusta Centeio Vieira O Ensino a distância em Cabo Verde A experiência da Universidade Jean Piaget e a universidade de Cabo Verde Universidade Jean Piaget de Cabo Verde Campus Universitário da Cidade da Praia Caixa Postal 775, Palmarejo Grande Cidade da Praia, Santiago Cabo Verde

3 Maria Augusta Centeio Vieira, autor da monografia intitulada Ensino a distancia A experiencia cabo-verdiana a nível do Ensino Superior, declaro que, salvo fontes devidamente citadas e referidas, o presente documento é fruto do meu trabalho pessoal, individual e original. Cidade da Praia ao 12 de Dezembro de 2014 Maria Augusta Centeio Vieira Memória Monográfica apresentada à Universidade Jean Piaget de Cabo Verde como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Licenciatura em Ciências de Educação e Práxis Educativa.

4 Sumário A Educação a Distância (EAD) é um assunto que está cada vez mais presente nas sociedades contemporâneas, principalmente em referência a utilização desta como ferramenta de ensino a nível superior nas Universidades. É inegável o impulso de tal modalidade de ensino nos últimos anos em função dos avanços da tecnologia de informação e comunicação na educação e da popularização significativa dos acessos a recursos como a Internet. O presente trabalho monográfico que ora se apresenta, aborda a temática do Ensino a Distância, focalizando a experiência Cabo-verdiana neste domínio a nível do Ensino Superior. Nesta investigação abordamos os conceitos de ensino a distância, a sua evolução histórica, tendo como objectivo principal dar a conhecer as experiências desenvolvidas pela Universidade Jean Piaget e Universidade de Cabo Verde (Uni-CV). Os instrumentos de recolha de dados utilizados neste estudo foram um inquérito por questionário aplicado as pessoas que acederam aos cursos superiores a distância e um inquérito por entrevista estruturada dirigida aos responsáveis ligados a modalidade ensino a distância das duas Universidades em análise. Da pesquisa realizada constatamos que as duas universidades em estudo têm realizado alguma experiência a nível do EaD. Esta experiência centra-se aindo muito ao apoio do ensino presencial. Entrentato associado a outras universidades (UAb, FUNIBER) vem já disponibilizando cursos a distância. Pensamos que vem sendo assim criadas as bases para a implementação desta modalidade em Cabo Verde. Palavras-chaves Educação, Educação a Distância, Ensino Superior e Tecnologia de comunicação e Informação.

5 Dedicatória Dedico este trabalho á minha Filha linda, luz da minha vida e razão de cada amanhecer, Mara Sofia Vieira Vaz, nascida no mês de Março de 2014.

6 Agradecimentos Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que esteve presente em todos os momentos, sem o qual nada teria feito. Aos meus pais que sempre priorizaram minha educação, e me apoiaram em todas as etapas da minha vida e do meu percurso académico. Aos meus irmãos, que incentivaram-me com palavras de alento nos momentos mais difíceis, dando-me força para a realização deste e de tantos outros sonhos, dedico este trabalho a vocês queridos. A todos os meus mestres pelo aprendizado adquirido. Em especial à minha professora e orientadora Gertrudes Oliveira, que me orientou com muita sabedoria, conhecimento e participação activa no desenvolvimento desta pesquisa. Um agradecimento especial para a minha amiga Maria Francisca e ao meu amado Edmerson Vaz, pela forma incansável como me apoiaram, para não desistir para que hoje eu pudesse realizar um grande sonho de concluir a minha licenciatura.

7 Conteúdo Introdução Contextualização da problemática Justificativa da escolha Pergunta de partida Enunciação da hipótese Definição dos objectivos Objectivo Geral Objectivos específicos Metodologia Estrutura do trabalho Constrangimentos encontrados Capítulo 1: Fundamentação e Conceptualização do Tema de Pesquisa Levantamento de conceitos Educação Educação a distância Ensino Superior Tecnologia de Informação e Comunicação Considerações históricas sobre a EaD no Mundo As abordagens teóricas aplicadas na EaD Teoria da Industrialização Teoria de Autonomia e Independência Teoria Transaccional Capítulo 2: Educação a Distância um modelo educativo emergente Ensino Presencial, Semi-presencial e Ensino a Distância Modelos pedagógicos de ensino-aprendizagem na EaD Os papéis do Professor /Tutor na EaD O sistema de avaliação em EaD O perfil do aluno EaD A utilização de plataformas de gestão e a importância do E-Learning e B-Learning na EaD Os desafios e vantagens da prática EaD Tecnologia de informação e comunicação na EaD A integração das tecnologias educativas na EaD A Educação a Distância na sociedade de Informação e Conhecimento Capitulo 3: O Ensino a Distancia no contexto educativo cabo-verdiano Considerações históricas sobre EaD em Cabo Verde A implementação do ensino a distância no contexto educativo em Cabo Verde Evolução do Ensino Superior em Cabo Verde A situação das TIC em Cabo Verde Políticas públicas de EaD e o seu impacto no Ensino Superior em Cabo Verde Capitulo 4: Apresentação do estudo empírico nas Universidades Jean Piaget e Uni-CV Caracterização geral das instituições em estudo A Universidade Jean Piaget de Cabo Verde A Universidade de Cabo Verde Descrição e Análise das entrevistas com os responsáveis da EaD

8 4.2.1 Caracterização dos entrevistados Perspectivas dos entrevistados sobre as experiências de EAD nas Instituições em estudo Papel do Ministério da Educação como órgão regulador na instalação do ensino a distância em Cabo Verde Condições básicas para ministrar cursos a distância na IES em Cabo Verde Os principais constrangimentos da EaD Importância das ferramentas tecnológicas na modalidade EaD Competência dos alunos a nível de EaD Vantagens e desvantagens da EaD Perspectivas e expectativas sobre o desenvolvimento da EaD e o ES Experiências de Implementação do ensino a distância na Uni-CV Experiências de Implementação do ensino a distância na Unipiaget Apresentação, análise e discussão dos resultados dos inquéritos aplicados aos formandos Caracterização dos formandos inquiridos Formação e situação profissional Distribuição dos inquiridos de acordo com a instituição de formação Apresentação dos resultados do inquérito Acesso ao ensino á distância Tipos de formação mais escolhidos Duração da formação do ensino superior à distância Conclusão da formação Conhecimentos e utilização da Internet Motivos da escolha do ensino a distância Percepção dos formandos sobre o ensino a distância Perfil do formando do ensino a distância Discussão dos resultados Conclusão Apêndices... i A.1 Guião de Entrevista... ii A.2 Questionário... iv 8

9 Tabela: Tabela 1 Repartição dos inquiridos por sexo, idade e estado civil Tabela 2 Local de trabalho dos formandos Tabela 3 Forma de acesso ao curso superior à distância na universidade Tabela 4 Área de formação do ensino à distância Tabela 5 Duração da formação do ensino superior à distância Tabela 6 Opinião dos inquiridos sobre a conclusão ou não da formação por variável Tabela 7 Capacidade de trabalhar com a tecnologia Tabela 8 Tempo médio de utilização de Internet por dia Tabela 9 Comunicação por Tabela 10 Recursos informáticos de uso corrente Tabela 11 Principal motivo da procura do ensino à distância Tabela 12 Acesso diário ao portal da instituição Tabela 13 Forma de participação na aprendizagem no sistema de ensino à distância Tabela 14 Participação em fóruns, contactos com os tutores e utilização de pesquisas Tabela 15 Avaliação dos conteúdos e das actividades Tabela 16 - Recursos oferecidos pela sua Universidade Tabela 17 Serviço on-line de apoio aos estudos Tabela 18 Perfil do formando do ensino à distância Tabela 19 Estatísticas do perfil do formando do ensino à distância

10 Quadros Quadro 1 - Identificação dos responsáveis EaD Quadro 2 - Cargo ocupado pelos entrevistados Quadro 3 - Relação de Disciplinas/Cursos/Docentes Inscritos na Plataforma Quadro 4 - Relação Disciplinas/Cursos/Docentes inscritos na Plataforma

11 Gráficos Gráfico 1 - Formação dos formandos inquiridos Gráfico 2 - Profissão dos formandos inquiridos Gráfico 3 - Instituição da formação superior à distância dos inquiridos Gráfico 4 - Iniciação no mundo da informática Gráfico 5 - Motivos de utilização de internet Gráfico 6 - Motivos de utilização de internet segundo o sexo dos inquiridos Gráfico 7 - Motivos que condiz com a realidade do Ensino à Distância Gráfico 8 - Opinião sobre o receio do reconhecimento do diploma Gráfico 9 - Dificuldades encontradas no ensino à distância

12 Figuras Figura 1 - Plataforma e-learning da Uni-CV Figura 2 - Plataforma E-learning da Universidade Jean Piaget

13 Siglas e Acrónimos AVA Ambiente virtual de Aprendizagem ANAC Agência Nacional de Comunicações TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura EAD Educação a Distância ECCA - Emissora Cultural Canárias África SPSS - Statistical Product and Service Solutions UIT - Measuring the Information Society MOODLE - Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment IRI/PALOP Instrução Radiofónica Interactiva para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa UCEE Unidade de Ciências Económicas e Empresariais UCTE Unidade de Ciências e Tecnologia UCSA Unidade de ciências da saúde e do ambiente UCPC Unidade de ciências Políticas da educação e do comportamento APA Administração Publica e Autárquica ARQ Arquitectura ACS Analise clínica e da saúde CED Ciências da Educação e Praxes Educativa CCO Ciências da Comunicação CFA Ciências Farmacêutica DIR Direito ECC Engenharia de Construção Civil ESI Engenharia de Sistemas de Informática EGE Economia e Gestão 13

14 FIS Fisioterapia GHT Gestão de Hotelaria e Turismo IGE Informática de Gestão PSI Psicologia SOC Sociologia SSO Serviço Social DCT- Departamento de Ciência e Tecnologia DCSH Departamento de Ciências Sociais e Humanas DECM Departamento de Engenharias e Ciências do Mar ENG - Escola de Negócios e Governação ARQ/ECC - Arquitecura e Engenharia de Construção Civil EGE - Economia e Gestão CCO Ciência da Comunicação LTI Licenciatura em Tradução e Interculturalidades SAU - Saúde ESI - Sistemas, Informática e Programação IUE - Instituto Universitário de Educação 14

15 Introdução 1. Contextualização da problemática Vivemos numa sociedade designada de Sociedade da Informação, ou mais propriamente, em Sociedade do Conhecimento resultado dos grandes avanços tecnológicos. A esse respeito, poder-se-á admitir que estamos numa mudança de paradigma, na medida em que a educação deixa aquele carácter formal restrito a um determinado espaço e período de tempo, tornandose num processo contínuo e permanente, assumindo como um processo que decorre ao longo de toda a vida e que está intimamente relacionado com diversas dinâmicas de auto-formação. Neste contexto, destaca-se a importância do ensino a distância, uma vez que esta modalidade de ensino apresenta um grande potencial, adaptado às novas exigências ou mudanças sociais, culturais e económicas, criadas pela emergência das novas tecnologias de informação e comunicação. Esta nova forma de encarar a educação, atendendo às exigências sociais da conjuntura actual, implica a atribuição de responsabilidades, não somente ao sistema educativo como também a todos os actores educativos e sociais envolvidos. Tal representa, na perspectiva de Figueiredo (1995), uma forma de fornecer os contextos e saberes de base para uma autonomia de sucesso por parte do aprendente. 15

16 Assim, a emergência das novas TIC e, por conseguinte, a adopção de políticas de ensino a distância por parte das instituições vocacionadas para o ensino, sobretudo as do ensino superior, pode ser uma vantagem, na medida em que se pode possibilitar uma diversificação de modelos de ensino, consoante as necessidades ou especificidades de cada estudante, curso ou formação. Um número considerável de estudantes Cabo-verdianos são trabalhadores estudantes e são originalmente provenientes de outras ilhas ou de zonas geográficas distantes da Cidade Capital, factores que por si só, apontam no sentido de interesse do desenvolvimento de acções de formação e ensino a distância. Todavia, existem ainda algumas dificuldades associadas quer ao acesso à Internet, quer ao custo do mesmo, que continua ainda elevado para a maior parte destes estudantes, bem como dificuldades ligados ao sector de energia. Ultrapassando estes desafios, as novas tecnologias de informação e comunicação constituemse como um recurso importante, uma vez que oferecem aos alunos e professores ferramentas de trabalho que permitem fazer face aos desafios impostos pela sociedade de informação. Deste modo, relevamos o facto de essas tecnologias permitirem a aquisição de saberes, com uma significativa componente de auto-aprendizagem, permitindo uma maior autonomia e responsabilização do aprendente na sua autoformação, sobretudo no tocante aprender a aprender, o que no entanto, pode acontecer também a distância. Efectivamente, na perspectiva de Gomes (2003), o ensino a distância pode possibilitar o acesso à educação semelhante para todos, com qualidade, no tempo considerado útil. Importa frisar ainda que, para além desta modalidade de ensino possibilitar oportunidades de formação a nível superior, possibilita ainda o aperfeiçoamento das práticas, favorecendo a aquisição de competências nas mais diversas áreas. Nesta óptica, as Universidades Jean Piaget e Uni-CV tem vindo a afirmar nas novas tecnologias de comunicação e informação e na inovação do ensino superior com a utilização das redes digitais de comunicação, capazes de mediatizar a transmissão de conteúdos, ampliando as possibilidades de oferta educativa a distância, contribuindo para a formação superior dos recursos humanos em Cabo Verde, bem como para o desenvolvimento de competências locais imprescindíveis para o desenvolvimento do país. 16

17 2. Justificativa da escolha A Educação a Distância (EaD) tem-se desenvolvido como um tema de investigação em crescimento no âmbito das discussões científicas, considerando sua penetração em diversos espaços sociais. A utilização das novas tecnologias de comunicação e informação (TIC) têm contribuído para difusão e à rápida expansão dessa modalidade de ensino em Cabo Verde e pelo mundo. Achamos pertinente a escolha do tema, pois, a modalidade do ensino a distância, revela-se mister num contexto como o de Cabo Verde, país arquipelágico em que existe a necessidade de ampliar a oferta educativa disponível e de ultrapassar as barreiras geográficas características do próprio país. A utilização de EaD gera possibilidades aos indivíduos de terem uma capacitação ou formação pessoal para poderem ter oportunidades no mercado de trabalho bastante competitivo e desenvolver a sua carreira profissional. A divulgação das iniciativas em EaD, nos últimos anos, não pode mais ser desconsiderada, pois, podemos constatar o impacto dessa modalidade, ao nível das Universidades que apostam nas inovações pedagógicas, projectos e experiências no domínio da educação a distância. Assim a educação à distância é encarada como uma mais-valia para o sucesso nos processos de ensino e de aprendizagem, garantindo aos estudantes mais autonomia e flexibilidade nos seus espaços e tempos de estudo. 2.1 Pergunta de partida Como tem sido a experiência cabo-verdiana a nível do Ensino Superior em matéria de educação a distância? 17

18 2.2 Enunciação da hipótese Hipótese A A implementação do ensino a distância pelas Universidades Jean Piaget e Uni- CV tem sido uma forma viável de criação de iniciativas para o desenvolvimento e expansão do ensino a distância em Cabo Verde. 3. Definição dos objectivos 3.1 Objectivo Geral Analisar a experiência da implementação do ensino a distância pelas Universidades Jean Piaget e Uni-CV. 3.2 Objectivos específicos Identificar as iniciativas no âmbito do ensino a distância em Cabo Verde; Conhecer a abrangência e o impacto do ensino a distância a nível da formação superior em Cabo Verde; Descrever a percepção das pessoas que acederam a uma formação superior através do ensino a distância sobre a importância, desafios e desvantagens desta forma de ensino; Conhecer a taxa de cobertura nacional em termos de acesso às novas tecnologias; Identificar os desafios e as vantagens na utilização da EaD; Identificar os constrangimentos tecnológicos e atitudinais á implementação do ensino a distância em Cabo Verde. 4. Metodologia A investigação científica segundo Barreto (1998), deve ser entendida como um conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os objectivos inicialmente propostos e ao mesmo tempo possibilitar a recolha, processamento e análise dos dados para a sua melhor efectivação e confiabilidade de informação. 18

19 A presente investigação integra o grupo das chamadas pesquisas exploratórias que segundo Gil (1999, p.43), tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Assim, o principal propósito deste estudo é indagar a experiencia cabo-verdiana a nível do Ensino Superior em matéria de Ensino a Distância e está estruturado em duas partes, uma teórica e outra prática. A nossa pesquisa baseia-se na complementaridade das abordagens quantitativa e qualitativa. O método quantitativo, que segundo Michell (1992), é aplicado nos estudos descritivos, tem como objectivo descrever as causas de um fenómeno e as relações entre variáveis, também prevêem a mensuração de variáveis previamente estabelecidas, verificando e explicando sua influência sobre outras variáveis, mediante a análise da frequência de incidência e de correlações estatísticas. Por sua vez, o método qualitativo, tem como função, na perspectiva do mesmo autor, a análise dos conteúdos, devido ao facto deste permitir complementar o método quantitativo através de tratamento estatístico de forma qualitativa. Para a recolha dos dados, seleccionamos dois instrumentos: o questionário e a entrevista. De acordo com Lukde e André (1986, p.34), a grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. As entrevistas serão feitas aos responsáveis das universidades Jean Piaget e Uni-CV, com o objectivo de conhecer e interpretar a realidade do Ensino a distância nestas instituições. Ainda iremos aplicar um questionário semi-aberto a estudantes que tem beneficiado do ensino a distância integrado na modalidade e-learnin/b-learning. Segundo Gil (1999) o questionário é uma técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas e situações vivenciadas etc. 19

20 Para melhor darmos a conhecer a importância desta modalidade, foi extraída uma amostra, constituída por 81 formandos/as e 5 responsáveis ligados ao ensino a distância nas instituições em estudo. Para a revisão bibliográfica e documental, recorremos a várias fontes, tais como: livros, revistas científicas, documentos do Ministério da Educação e dados facultados pelas universidades em estudo, pesquisas na Internet que consistiram em trabalhos científicos, sites académicos e governamentais. Para o tratamento e processamento dos dados recolhidos para a fundamentação prática, utilizamos o programa SPSS, que conforme, Pestana (2000), é um package estatístico que integra varias funcionalidades e é útil para gerir e analisar estatisticamente uma matriz de dados. Da mesma forma, recorremos à abordagem qualitativa (análise de conteúdo) devido ao facto deste permitir complementar esse tratamento estatístico de forma qualitativa. 5. Estrutura do trabalho A presente pesquisa se encontra estruturada em 4 capítulos, para além de uma introdução, uma conclusão, a bibliografia, os anexos e apêndices. A introdução contém informações que orientam a pesquisa, tais como: a pergunta de partida, os objectivos gerais, específicos, as hipóteses e as metodologias utilizadas. Na conclusão sintetizamos o nosso estudo, seus resultados e recomendações neles fundamentados. Encerramos o trabalho, com a bibliografia pesquisada, bem como, os anexos constituídos pelos guiões de entrevistas, dos questionários e apêndices. Destacamos no primeiro capítulo, o conceito de educação a distância, a sua evolução histórica, e a forma como a modalidade de ensino a distância, vem sendo abordado no nosso país e ao redor do mundo. Para o segundo capítulo, apresentamos a Educação a Distância como um modelo educativo emergente, descrevendo os modelos pedagógicos de ensino-aprendizagem, mostrando a importância do E-learning/B-Learning e a utilização das plataformas de gestão na EaD. Ainda 20

21 neste capítulo, discorremos sobre as novas tecnologias da informação e comunicação e a relevância da integração das tecnologias educativas no ensino a distância. No terceiro capítulo, debruçamos sobre a implementação do ensino a distância no contexto educativo Cabo-verdiano, apresentando o estudo de caso nas Universidades Jean Piaget e Uni-CV. O quarto capítulo traz a análise dos resultados, dos questionários aplicados aos formandos, as entrevistas feitas junto dos responsáveis das instituições superiores, com informações a respeito dos instrumentos utilizados para a interpretação e análise dos dados em geral. 6. Constrangimentos encontrados Sendo um trabalho de teor científico, deparamos com algumas dificuldades principalmente no que tange à percepção global de uma metodologia científica mais cuidada e encontrar a bibliografia específica e outros documentos para o tema em estudo. Outra das limitações é de ordem pessoal e prende-se com a limitação inerente ao facto de tentar conciliar os estudos e o trabalho que também nos limitou um pouco nos horários e as entrevistas agendas com os funcionários das instituições escolhidas para obter mais informações sobre o tema. Para além dessas dificuldades, também encontramos outras limitações, principalmente na aplicação dos inquéritos, pois, tínhamos que deslocar ao local de trabalho dos inquiridos para a entrega dos questionários. Visto que alguns dos inquiridos residirem no interior de Santiago e nas outras ilhas, nomeadamente S. Antão, Fogo e S. Vicente, os questionários foram enviados via correio electrónico para estas pessoas. Um outro constrangimento foi devido à pouca adesão dos inquiridos e na demora do preenchimento e na devolução dos questionários aplicados. Entretanto conseguimos superar estas dificuldades. 21

22 Capítulo 1: Fundamentação e Conceptualização do Tema de Pesquisa Para a realização deste trabalho científico partimos de um quadro teórico e conceptual, para a compreensão do tema, bem como para a sua delimitação, tendo em conta a abordagem sobre implementação do ensino a distância em Cabo Verde. 1.1 Levantamento de conceitos Educação Perante os desafios emergentes e decorrentes da amplitude da globalização, da evolução tecnológica digital e do desenvolvimento humano, a educação, poderá funcionar sem hesitação como resposta relativamente às incitações da sociedade e da economia. Na conceptualização dos conceitos enunciados, Landim (1997), define a educação como prática educativa, processo de ensino e aprendizagem que leva o indivíduo a aprender a aprender, a saber pensar, criar, inovar, construir conhecimentos, participar activamente de seu próprio crescimento. Edgar Morin (2000, p.16), enfatiza a educação como um meio privilegiado para enfrentar os imprevistos, as incertezas e modificar o desenvolvimento em virtude das informações adquiridas ao longo do tempo. 22

23 Nesse sentido, um dos principais desafios colocados à educação é o de oferecer condições para que todas as pessoas tenham acesso ao conhecimento, visando não somente a competitividade do mercado profissional, mas, sobretudo, uma formação superior de qualidade Educação a distância Num contexto de rápidas mudanças tecnológicas e de novas lógicas de mercado, segundo Vidal (2002), alguns sistemas educativos são confrontados com a necessidade de fornecerem novas oportunidades educacionais, onde o conhecimento e a informação constituem alicerces fundamentais para a formação e para o sucesso profissional dos indivíduos. A educação e a qualificação surgem, assim, como um dos elementos chaves para o sucesso desta transformação e o EaD (ensino a distância) desempenha, segundo Santos (2000, p. 3), um papel importante no actual contexto de modernização permanente e acelerada, o que poderá ser interpretado como um instrumento importante que possibilita o aumento do saber, como também a satisfação individual e que poderá provocar uma revolução no que se refere à formação superior e qualificação dos indivíduos. O EaD, sendo um conceito ambíguo e difícil de definir, tem suscitado interesse de vários autores na sua conceptualização. Dentre eles, destacamos G. Dohmem, Peterrs, Borje Holmberg, Keegan, citados por Ivônio (1999), Otto (1973), Arétio (1987) e Belloni, (1999), todos estes o tentaram conceptualizar de forma mais simplificada possível, mas no entanto, a ambiguidade deste conceito mantêm-se. Com efeito, o termo ensino a distância é conhecido por muitas definições. No entanto, Inocêncio (1999) sintetiza, da seguinte forma, cinco características centrais para uma definição compreensiva da EaD: separação física entre professor e aluno que se distingue do ensino presencial; influência da organização educativa (planeamento, sistematização, plano, projecto, organização dirigida, etc.); 23

24 utilização de meios técnicos de comunicação usualmente impressos para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos; previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante beneficia de um diálogo e da possibilidade de iniciativa de dupla via; possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didácticos e de socialização. Com a generalização das novas tecnologias de informação e comunicação, a descontinuidade espacial (separação física professor/aluno) constitui uma das principais características da modalidade ensino a distância. Actualmente esta separação física e espacial tem sido superada com a introdução das novas tecnologias de comunicação e informação (TIC) e criação de comunidades virtuais que reduzem drasticamente as distâncias entre o ensinante e o aprendente, diminuindo cada vez mais a fronteira entre o ensino presencial e o EaD (Inocêncio, 2006). Para Santos (2000), o EaD é uma acção educativa onde a aprendizagem é realizada com uma separação física (geográfica e/ou temporal) entre alunos e professores, sendo que, este distanciamento pressupõe que o processo comunicacional seja feito mediante a separação temporal, local ou ambas entre a pessoa que aprende (aluno) e pessoa que ensina (professor). Por Dohmen (1967, apud Vianney, 1998, p. 21) a educação a distância é uma maneira sistematicamente organizada de auto-estudo onde o aluno aprende a partir dos conteúdos que lhe são apresentados. Ainda o conceito de educação a distância é enquadrado por Peters (1973, p. 206 apud Keegan, 1996, p. 41) como: Um método de transmitir conhecimento, habilidades e atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, e também pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente pelo propósito de reproduzir materiais de ensino de alta qualidade, o que possibilita um enorme número de alunos ao mesmo tempo. É uma forma industrializada de ensinar e aprender. 24

25 Na óptica de Holmberg (1977) a educação a distância é descrito sob várias formas de estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. De acordo com Ribeiro (2004), o ensino a distância é um tipo de educação onde o formador está num local e os formados estão em diferentes locais tendo como objectivo a promoção da aprendizagem. Para García (1994, p.14), o ensino a distância: é um sistema tecnológico de comunicação bidireccional, que pode ser massivo e que substitui a interacção pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela acção sistemática e conjunta de diversos recursos didácticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível dos alunos. Na óptica de Moore (s/d), o ensino a distância é um método de instrução em que as condutas docentes acontecem a parte dos discentes, de tal maneira que a comunicação entre o professor e o aluno se possa realizar mediante textos impressos, por meios electrónicos, mecânicos ou por outras técnicas. Ainda para Lima e Capitão (2003, p.26), a educação a distância é um modelo educacional que proporciona a aprendizagem sem os limites do espaço ou do tempo. Pressupõe, uma separação temporal ou geográfica entre o professor e o aluno e a utilização da tecnologia como instrumento de distribuição e de comunicação educacional e o controlo da aprendizagem pelo aluno. Nesse processo de conceptualização do EaD se considerarmos os diversos autores apresentados, apercebemo-nos que nesta modalidade de ensino, o processo de ensino e aprendizagem, a relação pedagógica centra-se numa relação privilegiada entre alunos e materiais didácticos cuidadosamente seleccionada. Estes materiais didácticos, podem ser desde os mais convencionais, aos mais recentes que as novas tecnologias de comunicação e informação (TIC) podem proporcionar. Contudo, nesta modalidade de ensino, enfatizam 25

26 ainda a importância da interacção entre o professor e o aluno, assim como a preparação adequada do conteúdo de forma a promover a educação desejada Ensino Superior Nas últimas décadas, o ensino superior tem ocupado, progressivamente, um lugar de destaque nas agendas governamentais, por ser considerado como essencial ao desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, económico e social das nações. De acordo com o Dicionário de Psicoloxia e Educación (2001), o ensino superior diz respeito a um conjunto de estudos correspondentes ao nível pós secundário que deve facultar uma formação (profissional ou não), garantir aquelas qualificações profissionais de qualidade que correspondem às necessidades económicas, técnicas e sociais do contexto. Na perspectiva de Delors (1996), o Ensino Superior é por um lado, depositário e criador de conhecimentos e, por outro lado, o instrumento principal de transmissão da experiência cultural e científica acumulada pela humanidade. Ligado ao conceito de Ensino superior é necessário clarificar o que entendemos por aprendizagem superior, que na perspectiva de Arénilla (2000), pode ser entendida como: aquilo que se realiza-se quando o indivíduo começa a interligar, a encadear e a aplicar conhecimentos anteriormente adquiridos em processos mais complexos, como são a resolução de problemas ou a transferência de conhecimentos adquiridos, num dado contexto, para a resolução de situações novas, noutros contextos diferentes daqueles onde aprendeu. A pesquisa sobre o referido tema, exige também a clarificação do conceito de instituições universitárias que na linha do entendimento de Cerqueira (2003) que defende uma concepção de instituições universitárias em que, por um lado, o conhecimento produzido é socializado, sem se reduzir à sua mera reprodução por parte do estudante, e, por outro, a investigação, enquanto acto de construir o conhecimento novo, tem em vista o seu benefício social, buscando e sugerindo caminhos de transformação para a sociedade. 26

27 Confrontando com Casimiro (2005, p.11), reforça a ideia de que: O Ensino a distância em Cabo Verde ( ) As instituições de ensino superior não podem preocupar-se somente com os desempenhos escolares dos seus estudantes ou com o facto de os preparar para serem indivíduos altamente especializados. Devem antes perspectivá-los de uma forma global e sistémica, como sujeitos em transição nas diversas esferas da vida e para quem os recursos sociais se constituem como factor relevante em tal processo de adaptação. Podemos afirmar que num mundo caracterizado por profundas mudanças, as instituições de ensino superior não podem ficar isoladas, mas deverão fazer uso das tecnologias de informação e comunicação, de modo a corresponderem à necessidade de um novo paradigma de formação superior o ensino a distância Tecnologia de Informação e Comunicação As tecnologias da informação até à década de 80 no ensino eram perspectivadas sob três pontos de vista, como: tool..tutor. e.tutee.. Assim tínhamos educadores que defendiam o seu uso como ferramentas, tools, (processadores de texto, folhas de calculo), os que o viam essencialmente como auxiliares de ensino, Tutor, (tutoriais, simulações, exercícios) e os que acreditavam que o seu potencial se encontrava na programação, tutee. Cada uma destas utilizações tinha o seu lugar. Dentre os vários conceitos de Tecnologia da Informação e comunicação pode-se destacar o de Cruz (1997, p.160), como um conjunto de dispositivos individuais, como hardware, e software, telecomunicações ou qualquer outra tecnologia que faça parte ou gere tratamento da informação, ou ainda, que a contenha. De acordo com Schuning et al, as TIC constituem o grande veículo, que proporciona a enorme alteração cultural em todos os povos de nossa civilização é sem dúvida o universo composto pelas Tecnologias de Informação e as redes mundiais de comunicação (Ex: rádio, fax, telefone, rede internet e outras). Para Bastos (1988, p.32) a tecnologia é entendida como a capacidade de perceber, compreender, criar, adaptar, organizar e produzir insumos, produtos e serviços. 27

28 Na educação, as TIC constituem um elemento importante no apoio a aprendizagem dos alunos de saber os conteúdos e também desenvolver as capacidades através de software educacional como ferramentas usadas no processo de ensino e aprendizagem. Nesta perspectiva Saenz (1989, p. 380) enquadra as TIC, como: uma forma sistemática de desenrolar, desenvolver e avaliar o processo total de ensino aprendizagem e da comunicação, que aplicando uma coordenação de recursos humanos, metodológicos, instrumentais, conduzem a uma educação mais eficaz. Consideramos que a com a introdução das TIC no ensino a distância irá produzir efeitos positivos na aprendizagem, porque pensamos que os novos meios irão modificar o modo como os professores estão habituados a ensinar e os alunos a aprender. 1.2 Considerações históricas sobre a EaD no Mundo Na sociedade industrial, o modelo de ensino que vigorava era concebido de acordo com as exigências da mesma sociedade, o que respondia prontamente às necessidades vigentes nessa época. Com o processo da aceleração e mudança social esse sistema de ensino torna-se ineficiente, ou seja não se consegue dar resposta aos novos desafios da sociedade moderna. A Educação a Distância (EaD) surgiu assim em decorrência da necessidade social de proporcionar educação aos segmentos da população não adequadamente beneficiados pelo sistema tradicional de ensino. De acordo com Santos (2000), é bem provável que a origem do EaD se deva a razões de ordem social, profissional e mesmo cultural, associadas a factores como o isolamento, a flexibilidade, a mobilidade, a acessibilidade ou a empregabilidade. De um modo geral, o nascimento do EaD tinha como objectivo suprir as carências do ensino tradicional, tais como a presença física dos alunos no mesmo espaço e tempo. 28

29 Por sua vez, Nunes (1992) sustenta que os primeiros modelos desta modalidade de ensino se desenvolveram simultaneamente em muitos lugares com êxito, principalmente na Inglaterra na década de setenta, sendo, por isso, que essa iniciativa passou a ser uma referência mundial. Andrade (2000, apud Vidal, 2002) considera que o Ensino a Distância tem uma longa história e que existirá pelo menos desde o final do século XVIII, com um longo desenvolvimento a partir de meados do século XIX quando foi criado o primeiro curso por correspondência por Sir Isaac Pitman. Nesta sequência, apresentaremos a evolução do EaD com base na perspectiva de Santos (2000). Segundo este autor, a literatura existente (Kristiansen, 1996; Litto, 2000) diz-nos que o desenvolvimento do EaD pode, historicamente, ser dividido em quatro gerações: Primeira geração da Educação a Distância Ensino por Correspondência Durante a segunda metade do seculo XIX, com a evolução dos serviços postais, começaram a surgir os primeiros cursos a distancia nos Estados Unidos e na Europa. Esta geração caracterizou-se, essencialmente, pela troca de documentos em papel (manuais, guias de estudo e outro material impresso) entre o aluno e o professor, enviado através do correio tradicional. Segunda geração da Educação a Distância Tele- Educação A segunda geração de EAD, surgiu nos anos 60, caracterizada pela difusão através da radio, televisão, cassetes de áudio ou vídeo. Nestes sistemas, a comunicação era efectuada num único sentido, com excepção do telefone e da troca de documentos em papel que completavam a difusão. Terceira geração da Educação a Distancia- Serviços Telemáticos A terceira geração do EAD foi caracterizada pela utilização dos sistemas de comunicação bidireccional entre professor (s) e aluno (s), aproveitando as capacidades da imagem, do som e do movimento para a transmissão de conhecimentos e para a introdução de ferramentas que possibilitam maior interacção e flexibilidade de estudo. 29

30 Quarta geração de Educação a Distância Comunidades Virtuais e E- Learning Esta geração veio combinar todos os outros tipos de EaD com intuito dos formandos terem diferentes tipos de suportes tecnológicos para o estudo. A evolução de telemática, especialmente da Internet veio diversificar o campo de actuação do ensino a distância e alterar alguns conceitos de difusão e de gestão de informação que suportaram as três gerações anteriores em tempo e espaço. Nesta perspectiva, o surgimento de EaD veio para possibilitar uma oportunidade de estudo a todos os que não podiam frequentar as instituições superiores por razões de ordem económicas, sociais, geográficas e culturais. Sendo assim podemos dizer que o EaD veio complementar as falhas existentes no ensino tradicional. 1.3 As abordagens teóricas aplicadas na EaD Os estudos sobre a Educação a Distância, em que o aluno não tem uma limitação geográfica e nem uma sala de aula, têm aumentado, pois, a utilização das tecnologias permitiu alargar o alcance e as possibilidades do EaD. Assim como são inúmeras as definições de educação a distância, também são muitas as teorias nesse campo. Desta forma, torna-se importante reflectir sobre as diferentes abordagens teóricas aplicadas na EaD Teoria da Industrialização As abordagens teóricas de EaD emergiram na década de 1970 e continuaram a ser desenvolvidas ao longo dos anos. A primeira grande teoria de EaD e até hoje a mais abrangente é a do pesquisador e professor Otto Peters. Para Peters, a EaD é um processo industrializado de educação, uma vez que compartilha características próprias da produção industrial de bens de consumo, tais como a racionalização e divisão do trabalho, a mecanização, a produção em série e em massa e a padronização (Peters 1973, apud Keegan, 1996, p. 80). Assim, a educação a distância constitui um: 30

31 método de transmitir conhecimento, habilidades e atitudes que é racionalizado pela aplicação da divisão do trabalho e princípios organizacionais e também pelo uso extensivo de mídia tecnológica, especialmente pelo propósito de reproduzir materiais de ensino de alta qualidade, o que possibilita instruir um enorme número de alunos ao mesmo tempo onde quer que eles morem. É uma forma industrializada de ensino e aprendizagem. (Peters 1973, p. 206 apud Keegan, 1996, p. 41) Ainda nesta teoria Petters, compara a estrutura do ensino a distância e o processo da industrialização, segundo as seguintes variáveis: distribuição do trabalho; mecanização; preparação e planeamento; estandardização; racionalização e monopolização. A distribuição do trabalho é tida nesta teoria como um pré-requisito essencial para que as vantagens do ensino a distância se tornem efectivas, enquanto a mecanização é a alteração da natureza do processo de ensino, uma vez que o professor deixa de ser o detentor da matéria. A produção em massa generaliza o ensino a distância, ou seja, só se torna economicamente rentável para números elevados de alunos. No entanto a preparação e o planeamento no trabalho preparatório anterior ao processo de produção são tão importantes como os desenvolvimentos do próprio curso de ensino a distância. A eficácia do processo de ensino-aprendizagem está muito dependente de um planeamento e organização adequados. Tal como no processo de produção industrial o ensino a distância necessita de investimentos de capital, concentração de recursos e administração qualificada e centralizada. O grau de estandardização no ensino a distância é maior que no ensino convencional, pois os objectivos requeridos pelo curso dominam sobre os interesses particulares do professor. As funções do professor dividem-se em várias sub-funções a realizar por especialistas, de uma forma idêntica ao processo de produção numa linha de montagem. Os conteúdos são transmitidos teoricamente para um número ilimitado de alunos, de acordo com a objectividade de um curso e ensino a distância e com níveis de qualidade constantes e racionalizados. A concentração e centralização são características dos sistemas de ensino a distância e da indústria. 31

32 Na nossa percepção, esta teoria mostra o ensino a distância como um produto típico da sociedade industrial, por aplicar na sua acção muitos dos princípios da indústria, ou seja, é uma forma industrializada do ensino/aprendizagem Teoria de Autonomia e Independência Segundo Luis Rodrigues (1999), a teoria de autonomia e independência fundamenta-se em ideais sociais, democráticas e em filosofias liberais. Baseado em princípios de igualdade e do acesso, o autor desta teoria Wedemeyer defende não só que a todos deve ser dada a oportunidade de aprenderem, mas também que o estudo independente deve ser individual, de modo que o estudante defina o ritmo e os objectivos do que quer aprender. Nesta teoria Wedemeyer distingue 4 dimensões tidas como pilares: o aluno independente, o estudo independente, a relação ensinar/ aprender e a estruturação do sistema. Por sua vez, o aluno independente deve poder escolher a forma como estuda, o que estuda e quando estuda, de acordo com o seu ritmo de aprendizagem e a sua disponibilidade. Salienta, ainda, que os alunos adultos são responsáveis pela gestão da sua aprendizagem e por isso devem decidir sobre a sua educação. Ainda nesta teoria Wedemeyer define aprendizagem independente como aquela que resulta de actividades levadas a cabo pelo aluno no seu espaço e tempo, em que o contexto de aprendizagem difere do contexto de escola, isto é, o aluno é guiado pelo professor mas não é dependente dele, e onde o aluno aceita níveis de liberdade e responsabilidade na iniciativa e execução de actividades que conduzem à aprendizagem. Por outro lado, defende que o estudo independente deve ser individual e assente na liberdade de escolha de objectivos de aprendizagem por parte dos alunos. O último pilar que consiste no estudo independente apresenta as seguintes características nomeadamente: separação do aluno (s) e do professor (s); o ensino é individualizado; utilização de materiais escritos; as actividades desenvolvidas pelos alunos proporcionam a aprendizagem; a aprendizagem acontece geralmente no ambiente do aluno; os alunos são responsáveis pelo seu próprio ritmo de aprendizagem. 32

33 Podemos, dizer que a autonomia é a capacidade do aluno se tornar reflexivo e autodeterminado, sendo capaz de tomar decisões, escolhendo de forma crítica as habilidades para a sua aprendizagem, actuando de forma consciente para prosseguir nos seus estudos e na sua investigação Teoria Transaccional A Teoria da Distância Transaccional de Michael G. Moore foi proposta na década de 1970 e é baseada nos conceitos de estrutura, diálogo e autonomia do aprendiz. Nesta teoria Michael Moore, (1993, p.2), diferencia a distância transaccional da distância geográfica, referindo-selhe da seguinte forma: "A transacção a que chamamos ensino a distância ocorre entre indivíduos, mestres e aprendentes, num ambiente que possui características especial de ambos estarem separados um do outro. Esta separação física conduz a lacunas de ordem psicológica e comunicacional originando frequentemente um espaço potencial para a existência de situações de ruído na comunicação professor-aluno". Dessa maneira, o que caracteriza a EaD não é a distância geográfica entre professor e alunos, mas a distância psicológica e comunicacional entre eles, ou seja, a distância transaccional. Essa distância pode ser descrita em forma de duas variáveis: o diálogo e estrutura, que irão caracterizar maior ou menor distância entre os actores do processo educacional. O diálogo pode ser definido como a comunicação de duas vias entre professor e aluno, e refere-se à interacção entre alunos/professores; alunos/conteúdos e alunos /alunos. O diálogo é encarado como característica positiva e importante tanto para professores como para alunos. Moore exemplifica que programas de EaD que encorajam a comunicação entre professor e alunos, permitindo um diálogo constante entre eles, apresentam um baixo nível de distância transaccional. Da mesma forma, programas altamente estruturados, isto é, rígidos, pouco capazes de se adaptar às necessidades dos indivíduos, são transaccionalmente distantes do aluno (Moore, 1980). O autor acima referido relaciona ainda a distância transaccional e dimensão de autonomia do aprendiz, uma vez que, para ele, a EaD é um sistema que é constituído de três subsistemas 33

34 distintos, porém interligados: o aprendiz, o professor e o método de comunicação. Afirma que para se compreender o sistema de aprendizagem é necessário desenvolver o conceito de aprendiz autónomo, de vez que a distância em relação ao professor força o aprendiz a assumir um nível considerável de autonomia (Moore, 1973, p. 663). Para este autor o aprendiz autónomo é aquele que não necessita de ajuda para formular objectivos de aprendizagem, identificar fontes de informação e avaliar seu próprio desempenho. Ressalta que o sucesso da aprendizagem na EaD depende da extensão na qual o aluno pode estudar sem a interferência directa do professor (Moore, 1980, p. 22). O ideal de um aluno totalmente autónomo é descrito como uma pessoa emocionalmente independente de um instrutor, uma pessoa que nas palavras do psicólogo da educação, Robert Boyd, (1996), poderá abordar assuntos directamente sem ter um adulto participando de um conjunto de papéis de mediação entre o aluno e a matéria. Na nossa perspectiva, a autonomia do aluno está relacionada com a distância, pois quanto maior for a distância, maior será a autonomia do aluno, a liberdade e a responsabilidade para estudar independentemente. 34

35 Capítulo 2: Educação a Distância um modelo educativo emergente Actualmente a necessidade da mobilidade profissional, a busca da excelência, produtividade e crescimento implicam alterações profundas nos paradigmas de ensino e aprendizagem, exigindo ao mundo de educação e formação, muita imaginação, originalidade e capacidade de adaptação as alterações económicas e sociais aos novos desafios em regime presencial ou a distância. O desenvolvimento da tecnologia informacional, trouxe um novo modelo de aprendizagem para as instituições educacionais e superiores, assim como, nos mais variados empreendimentos produtivos, um modelo emergente - a Educação a Distância. Este modelo educacional esta sendo utilizado não apenas para promover mas também como uma resposta as mudanças e demandas sociais. Nesta perspectiva Oliveira (2005, p.4), nos elucida que: Este novo paradigma emergente parte do pressuposto de que tudo no universo, concebido de uma forma sistémica, encontra-se em relação e que uma nova concepção da ciência devera emergir de forma a superar limitação histórico-cultural que herdamos do pensamento positivo, marcado pelo processo de dissociação, fragmentação e ordenamento racional da realidade, e deverá ter forte impacto sobre educação. 35

36 Dentro de um pensamento pedagógico e social, Oliveira (2001, p.4) refere a escola como um espaço de generalização do desenvolvimento tecnológico se revela como um campo privilegiado de produção e difusão de novas práticas tecnológicas que possibilitem a promoção da compatibilidade entre os homens e as mudanças que se operam no seu meio social. No campo das práticas pedagógicas e educacionais, emerge, assim a necessidade de construção de currículos de caracter globalizado, interdisciplinar e continuado, bem como modalidades de ensino que incorporam e se adaptam as novas tecnologias como por exemplo a educação a distância, percebida como modalidade que possibilita o aprendizado global e contínuo necessário em uma sociedade pautada na informação. Na visão de Oliveira (2001, p.5) em termos práticos, este modelo paradigmático é projectado para servir os estudantes que são prejudicados por restrições geográficas ou temporais para enfrentar uma universidade. Prontamente a tecnologia inserida no contexto educacional como um mediador do processo ensino-aprendizagem, a educação tende a ficar mais centrada no aluno e mais organizado tendo o professor como seu orientador. Neste sentindo o ensino a distância é o paradigma educacional e formativo que melhor responde às várias alteridades culturais existentes no mundo e possibilita um conhecimento reflexivo e critico dos saberes mundialmente disponíveis, obtidos através de uma educação continua, de modo a permitir a cada individuo participa mais interventivamente e melhor na sociedade global. Em síntese este paradigma emergente veio trazer uma rápida transformação no âmbito educativo possibilitando novas oportunidades educativas. 2.1 Ensino Presencial, Semi-presencial e Ensino a Distância Com o avanço das novas tecnologias de informação e comunicação, particularmente o desenvolvimento da Internet em relação ao ensino, às metodologias, as ferramentas e técnicas 36

37 são comprovadamente mais eficientes e estão sendo introduzidas e utilizadas cada vez mais nas Instituições Superiores. Hoje temos a educação presencial, semi-presencial (parte presencial/parte online ou a distância) e educação a distância. Segundo Aretio (1994), a educação presencial, dá-se face-aface, utilizando-se de comunicação directa entre professor/aluno, em local definido (sala de aula, e laboratórios). É o ensino convencional, onde a educação acontece com a presença física de professores, alunos e outros actores que participam do ensino/aprendizagem. Para Moran (2002), a educação semi-presencial é o ensino que acontece em parte na sala de aula e outra parte à distância, através de tecnologias. Já a educação à distância, pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. Baseado em autores como Chaves (1999), Sarramona (1986) e Leiva (2003) é possível apresentar algumas características do processo de EaD, o que permite uma formulação mais clara do conceito: a) o aluno é livre para escolher os horários mais convenientes para estudo; b) exige todas as condições inerentes a qualquer sistema educacional, a saber: planeamento, orientação do processo e avaliação; c) aprendizes e/ou instrutores se comunicam de algum modo, além de reuniões presenciais em sala de aula; e outros. Ainda na educação presencial não possui o chamado tutor, um intermediador do processo ensino/ aprendizagem. O tutor é um dos actores do ensino à distância que mantem maior contacto com o aluno do que o professor; na educação presencial não há intermediário, isto é, não é necessário um tutor. Entretanto na educação a distância há utilização de meios de comunicação mais automáticos e impressos, há uma comunicação bilateral e possibilidade de encontros ocasionais com objectivos de socialização e didácticos; os alunos têm mais autonomia. Já na educação presencial nota-se que há a convivência numa mesma estrutura física com docentes e discentes, a forma mais comum de procedimentos metodológicos é a aula expositiva e que permite o face a face entre o aluno e o professor. 37

38 Uma outra diferença que devemos considerar é o ritmo de aprendizagem. O ritmo da aprendizagem na educação a distância é de certa forma, controlado pelo aluno, destacando aqui, a flexibilidade para a auto-aprendizagem, as avaliações são determinados pelo professor e tutor, enquanto na educação presencial o ensino-aprendizagem é mais focado no professor, ou seja, este último tem que se empenhar mais para com o aprendizado do aluno. Enquanto a educação à distância apresenta dias e horários de aula mais flexíveis, a educação presencial apresenta horários mais rígidos. Podemos afirmar que a educação a distância não irá substituir o ensino presencial, ela deve ser vista como alternativa que precisa inclusive ser melhorada no aspecto de qualidade, oferta de cursos, atendimento, tecnologia, entre outros aspectos. 2.2 Modelos pedagógicos de ensino-aprendizagem na EaD Os modelos pedagógicos de ensino-aprendizagem da educação a distância são desenvolvidos em torno de componentes centrais dos processos institucionais, nomeadamente: apresentação do conteúdo, interacção com o corpo docente, recursos, aplicações práticas e avaliações. Dentro das variedades dos modelos de educação a distância restringimos a apresentação dos (5) cinco modelos conforme relatado por vários autores: O modelo organizador do desenvolvimento de Ausubel Este modelo afirma que os estudantes adquirem conhecimento com a ajuda de uma apresentação bem estruturada; os estudantes apreendem novos conteúdos nos termos do que já sabem; organizadores do desenvolvimento servem como material introdutório, direccionado ao preenchimento da lacuna existente entre o que o aluno já aprendeu e o que ele precisa aprender ou assimilar; deve-se começar uma lição do mais geral e então ir para os detalhes específicos. Para Ausebel é importante a aprendizagem de conteúdo verbal com sentido, aquisição e retenção de conhecimentos de forma significativa. O resultado é tão eficaz quanto a aprendizagem por descoberta, mais efectivos por economizarem tempo do aprendiz e serem mais tecnicamente organizados. 38

39 O modelo de aprendizagem construtivista segundo Papert O Ensino a distância em Cabo Verde O construtivismo é baseado na ideia de que as pessoas aprendem por estar activamente construindo novo conhecimento. Segundo Bédard (1998), o conhecimento é construído pelo aprendiz em cada uma das situações em que ele está utilizando ou experimentando. Nesta visão, os autores Palangana (1994) e Gardner (1991/1993), afirmam que o processo educacional construtivista permite que o aluno desenvolva o raciocínio, organize o pensamento e exerça sua criatividade. As interacções sociais permitem-lhe a internalização do real. Indo de encontro aos autores Hung e Ang (1999), o paradigma da teoria construtivista, expressa a noção de que qualquer coisa que esteja na mente tende a ser construída pela descoberta da sabedoria individual focada no processo de assimilação e acomodação do conhecimento. Em outras palavras, a aprendizagem é percebida, nesta teoria como sendo como inseparável de sua própria interacção. Esta ênfase não é somente a interacção do individual com o ambiente, incluindo outros meios sociais, mas sobre o indivíduo que constrói o seu conhecimento. O modelo do controlo do comportamento baseado em Skinner Segundo este modelo, o ser humano resulta de uma combinação de sua herança genética e das experiências que ele adquire na interacção com o seu ambiente. Segundo Skinner (1950), o factor mais importante no condicionamento operante não são os estímulos que antecedem às respostas, mas, sim, os estímulos que as reforçam. Adaptou a teoria de Skinner, de determinação do comportamento, ao formular objectivos de aprendizagem em termos mensuráveis. Desta forma, acredita-se que se torna fácil avaliar a aprendizagem. O modelo de facilitação baseado em Carl Rogers 39

40 Este modelo de aprendizagem baseia-se na necessidade de tornar o conhecimento mais fácil. De acordo com Rogers, o trabalho de um facilitador é criar uma atmosfera amigável e propícia para a aprendizagem. Os estudantes têm liberdade total para aprender quando e como eles quiserem. O relacionamento entre um aluno e um facilitador deve ser igualitário, de modo que nenhum dos dois assuma uma posição de superioridade. Segundo Laser (1997), a teoria de Rogers foi adaptada a certos aspectos da educação a distância: quando os estudantes têm liberdade para escolher as disciplinas que queiram frequentar e também quando eles têm liberdade para estudarem e entregarem as suas tarefas por escrito na forma especificada pelo curso conforme a disponibilidade. O modelo de conversação didáctica de Holmberg. Este modelo propõe que os materiais para a educação a distância sejam estruturados de tal modo que lembrem uma conversação dirigida. Neste modelo existem dois tipos de comunicação: a comunicação bidireccional que é resultado da entrega das tarefas e dos comentários que os orientadores fazem sobre elas. A outra é a comunicação bilateral construída dentro do texto, é estabelecida por meio de uma relação pessoal, que pode ser desenvolvida por correspondência, pelo telefone, por fax, por correio electrónico ou outras ferramentas interactivas da Web; uma boa atmosfera para a aprendizagem pode ser alcançada por meio desse estilo, uma vez que as mensagens transmitidas são facilmente recebidas e lembradas. Em geral, no sistema de educação a distância, segundo Perez (1996), a mediação pedagógica dá-se através dos textos e outros materiais colocados a disposição do estudante. Isto supõe que os mesmos sejam pedagogicamente diferentes dos materiais utilizados na educação presencial, e que a diferença passa inicialmente pelo tratamento dos conteúdos. 40

41 2.3 Os papéis do Professor /Tutor na EaD O Ensino a distância em Cabo Verde Nos cursos ministrados no ensino a distância os professores tendem a assumir papéis diferenciados, que incluem desde a gestão administrativa destes projectos até a actuação como professor virtual, através de aulas semi-presenciais, virtuais e teleconferências. Segundo Authier (1998), estes professores são produtores quando elaboram suas propostas de cursos; conselheiros quando acompanham os alunos, parceiros quando constroem com os especialistas em tecnologia abordagens inovadoras de aprendizagem. Lévy, (1999), nos fornece algumas pistas nesta direcção quando afirma que o uso das tecnologias digitais e das redes de comunicação interactivas provoca uma ampliação e mutação na relação com o saber. O aluno ao longo do processo de aprendizagem terá contacto com professores diferentes em cada disciplina (autor/formador, tutor, especialista), que estarão orientando o mesmo conteúdo. Nesta óptica, o tutor é o professor que atende o aluno directamente no pólo, orientando-o na execução de suas actividades, auxiliando-o na organização do seu tempo e dos seus estudos. Uma das atribuições do tutor é tirar as dúvidas dos alunos em relação aos conteúdos apresentados, mas precisamos considerar que dependendo da disciplina ou do conteúdo, esta tarefa poderá não ser desempenhada com sucesso. O tutor é a figura mais próxima dos alunos e o relacionamento entre estes dois grupos é sempre estruturado em um grau de afectividade bastante considerável. Em todos os estudos sobre EaD, é consenso a importância do papel da tutoria no sucesso da aprendizagem e na orientação destes alunos no processo. Em alguns casos, verifica-se que o papel do tutor é mais importante do que o material utilizado ou as plataformas de aprendizagem disponíveis. Segundo Belloni (2000), algumas capacidades, tais como orientar a aprendizagem, motivar o aluno, conhecer as ferramentas tecnológicas, ser aberto a críticas, entre outras, são essenciais ao bom desempenho de um tutor em EaD. 41

42 Ainda com as directrizes deste mesmo autor, o perfil do tutor de um curso a distância exige algumas características que não estão relacionadas apenas com uma competência objectiva. São aspectos relacionados ao relacionamento interpessoal à compreensão de educação que cada indivíduo constrói internamente. Diferenciando estes dois papéis entre o tutor e o professor, importa afirmar que o professorformador é aquele que acompanha a disciplina durante o período em que ela está acontecendo. É responsável pela elaboração das provas e das actividades e orienta os tutores nos objectivos e entraves do conteúdo. Ainda na perspectiva deste mesmo autor acima referido, o contacto do professor/aluno é realizado através dos chats e dos encontros presenciais agendados para a disciplina, embora esta actuação possa variar em cada universidade. O foco deste professor é superar as dificuldades dos alunos com o conteúdo específico, buscando alternativas para facilitar o processo de aprendizagem, pensando em momentos presenciais e no formato adequado do conteúdo para ser usado virtualmente. Ainda o papel deste professor é estabelecer uma ponte entre a aprendizagem realizada presencialmente a partir do contacto com o tutor e a aprendizagem realizada através das diferentes mídias propostas (vídeo, ambiente virtual, material impresso, etc.). Ainda temos os professores que fazem uso das mídias propostas, precisam ter domínio das ferramentas e conhecer em profundidade todas as possibilidades existentes para elaborar estratégias para um aproveitamento eficaz dos alunos. No entanto a melhor ferramenta tecnológica não surtirá o efeito esperado se os alunos não se sentirem confortáveis e perceberem sua importância. Do mesmo modo que um professor que não compreende as mudanças na aquisição do conhecimento provocadas pelas tecnologias, não conseguirá apropriar-se dos benefícios proporcionados. Neste aspecto, é fundamental que os papéis sejam claramente definidos e distribuídos considerando o perfil de cada professor e tutor, bem como a sua abertura aos novos processos de ensino-aprendizagem utilizado em uma modalidade flexível. 42

43 Ainda neste tópico, torna-se importante reflectirmos sobre o tipo de relacionamento entre professores e alunos na EaD que varia muito e depende fundamentalmente do comportamento do professor estreita-lo num nível mais formal. Esse tipo de acompanhamento exige do professor uma boa porção de disponibilidade pessoal, nem sempre fácil de ser conseguida, mas que se considera indispensável para o sucesso deste modelo educativo. Segundo Belloni (1999, p. 7) os dois novos actores principais no teatro da educação do futuro são: o professor colectivo e o estudante autónomo. Ainda segundo mesmo autor (ibidem) a queda das barreiras temporárias é, simultaneamente, o principal desafio e vantagem para a expansão da EaD, entendida como um processo educativo que envolve diferentes meios de comunicação capazes de ultrapassar os limites de tempo e espaço e permitir a interacção dos sujeitos com as diversas fontes de informação. Assim, alteram-se papéis tradicionalmente estabelecidos: o aluno deixa de ser um receptor passivo e torna-se responsável pela sua aprendizagem, com direito a trabalhar num ritmo individualizado, sem perder, no entanto, a possibilidade de interagir com seus colegas e com o professor. O professor por sua vez, deixa de ser o dono do saber e o controlador da aprendizagem, para ser um orientador que estimula a curiosidade, o debate e a interacção com os participantes do processo. 2.4 O sistema de avaliação em EaD Na educação a distância, dado as peculiaridades, especialmente, de estrutura de cursos e dos papéis dos diferentes actores educativos, as formas de avaliação de aprendizagem necessitam ser, diferentes das utilizadas no ensino presencial. Segundo Willis (1996), uma avaliação pode ser classificada como formativa, sumativa ou combinação das duas. Na primeira, considera-se estágio do processo de instrução, verificando-se a evolução do aluno, permitindo, assim, ajustes no processo ensino/aprendizagem. 43

44 O mesmo autor acima citado, explica que em um sistema de EaD, a avaliação deve receber uma atenção especial, por parte de quem formula estas avaliações, e ter em consideração de que não há uma turma tradicional, onde todos se conhecem; tem-se um grupo relativamente heterogéneo (de pessoas, faixas etárias, interesses pessoais e profissionais). Assim, para Zabalza (1991, p.16) a avaliação é a componente curricular cuja função é oferecer informação sobre o conjunto do sistema, tanto no que se refere à natureza e aplicação prática de cada aprendizagem. Para Delors et al (1996) apud Leite et al (2002, p. 11), a avaliação tem, de valorizar a aprendizagem e não apenas o ensino, e tem de estar na base da criação de condições para que cada aluno/a aprenda a conhecer, aprenda a fazer, aprenda a viver juntos e aprenda a viver com os outros. Segundo Rosales (1992, p. 87), a avaliação deve ter por objectivo fundamental o aperfeiçoamento do ensino. Começa-se com um processo de identificação de necessidades e, a partir daí, procede-se à elaboração de programas de avaliação que se centrem basicamente no processo e não directamente nos resultados. Ainda nesta modalidade não será possível a relação presencial durante as aulas, e nem conversas individuais; há um total controlo sobre o sistema a distância, ou seja, basicamente pelo facto de as participações de alunos, professores e outros actores estarem devidamente registradas no ambiente virtual; há mais oportunidades de se abordar o aluno individualmente do que em uma sala de aula presencial. Então, torna-se necessária a organização de informações que mostrem ao aluno a visão que o professor vem tendo dele e de sua participação no curso. Ainda, para Vianney et al. (1998), a avaliação, na EaD, deve ser: aberta, utilizando-se de mais de uma forma de avaliação; realizável a qualquer momento, devendo estar a disposição do aluno; prescritiva ou correctiva, orientada para que o aluno, mesmo através de seus erros, possa encontrar a resposta, através de um caminho alternativo; e não reflectindo somente um momento pontual, 44

45 mas partindo da situação presente para levar o processo de aprender mais à frente, em busca dos objectivos do processo e do treinamento. Na EaD, há diversas formas de avaliar. No entanto é preciso capacitar e desenvolver no aluno a habilidade para que ele seja avaliado. Ao longo do desempenho do curso, utiliza-se o fórum de discussão com os discentes, interagindo com os mesmos, tirando dúvidas, sendo que nesses diálogos, o docente suscita um caso prático para que os alunos possam resolver, ou seja, na EaD já se inicia um método de avaliação pelo auto-conhecimento. Na óptica de Piletti (1987, p.190) a avaliação é entendida como: Um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objectivos educacionais, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planeamento do trabalho do professor e da escola como um todo. Destes pressupostos teóricos, entendemos que a relevante questão da avaliação deve ser constantemente repensada, no sentido de identificar indicadores mais eficientes, ou seja, que avaliem o desempenho do aluno com maior fidedignidade. Entendemos ainda que a avaliação ultrapassa a mera transmissão entre o que é ensinado e os resultados conseguidos, mas o que é mais importante é aquilo que o aluno realmente aprendeu. Em suma a avaliação quantitativa não pode ser considerado a única forma para prover uma avaliação eficiente, uma vez que também a criatividade e a valorização das interacções professor/aluno/professor e aluno/alunos e o empenho do professor com uma avaliação mais atenta podem ser considerados alguns dos factores de sucesso na avaliação no ensino a distância 2.5 O perfil do aluno EaD A educação a distância é uma modalidade de ensino que utiliza actualmente a tecnologia a seu favor, mas o objectivo central do termo educação continua em sua essência. A filosofia construtivista é nitidamente percebida ao educando a distância, onde o individuo constrói seu aprendizado de forma autónoma e respeitando suas condições e limites. 45

46 Os pilares da educação sugeridos por Jacques Delors, (1996) sendo o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a ser, desdobram-se em competências necessárias aos alunos do EaD: aprender a aprender, a busca de leitura dos textos sugeridos e outras fontes relacionadas a disciplina permite desenvolver esta competência caminhando na construção da aprendizagem; aprender a fazer de forma significativa vinculada directamente a qualificação para o trabalho relacionando teoria e prática; aprender a conviver, o respeito é a base comum, o tempo a maturidade para o entendimento do conteúdo a troca de informações estão baseadas neste principio. A administração do tempo e do conteúdo se faz presente no saber ser, assim autonomia e a responsabilidade pessoal são características desta competência. Ser um aluno EaD pressupõe uma adaptação a um conjunto de situações novas, que implicam numa aprendizagem de situações pouco comuns: sala de aula virtual; uso do tempo planeado e flexível; relação com os colegas e tutor em ambiente virtual; discutir nos fóruns; ler as mensagens; formular as respostas adequadas; comunicar ideias e perspectivas; saber discutir as ideias dos outros; apoiar os outros; construir; questionar; analisar; colocar-se no ponto de vista do outro; usar a comunicação síncrona; estabelecer procedimentos adequados. Os alunos deverão, neste paradigma, ser construtores activos do seu próprio conhecimento, trabalhar cooperativamente em equipas de trabalho e em situações reais, assumir autonomia na própria aprendizagem, tomar a iniciativa na resolução de problemas, aceder à informação disponível nos vários formatos e locais (livros, bibliotecas, Internet, grupos de discussão e especialistas) e apresentar criticamente várias perspectivas. (Lima e Capitão, 2003). Muitas vezes, por existir uma distância física entre professor e aluno, pode-se observar uma sensação de isolamento por parte do aluno; em vista disso, é necessário que ele se automotive e seja motivado por professores e tutores, evitando a evasão. Certamente, o aluno precisa ter equipamento e software necessários para acompanhar o curso de EaD, usando de forma adequada a tecnologia. 46

47 O aluno perante a modalidade ensino a distância segundo Patrícia Behar (2009), deve ser ou se tornar comunicativo, por meio da escrita, e deve ser automotivado e autodisciplinado. Como existe muita flexibilidade de tempo e espaço na EaD, os alunos precisam se empenhar em definir horários fixos de estudo em casa e/ou no trabalho para se dedicar ao curso e ser disciplinado. Em síntese, o perfil do aluno EaD é estar perante uma filosofia pedagógica recente, que representa um duplo desafio de aprendizagem: a aprendizagem do método e a dos conteúdos, tornando-se naquele aluno que aprende através de um processo de autogestão progressiva do saber, com base na autonomia, na responsabilidade e no compromisso face à sua formação. 2.6 A utilização de plataformas de gestão e a importância do E- Learning e B-Learning na EaD A expansão da Internet e a constante evolução das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), proporcionou o surgimento de novas modalidade de ensino-aprendizagem, nomeadamente o e-learning, que significa aprender sem distância física. Este modelo de ensino contribui, nas suas formas de aprendizagem formais e informais para distribuir um vasto conjunto de soluções através da internet que permite aumentar o conhecimento e as competências dos seus utilizadores, bastando para o efeito ter computadores pessoais e acesso à internet. Pode ser usado como modelo totalmente a distância ou como complemento de aulas presencial, denominando-se, neste caso, por b-learning. Deste modo, objectivando a compreensão dos conceitos do e-learning e b-learning implica estabelecer um nexo com o processo evolutivo do EaD, mais concretamente a quarta geração, uma vez que a quarta geração do EaD é marcada pela substituição, quase por completo, do material escrito (textos impressos e livros) por material digital multimédia que pode ser facilmente acessado através de ambientes e plataformas de ensino/aprendizagem. É ainda nesta geração que surgiu a possibilidade de desenvolver aulas colaborativas e interacções síncronas ou assíncronas, utilizando vários tipos de metodologias e de tecnologias que promovem e permitem o ensino e a aprendizagem através da utilização da internet. 47

48 Segundo Fernandes (2009), o e-learning surge como uma forma alternativa ou complementar a outros modelos de ensino que permite corresponder a diversos tipos de necessidades, possibilitando conciliar a actividade profissional, a aprendizagem e a vida familiar. É nessa sequência que se insere o b-learning como modelo combinado e que permite uma maior abrangência de sistemas. A evolução tecnológica tem demonstrado que o b-learning é já um importante instrumento de política educativa nas Instituições de Ensino Superior, defende Garrison (2008 p.4), que os ideais e valores do ensino superior podem ser redesenhados através do b-learning e integrar a aprendizagem presencial em online. No entanto o b-learning mostra-se uma perfeita combinação de diferentes tecnologias e metodologias de aprendizagem, misturando formação on-line e presencial, indo ao encontro das necessidades específicas das organizações e cumprindo os seus objectivos de forma global, melhorando a eficácia e eficiência do processo de aprendizagem (Correia, 2012). Segundo Masie (2001), o e-learning é perspectivado como uma extensão da sala de aula no espaço virtual da internet ou outros ambientes de rede. Esta vertente disponibiliza on-line informações associadas a actividades pedagógicas, os programas das disciplinas, sumário das aulas, as normas da avaliação, prazos de entrega dos trabalhos, data da realização dos exames e vários outros sites ou informações úteis para o estudante. Para implementar o e-learning é necessário ter ambientes de gestão de aprendizagem, o LMS (Management System). Estamos a falar do Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), definido por Franco (2010), como um software livre para gestão da aprendizagem e de trabalho colaborativo, que permite gerir actividades educacionais através da criação de cursos online, páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidade de aprendizagem. Ainda segundo o mesmo autor, a filosofia educacional sobre a qual se baseia o Moodle é a do construcionismo, que afirma que o conhecimento é construído na mente do estudante, ao invés de ser transmitido sem mudanças a partir de livros, aulas expositivas ou outros recursos 48

49 tradicionais de instrução. Deste ponto de vista os cursos desenvolvidos no Moodle são criados em um ambiente centrado no estudante e não no professor. A utilização do e-learning através da plataforma Moodle, facilita o acompanhamento da evolução do nível tecnológico, que actualmente é considerado essencial para qualquer tipo de formação. Não permite somente a actualização dos conhecimentos mas também proporciona melhor estratégia de ensino/aprendizagem. Com o e-learning e uso da plataforma Moodle, o ensino a distância segundo Meirinhos (2006), pode tornar-se acessível e motivador. Sendo as sessões de ensino presencial complementado pelo e-learning, considerado como b-learning (blended learning), assegura uma maior facilidade de interacção entre o aluno/professor e garante melhor acompanhamento do processo de formação. No entanto a plataforma Moodle resume essencialmente, à disponibilização de informações constantes sobre as datas de entrega dos trabalhos e de realização de testes de avaliação, na disposição de conteúdos programáticos e de outros recursos didácticos relacionados com as disciplinas ministradas, na indicação de bibliografia e links, baseando-se nas temáticas de estudo e na utilização do Fórum de Discussão. Privilegiam-se actividades de consulta e de benefício das informações de estudo independente em contraposição a uma perspectiva construtivista que integra variáveis colaborativas e transaccionais. Ainda com a utilização da Plataforma Moodle, o aluno contribui para sua própria aprendizagem, pois tem mais flexibilidade no acesso à aprendizagem, economiza o seu tempo, tem uma aprendizagem mais personalizada de acordo com a sua evolução e seu ritmo de aprendizagem. Enquanto para o professor, existe a possibilidade de construir um repositório de estratégias pedagógicas, optimiza a aprendizagem de um número elevado e diversificado de alunos, facilidade de actualizar informações, facilidades de interacção entre outras instituições. Contudo, podemos avançar que o e-learning supera a uma mera utilização de um conjunto de tecnologias no contexto de ensino e aprendizagem. Deste modo, importa referir ao e- Learning como um ambiente de formação, uma nova forma de aprender e formar, que envolve 49

50 a conjugação de um conjunto de factores, tais como o funcionamento institucional e as necessidades educativas da sociedade do conhecimento. Assim, podemos considerar que o e-learning se insere num quadro de soluções, tido como inovador, e pode constituir-se como um instrumento que possibilita uma educação ao longo de toda a vida, como também pode ser utilizado como uma alternativa para a formação presencial, ou ainda, como um complemento para a referida formação. Dos autores mencionados, podemos afirmar que existem inúmeras vantagens na utilização do modelo de e-learning e b-learning nas instituições de ensino superior e a integração destes dois modelos tornará num meio válido e eficiente de promover a aprendizagem para alunos impossibilitados de frequentar periodicamente aulas numa determinada instituição de ensino superior seja por razões geográficas, temporais ou de outras dificuldades. Em síntese, podemos avançar que estas duas modalidades de ensino, estão a ser cada vez mais interactivos, fáceis de utilizar, mais generalizados, com maior flexibilidade temporal e espacial e, logo, mais acessíveis. 2.7 Os desafios e vantagens da prática EaD Com o advento das novas tecnologias de informação e comunicação e a modernização dos meios de comunicação facilitaram o desenvolvimento e a implementação dos cursos a distância. Dessa forma a redução de horas em sala de aula foi compensada por uma maior flexibilidade de trabalho e estudo, com auxílio de recursos tecnológicos modernos. No entanto, esse novo método de ensino gera opiniões divergentes e requer uma boa avaliação dos seus métodos para que as vantagens superem as desvantagens e possa, assim, ser um modelo de ensino eficaz e de qualidade. Nesta perspectiva Keegan (1996, p. 4), enfatiza a EaD como uma solução para a falta de espaço nos sistemas educacionais, o que de certa forma pode assegurar o acesso ao ensino 50

51 superior. Ainda segundo o mesmo autor, a EaD possibilita uma maior flexibilidade da aprendizagem, que transfere ao aprendiz as decisões sobre os rumos do estudo, adequando necessidades e realidades pessoais, o que faz dessa característica um dos pilares da EaD. No entanto, muitas dificuldades e desafios limitam tais possibilidades. Alguns dos esforços a serem desenvolvidos devem encaminhar-se para a superação do preconceito contra essa modalidade educacional, muitas vezes vista como educação de segunda categoria, dirigida apenas àqueles que não tiveram acesso ao ensino tradicional, ou aos que desejam obter um diploma sem muito esforço e comprometimento (Garcia, 2000). Nesta linha Garcia (1994), estabelece um conjunto de vantagens no recurso à modalidade de educação a distância, e que resumidamente seriam: eliminação ou redução de barreiras de acesso a cursos ou níveis de estudo, bem como diversificação e ampliação da oferta de cursos; oportunidade de formação adaptada às exigências actuais, principalmente a pessoas que não puderam frequentar escolas convencionais e universidades ou que não teriam como voltar a continuar a estudar sem a Eda; propõe que o aluno constitua o centro do processo de aprendizagem: sendo sujeito activo de sua formação, vendo respeitado seu ritmo próprio de aprender. Trabalha o aluno no sentido de torná-lo activo no desenvolvimento de iniciativa, atitudes, interesses e valores; flexibilidade espacial/temporal; como as instituições de ensino superior estão mais concentradas em centros urbanos, permite aos alunos dispersos geograficamente e residentes em locais onde não existem instituições superiores de ensino, terem acesso a essa mesma educação. Ainda o custo dos cursos a distância é significativamente inferior aos custos dos cursos presenciais; possibilidade dos alunos realizarem mais pesquisas na Internet, terem acesso a informações a qualquer momento e qualquer lugar, e principalmente nos momentos de motivação para estudar. Também não existe aula perdida, pois todas elas estão sempre disponíveis por determinado prazo; 51

52 possibilidade para o professor disponibilizar maior conteúdo do que aquele possível de se divulgar em sala de aula, fornecimento de conteúdos actualizados que possam motivar os alunos e contextualizá-los com as novidades académicas. O mesmo autor, enuncia uma serie de desvantagens na adopção desta modalidade que seriam: limitação em alcançar a socialização pela falta de interacção pessoal dos alunos com o docente e entre si; ensino industrial; devido aos altos investimentos em EAD sem a preocupação com resultados de aprendizagem, o que gera baixas taxas de conclusão de cursos e a transmissão de conhecimentos de uma só via; para determinados cursos, a necessidade do aluno possuir um elevado nível de compreensão de textos e saber utilizar os recursos tecnológicos; dificuldade de tirar dúvidas, ou seja, o aluno não consegue solucionar sua dúvida no mesmo momento, pois tem de esperar a resposta via ou fórum do professor. alto índice de desistência dos alunos nos cursos matriculados; custos inicias muito alto para implantação dos cursos a distância, que se diluem ao longo do tempo; dificuldade em adoptar uma rotina de estudo sem exigências: muitas pessoas têm dificuldade em criar uma rotina de estudos por conta própria sem haver um horário estabelecido, e portanto, podem tender a deixar as actividades acumularem e não fazer tudo com a atenção e dedicação necessária para um aprendizado efectivo. Apesar das vantagens que o ensino a distância possa oferecer, ainda é visto com alguma desconfiança. Muitos ainda duvidam da sua eficácia e acreditam que o ensino presencial seria mais efectivo, uma vez que suportam a ideia de que o relacionamento entre aluno e professor, e entre colegas, é parte fundamental do processo de aprendizado. Além disso há críticas do aspecto social, uma vez que em ambientes virtuais, a relação entre pessoas é mais superficial, pois não é proporcionado um ambiente para interacção entre alunos e professores (Santos, 2000). 52

53 Na nossa óptica há uma orientação clara, que educação à distância deve ser perspectivada como uma mais-valia para o sucesso nos processos de ensino/aprendizagem, dado que, promove um ensino inovador e que permite que o aluno seja realmente activo, responsável pela sua própria aprendizagem. 2.8 Tecnologia de informação e comunicação na EaD A era da informação e o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação vêm colocar novas questões e exigir um novo posicionamento de perspectivas, tanto no campo do ensino superior como no do ensino a distância, criando novas necessidades na educação e na formação contínua dos indivíduos. Na opinião de Rodrigues (s/d) as Tecnologias de comunicação e informação representam a reunião dos meios audiovisuais, informáticos e comunicacionais que permitem criar, armazenar, recuperar e transmitir informação a grande velocidade e em grandes quantidades. Novas tecnologias é uma abreviatura de tecnologias de informação e comunicação: definidas como uma série de tecnologias que geralmente incluem o computador e que, quando combinadas ou interconectadas, são caracterizadas pelo poder de memorizar, processar, tornar acessível e transmitir, para qualquer lugar, uma quantidade virtualmente ilimitada e extremamente diversificada de dados, (Grégorie, et al., (1996) apud Coscarelli (2004). Segundo Gomes et al, (2003), as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) ampliam as possibilidades de ensino para além do curto e delimitado espaço de presença física de professores e alunos na mesma sala de aula. A possibilidade de interacção entre professores, alunos, pessoas, objectos e informações que estejam envolvidos no processo de ensino, redefine toda a dinâmica da aula e cria novos vínculos entre os seus participantes. No prisma de Tejedor, (1996), as novas tecnologias referem fundamentalmente a três grandes sistemas de comunicação: o vídeo, a informática e a telecomunicações em que os equipamentos (hardware) e o desenvolvimento das aplicações tornam possível a comunicação. 53

54 O desenvolvimento científico e tecnológico exige uma aprendizagem constante por parte de todas as pessoas, que precisam estar preparadas para aprender ao longo da vida, podendo intervir e adaptar-se a um novo cenário em constante evolução. Isso exige autonomia, criatividade e autocrítica na obtenção e na selecção de informações, assim como nos processos de aprendizagem. Ainda nesta linha, o emprego da tecnologia de informação e comunicação promove, além da aquisição do conhecimento, o desenvolvimento de diferentes modos de representação e compreensão do pensamento. Ao mesmo tempo em que possibilitam representar e testar ideias, as novas tecnologias de informação e comunicação introduzem diferentes formas de actuação e interacção entre os indivíduos. A modalidade de ensino a distância, de uma forma especial, pode beneficiar das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC), que oferecem diversos tipos de recursos e ferramentas que favorecem e auxiliam a criação de um ambiente de aprendizagem e dar suporte ao trabalho pedagógico desenvolvido. 2.9 A integração das tecnologias educativas na EaD É comum ouvirmos dizer que na actualidade as tecnologias invadem o nosso quotidiano. Alguns autores contemporâneos falam mesmo que estamos vivendo em plena sociedade tecnológica. Neste contexto de inovação urge pensar em tecnologias que fomentam a interactividade e que sejam capazes de responder aos problemas advindos da complexidade e demandas desta nova sociedade. As tecnologias educativas vêm sendo utilizadas na EaD em contextos muito diferenciados, com objectivos e formas de exploração distintas, entre aqueles que procuram informação, para que dessa forma se consiga atingir o conhecimento desejado. Para Bertrand (1991), a tecnologia educativa surge assim, por um lado como via de acesso ao processo geral da tecnização da vida, isto é, o homem deve ser educado para actuar 54

55 conscientemente num ambiente tecnológico e por outro lado com uma ciência aplicada capaz de contribuir para tornar o processo educativo mais eficaz. Confrontando com Nietsche et al, (2005): a tecnologia educacional é um processo que conjuga a teoria e a prática, conhecimentos e saberes no processo ensino-aprendizagem no espaço académico ou não, e é também um instrumento facilitador entre o homem e o mundo, o homem e a educação, proporcionando ao educando/sujeito um saber que favorece a construção e a reconstrução do conhecimento. Nesta perspectiva a integração das tecnologias educativas no EaD, permite que alunos conversem e pesquisem com outros alunos da mesma cidade, ou outro país, no seu próprio ritmo de aprendizagem. Os trabalhos científicos podem ser compartilhados por outros alunos e divulgados rapidamente na Internet. Alunos e professores encontram muitas bibliotecas digitais, revistas on-line, com muitos textos, imagens e sons, que facilitam a tarefa de preparar as aulas, fazer trabalhos de pesquisa e ter materiais atractivas para apresentação nas aulas. O professor por sua vez pode estar mais próximo do aluno, isto é, pode receber mensagens com dúvidas e passar informações complementares para os discentes e adaptar a sua aula para o ritmo de cada um em particular. Nesta linha, as tecnologias educativas não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções. O professor passa a ser o estimulador, orientador do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante. Dentro das tecnologias educativas, destacamos a internet, como um recurso que permite uma maior flexibilização no ensino, tornando mais virtuais as aulas presenciais. Com a emergência da Sociedade da Informação e do Conhecimento, a internet segundo Chute et al., (1999) & Dede, (1995, citado por Lima e Capitão, 2003) é definido como: um meio de distribuição atraente, com potencialidades para: dar informação a um grande número de pessoas a todo o mundo; distribuir e actualizar informação rapidamente; flexibilizar o acesso a materiais de aprendizagem (em qualquer local e a qualquer hora); implantar métodos construtivistas com experiências e situações problemáticas do mundo real. 55

56 Neste sentido a internet tornou-se num instrumento de comunicação imprescindível, não só por ser célere, bem como pelas possibilidades que os educando tem de aceder aos conteúdos das mais diversas áreas, e contar ao mesmo tempo, com actualizações desses conteúdos ao minuto. A Web veio assim abrir as portas às mais variadas possibilidades de comunicar com mais facilidade, ao mesmo tempo em qualquer hora e em qualquer lugar do mundo. Corroborando com Patrícia, (2009, p. 180), ensinar utilizando a internet, exige uma forte atenção do professor, diante de tantas possibilidades de busca, a própria navegação torna-se mais sedutora do que o necessário trabalho de interpretação. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis, de endereços dentro de outros endereços, de imagens e textos que se sucedem ininterruptamente. Cabe ao professor coordenador do processo e o responsável na sala de aula, sensibilizar os alunos, motivá-los para a importância da matéria, mostrando entusiasmo, ligação da matéria com os interesses dos alunos, com a totalidade da habilitação escolhida. Ensinar na e com a Internet para a mesma autora, atinge resultados significativos quando está integrada num contexto estrutural de mudança do ensino-aprendizagem, onde professores e alunos vivenciam processos de comunicação abertos, de participação interpessoal e grupos efectivos. Caso contrário, a internet será uma tecnologia a mais, que reforçará as formas tradicionais de ensino. Com este novo paradigma de ensino aprendizagem o professor não deverá impor; mas acompanhar, sugerir, incentivar, questionar, aprender junto com o aluno. Na nossa perspectiva a Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis que possa encontrar através das pesquisas realizadas. Em suma, a internet é um recurso que facilita a comunicação, é o contacto a distância em qualquer momento, sem necessidade de sair do espaço profissional ou familiar, isto é, o processo de ensino-aprendizagem pode ganhar assim um outro dinamismo, inovação e poder de comunicação. 56

57 2.10 A Educação a Distância na sociedade de Informação e Conhecimento As transformações económicas e políticas pelas quais o mundo vem passando, bem como a crescente utilização da informática e tecnologias associadas, têm alterado profundamente as relações produtivas e sociais. O fluxo de informações produzido em decorrência das novas tecnologias é constantemente superado, colocando novos parâmetros para a formação do cidadão. Vivemos na chamada sociedade do conhecimento. Colaborando com a autora Belluzo (2001, p. 2), que afirma que: O conhecimento é o principal factor de inovação disponível ao ser humano. Não é apenas um recurso renovável, ele cresce exponencialmente na medida em que é explorado. O conhecimento não é constituído de verdades estáticas, mas um processo dinâmico, que acompanha a vida humana e não constitui em mera cópia do mundo exterior, sendo um guia para a acção. Ele emerge da interacção social e tem como característica fundamental poder ser manifestado e transferido por intermédio da comunicação. Inserir-se na sociedade da informação não quer dizer apenas ter acesso à tecnologia de informação e comunicação (TIC), mas principalmente saber utilizar essa tecnologia para a busca e a selecção de informações que permitam a cada pessoa resolver os problemas do quotidiano, compreender o mundo e actuar na transformação de seu contexto. Assim, o uso do TIC com vistas à criação de uma rede de conhecimentos favorece a democratização do acesso à informação, a troca de informações e experiências, a compreensão crítica da realidade e o desenvolvimento humano, social, cultural e educacional. Segundo Teixeira (2000, p.1), a modernidade do novo milénio exigira, cada vez mais, pessoas capazes e habilitadas para o exercício de suas funções ou ocupações. Não só o conhecimento será exigido, mas competências pessoais serão exigidas dos indivíduos tornando mais actuantes, criticas e competentes, para as suas especificidades. Por outro lado, a exigência de estudar continuamente é um facto que acompanha a nossa existência, através de actividades diversas. Nesta óptica o conceito de educação segundo 57

58 Belluzo, (2001), deve, por isso, evoluir ultrapassando as fronteiras do espaço e do tempo ao longo do qual o aluno faz o seu percurso convencional, passando pelos diferentes níveis de ensino do sistema educativo, para dar lugar a um processo de aprendizagem durante toda a vida, isto é, possibilitando a cada individuo a capacidade de saber conduzir o seu destino, num mundo onde a rapidez das mudanças se condiz com o fenómeno da globalização. Segundo a mesma autora (idem), educar sob esse cenário, significa incentivar a autonomia individual e a solidariedade, prevenir insucessos e lutar contra as desigualdades, favorecer o ensino experimental e o espírito científico, abrir novos horizontes, aliando a compreensão das origens e raízes à identidade da inovação científica e tecnológica, condições essenciais à mudança orientada para um desenvolvimento humano integral. Considerando os pressupostos já referidos, o modelo do educador também sofre alterações. Nas palavras de Teixeira (2001, p.4), o professor deixa de ser o único detentor do saber e passa a ser um gestor das aprendizagens e um parceiro de um saber colectivo. Para Caldeira (2000, p.7), o educador será assim, interventor, dinamizador, facilitador e organizador de todo o processo educativo. Interventor na medida em que conduz a mudança de mentalidades, de atitudes, de comportamentos e motivador de novas aprendizagens. O educando, nesta perspectiva, não pode descurar o sentido da responsabilidade pela preservação do património de que usufrui, nem deixar de sentir que toda a sociedade faz um esforço para lhe proporcionar o dito desenvolvimento harmonioso e completo para num, amanha que esta muito perto, se torne um cidadão consciente dos seus direitos e deveres e contribuinte para uma sociedade mais igualitária e mais justa. A Sociedade do Conhecimento está em construção e nos obriga, por um lado à melhoria da qualidade da educação fundamental, na lógica da criação, da iniciativa, de responsabilidade social e do exercício da cidadania. Por outro lado, isso nos leva também à necessidade da promoção e diversificação da formação dos jovens, apostando na melhor qualificação, na produtividade e empregabilidade para as futuras gerações. 58

59 Capitulo 3: O Ensino a Distancia no contexto educativo caboverdiano 3.1 Considerações históricas sobre EaD em Cabo Verde Cabo Verde, caracterizada pela sua insularidade, tem já alguma tradição na educação a distância. A necessidade de formação permanente tem sido o motor para o aperfeiçoamento das técnicas disponíveis nesta modalidade de ensino que ganha, actualmente, contornos específicos com a disponibilização de novas tecnologias ao serviço da Educação. Inocêncio (1999), afirma que se sabe muito pouco ou mesmo nada sobre as experiências pioneiras que tiveram lugar em Cabo Verde no domínio do EaD. Alguns dados, pouco acessíveis, revelam que no começo dos anos oitenta se procuraram alternativas para a melhoria da educação e que o ensino a distância, timidamente, foi uma das soluções utilizadas. A semente do ensino a distância em Cabo Verde foi lançada pela Rádio Educativa Rural, iniciativa que tinha como finalidade inicial, menos formal e académica apoiar a população rural na resolução dos problemas relacionados com a saúde, nutrição, saneamento básico, entre outros aspectos de natureza muito pragmática. 59

60 A primeira aplicação do ensino a distância organizado com carácter formal data de , altura em que foi emitido o curso de Psicologia da criança, destinado à capacitação, via rádio, de professores sem formação pedagógica do então Ensino Básico Elementar que, na altura, constituíam cerca de 82% do universo dos professores (cf. Salústio, 1987, apud Inocêncio, 1999). A massificação do ensino que se verificou após a independência do país e levou que entrassem para a docência um elevado número de professores com reduzido nível de formação, quer académica, quer pedagógica. Como forma de fazer face a essa problemática, o ensino a distância surgiu como uma alternativa para amenizar as insuficiências a nível de formação desses professores, o que culminou com a criação da Rádio Educativa com esse propósito, facto que constitui um marco incontornável no desenvolvimento do ensino/formação a distância em Cabo Verde (Inocêncio, 1999). Em 1992/93, o projecto sub-regional Instrução Radiofónica Interactiva para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (IRI/PALOP) teve a sua origem na Conferencia Mundial sobre a Educação Para Todos, realizada na Tailândia (Jomtien), seguido do Seminário Regional de Ensino à Distância em Arusha (Tanzânia). Depois de uma série de consultas, Cabo Verde foi escolhido para coordenar as actividades sub-regionais de pesquisa e desenvolvimento do projecto. Começaram as actividades preliminares do projecto em 1992, sendo esta uma fase de transição onde se procedeu à produção e a testagem das lições de rádio para a 3ªclasse da disciplina de Matemática. Os materiais produzidos foram testados em Cabo Verde e Moçambique. Mais tarde, a SEFAER (Serviço de Educação, Formação de Adultos e Ensino Recorrente), deu início a um projecto de educação de adultos, com a utilização da metodologia ECCA, baseada numa combinação entre aulas radiofónicas, material escrito preparado para o seguimento das aulas e sessões presenciais de tutoria, de forma a potencializar o sistema de aprendizagem. Desde então, diversos programas vêm sendo implantados por meio de parcerias realizadas com outros países, universidades e organizações mundiais que dispõem de recursos técnicos e financeiros para execução de projectos na área da educação e que utilizam a EaD para 60

61 disseminar o conhecimento em todo o arquipélago. Alguns desses parceiros podem ser citados como a Alemanha, Brasil, Holanda, Portugal, Universidade Aberta de Portugal, Universidade de Aveiro, Unesco, Unicef e Banco Mundial. Com esse sistema de educação à distância de base radiofónica, articulada com sessões presenciais de tutoria e materiais impressos para tal, foram criadas oportunidades de formação para jovens de todos os concelhos. Considerando o contexto, as condições materiais, humanas e financeiras existentes na altura, bem como a filosofia que então presidia à organização dos cursos, as experiências, acima referidas, embora muito reduzidas, contribuíram em parte para a resolução dos problemas que se colocavam à educação. 3.2 A implementação do ensino a distância no contexto educativo em Cabo Verde O Ensino Superior em Cabo Verde tem recebido atenção especial nos últimos anos e as razões são variadas. Uma delas diz respeito às conquistas alcançadas no ensino básico e secundário, os quais tem proporcionado aos estudantes a oportunidade de ingressar no ensino superior. Outro factor que tem contribuído é a criação de novos empregos no sector público e privado e que tem exigido novos tipos de conhecimentos, competências e habilidades. A nova Lei de Bases do Sistema Educativo de Cabo Verde n º 02/2010, em seu artigo nº 51, traz uma descrição sobre como a modalidade de EaD que deve ser praticada. Esta nova lei destaca que as instituições deverão utilizar-se de meios de comunicação social e das tecnologias de informação e comunicação para assegurar a formação dos alunos e que a modalidade de EaD, poderá acontecer no ensino superior e que as habilitações conferidas por meio desta modalidade deverão ser reconhecidas como equivalentes do ensino formal. A nível do ensino superior, foi realizado um levantamento em 2006 por Silveira (2008), identificando as principais instituições de ensino que ofertam cursos utilizando a EaD em Cabo Verde, como, por exemplo, Instituto Universitário de Educação (IUE), Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais (ISCEE), Universidade Jean Piaget, Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar (ISECMAR), Instituto Nacional de Administração 61

62 e Gestão (INAG). As três últimas instituições estão associadas a Universidade de Cabo Verde (UNI-CV). Algumas infra-estruturas específicas foram instituídas em Cabo Verde para apoiarem as acções em EaD, tais como, Laboratório de Educação Digital (LED) da Universidade Jean Piaget, criado em 2002, Direcção da Rádio e Novas Tecnologias (DRNTE) criada em 2003, actualmente apresenta configuração voltada exclusivamente para a educação a distância e o Centro de Formação a Distância do Instituto Superior de Educação (CeFAD), criado no ano de 2004 (SILVEIRA, 2008). O sistema de Universidade Aberta presente em Cabo Verde desde o ano de 2000 foi concebido pela Direcção Geral da Alfabetização e Educação de Adultos (DGAEA), por meio de um convénio celebrado com a Universidade Aberta de Portugal. Por motivos institucionais, desde 2002 o programa passou a ser liderado pelo Instituto Superior de Educação (ISE) e em 2006 pela Uni-CV. Os cursos ofertados pelo sistema foram pensados para contemplar quatro áreas consideradas prioritárias, são elas: formação continuada e especializada de professores, formação à distância, formação de formadores e formação completa dos estudantes. Em 2003 a Universidade Jean Piaget, desenvolveu o projecto de investigação científica proposto no âmbito das actividades do Laboratório de Educação Digital. Desta experiência foram desenvolvidas e disponibilizados três disciplinas de pós-graduação do Mestrado em Ensino do Português e uma unidade da disciplina de Inglês II. De acordo com o modelo de aprendizagem electrónica utilizada em várias universidades da Europa e do mundo, através do Núcleo de Educação a distância, a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), lançou um projecto em EaD com o objectivo de estimular a cooperação e a interacção pedagógica entre docentes e estudantes, bem como promover o acesso à informação por meio do uso da plataforma Moodle. Estas experiências resultaram em conquistas, mas também identificou as limitações e dificuldades estruturais enfrentadas pelos professores, estudantes e a equipa técnica do 62

63 projecto. Em suma para implementação do sistema do ensino a distância no contexto educativo Cabo-verdiano, as instituições de ensino superior precisam estar atentas para promover as alterações necessárias em seus modelos de ensino, pois as profundas mudanças, que vêm ocorrendo na emergência de uma sociedade fundada sobre a informação e o saber, têm provocado transformações na estrutura do trabalho e do emprego. 3.3 Evolução do Ensino Superior em Cabo Verde A educação em geral e o ensino superior em particular, começam a ser objecto de maior preocupação das instâncias governativas e dos teóricos a partir do momento em que se começa a sentir algum desconforto provocado pela incapacidade de prosseguir e ultrapassar os limites impostos pelo desconhecimento, configurando a percepção actual a cerca da dinâmica entre o saber e o saber-fazer. A educação e o ensino superior em geral são reconhecidos pelo contributo imprescindível que emprestam aos restantes subsistemas. A construção da sociedade futura passa, pela capacidade do ensino sustentar uma atitude receptiva fase a novas propostas e desafios. Na perspectiva de Zabala, (2005), o ensino superior, visa proporcionar uma formação científica, técnica, humanista e cultural, que habilita para as funções de concepção, de direcção, de execução e de investigação. Após a independência nacional, a grande maioria dos formandos cabo-verdianos, frequentava cursos superiores no exterior, resumindo-se as acções de formação locais, de curta duração, à organização de actividades esporádicas para responder as necessidades conjunturais do país. Assim, e tendo em conta os efeitos negativos da massificação do ensino, nomeadamente o fraco nível académico do elevado número de candidatos às bolsas de estudos superiores, é criado, pelo Decreto n.º 161/90, de 22 de Dezembro, para funcionar a partir do ano lectivo 1990/91, o Curso Propedêutico (ano vestibular), que iria dar uma melhor preparação aos referidos candidatos e, ao mesmo tempo, seria um instrumento de contenção (Brito, 1999). 63

64 Cinco anos mais tarde, este ano pré-universitário é extinto pelo Decreto-Lei n.º 27/95, de 22 de Maio, que, em seu lugar, criou-se o Curso do Ano Zero, sob a supervisão da Comissão Instaladora do Ensino Superior (e não já da Direcção-Geral do Ensino). A criação do Ano Zero tinha como objectivo satisfazer as exigências das universidades estrangeiras e escolas superiores nacionais e a necessidade de uma melhor preparação académica dos alunos que buscam o ensino superior. No início da década de noventa assiste-se à universalização do ensino básico e à posterior expansão do ensino secundário obrigando, já em meados da década, a uma forte explosão do número de candidatos ao ensino superior. A primeira iniciativa de ensino superior em Cabo Verde foi a criação do Centro de Formação e Aperfeiçoamento Administrativo (CENFA). Criado em 1978, institucionalizado em 1981 e extinto em 1998, o CENFA é uma instituição que desempenhou um papel importante na área de formação administrativa em Cabo Verde (Tolentino, 2003). A escola de formação de professores criada em 1979 tinha como objectivo central, a formação inicial de professores, a investigação educacional e a prestação de serviços á comunidade. Começou a funcionar com sete cursos, seis dos quais conferiam o grau de bacharelato nas seguintes disciplinas: Inglês, Francês, Historia, Matemática, Ciências Naturais, Físicoquímica, Geografia e Estudos Cabo Verdianos e Português, o único que prosseguia numa Licenciatura. A consolidação desta instituição, tornou-se no Instituto Superior de Educação. Em relação ao Ensino Superior, pode-se encontrar a sua génese durante os anos 90, mais precisamente em 1991 com a criação da Comissão Instaladora do Ensino Superior (a actual Direcção Geral do Ensino Superior e Ciência) com vista a institucionalização do Ensino Superior no arquipélago. A materialização do Ensino Superior em Cabo Verde iniciou-se com cursos de formação pós-secundárias, formações de carácter politécnico de curta duração com o objectivo de atender à procura de mão-de-obra qualificada nos mais variados campos. Para atender a procura no exterior do país, uma formação de nível superior são criados, em 1995, o ISE (Instituto Superior de Educação), em 1996 o ISECMAR (Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar) e em 1998 o ISCEE (Instituto Superior de Ciências 64

65 Económicas e Empresariais). Estas instituições são dotadas de autonomia pedagógica, científica, administrativa, financeira e patrimonial. No que toca as universidades, a primeira a instalar-se no arquipélago foi uma instituição de capitais privados, o Instituto Jean Piaget, sedeado em Portugal, tendo chegado a acordo com o Governo de Cabo Verde a 30 de Abril de 1999 sendo criado um diploma legal para regulamentar as instituições de ensino superior privadas, e os estatutos da Uni-Piaget foram aprovados por decreto-lei (DL- nº 11/2001) a 7 de Maio. No início do novo século, a iniciativa privada ganha visibilidade com o aparecimento de novas instituições de ensino superior. Na cidade da Praia é criada, em 2000, a Universidade Jean Piaget e no Mindelo começa a funcionar em 2002 o IESIG (Instituto de Ensino Superior Isidoro Graça). Em 2006, pelo Decreto-Lei nº 53/ 2006 de 20 de Novembro é criada a Uni-CV (Universidade de Cabo Verde), concebida como uma instituição de ensino superior público cuja missão é capacitar a nação cabo-verdiana, de modo a vencer os grandes desafios de modernização e desenvolvimento do país. Segundo os dados do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Inovação, existe actualmente em Cabo Verde 10 (dez) Instituições de Ensino Superior, dois públicos a Universidade de Cabo Verde, Instituto Universitário de Educação e as restantes sendo Instituições de capitais privados, nomeadamente: Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, Universidade do Mindelo, Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais, Mindelo Escola Internacional de Arte (M_EIA), Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais, Universidade Lusófona Baltasar Lopes da Silva, Universidade de Santiago, Universidade Intercontinental de Cabo Verde. O número de estudantes no Ensino Superior passou de 8465 para 11800, o que representa um crescimento de 39,4% e num ritmo médio anual de 11,7%. (Anuário Estático 2011/2012). Após 39 anos, é notável o grande investimento e aposta no ensino em Cabo Verde, tanto ao nível quantitativo como no qualitativo, e o actual investimento no Ensino Superior, tendo em vista a implementação das universidades como agentes de desenvolvimento social, para a 65

66 produção de conhecimento capaz de dar resposta aos desafios de desenvolvimento de um país privado de recursos naturais. Entretanto o desafio que se apresenta não se deve basear somente na quantidade e qualidade mas acima de tudo na sustentabilidade, não só do sistema bem como do próprio país, aumentando o seu factor de competitividade. 3.4 A situação das TIC em Cabo Verde As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) estão cada vez mais no centro da sociedade moderna e do desenvolvimento social e económico da humanidade. O Governo de Cabo Verde, na sua estratégia de desenvolvimento, atribui um papel relevante à sociedade de informação e do conhecimento na melhoria da competitividade, sobretudo da economia Caboverdiana. Na última década, o processo de introdução e alargamento do TIC em Cabo Verde tem sido acelerado. Aliás, os dados do Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano (2003) mostram-no de forma evidente. Alguns sectores importantes da administração pública e do sector privado estão a introduzir nas suas rotinas organizacionais as novas tecnologias de informação e comunicação, como forma de racionalização de custos e procedimentos mas também como factor que poderá promover uma maior competitividade (PNUD, 2003). No domínio da educação, segundo o relatório da PNUD (2013), a formação com a disseminação do acesso ao conhecimento, às novas formas de operar a partir das novas tecnologias de informação e comunicação, estar-se-á a qualificar os recursos humanos, na perspectiva do capital humano mas também a formar indivíduos com uma maior capacidade crítica e analítica, de modo a que estes saibam situar-se adequadamente perante as vantagens, os inconvenientes e os perigos decorrentes das informações disponibilizadas na rede global, de modo a aproveitar as virtualidades dessas tecnologias em benefícios próprios. Deste modo, com vista a uma melhor compreensão da realidade em estudo, importa fazer uma breve retrospectiva do percurso feito a este nível em Cabo Verde e sublinhar os desafios 66

67 actuais e futuros das tecnologias de informação e comunicação que poderão constituir o suporte principal da construção duma sociedade de conhecimento neste país. Relativamente à taxa de penetração do uso da Internet, Cabo Verde tem vindo a registar um aumento considerável passando de 1.6% em 2000 para 20% em De 2008 para 2010 o aumento foi de 10%, fixando o índice em 30%. Em 2011 face a 2010 houve um crescimento de 23,1%, sendo que o número de assinantes está acima dos 21 mil, representando uma penetração de 4,3%, (INE, Senso 2010). Dados da ANAC, revelam que a tecnologia de acesso fixo via ADSL continua a ser claramente dominante, visto que o acesso wireless via Wi embora tenha crescido 21% ainda é bastante baixo. As contrariedades dos operadores Wi-Fi resultam acima de tudo da dificuldade de acesso às infra-estruturas base, nomeadamente por causa de preços ainda pouco competitivos dos circuitos alugados e da não existência de oferta grossistas de banda larga, (Compêndio estatístico ANAC 2011). De acordo com o relatório da UIT (Measuring the Information Society 2013,) da União Internacional das Telecomunicações e acessibilidade dos preços de Banda Larga, revela que Cabo Verde subiu cinco posições nos indicadores, passando da 101ª para 96ª posição, num total de 157 países, liderado pela Coreia do Sul, Suécia e Islândia. No que se concerne à Banda Larga Móvel, Cabo Verde ocupa a 54ª posição em 126 países no que se refere aos preços de utilização em terminais móveis na modalidade pré-paga. Quanto à utilização em computador/tablets em regime pré-pago, o país situa-se na posição 66 e em póspago no lugar 94 em 116 países. No conjunto de todas as modalidades, ocupa a 65ª posição na acessibilidade de preços de Banda Larga Móvel. Em relação ao tarifário fixo, Cabo Verde ocupa a posição 115 em 161 países. A nível da África subsaariana, Cabo Verde está na 6ª posição. Quanto ao móvel, o país ocupa a 135º posição. Ainda o relatório apresenta o estado do acesso as TIC por partes dos chamados Nativo Digitais, ou seja, da geração nascida nesta era digital. Nos países de alto rendimento, a maioria dos jovens (89,6%) enquadra-se nessa categoria, enquanto nos países de baixa renda apenas um em cada jovem é considerado nativos digitais. 67

68 Ainda segundo os dados deste mesmo relatório, Cabo Verde encontra-se bem posicionado com cerca de 65% dessa camada com acesso. Estes números indicados nos estudos, explicam, em parte, a aposta que tem sido feito em garantir a acessibilidade para todos, nomeadamente, através do Projecto Konekta, que tem possibilitado aos jovens o acesso gratuito à Internet, (Relatório NOSI 2012). Na prática da EaD, a introdução das novas TICs tem proporcionado um grande crescimento, graças às praças digitais, que garantem a conexão dos alunos a ambientes virtuais, bibliotecas e outras plataformas de ensino, permitindo, também, a interactividade entre os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Contudo, considerando o estado de desenvolvimento das infra-estruturas de telecomunicações em Cabo Verde e a adesão que se verifica noutros serviços de telecomunicações, presume-se que a penetração da Internet ainda seja inferior ao potencial existente. No geral, os serviços de comunicação em Cabo Verde, ainda são bastante caros, tanto a internet, como a telefonia. O custo alto é um dos factores que mais desafiam a democratização do ensino a distância. 3.5 Políticas públicas de EaD e o seu impacto no Ensino Superior em Cabo Verde As Políticas para a EaD no ensino superior começaram a ganhar espaço a partir do ano de 2002, focadas na perspectiva de democratização do ensino, calcada na proposta de educação superior para todos. Em verdade essa modalidade de ensino surge como instrumento adequado para atender essa nova demanda política e social (Cortelazzo, 2010). Todavia, ao mesmo tempo em que as políticas públicas regulamentam a EaD e esta passa a ganhar espaço, também surge desconfiança acerca dos métodos aplicados para aprendizagem, pois, por muito tempo foi utilizada como supletiva e complementar a educação presencial. Nesse sentido, o Decreto nº02/2010, (Lei de Bases do Sistema Educativo de Cabo Verde), em seu artigo nº 51, traz uma descrição sobre como a modalidade de EaD que deve ser praticada 68

69 e aplicada pelas instituições superiores, definindo sua diferenciação do ensino presencial e estabelecendo parâmetros peculiares de metodologia, gestão e avaliação. O sistema de educação à Distância (EaD) no nosso país ganhou espaço cada vez mais amplo no meio educacional, devido ao impulso das novas tecnologias e da Internet, a acessibilidade transformou em solução para a formação inicial do ensino superior, assim como a formação continuada de profissionais de várias áreas. Nesta ordem observa-se que o crescente aumento da importância da EaD tem contribuído para elevar a pressão entre os paradigmas presentes na educação. Para Levy, (1993, p.7), o uso das novas tecnologias de informação e comunicação está provocando uma mudança intensa nas relações humanas, em especial no campo da educação, reforçando a ideia de que as instituições superiores devem se adequar às necessidades das diversas camadas da população, entre elas o uso dos mídias e de novas práticas da docência. Segundo Herrington, Reeves & Oliver (2010), através da educação a distância pode-se contribuir com o aumento da oportunidade de acesso e permanência no Ensino Superior, o aumento da qualidade e na eficácia de obtenção de melhores resultados de aprendizagem. A modalidade de ensino em Cabo Verde é um fenómeno recente e que está numa fase inicial, esta possibilidade de formação está já a acarretar uma enorme expectativa, uma vez que se prevê que poderá trazer inúmeras vantagens para o país e a nível do Ensino Superior. Como forma de implementação desta metodologia de ensino a distância, em Cabo Verde, várias medidas vem sendo tomadas tanto a nível do Ministério de Ensino Superior bem como outras instituições do ramo educativo. Para isso apresentaremos algumas dessas medidas: Para comemoração do dia Internacional dos professores, o Instituto Universitário de Educação (IUE) realizou-se no dia 23 de Abril de 2013, uma conferência sob o tema Educação a Distância, Tecnologias Digitais e Desafios da Formação de Professores. A conferência tinha como o objectivo lançar as bases para a construção colectiva do modelo de formação a distância, a fim de dar respostas aos desafios atuais da reforma educativa. Estiveram presentes nesta conferência dois representantes de duas universidades Abertas, 69

70 designadamente a Universidade Aberta de Portugal (UAb) e a Universidade Aberta do Brasil. Estes dois países irão apoiar os projectos de formação universitária em Cabo Verde através do ensino à distância, sobretudo na formação de recursos humanos. No dia 04 de Dezembro de 2013, foi realizado um seminário de dois dias sob o lema Sistema Universidade Aberta: Educação à distância no Brasil e nos PALOP. Neste seminário o ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação, António Correia e Silva frisou o seguinte: a opção para o ensino à distância é, acima de tudo, um acto político a favor da inclusão. Ainda no dia 15 de Dezembro de 2013 em Maputo, Cabo Verde deu um passo muito importante, quando assinou, um protocolo com o Secretário de Estado de Educação Superior do Brasil, Paulo Speller. Este protocolo visa o apoio daquele país à construção da Universidade Aberta Cabo-verdiana e também a edificação do sistema de Ensino à Distância (EaD) de Cabo Verde. O protocolo prevê ainda acções de formação de docentes e gestores, a realização de cursos-pilotos, instalação de centros de EaD e a assessoria na criação de pacote jurídico que enquadra as formações a distância. O modelo de universidade aberta idealizado pelo Governo de Cabo Verde tem como base a criação de um núcleo promotor de EaD, que trabalha com as universidades e outros estabelecimentos educativos existentes, disponibilizando uma oferta formativa diversificada e amplamente acessível. A materialização da Universidade Aberta em Cabo Verde tem na sua concepção o Instituto Universitário de Educação (IUE), que vai igualmente, alterar por completo as oportunidades educativas no arquipélago Cabo-verdiano. O conceito de polo universitário do ensino à distância a nível do sistema educativo tem custo compatíveis com novas possibilidades e sem obstáculos de acesso. 70

71 Entretanto a universalização, democratização, internacionalização, permitirá a garantia de acesso gratuito e o forte componente de inclusão social, são as principais contribuições do ensino a distância. Perante essas políticas e medidas, o que se pode inferir é que passos importantes já estão sendo dados para a criação de uma Universidade Aberta de Cabo Verde. Em suma a adopção de um sistema de ensino a distância por todas as universidades e instituições superiores em Cabo Verde, trará grandes benefícios para o sistema educativo Cabo-verdiano, uma vez que poderá funcionar como um elemento chave de desenvolvimento do Ensino Superior no país. 71

72 Capitulo 4: Apresentação do estudo empírico nas Universidades Jean Piaget e Uni-CV No presente capítulo pretende-se apresentar e analisar os dados recolhidos ao longo do estudo realizado. Para isso, organizou-se os dados de forma a facilitar a sua leitura e interpretação, sem se perder de vista os objectivos e a pergunta de partida formuladas no início desta pesquisa. Num primeiro momento, começa-se por apresentar os dados obtidos através das entrevistas junto dos responsáveis das duas Universidades em estudo. No segundo momento, procederse-á à apresentação dos dados recolhidos através dos questionários aplicados às pessoas que acederam aos cursos a distância. Para o tratamento dos dados recolhidos, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo que segundo Richardson (2008, p.223), consiste num conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção destas mensagens. Esta técnica de análise foi aplicada ao conteúdo das respostas a questões abertas nos questionários e ao conteúdo recolhido nas entrevistas. Na sequência, fez-se uma análise sistemática, focada na frequência e especificidade das respostas. 72

73 4.1 Caracterização geral das instituições em estudo O Ensino a distância em Cabo Verde A Universidade Jean Piaget de Cabo Verde A universidade Jean Piaget é uma instituição de Ensino Superior com uma estrutura social educativa destinada à criação, desenvolvimento, transmissão e difusão da cultura, nomeadamente das artes, técnicas, ciências e demais saberes, numa perspectiva intercultural e transdisciplinar. Segundo os estatutos da Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, ela foi oficialmente criada pelo Decreto-lei n.º12/2001 de 7 de Maio de 2001 e, está legalmente integrada no Sistema Nacional de Educação. Quanto à sua localização geográfica, a sua sede situa-se no Campus académico da cidade da Praia, Palmarejo Grande, ilha de Santiago. A UniPiaget é um estabelecimento de Ensino Superior particular, cooperativo, sem fins lucrativos que tem como missão contribuir significativamente para a formação dos recursos humanos em Cabo Verde. É regida por estatutos que definem, regulamentam os objectivos, definem ainda a estrutura orgânica, o projecto científico, pedagógico, cultural e social, assim como, a forma de gestão e organização. Os cursos de graduação da UniPiaget são monoetápicos e conferem o grau de licenciatura. Dos 26 cursos já homologados pelo Ministério da Educação e Ensino Superior, 16 estão em funcionamento, inseridos em 4 departamentos/unidades de acordo com a sua natureza, proximidade de enfoques científicos e objectivos. Para além dessas unidades a Universidade compõe-se de vários gabinetes autónomos, especificadamente: o Gabinete de Estudos e Planeamento (GEP), o Gabinete de Formação Permanente (GFP); e o Gabinete de Comunicação e Imagem (GCI). Conforme o estatuto vigente, a gestão da universidade está sob a responsabilidade dos órgãos individuais compostos por um Administrador Geral, um Reitor e, órgãos colegiais compostos pelo Conselho Consultivo, Conselho Cientifico, Conselho Pedagógico, Conselho Disciplinar e, por último pelo Conselho Geral que no caso, é presidido pelo Reitor. 73

74 No âmbito do Laboratório de Educação Digital, a Unipiaget integra projectos ligados ao ensino a distância, sendo e-learning como paradigma educacional no seio dos programas de pós-graduação. Para além dos cursos de graduação a UniPiaget disponibilizou um conjunto de mestrados nas mais diversas áreas científicas A Universidade de Cabo Verde A Universidade de Cabo Verde (UNICV) é uma instituição de Ensino Superior pública localizada em Praia, Cabo Verde. A universidade pública começou a funcionar a 21 de Novembro de 2006, tendo sido a ela integrados, como unidades associadas, o ISE, o ISECMAR e o INAG, hoje extintos. Segundo os estatutos da UNICV, ela se encontra organizada em três departamentos: Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), Departamento de Ciências Sociais e Humanas (DCSH), Departamento de Engenharias e Ciências do Mar (DECM) e uma Escola de Negócios e Governação (ENG) e tem como unidade associada o INIDA. A Uni-CV é uma universidade em rede, que fomenta a educação e a busca do conhecimento como fonte de identidade nacional e factor de transformação social. A reitoria e administração central da Uni-CV estão situadas no centro histórico da cidade da Praia (Praça da Escola Grande ), sendo que em Mindelo, São Vicente, funciona uma das vice-reitorias, o DECM e um pólo do DCSH. A Universidade tem particular interesse no desenvolvimento de modalidades do ensino a distância com recurso às TIC e à Internet. O interesse é realmente notório, pois no staff do Reitor, há um Pró-Reitor para o Ensino a Distancia e na sua estrutura orgânica está prevista uma unidade de missão, o Núcleo de Ensino a Distância transversal aos departamentos e às Escolas, que deverá se ocupar da política, dos programas e projectos de desenvolvimento da EaD na Uni-CV. No Campus desta universidade, funciona o sistema de Universidade Aberta (UAb). A Universidade Aberta está presente em Cabo Verde desde o ano de 2000, concebida pela Direcção Geral da Alfabetização e Educação de Adultos (DGAEA) por meio de um convénio celebrado com a Universidade Aberta de Portugal. Pela sua vocação e natureza, a UAb utiliza, 74

75 nas suas actividades de ensino, as mais avançadas metodologias e tecnologias de ensino a distância orientadas para a educação sem fronteiras geográficas nem barreiras físicas, e dando especial enfoque à expansão da língua e da cultura portuguesas no espaço da lusofonia. 4.2 Descrição e Análise das entrevistas com os responsáveis da EaD Passamos, seguidamente, a apresentar os dados que obtivemos após a análise das entrevistas, podendo ser consultadas globalmente em apêndices (Guião de entrevista A1) Caracterização dos entrevistados Os entrevistados foram denominados de entrevistado 1, entrevistado 2 ( ), para lhes preservar as identidades. O primeiro bloco de questões servia para identificar o perfil dos entrevistados, sendo 3 (três) do sexo masculino e 2 (dois) do sexo feminino, ficando assim a sua distribuição no quadro 1: Quadro 1 - Identificação dos responsáveis EaD Instituição Entrevistado Habilitações Literárias Sexo UAb responsável 1 Pós-graduado em História M SEFAER responsável 2 Mestrado em Gestão Educativa F Uni-CV responsável 3 Doutorada em Ciências de Educação F Jean Piaget responsável 4 Mestrado em Educação Inclusiva M responsável 5 Mestrado em Gestão e Sistema de informação Fonte: Dados da pesquisa M O quadro 2, apresenta o cargo que os responsáveis ocupavam no momento da entrevista, constatando-se serem diversificados, tais como: Coordenadora do núcleo de apoio ao Ensino a distância (UNICV), Professor Assistente (Jean Piaget) e Director de (U-CTE), Unidade de Ciência e Tecnologia (Jean Piaget), Directora de serviço de Acção Educativa, Serviço de 75

76 Educação, Formação de Adultos e Ensino Recorrente (SEFAER) e Coordenador dos cursos a distância da Universidade Aberta (UAb). Quadro 2 - Cargo ocupado pelos entrevistados Instituição UAb SEFAER UNICV Jean Piaget Cargo Ocupado Coordenador dos cursos a distância da Universidade Aberta Directora de serviço Acção Educativa Coordenadora do núcleo de apoio ao Ensino a distância/vicepresidente do concelho científico área ciências sociais e humanas e educação e artes da Uni-CV. Professor Assistente Director de U-CTE Fonte: Dados da pesquisa 4.3 Perspectivas dos entrevistados sobre as experiências de EAD nas Instituições em estudo. Dado que o aspecto principal do nosso estudo se centra na componente de ensino a distância a nível do Ensino Superior em Cabo Verde, procuramos conhecer diversos aspectos relacionados com as experiências de implementação deste sistema de ensino, em particular na Universidade Jean Piaget e na Universidade de Cabo Verde Papel do Ministério da Educação como órgão regulador na instalação do ensino a distância em Cabo Verde Para conhecermos melhor esta modalidade e se existe alguma lei que legisla este sistema de ensino, pedimos aos entrevistados que comentassem sobre o papel do Ministério de Educação como o órgão regulador, na instalação do ensino a distância em Cabo Verde. Com base na nossa legislação, os entrevistados ressaltaram a nova lei de bases do Sistema Educativo n º 02/2010. De uma forma sucinta a lei destaca que as instituições deverão utilizar-se de meios de comunicação social e das tecnologias de informação e comunicação para assegurar a formação dos alunos e que a modalidade de EaD poderá acontecer no ensino 76

77 básico, no ensino secundário, no ensino superior e na formação contínua de professores, e que as habilitações conferidas por meio desta modalidade deverão ser reconhecidas como equivalentes do ensino formal Condições básicas para ministrar cursos a distância na IES em Cabo Verde Referindo às condições básicas para ministrar cursos a distância nas intuições de Ensino Superior em Cabo Verde, verificamos que do ponto de vista dos entrevistados as condições básicas são os equipamentos informáticos e internet. Entretanto, os entrevistados ressaltaram que há ainda muito por fazer e as Universidades deverão investir, sobretudo ao nível das infra-estruturas tecnológicas capazes de suportar essas ferramentas em condições aceitáveis para ministrar um curso a distância Os principais constrangimentos da EaD Relativamente aos maiores constrangimentos tecnológicos e atitudinais para a implementação do EaD em Cabo Verde os entrevistados realçaram a questão de massificação do acesso à Internet, que neste momento não consegue responder as reais demandas para a aplicação dessa modalidade de ensino. Com base nas respostas dos entrevistados, realçamos que a importância da Internet afigura-se, sem dúvida alguma, como um recurso de capital importância no ensino a distância, tanto na concepção do curso, como no seu desenvolvimento Importância das ferramentas tecnológicas na modalidade EaD Sobre a influência das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação no ensino a distância, os entrevistados afirmaram que as TIC, veio revolucionar e expandir o ensino a distância na medida que integra recursos tais como a rádio, a televisão, o vídeo e recursos multimédia através da Internet. A introdução das TIC no EaD, trouxe mudanças significativas, principalmente na transmissão de conteúdos didácticos para construção do saber. Pela opinião dos entrevistados o ensino a distância é uma das modalidades mais influenciadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação, pelo facto destas tecnologias minimizarem ou solucionarem as fronteiras e as distâncias existentes entre o 77

78 educador e o educando. Ainda as TIC possibilitam a interactividade no processo ensino/ aprendizagem, favorecendo um ambiente interactivo onde os alunos constroem o seu próprio conhecimento Competência dos alunos a nível de EaD Sobre como deve ser o perfil e as competências dos alunos que pretendem aceder aos cursos superiores a distância, os entrevistados afirmaram que para esta modalidade, espera-se dos estudantes uma postura de construtor activo do conhecimento e não de mero consumidor de repositórios, ou seja, o aluno deve evoluir de um observador passivo e consumidor de conteúdos para participante activo em ambientes construídos num esforço de participação, partilha e construção conjunta do conhecimento. Com efeito, podemos afirmar que num curso a distância, é fundamental que os alunos saibam manusear várias ferramentas tecnológicas e, em particular o recurso como a Internet. Por isso, muitas vezes, os conhecimentos nessa área são considerados como um dos requisitos básicos para poder participar nesta modalidade Vantagens e desvantagens da EaD Em relação a importância do EaD e quais seriam as vantagens e desvantagens que esta modalidade traria para o Ensino Superior em Cabo Verde, constatamos que a flexibilidade temporal e espacial, aprendizagem flexível e a provável redução de custos inerente à uma formação superior são vistas como as principais vantagens, por parte dos entrevistados, dessa modalidade de ensino em Cabo Verde. No que diz respeito à flexibilidade temporal, os entrevistados destacaram o facto de com esta modalidade de ensino, os aprendentes poderão conciliar a sua formação superior com o trabalho e o tempo em família. Por outro lado as desvantagens se prendem com a falta de bibliografia, profissionais capacitados e o custo elevado do serviço de Internet. Consideramos que as vantagens são diversas, nomeadamente na provável redução de custos ao nível das deslocações aos locais onde se encontram as instituições do Ensino Superior e ainda no que diz respeito à flexibilidade temporal e espacial permitida por esta modalidade de ensino. 78

79 Não obstante as evidentes e reconhecidas vantagens pelos entrevistados, existem também alguns desafios relativamente à sua aplicação em Cabo Verde, no sentido da inexistência de condições necessárias para a melhor exploração das suas mais-valias. Na realidade, a implementação desta modalidade de ensino não poderá ser apenas justificada pelas características geográficas do país, mas ainda pelos recursos a nível tecnológico e humano, devendo este último ser devidamente capacitado para um ensino a distância de qualidade Perspectivas e expectativas sobre o desenvolvimento da EaD e o ES Analisando as perspectivas da modalidade ensino a distância em relação ao Ensino superior que existe, neste momento, em Cabo Verde, as expectativas são positivas e os entrevistados recomendam a utilização dessa modalidade de ensino para as todas as Universidades existentes em Cabo Verde. Entretanto para a implementação da EaD nas Universidades é necessário um forte investimento, não apenas em equipamentos informáticos, mas também na pesquisa de metodologias adequadas e principalmente, na capacitação do corpo docente. A necessidade de investimentos nesta modalidade é determinante, pois, trata-se de investimentos iniciais elevados e de benefícios a longo prazo Experiências de Implementação do ensino a distância na Uni-CV Na última questão, quisemos saber junto dos responsáveis como foi o desenvolvimento dos projectos de implementação do ensino a distância pelas duas Universidades em estudo. Esta questão foi colocada primeiramente a responsável da Uni-CV, tendo respondido o seguinte: a experiência de implementação de ensino a distância foi desenvolvida no âmbito da estratégia preconizada pela Uni-CV, ter como missão e fins contribuir para a modernização do sistema educativo de Cabo Verde a todos os níveis, designadamente através da pesquisa, promoção do conhecimento, tirando partido das Tecnologias de Informação e Conhecimento. Assim, no ano lectivo 2008/09, realizou-se a experiência, que restringiu-se a algumas disciplinas dos cursos de graduação e envolveu um número limitado de professores. Esta experiência tinha como objectivo estimular a cooperação e a interacção entre docentes e estudantes da Uni-CV, bem como promover o acesso à informação através do uso da plataforma Moodle, procurando estender a relação pedagógica. 79

80 Ainda segundo a entrevistada, participaram no estudo 30 docentes do campo da cidade da Praia e do Mindelo de diferentes áreas disciplinares, nomeadamente do curso de Estudos Cabo-Verdianos e Portugueses. O número de docentes envolvidos na experiência não ultrapassava os 30 e os discentes rondava os 700. Das 36 disciplinas, 17 foram registadas no Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), 18 no Departamento de Ciências Sociais e Humanas (DECM) e 1 na Escola de Negócios e Governação (ENG). Do total das disciplinas, apenas 23 foram activadas, isto é, encontravam-se em plena utilização. O número de cursos envolvidos foi de 17 cursos e em 2010 com 30 cursos. Pelos resultados satisfatórios da primeira experiência a Universidade apostou no ano seguinte 2009/2010, dar continuidade ao projecto. Nesta segunda experiência o número de disciplinas inscritas aumentou de 36 para 163, o de docentes de 30 para 113 e o de estudantes de 700 para Evidencia-se que há um grande aumento em relação ao ano anterior, podendo afirmar que há maior uso das ferramentas de interacção e comunicação por parte dos alunos e professores, isto, mostra a evolução positiva da experiencia. Para a implementação do sistema a distância, foi desenvolvido um conjunto de acções de formação para a utilização da plataforma Moodle pelos professores, segundo os dados mais precisos de Actualmente têm uma margem de 100 professores que fazem a utilização da plataforma Moodle. Esclarecendo um pouco mais sobre esta ferramenta, a entrevistada referiu que este instrumento é uma plataforma de código aberto para gestão da formação e de conteúdos formativos. É de familiarização fácil, atractiva e tem sido utilizada, com sucesso, por inúmeros docentes e discentes em todo o mundo. A Uni-CV também adaptou o Moodle para desenvolver esta experiência. Ela referiu ainda que a utilização da plataforma não é obrigatória, mas ao verem as possibilidades do Moodle, cada vez mais os professores e os alunos aperceberam-se da flexibilidade proporcionada pela ferramenta, relativa ao acesso e também aos recursos disponíveis, tais como: fóruns de discussão, chats, questionários e glossários, que são disponibilizados no ambiente virtual. 80

81 Abaixo temos a ilustração da plataforma on-line colocada a disposição dos professores e alunos da Universidade. Figura 1 - Plataforma e-learning da Uni-CV Fonte: Com esta experiência, a entrevistada afirmou que os professores envolvidos consciencializarão da importância da utilização da plataforma colocando textos e trabalhos, e os alunos não têm necessidade de reproduzir os textos e sempre que quiserem acedem as matérias em qualquer lugar e em qualquer hora, mas o problema que se coloca prende-se com a falta de salas específicas e equipadas para os alunos, pois os equipamentos não são suficientes, o serviço de internet prestado não é o desejável, há todo uma necessidade de investimentos. Nesta linha o quadro abaixo evidencia-se, o modo como as disciplinas, os cursos e os docentes estão distribuídos por departamentos utilizados durante a experiencia, referindo-se, concretamente, à relação entre disciplinas registadas e disciplinas activas, entendidas as últimas como as que, efectivamente, são utilizadas pelos docentes na sua prática diária. Quadro 3 - Relação de Disciplinas/Cursos/Docentes Inscritos na Plataforma Departamento Disciplinas Inscritas Total Curso Docente Activas Não Activas Disciplinas DCT

82 DCSH ENG DECM DCSH-S.V Total Geral Disciplinas 163 Total Geral Cursos 30 Total Geral Docentes 113 Fonte: Dados da entrevista Pela entrevistada os dados do quadro 3, evidenciam uma clara necessidade de se definir estratégias que estimulem e incentivem os docentes a não desistirem do recurso à plataforma como espaço capaz de trazer valor acrescentado à sua actividade profissional. Torna-se, deste modo, imperativo desencadear um conjunto de acções de sensibilização e de capacitação no sentido de incentivar a cultura de utilização da plataforma para gestão do processo educativo. No que se refere as vantagens desta ferramenta, a entrevistada ressaltou que uma das principais vantagens da utilização do Moodle é a questão financeira, ou seja, as Universidades gastariam muito mais se optassem por um software pago. Uma outra mais-valia deste instrumento é a flexibilidade do tempo, ou seja, basta ter acesso à Internet para fazer a leitura do conteúdo e realizar as actividades on-line. Para quem estuda à noite ou não tem tempo para assistir aulas presenciais esta modalidade é o ideal. Com a realização desta experiência, a entrevistada, afirmou que obteve-se resultados bastante positivos, como: o número elevado de disciplinas a funcionar na plataforma; os professores e os alunos sentiram-se mais estimulados para acederem à plataforma; participarem mais nos fórum, partilharem mais informações e aprenderem colaborativamente. A entrevistada afirmou ainda que se por um lado, os resultados são reveladores do reconhecimento da importância da plataforma como instrumento de suporte ao processo de ensino aprendizagem na Uni-CV, por outro lado, contrariamente ao que se almeja, este sistema de gestão da aprendizagem on-line ainda é, preferencialmente, utilizado como repositório de conteúdos aos quais os alunos poderão aceder. 82

83 Em síntese a entrevistada, afirmou que o processo de implementação da modalidade ensino a distância não é linear é todo um processo de consciencialização para utilização das inovações e das tecnologias de informação e comunicação. Contudo este projecto embora experimental irá ajudar os alunos a desenvolverem as suas capacidades e desafiar os professores na utilização do TIC, bem como a sua prática na sala de aula. De uma maneira geral, afirma a responsável que a experiência mostrou que a modalidade de ensino e de aprendizagem (b-learning e e-learning) poderá ser adoptada por todas as Universidades do país ao nível do ensino superior, desde que haja formação, infra-estruturas tecnológicas, acompanhamento técnico, pedagógico e massificação da Internet Experiências de Implementação do ensino a distância na Unipiaget Analisando a Universidade Jean Piaget em estudo na questão da implementação do sistema ensino a distância, o responsável 5 disse-nos que nesta matéria em particular, a Unipiaget vem apostando e muito no sistema E-learning e B-learning. A modalidade de ensino a distância foi instalado e desenvolvido no ano lectivo 2002/03 no âmbito do Laboratório de Educação Digital. Inicialmente o projecto tinha como objectivo testar o e-learning como paradigma educacional no seio dos programas de pós-graduação e serviu essencialmente como forma de demonstrar que o e-learning (presencial ou a distância) é possível na UniPiaget. O primeiro seminário de Educação a Distância foi leccionado completamente a distância, usando como suporte integrado o FORMARE, um sistema de gestão de aprendizagem que foi elaborado pela PT Inovação com intuito de dar respostas à aprendizagem tanto a distância como presencial. Através da parceria entre o LED (laboratório de educação digital) e a Portugal Telecom Inovação, foram desenvolvidas e disponibilizados três disciplinas de pósgraduação do Mestrado em Ensino do Português. Discorrendo sobre esta experiência, o entrevistado falou-nos, que inicialmente a Universidade utilizava o sistema FORMARE, pelo qual, pagava uma quantia bastante alta e acarretava muitos custos. Como forma de minimizar os custos, a Universidade optou-se pela utilização da plataforma Moodle, conceituado como Software Livre de código aberto, que proporciona 83

84 um ambiente colaborativo de aprendizagem e consequentemente na oferta de disciplinas realizadas no ambiente virtual. Para o entrevistado o Moodle (Content Management System /Sistema de Gerenciamento de Conteúdo CMS) é uma ferramenta de apoio ao ensino e aprendizagem que vem sendo utilizado pelos professores para partilha de conteúdos documentos, referência a sites com artigos e livros científicos, vídeos aulas com os alunos de forma interactiva. Para além dos conteúdos o melhor do Moodle, apontado pelo entrevistado refere-se as actividades que podem ser realizadas na plataforma, ao que se destaca: Testes (Exames e Testes); Trabalhos (Trabalhos de Grupos, Projectos); Blogs; Wiki; Chat e Forums. Ainda nesta linha, o entrevistado afirmou que esta plataforma promove a auto-aprendizagem, isto porque, os formados podem ter acesso à informação onde quer que estejam, os conteúdos são organizados pelos professores responsáveis onde haja um controlo sobre esta. Ainda, através deste ambiente pode-se fazer uma aprendizagem colaborativa e cooperativa proporcionando assim a interacção entre os utilizadores e o sistema. Ela serve de complemento as aulas presenciais, ou seja, as suas ferramentas permitem que os professores e alunos se aproximem, estimulando a cooperação e a colaboração. No quadro 4 abaixo, o entrevistado mostra a relação entre as disciplinas, cursos e os docentes inscritos na plataforma. Pelo quadro constata-se que o departamento de Sistemas, Informática e Programação possui o maior número de disciplinas e docentes a fazerem o uso da plataforma on-line, uma vez que, parte das aulas, realização de trabalhos e a avaliação são feitas on-line. Ainda neste quadro, o entrevistado ressaltou que a implementação do ensino a distância foi feita a nível de disciplinas específicas disponibilizadas na plataforma de cada curso, como forma de reforçar as aulas presenciais e dar a conhecer o uso das ferramentas das plataformas pelos alunos e professores. 84

85 Quadro 4 - Relação Disciplinas/Cursos/Docentes inscritos na Plataforma Cursos Disciplinas Inscritas Total Curso Docente Activas Não Activas Disciplinas ARQ/ECC EGE CED/SOC/PSI CCO/LTI SAU ESI Total Geral Disciplinas 66 Total Geral Cursos 59 Total Geral Docentes 47 Fonte: Laboratório de Educação Digital - Em relação as vantagens, o responsável, apontou a plataforma como uma mais-valia tanto para o aluno, professor e Instituição: para o aluno, a plataforma proporciona um acceso rápido e partilhado dos conteúdos, realização de teste e exames on-line; para o professor é a melhor organização de conteúdos e da própria avaliação, que é praticamente todo automatizado; para a instituição é diminuição de gastos com impressão de documentos físicos, provas de avaliação, bem como espaços para armazenar pastas de arquivos, uniformizar os conteúdos de aulas e programas das disciplinas leccionadas por diferentes professores, fortalecendo a dinâmica e os conteúdos a leccionar para esta disciplina, pois a uma troca de conhecimento e passagem de experiência no acto de ensinar. Neste sentido a plataforma on-line permite: promover a comunidade do Unipiaget sem fronteiras contribuindo para a diluição de barreiras geográficas e culturais; garantir a igualdade de oportunidades de formação promovendo a formação em qualquer momento, em qualquer lugar; optimizar a utilização dos recursos disponíveis dinamizando o reaproveitamento de competências. Abaixo, a ilustração da plataforma online disponibilizada aos alunos e professores da Universidade. 85

86 Figura 2 - Plataforma E-learning da Universidade Jean Piaget O Ensino a distância em Cabo Verde Fonte: Ainda quisemos saber junto do outro entrevistado da Universidade, o responsável 4, sobre esta plataforma on-line e ele disse-nos que como professor da disciplina tecnologias educativas, faz muito uso desta ferramenta disponibilizando conteúdos das aulas, correcção dos trabalhos e ainda a realização de testes on-line aos alunos. Isso mostra a mais-valia desta ferramenta durante o leccionamento de uma disciplina. A esse respeito, reiteramos a importância da comunidade virtual de aprendizagem (plataforma), como sendo um espaço de excelência para a partilha e construção de conhecimentos. Pela análise da experiência de implementação do ensino a distância, constatamos que Unipiaget tem vindo a apostar no e-learning e b-learning criando base para o desenvolvimento do EaD. Ainda verificamos que estas duas universidades têm levado a cabo a realização desta experiência como forma de estudar a melhor maneira de desenvolver esta modalidade, visando o levantamento dos recursos tecnológicos e de infra-estrutura física de que dispõe, e preparando o quadro docente e discente para este novo paradigma educacional. 86

87 Percebe-se, também, que a EaD representa um dos principais argumentos utilizados para se justificar o emprego da modalidade de aprendizagem a distância, enquanto meio de atender à população que busca acesso ao Ensino Superior. Pelas informações obtidas junto aos entrevistados, podemos constatar ainda que as duas Universidades pesquisadas estão empenhadas em desenvolver mecanismos e recursos para oferecer cursos nesta modalidade com qualidade. Em síntese podemos afirmar que a experiência realizada pelas Universidades Jean Piaget e Uni-CV, intensificou a comunicação entre os estudantes e os professores, bem como a condição necessária para o reforço das aulas presenciais e semi-presenciais e num futuro próximo contribuir para a institucionalização do ensino a distância em Cabo Verde 4.4 Apresentação, análise e discussão dos resultados dos inquéritos aplicados aos formandos Caracterização dos formandos inquiridos A caracterização dos formandos inquiridos foi destinada à identificação dos inquiridos, com o objectivo de conhecer a população pesquisada, baseando-se nas variáveis sexo, idade e estado civil. A tabela 1 apresenta os dados recolhidos sobre a caracterização dos formandos inquiridos. Uma visão mais global das respostas os resultados da Tabela 1 indica que a maioria dos formandos abrangidos neste trabalho é do sexo feminino (65,0%) e (35,0%) é do sexo masculino, conforme se pode verificar na tabela 1 abaixo. Quanto à variável idade, constata-se que 12,5% dos formandos inquiridos neste trabalho têm entre 26 e 30 anos, 47,5% entre 31 e 40 anos, 15,0% entre 41 e 45 anos e 25,0% mais de 45 anos, sendo que os dois primeiros grupos etários totalizam 60,0% das respostas. A média das idades ronda os 40 anos e o desvio padrão 8,621 anos. O coeficiente de variação situa-se em 21,5%, traduzindo uma boa representatividade da média. Segundo Reis (2001), 87

88 para valores do coeficiente de variação inferiores a 50% a média será tanto mais representativa quanto menor o valor deste coeficiente. O grupo etário mais referido pelos entrevistados corresponde ao intervalo de 31 a 40 anos. Essa faixa etária geralmente é composta de pessoas que já possuem uma profissão definida e estão sempre procurando se desenvolver ainda mais profissionalmente, investindo sempre em novos cursos e buscando novas fontes de conhecimento. Os dados da tabela 1 mostram que 53,8% dos formandos inquiridos neste trabalho declararam ser solteiros, 35,0% casados, 10,0% divorciados e 1,2% viúvos. Estes dados mostram que os inquiridos que responderam solteiros e casados representam cerca de 89% das respostas. Tabela 1 Repartição dos inquiridos por sexo, idade e estado civil Variável N.º de respostas Percentagem Sexo Idade Estado civil Feminino 52 65,0% Masculino 28 35,0% De 26 a 30 anos 10 12,5% De 31 a 40 anos 38 47,5% De 41 a 45 anos 12 15,0% Mais de 45 anos 20 25,0% Solteiro(a) 43 53,8% Casado(a) 28 35,0% Divorciado(a) 8 10,0% Viúvo(a) 1 1,2% Total ,0% Fonte: Dados da pesquisa Formação e situação profissional De acordo com os dados do gráfico 1, a maioria (59,5%) dos formandos inquiridos possui o curso superior e cerca de 18% estão habilitados ao curso de mestrado/pós-graduação. Por outro lado, aproximadamente um quarto dos entrevistados afirmou que frequentou o curso superior sendo que 8,9% deles consideram que o curso não lhes confere o grau de licenciatura e 11,4% responderam que confere o referido grau. Importa ainda referir que 2,5% dos formados inquiridos responderam curso superior sem licenciatura. 88

89 Gráfico 1 - Formação dos formandos inquiridos Mestrado/Pósgraduação 17,7% Frequenta curso superior sem licenciatura 8,9% Frequenta curso superior com licenciatura 11,4% Curso superior sem licenciatura 2,5% Curso superior com licenciatura 59,5% Fonte: Dados da pesquisa Relativamente às profissões dos formandos entrevistados, é notória a predominância de professores nos cursos superiores à distância representando 45,2% dos inquiridos deste trabalho. Seguem-se depois o pessoal de caris técnicos com 31,0% e os administrativos com 14,3%. Cerca de 10% são gestores/dirigentes. Gráfico 2 - Profissão dos formandos inquiridos 45,2% 31,0% 14,3% 9,5% Administrativo Professor Técnico Gestor/dirigente Fonte: Dados da pesquisa 89

90 Segundo os dados indicados na tabela 2, três quartos dos formandos inquiridos trabalham em vários ministérios (sectores da educação, da saúde, ). Esta informação mostra a preocupação que estes profissionais dos sectores públicos têm na melhoria da sua formação académica e, consequentemente, num melhor enquadramento profissional. Cerca de 14% são funcionários das empresas públicas (TACV, BCA, CECV, etc.). Os funcionários entrevistados provenientes de empresas privadas representam aproximadamente 11% dos formandos inquiridos, o que pode patentear que a elevação da formação académica não constitui certamente prioridade para os profissionais das empresas privadas em Cabo Verde. Tabela 2 Local de trabalho dos formandos Local de trabalho Frequência Percentagem Percentagem acumulada Ministérios 27 75,0 75,0 Empresa Pública 5 13,9 88,9 Entidade Privada 4 11,1 100,0 Total ,0 Fonte: Dados da pesquisa Distribuição dos inquiridos de acordo com a instituição de formação Observando o gráfico 3 depara-se que 90,0% dos inquiridos afirmaram que fizeram a formação superior à distância na Universidade Aberta e 10,0% numa outra instituição de ensino superior em Cabo Verde. Gráfico 3 - Instituição da formação superior à distância dos inquiridos Outra 10,0% Universidade Aberta 90,0% Fonte: Dados da pesquisa 90

91 Os dados acima mostram-nos que em nenhuma das universidades aqui apresentadas oferecem cursos a distância, mas apenas disponibilizam algumas disciplinas on-line em forma de complemento as aulas presenciais e dos cursos ministrados. Os inquiridos que acederam aos cursos a distância foi através da Universidade Aberta (UAb), presente em Cabo Verde desde Abril de Situada no Campus da Uni-CV, a UAb disponibiliza, formação superior em regime e-learning para licenciaturas, mestrados e doutoramentos e cursos de Aprendizagem ao Longo da Vida. Nesta linha a UAb, constitui uma mais-valia para todas as pessoas que por disparidades geográficas, factor tempo entre outras limitações não poderão frequentar uma instituição de ensino superior. 4.5 Apresentação dos resultados do inquérito Acesso ao ensino á distância Questionados sobre a forma de acesso ao ensino superior à distância a maioria dos inqueridos que estudam na Universidade Aberta (57,0%) respondeu que o acesso se faz através da realização de provas de acesso. Esta forma de acesso permite fazer a selecção para o ingresso nesses cursos. A segunda opção declarada pelos inquiridos tem a ver com a inscrição on-line, com 35,4% das respostas. Esta opção mostra que a utilização das tecnologias de informação e comunicação constitui também uma outra alternativa à candidatura e acesso ao curso superior à distância na universidade. As inscrições via correio e presencial foram referidas por 7,6% e 11,4%, respectivamente, constituindo-se como os procedimentos menos utilizados pelos inquiridos, conforme pode ser verificado na tabela 3. Tabela 3 Forma de acesso ao curso superior à distância na universidade Acesso ao curso superior à distância Sim Não Inscrição on-line 35,4% 64,6% Inscrição via correio 7,6% 92,4% Realização de provas de acesso 57,0% 43,0% Inscrição presencial 11,4% 88,6% Fonte: Dados da pesquisa 1 Convénio de Cooperação entre a Universidade Aberta e o Ministério da Educação, Ciência, Juventude e Desporto. (28 de Maio de 1999). Preâmbulo. 91

92 4.5.2 Tipos de formação mais escolhidos O Ensino a distância em Cabo Verde Relativamente ao tipo de formação, os dados da tabela 4, indicam que 35,4% dos inquiridos disseram que fizeram a formação nas áreas económica e empresarial (gestão, marketing, recursos humanos, economia, etc.), 33,8% nas áreas social e comportamento (sociologia, ciências sociais, psicologia, etc.) e 30,8% nas áreas do ensino e da educação (ensino da história, curso de extensão da educação de jovens e adultos, línguas e literaturas, etc.). Estes resultados revelam, em termos acumulados, que a maioria das formações (64,6% das respostas) corresponde às áreas ciências sociais, educacionais/ensino e comportamentais. Analisando os resultados da tabela 4 por sexo, verifica-se que nos cursos das áreas sociais, educacionais, comportamentais e do ensino a percentagem das mulheres inquiridas é superior em relação aos homens. Esta situação é completamente inversa nos cursos das áreas económica e empresarial. Por estado civil, a diferença percentual varia segundo as áreas de formação. A análise por idade evidencia que os formandos mais novos (75,0% dos inquiridos com 26 a 30 anos) já fizeram os cursos das áreas do ensino e da educação e 60,0% dos inquiridos que têm entre 41 e 45 anos nas áreas económicas e empresariais. Por instituição de formação, nota-se claramente que a Universidade Aberta tem oferecido várias áreas. Tabela 4 Área de formação do ensino à distância Sexo Estado civil Idade Instituição de formação Áreas de formação Variável Ensino e Educacional Social e Comportamental Económica e Empresarial Feminino 36,6% 36,6% 26,8% Masculino 20,8% 29,2% 50,0% Solteiro(a) 34,2% 34,2% 31,6% Casado(a) 20,0% 40,0% 40,0% Divorciado(a) 50,0% 50,0% Viuvo(a) 100,0% De 26 a 30 anos 75,0% 12,5% 12,5% De 31 a 40 anos 23,3% 46,7% 30,0% De 41 a 45 anos 40,0% 60,0% Mais de 45 anos 41,2% 17,6% 41,2% Universidade Aberta 22,4% 37,9% 39,7% Outra 100,0% Total 30,8% 33,8% 35,4% Fonte: Dados da pesquisa 92

93 4.5.3 Duração da formação do ensino superior à distância Segundo a opinião dos inquiridos indicados na tabela 5, a duração média da formação do ensino superior à distância situa-se à volta de 5 anos com um desvio padrão de 0,936 anos para os cursos de licenciatura. A duração média dos cursos de mestrado tem sido de 2 anos. Tabela 5 Duração da formação do ensino superior à distância Estatística Licenciatura Duração (em anos) Mestrado Média 4,89 2,00 Desvio padrão 0, Fonte: Dados da pesquisa Conclusão da formação A tabela 6 apresenta a opinião dos formandos inquiridos sobre a conclusão ou não da formação segundo as variáveis de caracterização dos mesmos. Tabela 6 Opinião dos inquiridos sobre a conclusão ou não da formação por variável Variável Conclusão da formação Sim Não Sexo Feminino 61,2% 38,8% Masculino 70,8% 29,2% Solteiro(a) 51,4% 48,6% Estado civil Casado(a) 74,1% 25,9% Divorciado(a) 87,5% 12,5% Viúvo(a) 100,0% De 26 a 30 anos 33,3% 66,7% Idade De 31 a 40 anos 51,4% 48,6% De 41 a 45 anos 100,0% Mais de 45 anos 87,5% 12,5% Instituição da formação Universidade Aberta 70,1% 29,9% Outra 100,0% Total 64,4% 35,6% Fonte: Dados da pesquisa 93

94 Interrogados sobre a conclusão da formação, cerca de 64% dos inquiridos afirmaram ter concluído a formação superior à distância contra 36% com a menor percentual não conseguiram atingir o objectivo pretendido inicial de terminar os cursos. O estudo desta questão conclusão ou não da formação segundo as variáveis de caracterização permite observar que, por sexo, 70,8% dos homens e 61,2% das mulheres concluíram a formação superior à distância. O cruzamento desta questão por estado civil revela um certo equilíbrio nas respostas entre os formandos solteiros inquiridos (cerca 51% concluíram e 49% não concluíram). Nos casados a percentagem de respostas sobre a conclusão ronda os 74%, chegando a cerca de 88% nos divorciados e a totalidade das respostas nos viúvos, tabela 6. Ainda na tabela 6, é notória o facto de que quanto maior a idade dos formandos inquiridos, maior é a percentagem de inquiridos responderam ter concluído a formação superior a distância. Em termos de instituição de formação, 70,1% dos inquiridos declararam ter concluído o curso na Universidade Aberta e 29,9% responderam não. Entretanto, a totalidade dos formandos inquiridos que frequentaram outra instituição de formação superior à distância respondeu não ter concluído a formação. A principal razão apontada pelos formandos inquiridos para a não conclusão da formação superior à distância, porque eles estavam a fazer um curso de formação de formadores em EJA (Educação de Jovens e Adultos), enquadrado no projecto Africanidade. O referido projecto estava enquadrado no plano de Acção da Rede de Cooperação Sul-Sul, entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Direcção Geral de Educação e Formação de Adultos Conhecimentos e utilização da Internet No que tange à iniciação no mundo da informática, os dados do gráfico 4 mostram que 63,3% dos inquiridos afirmaram que esta iniciação aconteceu no âmbito das acções de formação ligadas ao trabalho, 44,3% por autoformação, 12,7% durante o curso superior e 2,5% de outra forma. Cerca de 4% dos inquiridos responderam que ainda não fez a iniciação no mundo da informática. Gráfico 4 - Iniciação no mundo da informática 94

95 De outra forma Durante o curso superior 2,5% 12,7% 97,5% 87,3% Acções de formação ligadas ao Trabalho Autoformação 44,3% 63,3% 55,7% 36,7% 3,8% 96,2% Ainda não se fez Sim Não Fonte: Dados da pesquisa No que concerne à capacidade de trabalhar com a tecnologia, os dados da tabela 7 indicam que menos da metade (48,8%) dos formandos inquiridos afirmaram que sabem lidar muito com o computador, 56,2 responderam Conheço alguma coisa de computador e internet, todos têm familiaridade com o computador e 1,2% não se sente à vontade em navegar na rede. Tabela 7 Capacidade de trabalhar com a tecnologia Variável Sim Não Sei lidar muito bem com o computador 48,8% 51,2% Conheço alguma coisa de computador e internet 56,2% 43,8% Não tenho familiaridade com o computador 100,0% Não me sinto à vontade em navegar na rede 1,2% 98,8% Fonte: Dados da pesquisa Quanto à pergunta Você possui computador em casa?, todos os inquiridos responderam que possuem computador em casa. Apesar de 51,2% dos inquiridos terem dito que não sabem lidar muito bem com o computador (tabela 7), sabe-se, por outro lado, que todos os formandos da formação superior à distância detêm de condições mínimas em casa para ultrapassarem o problema de uma melhor utilização do computador. 95

96 Como se pode ver na tabela 8, cerca de 9% dos inquiridos usam, em média, até uma hora de utilização da internet por dia enquanto cerca de 39% usam mais de 6 hora por dia de internet. Neste contexto, estes dados mostram que à medida que aumenta o tempo de utilização da internet por dia também aumenta progressivamente a percentagem de formandos utilizadores da internet. Considerando a larga gama de benefícios provenientes da utilização da internet para qualquer área ou sector de actividade, é líquido que a percentagem de formandos que utilizam a internet por dia indicada na tabela 8 é ainda fraca (menos de 40%). Tabela 8 Tempo médio de utilização de Internet por dia Tempo de utilização Sim Não Até 1 hora/dia 8,75% 91,25% De 1 a 3 hora/dia 11,25% 88,75% De 3 a 6 hora/dia 36,25% 63,75% Mais de 6 hora/dia 38,75% 61,25% Fonte: Dados da pesquisa O gráfico 5 ilustra os dados sobre os motivos da utilização da internet na opinião dos inquiridos. Gráfico 5 - Motivos de utilização de internet 96

97 Fonte: Dados da pesquisa Segundo os dados apresentados no gráfico 5, o trabalho (81,2%) e os estudos (71,2%) surgem como os motivos de utilização de internet mais referidos pelos formandos inquiridos, o que significa que a internet é utilizada para os fins profissionais e académicos. A utilização da internet para a diversão e para a realização de compras foram indicadas por 23,8% e 8,8%, respectivamente. Outras finalidades (pesquisas e informação) correspondem a 3,8%. Comparando os resultados sobre os motivos de utilização de internet segundo o sexo dos inquiridos, nota-se no gráfico 6 uma ligeira superioridade em termos percentuais dos inquiridos do sexo masculino no principal motivo (trabalho). Esta situação inverte-se nos outros motivos, sobretudo nos estudos (78,8% de respostas das mulheres contra 57,1% nos homens). 97

98 Gráfico 6 - Motivos de utilização de internet segundo o sexo dos inquiridos 90,0% 80,0% 80,8% 82,1% 78,8% 70,0% 60,0% 57,1% Feminino Masculino 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 30,8% 10,7% 11,5% 3,6% 3,8% 3,6% Trabalho Estudos Diversão Compras Outro Fonte: Dados da pesquisa A tabela 9 apresenta as respostas dos inquiridos sobre a comunicação. Tabela 9 Comunicação por Comunicação Sim Não Com os colegas de trabalho 85,0% 15,0% Com os colegas de estudos 33,8% 66,2% Com a Universidade 43,8% 56,2% Outros 25,0% 75,0% Fonte: Dados da pesquisa Observando a tabela 9, depara-se que 85,0% dos formandos inquiridos responderam que comunicam com os colegas de trabalho, 43,8% com a Universidade, 33,8% com colegas dos estudos e 25,0% para outros fins (familiares, clientes, etc). Destes dados, conclui-se que a razão profissional constitui o principal destino de comunicação por dos inquiridos. Relativamente aos recursos informáticos de uso corrente, o correio electrónico foi referido pela totalidade dos formandos inquiridos, tabela 10. Os recursos informáticos de uso corrente menos referidos pelos inquiridos correspondem ao Chat e ao Skype, com iguais percentagens (33,8%). 98

99 Tabela 10 Recursos informáticos de uso corrente Comunicação Sim Não Chat 33,8% 66,2% Skype 33,8% 66,2% Correio electrónico 100,0% ---- Fonte: Dados da pesquisa Alguns inquiridos disseram que utilizam as plataformas on-line designadamente o moodle e a rede social (sobretudo o facebook) Motivos da escolha do ensino a distância Pretendeu-se neste trabalho saber quais os principais motivos que levam os formandos a procurarem o ensino à distância. Os dados indicados na tabela 11 revelam que mais da metade dos inquiridos responderam que procuram o ensino à distância por razões que se prendem principalmente com a capacitação no trabalho (56,3%) e com a ampliação dos conhecimentos gerais (52,5%). Um quinto dos inquiridos apresentam a formação básica como motivo dessa procura. Apenas 7,5% dos inquiridos justificaram com outros motivos nomeadamente flexibilidade com o trabalho, melhoria da performance, progressão na carreira e qualificação profissional. Tabela 11 Principal motivo da procura do ensino à distância Motivos da procura Sim Não Capacitação no trabalho 56,3% 43,7% Ampliar conhecimentos gerais 52,5% 47,5% Formação básica 20,0% 80,0% Outros 7,5% 92,5% Fonte: Dados da pesquisa Incidindo ainda sobre os motivos da escolha do ensino à distância, foram apresentadas três dimensões específicas de respostas que podem estar relacionadas com os aspectos que mais influenciem as decisões dos formandos inquiridos. Os resultados do gráfico 7 indicam que 77,2% dos inquiridos fundamentam a escolha pelo Ensino à Distância pela possibilidade de estudar nos horários de acordo com a disponibilidade deles. Outros dois motivos perfazem 99

100 22,8% das respostas, sendo que 12,7% relacionadas com os preços mais baratos do Ensino à Distância e 10,1% com a falta de tempo para frequentar a escolar num sistema regular. Gráfico 7 - Motivos que condiz com a realidade do Ensino à Distância Possibilidade de estudar nos horários de acordo com a minha disponibilidade 77,2% Falta de tempo para frequentar uma escola regular 10,1% Preços mais baratos do Ensino à Distância 12,7% Fonte: Dados da pesquisa De acordo com os dados da tabela 12, dois terços dos inquiridos afirmaram que acedem diariamente ao portal da instituição e cerca de um terço responderam não. Entretanto, vendo e cruzando pelas variáveis de caracterização dos inquiridos, constata-se que há mais mulheres (72,5%) inquiridas que dizem ter acedido diariamente ao portal da instituição do que os homens (57,1%). Por idade, os inquiridos mais novos (90,0% de 26 a 30 anos) afirmaram ter acedido diariamente ao referido portal do que os outros grupos etários (56,8% de 31 a 40 anos, 66,7% de 41 a 45 anos e 75,0% mais de 45 anos). Por estado civil, os inquiridos casados (48,1%) apresentam menor percentagem viúvos inquiridos quando comparados com outros (100,0% dos viúvos, 79,1% dos solteiros e 62,5% dos divorciados). Em relação à instituição de formação, 62,8% dos inquiridos da Universidade Aberta dizem ter acedido diariamente ao portal enquanto noutra instituição esta percentagem ronda os 88%. Tabela 12 Acesso diário ao portal da instituição Opinião Variável Sim Não Sexo Feminino 72,5% 27,5% 100

101 Masculino 57,1% 42,9% De 26 a 30 90,0% 10,0% Idade De 31 a 40 56,8% 43,2% De 41 a 45 66,7% 33,3% Mais de 45 75,0% 25,0% Solteiro(a) 79,1% 20,9% Estado civil Casado(a) 48,1% 51,9% Divorciado(a) 62,5% 37,5% Viúvo(a) 100,0% Instituição de formação Universidade Aberta 64,8% 35,2% Outra 87,5% 12,5% Total 67,1% 32,9% Fonte: Dados da pesquisa No que tange às formas de participação na aprendizagem no sistema de ensino à distância, cerca de dois terços dos formandos inquiridos consideram que é individual, 76,3% responderam em grupos de trabalho e 7,5% utilizando outras formas de aprendizagem. Esta última inclui fóruns com docentes e alunos, sessões de apoio aos estudantes, colaboração dos colegas e videoconferências. Tabela 13 Forma de participação na aprendizagem no sistema de ensino à distância Formas de aprendizagem Sim Não Individual 67,5% 32,5% Em grupos de trabalho 76,3% 23,8% Outras 7,5% 92,5% Fonte: Dados da pesquisa Os dados da tabela 14 revelam que 70,9% dos inquiridos afirmaram que participam em fóruns de discussão e actividades extras promovidas pela instituição e 29,1% responderam que não. Por outro lado, dois terços dos inquiridos disseram que efectuam contactos com os tutores e orientadores, 2,5% disseram que não e 30,4% só o faz quando for necessário. Cerca de 88,3% dos inquiridos declararam que utilizam outros materiais de pesquisa que não sejam os indicados e disponibilizados pelo curso e 11,7% responderam que não. Entre esses materiais também utilizados, salientam-se os documentos extraídos da internet, dos jornais e documentos bibliográficos de outros autores 101

102 Tabela 14 Participação em fóruns, contactos com os tutores e utilização de pesquisas Formas de aprendizagem Sim Não Só quando necessário Participação em fóruns de discussão e actividade extras promovidas pela instituição 70,9% 29,1% Realização de contactos com os tutores e orientadores das disciplinas 67,1% 2,5% 30,4 Utilização de outros materiais de pesquisa a não ser o material disponibilidade pelo curso. 88,3% 11,7% Fonte: Dados da pesquisa Percepção dos formandos sobre o ensino a distância Foram questionados aos formandos sobre a avaliação ou importância que atribuem ao sistema de ensino a distância. Com excepção de um formando que não respondeu esta pergunta, todos os outros inquiridos consideram que o sistema de ensino à distância é muito importante. De seguida, pretendeu-se saber se ao frequentar o curso a distância o estudante sente algum tipo de receio de reconhecimento do diploma no final do curso. Os dados do gráfico 8 revelam que 88,7% dos inquiridos afirmaram que não sentem algum receio de reconhecimento do diploma no final do curso enquanto 11,3% dos inquiridos têm opinião contrária (10,0% responderam sim e 1,3% talvez), ou seja, estes sentem algum receio do reconhecimento do seu diploma. Na opinião dos inquiridos que sentem tal receio, a principal razão desse receio têm a ver com alguma descrença por parte das pessoas/sociedade sobre o ensino à distância. 102

103 Gráfico 8 - Opinião sobre o receio do reconhecimento do diploma Talvez 1,3% Sim 10,0% Não 88,7% Fonte: Dados da pesquisa As principais dificuldades encontradas pelos inquiridos no funcionamento do ensino a distância estão resumidas no gráfico 10. Gráfico 9 - Dificuldades encontradas no ensino à distância Demora e falta de interacção com os tutores/professores Problemas de internet e de download na plataforma moodle 26,4% 36,8% Desmotivação e descrédito da formação Deficiente comunicação com a Universidade Tempo e dificuldades de organização de grupos de estudo Cortes de energia 10,5% 10,5% 8,8% 7,0% Fonte: Dados pesquisa Como se pode observar no gráfico 9, 36,8% dos inquiridos consideram que a demora e falta de interacção com os tutores/professores constituem o principal constrangimento encontrado. Surge de seguida os problemas relacionados com a internet e com o download dos documentos que são colocadas na plataforma moodle com 26,4% das respostas. Estes dois 103

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