ENSAIO SOBRE A CONCEPÇÃO DE ESTADO NA EXPANSÃO MONOPOLISTA

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1 ENSAIO SOBRE A CONCEPÇÃO DE ESTADO NA EXPANSÃO MONOPOLISTA Vitor Rollin Prudêncio (UFSC) 1 Resumo Buscamos neste trabalho apresentar apontamentos para compreensão do Estado burguês, principalmente na fase do capitalismo monopolista. Para isso, discutimos primeiramente a concepção de Estado nas obras de Engels e Marx, identificamos a superação dialética na concepção de Estado em suas obras e posteriormente realizamos análises buscando embasamento na tradição marxista. Além de utilizar autores clássicos do marxismo, como Marx, Engels e Lênin, apoiamos nossas análises nas contribuições de István Mészáros, principalmente com relação à discussão filosófica com a concepção de Estado em Hegel e suas formulações sobre as relações entre Estado e Sociedade Civil burguesa, suas particularidades e dependências. A partir da análise das novas relações de produção, acumulação e expansão do capital, pretendemos compreender algumas alterações nas relações entre Estado e burguesia dentro do contexto de expansão monopolista. O Estado, atualmente, exerce a função da classe capitalista-monopolista, principalmente do capital financeiro. Além disso, procuramos identificar algumas relações contraditórias, mas superáveis dialeticamente, no período de definhamento do Estado. A partir disto, buscamos compreender as relações fundamentais para que o processo de definhamento se efetive enquanto realidade histórica, bem como as que impossibilitam este processo. Palavras-chave: Estado, Imperialismo, Política. Introdução Em um contexto de decesso da classe trabalhadora devemos nos perguntar o que deu errado. Depois das greves gerais da década de 1980, o surgimento do PT e da CUT, e de fortes mobilizações nos locais de trabalho, percebemos que a classe trabalhadora no Brasil tem passado por um momento frágil inclusive quando é necessário dar respostas às ofensivas do capital. Acredito que isto tenha acontecido, não somente, mas também por falta de compreensão das direções dos movimentos do que é o capitalismo, o Estado no capitalismo e os limites da disputa institucional. Buscamos neste trabalho dar apontamentos para uma compreensão de particularidades do Estado dentro da totalidade do sistema capitalista, principalmente no capitalismo em sua fase monopolista e as características do movimento comunista em um período transitório. Pretendo analisar as continuidades e descontinuidades das relações entre Estado e burguesia 1 Graduando do curso de História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Este trabalho foi orientado pelo Prof. Dr. Ricardo Lara, professor efetivo do Departamento de Serviço Social e coordenador do Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Gênero (NETeG). Meu número é (048) e meu é vrp_12@hotmail.com.

2 na fase atual de produção monopolista e as relações contraditórias, mas dialeticamente superáveis, do movimento comunista, mas para isso fazemos primeiro uma apresentação da concepção de Estado em Engels e Marx e, posteriormente, uma apresentação mais geral da compreensão do Estado na tradição marxista. Além de utilizar autores mais clássicos do marxismo, como Marx, Engels e Lenin, nos baseamos também em algumas contribuições do teórico húngaro István Mészáros principalmente com relação à discussão filosófica com a concepção de Estado em Hegel e suas formulações sobre as relações entre Estado e Sociedade Civil burguesa, suas particularidades e dependências. A partir da análise das novas ralações de expansão e produção, buscamos compreender algumas alterações nas relações entre Estado e burguesia além de discutir relações do movimento comunista. A superação dialética da concepção de Estado em Marx O método de Hegel parte do principio da vontade, a partir deste desenvolvem-se três momentos da vida social: a família, a sociedade civil e o Estado político. A família é o primeiro momento do percurso, totalidade integrada de um espírito comunitário baseado em laços de sangue. No segundo momento as vontades individuais são quebradas e se alienam na sociedade civil, onde aparecem os interesses divergentes. Como forma de conciliação destes conflitos, surge, no terceiro momento, o Estado político que tem como função principal restabelecer a harmonia (FREDERICO, 2010, p ). O Estado cumpre a função de conciliar as contradições sem acabar com elas, portanto a estrutura antagônica se preserva. Para Hegel é uma preocupação primordial do Estado que a classe média deva ser desenvolvida, mas isto apenas pode ser feito se o Estado for uma unidade orgânica como aquela aqui descrita, isto é, pode ser feito apenas concedendo autoridade a esferas de interesses particulares, que são relativamente independentes, e nomeando um exército de funcionário cuja arbitrariedade pessoal seja quebrada contra tais corpos autorizados (MÉSZÁROS, 2011, p. 580). O Estado moderno não surgiu de uma unidade orgânica, como afirma Hegel, mas sim como uma necessidade do sistema capitalista de se expandir e se fortalecer, ou seja, foi imposto às classes subordinadas. Marx, em seu livro A Critica à Filosofia do Direito de Hegel (1843), quando ainda não tinha rompido com o método hegeliano, já demonstra divergências com Hegel,

3 principalmente em relação ao Estado político. Nesta época identificava uma separação, um antagonismo entre Estado e sociedade civil, vê o Estado político enquanto uma alienação da sociedade, pois os indivíduos não exercem diretamente o poder de decisão, este está alienado na esfera estatal. A superação deste antagonismo se daria através da superação do próprio Estado, obter em mãos, diretamente, o poder político. Nesta época, Marx, mesmo tendo divergências com a concepção de Hegel, ainda não tinha claro algumas relações entre Estado e sociedade. Não identifica a íntima relação do Estado com camadas organizadas da sociedade, como a burguesia enquanto classe que satisfaz suas necessidades históricas e atinge sua emancipação à custa do poder do mesmo. Isto fica claro quando afirma que a imagem conceitual alemã de Estado Moderno, [385] apartada do verdadeiro ser humano, só foi possível porque e na medida em que o próprio Estado moderno está apartado do verdadeiro ser humano ou só satisfaz o ser humano integralmente de maneira imaginária (MARX, 2010, p. 43). Em 1848, ao publicar o Manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels demonstram a superação dialética que tiveram em sua própria concepção de Estado ao afirmar que o Estado moderno é um comitê que administra os negócios comuns da classe burguesa como um todo (ENGELS e MARX, 2009, p. 12). A partir deste momento entendem como setores da sociedade civil conseguem se apropria e se utilizar do poder estatal para os interesses particulares de sua classe que são colocados para a população como interesse de todos. A concepção marxista do Estado Com o desenvolvimento da produtividade do trabalho desenvolvem-se também a propriedade privada e as trocas, diferenças de riquezas e com isso o desenvolvimento e aprofundamento do antagonismo entre as classes (ENGELS, 2010, p. 274). A propriedade privada dos meios de produção divide a sociedade em classes antagônicas de interesses inconciliáveis. Resulta da contradição do interesse particular e do interesse comunitário que o interesse comunitário assume uma organização [Gestaltung] autônoma como Estado, separado dos interesses reais dos indivíduos e do todo, e ao mesmo tempo como comunidade ilusória, mas sempre sobre a base real [realen basis] dos laços existentes (ENGELS e MARX, 2009, p ). O Estado surge como um produto de uma sociedade de classes, e não como algo além dela. É o resultado de uma contradição nas sociedades onde existem antagonismos

4 inconciliáveis entre as classes. Serve, portanto, para atenuar os conflitos entre as classes, dentro da ordem. É o instrumento de submissão de uma classe sobre outra, portando, o Estado não pode existir em uma sociedade sem classes. Fortalece-se, pois o Estado enquanto organização especial da força e da violência é sempre o Estado da classe dominante, na medida em que as contradições aumentam e as classes subordinadas se fortalecem e se revoltam. A materialização deste poder repressivo na modernidade são, principalmente, a polícia, a burocracia, e o exército centralizados (LENIN, 2010, p ). Como afirma Engels um dos traços característicos essências do estado é a existência de uma força pública separada da massa do povo (ENGELS, 2010, p. 150). A formação do Estado moderno se deu com o sistema capitalista se tornando hegemônico, além da dominação da produção de riqueza, passaram a dominar também os espaços políticos. Para Mészáros A formação do Estado moderno é uma exigência absoluta para assegurar e proteger permanentemente a produtividade do sistema (MÉSZÁROS, 2011, p. 107). O Estado ficou dependente de uma burguesia em ascensão. Devido à arrecadação de impostos e por meio da divida publica, o Estado tinha como única salvação o dinheiro da burguesia. A partir da necessidade desta de se tornar classe hegemônica, o Estado assume o papel de garantir e organizar os interesses da burguesia tanto dentro quanto fora do país. Como estrutura de comando político abrangente do sistema do capital, o Estado não pode ser autônomo, em nenhum sentido, em relação ao sistema do capital, pois ambos são um só e inseparáveis (idem, ibidem, p. 119). Enquanto forma de fazer valer os interesses da classe dominante, o Estado político coloca os interesses destes enquanto interesse geral e necessita de instituições políticas mediadas pelo Estado Daí a ilusão de que a lei assentaria na vontade e, mais ainda, na vontade dissociada da sua base real, na vontade livre. Do mesmo modo que o direito é, por sua vez, reduzido à lei. (ENGELS e MARX, 2009, p.112) Neste contexto o direito privado assume a função de se mostrar enquanto interesse geral da nação. Na pratica, os limites da contradição entre capital e trabalho, propriedade privada e sociedade civil não permite que as pessoas usem e disponham de forma arbitrária do que a sociedade tem a oferecer. Deste modo, sempre que foi necessário o desenvolvi[mento] da indústria e do comércio, se formaram novas formas de intercâmbio, por exemplo, companhias de seguros e outras, o Direito foi sempre obrigado a incluí-las entre os modos de adquirir a propriedade. (Ibidem, p. 114) Podemos sintetizar o direito enquanto a vontade de

5 uma classe posto como lei, seu conteúdo é determinado pelas condições históricas em que se encontra a classe dominante. A materialização do que discutimos acima se mostra clara quando discutimos a expansão dos mercados. Para que isso acontecesse foi necessário acabar com outras formas de organizações societárias, barateando os produtos pela reorganização do trabalho, subordinando os Chineses e os povos bárbaros à produção capitalista, transformando-os em Estados capitalistas. Províncias independentes são tomadas pelo Estado, subordinam-nas às novas formas de produção, com a centralização do poder, vem também a centralização do recebimento de impostos (ENGELS e MARX, 2008, p. 8-46). O Estado e o Capital-Monopolista É fundamental entender a sociedade capitalista enquanto uma sociedade produtora de mercadorias, que efetiva suas necessidades sócio-históricas no momento da realização da troca, e não uma sociedade essencialmente produtora de valores-de-uso responsável pela satisfação das necessidades humanas, do estômago à fantasia. Por ser uma sociedade produtora de mercadorias e não de valor-de-uso, o sistema do capital se alimenta através da produção, incansável e insaciável de valor 2 e mais valor 3. No sistema capitalista existe, como afirma Mészáros, contradição entre produçãocontrole, produção-consumo e produção-circulação. O capital jamais se submeteu a controle adequado e duradouro ou uma autorrestrição racional. Ele só era compatível com ajustes limitados e, mesmo esses, apenas enquanto pudesse prosseguir, sob uma ou outra forma, a dinâmica de autoexpansão e o processo de acumulação. Tais ajustes consistem em contornar os obstáculos e resistências encontrados, sempre que fosse incapaz de demoli-los (MÉSZÁROS, 2011, p. 100). O estágio do desenvolvimento capitalista caracterizado pela grande indústria é conhecido como a etapa do capitalismo de livre concorrência, estágio este em que era caracterizado pela grande quantidade de pequenos e médios capitalistas, onde a concorrência entre os mesmos fazia parte da realidade social vigente (BRAZ e NETTO, 2011, p.182). Este 2 O valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo socialmente necessário para sua produção. Esta quantidade de tempo é o que vai determinar pelo quanto de dinheiro esta mercadoria será trocada, logo, o tempo de trabalho socialmente necessário é o que determina o valor e o preço de uma mercadoria (MARX, 2010.). 3 O mais valia é resultado da diferença entre o tempo de trabalho despendido por dia por um trabalhador, e o tempo de trabalho necessário que o mesmo recebe em forma de salário. Por exemplo, vamos supor que uma hora seja igual a 50 reais, a jornada de trabalho é de 6 horas por dia, 5 dias por semana, no final do mês este trabalhador terá produzido 6000 reais. Se o salário do trabalhador for de 1000 reais, a mais valia apropriada pelo dono da fábrica será de 5000 reais (Ibidem).

6 processo, sobre égide do Estado capitalista, não poderia durar muito tempo. A partir do momento que estas empresas conseguem diminuir o tempo de produção, conseguem diminuir o valor de suas mercadorias, resumindo, consegue vender mais barato que as outras. A partir do momento que este processo se intensifica, estas empresas que não conseguirem diminuir seu tempo médio de produção irão falir, ou ser compradas por empresas maiores, este processo da inicio ao surgimento dos monopólios. Para o suporte deste novo processo, é necessária a produção de tecnologia para que diminua o tempo de produção das mercadorias, ou seja, é cada vez menos necessário o uso da força-de-trabalho pois isto é substituído por máquinas 4 (LENIN, 2008, p. 17). Desenvolvimento dos cartéis deu um suporte importante para o fortalecimento do sistema em sua fase monopolista. Estes foram responsáveis por estabelecer acordos entre as empresas sobre as concessões de vendas, prazos de pagamento, repartem os mercados de venda, fixam a quantidade de produtos a serem fabricados, estabelecem preços e distribuem os lucros entre as diferentes empresas (idem, ibidem, p. 23). É neste período de desenvolvimento capitalista que começam a acontecer as fusões entre capital industrial e capital bancário. Os bancos deixam de ser meros intermediários e se transformam em grandes monopólios que dispõe de quase todo o dinheiro da maioria das empresas. Os bancos passam a ter controle indireto sobre o crescimento de empresas, pois estas dependem dos empréstimos daqueles para aumentar sua produção. Para reforçar os laços de dependência entre as empresas e bancos, e também viceversa, passou a ser normal, bancos indicarem pessoas para alguns cargos em empresas, assim como também destes para aqueles. O mesmo movimento passa a acontecer entre as empresas e bancos com o Estado. O capitalismo muda seu local de produção para países periféricos, pois as terras e a força de trabalho são compradas por um preço mais baixo, além disso, os Estados periféricos tem o importante papel de diminuir os gastos das empresas em capital constante e ações como reduções de impostos, pagamento das instalações das empresas. O que caracteriza o velho capitalismo, no qual dominava plenamente a livre concorrência, era a exportação de mercadorias. O que caracteriza o capitalismo moderno, no qual impera o monopólio, é a exportação de capital (ibidem, p.61). 4 Este, apesar de ser um processo contraditório, é um processo necessário. A única fonte de valor de uma mercadoria é o trabalho, na medida em que diminui a quantidade de trabalho, diminui a quantidade de valor das mercadorias, pois seu tempo de produção vai diminuir sem aumentar a quantidade de trabalho. Este processo resulta na queda tendencial da taxa de lucro. A taxa de lucro é = a taxa de mais valia - capital constante (instrumentos de trabalho) (MARX, 2010.).

7 O mundo ficou dividido então entre os Estados que são principalmente credores, e os que são principalmente devedores quando o Estado imperialista passou a assumir uma posição de Estado-rentier (investidor), ou seja, um Estado investidor no capital privado. O Estado entra nos negócios diretos do capital apenas até onde a necessária ação corretiva puder se ajustar aos últimos limites sociometabólicos do capital (MÉSZÁROS, 2011, p. 107). O Estado-rentier é o Estado do capitalismo parasitário e em decomposição, e esta circunstância não pode deixar de se refletir, tanto em todas as condições políticas e sociais dos países respectivos em geral, como nas duas tendências fundamentais do movimento operário em particular (LENIN, 2008, p. 102). Além das características importantes citadas pelo Lenin, temos que ter claro que o Estado no atual estágio de desenvolvimento do capitalismo não tem as mesmas características expostas por Marx n O Manifesto do Partido Comunista. O papel do Estado na fase imperialista é de dar suporte aos monopólios, às diversas burguesias monopolistas, que em alguns momentos tem interesses divergentes entre elas. Com o forte processo de financeirização do sistema capitalista, os bancos tem uma importância cada vez maior, na medida em que o capital se monopoliza mais, o Estado vai perdendo o caráter de ser um comitê que administra os negócios comuns da classe burguesa como um todo, mas passa a ser um comitê que administra os negócios do capital-monopolista que tende cada vez mais a se monopolizar, dando prioridade ao capital bancário. A Ditadura Revolucionária do Proletariado e o Definhamento do Estado Antes de começar a tratar deste ponto, é importante explicar o conceito de ditadura no marxismo. Quando falamos de ditadura não nos referimos às formas de organização política que prevaleceram, por exemplo, no Brasil de , ou até mesmo no Chile, de , na tradição marxista, ditadura pode ser entendido como uma classe no governo. O termo ditadura do proletariado deve ser entendido como expansão da democracia, pois o proletariado, que é a maior parte da população, passará a comandar os processos de que participam e que os representam. É importante deixar claro também que quando falo de democracia, me refiro à democracia burguesa que é baseada, principalmente, no voto e na representação. Todo Estado é a ditadura de uma classe sobre outra. Nenhum Estado pode existir sem um governo, e este deve ser formado por um número restrito de pessoas (GRAMSCI, 2004, p. 235). A democracia burguesa através do Estado serve para emancipar uma minoria em

8 detrimento de uma maioria, o Estado proletário é o contrario, serve como instrumento para oprimir uma minoria opressora, é o estágio onde a classe trabalhadora se encontra enquanto classe dominante, enquanto classe para si. O período de transição é marcado pela presença da ditadura revolucionária do proletariado. Estágio onde nem o Estado e nem a democracia desaparecem, mas se encontram no processo de definhamento. Processo este que pressupõe a materialização de uma lei da dialética materialista, a da transformação da quantidade em qualidade e vise-versa. Materializa-se quando a população se apropria das funções principais do Estado e distribui cada vez mais à população, como por exemplo o exército permanente, em um período de definhamento do Estado, deve se transformar na população armada responsável por sua proteção. O poder decisório do Estado deve, gradualmente, deixar de ser uma simples cúpula que aliena o poder popular, como por exemplo, os poderes executivo, legislativo e judiciário, que por mais que tenham, direta ou indiretamente, seus representantes escolhidos pelo voto, não representam na realidade a população que os colocou dentro do aparato estatal. O processo de definhamento deve organizar a população também em instâncias menores e que destas sejam também encaminhadas tomadas decisões relacionadas à produção e proteção da vida humana. Transformar as assembléias em assembléias de trabalho, não mais em assembléias parlamentares. O socialismo simplifica as funções da administração do Estado, permite que se suprima a hierarquia, reduzindo tudo a uma organização dos proletários em classe dominante, que empregue, por conta da sociedade inteira, operários, contramestres e guarda-livros (LENIN, 2010, p. 69). Para vencer as condições de subordinação do homem pelo homem é necessário que sejam abolidas as condições materiais que resultam na relação, logo o Estado não pode ser abolido por decreto de uma hora para a outra. É necessário o Estado de transição em processo de definhamento para que este seja responsável pela sua auto-abolição, ou seja, o Estado de transição é um Estado que deve ser utilizado para acabar com as condições matérias que fazem-no existir. O domínio da parcialidade sobre a sociedade como um todo é sempre sustentado pela política como o complemento necessário à iniqüidade das relações materiais de poder estabelecidas. Isto explica a impossibilidade de a sociedade emancipar-se do domínio da parcialidade sem radicalmente transcender a política e o Estado (MÉSZÁROS, 2011, p. 568). O Estado e a política não são capazes de abolir a si mesmas visto que são resultado das contradições da sociedade e, portanto atuam para mantê-la. É necessário para que aconteça a

9 superação, que o proletariado tome o poder enquanto classe para si para que depois haja a supressão do mesmo, e não por decreto simplesmente. É necessária a tomada de consciência da classe trabalhadora para este processo, pois é ela quem sustenta o sistema e é também quem mais sofre com as contradições antagônicas do sistema capitalista ao mesmo tempo que não é impossível que se torne uma classe dominante mantida pelo trabalho de outras. Por mais que o proletariado já exista enquanto classe universal, é importante levar em consideração o potencial revolucionário de classes que também são oprimidas, como a pequena burguesia, não só a pequena burguesia campesina, mas todas as manifestações da mesma. No seu processo de desenvolvimento, a classe operária deverá substituir a velha sociedade civil por uma associação que há de excluir as classes e seus antagonismos, e o (poder político propriamente dito) deixará de existir, pois o poder político é exatamente a expressão oficial do antagonismo na sociedade civil (ibidem, p. 22). A democracia burguesa significa simplesmente a igualdade formal. A realização da igualdade só se dará quando os membros da sociedade tiverem acesso aos meios de produção e aos valores-de-uso por eles produzidos. O comunismo só acontece quando qualquer opressão, qualquer tipo de violência do homem pelo homem seja abolida. O comunismo implica, não somente no definhamento do Estado, mas também no definhamento da democracia. O movimento comunista é um movimento extremamente contraditório, mas esta se supera dialeticamente, este é um movimento que em muitas vezes se coloca como autoritário para acabar com o autoritarismo burguês, e que se utiliza de instrumentos opressores (como no caso do Estado) para se auto-abolir como sistema autoritário. Só na sociedade comunista, onde não existem mais classes (portanto a democracia não exclui ninguém) é que a democracia poderá definhar. O Estado e a democracia só deixarão de existir quando o principio De cada um conforme a sua capacidade, a cada um segundo suas necessidades seja plenamente efetivado. Resultados e conclusão Os debates sobre o Estado marcam boa parte das divergências entre a esquerda e as formas de militância ativa nos movimentos contra o capitalismo. O estudo da teoria do proletariado, mesmo sendo dispensada por diversos grupos da própria esquerda anticapitalista, é fundamental para a construção de uma tática e uma estratégia política e militante realmente emancipadora e revolucionária, se bem estudada e compreendida, evita que grupos caiam no simples reformismo oportunista.

10 Entendemos a teoria marxista como uma ferramenta fundamental e indispensável para uma prática realmente revolucionária e para a superação do capitalismo. A partir disto buscamos compreender em qual momento a teoria marxista nos dava uma caracterização correta do que é o Estado no capitalismo e suas relações com a sociedade civil. Quando isto ficou claro, tivemos a necessidade de entender quais são as bases reais para a formação do Estado em qualquer sociedade e suas contradições. Quando firmadas as compreensões teóricas de que o Estado serve como um um comitê que administra os negócios comuns da classe burguesa como um todo e não algo que existe em antagonismo com todos os setores da sociedade civil, e que todo e qualquer Estado é resultado de uma sociedade de classes e, portanto, só pode ser abolida com o fim das mesmas, podemos fazer análises do que significa o Estado no capitalismo-monopolista. Ao analisar as relações de produção e apropriação, percebemos como estas estão sendo feitas cada vez mais por menos proprietários, ou seja, cada vez mais o capital tende a se monopolizar. Com isto, o papel do Estado na fase imperialista é de dar suporte aos monopólios, às diversas burguesias monopolistas e com o forte processo de financeirização do sistema capitalista, os bancos tem uma importância cada vez maior. A partir destas conclusões devemos entender que não é apenas fundamental organizar os trabalhadores das fábricas, mas também trabalhadores dos bancos que fazem parte de um processo importante da acumulação capitalista. Outro debate importante que deve ser feito é com relação ao movimento comunista e suas manifestações autoritárias. Este é um movimento extremamente contraditório, mas esta se supera dialeticamente, é um movimento que em muitas vezes se coloca como autoritário para acabar com o autoritarismo burguês, e que se utiliza de instrumentos opressores para se auto-abolir enquanto um sistema autoritário. É necessário compreender também, enquanto uma parte fundamental da tática e estratégia revolucionária, o processo de definhamento do Estado. Processo este que pressupõe a materialização de uma lei da dialética materialista, a da transformação da quantidade em qualidade e vise-versa. Materializa-se quando a população se apropria das funções principais do Estado e distribui cada vez mais à população suas funções de proteção e repressão, burocracia e poder decisório.

11 REFERÊNCIAS MARX, Karl. Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel. Introdução. São Paulo, Expressão Popular, O Capital. Critica da Economia Politica. Livro I, volume I. 27ª edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, GRAMSCI, Antonio. Escritos Políticos. Volume II In: COUTINHO, Carlos Nelson (edição). Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, LENIN,V. I. O Estado e a revolução. 2. ed. São Paulo. Expressão Popular, O Imperialismo: fases superior do capitalismo. 4. ed. São Paulo. Centauro, MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. São Paulo. Expressão Popular, A ideologia alemã. São Paulo. Expressão Popular, ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. 2. ed. São Paulo. Expressão Popular, MÉSZÁROS, István. Para além do capital. Primeira edição revisada. São Paulo, Boitempo, FREDERICO, Celso. Nas trilhas da emancipação. In: MARX, Karl Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel. Introdução. São Paulo. Expressão Popular, BRAZ, Marcelo e NETTO, José Paulo. Economia política: uma introdução crítica. 7. ed. São Paulo. Cortez, 2011.

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