MADEIRAS DO ESTADO DE MATO GROSSO: IDENTIFICAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais MADEIRAS DO ESTADO DE MATO GROSSO: IDENTIFICAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO LEONARDO ANTÔNIO MORAES ZAQUE CUIABÁ-MT 2018

2 LEONARDO ANTÔNIO MORAES ZAQUE MADEIRAS DO ESTADO DE MATO GROSSO: IDENTIFICAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO Orientador: Prof. Dr. Rafael Rodolfo de Melo Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais para obtenção do título de mestre. Cuiabá-MT 2018

3 Dados Internacionais de Catalogação na Fonte. M827m Zaque, Leonardo Antônio Moraes. Madeiras do estado de Mato Grosso: identificação, comercialização e utilização / Leonardo Antônio Moraes Zaque xiv, 135 f. : il. color. ; 30 cm. Orientador: Rafael Rodolfo de Melo. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, Cuiabá, Inclui bibliografia. Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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5 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus e a minha família.

6 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta trajetória. À minha mãe, irmão e toda minha família que com muito carinho e apoio não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida, especialmente ao meu pai, Francisco Zaque, pelas valiosas contribuições concedidas a este trabalho e por emprestar um pouco de sua ampla experiência na identificação de madeira. Ao professor Dr. Rafael Rodolfo de Melo, pela orientação, suporte e ensinamentos prestados durante a realização deste trabalho. Aos professores Dr. Aylson Oliveira, Drª. Bárbara Pereira, Drª. Zaíra de Mendoza, Drª Edila Cristina de Souza, Dr. Diego Stangerlin por auxiliarem na realização deste trabalho. Ao professor Dr. Carlos Roberto Sette Junior por ter aceitado o convite de membro da banca examinadora. À coordenação do PPGCFA e ao professor Dr. Diego Tyszka que sempre ajudaram quando necessário. À professora Drª. Adelina Ferreira por auxiliar na captura das imagens macroscópicas. À CAPES e á UFMT pela disponibilidade de recursos financeiros e estrutura para o desenvolvimento deste trabalho. Ao Laboratório de Tecnologia de Madeira do INDEA-MT que contribuiu para a realização deste trabalho, especialmente ao Engenheiro Florestal Luiz Armando Ferreira de Moraes pela prestatividade e auxílio nas coletas das amostras de madeiras. Aos amigos e colegas pelo apoio e incentivo, especialmente a Danielly da Silva, Mayra Ferreira, André Ferreira, Júlia da Silveira, Fernanda Leonardo, Clebson Cerqueira, Laércio Serenine Junior e Andressa Baufleur.

7 SUMÁRIO RESUMO... xiii ABSTRACT... xiv 1. INTRODUÇÃO OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS REVISÃO BIBLIOGRÁFICA COMERCIALIZAÇÃO DE MADEIRAS TROPICAIS IDENTIFICAÇÃO DE MADEIRAS IDENTIFICAÇÃO MACROSCÓPICA CARACTERIZAÇÃO COLORIMÉTRICA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO I DIAGNOSTICO DA COMERCIALIZAÇÃO DE MADEIRA SERRADA NO ESTADO DE MATO GROSSO RESUMO CHAPTER I DIAGNOSIS OF THE COMMERCIALIZATION OF SAWN TIMBER IN THE STATE OF MATO GROSSO ABSTRACT INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS ÁREA DE ESTUDO COLETA DE DADOS ANÁLISE DOS DADOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DIAGNÓSTICO DA COMERCIALIZAÇÃO PRODUTOS MADEIREIROS GERADOS USOS MADEIREIROS DAS ESPÉCIES CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO II DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DAS PRINCIPAIS MADEIRAS COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO RESUMO CHAPTER II MACROSCOPIC DESCRIPTION OF THE MAIN WOODS MARKETED IN THE STATE OF MATO GROSSO ABSTRACT INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS... 60

8 2.1. LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES MADEIREIRAS AVALIADAS COLETA, IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS AMOSTRAS MADEIREIRAS DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPÉCIFICA CAPTURA DAS IMAGENS MACROSCÓPICAS CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO III CARACTERIZAÇÃO COLORIMÉTRICA E DA MASSA ESPECÍFICA DAS PRINCIPAIS MADEIRAS COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO RESUMO CHAPTER III COLORIMETRIC AND SPECIFIC MASS CHARACTERIZATION OF MAIN WOODS SPECIES MARKETED IN MATO GROSSO ABSTRACT INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS SELEÇÃO DAS ESPÉCIES COLETAS DAS AMOSTRAS DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA CARACTERIZAÇÃO COLORIMÉTRICA ANÁLISE DOS DADOS RESULTADOS E DISCUSSÃO MASSA ESPECÍFICA CARACTERÍSTICAS COLORIMÉTRICAS CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONCLUSÕES GERAIS APÊNDICE

9 CAPÍTULO I LISTA DE TABELAS TABELA 1 - VALORES TOTAIS, VOLUMES TOTAIS E VALOR MÉDIO PARA AS PRINCIPAIS ESPÉCIES MADEIREIRAS COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2007 A TABELA 2 - VOLUME TOTAL COMERCIALIZADO E VOLUME DAS DEZ ESPÉCIES MAIS REPRESENTATIVAS E SUA PROPORÇÃO EM RELAÇÃO AO VOLUME TOTAL, DURANTE O PERÍODO DE 2007 A 2014 NO DE MATO GROSSO TABELA 3 - VALORES, VOLUMES E VALOR/M³ DOS PRODUTOS MADEIREIROS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2007 A TABELA 4 - USOS MADEIREIROS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO CAPÍTULO II TABELA 1 - PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE CAPÍTULO III TABELA 1 - PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE TABELA 2 - MASSA ESPECÍFICA DAS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE TABELA 3 - PARÂMETROS COLORIMÉTRICOS DO PLANO TANGENCIAL DE ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE TABELA 4 - CORES DO PLANO TANGENCIAL DAS ESPÉCIES MAIS COMERCIALIZADAS DO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE TABELA 5 - PARÂMETROS COLORIMÉTRICOS DO PLANO TRANSVERSAL DE ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO NO ANO DE TABELA 6 - CORES DO PLANO TRANSVERSAL DAS ESPÉCIES MAIS COMERCIALIZADAS DO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE TABELA 7 - CORRELAÇÃO DE PEARSON PARA OS PARÂMETROS COLORIMÉTRICOS E MASSA ESPECÍFICA DA FACE TANGENCIAL DAS MADEIRAS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO

10 LISTA DE FIGURAS REVISÃO BIBLIOGRÁFICA FIGURA 1 - REPRESENTAÇÃO TRIDIMENSIONAL DO SISTEMA COLORIMÉTRICO CIELAB (JOHANSSON, 2008) CAPÍTULO I FIGURA 1 - PORCENTAGEM DO VOLUME DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO PERÍODO DE 2007 A 2014 NO MATO GROSSO FIGURA 2 - VOLUMES ANUAIS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO MATO NO PERÍODO DE 2007 A FIGURA 3 - VOLUME DOS PRODUTOS MADEIREIROS COMERCIALIZADOS PELAS PRINCIPAIS ESPÉCIES NO MATO GROSSO ENTRE 2007 E FIGURA 4 - VALORES EM REAIS DOS PRODUTOS MADEIREIROS COMERCIALIZADOS PELAS PRINCIPAIS ESPÉCIES NO MATO GROSSO ENTRE 2007 E CAPÍTULO II FIGURA 1 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Apuleia sp FIGURA 2 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Astronium sp FIGURA 3 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Bagassa guianensis FIGURA 4 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Cariniana sp FIGURA 5 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Castilla ulei FIGURA 6 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Cedrelinga catenaeformis FIGURA 7 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Clarisia racemosa FIGURA 8 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Couratari sp FIGURA 9 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Dialium guianense FIGURA 10 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Dipteryx sp

11 FIGURA 11 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Enterolobium contortisiliquum FIGURA 12 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Enterolobium schomburgkii FIGURA 13 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Erisma uncinatum FIGURA 14 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Goupia glabra FIGURA 15 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Guarea sp FIGURA 16 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Hymenaea sp FIGURA 17 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Hymenolobium sp FIGURA 18 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Manilkara sp FIGURA 19 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Mezilaurus itauba FIGURA 20 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Ocotea sp FIGURA 21 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Parkia sp FIGURA 22 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Pouteria sp FIGURA 23 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Protium sp FIGURA 24 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Qualea sp FIGURA 25 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Schizolobium amazonicum FIGURA 26 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Sclerolobium sp FIGURA 27 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Simarouba amara FIGURA 28 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Tabebuia sp FIGURA 29 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Trattinnickia sp FIGURA 30 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Vochysia sp

12 CAPÍTULO III FIGURA 1 - AGRUPAMENTO DE CLUSTER DA COR E MASSA ESPECÍFICA DA MADEIRA DO PLANO TANGENCIAL DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES FLORESTAIS COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO 111 FIGURA 2 - AGRUPAMENTO DE CLUSTER DA COR E MASSA ESPECÍFICA DA MADEIRA DO PLANO TRANSVERSAL DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES FLORESTAIS COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO FIGURA 3 - TESTE DE MÉDIA DOS PARÂMETROS COLORIMÉTRICAS DOS PLANOS TANGENCIAL E TRANSVERSAL

13 RESUMO O estado de Mato Grosso é um dos principais produtores de madeira serrada tropical do Brasil. Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a caracterização do comércio de madeiras no Estado de Mato Grosso e descrever características macroscópicas das espécies mais comercializadas subsidiando processos de identificação. No primeiro capítulo foi avaliada a comercialização das principais espécies madeireiras da região entre os anos de 2007 a 2014, além dos principais produtos gerados por essas espécies e seus usos. Para isso, foram utilizados os relatórios de beneficiamento e comércio de produtos da madeira da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT). As espécies mais comercializadas durante o período em termos de volume foram Erisma uncinatum (11,47%), Qualea sp. (10,16%) e Goupia glabra (7,32%). No segundo e terceiro capítulos foram avaliadas as características macroscópicas e caracterização colorimétrica, respectivamente, das 30 espécies madeireiras mais comercializadas no estado de Mato Grosso. A descrição macroscópica foi realizada para os três eixos da madeira (transversal, radial e tangencial). A partir da chave dicotômica pode-se observar os principais elementos anatômicos para distinguir as espécies. Os principais parâmetros responsáveis pela diferenciação das espécies foram os tipos de parênquimas e os poros (tamanho e obstrução). Os parênquimas mais frequentes foram aliforme, aliforme confluente e vasicêntrico. A caracterização colorimétrica foi realizada por meio de um espectrofotocolorímetro o qual foi utilizado para leitura direta da coloração das amostras nos planos tangencial e transversal. A partir destas leituras foram obtidos os parâmetros colorimétricos (luminosidade, tonalidade e saturação) das madeiras. Também foi determinada a massa específica para realizar o agrupamento de Cluster juntamente com os parâmetros colorimétricos. As madeiras tiveram uma tendência de ser mais amarelas que vermelhas e a seção transversal obteve coloração mais escura que a seção tangencial. As madeiras mais claras apresentaram menores massas específicas, e as mais escuras obtiveram maiores massas específicas. Palavras-chave: madeiras tropicais, colorimetria, macroscopia xiii

14 ABSTRACT The state of Mato Grosso is one of the main producers of tropical sawn timber in Brazil. Thus, this study aimed to evaluate the characterization of the timber trade in the State of Mato Grosso and describe macroscopic characteristics of the species traded subsidizing identification processes. In the first chapter evaluated the commercialization of the main timber species in the region between 2007 and 2014, besides the main products generated by these species and their uses. For this, the reports of beneficiation and trade in wood products of the State Secretariat of Environment of Mato Grosso (SEMA-MT) were used. The most traded species during the period in terms of volume were Erisma uncinatum (11.47%), Qualea sp. (10.16%) and Goupia glabra (7.32%). In the second and third chapters the macroscopic characteristics and colorimetric characterization were evaluated, respectively, of the 30 most commercialized timber species in the state of Mato Grosso. The macroscopic description was made for the three axes of the wood (transverse, radial and tangential). From the dichotomous key one can observe the main anatomical elements to distinguish the species. The main parameters responsible for species differentiation were the parenchyma types and the pores (arrangement, size and obstruction). The most frequent parenchyma were aliform, confluent aliform and vasicentric. The colorimetric characterization was performed by means of a spectrophotometer, which was used to directly read the color of the samples in the tangential and transverse planes. From these readings were obtained colorimetric parameters (brightness, hue and saturation) of the timber. The specific mass was also determined to perform clustering together with the colorimetric parameters. The woods had a tendency to be more yellow than red and the cross section obtained darker coloring than the tangential section. The lighter woods presented smaller specific masses, and the darker ones obtained larger specific masses. Keywords: tropical woods, colorimetry, macroscopy xiv

15 1. INTRODUÇÃO O Brasil possui aproximadamente 480 milhões de hectares de florestas nativas, representando em torno de 12% das florestas do mundo (VERÍSSIMO e PEREIRA, 2014). Os recursos florestais têm um papel central na economia, sendo fundamental reconhecer sua importância como provedora de produtos madeireiros, não-madeireiros e serviços (INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES - IBÁ, 2016). O setor madeireiro é essencial na geração de renda e empregos para trabalhadores da floresta e indústria de transformação, e por estimular de forma indireta economias de mais de um terço dos municípios da Amazônia (VERÍSSIMO e PEREIRA, 2014). O estado de Mato Grosso continua sendo um dos principais produtores de madeira serrada da Amazônia legal, sendo que no ano de 2012 gerou cerca de 1,4 milhões de metros cúbicos de madeira processada (SANTOS et al., 2013). No comércio de madeira serrada, é comum a identificação ser feita apenas pela aparência visual da madeira, e por seu nome vulgar. Esse modelo de identificação, geralmente induz a erros, por semelhanças das características externas de algumas espécies ou um mesmo nome vulgar comum a várias espécies de madeira. Por essas razões, não constituem um meio eficiente para a identificação correta das madeiras. O estudo dos aspectos físicos e macroscópicos das madeiras torna-se necessário para uma identificação precisa, pois neles é que se baseia a identificação da madeira (INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO - INDEA, 2011). O uso correto da madeira depende de procedimentos que asseguram a identificação das mesmas, quer seja como toras ou serrados. Adicionalmente, pode-se dizer que a identificação correta propicia meios para se detectar enganos e fraudes sendo útil para o comércio, órgãos de fiscalização e para o uso correto da madeira (ZENID e CECCANTINI, 2007). A correta identificação de madeiras pode ser realizada por meio da observação dos caracteres macroscópicos, sendo de essencial que o observador desfrute de uma coleção de madeiras, cujos exemplares sejam 15

16 rastreáveis às amostras-padrão disponíveis em laboratórios especializados. Nestes, na medida do possível, as amostras devem provir de árvores identificadas botanicamente (com rastreabilidade) ou, ao menos, que tenham sido identificadas anatomicamente por um laboratório especializado (ZENID e CECCANTINI, 2007). Um desses caracteres macroscópicos é a cor, que conforme Camargos e Gonçalez (2001) é uma das características importantes na identificação e indicação de uso de muitas espécies. Esses autores afirmam que a partir dessa característica é possível obter a valorização de espécies pouco conhecidas, realizando analogias com outras espécies mais comercializadas, induzindo as pessoas a utilizarem termos de referência como: padrão mogno, padrão cerejeira, padrão sucupira, entre outros. Para a comercialização de espécies madeireiras é necessária à sua correta identificação, evitando possíveis equívocos ou até mesmo fraudes. A ausência de ferramentas e de profissionais capacitados dificulta o processo de fiscalização e identificação de madeiras. Isso tem se tornando um dos graves problemas no processo de comercialização de madeiras no estado de Mato Grosso e no Brasil e por isso a importância desse trabalho. As deficiências mencionadas, aliadas à crescente preocupação na implementação de planos de manejo florestais mais eficientes e ambientalmente adequados, que possibilitem um controle efetivo dos órgãos ambientais na fiscalização da madeira das reais essências florestais comercializada em Mato Grosso, foram os aspectos motivadores para a realização do presente trabalho. 16

17 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Este trabalho teve como objetivo caracterizar o comércio madeireiro no Mato Grosso e descrever as suas principais características macroscópicas subsidiando o processo de identificação destas espécies OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar a comercialização das principais espécies madeireiras entre os anos de 2007 a 2014 e os principais produtos gerados. Descrever macroscopicamente as principais espécies madeireiras comercializadas no Mato Grosso. Caracterizar quantitativamente a coloração das principais espécies madeireiras comercializadas no Estado. 17

18 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 COMERCIALIZAÇÃO DE MADEIRAS TROPICAIS O Brasil é um grande produtor de madeira, explorando aproximadamente 11,5 milhões de metros cúbicos de madeira nativa em tora no ano de 2016 (SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA SIDRA, 2017). A Amazônia brasileira contribui para essa estatística, o que torna o país um dos principais produtores de madeira tropical no mundo, ficando atrás apenas da Malásia e da Indonésia. Os estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso são os que mais fornecem madeira tropical para produção em toras (ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE LAS MADERAS TROPICALES OIMT, 2015). Em 2004, o setor madeireiro amazônico extraiu 24,5 milhões de metros cúbicos de madeira em tora e produziu 10,4 milhões de metros cúbicos de madeira processada: tábuas, pranchas, caibros, pranchões, vigas, vigotas, ripas, sarrafos, produtos beneficiados, laminados, compensados, entre outros (LENTINI et al., 2005). Já em 2009, houve uma redução significativa nesse volume, sendo extraídos 14,2 milhões de metros cúbicos de toras da Amazônia, que deram origem a 5,8 milhões de metros cúbicos de madeira processada. Naquele ano a indústria madeireira amazônica obteve uma receita de R$ 4,9 milhões (PEREIRA et al., 2010). O volume explorado voltou a baixar em 2011, quando o setor extraiu 12,9 milhões de metros cúbicos de toras e originou 5,9 milhões de metros cúbicos em madeira processada atingindo uma receita de R$ 4,2 milhões (SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO - SFB, 2013). Essa redução na extração da madeira se deve por três fatores: substituição da madeira tropical por produtos concorrentes (compósitos de madeira, PVC, esquadrias de alumínio e formas de metal usadas na construção civil); aumento na fiscalização; e a crise econômica internacional (SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO/ INSTITUTO DO HOMEM E MEIO AMBIENTE DA AMAZÔNIA SFB/ IMAZON, 2010). 18

19 A comercialização de espécies florestais madeireiras em Mato Grosso iniciou, com volume expressivo, mesmo antes da implantação das rodovias pavimentadas entre Sudeste e as regiões Centro Oeste e Norte do Brasil. No estado de Mato Grosso, a comercialização de madeira começou no final da década de 1960, produzindo madeira beneficiada para a indústria do mobiliário e venda de toras para o estado de São Paulo. De 1970 até o começo do início do século, a atividade madeireira contribuiu muito para o estado de Mato Grosso, devido ao contingente de trabalhadores atuando em todos os seus segmentos, o capital investido nas diversas tecnologias empregadas, os aspectos históricos relacionados na implantação de cidades, infraestrutura e mudanças sociais que a envolve (MARTA, 2007). Segundo dados do SIDRA (2017), a produção brasileira de toras de florestas naturais no Brasil foi de aproximadamente 13 milhões de metros cúbicos no ano de Essa produção concentrou-se na Amazônia Legal, nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia, os três maiores produtores do Brasil, que representava 75% de toda produção nacional. Entre 2000 e 2010, essa produção reduziu 42% devido a uma fiscalização agressiva do governo contra o transporte de madeira em toras de florestas naturais. Entretanto, pela ausência de capacidade técnica do governo em discernir a origem legal ou ilegal dessa madeira nativa, várias empresas com atividades legais saíram do mercado (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CNI, 2012). De acordo com o trabalho realizado por Ribeiro et al. (2016), as 10 espécies mais comercializadas em ordem decrescente pelo estado de Mato Grosso no período de 2004 a 2010 em termos de volume foram: Qualea sp. (Cambará), Goupia glabra Aubl. (cupiúba), Erisma uncinatum Warm. (cedrinho), Mezilaurus itauba Meissn. (itaúba), Hymenolobium sp. (angelim), Apuleia sp. (garapeira), Manilkara sp. (maçaranduba), Cordia goeldiana Huber (freijó), Dipteryx sp. (cumbarú) e Trattinnickia sp. (amescla), respondendo por 88% do total comercializado. Estas espécies somadas geraram uma receita de aproximadamente R$ 4,81 bilhões. Segundo Ribeiro (2013), nesse período, o estado de São Paulo constituiu-se como o maior consumidor de madeira serrada oriunda de 19

20 Mato Grosso, consumindo mais de 2,70 milhões de m³. Seguindo, destacaram-se os estados de Santa Catarina (1,69 milhões de m³), Paraná (900,46 mil m³), Rio Grande do Sul (722,24 mil m³), Rio de Janeiro (390,16 mil m³), Mato Grosso do Sul (361,04 mil m³) e Minas Gerais (279,69 mil m³). Esses sete estados juntos consumiram 95,40% do volume total de madeira comercializada pelo estado. Robert et al. (2012), caracterizando o abastecimento de madeira serrada comercializada no município de Florianópolis, verificaram que o estado do Mato Grosso aparece como o maior fornecedor, com 36% da madeira consumida, seguido por Rondônia (28%), Pará (25%) e Acre (11%). Com base nos dados, verificou-se que as espécies nativas de madeira serrada que suprem este mercado são: Andira sp. (angelim), Dinizia sp. (angelim), Vatairea sp. (angelim), Pithecellobium sp. (angelim), Hymenolobium sp. (angelim), Hymenolobium sp. (angelim-pedra), Vochysia sp. (quaruba), Qualea sp. (cambará), Hymenolobium sp. (cedrão), Cedrelinga catenaeformis D. Ducke (cedrão), Erisma uncinatum (cedrinho) Parkia sp. (faveiro), Apuleia sp. (garapeira), Tabebuia sp. (ipê), Mezilaurus itauba (itaúba), Hymenaea courbaril L. (jatobá). 3.2 IDENTIFICAÇÃO DE MADEIRAS A identificação de espécies florestais através de suas madeiras é de grande importância nos programas de conservação da biodiversidade e contribui para pesquisas taxonômicas e filogenéticas (CURY, 2002). Ela é uma ferramenta eficiente na fiscalização e regulamentação do comércio de madeiras nativas. A identificação inadequada ainda é um dos maiores problemas existentes no processo de comercialização de madeiras tropicais (SANTINI JUNIOR, 2013). O uso incorreto da madeira por causa de erros de identificação da espécie provoca o comprometimento da vida útil e da segurança das estruturas e edificações (CURY e TOMAZELLO FILHO, 2011). O conhecimento da composição e da ocorrência quantitativa dos principais elementos anatômicos da madeira é importante na sua qualificação e indicação de usos, evitando-se emprego inadequado e 20

21 desperdício (PAULA, 2003). Os estudos anatômicos proporcionam a identificação de espécies, além de informar sobre a estrutura do lenho, possibilitando identificar as relações entre o lenho e as características gerais da madeira, essencialmente nos aspectos referentes à resistência mecânica, permeabilidade, resistência natural e trabalhabilidade (SILVA et al., 2007). Na identificação de madeiras é necessário adotar uma técnica de identificação, fundamentada na estrutura anatômica do lenho e com a padronização da nomenclatura comercial das madeiras, baseada em documentos elaborados por órgãos confiáveis (NISGOSKI, 1999). Conforme Reis e Reis (2016) a identificação equivocada pode intensificar a exploração madeireira de uma determinada espécie, para que não ocorra a superexploração é necessário que seja realizada a identificação correta das espécies colhidas, sendo assim, a identificação macroscópica da madeira pode auxiliar como mais uma ferramenta na distinção de espécies. Segundo Zenid e Ceccantini (2007), caracterizações macroscopia são ferramentas fundamentais no processo de identificação de madeira. Para ambas as técnicas, é indispensável que o observador disponha de uma xiloteca, onde os exemplares sejam rastreáveis às amostras-padrão acessíveis em instituições qualificadas, cujas as amostras devem vir de árvores identificadas botanicamente. Além disso, de acordo com Dudzick (1988), banco de dados com as descrições macro e microscópica, aliado a existência de imagem e a disponibilidade amostras representativas das espécies, podem auxiliar de modo excepcional no entendimento e ensino na anatomia e macroscopia da madeira. A identificação da madeira com base nas características macroscópicas, como parênquima axial, vasos, fibras, raios, grã, dureza, odor, entre outros, tem sido de ampla utilidade ao setor madeireiro para identificar as madeiras que comercializam e assegurar ao cliente um certificado autêntico das espécies desejadas (MAURI e OLIVEIRA, 2011). A identificação macroscópica da madeira, por muitas vezes não é suficiente chegar a nível de espécie, permanecendo algumas amostras classificadas a apenas nível de gênero. A nível de gênero, diversas 21

22 espécies exibem características semelhantes podendo ser encontradas com a mesma denominação, as quais, na aparência, apresentam pequenas diferenças, que por muitos leigos não são observadas (NISGOSKI, 1999). 3.3 IDENTIFICAÇÃO MACROSCÓPICA As características macroscópicas podem ser reunidas em dois grupos distintos: as organolépticas e as anatômicas. As características organolépticas ou sensoriais englobam cor, brilho, odor, gosto, grã, textura, densidade, dureza e desenhos da madeira. Já as características anatômicas reúnem aspectos relacionados aos anéis de crescimento, bem como a forma, tamanho ou distribuição de elementos celulares, como vasos, parênquima axial e raios (BOTOSSO, 2011). A identificação macroscópica é de grande valor prático, já que utiliza ferramentas simples e de baixo custo, além de poder ser realizada em qualquer localidade, dispondo apenas de uma lupa conta fios (10x) e uma faca bem afiada (SANTINI JUNIOR, 2013). Conforme Nisgoski (1999), para a separação de espécies, devese analisar primeiro o parênquima axial no plano transversal, prosseguido pelos poros (agrupamento, tamanho, obstrução e porosidade) e posteriormente, os raios. Os poros ou vasos são um conjunto axial de células sobrepostas formando uma estrutura tubiforme continua de comprimento indefinido, que tem por função a condução ascendente de líquidos na árvore. Sua distribuição, abundância, tamanho e agrupamentos são características essenciais para identificação das espécies (BURGER e RICHTER, 1991). Zenid e Ceccantini (2007) explicam que o parênquima é apotraqueal, quando está disposto de forma independente dos vasos, paratraqueal quando o parênquima está em contato com os vasos e em faixas é aquele disposto em linhas perpendiculares aos raios, ás vezes sem contato com os vasos, porém às vezes atingindo os vasos. O conhecimento destas características é essencial no processo de identificação macroscópica de espécies. 22

23 Segundo Burger e Richter (1991), os raios são faixas horizontais de comprimento indeterminado, formadas por células parenquimáticas, ou seja, elementos que desempenham principalmente a função de armazenamento de substâncias nutritivas, mas também realiza o transporte horizontal de nutriente, dispostas radialmente no tronco. Na identificação macroscópica, os raios são observados nas seções transversal e tangencial, podendo ser distinto a olho nu ou distinto apenas sob lente (10x) (ZENID e CECCANTINI, 2007). Nisgoski (2003) estudando diversas lâminas espécies como Swietenia macrophylla King. (mogno), Entandrophragma cylindricum Sprage (sapele), Carapa guianensis Aubl. (andiroba), Cedrela sp (cedro), Cariniana sp (jequitibá), Hymenaea sp (jatobá) e Nectandra rubra Mez. (louro-vermelho) reuniu-as no mesmo grupo em função da aparência macroscópica. Todas elas apresentam coloração avermelhada em diferentes matizes, e são comercializadas com a denominação de padrão mogno, sendo diferenciadas pelo agrupamento e tamanhos dos poros, tipos de parênquimas e estratificação dos raios. A mesma autora reuniu as espécies Balfourodendron riedelianum Engl. (pau-marfim), Chrysophyllum sp (marfim-arana), Maquira guianensis Aubl. (muiratinga), Simarouba sp (marupá), Parahancornia amapa (Huber) Ducke (amapá-amargoso) e Brosimum parinarioides Ducke (amapá-doce) no mesmo grupo por apresentaram cores amareladas em diferentes matizes. No comércio elas integram o padrão marfim, sendo distintas também pelos agrupamento, tamanhos e tipos de obstrução dos poros, além dos tipos de parênquimas e estratificação dos raios. As espécies Couratari sp (tauri), Micropholis sp (curupixá) e Cariniana micrantha Ducke (jequitibá-rosa) também foram reunidas em um mesmo grupo. Essas apresentaram características semelhantes como camadas de crescimento demarcadas por zonas fibrosas, os raios são finos e não estratificados, o parênquima axial é reticulado e a porosidade é difusa em todos os casos, porém são diferentes quanto ao agrupamento, tamanho e presença de óleo-resina nos poros (NISGOSKI, 2003). Santini Junior (2013), trabalhando com várias espécies, constatou que as espécies Protium sp. e Trattinnickia sp. são 23

24 comercializadas pelos mesmos nomes populares de amescla e breu. Apesar de serem da mesma família (Burseraceae), no plano transversal macroscópico, o gênero Protium é bem distinto por possuir raios mais claros que contrastam bem com a coloração avermelhada de sua madeira. Já o gênero Trattinnickia é bastante difícil notar os raios, uma vez que estes são finos e muito pouco contrastados. O mesmo autor verificou ainda que as espécies Parkia sp. e Simarouba amara Aubl. são encontradas no comércio com o nome de caixeta amarela. A distinção entre as espécies é feita através da diferenciação dos parênquimas a olho nu, onde a Parkia sp. possui o parênquima axial aliforme losangular e a Simarouba amara apresenta o parênquima aliforme linear confluindo em linhas finas que interligam vários vasos. A partir de uma lupa conta fios de 10x, observa-se que o diâmetro dos vasos da madeira de Parkia sp. é superior ao da Simarouba amara. As espécies Chrysophyllum sp., Micropholis sp. e Pouteria sp. são comercializadas pelo mesmo nome vulgar (abiú), sendo que possuem ligeira semelhança nas faces longitudinais, principalmente na textura e coloração. Porém, um através da análise macroscópica com auxílio de uma lupa conta fios de 10x, é possível diferenciá-las com facilidade no plano transversal. O gênero Chrysophyllum possui vasos dispostos em cadeias radiais longas e parênquima axial com pouco contraste, enquanto o gênero Pouteria apresenta esses vasos em cadeias curtas e parênquima axial com muito contraste. Já a madeira do gênero Micropholis apresenta vasos de maior diâmetro que os outros dois gêneros e arranjo de vasos difuso, com pequena tendência a um arranjo oblíquo (SANTINI JUNIOR, 2013). Trevizor (2011) estudando diversas espécies a nível macroscópico, constatou que as espécies Mezilaurus itauba, Pseudopiptadenia suaveolens (Miq.) J. W. Grimes, Cordia goeldiana e Bagassa guianensis Aubl. possuem o parênquima vasicêntrico, porém são distintas pela porosidade e obstrução dos vasos, além da distinção e largura dos raios. O mesmo autor verificou ainda que as espécies Erisma uncinatum, Symphonia globulifera Linn. f. e Hymenolobium sp possuem o parênquima em faixas, mas se diferenciam pelos raios estratificados, pelo tipo de obstrução e visibilidade dos vasos. 24

25 3.4. CARACTERIZAÇÃO COLORIMÉTRICA A cor é importante para a madeira por ser uma das propriedades que a qualifica esteticamente como aceitável ou não (MORI et al., 2005). A utilização acentuada e a exploração de uma determinada espécie madeireira podem estar associadas em muitos casos à sua cor, por ser essa a característica mais observada em um primeiro contato com o material (GRIEBELER, 2013). Apesar de ser uma propriedade variável e suscetível a modificações rápidas, a cor apresenta grande importância na identificação e indicação do uso das madeiras, essencialmente na decoração (LOPES, 2013). Em 1913, um grupo internacional de pesquisadores autônomos com objetivo de promover um fórum para padronizarem todos os termos relativos à iluminação fundaram a CIE (Comission Internationale de l Eclairage). Como parte de sua missão, a CIE tem um comitê técnico para estudar o sistema visual e as cores, resultando numa diretriz para a colorimetria, desde a primeira padronização de 1931 em Cambridge, na Inglaterra (LEÃO, et al., 2005). A colorimetria é uma técnica que segundo Ribeiro (2009), pode ser usada para a caracterização e qualificação da madeira. Embora a cor seja uma característica relevante tanto quanto às propriedades físicas, mecânicas, químicas e anatômicas, ela não tem sido suficientemente abordada (GARCIA et al., 2014). Conforme destacado por Mori et al. (2005) a colorimetria apresenta cada elemento da composição de uma cor quantitativamente por meio de um aparelho apropriado. Este método de análise de cor é utilizado em indústrias têxteis, químicas e plásticas. Um dos sistemas mais usados para medir cores é o CIELab, que é um dos modelos adotados pela CIE onde são avaliadas as coordenadas cromáticas L*, a*, b*, C e h. De acordo com Camargos e Gonçalez (2001) o sistema CIELab 1976 (FIGURA 1) é fundamentado em três elementos: a luminosidade/ claridade, a tonalidade/matiz e a saturação/cromaticidade. A claridade refere-se a variável L* que varia entre 0 e 100, onde 0 caracteriza o preto total e 100 o branco total, também denominado eixo cinza. A tonalidade é 25

26 representada pelas cores primárias vermelho, verde, amarelo e azul. E é simbolizada pelas variáveis cromáticas a* e b* localizadas no eixo perpendicular ao eixo cinza. O a* identifica a cor no eixo verde-vermelho e o b* descreve a cor no eixo azul-amarelo, e cada variável vai de -60 a 60. Quando o a* é positivo, ele está localizado na parte vermelha do eixo, quando é negativo, ele é encontrado no lado verde do eixo. Quando o b* é positivo, a cor está localizada no lado amarelo do eixo, quando é negativo o b* tende a cor a azul. A saturação de cor (C) que corresponde ao raio do círculo de tonalidade, partindo do ponto cinza do eixo de luminosidade até a cor pura espectral e varia de 0 a 60. Quanto mais distante do eixo mais saturada será a cor. E o h caracteriza por ser o ângulo de tonalidade cromático, cujo o valor tem origem no eixo verde-vermelho, contando positivamente no sentindo trigonométrico de rotação. Esse ângulo indica o domínio de um componente de tonalidade em uma cor (PINCELLI et al., 2012). FIGURA 1 - REPRESENTAÇÃO TRIDIMENSIONAL DO SISTEMA COLORIMÉTRICO CIELAB (JOHANSSON, 2008) A colorimetria é uma técnica que descreve uma cor utilizando equipamentos específicos, como colorímetros e espectrofotômetros (MARTINS et al., 2015). O colorímetro é um equipamento de medição ótica que tem a função de medir quantitativamente a cor, de forma semelhante ao olho do ser humano, filtrando a luz refletida em zonas dominantes de vermelho, verde e azul (SANCHES, 2016). Já o espectrofotômetro fornece uma análise da intensidade da luz em vários comprimentos de onda da 26

27 amostra em termos de reflexão ou transmissão espectral (LEÃO, et al., 2005). Conforme Rissi et al. (2014), o colorímetro por ser um equipamento portátil e de manuseio fácil pode ser utilizado para melhorar a comercialização da madeira e de seus produtos, através de um banco de dados que contenha a variação de cores observadas para cada espécie. O uso da colorimetria quantitativa para conhecimento da cor da madeira é aplicado de forma simples e prática, podendo ser empregado na pré-classificação da madeira, a partir do desdobro da tora, na qualificação de peças e na formação de banco de dados (BARROS et al., 2014). A homogeneidade da cor em um lote de madeira influencia diretamente na qualidade de grande parte dos produtos gerados do seu beneficiamento. Desse modo, torna-se essencial designar a cor da madeira, bem com analisar sua variabilidade. Além disso, quando se almeja atender o padrão exigido no comércio madeireiro, a análise final da cor também é necessária (MARTINS et al., 2015). O uso de uma técnica precisa para a determinação da cor da madeira é essencial para possibilitar a valorização de espécies pouco comercializadas, fazendo comparações com outras espécies já exploradas e estabelecidas no comércio madeireiro (GRIEBELER, 2013). Alguns trabalhos de determinação de cor como o de Silva et al. (2017) avaliou os parâmetros colorimétricos juntos com a massa específica de trinta espécies madeireiras do estado de Mato Grosso, e verificou que madeiras com maior luminosidade são mais densas, e madeiras com menor luminosidade são menos densas. Silva et al. (2015), estudando oito espécies madeireiras do Rio Grande do Sul, verificaram que a coordenada a* apresentou melhores correlações com a massa específica, porém não apresentaram um padrão igualmente definido para todas as espécies. 27

28 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, S. V. S.; MUNIZ, G. I. B.; MATOS, J. L. M. Caracterização colorimétrica das madeiras de três espécies da Amazônia. Cerne, Lavras, v.20, n.3, p , jul/set BOTOSSO, P. C. Identificação macroscópica de madeiras: guia prático e noções básicas para o seu reconhecimento. Colombo: Embrapa Florestas, p. BURGER, L. M.; RICHTER, H. G. Anatomia da madeira. São Paulo, Editora Nobel, p. CAMARGOS, J. A; GONÇALEZ J. C. A colorimetria aplicada como instrumento na elaboração de uma tabela de cores de madeira. Brasil Florestal, Brasília, n.71, p.30-41, set CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CNI. Cadeia produtiva de florestas nativas Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal. Brasília: CNI/Fórum Florestal, p. CURY, G. Descrição da estrutura anatômica do lenho e sua aplicação na identificação de espécies arbóreas do cerrado e da Mata Atlântica do estado de São Paulo. 2002, 125p. Dissertação (mestrado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, CURY, G.; TOMAZELLO FILHO, M. Descrição anatômica de espécies de madeira utilizadas na construção civil. Floresta e Ambiente, v.18, n.3, p , jul/set DUDZICK, K. R. Macro-microscopic anatomy: obtaining a composite view of barrier zone formation in acer saccharum. IAWA Journal, Utrecht, v.16, n.2, p , fev GARCIA, R. A.; OLIVEIRA, N. S.; NASCIMENTO, A. M.; SOUZA, N. D. Colorimetria de madeiras dos gêneros Eucalyptus e Corymbia e sua correlação com a densidade. Cerne, v.20, n.4. p , out/dez GRIEBELER, C. G. O. Colorimetria da madeira de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden modificada termicamente f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES IBÁ. Relatório Anual p. INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO INDEA MT. Noções básicas de anatomia e identificação macroscópica de madeiras. Cuiabá: INDEA, p. 28

29 JOHANSSON, D. Heat treatment of solid wood Effects on absorption, strength, and colour. Ph.D Dissertation (Divisions of Wood Physics) Lulea University of Technology, Sweden, LEÃO, A. C.; ARAÚJO, A. A; SOUZA, L. A. C. Implementação de sistema de gerenciamento de cores para imagens digitais. PUC-Minas: Poços de Caldas, p. LENTINI, M.; PEREIRA, D.; CELENTANO, D.; PEREIRA, R. Fatos Florestais da Amazônia. Belém: IMAZON, p. LOPES, O. P. Anatomia e identificação da madeira de genótipos de Eucalyptus spp. Plantados no estado de Minas Gerais f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia da Madeira) Universidade Federal de Lavras, Lavras, MARTA, J. M. A indústria madeireira em Mato Grosso Um processo de formação. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 45., 2007, Londrina. Anais... Londrina: SOBER, MARTINS, M. F.; BELTRAME, R.; DELUCIS, R. A.; GATTO, D. A.; CADEMARTORI, P. H. G.; SANTOS, G. A. Colorimetria como ferramenta de agrupamento de madeira de clones de eucalipto. Pesquisa florestal brasileira, Colombo, v.35, n.84, p , out/dez MAURI, R.; OLIVEIRA, J. T. S. Anatomia comparada de três espécies do gênero Vochysia. Floresta e Ambiente, v.18, n.1, p , jan/mar MORI, C. L. S. O.; LIMA, J. T.; MORI, F. A.; TRUGILHO, P. F.; GONÇALEZ, J. C. Caracterização da cor da madeira de clones de híbridos de Eucalyptus spp. Cerne, Lavras, v.11, n.2, p , abr/jun NISGOSKI, S. Identificação e caracterização anatômica macroscópica das principais espécies utilizadas para laminação na região de Curitiba PR f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, NISGOSKI, S.; MUÑIZ, G. I. B.; CECCANTINI, G. Caracterização anatômica macroscópica das madeiras utilizadas para laminação na região de Curitiba-PR. Scientia Agraria, v.4, n.1-2, p.47-52, ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE LAS MADERAS TROPICALES OIMT. Reseña bienal y evaluación de la situación mundial de las maderas Yokohoma: OIMT, p. PAULA, J. E. Caracterização anatômica da madeira de sete espécies da Amazônia com vistas à produção de energia e papel. Acta Amazonica. Manaus, v.33, n.2, p , abr/jun

30 PEREIRA, D.; SANTOS, D.; VEDOVETO, M.; GUIMARÃES, J.; VERÍSSIMO, A. Fatos Florestais da Amazônia Belém: IMAZON, p. PINCELLI, A. L. P. S. M.; MOURA, L. F.; BRITO, J. O. Effect of thermal rectification on colors of Eucalyptus saligna and Pinus caribaea woods. Maderas, Ciencia y tecnologia, Concepción, v.14, n.2, p , maio/ago REIS, P. C. M. R.; REIS, L. P. Caracterização anatômica macroscópica da madeira de quatro espécies de Lecythidaceae. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 13, n.24, p , RIBEIRO, E. S. Comercialização de madeira serrada de florestas naturais em Mato Groso: um diagnóstico do setor de base florestal f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, RIBEIRO, E. S.; SOUZA, R. A. T. M.; PAULA, M. H.; MESQUITA, R. R. S.; MOREIRA, E. L.; FAZION, H. Espécies florestais comercializadas pelo estado de Mato Grosso. Biodiversidade, Rondonópolis, v.15, n.2, p.2-20, maio/ago RIBEIRO, P. G. Utilização de técnicas não destrutivas para caracterização de madeiras de Pinus caribea VAR. hondurensis e de Eucalyptus grandis f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) Universidade de Brasília, Brasília, RISSI, N. T.; BRESSAN, J.; BORELLA, D. R.; PEREIRA, C. A. L.; LIBERA, L. D.; MELO, R. R. Uso da colorimetria como ferramenta para identificação de espécies tropicais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 21., 2014, Cuiabá. Anais... Cuiabá: ABC/ABM/ABPol, ROBERT, R. C. G.; SANTOS, A. S.; SANTOS, L. D.; FANTINI, A. C. Caracterização do abastecimento de madeira serrada comercializada no município de Florianópolis SC. Floresta, Curitiba, v.42, n.1, p.85-94, jan/mar SANCHES, M. A. P. Previsibilidade na reprodução da cor. Perfis de cor no fluxo de trabalho do designer gráfico f. Tese (Doutorado em Design) Universidade de Lisboa, Lisboa, SANTINI JUNIOR, L. Descrição macroscópica e microscópica da madeira aplicada na identificação das principais espécies comercializadas no estado de São Paulo Programas São Paulo Amigo da Amazônia e Cadmadeira. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestal) Universidade de São Paulo, Piracicaba,

31 SANTOS, D.; PEREIRA, D.; VERÍSSIMO, A. O estado da Amazônia: uso da terra. Belém: IMAZON, p. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO SFB. Florestas do Brasil em Resumo Brasília: SFB, p. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO SFB; INSTITUTO DO HOMEM E MEIO AMBIENTA DA AMAZÔNIA IMAZON. A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados. Belém: SFB/IMAZON, p. SILVA, J. C.; TOMAZELLO FILHO, M.; OLIVEIRA, J. T. S.; CASTRO, V. R. Influência da idade e da posição radial nas dimensões das fibras e dos vasos da madeira de Eucalyptus grandis Hill ex. Maiden. Revista Árvore, Viçosa MG, v.31, n.6, p , SILVA, E. S.; STANGERLIN, D. M.; GATTO, D. A.; CALEGARI, L.; PARIZ, E. Colorimetria da madeira de oito espécies nativas do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência da Madeira, v. 6, n. 1, p.31-37, SILVA, R. A. F; SETTER, C.; MAZETTE, S. S.; MELO, R. R.; STANGERLIN, D. M. Colorimetria da madeira de trinta espécies tropicais. Ciência da Madeira, v. 8, n. 1, p.36-41, jan/abr SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA SIDRA. Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura PEVS. Disponível em: < Acesso em: outubro de TREVIZOR, T. T. Anatomia comparada do lenho de 64 espécies arbóreas de ocorrência natural na floresta tropical Amazônica no estado do Pará f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) Universidade de São Paulo, Piracicaba, VERÍSSIMO, A.; PEREIRA, D. Produção na Amazônia Florestal: características, desafios e oportunidades. Parcerias Estratégicas, Brasília, v.19, n.38, p.13-44, jan/jun ZENID, G. J.; CECCANTINI, G. C. T. Identificação macroscópica de madeiras. São Paulo: IPT, p. 31

32 CAPÍTULO I DIAGNOSTICO DA COMERCIALIZAÇÃO DE MADEIRA SERRADA NO ESTADO DE MATO GROSSO RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar o comércio madeireiro no estado de Mato Grosso, analisando as principais espécies madeireiras comercializadas, os principais produtos gerados e seus usos. Os dados foram coletados a partir das informações dos relatórios de Beneficiamento e Comércio de Produtos da Madeira por Espécie Florestal disponibilizados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT). O levantamento foi realizado considerando o período entre 2007 e 2014, onde foram analisados o volume total e os valores comercializados das principais espécies comercializadas e dos produtos gerados: caibro, pranchão, prancha, ripa, sarrafo, tábua, viga e vigota. As espécies com volume maior de comercialização no período avaliado foram: Erisma uncinatum (cedrinho), Goupia glabra (cupiúba), Qualea albiflora (cambará), Qualea paraensis (cambará), Mezilaurus itauba (itaúba), Qualea sp. (cambará), Hymenolobium sp. (angelim), Apuleia sp. (garapeira), Trattinnickia sp. (amescla) e Vochysia sp. (cambará-rosa). Juntas, essas espécies obtiveram um valor de R$ 5,6 bilhões e um volume aproximado de 10,42 milhões de metros cúbicos no período, que corresponde a 48,60% do volume total comercializado. Os produtos mais comercializados das espécies foram: tábua, viga e prancha, com mais de seis milhões de metros cúbicos. Já o pranchão, o sarrafo e a vigota apesar de serem menos comercializados, foram os que mais cresceram no período em termos de volume. A tábua, viga e prancha foram as mais comercializadas pelas Erisma uncinatum, Qualea sp. e Hymenolobium sp., respectivamente. Palavras-chave: indústria madeireira, madeira tropical, comércio de madeiras. 32

33 CHAPTER I DIAGNOSIS OF THE COMMERCIALIZATION OF SAWN TIMBER IN THE STATE OF MATO GROSSO ABSTRACT The present work aimed to evaluate the timber trade in the state of Mato Grosso, analyzing the main timber species traded, the main products generated and their uses. The data were collected from the information of the reports on the Processing Wood Products Trade for Forest Species provided by the State Secretary of Environment of Mato Grosso (SEMA- MT). The survey was carried out considering the period between 2007 and 2014, where the total volume and marketed values of the main species traded and the products generated were analyzed: rafter, pranchão, plank, clapboard, batten, board, beam and vigota. The species with the highest volume of commercialization in the period evaluated were Erisma uncinatum (cedrinho), Goupia glabra (cupiúba), Qualea albiflora (cambará), Qualea paraensis (cambará), Mezilaurus itauba (itaúba), Qualea sp. (cambará), Hymenolobium sp. (angelim), Apuleia sp. (garapeira), Trattinnickia sp. (amescla) e Vochysia sp. (cambará-rosa). Together, these species obtained a value of R$ 5.8 billion and an approximate volume of million cubic meters in the period, which corresponds to 48.59% of the total volume traded. The most traded products of the species were: board, beam and plank, with more than six million cubic meters. But the pranchão, the batten and the vigota although they were less commercialized, were those that grew more in the period in terms of volume. The board, beam and plank were the most commercialized by Erisma uncinatum, Qualea sp. and Hymenolobium sp., respectively. Keywords: timber industry, tropical wood, timber trade 33

34 1. INTRODUÇÃO O Brasil é o principal produtor e consumidor de madeira serrada tropical. No ano de 2013, o país produziu cerca de 16 milhões em metros cúbicos de madeira serrada tropical e consumiu aproximadamente 15,8 milhões (ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE LAS MADERAS TROPICALES OIMT, 2015). E a produção madeireira do estado de Mato Grosso possui inquestionável importância para o Brasil, além de ser um grande produtor de madeira serrada, o estado ainda produz lâminas, chapas de compensado, entre outros produtos (ARO e BATALHA, 2013) A madeira serrada pode ser definida como peças produzidas a partir do desdobro de toras por meio de serras, representando um tipo de transformação primária da madeira. Dependendo do formato e das dimensões estas peças podem ter várias denominações, tais como: vigas, tábuas, pranchas, pontaletes, sarrafos, ripas e caibros (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE ABIMCI, 2009). O comércio de madeiras dos estados da Amazônia Legal produziu cerca de 12,9 milhões de metros cúbicos de madeiras em toras no ano de 2011, desse total, cerca de 5,5 milhões de metros cúbicos foram comercializados para outros estados, sendo a maioria deste volume transformado em madeira serrada (SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO SFB, 2013). Geralmente, a madeira serrada, sem beneficiamento, utiliza poucos recursos tecnológicos, agrega menor valor e se destina principalmente ao mercado nacional (SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO e INSTITUTO DO HOMEM E MEIO AMBIENTE DA AMAZÔNIA SFB/IMAZON, 2010). Em 2007, a madeira serrada e a beneficiada foram os produtos mais exportados em milhões de dólares da Amazônia. Porém, a partir de 2008 ocorreu um decréscimo progressivo nesse valor permanecendo estável nos anos seguintes (SANTOS, et al., 2013). Um dos motivos da queda nas exportações ocorreu pela crise imobiliária dos Estados Unidos, que consequentemente elevou os preços médios de madeira serrada (SFB, 2014). 34

35 No mercado interno a madeira serrada das espécies ipê e jatobá no ano de 2015, obtiveram valores médios de US$ 778,57/m³ e US$ 386,67/m³, respectivamente. Estes valores são bem superiores às espécies da silvicultura como eucalipto e pinus, que apresentaram valor de cerca de US$ 150/m³ (SFB, 2017). No mercado externo, a madeira de Hymenaea sp. beneficiada se destaca, alcançando um preço médio de 1.305,17 US$/m³. Já a madeira serrada angelim-pedra obteve um aumento de 252% no preço médio entre os anos de 1998 e 2013 (SFB, 2014). Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o comércio madeireiro no estado de Mato Grosso, entre os anos de 2007 e 2014, analisando as principais espécies madeireiras comercializadas, os principais produtos gerados e seus usos. 35

36 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. ÁREA DE ESTUDO O diagnóstico foi realizado com dados do estado de Mato Grosso e avaliou as principais espécies comercializadas entre o período de 2007 a O estado de Mato Grosso pertence à região Centro-Oeste do Brasil e possui área territorial aproximada de 903,37 mil km², com cerca de 3,03 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) per capita de R$ 23,2 mil. A economia está alicerçada nas atividades agropecuárias, industrias, comerciais e madeireiras. Essa última que impulsionou de forma direta a economia de dezenas de municípios mato-grossenses localizados na Amazônia (SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL SEPLAN, 2013) COLETA DE DADOS Os dados foram coletados nos relatórios sobre Beneficiamento e Comércio de Produtos da Madeira por Espécie Florestal disponibilizados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT, 2016), através da emissão de Guias Florestais. O decreto de 10 de outubro de 2006 do estado de Mato Grosso foi criado para disciplinar a utilização, o preenchimento e a emissão da Guia Florestal (GF) para o transporte de produtos e/ou subprodutos de origem florestal as quais são subdivididas em cinco categorias, GF-1, GF- 2, GF-3, GF3i e GF-4 (MATO GROSSO, 2006). A descrição de cada uma destas categorias é apresentada a seguir: A GF-1 é usada para o transporte de produtos de origem florestal (tora) efetuado desde a origem até a indústria. A GF-2 é utilizada para o transporte de produtos e/ou subprodutos de origem florestal oriundos de: Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), Plano de Exploração Florestal (PEF), Desmate Autorizado em Licenças de Instalação (DALI), 36

37 Desmate Autorizado em Pequenas Propriedades (DAPP), Exploração Florestal em Pequenas Propriedades (EFPP), Produto Florestal de Limpeza de Pastagens (PFLP), Produto Florestal de Declaração de Estoque (PFDE), Reflorestamento com Espécies Nativas (RCEN), Reflorestamento com Espécies Exóticas (RCEE), Erradicação ou Poda de Cultura ou Espécie Frutífera (EPCF) e Corte ou Poda de Árvores Urbanas (CPAU), como: carvão, lenha; toretes, escoramentos, postes não imunizados, palanques roliços, mourões ou moirões, lascas, palmitos de origem nativa, com exceção do babaçu Orbignya oleifera Bur, oriundo de pastagem e cultura agrícola e mudas. A GF3 é usada para o transporte dos seguintes produtos e/ou subprodutos de origem florestal como: madeira serrada bruta ou semiacabada, produtos semiacabados, produtos beneficiados, produtos industrializados, toras nas hipóteses de revenda para qualquer pessoa jurídica cadastrada no Cadastro de Consumidores de Matéria-Prima de Origem Florestal (CC- SEMA), resíduos de produtos florestais oriundos de indústrias, os produtos e/ou subprodutos florestais da GF-2, na segunda operação e carvão originário de resíduos industriais. A GF3i: é utilizada para transporte interestaduais. A GF-4 é usada nos casos em que não couber a emissão das Guias Florestais Modelos 1, 2 e 3, e ainda, para aqueles que não tenham obrigatoriedade de serem cadastrados no CC-SEMA. Será exigida também nos seguintes casos: transferência de produtos florestais entre estabelecimentos produtores pertencentes ao mesmo proprietário ou entre proprietários diversos, mas que tenham a mesma participação societária, doações e aquisições eventuais de produtos e/ou subprodutos de origem florestal oriundos de propriedades menores ou iguais a 150 ha (cento e cinquenta hectares) ANÁLISE DOS DADOS 37

38 Para análise dos dados apenas as GF3 e GF3i foram usadas, que são utilizados para o transporte dos produtos e/ou subprodutos de origem florestal. Para as espécies mais comercializadas foram coletados os volumes em metros cúbicos e os valores em reais dos seus produtos, durante o período de 2007 a Os seguintes produtos (QUADRO 1) também foram analisados separadamente: caibro, pranchão, prancha, ripa, sarrafo, tábua, viga e vigota, conforme estabelecido pelas normas NBR 7203 (ABNT, 1982) e NBR (ABNT, 2002). QUADRO 1 NOMENCLATURAS E DIMENSÕES DAS NORMAS DA ABNT Nomenclatura da peça serrada Dimensões Espessura/Largura (cm) NBR 7203/1982 NBR 14807/2002 Caibro 4,0-8,0 / 5,0-8,0 4,0-8,0 / 5,0-8,0 Prancha 4,0-7,0 / >20,0 3,9-7,0 / >16,1 Pranchão >7,0 / >20,0 7,1-16,1 / >16,1 Ripa <2,0 / <10,0 1,0-2,0 / 2,0-5,0 Sarrafo 2,0-4,0 / 2,0-10,0 2,1-3,9 / 2,0-9,9 Tábua 1,0-4,0 / >10,0 1,0-3,7 / >10,0 Viga >4,0/ 11,0-20,0 4,0-8,0 / 8,1-16,0 Vigota 4,0-8,0 / 8,0-11,0 Não especificado Fonte: NBR 7203 (1982); NBR (2002) Na análise, foram descartadas as madeiras exóticas e a classificação Diversos, já que não foi informado no banco de dados as espécies utilizadas, nem a especificação dos tipos de produtos transportados. Também foram descartados as toras e produtos que são comercializados em metro estéreo e em quilos. Os dados foram analisados a partir dos somatórios dos valores e volumes totais comercializados anualmente. Foram identificadas, ao longo do período de estudo, as principais espécies comercializadas e seus produtos gerados, bem como, os seus valores médios (R$/m³) e porcentagem. Posteriormente, avaliou-se quais produtos foram mais comercializados para cada espécie, e as indicações de uso através de pesquisa bibliográfica. 38

39 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. DIAGNÓSTICO DA COMERCIALIZAÇÃO Entre 2007 e 2014 as espécies mais comercializadas em volume foram: Erisma uncinatum Warm., Goupia glabra, Qualea albiflora Warm., Qualea paraensis Ducke, Mezilaurus itauba, Qualea sp., Hymenolobium sp., Apuleia sp., Trattinnickia sp. e Vochysia sp., com 10,42 milhões de metros cúbicos no período avaliado (TABELA 1). TABELA 1 - VALORES TOTAIS, VOLUMES TOTAIS E VALOR MÉDIO PARA AS PRINCIPAIS ESPÉCIES MADEIREIRAS COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2007 A 2014 Espécies Nome comercial Valor (em bilhões de R$) Volume (em milhões de m 3 ) Valor médio (R$/m³) Erisma uncinatum Cedrinho 1,52 2,46 616,16 Qualea sp Cambará 0,89 2,18 409,57 Goupia glabra Cupiúba 0,84 1,57 535,77 Mezilaurus itauba Itaúba 0,61 0,76 798,2 Hymenolobium sp Angelim 0,51 0,89 574,23 Apuleia sp Garapeira 0,46 0,78 581,94 Trattinnickia sp Amescla 0,43 0,96 453,27 Qualea albiflora Cambará 0,12 0,26 464,81 Qualea paraensis Cambará 0,11 0,25 452,65 Vochysia sp Cambará-rosa 0,12 0,32 366,34 Total 5,6 10,42 537,78 Apesar da Mezilaurus itauba ser a quarta mais comercializada, foi a que apresentou maior valor médio por metro cúbico. Já a Qualea sp. foi a segunda mais comercializada, entretanto o valor médio por metro cúbico situou-se entre os menores, junto com Qualea albiflora, Qualea paraensis, Trattinnickia sp e Vochysia sp. O valor total obtido para as dez principais espécies no período de 2007 a 2014 foi de aproximadamente 5,6 bilhões de reais, uma média de 700 milhões de R$/ano. Entre 2004 e 2010, para o mesmo estado, Ribeiro et al. (2016) encontraram um valor de 4,05 bilhões de reais, média 577 milhões de R$/ano. Os maiores valores totais e volumes totais comercializados no período foram obtidos pela Erisma uncinatum, Qualea sp. e Goupia glabra. Essas também foram as mais comercializadas em volumes totais no 39

40 período de 2004 a 2010 no estado de Mato Grosso (RIBEIRO et al., 2016). Provavelmente foram as mais comercializadas, pois apresentam maior qualidade, disponibilidade e aceitação de mercado. As dez principais espécies do presente trabalho corresponderam a 48,60% do volume total em metros cúbicos (FIGURA 1). Já Ribeiro et al. (2016) encontraram um volume em metros cúbicos que corresponde a 78,14% para as dez espécies mais comercializadas entre 2004 e Essa redução foi significativa demonstrando que houve busca de uma exploração mais diversificada de espécies madeireiras, sendo esse resultado uma sinalização de mudança positiva. Segundo o IPT (2013), a crescente utilização de espécies alternativas, fruto de informações disponibilizadas por meio do estudo das propriedades de novas espécies com potencial madeireiro, o que faz com que espécies antes desconhecidas figurem como novas alternativas para o mercado. 51,40 1,14 11,47 10,16 7,32 4,46 4,13 3,66 3,55 1,50 1,20 Erisma uncinatum Qualea sp Goupia glabra Trattinickia sp Hymenolobium sp Apuleia sp Mezilaurus itauba Vochysia sp Qualea albiflora Qualea paraensis Outras espécies FIGURA 1 - PORCENTAGEM DO VOLUME DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO PERÍODO DE 2007 A 2014 NO MATO GROSSO Reis (2017) explica que apesar das vantagens econômicas obtidas pela comercialização de madeiras, o uso excessivo de um pequeno grupo de espécies pode promover a sua extinção. A grande procura por madeiras estabelecidas no mercado pode resultar na superexploração, causando uma queda brusca na abundância de espécies das áreas manejadas. 40

41 De acordo Melo et al. (2015) as principais espécies exploradas em Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) e Planos de Exploração Florestal (PEF) na cidade de Sinop, importante polo madeireiro da região Norte do Mato Grosso, no período de 2006 a 2013, foram Qualea paraensis, Erisma uncinatum, Trattinnickia rhoifolia Willd., Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F Macbr., Mezilaurus itauba, Micropholis sp. e Goupia glabra. Espécies semelhantes às deste trabalho, exceto pela presença Micropholis sp., entre as mais comercializadas. Esses autores afirmaram que a grande parte do volume explorado é representado por poucas espécies, o que sugere que os recursos florestais precisam ser melhor utilizados. Conforme o censo florestal realizado por Oliveira (2014) em uma região de Floresta Ombrófila Densa de Terra-Firme primária localizada no município de Santa Carmem - MT, as espécies que mais se destacaram por ocorrer em um número relevante foram Qualea albiflora, Erisma uncinatum, Trattinnickia burserifolia, Goupia glabra e Mezilaurus itauba. Estas mesmas espécies estão entre as mais comercializadas no presente trabalho, ou seja, são espécies que apresentam maiores diversidades de usos. Na Tabela 2 são apresentados os dados anuais do volume total comercializado e o volume parcial (dez espécies mais comercializadas), seguida pela representação percentual destas, durante período de 2007 a TABELA 2 - VOLUME TOTAL COMERCIALIZADO E VOLUME DAS DEZ ESPÉCIES MAIS REPRESENTATIVAS E SUA PROPORÇÃO EM RELAÇÃO AO VOLUME TOTAL, DURANTE O PERÍODO DE 2007 A 2014 NO DE MATO GROSSO Ano Volume total comercializado em milhões de m³ Total das dez espécies mais comercializadas Milhões m³ (%) ,44 1,11 32, ,76 1,33 48, ,43 1,37 56, ,58 1,51 58, ,54 1,43 56, ,54 1,34 52, ,70 1,28 47, ,46 1,05 42,54 Total 21,45 10,42 48,60 41

42 Observa-se que o ano de 2007 obteve o maior volume comercializado com 3,44 milhões de m 3, já nos anos posteriores ocorreu queda na comercialização de madeiras, provavelmente isso aconteceu pela crise imobiliária americana. Ainda no ano de 2007, as principais espécies comercializadas corresponderam a 32,34% deste total, a menor proporção na série temporal avaliada. Conforme Mendonça Filho (2008), no período de setembro de 2006 a dezembro de 2007, o estado de Mato Grosso foi o terceiro maior produto de madeira serrada para o estado do Rio de Janeiro, comercializando 55 mil metros cúbicos para este estado. Em 2010, houve maior comercialização das principais espécies, porém nos anos posteriores ocorreu menos participação das principais espécies, e em 2014, obtiveram o menor volume de comercialização, indicando que essas espécies estão sendo substituídas por outras. Isso pode ser explicado pela incorporação de espécies alternativas empregadas na construção civil, em contraposição aos impactos ambientais causados pelo uso intensivo e constante de determinadas espécies, que se traduz em um importante passo do setor (ZENID, 2009). Na Figura 2 são apresentados os volumes anuais das espécies mais comercializadas em cada ano. A espécie de Erisma uncinatum foi a mais comercializada durante todo o período analisado, porém teve queda nas vendas no ano de 2014 de 19% em relação ao ano de Já as espécies Hymenolobium sp., Mezilaurus itauba, Trattinnickia sp., Apuleia sp. e Vochysia sp. obtiveram quedas de 11%, 44%, 58%, 42% e 97%, respectivamente, no ano de 2014 em relação a Em trabalhos realizados na região de Florianópolis SC, no período de 2010 a 2011, o estado de Mato Grosso foi o que forneceu mais madeira serrada de origem tropical (SANTOS et al., 2014). Segundo estes mesmos autores, as espécies mais comercializadas foram: Andira sp., Dinizia sp., Vatairea sp., Pithecellobium sp., Hymenolobium sp., Vochysia sp., Qualea sp., Erisma sp., Erisma uncinatum, Apuleia sp. e Mezilaurus itauba. Isso confirma que as espécies Erisma uncinatum, Qualea sp., Hymenolobium sp., Apuleia sp., e Vochysia sp. estão entre as mais comercializadas do estado. 42

43 mil m³ Erisma uncinatum Qualea sp Goupia glabra Hymenolobium sp Mezilaurus itauba Trattinickia sp Apuleia sp Qualea albiflora Vochysia sp Qualea paraensis FIGURA 2 - VOLUMES ANUAIS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO MATO NO PERÍODO DE 2007 A 2014 As espécies que apresentaram aumento na comercialização no ano de 2014 em relação a 2007 foram Goupia glabra, Qualea sp., Qualea albiflora e Qualea paraensis com 19%, 15%, 968% e 63156%, respectivamente, havendo destaque para essas duas últimas que apresentaram incremento significativo nos últimos anos, a partir de 2012, e essa evolução pode ser explicada pela diversidade de espécies manejadas uma característica relevante do manejo de florestas nativas na Amazônia Legal (ZERBINI, 2014). Apesar da Qualea sp. ter apresentado aumento em 2014 em relação a 2007, obteve queda acentuada no ano de 2013, provavelmente isso ocorreu pelo fato das espécies Qualea albiflora e Qualea paraensis passarem a ser identificadas. Antes, estas duas espécies compunham unicamente o gênero Qualea PRODUTOS MADEIREIROS GERADOS De acordo com Aro e Batalha (2013) a produção de madeira serrada compreende uma série de peças de dimensões padronizadas em relação a sua a largura, espessura e comprimento, gerando os seguintes 43

44 mil m³ produtos: tábuas, vigas, pranchas, pranchões, vigotas, sarrafos, ripas e caibros. Na Figura 3 são apresentados os volumes em metros cúbicos dos produtos obtidos das principais espécies florestais comercializadas no Mato Grosso no período de 2007 a Pranchão Sarrafo Vigota Ripa Caibro Prancha Viga Tábua FIGURA 3 - VOLUME DOS PRODUTOS MADEIREIROS COMERCIALIZADOS PELAS PRINCIPAIS ESPÉCIES NO MATO GROSSO ENTRE 2007 E 2014 Verifica-se os menores volumes de produtos comercializados foram nos anos de 2007 e 2014, ocorrendo um aumento na comercialização após Segundo a United States Departament of Agriculture USDA (2010), os produtos madeireiros estão cada vez mais sendo exigidos por arquitetos, designers de produtos e proprietários para utilizarem na construção civil por serem originados de uma fonte sustentável. Os anos em que se observa maior produção dos produtos de madeira serrada das principais espécies foram entre 2009, 2010 e 2011, com mais de um milhão de metros cúbicos para cada ano. E segundo Santos et al. (2013), a produção de madeira serrada no estado de Mato Grosso nesse período correspondeu a 31%, 35%, 24%, respectivamente, da produção da Amazônia Legal, ficando atrás apenas do estado do Pará nos anos de 2009 e 2011, que obteve 44%, 34% e 39%. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2012), em 2010, a 44

45 economia brasileira foi influenciada por um cenário internacional favorável, sobretudo pelo fortalecimento da demanda interna, com elevação da renda das famílias e maior oferta de crédito, que elevaram o resultado do Produto Interno Bruto (7,5%), sendo a maior taxa desde 1986 (7,5%). Consequentemente, a atividade da construção no PIB cresceu 11,6%, atingindo 5,7% de participação. A tábua foi o produto mais comercializado durante o período, porém sua venda oscilou muito, atingindo seu ápice em 2010 e queda na nos anos seguintes. De acordo Carvalho (2016), as tábuas, que tem forma retangular, geram peças de tamanho menor, por possui aplicação tanto na construção civil como no setor moveleiro. Essa versatilidade pode explicar a maior procura por esse produto. Na Tabela 3 são apresentados os valores, volumes e valor/m³ dos produtos madeireiros das principais espécies comercializadas no estado de Mato Grosso no período de 2007 a E na Figura 4, são apresentados os valores em reais desses produtos para cada ano. TABELA 3 - VALORES, VOLUMES E VALOR/M³ DOS PRODUTOS MADEIREIROS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2007 A 2014 Produtos Valor (bilhões de reais) % Volume (milhões de m³) % Valor/m³ Pranchão 0,056 0,99 0,089 0,41 626,80 Sarrafo 0,073 1,30 0,155 0,72 468,62 Ripa 0,139 2,48 0,377 1,76 368,80 Vigota 0,190 3,40 0,359 1,67 530,28 Caibro 0,254 4,54 0,486 2,27 523,07 Prancha 0,732 13,07 1,407 6,56 520,55 Viga 1,139 20,32 2,246 10,47 507,13 Tábua 1,330 23,74 2,457 11,46 541,41 Outros 1,691 30,17 13,871 64,68 121,91 produtos Total 5,604 21,45 261,31 45

46 mil reais Pranchão Sarrafo Vigota Ripa Caibro Prancha Viga Tábua FIGURA 4 - VALORES EM REAIS DOS PRODUTOS MADEIREIROS COMERCIALIZADOS PELAS PRINCIPAIS ESPÉCIES NO MATO GROSSO ENTRE 2007 E 2014 Dos produtos estudados, a tábua, viga e prancha foram os principais produtos comercializados no período, correspondendo juntos a 28% do volume total dos produtos das principais espécies, o que equivale a mais de 6,0 milhões em metros cúbicos. Porém, esses produtos foram os que mais oscilaram durante o período. De 2009 a 2014 a comercialização da prancha caiu todos os anos, já a tábua teve queda a partir de Provavelmente essa queda ocorreu pela substituição da madeira nativa por outros materiais como alumínio, plásticos e MDF (Medium Density Fiberboard) que começaram a ser utilizados demasiadamente em esquadrias, formas de construção civil e móveis (VERÍSSIMO e PEREIRA, 2014). O caibro, pranchão, ripa, vigota e sarrafo foram os produtos menos comercializados apresentando juntos 6,83% do volume total das principais espécies, equivalendo a 1,46 milhões em metros cúbicos. Contudo, em relação a 2007, para o sarrafo, pranchão e vigota houve um crescimento na comercialização desses produtos. Os outros produtos que são representados por compensados, madeira beneficiada entre outros produtos, apresentaram maior volume comercializado durante o período. Conforme a Tabela 3, os produtos que apresentaram os maiores volumes foram a tábua, a viga e a prancha, que representaram juntas 57% 46

47 do valor das principais espécies comercializadas no estado de Mato Grosso entre 2007 e Já o pranchão, sarrafo, viga, vigota e caibro obtiveram 13% do valor das principais espécies comercializadas. O pranchão foi o produto menos comercializado, porém foi o produto com maior valor por metro cúbico, sendo o produto mais valorizado durante o período, provavelmente isso ocorreu pela sua dimensão que possibilita obter peças menores. Já para os outros produtos observou-se tendência contrária, ou seja, foram os mais comercializados, entretanto o preço por metro cúbico foi o menor. Conforme o Centro De Estudos Avançados Em Economia Aplicada CEPEA (2014), os preços das pranchas de maçaranduba na região de Itapeva - SP tiveram aumento de 0,46%, entre os meses de dezembro de 2013 e janeiro de Na região de Marília, os preços das pranchas de peroba, cumaru e angelim pedra, apresentam aumentos nos preços de 11,06%, 1,69% e 0,65%, respectivamente. No mercado interno de produtos florestais do estado do Pará, os preços médios das pranchas de ipê e maçaranduba apresentaram aumento de 6,38% e 0,55%, no mesmo período, já as espécies de jatobá, angelim pedra, angelim vermelho e cumaru não apresentaram alterações de preço da prancha. De modo geral, as cidades dos estados do Pará e de São Paulo tem apresentado aumento na comercialização dos preços das pranchas, o que não ocorreu com preço das pranchas comercializadas no estado de Mato Grosso, que obteve queda desde o ano de USOS MADEIREIROS DAS ESPÉCIES No presente trabalho os principais produtos comercializados durante o período em volume para Apuleia sp., Hymenolobium sp., Mezilaurus itauba e Goupia glabra foram viga (176 mil m³), prancha (298 mil m³), prancha (192 mil m³) e viga (761 mil m³), respectivamente. Conforme Schwengber e Smiderle (2005), a espécie Goupia glabra é usada em diversas finalidades, como caibros, ripas, tábuas para assoalhos e rodapés, móveis, compensados, sendo também utilizada como viga. 47

48 Conforme Razera Neto (2005), a espécie Apuleia leiocarpa é indicada para construção civil, como vigas caibros, ripas, venezianas, tábuas e tacos para assoalho. A espécie Mezilaurus itauba vem sendo usada na construção civil, como postes, moirões, vigas, caibros e outros (GARCIA, et al., 2012). Lopes (2014), estudando o gênero Hymenolobium sp. constatou que é utilizado para embalagens, indústria moveleira e construção civil. As espécies Mezilaurus itauba, Goupia glabra, Hymenolobium petraeum e Apuleia leiocarpa, estes últimos do gênero Apuleia e Hymenolobium, são usadas para construção civil pesada externa e interna. Conforme o IPT (2009), estas espécies são empregadas nesses tipos de construção na forma de vigas, caibros, tábuas, sendo também empregadas na fabricação de móveis. As espécies Erisma uncinatum, Qualea sp., Vochysia sp. e Trattinnickia sp., Qualea paraensis e Qualea albiflora, tiveram como produtos mais comercializados a tábua (1,2 milhão de m³), viga (837 mil m³), viga (92 mil m³), tábua (272 mil m³), viga (105 mil m³) e viga (102 mil m³), respectivamente. Conforme o IPT (2009), as espécies Erisma uncinatum, Trattinnickia burserifolia (Mart.) e as espécies do gênero Vochysia e Qualea são mais utilizadas em usos temporários e outros usos, tendo destaque a Trattinnickia burserifolia que é bastante utilizada para compensados. Estas espécies ainda são usadas como móveis estândar, partes internas de móveis, embalagens e compensados. De acordo com Segundinho et al. (2013), a espécie Erisma uncinatum pode ser utilizada na fabricação de vigas de madeira laminada colada e a Qualea sp. é usada para produção de móveis (FARIAS, 2015). Conforme Santini Junior (2013), a madeira de Vochysia sp. é indicada para confecção de móveis, compensados e embalagens, já a Trattinnickia sp. é destinada para fabricação de chapas compensadas, lâminas decorativas, embalagens e brinquedos. Na Tabela 4 apresenta os produtos madeireiros mais comercializados e utilizados das principais espécies comercializadas no estado de Mato Grosso. 48

49 A viga e a prancha foram os únicos produtos que ficaram entre os mais comercializados para todas as espécies, a tábua foi o terceiro produto não ficando entre os mais comercializados apenas para Goupia glabra. O pranchão, ripa e sarrafo foram os menos comercializados, entre os produtos estudados, para todas as espécies. 49

50 TABELA 4 - USOS MADEIREIROS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO ESPÉCIES Construção civil Outros usos Caibro Prancha Pranchão Ripa Sarrafo Tábua Viga Vigota Embalagens Móveis Compensado Laminado Qualea paraensis X X X X O O O Erisma uncinatum X X X X O O O O Goupia glabra X X X X O O O Qualea albiflora X X X X O O O Mezilaurus itauba X X X X O Qualea sp. X X X X O O O Apuleia sp. X X X X O Hymenolobium sp. X X X X O O Trattinnickia sp. X X X X O O O O Vochysia sp. X X X X O O O Legenda: X=mais comercializado/usado; O=usos conforme a literatura. 50

51 4. CONCLUSÃO As dez espécies mais comercializadas representaram metade do volume total comercializado, o que reflete a pouca diversidade de espécies madeireiras sendo utilizadas na região. As espécies mais comercializadas foram Erisma uncinatum, Qualea sp. e Goupia glabra. A madeira de Mezilaurus itauba foi a que apresentou o maior valor em metro cúbico, e a Vochysia sp. o menor. Os produtos mais comercializados corresponderam a quase 36% de todos os produtos comercializáveis pelas principais espécies em volume, e em valor corresponderam a cerca de 70% do total. Os produtos mais comercializados foram viga, tábua e prancha e os menos comercializados foram pranchão, sarrafo e ripa. 51

52 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARO, E. R.; BATALHA, M. O. Competitividade da madeira serrada do Estado de Mato Grosso Brasil. Gestão e Regionalidade, São Caetano do Sul, v. 29, n. 87, p.81-94, set/dez ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE ABIMCI. Estudo setorial 2009 Ano Base 2008 Indústria de Madeira Processada Mecanicamente. Curitiba: ABIMCI, p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT. NBR 7203/1982: Madeira serrada e beneficiada. Rio de Janeiro: ABNT, p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT. NBR 14807/2002: Peças de madeira serrada - dimensões. Rio de Janeiro: ABNT, p. CARVALHO, D. E. Melhoria no desdobro em uma serraria de eucalipto para madeira destinada a construção f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, CEPEA CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA. Exportações de celulose e papel continuaram a crescer em janeiro. Piracicaba: ESALQ, p. (Informativo CEPEA Setor Florestal, N. 145). FARIAS, S. M. A. P. Caracterização de espécies madeireiras como alternativas às tradicionalmente exploradas e utilizadas industrialmente na regional Tarauacá-Envira - estado do Acre. 2015, 135f. Dissertação (mestrado) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, GARCIA, F. M.; MANFIO, D. R.; SANSÍGOLO, C. A.; MAGALHÃES, P. A. D. Rendimento no desdobro de toras de itaúba (Mezilaurus itauba) e tauari (Couratari guianensis) segundo a classificação da qualidade da tora. Floresta e Ambiente 2012 out/dez; 19(4): INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Pesquisa Anual da Indústria na Construção, Rio de Janeiro, v.20, p. 1-96, INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO IPT. Madeira: uso sustentável na construção civil. São Paulo: IPT, p. 52

53 INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO IPT. Catálogo de madeiras brasileiras para a construção civil. São Paulo: IPT, p. LOPES, T. S. Caracterização do comércio de madeira serrada na cidade de Goiânia-GO. 2014, 98f. Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Goiás, Escola de Agronomia (EA), Goiás, MATO GROSSO. Governo do Estado de Mato Grosso. Decreto DE 10 DE OUTUBRO DE Disciplina a Guia Florestal (GF) para o transporte de produtos e/ou subprodutos de origem florestal do Estado de Mato Grosso, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Mato Grosso MELO, R. R.; PASTORE, K. C.; MASCARENHAS, A. R. P.; ACOSTA, F. C.; PEDROSA, T. D.; SERENINI JUNIOR, L. Vouchers for Releasing Forestry Credit (CLCF) for Sinop, Mato Grosso, Brazil. Nativa, Sinop, v. 3, n. 1, p.36-43, jan/mar MENDONÇA FILHO, W. F. Diagnóstico e potencial sócio econômico do setor de base florestal do estado do Rio de janeiro f. Tese (Doutorado em Ciências Ambientais e Florestais) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropédica, OLIVEIRA, M. F. Critérios para o manejo sustentável de duas espécies madeireiras das florestas tropicais do Mato Grosso. Dissertação (mestrado) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE LAS MADERAS TROPICALES OIMT. Reseña bienal y evaluación de la situación mundial de las maderas Yokohoma: OIMT, p. RAZERA NETO, A. Espécies de madeiras tropicais na produção de móveis com madeira sólida na região de Curitiba e municípios vizinhos. 2005, 134f. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, REIS, P. C. M. R. Análise estrutural e propriedades tecnológicas da madeira de espécies da Amazônia. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) Universidade Federal de Viçosa f. RIBEIRO, E. S.; SOUZA, R. A. T. M.; PAULA, M. H.; MESQUITA, R. R. S.; MOREIRA, E. L.; FAZION, H. Espécies florestais comercializadas pelo estado de Mato Grosso. Biodiversidade, Rondonópolis, v. 15, n. 2, p.2-20, maio/ago SANTINI JUNIOR, L. Descrição macroscópica e microscópica da madeira aplicada na identificação das principais espécies comercializadas no estado de São Paulo Programas São Paulo 53

54 Amigo da Amazônia e Cadmadeira. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestal) Universidade de São Paulo, Piracicaba, SANTOS, A. S.; SILVA, F. A. P. R. C.; SIMONETTI, R. A.; ROBERT, R. C. G.; FANTINI, A. C. Panorama do comércio de madeira serrada na Microrregião Geográfica de Florianópolis SC. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 21, n. 1, p.19-29, jan/mar SANTOS, D.; PEREIRA, D.; VERÍSSIMO, A. O estado da Amazônia: uso da terra. Belém: IMAZON, p. SCHWENGBER, D. R.; SMIDERLE, O. J. Cupiúba Goupia glabra Aubl. Informativo Técnico Rede de Sementes da Amazônia. n. 7, SECRTARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE DE MATO GROSSO SEMA-MT. Beneficiamento e Comércio de Produtos da Madeira por Espécie Florestal Disponível em: < Acesso em: 10 ago SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL SEPLAN. Mato Grosso em números Um diagnóstico da realidade de Mato Grosso. Cuiabá: SEPLAN, p. SEGUNDINHO, P. G. A.; ZANGIÁCOMO, A. L.; CARREIRA, M. R.; DIAS, A. A.; LAHR, F. A. R. Avaliação de vigas de madeira laminada colada de cedrinho (Erisma uncinatum Warm.). Cerne, Lavras, v.19, n.3, p , jul./set SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO - SFB. Florestas do Brasil em Resumo Brasília: SFB, p. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO SFB; INSTITUTO DO HOMEM E MEIO AMBIENTA DA AMAZÔNIA (IMAZON). A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados. Belém: SFB/IMAZON, p. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO SFB. Panorama econômico do setor florestal. Brasília: SFB, p. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO SFB. Plano anual de outorga florestal 2018: Relatório Síntese. Brasília: SFB, p. UNITED STATES DEPARTAMENT OF AGRICULTURE USDA. Wood handbook Wood as an engineering material. Madison: USDA, p. VERÍSSIMO, A.; PEREIRA, D. Produção na Amazônia Florestal: características, desafios e oportunidades. Parcerias Estratégicas, Brasília, v.19, n.38, p.13-44, jan/jun

55 ZERBINI, F. Cenário da Madeira FSC no Brasil São Paulo: FSC Brasil, p. ZENID, G. J. Madeira uso sustentável na construção civil. 2. Ed. São Paulo: IPT, p. (Publicação IPT; 3010). 55

56 CAPÍTULO II DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DAS PRINCIPAIS MADEIRAS COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO RESUMO O presente trabalho teve como objetivo descrever macroscopicamente a madeira das espécies mais comercializadas no estado de Mato Grosso. Na análise foram selecionadas as madeiras de maior importância comercial para o Estado, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso. Para isso, foram escolhidas as trinta espécies mais comercializadas, das quais foram coletadas amostras para realizar a descrição macroscópica. Após coletadas as amostras, foi feita a identificação das espécies (ou gêneros), por meio da análise de um especialista e comparação em xiloteca credenciada. Das trinta espécies selecionadas, 18 delas foi possível a identificação apenas em nível de gênero. Em relação aos componentes anatômicos avaliados, os parênquimas mais frequentes foram aliforme, aliforme confluente e vasicêntrico. Todas as espécies apresentaram poros solitários e múltiplos, exceto a Goupia glabra que apresentou poros exclusivamente solitários. A Erisma uncinatum foi a única que apresentou floema incluso, já o Astronium sp., Cariniana sp., Couratari sp., Protium sp., Qualea sp., Simarouba amara e Vochysia sp. foram as únicas que apresentaram canais secretores. A maioria das espécies obtiveram algum tipo de obstrução seja por tilose, óleo-resina ou outras substâncias com exceção da Simarouba amara e Schizolobium amazonicum. A partir do uso da chave dicotômica pode-se observar que os elementos macroscópicos principais para distinguir as espécies são a distinção entre parênquimas, bem como seus tipos, além do tamanho e obstrução dos poros. Palavras-chave: madeiras tropicais, identificação de madeiras, chave de identificação 56

57 CHAPTER II MACROSCOPIC DESCRIPTION OF THE MAIN WOODS MARKETED IN THE STATE OF MATO GROSSO ABSTRACT The present work aimed to describe macroscopically the wood of the most commercialized species in the state of Mato Grosso. In the analysis, wood of major commercial importance to the state, according to data from the Ministry of the Environment of Mato Grosso. For this, the 30 most commercialized species were chosen, from which samples were collected to perform the macroscopic description. After the samples were collected, the identification of the species (or genera) was done, through the analysis of a specialist and a comparison in an accredited library. Of the thirty species selected, 18 of them were possible to identify only at the gender level. In relation to the anatomical components evaluated, the most frequent parenchyma were aliform, confluent aliform and vasicentric. All species presented solitary and multiple pores, except Goupia glabra, which presented exclusively solitary pores. Erisma uncinatum was the only one that presented included phloem, as the Astronium sp., Cariniana sp., Couratari sp., Protium sp., Qualea sp., Simarouba amara and Vochysia sp. were the ones that showed secretory canals. Most of the species have had some type of obstruction due to tilose, oil-resin or other substances except for Simarouba amara and Schizolobium amazonicum. From the use of the dichotomous key it can be observed that the main macroscopic elements to distinguish the species are the distinction between parenchyma, as well as their types, besides the size and obstruction of the pores. Keywords: tropical woods, identification of woods, identification key 57

58 1. INTRODUÇÃO O Brasil é um dos principais produtores de madeiras tropicais juntamente com Indonésia, Índia e Malásia, que somam 65% da produção mundial. Além de ser um grande produtor, o país é o maior consumidor de madeira serrada do mundo (ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE LAS MADERAS TROPICALES OIMT, 2015). De acordo com Alves et al. (2013), na transformação da árvore em madeira serrada, suas folhas, frutos e flores são eliminados. Deste modo, as características da madeira se tornam fundamentais para a identificação da espécie florestal. Na comercialização de espécies madeireiras, a identificação é muito importante, principalmente a macroscópica, por ser um processo rápido e de grande aplicação prática. Nela são observadas características a olho nu ou com ajuda de uma lupa de 10x. São avaliadas a cor, o brilho, o odor, o gosto, a grã, a textura, a densidade, a dureza e o desenho. Além destas consideram-se os caracteres anatômicas, como as camadas de crescimento (anéis), tipos de parênquima, poros (vasos) e raios (ZENID e CECCANTINI, 2007). O conhecimento da estrutura anatômica é, com certeza, o método indicado para a identificação da madeira, sendo também de aplicação simples para a correta nomenclatura das madeiras (ALVES et al., 2013). Conforme Trevizor (2011) a criação de uma chave dicotômica macroscópica da madeira é frequentemente aplicada para auxiliar na identificação de espécies, entretanto, pela limitação da ampliação e detalhamento da estrutura anatômica de 10x com a lupa conta-fios, muitas vezes só é possível chegar até o nível de gênero. Segundo este mesmo autor, quando se tem dificuldade de visualizar os caracteres anatômicos da madeira, adiciona-se na frente da característica exclusiva (a que distingue a espécie dentro do grupo), outras características macroscópicas de caráter geral como: tipo e arranjo de porosidade para auxiliar a identificação e confirmar as características de cada amostra. O presente trabalho tem como objetivo descrever macroscopicamente as espécies madeireiras mais comercializadas no 58

59 estado de Mato Grosso. Adicionalmente, foi elaborada uma chave dicotômica que facilite o processo de identificação destas espécies com base em sua análise macroscópica. 59

60 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES MADEIREIRAS AVALIADAS O levantamento consistiu em analisar o relatório parcial de Beneficiamento e Comércio de Produtos da Madeira por Espécie Florestal de 2015, disponibilizados pela Secretária de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT, 2016). Foram selecionadas trinta espécies (ou gêneros), a partir do volume, entre as mais comercializadas no estado de Mato Grosso, e destas foram obtidas amostras para realizar as análises e descrição macroscópica (TABELA 1). TABELA 1 - PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE 2015 Nome científico Nome comum Família Erisma uncinatum Warm Cambará Vochysiaceae Goupia glabra Aubl. Cupiúba Goupiaceae Qualea paraensis Ducke Cambará Vochysiaceae Qualea albiflora Warm Bafo de boi Vochysiaceae Manilkara huberi (Ducke) Chevalier. Maçaranduba Sapotaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr Garapeira Fabaceae Hymenolobium petraeum Ducke. Angelim Fabaceae Qualea sp Cambará Vochysiaceae Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Camaru-ferro Fabaceae Trattinnickia burseraefolia (Mart.) Willd. Amescla Burseraceae Mezilaurus itauba (Meissn.) Itaúba Lauraceae Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols. Ipê Bignoniaceae Hymenaea courbaril L. Jataí Fabaceae Protium heptaphyllum (Aubl.) March. Amescla Burseraceae Clarisia racemosa Ruiz e Pavon Amarelinho Moraceae Cedrelinga catenaeformis Ducke Cedrão Fabaceae Hymenolobium sp Angelim Fabaceae Simarouba amara Aubl. Caixeta Simaroubaceae Cariniana micrantha Ducke Jequitibá Lecythidaceae Ocotea sp Canela Lauraceae Bagassa guianensis Aubl Amarelinho Moraceae Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Orelha-demacaco Fabaceae Morong. Tabebuia sp Ipê Bignoniaceae Astronium lecointei Ducke Guaritá Anacardiaceae Dipteryx sp Champanhe Fabaceae Trattinnickia sp Amescla Burseraceae Ocotea puberula (Rich) Canelão Lauraceae Castilla ulei Warb. Caucho Moraceae Manilkara excelsa (Ducke) Standl. Maçaranduba Sapotaceae Enterolobium schomburgkii (Benth.) Fava-orelhade-macaco Fabaceae Benth. Hymenolobium excelsum Ducke. Angelim Fabaceae Hymenaea sp Jatobá Fabaceae Continua... 60

61 Continuação da Tabela 1 Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp. Angelim-saia Fabaceae Couratari oblongifolia Ducke & R.Knuth. Tauari Lecythidaceae Sclerolobium denudatum Tachi Fabaceae Schizolobium amazonicum (Huber) Pinhocuiabano Fabaceae Ducke. Qualea dinizii Ducke Cambará Vochysiaceae Couratari guianensis Aubl. Tauari Lecythidaceae Trattinnickia rhoifolia Willd. Amescla Burseraceae Pouteria pariry (Ducke) Baehni. Pariri Sapotaceae Guarea guidonia (L.) Sleumer Itaúba Meliaceae Couratari tauari O.Berg Tauari Lecythidaceae Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Ipê Bignoniaceae Standl. Apuleia molaris Spruce et. Benth Garapeira Fabaceae Dialium guianense (Aubl.) Sandwith Jutaí Fabaceae Couratari sp Tauari Lecythidaceae Hymenolobium heterocarpum Ducke Angelim Fabaceae Protium paraense Cuatrec Mescla Burseraceae aroeira Vochysia vismiifolia Spruce ex Warm Rosinha Vochysiaceae Fonte: SEMA-MT (2016) 2.2. COLETA, IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS AMOSTRAS MADEIREIRAS As amostras de madeira das espécies avaliadas foram coletadas em serraria de diferentes cidades da Região Norte de Mato Grosso, principal polo madeireiro do Estado. Essas foram encaminhadas para o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA-MT), onde foram comparadas com as amostras-padrão da Xiloteca do Laboratório de Tecnologia da Madeira. Com base nessa comparação e, com o auxílio da análise de um especialista do Laboratório, foram feitas as identificações das espécies. Quando não foi possível identificar a nível de espécie, as identificações foram feitas a nível de gênero. Para identificação adotou-se os procedimentos recomendados pelo INDEA (2011) e Santini Junior (2013). Inicialmente as amostras foram preparadas no seu plano transversal (topo), deixando uma superfície bem polida e plana, obtida com auxílio de uma lâmina afiada. Em seguida, utilizou-se para as observações uma lupa tipo conta fios com aumento de 10x, que apresenta foco fixo, permitindo comparações. Toda análise foi realizada em local com boa iluminação. No caso de madeiras secas, foi feito um leve umedecimento na superfície polida, para realçar os caracteres 61

62 macroscópicos a serem investigados. As espécies madeireiras foram descritas pelo nome cientifico, família, nomes vulgares, propriedades organolépticas (cor, grã, textura, brilho, cheiro e gosto), massa específica descrição anatômica macroscópica (parênquima axial, poros, raios, linhas vasculares, camadas de crescimento, floema incluso e canais secretores) e contagem dos raios a partir da face transversal DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPÉCIFICA Para determinar a massa específica foram coletadas e confeccionadas cinco amostras de 5 x 1 x 12 cm e lixadas com lixa de granulometria de 200, com teor de umidade de 12%. A massa específica aparente foi obtida pela relação da massa e volume (Equação 1). A massa foi aferida através da pesagem em balança analítica de precisão (0,001g), e o volume estabelecido pela mensuração das direções axial, longitudinal radial e longitudinal tangencial de cada amostra, usando um paquímetro digital (0,01 mm). ρ = m v (Equação 1) Em que: ρ = massa específica, em g/cm³; m = massa, em gramas; v= volume, em cm³. As massas específicas das madeiras foram classificadas de acordo com a classificação proposta por INDEA (2011). QUADRO 1 CLASSIFICAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA Massa específica Classificação 0,00 a 0,40 g/cm³ Muito leve 0,41 a 0,55 g/cm³ Leve 0,56 a 0,75 g/cm³ Moderadamente pesada 0,76 a 0,95 g/cm³ Pesada 0,96 g/cm³ acima Muito pesada Fonte: INDEA (2011) 2.4. CAPTURA DAS IMAGENS MACROSCÓPICAS 62

63 Para a captura das imagens dos três planos foram usadas amostras de dimensões de 3 x 2 x 2 cm e um estereomicroscópio com sistema de captura Leica EC3 com software Leica Application Suite v CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO A partir das características macroscópicas (parênquima axial, poros, raios, linhas vasculares, camadas de crescimento, floema incluso e canais secretores) das 30 espécies descritas foi feita uma chave de identificação (dicotômica), para auxiliar na identificação a nível de gênero e espécie. Para confecção da chave foi adotado o modelo proposto por Cury (2002), em que a primeira parte da chave é feita por múltipla escolha optando-se por um dos tipos de parênquimas e, posteriormente, escolhese por uma entre duas opções oposta até encontrar o gênero ou espécie desejada. 63

64 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As espécies foram descritas conforme as propriedades organolépticas, massa específica e anatômicas. Destas trinta madeiras, apenas 12 foram identificadas a nível de espécie. Conforme Botosso (2008) espécies madeireiras pertencentes a grupos botânicos de maior complexidade e similaridade estrutural são mais difíceis de serem diferenciadas a nível macroscópico, sendo determinadas apenas a nível de gênero ao qual pertence a madeira. No Apêndice (página 126) encontra-se a chave dicotômica de identificação das madeiras que foi feita a partir da caracterização macroscópica das espécies (ou gêneros) avaliadas. De acordo com Botosso (2008) na análise macroscópica as características mais usadas estão associadas à forma, ao tamanho ou a distribuição dos elementos celulares: vasos, raios e parênquima axial. Segundo Zenid e Ceccantini (2007) o parênquima axial pode assumir várias configurações distintas e é essencial para a identificação de madeiras, sendo que, algumas vezes, apenas a constatação do tipo de parênquima axial já confirma a qual família botânica a espécie pertence. No presente trabalho, os principais elementos de diferenciação utilizados foram os tipos de parênquimas (indistinto, reticulado, em faixas, em linhas, vasicêntrico, aliforme e aliforme confluente) e os poros (vasos). 64

65 Nome científico: Apuleia sp. Família: Fabaceae Nomes populares: Garapeira, garapa, garapinha. Caracteres gerais: Madeira pesada; massa específica de 0,85 g/cm³; cerne bege-amarelado ao róseo-acastanhado, distinto do alburno; grã revessa; textura média; brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: observado sob lente de 10x, aliforme e aliforme confluente em trechos longos (seta branca) e às vezes curtos. Poros: distintos sob lente de 10x; solitários parcialmente predominantes e múltiplos; porosidade difusa; bastante numerosos; pequenos e médios; obstruídos as vezes por óleo-resina-escuro e substâncias amareladas (seta azul). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, abundantes e finas. Raios: no plano transversal, visíveis apenas sob lente de 10x, finos, numerosos, 8 raios/mm; no tangencial, visíveis só sob lente de 10x, estratificados (seta preta); no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 1 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Apuleia sp.. 65

66 Nome científico: Astronium sp. Família: Anacardiaceae Nomes populares: Muiracatiara, maracatiara, guaritá, gonçaleiro. Caracteres gerais: Madeira pesada; massa específica de 0,87 g/cm³; cerne bege-rosado ao castanho-escuro, distinto do alburno; grã direita a irregular; textura média; moderadamente brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: indistinto. Poros: observados a olho nu; solitários predominantes e múltiplos; porosidade difusa, pouco numerosos; pequenos e médios predominantes; completamente obstruídos por tilos (seta azul). Linhas vasculares: observadas a olho nu, tilos presentes (seta preta). Raios: no topo, pouco visíveis a olho nu, 7 raios/mm; no tangencial, distinto sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios é sem contraste. Camadas de crescimento: pouco distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. Canais secretores radiais: presentes nos raios (seta branca). PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 2 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Astronium sp. 66

67 Nome científico: Bagassa guianensis Família: Moraceae Nomes populares: Amarelinho, tatajuba, garrote. Caracteres gerais: Madeira pesada; massa específica de 0,84 g/cm³; cerne amarelo-dourado ao castanho, distinto do alburno; grã revessa; textura grossa; pouca brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: praticamente indistinto, pouco visível sob lente de 10x, ligeiramente vasicêntrico e escasso (seta branca), podendo-se confundir com o contorno dos poros. Poros: visíveis a olho nu; pouco numerosos; grandes; solitários e múltiplos, predominando os primeiros, arranjo radial; obstruídos por tilos brilhantes. Linhas vasculares: visíveis a olho nu, contendo óleo-resina-amarelado e tilos (seta preta). Raios: no topo, visíveis a olho nu, com certa uniformidade no espaçamento e na largura, 6 raios/mm; na face tangencial, visíveis apenas sob lente de 10x; na face radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas, mal demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 3 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Bagassa guianensis 67

68 Nome científico: Cariniana sp. Família: Lecythidaceae Nomes populares: Jequitibá, jequitibá-rosa, curripichá. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada, massa específica de 0,60 g/cm³; cerne bege-rosado ao róseo-acastanhado, distinto do alburno; grã direita; textura média; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível sob lente de 10x, reticulado em linhas regulares (seta branca). Poros: visíveis a olho nu; solitários e predominando os múltiplos; porosidade difusa; pouco numerosos; médios; obstruídos por tilos (seta azul). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, com presença de tilos (seta preta). Raios: no topo, visíveis apenas sob lente de 10x, finos, 7 raios/mm; no tangencial, visíveis somente sob lente de 10x e irregularmente dispostos; no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. Canais secretores verticais: ocasionalmente presentes. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 4 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Cariniana sp. 68

69 Nome científico: Castilla ulei Família: Moraceae Nomes populares: Caúcho, borracheiro. Caracteres gerais: Madeira leve; massa específica de 0,44 g/cm³; cerne bege-amarelado, indistinto do alburno; grã direita; textura média; brilhosa; cheiro e gostos indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível sob lente de 10x; aliforme (seta amarela) e as vezes aliforme confluente em trechos curtos (seta branca) e às vezes vasicêntrico (seta preta). Poros: notados a olho nu, distintos sob lente de 10x; médios; solitários e múltiplos, porosidade difusa; pouco abundante; obstruídos parcialmente por tilos (seta azul). Linhas vasculares: observadas a olho nu, largas, espaçadas. Raios: no topo, observados a olho nu e são bem destacados; 6 raios/mm; no tangencial, visíveis apenas sob lente de 10x; no radial o espelhado tem um certo contraste. Camadas de crescimento: pouco distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 5 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Castilla ulei 69

70 Nome científico: Cedrelinga catenaeformis Família: Fabaceae Nomes populares: Cedrorana, cedrão, cedro-amazonense. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,61 g/cm³; cerne castanho-claro-rosado ao castanho-claro-acinzentado, distinto do alburno; grã direita; textura grossa; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: observados somente sob lente de 10x, vasicêntrico (seta amarela), escasso (seta branca) ou aliforme. Poros: visíveis a olho nu; poucos; médios a grandes; solitários na maioria; múltiplos; porosidade difusa; obstruídos por substâncias brancas (seta azul). Linhas vasculares: notadas a olho nu, largas, espaçadas. Raios: no topo, visíveis apenas sob lente de 10x; finos e aproximados (seta preta), 10 raios/mm; na face tangencial, observados a olho nu; na face radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL 70 PLANO TANGENCIAL FIGURA 6 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Cedrelinga catenaeformis

71 Nome científico: Clarisia racemosa Família: Moraceae Nomes populares: Amarelinho, guariúba, oiticica. Caracteres gerais: Madeira pesada; massa específica de 0,82 g/cm³; cerne amarelo-acastanhado, distinta do alburno; grã direta a irregular; textura média para grossa; moderadamente brilhosa, cheiro e gostos indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: observado a olho nu, em faixas largas ou estreitas, contínuas, aproximadas tocando os poros (seta branca) e aliforme confluente. Poros: notados a olho nu; solitários predominantes e múltiplos; porosidade difusa; pouco numerosos; de pequenos e médios; obstruídos por tilos (seta azul) e substâncias amareladas. Linhas vasculares: visíveis a olho nu, contendo tilos (seta preta). Raios: no topo, notados a olho nu e distintos sob lente de 10x, 5 raios/mm; no tangencial, visíveis apenas sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras, geralmente são indistintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL 71 PLANO TANGENCIAL FIGURA 7 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Clarisia racemosa

72 Nome científico: Couratari sp. Família: Lecythidaceae Nomes populares: Tauari, imbirema e tauari-amarelo. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,58 g/cm³; cerne esbranquiçado ou amarelado, indistinto do alburno; grã direita; textura média; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: observado sob lente de 10x, reticulado irregular (seta branca). Poros: visíveis a olho nu; solitários e múltiplos predominantes sendo radiais e geminados (seta azul); porosidade difusa; poucos; médios a grandes; as vezes obstruídos por tilos. Linhas vasculares: visíveis a olho nu, com alguns tilos (seta preta). Raios: no topo, visíveis a olho nu e bem destacados, 7 raios/mm; no tangencial, visíveis sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. Canais secretores verticais: às vezes presentes. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 8 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Couratari sp. 72

73 Nome cientifico: Dialium guianense Família: Fabaceae Nomes populares: Jutaí, jutaí-pororoca, jataí-peba, roxinho. Caracteres gerais: Madeira muito pesada; massa específica de 0,99 g/cm³; cerne bege-acastanhado ao castanho escuro, distinto do alburno; grã direita; textura média; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível apenas sob lente de 10x; em linhas aproximadas (seta branca), irregulares, numerosas e às vezes interrompidas. Poros: poucos notados a olho nu, distintos sob lente de 10x; pequenos; solitários em maioria e múltiplos; porosidade difusa; pouco numerosos; obstruídos por tilos (seta azul) e óleo-resina (seta amarela). Linhas Vasculares: notadas a olho nu, tilos presentes. Raios: no topo, visíveis somente sob lente de 10x, finos, muito numerosos, 10 raios/mm; no tangencial pouco visíveis sob lente de 10x, estratificados (seta preta); no radial, o espelhado é pouco contrastado. Camadas de crescimento: distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL 73 PLANO TANGENCIAL FIGURA 9 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Dialium guianense

74 Nome científico: Dipteryx sp. Família: Fabaceae Nomes populares: Cumbarú, cumarú, champanhe, champanha. Caracteres gerais: Madeira muito pesada; massa específica de 1,06 g/cm³; cerne castanho-amarelado a castanho-escuro, distinto do alburno; grã revessa; textura grossa; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível sob lente de 10x; aliforme predominante (seta branca), as vezes confluentes (seta azul) e vasicêntrico. Poros: notados a olho nu e distintos sob lente de 10x; solitários a maioria e múltiplos; porosidade difusa; numerosos; pequenos e médios; as vezes obstruídos por óleo-resina-amarelado (seta preta). Linhas vasculares: distintas a olho nu, envolvidas pelo parênquima. Raios: no topo, distintos apenas sob lente de 10x, finos, regularmente espaçados, 9 raios/mm; no tangencial, notados a olho nu e distintos sob lente, estratificados (seta amarela); no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 10 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Dipteryx sp. 74

75 Nome científico: Enterolobium contortisiliquum Família: Fabaceae Nomes populares: Tamboril, timboril, chímbuva, fava-orelha-de-negro Caracteres gerais: madeira leve; massa específica de 0,46 g/cm³; cerne castanho-claro e róseo-pardacento, distinto do alburno; grã direita a irregular; textura grossa; moderadamente brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: notado a olho nu; vasicêntrico (seta azul), aliforme losangular (seta branca) e as vezes com trechos pequenos formando confluências. Poros: visíveis a olho nu; pouco abundante; solitários em maioria e múltiplos; porosidade difusa; médios e grandes; obstruídos por óleo-resina-escuro e alguns por substâncias claras (seta preta). Linhas vasculares: distintas a olho nu, grandes, com óleoresina e substâncias claras (seta amarela). Raios: no topo, distintos apenas sob lente de 10x, finos e poucos, 7 raios/mm; no tangencial, notados a olho nu e distintos sob lente de 10x; no radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL 75 PLANO TANGENCIAL FIGURA 11 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Enterolobium contortisiliquum

76 Nome científico: Enterolobium schomburgkii Família: Fabaceae Nomes populares: Faveira-dura, fava-orelha-de-macaco, favela. Caracteres gerais: Madeira muito pesada; massa específica de 1,00 g/cm³; cerne castanho-amarelo, distinto do alburno; grã direita à revessa; textura média a grossa, pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: distinto a olho nu, podendo ser aliforme losangular (seta azul), com confluências oblíquas (seta branca) e às vezes vasicêntrico (seta amarela). Poros: visíveis a olho nu, numerosos; pequenos e médios; solitários parcialmente predominantes e múltiplos; porosidade difusa; obstruídos por substância amarelada ou branca (seta preta). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, com substância alaranjada ou branca. Raios: no topo, muito finos, uniformes na largura e espaçamento, visíveis sob lente de 10x, 7 raios/mm; na face tangencial, visíveis sob lente de 10x; na face radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 12 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Enterolobium schomburgkii 76

77 Nome científico: Erisma uncinatum Família: Vochysiaceae Nome populares: Cedrinho, cambará, quarubarana, cedrilho. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,63 g/cm³; cerne róseo-acastanhado a amarronzado, distinto do alburno; grã direita; textura grossa; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: distinto a olho nu, em faixas largas e tangenciais (seta branca). Poros: distintos a olho nu; porosidade difusa; médios a grandes; solitários e múltiplos; poucos; obstruídos totalmente por tilos (seta azul). Linhas vasculares: distintas a olho nu, largas, tilos presentes (seta preta). Raios: no topo, visíveis só sob lente de 10x, irregularmente espaçados, 7 raios/mm; no tangencial, notados sob lente de 10x e disposição irregular; no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: praticamente indistintas. Floema incluso presente na faixas de parênquima (seta amarela). PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 13 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Erisma uncinatum 77

78 Nome científico: Goupia glabra Família: Goupiaceae Nomes populares: Cupiúba, copiuva, peroba-fedida, vinagreiro. Caracteres gerais: Madeira pesada; massa específica de 0,88 g/cm³; cerne róseo-claro ao castanho-avermelhado, distinto do alburno; grã irregular a revessa; textura média; não possui brilho; cheiro desagradável e gosto indistinto. Descrição macroscópica: Parênquima: indistinto. Poros: visíveis a olho nu, numerosos, pequenos e médios, exclusivamente solitários; porosidade difusa; alguns obstruídos por óleo-resina-avermelhado (seta branca). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, com óleo-resina-avermelhado (seta azul). Raios: no topo, visíveis sob lente de 10x, 5 raios/mm; na face tangencial, são pouco visíveis mesmo com auxílio de lente, irregularmente dispostos; na face radial, sem contraste. Camadas de crescimento: indistintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 14 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Goupia glabra 78

79 Nome científico: Guarea sp. Família: Meliaceae Nomes populares: Gitó, marinheiro, cedro-marinheiro Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,68 g/cm³; cerne róseo-escuro ao castanho-claro-rosado; grã direita a irregular; textura média; superfície brilhosa; cheiro pouco perceptível e gosto indistinto. Descrição macroscópica: Parênquima: visível a olho nu, predominantemente aliforme (seta branca) e com trechos confluentes (seta azul), podendo formar faixas irregulares e onduladas. Poros: visíveis a olho nu, solitários e múltiplos; porosidade difusa; pouco numerosos; médios a maioria e grandes; obstruídos por óleo-resina-amarelado (seta preta). Linhas vasculares: distintas a olho nu, contendo óleo-resina-amarelado. Raios: no topo, visíveis sob lente, finos e numerosos, 7 raios/mm; no tangencial, visíveis só sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas ou indistintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 15 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Guarea sp. 79

80 Nome científico: Hymenaea sp. Família: Fabaceae Nomes populares: Jatobá, jataí, jutaí, jatobá-da-mata. Caracteres gerais: Madeira muito pesada; massa específica de 0,97 g/cm³; cerne róseo-acastanhado ao castanho-avermelhado, distinto do alburno; grã direita a irregular; textura média; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível a olho nu, em faixas marginais afastadas (seta branca), intercaladas pelo parênquima aliforme (seta azul). Poros: observados a olho nu e distintos sob lente de 10x; na maioria solitários e múltiplos; porosidade difusa; pouco numerosos; médios em maioria e grandes; obstruídos por óleo-resina-escuro (seta preta). Linhas vasculares: notadas a olho nu, com óleo-resina-escuro (seta amarela). Raios: no topo, visíveis sob lente de 10x, espaçamento irregular, 6 raios/mm; no tangencial, distintos só sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: distintas, demarcadas pelo parênquima marginal. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL 80 PLANO TANGENCIAL FIGURA 16 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Hymenaea sp.

81 Nome científico: Hymenolobium sp. Família: Fabaceae Nomes populares: Angelim, angelim-pedra, angelim-da-mata. Caracteres gerais: Madeira pesada; massa específica de 0,80 g/cm³; cerne bege-rosado ao castanho-claro, distinto do alburno; grã direita a irregular; textura grossa; pouco brilhosa; cheiro e gostos indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: contrastado, abundante, distinto a olho nu; em faixas largas (seta branca), longas e sinuosas, às vezes aliforme confluente em trechos longos ou curtos. Poros: visíveis a olho nu; pouco numerosos, médios a grandes; solitários e múltiplos; porosidade difusa; com óleo-resina-amarelado (seta azul). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, largas, e parcialmente obstruídas por óleo-resina-amarelado. Raios: no topo, visíveis a olho nu, finos a médios; numerosos, 6 raios/mm; na face tangencial, visíveis a olho nu e com estratificação (seta preta); na face radial, é pouco contrastado. Camadas de crescimento: demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL 81 PLANO TANGENCIAL FIGURA 17 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Hymenolobium sp.

82 Nome científico: Manilkara sp. Família: Sapotaceae Nomes populares: Maçaranduba, maçaranduba-de-leite, paraju. Caracteres gerais: Madeira muito pesada; massa específica de 1,01 g/cm³; cerne castanho-avermelhado, distinto do alburno; grã direita; textura média; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível só sob lente de 10x, em linhas finas e sinuosas (seta branca), as vezes interrompidas. Poros: visíveis só sob lente de 10x, solitários e múltiplos; arranjo radial; pequenos e médios; pouco numerosos; obstruídos por óleo-resina e substâncias claras (seta azul). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, geralmente onduladas. Raios: no topo, visíveis só sob lente de 10x, espaçamento irregular, 10 raios/mm; no tangencial, visíveis só sob lente de 10x; no radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 18 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Manilkara sp. 82

83 Nome científico: Mezilaurus itauba Família: Lauraceae Nomes populares: Itaúba, itaúba-preta, itaúba-amarela. Caracteres gerais: Madeira pesada; massa específica de 0,89 g/cm³; cerne castanho-oliváceo, distinto do alburno; grã entrecruzada ou revessa; textura média; pouco brilhosa; cheiro agradável e gosto indistinto. Descrição macroscópica: Parênquima: praticamente indistinto, notado sob lente 10x, vasicêntrico e escasso. Poros: apenas notados a olho nu, pouco numerosos, médios, solitários e múltiplos predominantes (seta branca), arranjo radial obstruídos por tilos (seta azul). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, obstruídas por tilos (seta preta) e óleo-resina. Raios: no topo, apenas visíveis sob lente de 10x, 9 raios/mm; no tangencial, visível sob lente de 10x; na face radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: indistintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 19 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Mezilaurus itauba 83

84 Nome científico: Ocotea sp. Família: Lauraceae Nomes populares: Canela, canelão, canela-parda, louro-canela. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,73 g/cm³; cerne pardo-amarelado a oliváceo, distinto do alburno; grã direita; textura média; brilho acentuado; cheiro agradável e gosto indistinto. Descrição macroscópica: Parênquima: indistinto. Poros: visíveis a olho nu; solitários e múltiplos na maioria, porosidade difusa; pouco abundantes; médios; tilos presentes (seta branca). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, algumas com tilos (seta azul). Raios: no topo, visíveis sob lente de 10x, espaçamento irregular, 6 raios/mm; no tangencial, visíveis só sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 20 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Ocotea sp. 84

85 Nome científico: Parkia sp. Família: Fabaceae Nomes populares: Faveira, angelim-saia, bajão, visqueiro. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,56 g/cm³; cerne esbranquiçado, indistinto do alburno; grã direta a irregular; textura grossa; moderadamente brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível a olho nu; predominantemente aliforme losangular (seta azul) e às vezes aliforme confluente em trechos curtos (seta branca). Poros: distintos a olho nu; solitários predominantes e múltiplos; porosidade difusa; médios a grandes; pouco numerosos; com óleo-resina e substâncias claras. Linhas vasculares notadas a olho nu, largas e espaçadas. Raios: no topo, notados ou visíveis ao olho nu; finos e destacados (seta preta); 5 raios/mm; no tangencial; no radial o espelhado dos raios tem um certo contraste. Camadas de crescimento: pouco distintas, irregularmente demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 21 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Parkia sp. 85

86 Nome científico: Pouteria sp. Família: Sapotaceae Nomes populares: Abiurana, abiu, pariri, guapeva. Caracteres gerais: Madeira pesada; massa específica de 0,86 g/cm³; cerne pardo-rosado a castanho-escuro, distinto do alburno; grã direita a irregular, textura fina; sem brilho; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível sob lente de 10x, em linhas finas (seta branca), onduladas e aproximadas, irregularmente espaçadas. Poros: observados a olho nu; pequenos e médios; pouco numerosos; solitários e múltiplos na maioria, arranjo radial (seta azul); obstruídos por tilos (seta preta) e substâncias claras. Linhas vasculares: retilíneas, tilos presentes. Raios: no topo, visíveis só sob lente de 10x, finos e muito numerosos, 11 raios/mm; no tangencial, pouco visíveis mesmo sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios é muito pouco contrastado. Camadas de crescimento: indistintas PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 22 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Pouteria sp. 86

87 Nome científico: Protium sp. Família: Burseraceae Nomes populares: Breu, Breu-vermelho, amescla, aroeira. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,74 g/cm³; cerne bege-rosado ao pardo-avermelhado; grã direita; textura fina; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: indistinto. Poros: observados a olho nu e distintos sob lente de 10x, pequenos e numerosos, solitários e múltiplos; porosidade difusa; obstruídos por óleo-resina-avermelhado (seta branca). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, finas, obstruídas por óleoresina-avermelhado (seta azul). Raios: no topo, visíveis sob lente de 10x, finos e numerosos, 9 raios/mm; na face tangencial, visíveis apenas sob lente de 10x; no radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: indistinta. Canais secretores radiais: presentes (seta preta). PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 23 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Protium sp. 87

88 Nome científico: Qualea sp. Família: Vochysiaceae Nomes populares: Mandioqueira, cambará, maria-preta, guaiçara. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,73g/cm³; cerne bege-rosado ou acastanhado, distinto do alburno; grã revessa; textura média a grossa; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: notado a olho nu e distinto sob lente de 10x, aliforme de aletas curtas (seta branca) e as vezes aliforme confluente com trechos curtos oblíquos (seta preta). Poros: visíveis a olho nu; solitários e múltiplos; arranjo radial; pouco abundante; médios; substâncias brancas presentes (seta azul). Linhas vasculares: visíveis a olho nu, parcialmente obstruídas por substancias brancas. Raios: no topo, visíveis sob lente de 10x; 5 raios/mm; no tangencial, visíveis apenas sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas. Canais secretores verticais: às vezes presentes. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 24 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Qualea sp. 88

89 Nome científico: Schizolobium amazonicum Família: Fabaceae Nomes populares: Pinho-cuiabano, paricá, bandarra. Caracteres gerais: Madeira muito leve, massa específica de 0,38 g/cm³; cerne esbranquiçado, indistinto do alburno; grã irregular; textura média para grosseira; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: distinto sob lente de 10x, vasicêntrico (seta branca) e aliforme de extensão curta (seta azul). Poros: visíveis a olho nu; solitários ligeiramente predominantes sobre os múltiplos; porosidade difusa; pouco numerosos; médios e grandes. Linhas vasculares: distintas a olho nu, afastadas, largas e ligeiramente mais escuras que o tecido fibroso. Raios: no topo, visíveis a olho nu, finos; 7 raios/mm; no tangencial, visíveis sob lente de 10x; no radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento: indistintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 25 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Schizolobium amazonicum 89

90 Nome científico: Sclerolobium sp. Família: Fabaceae Nomes populares: Tachí, tachí-preto, taxi, taxizeiro. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,60 g/cm³; cerne pardo-amarelado ao pardo-rosado, distinto do alburno; grã ondulada; textura média; moderadamente brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: pouco visível mesmo sob lente de 10x, vasicêntrico (seta branca), escasso, às vezes aliforme. Poros: visíveis a olho nu; médios a grandes; pouco abundante; solitários e múltiplos predominantes; porosidade difusa; obstruídos com substâncias claras (seta azul). Linhas vasculares: notadas a olho nu, largas, espaçadas. Raios: no topo, visíveis só sob lente de 10x, finos e numerosos, 8 raios/mm; no tangencial, irregularmente dispostos, no radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL 90 PLANO TANGENCIAL FIGURA 26 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Sclerolobium sp.

91 Nome científico: Simarouba amara Família: Simaroubaceae Nomes populares: Marupá, caixeta, tamanqueira. Caracteres gerais: Madeira leve, massa específica de 0,41 g/cm³; cerne esbranquiçado a amarelado, indistinto do alburno; grã direta; textura média; moderadamente brilhosa; cheiro indistinto e gosto levemente amargo. Descrição macroscópica: Parênquima: distinto a olho nu, visíveis sob lente de 10x, aliforme de extensão linear e confluentes (seta branca), formando faixas finas, irregulares e interrompidas. Poros: distintos a olho nu; pouco abundante; médios e grandes; solitários e múltiplos; porosidade difusa. Linhas vasculares: visíveis a olho nu, são largas, longas e espaçadas. Raios: no topo, visíveis sob lente de 10x, 6 raios/mm; na face tangencial, visíveis sob lente de 10x, com estratificação; na face radial, pouco contrastado. Canais secretores verticais: ocasionalmente presentes. Camadas de crescimento: indistinta. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 27 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Simarouba amara 91

92 Nome científico: Tabebuia sp. Família: Bignoniaceae Nomes populares: Ipê, ipê-amarelo, ipê-roxo, piúva, Caracteres gerais: Madeira muito pesada; massa específica de 1,09 g/cm³; cerne pardo-acastanhado com reflexos esverdeados, distinto do alburno; grã entrecruzada ou revessa; textura fina; pouco brilhosa; cheiro e gosto indistinto. Descrição macroscópica: Parênquima: pouco contrastado, vasicêntrico (seta branca), às vezes aliforme formando pequenas confluências. Poros: observados apenas sob lente de 10x, numerosos, pequenos, predominância de solitários e múltiplos, porosidade difusa; obstruídos por substância amarelada (Ipeína) (seta azul). Linhas vasculares: finas, abundantes, geralmente obstruídas. Raios: no topo, visíveis sob lente de 10x, finos e numerosos, 8 raios/mm no topo, e na face tangencial, observase o listrado de estratificação (seta preta), na face radial, não apresenta contraste. Camadas de crescimento: pouco distintas, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 28 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Tabebuia sp. 92

93 Nome científico: Trattinnickia sp. Família: Burseraceae Nomes populares: Morcegueira, amescla, amesclão, mangue. Caracteres gerais: Madeira moderadamente pesada; massa específica de 0,58 g/cm³; cerne bege-rosado a bege-amarelado, pouco distinto do alburno; grã entrecruzada ou revessa, textura média; ligeiramente brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: indistinto. Poros: visíveis a olho nu; solitários e múltiplos; pouco abundante; pequenos e médios; porosidade difusa; obstruídos por óleo-resina (seta branca) e tilos. Linhas vasculares: visíveis a olho nu, contendo com óleo-resina avermelhado e tilos (seta azul). Raios: no topo, visíveis a olho nu, 5 raios/mm; na face tangencial, distintos sob lente de 10x; no radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: praticamente indistintas. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 29 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Trattinnickia sp. 93

94 Nome científico: Vochysia sp. Família: Vochysiaceae Nomes populares: Cambará, cambará-rosa, rosinha, quaruba. Caracteres gerais: Madeira leve; massa específica de 0,55 g/cm³; cerne bege-rosado a castanho-rosado, pouco distinto do alburno; grã direita a irregular, textura média; levemente brilhosa; cheiro e gosto indistintos. Descrição macroscópica: Parênquima: visível sob lente de 10x, aliforme de extensões laterais confluentes, em trechos longos, tendendo a formar faixas (seta branca). Poros: visíveis a olho nu; na maioria solitários e múltiplos; porosidade difusa; pouco numerosos; médios e grandes; obstruídos por óleo-resina; algumas vezes por tilos e substâncias brancas (seta preta). Linhas vasculares: distintas a olho nu, substâncias brancas e óleo-resina presente. Raios: no topo, os mais largos (seta azul), visíveis a olho nu e os finos intercalados, distintos só sob lente de 10x, 5 raios/mm; no tangencial, distintos apenas sob lente de 10x; no radial, pouco contrastado. Camadas de crescimento: pouco distintas. Canais secretores verticais: às vezes presentes de origem traumática. PLANO TRANSVERSAL PLANO RADIAL PLANO TANGENCIAL FIGURA 30 - IMAGENS MACROSCÓPICAS (ESCALA 1 mm): Vochysia sp. 94

95 4. CONCLUSÃO Na identificação anatômica das madeiras, o plano transversal foi o mais utilizado na diferenciação das espécies, porque nele se consegue verificar com maior clareza a diferenciação dos elementos anatômicos. A partir do uso da chave dicotômica pode-se observar que os elementos anatômicos principais para distinguir as espécies são a distinção entre parênquimas, bem como seus tipos, além do tamanho e obstrução dos poros. Os parênquimas aliforme, aliforme confluente e vasicêntrico foram os mais frequentes. 95

96 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R. C.; OLIVEIRA, J. T. S.; MOTTA, J. P.; PAES, J. B. Elaboração de uma chave de identificação das principais madeiras comercializadas no estado do Espírito Santo. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 9, n. 16; p , jul BOTOSSO, P. C. Identificação macroscópica de madeiras: guia prático e noções básicas para o seu reconhecimento. Colombo: Embrapa Florestas, p. CURY, G. Descrição da estrutura anatômica do lenho e sua aplicação na identificação de espécies arbóreas do cerrado e da Mata Atlântica do estado de São Paulo. 2002, 125p. Dissertação (mestrado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO INDEA-MT. Noções básicas de anatomia e identificação macroscópica de madeiras. Cuiabá: INDEA, p. ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE LAS MADERAS TROPICALES OIMT. Reseña bienal y evaluación de la situación mundial de las maderas Yokohoma: OIMT, p. SANTINI JÚNIOR, L. Descrição macroscópica e microscópica da madeira aplicada na identificação das principais espécies comercializadas no estado de São Paulo Programas São Paulo Amigo da Amazônia e Cadmadeira f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) Universidade de São Paulo, Piracicaba, SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE DE MATO GROSSO SEMA-MT. Beneficiamento e Comércio de Produtos da Madeira por Espécie Florestal Disponível em: < Acesso em: 10 ago TREVIZOR, T. T. Anatomia comparada do lenho de 64 espécies arbóreas de ocorrência natural na floresta tropical Amazônica no estado do Pará f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) Universidade de São Paulo, Piracicaba, ZENID, G. J.; CECCANTINI, G. C. T. Identificação macroscópica de madeiras. São Paulo: IPT, p. 96

97 CAPÍTULO III CARACTERIZAÇÃO COLORIMÉTRICA E DA MASSA ESPECÍFICA DAS PRINCIPAIS MADEIRAS COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO RESUMO O presente trabalho teve como objetivo caracterizar quantitativamente as cores das madeiras das principais espécies madeireiras mais comercializadas no Mato Grosso. Para o estudo, foram selecionadas as trinta espécies mais comercializadas em Mato Grosso, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. As amostras foram coletadas em serrarias da região Norte de Mato Grosso, sendo confeccionadas cinco amostras para cada espécie, com as dimensões de 5,0 x 1,0 x 12,0 cm. A caracterização colorimétrica foi realizada através de um espectrofotocolorímetro, que realizou as leituras das amostras, no plano tangencial e no plano transversal, para obter os parâmetros colorimétricos a partir do sistema CIELab. As espécies avaliadas foram agrupadas em três grupos colorimétricos distintos, representados pelas cores marrom-oliva, amarelo-amarronzado e marrom-claro que foram as mais frequentes. As madeiras mais claras apresentaram menores massas específicas, e as mais escuras obtiveram maiores massas específicas. Os parâmetros colorimétricos (luminosidade, saturação e ângulo de tinta) tiveram correlação com a massa específica. A seção transversal obteve a coloração mais escura que a seção tangencial. Palavras-chave: propriedades psicofísicas, cor, madeiras tropicais. 97

98 CHAPTER III COLORIMETRIC AND SPECIFIC MASS CHARACTERIZATION OF MAIN WOODS SPECIES MARKETED IN MATO GROSSO ABSTRACT The present work had the objective of quantitatively characterizing the colors of the most traded timber species in Mato Grosso. For the study, the thirty most commercialized species were selected in Mato Grosso, according to data from the Secretary of State for the Environment. Samples were collected at sawmills in the northern region of Mato Grosso, and five samples were prepared for each species 5.0 x 1.0 x 12.0 cm. The colorimetric characterization was performed through a spectrophotometer, which carried out the samples readings, in the tangential plane and in the transverse plane to obtain the colorimetric parameters from the CIELab system. The evaluated species were grouped into three distinct colorimetric groups, represented by the olive-brown, yellow-brown and light brown colors, which were the most frequent. The lighter woods showed lower densities, and the darker had higher densities. The colorimetric parameters (luminosity, saturation and ink angle) had a correlation with the specific mass. The cross section obtained the coloration darker than the tangential section. Keywords: psychophysical properties, color, tropical woods 98

99 1. INTRODUÇÃO No Brasil, os principais estados produtores e responsáveis pela comercialização de madeira tropical são o Pará, Amazonas e Mato Grosso (ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE LAS MADERAS TROPICALES OIMT, 2015). O Mato Grosso comercializou 411 espécies florestais no período de 2004 a 2010, totalizando mais de sete milhões de metros cúbicos de madeira serrada. Isso demonstra que existe uma considerável diversidade de espécies com potencial madeireiro na região e que este potencial, se racionalmente explorado, pode reverter-se em divisas para o estado (RIBEIRO et al., 2016). Cada espécie madeireira comercializada apresenta sua cor característica que determinam a sua finalidade e auxiliam na sua identificação (NISGOSKI, 1999). De acordo com Camargos e Gonçalez (2001), a cor é uma das propriedades mais essenciais para a identificação e indicação de usos de madeiras, especialmente quando relacionada aos aspectos de textura e desenho. Estes autores ainda ressaltam que a cor pode ser modificada por diversos fatores, como alterações no teor de umidade, na temperatura, por degradações causadas pelo ataque de organismos xilófagos ou por reações fotoquímicas dos elementos presentes na sua estrutura. As propriedades colorimétricas de algumas madeiras tropicais são almejadas para fabricação de móveis, porém a exploração inadequada de florestas tropicais e o maior rigor dos órgãos de fiscalização estão contribuindo para a aumento do preço destes materiais ou até extinguindoos no mercado, ocasionando um desequilíbrio entre oferta e procura (ZANUNCIO et al., 2014). A colorimetria é a medição quantitativa da cor para registrar uma cor objetivamente e traduzi-la em dados numéricos, sendo também interessante para estudar algumas características físicas, químicas e macroscópicas da madeira (LAVISCI et al., 1989). E para a sua medição da cor propriamente dita, são usados os colorímetros e os espectrofotocolorimetros, (MORI, et al., 2005). 99

100 A cor da madeira varia amplamente entre espécies, sendo um fator importante para estabelecer a qualidade e uso da mesma. É difícil descrever a aparência da madeira usando valores físicos, porque a superfície da madeira nunca é expressa com uma única cor. Desse modo, a colorimetria é um método para obter informações exatas sobre a cor de uma madeira (NISHINO et al., 1998). Um dos sistemas mais usados para a medição de cores é o sistema CIELab, que se fundamenta em três elementos: a luminosidade, a tonalidade, e a saturação (BARROS, et al., 2014). O presente trabalho tem como objetivo caracterizar a massa específica e quantitativamente a cor da madeira das principais espécies madeireiras comercializadas no estado de Mato Grosso. 100

101 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. SELEÇÃO DAS ESPÉCIES A seleção das espécies foi realizada com base no relatório parcial de Beneficiamento e Comércio de Produtos da Madeira por Espécie Florestal, disponibilizados pela Secretária de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT, 2016). Foram selecionadas trinta espécies diferentes entre as mais comercializadas no estado de Mato Grosso, das quais foram obtidas amostras para a caracterização colorimétrica (Tabela 1). TABELA 1 - PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE 2015 Nome científico Nome comum Família Erisma uncinatum Warm Cambará Vochysiaceae Goupia glabra Aubl. Cupiúba Goupiaceae Qualea paraensis Ducke Cambará Vochysiaceae Qualea albiflora Warm Bafo de boi Vochysiaceae Manilkara huberi (Ducke) Chevalier. Maçaranduba Sapotaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr Garapeira Fabaceae Hymenolobium petraeum Ducke. Angelim Fabaceae Qualea sp Cambará Vochysiaceae Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Camaru-ferro Fabaceae Trattinnickia burseraefolia (Mart.) Willd. Amescla Burseraceae Mezilaurus itauba (Meissn.) Itaúba Lauraceae Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols. Ipê Bignoniaceae Hymenaea courbaril L. Jataí Fabaceae Protium heptaphyllum (Aubl.) March. Amescla Burseraceae Clarisia racemosa Ruiz e Pavon Amarelinho Moraceae Cedrelinga catenaeformis Ducke Cedrão Fabaceae Hymenolobium sp Angelim Fabaceae Simarouba amara Aubl. Caixeta Simaroubaceae Cariniana micrantha Ducke Jequitibá Lecythidaceae Ocotea sp Canela Lauraceae Bagassa guianensis Aubl Amarelinho Moraceae Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Orelha-demacaco Fabaceae Morong. Tabebuia sp Ipê Bignoniaceae Astronium lecointei Ducke Guaritá Anacardiaceae Dipteryx sp Champanhe Fabaceae Trattinnickia sp Amescla Burseraceae Ocotea puberula (Rich) Canelão Lauraceae Castilla ulei Warb. Caucho Moraceae Manilkara excelsa (Ducke) Standl. Maçaranduba Sapotaceae Enterolobium schomburgkii (Benth.) Fava-orelhade-macaco Fabaceae Benth. Hymenolobium excelsum Ducke. Angelim Fabaceae Hymenaea sp Jatobá Fabaceae Continua

102 Continuação da Tabela 1 Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp. Angelim-saia Fabaceae Couratari oblongifolia Ducke & R.Knuth. Tauari Lecythidaceae Sclerolobium denudatum Tachi Fabaceae Schizolobium amazonicum (Huber) Pinhocuiabano Fabaceae Ducke. Qualea dinizii Ducke Cambará Vochysiaceae Couratari guianensis Aubl. Tauari Lecythidaceae Trattinnickia rhoifolia Willd. Amescla Burseraceae Pouteria pariry (Ducke) Baehni. Pariri Sapotaceae Guarea guidonia (L.) Sleumer Itaúba Meliaceae Couratari tauari O.Berg Tauari Lecythidaceae Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Ipê Bignoniaceae Standl. Apuleia molaris Spruce et. Benth Garapeira Fabaceae Dialium guianense (Aubl.) Sandwith Jutaí Fabaceae Couratari sp Tauari Lecythidaceae Hymenolobium heterocarpum Ducke Angelim Fabaceae Protium paraense Cuatrec Mescla Burseraceae aroeira Vochysia vismiifolia Spruce ex Warm Rosinha Vochysiaceae Fonte: SEMA-MT (2016) 2.2. COLETAS DAS AMOSTRAS As amostras foram coletadas em serraria de diferentes cidades da Região Norte de Mato Grosso, principal polo madeireiro do estado. Estas foram encaminhadas para o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA-MT), onde foram comparadas com as amostras-padrão da Xiloteca do Laboratório de Tecnologia da Madeira. Com base nessa comparação e, com o auxílio da análise de um especialista do Laboratório, foram feitas as identificações das espécies. Quando não foi possível identificar a nível de espécie, identificou-se a nível de gênero. Para cada espécie foram confeccionadas cinco amostras de 5,0 x 1,0 x 12,0 cm, e lixadas com lixa de granulometria de 200, para que a oxidação das camadas superiores da madeira não afetasse a sua tonalidade natural. Essas amostras foram utilizadas para a determinação massa especifica e dos parâmetros colorímetros DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA 102

103 A massa específica aparente foi obtida pela relação da massa e volume (Equação 1). A massa foi aferida através da pesagem em balança analítica de precisão (0,01 g), e o volume estabelecido pela mensuração das direções axial, longitudinal radial e longitudinal tangencial de cada amostra, usando um paquímetro (0,01 mm). ρ=m/v (Equação 1) Em que: ρ = massa específica, em g/cm³; m = massa, em gramas; v= volume, em cm³. As massas específicas das madeiras foram classificadas de acordo com a classificação proposta por INDEA (2011). QUADRO 1 CLASSIFICAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA Massa específica Classificação 0,00 a 0,40 g/cm³ Muito leve 0,41 a 0,55 g/cm³ Leve 0,56 a 0,75 g/cm³ Moderadamente pesada 0,76 a 0,95 g/cm³ Pesada 0,96 g/cm³ acima Muito pesada Fonte: INDEA (2011) 2.4. CARACTERIZAÇÃO COLORIMÉTRICA A caracterização colorimétrica foi realizada por meio de um espectrofotocolorímetro com resolução de 3 nm de iluminação difusa, usando iluminante D65 composto por lâmpada de xenônio com ângulo de observação 10 e área de iluminação 11 mm de diâmetro. Foram feitas duas leituras por amostras, uma no plano transversal e a outra no plano tangencial, para obter os parâmetros colorimétricos a partir do sistema CIELab, conforme recomendado pela CIE (Comission International de L Eclairage, 1976). Os parâmetros avaliados foram: L* (luminosidade ou claridade), que varia entre que varia entre 0 e 100, onde zero caracteriza o preto e cem o branco, também denominado eixo cinza; as coordenadas cromáticas a* e b*, que representam as posições dos pontos de cores sobre os eixos 103

104 verde-vermelho e azul-amarelo, respectivamente e assume valores de 0 e 60, sendo que o número positivo indica o vermelho e amarelo, e os números negativos o verde e azul; a saturação de cor (C) corresponde a distância do eixo de luminosidade, e quanto maior a distância do eixo cinzento, mais saturada será a cor; e o ângulo de tonalidade no círculo (h), que representa a dominância de um componente de tonalidade em alguma cor. Para auxiliar na caracterização do padrão de cor das amostras, foi usada uma tabela de cores com variação numéricas das variáveis (QUADRO 1) proposta por Camargo e Gonçalez (2001). QUADRO 1 TABELA DE CORES PARA MADEIRAS TROPICAIS Grupo Cores Intervalos das variáveis cromáticas L* a* b* C H 1 Amarelo-oliva Branco Marrom-escuro Rosa Amarelo-claro Roxo Preto-avermelhado Marrom-arroxeado Oliva Oliva-claro Branco-acinzentado Marrom-escuro Marrom-oliva Preto Vermelho-escuro Cinza-rosado Vermelho Oliva-amarelado Laranja-amarelado Amarelo-alaranjado Marrom-claro Rosa-acinzentado Amarelo-amarronzado Amarelo Marrom-avermelhado Fonte: Camargo e Gonçalez (2001) 2.5. ANÁLISE DOS DADOS As comparações da massa específica, dos parâmetros colorimétricos e entre os planos tangencial e transversal foram avaliadas por meio de análise de variância (ANOVA) com posterior comparação pelo 104

105 teste de Scott-Knott a um nível de 5%, para os parâmetros detectados como significativos pelo teste de F. Para a cor e massa específica nos planos tangencial e transversal foram realizadas análises de agrupamento de Cluster, pelo método de Ward, usando a distância euclidiana padronizada e a linha de corte foi definida com base na variabilidade das características macroscópicas das madeiras avaliadas. Foi feita a correlação simples de Person entre a massa específica e os parâmetros cromáticos. 105

106 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. MASSA ESPECÍFICA Na Tabela 2 são apresentadas as massas específicas das madeiras estudadas. As madeiras classificadas como moderadamente pesadas foram as que tiveram maior representatividade com 36,6%, seguidas pelas madeiras pesadas e muito pesadas que representaram 26,66% e 20%, respectivamente, já as madeiras consideradas leves e muito leves corresponderam a 13,3% e 3,33%, respectivamente. TABELA 2 - MASSA ESPECÍFICA DAS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE 2015 Espécies Massa Específica Média (g/cm³) Classificação 1 Schizolobium amazonicum 0,38 G Muito leve Simarouba amara 0,41 G Leve Enterolobium contortisiliquum 0,46 G Leve Castilla ulei 0,44 G Leve Vochysia sp 0,55 F Leve Parkia sp 0,56 F Moderadamente pesada Couratari sp 0,58 F Moderadamente pesada Trattinnickia sp 0,58 F Moderadamente pesada Sclerolobium sp 0,60 F Moderadamente pesada Cariniana sp 0,60 F Moderadamente pesada Cedrelinga catenaeformis 0,62 F Moderadamente pesada Erisma uncinatum 0,63 F Moderadamente pesada Guarea sp 0,68 E Moderadamente pesada Qualea sp 0,73 D Moderadamente pesada Protium sp 0,74 D Moderadamente pesada Ocotea sp 0,73 D Moderadamente pesada Hymenolobium sp 0,80 D Pesada Clarisia racemosa 0,82 C Pesada Bagassa guianensis 0,84 C Pesada Pouteria sp 0,86 C Pesada Apuleia sp 0,86 C Pesada Astronium sp 0,87 C Pesada Goupia glabra 0,88 C Pesada Mezilaurus itauba 0,89 C Pesada Hymenaea sp 0,97 B Muito pesada Dialium guianense 0,99 B Muito pesada Enterolobium schomburgkii 1,01 B Muito pesada Manilkara sp 1,01 B Muito pesada Dipteryx sp 1,06 A Muito pesada Tabebuia sp 1,09 A Muito pesada Média 0,74 Moderadamente pesada Mínimo 1,09 - Máximo 0,38 - Desvio padrão 0,2 - Coeficiente de variação (%) 27,32 - Médias seguidas de mesma letra em cada coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott em 5% de significância de probabilidade; 1 Classificação de INDEA (2011a). 106

107 Para a massa específica foi observada alta variação, demonstrando considerável heterogeneidade entre as madeiras estudadas (PIMENTEL-GOMES e GARCIA, 2002). Essa heterogeneidade é devida as características macroscópicas de cada espécie. De acordo com Moreschi (2014), as madeiras mais pesadas são mais resistentes, duras e de difícil trabalhabilidade que as mais leves. Portanto, as madeiras com alta massa específica são utilizadas para a construção civil pesada externa e interna, já as madeiras com massa específica de média a alta são usadas para assoalhos domésticos e industriais, e na construção civil leve externa e interna são usadas madeiras de baixa a média massa específica (GROBÉRIO et al., 2002) Os resultados da massa específica verificados para as madeiras de Erisma uncinatum (0,63 g/cm³), Goupia glabra (0,88 g/cm³), Mezilaurus itauba (0,89 g/cm³), Simarouba amara (0,41 g/cm³) e Schizolobium amazonicum (0,34 g/cm³), corroboram com Tiesen (2017), Silva (2016), Romanini et al. (2016), Stangerlin et al. (2013) e Silva et al. (2013) que destacaram valores de 0,62 g/cm³, 0,87 g/cm³, 0,80 g/cm³, 0,40 g/cm³ e 0,32 g/cm³ para cada uma das espécies respectivamente. Conforme Santini Junior (2013), a Parkia sp. e a Simarouba amara por apresentarem coloração fortemente amarelada e baixa densidade são encontradas no comércio como caixeta amarelada no estado de São Paulo. No presente trabalho, estas duas espécies corroboram com o autor citado, já que ficaram entre as menos densas. Dias Júnior et al. (2014), estudando a espécie Tabebuia alba, encontraram densidade de 1,18 g/cm³, valor semelhante ao deste trabalho, e recomendaram que seja usada pela indústria moveleira na fabricação de móveis ou de seus componentes. Santini Junior (2013), afirma que a Pouteria sp. por ter uma densidade elevada e alta resistência mecânica é muito usada como estacas, postes, mourões e dormentes. No presente trabalho a Pouteria sp. ficou entre as mais densas CARACTERÍSTICAS COLORIMÉTRICAS 107

108 Foram observadas variações consideráveis para todos os parâmetros colorimétricos avaliados (TABELA 3). Para a luminosidade (L*) os valores variaram de 40,44 a 82,46. Nishino et al. (1998), que estudaram noventa e sete espécies da Guiana Francesa, encontraram valores entre 36 e 78,98, os quais são semelhantes ao deste trabalho, ou seja, ocorreu grande variação na luminosidade. TABELA 3 - PARÂMETROS COLORIMÉTRICOS DO PLANO TANGENCIAL DE ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE 2015 Espécies L* a* b* C h Schizolobium amazonicum 81,10A 5,77E 26,38C 27,06B 77,47B Simarouba amara 82,46A 3,81H 24,07C 24,38C 81,03A Parkia sp 75,16B 6,97F 28,90B 29,76B 76,23B Couratari sp 69,07C 9,08E 26,80C 28,33B 71,40C Castilla ulei 70,12C 7,48F 27,73B 28,72B 74,90B Enterolobium schomburgkii 57,50E 12,01D 27,24A 29,8B 66,20D Bagassa guianensis 54,21F 11,68D 26,62B 29,09B 66,22D Clarisia racemosa 57,08E 10,65D 30,63A 32,46A 70,73C Apuleia sp 61,44D 13,13C 30,59A 33,34A 66,71D Sclerolobium sp 61,92D 10,4D 21,45D 23,84C 64,14E Vochysia sp 63,05D 14,3B 22,70D 26,88B 57,61F Hymenolobium sp 61,28D 13,09C 24,73C 27,99B 62,07E Trattinnickia sp 66,29C 11,4D 26,9C 29,34B 67,48D Pouteria sp 51,25F 15,45B 22,83D 27,58B 55,83G Astronium sp 46,87G 15,75B 23,93C 28,65B 56,62G Hymenaea sp 49,27G 17,96A 25,63C 31,36A 54,64G Guarea sp 60,27D 16,20B 26,33C 30,93A 58,38F Protium sp 57,42E 14,37B 27,84B 31,34A 62,69E Qualea sp 52,61F 15,39B 25,78C 30,03B 59,17F Goupia glabra 54,47F 15,39B 25,55C 29,91B 58,72F Cedrelinga catenaeformis 53,19F 11,31D 19,34E 22,41D 59,72F Enterolobium 54,81F 11,97D 21,26D 24,41C 60,59F contortisiliquum Dipteryx sp 53,74F 12,34C 22,27D 25,48C 60,95F Tabebuia sp 47,42G 6,97F 19,26E 20,51D 70,16C Mezilaurus itauba 48,18G 5,41G 21,19D 21,87D 75,67B Dialium guianense 40,43H 13,33C 17,14F 21,73D 51,91H Manilkara sp 41,68H 12,97C 14,78F 19,68D 48,87H Ocotea sp 41,41H 10,73D 18,85E 21,69D 60,31F Erisma uncinatum 47,31G 12,68C 18,76E 22,66D 56,00G Cariniana sp 50,12F 13,68C 19,71E 24,00C 55,18G Média 57,43 11,69 23,84 26,82 63,65 Máximo 82,46 17,96 30,63 33,34 81,03 Mínimo 40,43 3,81 14,78 19,68 48,87 Desvio Padrão 10,82 3,5 4,02 3,84 8,19 Coeficiente de variação (%) 18,97 29,85 16,87 14,29 12,88 Médias seguidas de mesma letra em cada coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott em 5% de significância de probabilidade TABELA 4 - CORES DO PLANO TANGENCIAL DAS ESPÉCIES MAIS COMERCIALIZADAS DO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE 2015 Espécies Schizolobium amazonicum Simarouba amara 108 Cores Esbranquiçado** Branco-acinzentado* Continua...

109 CONTINUAÇÃO DA TABELA 4 Parkia sp Esbranquiçado** Couratari sp Amarelo-claro* Castilla ulei Amarelo-claro* Enterolobium schomburgkii Marrom-oliva* Bagassa guianensis Marrom-oliva* Clarisia racemosa Amarelo-acastanhado** Apuleia sp Bege-amarelado** Sclerolobium sp Rosa-acinzentado* Vochysia sp Rosa* Hymenolobium sp Rosa* Trattinnickia sp Marrom-oliva* Pouteria sp Rosa* Astronium sp Amarelo-amarronzado* Hymenaea sp Amarelo-amarronzado* Guarea sp Amarelo-amarronzado* Protium sp Amarelo-amarronzado* Qualea sp Amarelo-amarronzado* Goupia glabra Amarelo-amarronzado* Cedrelinga catenaeformis Marrom-claro* Enterolobium contortisiliquum Marrom-claro* Dipteryx sp Marrom claro* Tabebuia sp Oliva* Mezilaurus itauba Castanho-oliváceo** Dialium guianense Marrom-escuro* Manilkara sp Marrom escuro* Ocotea sp Pardo-amarelado** Erisma uncinatum Marrom-claro* Cariniana sp Marrom-avermelhado* *Cores determinadas a partir da tabela proposta por Camargo e Gonçalez (2001); **Cores nomeadas pelo autor As coordenadas cromáticas a* e b*, também foram parecidas com os valores encontrados por Silva et al. (2017), que estudaram trinta espécies tropicais comercializadas no Brasil e obtiveram os seguintes limites 3,03 e 18,98 para o eixo cromático verde-vermelho e 4,95 e 32,90 para o eixo azul-amarelo, enquanto no presente trabalho verificou-se valores de 3,81 e 17,97 para o eixo cromático verde-vermelho e 14,79 e 30,63 para o eixo azul-amarelo. Para a saturação de cor (C), Silva et al. (2017) obtiveram os valores mínimo e máximo de 15,55 e 33,76, respectivamente, valores parecidos com deste trabalho. Gouveia (2008), estudando três espécies tropicais (Simarouba amara, Sextonia rubra e Cariniana micrantha) observou a variação dos valores de 57,24 e 82,3 para o ângulo de tinta (h), já neste estudo os valores observados variaram de 48,88 a 81,03. As espécies Schizolobium amazonicum, Simarouba amara e Parkia sp foram as espécies mais claras, pois apresentaram maiores valores de luminosidade (L*) e valores baixos da coordenada cromática do eixo verde-vermelho (a*). Já as espécies mais escuras foram Dialium 109

110 guianense, Manilkara sp. e Ocotea sp., pois obtiveram os menores valores para luminosidade e valores altos para a coordenada cromática do eixo verde-vermelho (a*). Estes resultados corroboram com o de Silva et al., (2017), que averiguaram como a espécie mais clara a Simarouba amara e a mais escura a Dialium guianense. Das três espécies tropicais estudadas por Gouveia (2008), a Simarouba amara também se apresentou como a mais clara. Todas as espécies apresentaram a superfície tangencial mais amarelada, conforme Mesquita (2016) quanto maior a quantidade do parâmetro b*, o ângulo de tinta (h) vai tender a ser superior a 45º, o que confirma maior participação da cor amarela. As espécies Clarisia racemosa, Apuleia sp. e Parkia sp. foram as que apresentaram maiores valores para o eixo b*, este parâmetro teve mais influência da saturação (C) do que o parâmetro do eixo verde-vermelho, sendo estas espécies as mais puras. Silva et al. (2017), encontraram maiores valores de b* nas espécies de Morus sp., Clarisia racemosa e Apuleia leiocarpa sendo consideradas as mais puras. Grey (2006), explica que uma cor mais saturada será mais pura e vibrante, enquanto uma cor menos saturada aparecerá mais fraca e com menor pureza. As madeiras de Dialium guianense, Simarouba amara, Couratari sp., Dipteryx sp., Qualea sp., apresentaram para os parâmetros colorimétricos valores médios semelhantes aos encontrados por Silva et al. (2017), Gouveia (2008), Costa (2011), Paula et al. (2016), Nishino et al. (1998). Porém para as espécies Hymenaea sp., Cariniana sp., e Parkia sp., os valores encontrados foram diferentes dos encontrados por Costa (2011), Barros et al. (2014) e Nishino et al. (1998). Conforme Gonçalez (1993), vários fatores podem influenciar na coloração da madeira, como anatomia, composição química, método de derrubada, posição da amostra na árvore, meio ambiente, altura, diâmetro, idade da árvore e fatores genéticos inerentes a cada espécie. A partir da análise multivariada de Cluster, as madeiras das espécies florestais avaliadas foram separadas em três grupos (FIGURA 1), na qual foram avaliados os pontos de alta mudança de nível (CRUZ e REGAZZI, 2001; MANLY, 2008). 110

111 FIGURA 1 - AGRUPAMENTO DE CLUSTER DA COR E MASSA ESPECÍFICA DA MADEIRA DO PLANO TANGENCIAL DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES FLORESTAIS COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO O grupo 1 foi composto pelas espécies de cores mais claras e com baixos valores de massa específica como o Schizolobium amazonicum, Simarouba amara, Parkia sp., Couratari sp. e Castilla ulei e representaram 16,7% das espécies. Essas espécies apresentaram valores altos para luminosidade e ângulo de tinta em comparação com os outros grupos, porém tiveram baixos valores para o eixo verde-vermelho (a*). Melo et al. (2013), explicaram que baixos valores para o eixo verde-vermelho (a*) podem indicar um baixo percentual de extrativos presentes na madeira. Gonçalez et al. (2014), trabalhando com a espécie Simarouba amara encontraram valores colorimétricos semelhantes com a espécie de Balfourodendron riedelianum. Conforme Camargos e Gonçalez (2001), a madeira é considerada de cor clara quando o valor da luminosidade for acima de 56. Como todas as espécies deste grupo obtiveram valores de luminosidade acima deste valor, permaneceram juntas. Moreschi (2014), afirmou que geralmente as madeiras mais leves e mais macias são sempre mais claras que as mais pesadas e duras. 111

112 O grupo 2 foi composto pelas espécies Enterolobium schomburgkii, Bagassa guianensis, Clarisia racemosa, Apuleia sp., Sclerolobium sp., Vochysia sp., Hymenolobium sp., Trattinnickia sp., Pouteria sp., Astronium sp., Hymenaea sp., Guarea sp., Protium sp., Qualea sp., Goupia glabra, Cedrelinga catenaeformis, Enterolobium contortisiliquum e Dipteryx sp. representaram 60% das espécies. Essas espécies apresentaram dominância das colorações amarelo-amarronzado e marrom-claro, e obtiveram valores intermediários para a massa específica e parâmetros colorimétricos em relação aos grupos 1 e 3. Esse grupo apresentou os maiores valores para o eixo verdevermelho e para a saturação (C) em comparação com outros grupos. Já para os parâmetros de luminosidade e ângulo de tinta, apresentou valores inferiores ao do grupo 1 e superiores ao grupo 3. As espécies Bagassa guianensis, Qualea sp., Clarisia racemosa, Dipteryx odorata, Hymenolobium petraeum e Apuleia leiocarpa também foram agrupadas em um mesmo grupo nos estudos realizados Silva et al. (2017). O grupo 3 compreendeu 23,3% das espécies, sendo integrado por Tabebuia sp, Mezilaurus itauba, Dialium guianense, Manilkara sp., Ocotea sp, Erisma uncinatum e Cariniana sp e apresentaram cores mais escuras com predominância do marrom-escuro e foram as que apresentaram maiores valores para massa específica. Este grupo apresentou valores superiores do eixo verde-vermelho em relação ao grupo 1, e obteve os menores valores para o eixo azul-amarelo, luminosidade e ângulo de tinta. Isso pode ser explicado por Camargos e Gonçalez (2001), que afirmaram que quando a madeira apresentar valor da luminosidade igual ou inferior a 56 será considerada escura. Segundo Gouveia (2008), valores abaixo de 15 para o eixo amarelo-azul (b*) e acima de 6 para o eixo verde-vermelho (a*), faz com que a coloração vermelha sobressaia, caracterizando a cor marrom das espécies. As espécies desse grupo foram as que mais enquadraram nesses requisitos, especialmente a espécie Manilkara sp. Na Tabela 5 são apresentados os parâmetros colorimétricos do plano transversal das madeiras estudadas. De modo geral, comparando o plano transversal com o tangencial, todas as espécies tiveram variações 112

113 nos parâmetros colorimétricos, principalmente para a luminosidade (L*) que foi o que mais reduziu (8,16%). Essa redução na luminosidade está de acordo com o resultado encontrado por Atayde et al. (2011) para a madeira de Brosimum sp., que verificaram este parâmetro menor na seção transversal do que nas seções radial e tangencial. Conforme Nishino et al. (2000), no plano transversal, as fibras podem reduzir a luminosidade, não em virtude dos orifícios dos lumens, mas por causa da luminosidade das substâncias na parede celular. TABELA 5 - PARÂMETROS COLORIMÉTRICOS DO PLANO TRANSVERSAL DE ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO NO ANO DE 2015 Espécies L* a* b* C h Schizolobium amazonicum 74,02A 5,93E 26,48A 27,16B 77,25B Simarouba amara 76,03A 3,59F 23,35B 23,63C 81,31A Parkia sp 71,19A 6,87E 29,78A 30,56A 76,96B Couratari sp 65,38B 7,40D 24,03B 25,16B 72,86C Castilla ulei 59,52C 8,09D 26,40A 27,63B 73,14C Enterolobium schomburgkii 50,80D 9,62C 21,08C 23,19C 65,16E Bagassa guianensis 45,28E 10,88B 20,93C 23,59C 62,45F Clarisia racemosa 48,86D 9,30C 23,00B 24,85B 67,79D Apuleia sp 53,79D 12,76B 26,17A 29,14A 63,98E Sclerolobium sp 62,54B 9,99C 19,38C 21,81C 62,70F Vochysia sp 57,32C 13,77A 23,42B 27,23B 59,49F Hymenolobium sp 56,20C 12,08B 23,79B 26,72B 63,08F Trattinnickia sp 57,65C 11,39B 24,79B 27,42B 65,40E Pouteria sp 52,38D 12,82B 20,38C 24,09C 57,55G Astronium sp 42,03E 13,78A 21,51C 25,56B 57,45G Hymenaea sp 42,22E 13,20A 17,66C 22,08C 52,75H Guarea sp 57,32C 15,59A 25,07B 29,54A 58,07G Protium sp 51,85D 14,64A 28,49A 32,05A 62,81F Qualea sp 49,71D 13,64A 22,83B 26,63B 59,17F Goupia glabra 52,61D 13,53A 26,25A 29,66A 62,25F Cedrelinga catenaeformis 50,50D 10,99B 20,50C 23,29C 61,7F Enterolobium 51,97D 12,04B 21,06C 24,28C 60,09F contortisiliquum Dipteryx sp 56,04C 9,28C 20,26C 22,29C 65,37E Tabebuia sp 43,34E 4,84F 15,88D 16,64D 73,05C Mezilaurus itauba 41,97E 5,03F 16,42D 17,19D 72,88C Dialium guianense 36,03F 8,96C 10,70E 13,98D 49,39H Manilkara sp 43,38E 12,22 15,03D 19,38D 50,87H Ocotea sp 44,40E 8,52B 18,95C 20,78C 65,78E Erisma uncinatum 42,15E 12,76B 17,57C 21,73C 53,92H Cariniana sp 45,72E 14,09A 18,97C 23,63C 53,39H Média 52,74 10,59 21,67 24,37 63,60 Máximo 76,03 15,59 29,78 32,05 81,31 Mínimo 36,03 3,59 10,70 13,98 49,39 Desvio Padrão 9,91 3,2 4,25 4,19 8,1 Coeficiente de variação (%) 18,78 30,24 19,61 17,18 12,74 Médias seguidas de mesma letra em cada coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott em 5% de significância de probabilidade 113

114 TABELA 6 - CORES DO PLANO TRANSVERSAL DAS ESPÉCIES MAIS COMERCIALIZADAS DO ESTADO DE MATO GROSSO NO ANO DE 2015 Espécies Cores Schizolobium amazonicum Branco* Simarouba amara Branco-acinzentado* Parkia sp Esbranquiçado** Couratari sp Oliva-amarelado* Castilla ulei Oliva-amarelado* Enterolobium schomburgkii Oliva* Bagassa guianensis Marrom-claro* Clarisia racemosa Amarelo-acastanhado** Apuleia sp Amarelo-amarronzado* Sclerolobium sp Rosa-acinzentado* Vochysia sp Rosa* Hymenolobium sp Rosa* Trattinnickia sp Marrom-oliva* Pouteria sp Marrom-claro* Astronium sp Marrom-avermelhado* Hymenaea sp Marrom-escuro* Guarea sp Rosa* Protium sp Amarelo-amarronzado* Qualea sp Bege-rosado** Goupia glabra Amarelo-amarronzado* Cedrelinga catenaeformis Marrom-claro* Enterolobium contortisiliquum Marrom-claro* Dipteryx sp Rosa-acinzentado* Tabebuia sp Pardo-acastanhado** Mezilaurus itauba Castanho-olivácea** Dialium guianense Marrom-arroxeado* Manilkara sp Marrom-escuro* Ocotea sp Oliva* Erisma uncinatum Marrom-escuro* Cariniana sp Marrom-avermelhado* *Cores determinadas a partir da tabela proposta por Camargo e Gonçalez (2001); **Cores nomeadas pelo autor. Conforme Gonçalez et al. (2014), estudando a espécie Simarouba amara, afirmaram que a luminosidade (L*) é maior na direção tangencial do que na direção radial, e se a indústria requerer madeira mais clara, o corte do tronco deve ser tangencial aos anéis de crescimento. Já Atayde et al. (2011), afirmaram que para obter madeiras mais avermelhadas o corte deve ser tangencial e se desejar madeiras com tons mais amarelo-avermelhado o corte deve ser radial, conforme as preferências do mercado. Os eixos verde-vermelho (a*) e azul-amarelo (b*) também reduziram, já a saturação (C) aumentou e o ângulo de tinta (h) se manteve. Consequentemente, ocorrem mudanças na classificação das cores proposta por Camargos e Gonçalez (2001) e também no agrupamento de Cluster (FIGURA 2). 114

115 FIGURA 2 - AGRUPAMENTO DE CLUSTER DA COR E MASSA ESPECÍFICA DA MADEIRA DO PLANO TRANSVERSAL DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES FLORESTAIS COMERCIALIZADAS NO MATO GROSSO No plano transversal as espécies Schizolobium amazonicum, Apuleia sp., e Ocotea sp., obtiveram classificação de cor (TABELA 6), já que no plano tangencial (TABELA 4) não se enquadraram em nenhum grupo de cor proposto por Camargos e Gonçalez (2001), sendo assim, foram determinadas as seguintes cores esbranquiçado, bege-amarelado e pardo amarelado, respectivamente. As espécies Goupia glabra, Qualea sp. e Tabebuia sp. também não se enquadraram em nenhum grupo de cores, assim como as espécies Parkia sp., Clarisia racemosa e Mezilaurus itauba não se encaixam em nenhum grupo de cores nos dois planos. Assim como a espécie Brosimum sp. estudada por Atayde et al. (2011) que não enquadrou em nenhum grupo de cor. As espécies Simarouba amara, Sclerolobium sp., Vochysia sp., Hymenolobium sp., Trattinnickia sp., Protium sp., Cedrelinga catenaeformis, Enterolobium contortisiliquum, Manilkara sp. e Cariniana sp. 115

116 mantiveram as cores do plano tangencial. Já as espécies restantes mudaram de cores tendendo a ser mais escuras. Para o plano transversal as madeiras avaliadas também foram separadas em 3 grupos na análise multivariada de Cluster, com a mesma distância de corte do plano tangencial, que foi escolhida visualmente no dendrograma em razão da distância euclidiana. O grupo 1 deixou de ter as espécies Couratari sp. e Castilla ulei, que foram para o grupo 2, que também recebeu as espécies Tabebuia sp., Mezilaurus itauba e Ocotea sp. do grupo 3. Já o grupo 3 obteve as espécies Astronium sp. e Hymenaea sp., anteriormente agrupadas no grupo 2. Conforme Pimentel-Gomes e Garcia (2002), para os planos tangencial e transversal (TABELAS 3 e 5), a luminosidade, o azul-amarelo (b*), a saturação (C) e o ângulo de tinta (h) apresentaram média heterogeneidade, já para o eixo verde-vermelho (a*) ocorreu alta heterogeneidade, provavelmente isso ocorreu, pois tiveram uma tendência de ser mais amarelas que vermelhas. Para os três grupos ocorreram diferenças estatísticas significativas para os parâmetros colorimétricos e massa específica pelo teste de Scott-Knott (TABELAS 2, 3 e 5). O mesmo ocorreu com o trabalho realizado por Silva et al. (2015), que estudaram oito espécies nativas do Rio Grande do Sul, que denotaram diferenças estatística significativa para as espécies. A partir da análise estatística (FIGURA 3) observou-se que há diferença estatística significativa entre os planos tangencial e transversal para todos os parâmetros exceto para o ângulo de tinta (h). Atayde et al (2011) encontraram diferença estatística significativa para todos os parâmetros dos planos tangencial e transversal para a madeira Brosimum sp. Conforme estes autores, as condições dos sítios podem ter influenciado no desenvolvimento da planta, na qualidade da madeira e suas propriedades. Barros et al. (2014), também encontraram diferença entre os planos tangencial e transversal para a luminosidade (L*), eixo verdevermelho (a*) e saturação (C) para a espécie Caryocar glabrum. 116

117 TANGENCIAL TRANSVERSAL 57,43a 52,74b 63,65a 63,6a ,69a 10,59b 23,84a 21,67b 26,82a 24,37b 0 L* a* b* C h Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. Onde: L: luminosidade; a* e b*: coordenadas cromáticas dos eixos verde-vermelho e azul-amarelo, respectivamente; C: saturação da cor; h: ângulo de tonalidade. FIGURA 3 - TESTE DE MÉDIA DOS PARÂMETROS COLORIMÉTRICAS DOS PLANOS TANGENCIAL E TRANSVERSAL Na Tabela 7 encontra-se a matriz de correlação entre os parâmetros colorimétricos da face longitudinal tangencial. A luminosidade (L*) obteve correlação significativa e negativa com o eixo verde-vermelho (a*). Entretanto, a luminosidade teve correlação significativa e positiva com o eixo azul-amarelo, que apresentaram valores mais altos que o eixo a*. A luminosidade (L*) e o eixo azul-amarelo (b*) obtiveram correlações positivas com o ângulo de tinta (h), provavelmente isso ocorreu pelo fato desta última variável ter apresentado valores elevados e estar mais próximo do o eixo b*, que apresentou tons amarelados, portanto quanto mais amarela for a madeira, mais clara ela será. A luminosidade apresentou correlação com a saturação (C), provavelmente isso ocorreu, pois, as madeiras apresentaram mais pigmentação amarelada, o que pode ter causado maior claridade. 117

118 TABELA 7 - CORRELAÇÃO DE PEARSON PARA OS PARÂMETROS COLORIMÉTRICOS E MASSA ESPECÍFICA DA FACE TANGENCIAL DAS MADEIRAS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE MATO GROSSO Parâmetros colorimétricos a* b* C h L* -0,52(0,0031) 0,612(0,0003) 0,40(0,0297) 0,75(<,0001) -0,69(<,0001) a* 0,025(0,8957) 0,34(0,0652) -0,85(<,0001) 0,38(0,0374) b* 0,93(<,0001) 0,52(0,0031) -0,19(0,2940) C 0,18(0,3510) -0,05(0,7738) h -0,41(0,0230) Entre parênteses o p-valor ao nível de 5% de significância. Onde: L: luminosidade; a* e b*: coordenadas cromáticas dos eixos verde-vermelho e azul-amarelo, respectivamente; C: saturação da cor; h: ângulo de tonalidade; d: massa específica. d Os parâmetros que tiveram maior correlação foram entre o eixo azul-amarelo (b*) e a saturação (C), pois esse parâmetro depende das coordenadas cromáticas a* e b*. As espécies Clarisia racemosa, Apuleia sp. e Parkia sp., por exemplo, obtiveram maiores valores de b* e altos valores para a saturação. Como as madeiras tiveram uma tendência de ter cores amareladas, o eixo verde-vermelho (a*) não teve tanta influência na saturação (C). Já o ângulo de tinta (h) teve uma correlação negativa com o eixo verde-vermelho (a*). Melo et al. (2013) também encontraram correlações positivas para a madeira de Schizolobium amazonicum entre o eixo azul-amarelo (b*) e a saturação (C), e entre a luminosidade (L*) e o ângulo de tinta (h), já para o eixo verde-vermelho (a*) e ângulo de tinta (h) também obtiveram correlação negativa. A massa específica apresentou correlação positiva com o eixo verde-vermelho (a*). Mori et al. (2004) afirmam que a medida que o teor de polifenóis aumenta na madeira, provavelmente a cor avermelhada também irá aumentar, e a presença de tais constituintes está relacionada ao acréscimo na massa específica da madeira (SILVA et al., 2015). Esses últimos autores também encontraram correlação positiva para o eixo-verde vermelho (a*) e massa específica. 118

119 Já com o a luminosidade (L*) e ângulo de tinta (h), a massa específica obteve correlações negativas, provavelmente isso ocorreu pelo fato das madeiras com cores mais claras tenderem a ter menores massas específicas, ou seja, quanto maior for o parâmetro de luminosidade (L*) e ângulo de tinta (h) menor será a massa específica, pois o ângulo de tinta (h) estará mais próximo do eixo azul-amarelo (b*) confirmando maior claridade para a madeira. Silva et al. (2015) encontraram correlação negativa entre a massa específica e luminosidade na seção tangencial para as espécies Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, Myrocarpus frondosus Allemao e Luehea divaricata Mart. & Zucc. Melo et al. (2013) e Mori et al. (2004) não encontraram correlação significativa entre a massa específica e os parâmetros colorimétricos. 119

120 4. CONCLUSÃO As cores marrom-oliva, amarelo-amarronzado e marrom-claro foram as mais frequentes. As madeiras tiveram uma tendência de ser mais amarelas que vermelhas. A seção transversal obteve coloração mais escuras que a seção tangencial. As madeiras mais claras apresentaram menores massas específicas, e as mais escuras obtiveram maiores massas específicas. 120

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123 ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE LAS MADERAS TROPICALES OIMT. Reseña bienal y evaluación de la situación mundial de las maderas Yokohoma: OIMT, p. PAULA, M. H.; MESQUITA, R. R. S.; GONÇALEZ, J. C.; RIBEIRO, E. S.; SOUZA, R. S. Utilização de métodos não destrutivos para caracterização simplificada da madeira de cumaru (Dipteryx odorata Willd). Biodiversidade, Rondonópolis, v. 15, n. 2, p , maio/ago PIMENTEL-GOMES, F.; GARCIA, C. H. Estatística aplicada a experimentos agronômicos e florestais: exposição com exemplos e orientações para uso em aplicativos. Piracicaba: FEALQ. 2002, 309p. RIBEIRO, E. S.; SOUZA, R. A. T. M.; PAULA, M. H.; MESQUITA, R. R. S.; MOREIRA, E. L.; FAZION, H. Espécies florestais comercializadas pelo estado de Mato Grosso. Biodiversidade, Rondonópolis, v. 15, n. 2, p.2-20, maio/ago ROMANINI, A.; STANGERLIN, D. M.; PARIZ, E.; SOUZA, A. P.; GATTO, D. A.; CALEGARI, L. Durabilidade natural da madeira de quatro espécies amazônicas em ensaios de deterioração de campo. Nativa, v. 2, n. 1, p , SANTINI JÚNIOR, L. Descrição macroscópica e microscópica da madeira aplicada na identificação das principais espécies comercializadas no estado de São Paulo Programas São Paulo Amigo da Amazônia e Cadmadeira f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) Universidade de São Paulo, Piracicaba, SECRTARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE DE MATO GROSSO SEMA-MT. Beneficiamento e Comércio de Produtos da Madeira por Espécie Florestal Disponível em: < Acesso em: 10 ago SILVA, C. E. G. Influência da região de extração em propriedades físicas e mecânicas da madeira de cupiúba (Goupia glabra Aubl). 2016, 80p. Dissertação (mestrado) Universidade Federal de São Carlos SILVA, J. J. N.; CARDOSO, G. V.; SILVA JUNIOR, F. G.; STANGERLIN, D. M. Caracterização tecnológica da madeira de Schizolobium amazonicum para a produção de celulose Kraft. Ciência da Madeira, Pelotas, v. 4, n. 1, p SILVA, E. S.; STANGERLIN, D. M.; GATTO, D. A.; CALEGARI, L.; PARIZ, E. Colorimetria da madeira de oito espécies nativas do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência da Madeira, v. 6, n. 1, p.31-37,

124 SILVA, R. A. F; SETTER, C.; MAZETTE, S. S.; MELO, R. R.; STANGERLIN, D. M. Colorimetria da madeira de trinta espécies tropicais. Ciência da Madeira, v. 8, n. 1, p.36-41, jan/abr STANGERLIN, D. M.; COSTA, A. F.; GARLET, A.; PASTORE, T. C. M. Resistência natural da madeira de três espécies amazônicas submetidas ao ataque de fungos apodrecedores. Ciência da Madeira, Pelotas, v. 4, n. 1, p TIESEN, C. M. A. Durabilidade natural de dez madeiras amazônicas em campo de apodrecimento. 2017, 51f. Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Mato Grosso ZANUNCIO, A. J. V.; FARIAS, E. S.; SILVEIRA, T. A. Termorretificação e colorimetria da madeira de Eucalyptus grandis. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 21, n. 1, p.85-90, jan/mar

125 CONCLUSÕES GERAIS A comercialização de produtos madeireiros no Mato Grosso no período de 2007 a 2014 se concentrou em poucas espécies, isso demonstra que há baixa diversidade de espécies sendo comercializadas e utilizadas. Na identificação macroscópica, a chave dicotômica foi uma ferramenta complementar importante para auxiliar a distinção das espécies madeireiras comercializadas, sendo também essencial para conhecer diferentes características macroscópicas. A colorimetria pode ser utilizada para auxiliar na identificação e comercialização de madeiras e de produtos, desde que se use técnicas de caracterização auxiliares, como um banco de dados com os padrões colorimétricos das espécies e o auxílio de um especialista. 125

126 APÊNDICE 126

127 Chave de Identificação de Madeira Parênquima Indistinto...A Parênquima Reticulado...B Parênquima em Faixas...C Parênquima em Linhas...D Parênquima Vasicêntrico...E Parênquima Aliforme e Aliforme Confluente...F A Parênquima Indistinto 1 a. Poros exclusivamente solitários...goupia glabra 1 b. Poros solitários e multiplos...2 FIGURA 1 POROS EXCLUSIVAMENTE SOLITÁRIOS DA Goupia glabra 2 a. Poros pequenos e numerosos...protium sp. 2 b. Poros pequenos e médios e pouco numerosos...3 FIGURA 2 POROS PEQUENOS E NUMEROSOS DO Protium sp. 3 a. Poros obstruídos por óleo-resina e tilos...trattinnickia sp. 3 b. Poros apenas obstruídos por tilos

128 FIGURA 3 POROS OBSTRUÍDOS POR ÓLEO-RESINA (SETA BRANCA) E TILOS (SETA AZUL) DA Trattinnickia sp. 4 a. O espelhado dos raios é sem contraste e possui canais secretores radiais...astronium sp. 4 b. O espelhado dos raios é pouco contrastado e não apresenta canais secretores radiais...ocotea sp. FIGURA 4 PRESENÇA DE CANAIS SECRETORES RADIAIS (SETA BRANCA) NO Astronium sp. E AUSÊNCIA DE CANAIS SECRETORES RADIAIS NA Ocotea sp. B Parênquima Reticulado 1 a. Parênquima reticulado irregular; poros médios e grandes; raios bem destacados na face transversal... Couratari sp. 1 b. Parênquima reticulado regular; poros médios e raios finos na face transversal... Cariniana sp. FIGURA 5 PARÊNQUIMA RETICULADO IRREGULAR DA Couratari sp. E PARÊNQUIMA RETICULADO REGULAR DA Cariniana sp. 128

129 C Parênquima em Faixas 1 a. Poros pequenos e médios predominando os solitários e obstruídos por substâncias amareladas...clarisia racemosa 1 b. Poros médios e grandes...2 FIGURA 6 SUBSTÂNCIAS AMARELADAS PRESENTES NA Clarisia racemosa 2 a. Poros parcialmente obstruídas por óleo-resina-amarelado e raios com estratificação...hymenolobium sp. FIGURA 7 POROS OBSTRUÍDOS POR ÓLEO-RESINA-AMARELADO (SETA BRANCA) E RAIOS ESTRATIFICADOS (SETA AZUL) NO Hymenolobium sp. 2 b. Poros obstruídos por tilos; raios irregularmente dispostos na face tangencial e floema incluso...erisma uncinatum FIGURA 8 POROS OBSTRUÍDOS POR TILOS (SETA BRANCA), FLOEMA INCLUSO (SETA AZUL) E RAIOS IRREGULARMENTE DISPOSTOS NA Erisma uncinatum 129

130 D Parênquima em Linhas 1 a. Poros pequenos e raios estratificados...dialium guianense 1 b. Poros pequenos e médios e sem raios estratificados...2 FIGURA 9 POROS PEQUENOS E RAIOS ESTRATIFICADOS (SETA BRANCA) NO Dialium guianense 2 a. Poros obstruídos por óleo-resina e linhas vasculares geralmente onduladas...manilkara sp. 2 b. Poros obstruídos por tilos e linhas vasculares retilíneas...pouteria sp. FIGURA 10 POROS OBSTRUÍDOS POR ÓLEO-RESINA (SETA BRANCA) NA Manilkara sp. E POROTS OBSTRUÍDOS POR TILOS (SETA AZUL) NA Pouteria sp. E Parênquima Vasicêntrico 1 a. Apenas parênquima vasicêntrico e escasso b. Parênquima vasicêntrico com outros parênquimas a. Poros obstruídos por tilos b. Poros obstruídos por substâncias brancas a. Poros grandes...bagassa guianensis 3 b. Poros médios...mezilaurus itauba 130

131 FIGURA 10 POROS PREDOMINANTEMENTE SOLITÁRIOS (SETA BRANCA) NA Bagassa guianenis E POROS MÚLTIPLOS EM CADEIAS RADIAIS (SETA AZUL) NA Mezilaurus itauba 4 a. Poros solitários na maioria...cedrelinga catenaeformis 4 b. Poros múltiplos na maioria...sclerolobium sp. FIGURA 11 POROS PREDOMINANTEMENTE SOLITÁRIOS (SETA BRANCA) NA Cedrelinga catenaeformis E POROS PREDOMINANTEMENTE MÚLTIPLOS (SETA AZUL) NO Sclerolobium sp. 5 a. Parênquima vasicêntrico, aliforme losangular e às vezes com trechos pequenos formando confluências...enterolobium contortisiliquum 5 b. Parênquima vasicêntrico, aliforme e/ou aliforme confluente...6 FIGURA 12 PARÊNQUIMA LOSANGULAR NO Enterolobium contortisiliquum 131

132 6 a. Poros solitários predominantes, pequenos, obstruídos por substância amarelada (Ipeína) e raios estratificados...tabebuia sp. 6 b. Poros múltiplos predominantes, médios e grandes, desobstruídos...schizolobium amazonicum FIGURA 13 POROS PEQUENOS E OBSTRUÍDOS POR SUBSTÂNCIA AMARELADA (SETA BRANCA) NA Tabebuia sp. E POROS MÉDIOS E GRANDES DESOBSTRUÍDOS (SETA AZUL) NO Schizolobium amazonicum F Parênquima Aliforme e Aliforme Confluente 1 a. Parênquima em faixas marginais intercaladas por parênquima aliforme...hymenaea sp. 1 b. Outros parênquimas...2 FIGURA 14 PARÊNQUIMA EM FAIXAS MARGINAIS (SETA BRANCA) INTERCALADAS POR PARÊNQUIMA ALIFORME NA Hymenaea sp. 2 a. Parênquima aliforme, aliforme confluente e vasicêntrico b. Parênquima aliforme e aliforme confluente a. Poros obstruídos parcialmente por tilos e raios bem destacados na face transversal...castilla ulei 132

133 3 b. Poros obstruídos por substâncias amareladas e raios com pouco destaque na face transversal...4 FIGURA 15 POROS OBSTRUÍDOS POR TILOS (SETA BRANCA) NA Castilla ulei 4 a. Raios estratificados...dipteryx sp. 4 b. Raios sem estratificação...enterolobium schomburgkii FIGURA 16 RAIOS ESTRATIFICADOS (SETA BRANCA) NA Dipteryx sp. E RAIOS SEM ESTRATIFICAÇÃO NA Enterolobium schomburgkii 5 a. Parênquima aliforme com trechos curtos b. Parênquima aliforme com prolongamentos laterais longos a. Poros médios e linhas vasculares obstruídos por substâncias brancas; e canais secretores verticais geralmente presentes e raios na face transversal com pouco destaque...qualea sp. FIGURA 17 POROS MÉDIOS (SETA BRANCA) E LINHAS VASCULARES (SETA AZUL) OBSTRUÍDOS POR SUBSTÂNCIAS BRANCAS Qualea sp. 133

134 6 b. Poros médios a grandes obstruídos por óleo-resina e substâncias claras; linhas vasculares largas e espaçadas e raios na face transversal bem destacados...parkia sp. FIGURA 18 RAIOS BEM DESTACADOS (SETA BRANCA) E LINHAS VASCULARES LARGAS E ESPAÇADAS (SETA AZUL) NA Parkia sp. 7 a. Poros pequenos, médios e numerosos...apuleia sp. 7 b. Poros médios e grandes; pouco numerosos...8 FIGURA 19 POROS PEQUENOS, MÉDIOS E NUMEROSOS NA Apuleia sp. 8 a. Poros sem obstrução e com raios estratificados...simarouba amara 8 b. Poros obstruídos e sem estratificação...9 FIGURA 20 POROS DESOBSTRUÍDOS E RAIOS ESTRATIFICADOS (SETA BRANCA) NA Simarouba amara 134

135 9 a. Poros obstruídos por óleo-resina, substâncias brancas e algumas vezes por tilos; no topo, os raios mais largos são visíveis a olho nu e os finos intercalados são distintos só sob lente de 10x; canais secretores verticais geralmente presentes...vochysia sp. 9 b. Poros obstruídos por óleo-resina-amarelado, no topo, os raios são finos, numerosos e visíveis sob lente; canais secretores verticais ausentes...guarea sp. FIGURA 21 POROS OBSTRUÍDOS POR ÓLEO-RESINA (SETA BRANCA), RAIOS MAIS LARGOS VÍSIVEIS A OLHO NU (SETA AZUL) NA Qualea sp. E POROS OBSTRUÍDOS POR ÓLEO-RESINA-AMARELADO (SETA AMARELA) E RAIOS FINOS (SETA PRETA) NA Guarea sp. 135

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