ESPÉCIES FLORESTAIS COMERCIALIZADAS PELO ESTADO DE MATO GROSSO
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- Luiza Abreu Galvão
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1 ESPÉCIES FLORESTAIS COMERCIALIZADAS PELO ESTADO DE MATO GROSSO Edilene Silva Ribeiro 1 Roberto Antônio Ticle Melo de Souza 2 Marcella Hermida de Paula 3 Robert Rossi Silva de Mesquita 3 Elton Lopes Moreira 4 Hugo Fazion 4 RESUMO: Este trabalho teve como objetivo identificar as espécies florestais madeireiras comercializadas por Mato Grosso no período de 2004 a Os dados foram coletados no posto de fiscalização do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA/ MT), no distrito industrial do município de Cuiabá. Por meio da nota fiscal e da guia florestal, foram identificadas as famílias, gêneros e espécies comercializadas. As famílias mais representativas foram a Fabaceae com 25 gêneros seguidas da Mimosaceae e Moraceae com sete gêneros cada uma e Meliaceae e Sapotaceae com cinco gêneros cada. A espécie mais comercializada com mais de de m³ foi Qualea sp. Palavras-chave: Comércio florestal; Madeira serrada, Fiscalização, Essências florestais. FOREST SPECIES COMMERCIALLY BY MATO GROSSO STATE ABSTRACT: This study aimed to identify the timber forest species marketed by Mato Grosso from 2004 to The data were collected at the checkpoint of the Agricultural Protection Agency of the State of Mato Grosso (INDEA / MT), in the industrial district the city of Cuiabá. Through the invoice and forest guide, families, genera and species traded were identified. The most representative families were Fabaceae with 25 followed genres of Mimosaceae and Moraceae with seven genera each and Meliaceae and Sapotaceae with five genera each. The most traded species with over 1,000,000 m³ was Qualea sp. Keywords: forest trade; Lumber, Inspection, essences forestry. 1 Professora do Departamento de Agronomia, Instituto Federal de Mato Grosso, Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, Brasil. Doutoranda em Ciências Florestais, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, Distrito Federal, Brasília, Brasil. Edilene.ribeiro@cnp.ifmt.edu.br. 2 Dr. Professor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. ratms@terra.com.br. 3 Mestre em Ciências Florestais, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, Distrito Federal, Brasília, Brasil. marcellahermida@hotmail.com, robertflorestal@gmail.com. 4 Graduação em Engenharia Florestal, do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. eltonlopes@florestal.eng.br, hugofazion@gmail.com. Biodiversidade - V.15, N2, pág. 2
2 INTRODUÇÃO A Amazônia Brasileira passou a ser chamada de Amazônia Legal em 06 de janeiro de 1953 com a criação da lei 1.806, devido à necessidade do governo de planejar e promover o desenvolvimento da região. Os Estados que compõe a Amazônia Legal são: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão (Brasil, 2013). Em 2009 na Amazônia Legal, dos 71 pólos madeireiros foram extraídos aproximadamente 14,2 milhões de metros cúbicos em tora, gerando 5,8 milhões de metros cúbicos de madeira processada, sendo o rendimento médio do processamento de 41%. Os Estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia foram os maiores produtores, respondendo por 91% da produção total. A estimativa da receita bruta gerada pela indústria madeireira da Amazônia Legal nesse ano foi de cerca de US$2,5 bilhões (Pereira et al., 2010). Os principais produtos exportados foram a madeira beneficiada que correspondeu a 47% do valor exportado em 2009, seguida da madeira serrada (40%) e das chapas de compensado e laminados (7%) (Fatos florestais da Amazônia, 2010). A floresta Amazônica apresenta uma grande diversidade de espécies arbóreas, potenciais para a produção de madeira. Logo, ha um considerável interesse em promover a sustentabilidade da produção de madeira como uma estratégia para a conservação e a manutenção da produção de madeira serrada (Schongart, 2008). As espécies florestais de Mato Grosso são pouco conhecidas, as primeiras explorações botânicas realizadas são discutidas em Sampaio (1916) e Ackerly et al., (1989) citados por Ivanauskas et al. (2004). Revisões mais atuais foram realizadas a partir de 1992 com o plano de zoneamento do Estado (Mato Grosso, 1999), objetivando mapear a cobertura vegetal, bem como a localização dos principais pontos de levantamentos florísticos e inventários florestais já realizados. Este trabalho teve como objetivo identificar as espécies florestais madeireiras comercializadas por Mato Grosso no período de 2004 a MATERIAIS E MÉTODOS O levantamento das espécies comercializadas via modal rodoviário foi realizado no Estado de Mato Grosso no período de 2004 a O Estado tem uma extensão territorial de ,89 km², situado entre os paralelos e latitude Sul e os Biodiversidade - V.15, N2, pág. 3
3 meridianos e a Oeste de Greenwich, ocupando uma área equivalente a 10,30% do território brasileiro. Genericamente, a superfície do Estado é dividida por três áreas distintas, segundo o tipo de vegetação: Pantanal, ocupando aproximadamente 10% da área territorial; Cerrado, com aproximadamente 40%, e Floresta Amazônica, que cobre cerca de 50% do território estadual (Ribeiro Junior, 2003). Possui 141 municípios distribuídos em cinco mesorregiões, 22 microrregiões e 12 Regiões de Planejamento (RP) (Figura 1) (Seplan, 2010). Figura 1 Regiões de Planejamento (RP) do Estado de Mato Grosso, propostas pela SEPLAN-MT. Fonte: Mato Grosso (2010). A metodologia adotada é semelhante à utilizada por Sampaio e Mazzochin (2010), que consistiu em análise de informações de autores e leitura de documentos específicos, como relatórios, anuários estatísticos e informações fornecidas pelos institutos e órgãos oficiais do setor de base florestal IBGE, ABRAF, ABIMCI, INDEA, SEMA, SEFAZ. Os dados foram levantados no posto de fiscalização do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso INDEA-MT, no distrito industrial de Cuiabá. Os referidos são provenientes daqueles coletados pelos fiscais durante todos os dias da semana, Biodiversidade - V.15, N2, pág. 4
4 24 horas por dia sem exceção, sendo que todos os caminhões que passaram pelo posto, no período de 2004 a 2010, transportando madeira, foram vistoriados. Os dados coletados foram computados em tabelas de acordo com os municípios de origem das espécies. As cargas de madeira foram submetidas à rigorosa fiscalização na documentação, na nota fiscal do produtor de madeira (NF) e na guia florestal (GF3) emitida pela secretaria de meio ambiente (SEMA). O volume transportado foi vistoriado em metros cúbicos, houve a medição da carga e a identificação das espécies, para avaliar a compatibilidade entre a carga e a respectiva nota fiscal. Para identificação das espécies, os fiscais retiraram amostras das madeiras da carga do caminhão e com auxílio de lupa, identificaram macroscopicamente as espécies transportadas. Uma vez verificada a conformidade das informações declaradas com a carga transportada, o instituto de defesa agropecuária (INDEA) emite o certificado de identificação da madeira (CIM). Por meio da nota fiscal (NF), da guia florestal (GF3) e da fiscalização dos técnicos do INDEA, foram identificadas as espécies comercializadas, bem como suas respectivas famílias botânicas. Através da GF1, guia florestal emitida pela Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), foram identificadas todas as espécies comercializadas pelo Estado de Mato Grosso e por meio da portaria número 106/2012 emitida pela Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso, obteve-se a lista de preços mínimos para os produtos oriundos da indústria florestal e extrativa vegetal. Obtiveram-se os valores mínimos utilizados para a venda da madeira serrada em metros cúbicos para o mercado de Cuiabá-MT, comercializados no período avaliado. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em Mato Grosso no período de 2004 a 2010 foram comercializadas 411 espécies florestais, distribuídas em 97 gêneros e 34 famílias botânicas. As famílias mais representativas foram a Fabaceae com 25 gêneros seguidas da Mimosaceae e Moraceae com sete gêneros cada uma e as Meliaceae e Sapotaceae com cinco gêneros cada (Figura 2). Biodiversidade - V.15, N2, pág. 5
5 A família Fabaceae foi a mais expressiva com 25 gêneros e 116 espécies. Os gêneros com os respectivos maiores números de espécies foram: Andira e Hymenolobium (11), Hymenaea e Peltogyne (9), Copaifera (8), Dipteryx (7) e Bowdichia, Inga e Vatairea (6). No Brasil, a família Fabaceae tem uma distribuição abundante, apresentando mais espécies distribuídos em cerca de 200 gêneros (Lorenzi & Souza, 2005), em estudos realizados no Cerrado, a família Fabaceae tem sido a mais diversa (Filgueiras & Pereira, 1993.; Mantovani & Martins, 1993.; Medeiros et al., 2008), entretanto outras famílias como Rubiaceae e Myrtaceae também já foram mensionadas nesta posição. Bentes-Gama et al., (2002), avaliando estrutura e valoração de uma floresta de várzea alta na Amazônia, registraram indivíduos, distribuídos em 34 famílias botânicas, 65 gêneros e 78 espécies. Fabaceae com sete indivíduos, Caesalpiniaceae, Chrysobalanaceae, Mimosaceae e Palmae com cinco indivíduos (cada), foram as que expressaram maior riqueza de indivíduos. As leguminosas se sobressaem como a família mais importante (17 espécies), da mesma forma verificada em Campbell et al., (1986). Biodiversidade - V.15, N2, pág. 6
6 Figura 2 - Distribuição das famílias botânicas, segundo o gênero referente à madeira de espécies florestais naturais comercializadas no Estado de Mato Grosso no período de 2004 a Biodiversidade - V.15, N2, pág. 7
7 Figura 3 - Distribuição das famílias botânicas, segundo a espécie referente à madeira de espécies florestais naturais comercializadas no Estado de Mato Grosso no período de 2004 a Biodiversidade - V.15, N2, pág. 8
8 De acordo com Figura 3 a família Fabaceae apresenta também o maior número de indivíduos (116), seguida das Moraceae (36), Mimosaceae (23), Sapotaceae e Apocynaceae (21) e Bignoniaceae (18). Estudos realizados por Leitão Filho, (1987) na Floresta Amazônica confirmam que algumas famílias como Sapotaceae, Lecythidaceae, Moraceae, Chrysobalanaceae, Burseraceae, Mimosaceae, Apocynaceae, Annonaceae, Lauraceae e Fabaceae, são muito frequentes e, no geral, revelam um maior número de indivíduos e espécies. Em estudos voltados à etnobotânica e ribeirinhos na Amazônia Sul Ocidental identificou-se um total de 54 espécies florestais, sendo ordenadas em 27 famílias botânicas, com destaque a família Solanaceae, Lamiaceae, Arecaceae, Asteraceae, Cucurbitaceae e Fabaceae. Das 54 espécies 35 são utilizadas como alimentícias, principalmente as famílias: Alliaceae, Brassicaceae, Fabaceae e Solanaceae (Martins & Martins, 2012). Já Rondon Neto et al., (2010), avaliando a composição florística de diferentes fisionomias do cerrado no município de Lucas do Rio Verde-MT (área de Transição), mostraram que as famílias com maior diversidade, respondendo por 36,5% do total das espécies identificadas foram as Fabaceae, Annonaceae, Myrtaceae, Rubiaceae e Melastomataceae. Corroborando com o estudo, Almeida et al., (2012) procedendo um levantamento de espécies arbóreas em floresta de terra firme manejada no estado do Pará, encontrou a família Fabaceae com o maior número de espécies (45), seguida por Sapotaceae (13), Lecythidaceae (11), Moraceae (11), Apocynaceae (8), Lauraceae (8), Burseraceae (6), Myrtaceae (6), Annonaceae (5) e Meliaceae (5). Estudos realizados por Ribeiro et al., (1999), Maciel et al., (2000), Yared et al., (2000) e Lima Filho et al., (2001), consideram que poucas famílias botânicas configuram o maior número de indivíduos em florestas de terra firme na Amazônia. As 10 espécies em ordem decrescente mais comercializadas pelo Estado de Mato Grosso no período de 2004 a 2010 em termos de volume foram Qualea sp, (Cambará), Goupia glabra (Cupiúba), Erisma uncinatum (Cedrinho), Mezilaurus itauba (Itaúba), Hymenolobium sp (Angelim), Apuleia sp (Garapeira), Manilkara sp (Maçaranduba), Cordia goeldiana (Freijó), Dipteryx sp (Cumbarú), Trattinickia sp (Amescla), sendo que estas respondem por 88% do total comercializado (Figura 4). Em relação às etnocategorias de usos encontramos em estudos realizados por Novais et al., (2011), que o cumbarú além do uso madeireiro também é utilizado por comunidades ribeirinhas em Cáceres-MT como uso medicinal e na alimentação. Schwenk e Biodiversidade - V.15, N2, pág. 9
9 Silva (2000), relatam a utilização do fruto do cumbarú para alimentação (humana, bovina e suína), bem como o uso medicinal (inflamação na garganta em forma de gargarejo usando a casca e feridas em forma de pó da casca torrada). A cupiúba possui diversos usos: cosmético, o chá das folhas maceradas é utilizado como tintura para cabelos. Alimento, (Indios Ka apor e Wayãpi) e o óleo extraído também são comestíveis. Ornamental, indicada para arborização em geral. Medicinal, para infecções nos olhos o suco das folhas maceradas é utilizado, e quando aplicado na pele tem efeito cicatrizante, e o chá da casca é utilizado para tratamento de coluna e como analgésico (Itto, 1999). Os gêneros Vochysia e Qualea, se destacam com importantes espécies fontes de madeira, de medicamentos e corante (Di Stasi e Hiruma-Lima, 2002). A espécie Garapeira é utilizada na indústria madeireira e de curtume, possui indicações de uso medicinal, ornamental e em plantios para recuperação ambiental. O gênero Cordia, além do uso madeireiro (cabos de ferramentas em geral, móveis, canoa, construção de casa, etc), pela comunidade mimosiana em Mato Grosso, também se caracteriza pela utilização medicinal combatendo febre, dores estomacais e vesícula (Schwenk & Silva, 2000). Figura 4 - Espécies florestais comercializadas pelo Estado de Mato Grosso em termos de percentual do volume total no período de 2004 a 2010 Biodiversidade - V.15, N2, pág. 10
10 Segundo Robert et al., (2012), em estudo sobre a caracterização do abastecimento de madeira serrada comercializada em Florianópolis-SC, tem-se como fornecedores de madeira as regiões Centro-Oeste e Norte do país (PA, MT, RO e AC). As espécies nativas de madeira serrada que suprem o mercado são Andira sp.; Dinizia sp.; Vatairea sp.; Pithecellobium sp.; Hymenolobium sp. (angelim), Hymenolobium sp.; (angelim-pedra), Vochysia sp. Qualea sp. (cambara), Cedrelinga catenaeformis D. Ducke. (cedrão), Erisma uncinatum Warm. (cedrinho) Parkia sp. (faveiro), Apuleia sp. (garapeira), Tabebuia sp. (ipê), Mesilaurus itauba (Meissn). (itaúba), Hymenaea courbaril L. (jatobá). O autor concluiu, ainda, que Mato Grosso foi o maior fornecedor de madeira serrada de mata nativa para Florianópolis-SC (36%), seguido de Pará, Rondônia e Acre, e que as principais espécies nativas comercializadas foram Angelim e Cambará. Neste sentido, Coelho (2010), analisando o segmento madeira serrada na região sul do Estado do Rio Grande do Sul-RS, obteve como abastecedores de madeira serrada de espécies de florestas naturais, os Estados de Mato Grosso, Acre, Amazonas e Rondônia. Segundo o relatório DOF (Documento de Origem Florestal), desenvolvido pelo IBAMA (2008), estes estados forneceram juntos um total de ,1742 m³ de madeira serrada para todo o Estado do Rio Grande do Sul no ano de As espécies mais comercializadas foram: Hymenolobium petraeum Ducke (angelim), Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. (ipê), Erisma uncinatum Warm (cedrinho), Cedrela odorata L. Wood (cedro), Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez. (itaúba), Cordia goeldiana Huber (freijó), Torresea acreana Ducke (cerejeira). As doze espécies mais comercializadas por Mato Grosso (cambará, cupiúba, itaúba, cedrinho, angelim, maçaranduba, garapeira, freijó, cumbaru, marupá, cedrorana e amapá) somaram um total de R$ R$ ,78, enquanto as demais juntas responderam por R$ ,46 (Figura 5). Em pesquisa realizada por Lopes (2010), analisando a produção madeireira em toras do Estado de Mato Grosso no período de fev/2006 à out/2010 obteve em seus resultados para as 12 espécies mais comercializadas um valor total de R$ ,00. Remade (2001), afirma que o potencial de produção madeireira chega a atingir 400 milhões metros cúbicos, sendo Mato Grosso o maior em espécies comercializáveis do Brasil, ou seja, das cerca de 200 espécies, apenas 15% são exploradas comercialmente. De acordo com os dados da SEMA em 2009, para o período de 03/02/2006 a 02/09/2009, o volume de venda de madeira serrada foi de R$ 3,2 bilhões de reais, sendo exportações (22,5%), outros estados (60,7%), além de (16,6%) direcionados ao consumo Biodiversidade - V.15, N2, pág. 11
11 interno. As principais essências florestais comercializadas foram cedrinho (12,6%), ipê (9,7%), jatobá (8,2%), itaúba (5,6%) e outras (garapeira, cambará, amescla, angelim-pedra, tauarí e outras) (Aro, 2011). O Estado de Mato Grosso no período de sete anos comercializou um total de ,468m³ e obteve uma receita mínima de R$ ,00 (Tabela 1). Biodiversidade - V.15, N2, pág. 12
12 Figura 5 - As doze espécies de maior valor comercializadas pelo Estado de Mato Grosso via modal rodoviário no período de 2004 a Biodiversidade - V.15, N2, pág. 13
13 Tabela 1 - Espécies, volume e valores comercializados pelo Estado de Mato Grosso de 2004 a 2010 Espécies Volume (m³) Preço R$/m³ Valor Total R$ % Qualea sp , ,36 19,18 Goupia glabra , ,88 16,38% Mezilaurus itauba , ,18 13,75% Erisma uncinatum , ,22 13,72% Hymenolobium sp , ,13 5,83% Manilkara sp , ,67 5,73% Apuleia sp , ,21 5,20% Cordia goeldiana , ,86 5,00% Dipteryx sp , ,56 2,76% Simarouba amara , ,45 1,37% Cedrelinga catenaeformis , ,24 1,35% Bagassa guianensis , ,02 1,08% Couratari sp , ,76 0,87% Ocotea sp , ,08 0,85% Hymenaea sp , ,66 0,83% Dinizia excelsa , ,48 0,62% Tabebuia sp , ,51 0,53% Trattinickia sp , ,54 0,52% Torresea acreana , ,14 0,51% Aspidosperma sp , ,54 0,36% Peltogyne sp , ,35 0,35% Pouteria sp , ,63 0,32% Astronium sp , ,62 0,29% Cariniana sp , ,16 0,26% Cedrela sp , ,56 0,23% Bowdichia sp , ,08 0,22% Vatairea sp , ,25 0,19% Vochysia sp , ,72 0,17% Micropholis sp , ,88 0,13% Enterolobium contortisiliquum , ,72 0,11% Aspidosperma polyneuron 7.323, ,79 0,11% Biodiversidade - V.15, N2, pág. 14
14 Myroxylon balsamum 4.404, ,43 0,10% Pithecellobium sp 6.305, ,84 0,09% Guarea sp 9.322, ,04 0,09% Ferreirea spectabilis 5.490, ,40 0,08% Calophyllum sp 5.401, ,17 0,08% Clarisia racemosa 5.297, ,21 0,07% Diplotropis sp 4.846, ,57 0,07% Protium sp 7.041, ,16 0,07% Parkia sp , ,00 0,05% Chrysophyllum sp 2.926, ,96 0,04% Enterolobium sp 2.385, ,97 0,03% Sterculia sp 5.605, ,26 0,03% Schizolobium sp 5.297, ,58 0,03% Martiodendron sp 1.900, ,34 0,03% Jacaranda copaia 5.003, ,27 0,03% Chlorophora tinctoria 1.828, ,40 0,03% Caryocar sp 2.658, ,96 0,03% Buchenavia sp 2.047, ,72 0,02% Moronobea sp 1.291, ,27 0,02% Copaifera sp 1.154, ,34 0,02% Ceiba sp 2.541, ,41 0,01% Cabralea sp 1.230, ,20 0,01% Couma sp 2.119, ,12 0,01% Sclerolobium sp 1.063, ,88 0,01% Machaerium scleroxylon 302, ,75 0,01% Planchonella 663, ,45 0,01% Erisma sp 610, ,34 0,01% Guatteria sp 559, ,21 0,01% Hevea brasiliensis 1.491, ,47 0,01% Ficus sp 1.467, ,06 0,01% Brosimum sp 516, ,72 0,01% Platymiscium sp 516, ,88 0,01% Anacardium sp 1.320, ,36 0,01% Biodiversidade - V.15, N2, pág. 15
15 Pterodon pubescens 674, ,12 0,01% Tectona grandis 257, ,10 0,01% Castilla sp 961, ,04 0,01% Byrsonima sp 355, ,45 0,01% Bombax sp 861, ,31 0,00% Vantanea sp 319, ,10 0,00% Piptadenia sp 272, ,89 0,00% Sacoglottis sp 178, ,04 0,00% Apeiba sp 141, ,49 0,00% Trichilia sp 186, ,12 0,00% Ochroma sp 118, ,52 0,00% Xylopia sp 96, ,12 0,00% Humiria sp 91, ,31 0,00% Dialium sp 124, ,08 0,00% Psidium sp 84, ,52 0,00% Myracrodruon urundeuva 47, ,25 0,00% Swietenia macrophylla 41, ,75 0,00% Cordia gerascanthus 20, ,75 0,00% Inga sp 116, ,20 0,00% Pterocarpus sp 41, ,26 0,00% Ormosia sp 37, ,57 0,00% Theobroma sp 92, ,02 0,00% Euplassa sp 32, ,74 0,00% Alexa sp 84, ,55 0,00% Iryanthera sp 30, ,01 0,00% Esenbeckia sp 70, ,12 0,00% Pseudolmedia sp 20, ,77 0,00% Didymopanax sp 34, ,84 0,00% Hieronyma sp 11, ,41 0,00% Tapirira sp 11, ,84 0,00% Casearia sp ,00 0,00% Laetia procera 10, ,30 0,00% Lonchocarpus sp 15, ,24 0,00% Biodiversidade - V.15, N2, pág. 16
16 Nectandra sp 4, ,33 0,00% Talisia sp 0, ,62 0,00% Calycophyllum sp 0, ,76 0,00% Andira sp 0, ,02 0,00% Capirona sp 0, ,74 0,00% Total , ,24 100,00% Fonte: INDEA-MT ( ) e SEFAZ-MT (2012) CONCLUSÕES O Estado de Mato Grosso comercializou no período considerado, 411 espécies florestais, totalizando ,48m³ de madeira serrada e gerando uma receita de R$ ,24, o que demostra uma grande diversidade de espécies na região de abrangência do estudo. As espécies com maior volume comercializados são Qualea sp, (cambará), Goupia glabra (cupiúba), Erisma uncinatum (cedrinho), Mezilaurus itauba (itaúba), Hymenolobium sp (angelim), Apuleia sp (garapeira), Manilkara sp (maçaranduba), Cordia goeldiana (freijó), Dipteryx sp (cumbarú), Trattinickia sp (amescla), correspondendo a 88% do total comercializado. As espécies com maior valor de receita em ordem decrescente são Qualea sp (Cambará) com R$ ,36, Goupia glabra (Cupiúba) com R$ ,88, Mezilaurus itauba (Itaúba) com R$ ,18, e Erisma uncinatum (Cedrinho) com R$ ,22, perfazendo um valor total de R$ , ou seja, das 411 espécies florestais comercializadas somente 4 espécies são responsáveis por 63,04% da receita obtida pelos produtores. O que demonstra que, não obstante a diversidade de espécies, a exploração de um número reduzido de espécies é mais aceita pelo mercado madeireiro. Biodiversidade - V.15, N2, pág. 17
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