V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A
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- Raíssa Câmara Bardini
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1 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOB O OLHAR DO ALUNO LICENCIADO Vanessa dos Santos Ribeiro I ; Karen da Silva Santos II ; Maria Conceição Bernardo de Mello e Souza III I Graduanda do Curso de Enfermagem Bacharel e Licenciatura EERP/USP II Graduanda do Curso de Enfermagem Bacharel e Licenciatura EERP/USP III Professor Associado do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas EERP/USP Universidade de São Paulo/ Escola de enfermagem de Ribeirão Preto Eixo: Ciências da Saúde RESUMO O aluno que cursa licenciatura em enfermagem pode atuar em serviços de saúde, bem como na promoção de saúde em educação básica e na formação de auxiliares/ técnicos de enfermagem. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência como graduandos licenciados em enfermagem da disciplina de Educação Profissional em Enfermagem II, que observam o processo pedagógico durante estágios de alunos do curso técnico de enfermagem e seus respectivos supervisores professores. A experiência ocorreu de agosto a outubro de 2013, quando matriculados na disciplina composta por cinco ciclos: imersão na realidade; síntese provisória; busca de informações/conhecimentos; nova síntese e avaliação. Os graduandos de enfermagem acompanharam o estágio prático do curso técnico em um hospital filantrópico, em Ribeirão Preto/SP. Observou-se que os alunos do curso técnico ao desenvolverem as habilidades, cometiam alguns equívocos que os professores/supervisores tinham dificuldades, em sua maioria, de avaliar todas dimensões durante o período de estágio. Visto que, levou os graduandos da disciplina problematizarem o contexto cenário de prática e da própria formação durante a síntese provisória. A disciplina possibilitou a reflexão a partir dos estágios, além de pensar propostas de mudanças na formação de auxiliares e técnicos de enfermagem possibilitando melhorar a qualidade da assistência de saúde. INTRODUÇÃO O ensino em enfermagem no Brasil vem buscando atender as leis de diretrizes e bases da educação voltando à formação para as necessidades de saúde da população com base no rigor científico e intelectual, com formação humanista, crítica e reflexiva (BRASIL, 2001).
2 Ao ingressar nos campos de estágios da saúde e da educação, o estudante se aproxima da prática profissional proporcionando aprendizagem significativa, construção de conhecimentos, desenvolvimentos de habilidades e atitudes, com autonomia e responsabilidade (PARANHOS; MENDES, 2010). O aluno que cursa licenciatura em enfermagem é formado para atuar nos diversos serviços de saúde, bem como na promoção da saúde na educação básica e professor nas escolas técnicas na formação de auxiliares e técnicos de enfermagem, no contexto da educação profissional, com competência técnica, política, ética e humana, socialmente crítico e responsável pelos destinos de uma sociedade que se deseja justa, democrática e autossustentável na educação. Nesta perspectiva, o aluno matricula-se em disciplinas, durante a graduação, que tem como cenários práticos a saúde, a promoção de saúde nas escolas de educação básica e o ensino de educação profissional, que compete à sua formação como enfermeiro licenciado. A enfermagem é composta por três categorias profissionais, enfermeiro, técnicos e auxiliares. O técnico exerce atividade de nível médio, esta envolve orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem e participação no planejamento do cuidado a ser prestado (SANTANA et al., 2012). Cabe destacar que a formação dos auxiliares e técnicos de enfermagem é de competência de enfermeiros licenciados. Como alunas e professora de um curso de licenciatura em enfermagem vivenciamos durante os cinco anos de curso a relevância da articulação da área específica de formação do enfermeiro e da educação. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência como graduandos licenciados em enfermagem e professor da disciplina de Educação Profissional em Enfermagem II, que observam o processo pedagógico durante momentos de estágios realizados por alunos de curso técnico de nível médio em enfermagem e seus respectivos supervisores professores. MATERIAIS E MÉTODOS Como está planejada a disciplina? A disciplina Educação Profissional II foi vivenciada por nós, no período de 07 de agosto de 2013 a 30 de outubro de Os graduandos do curso de bacharelado e licenciatura em enfermagem acompanharam os estágios dos alunos do curso de técnicos de
3 enfermagem de uma escola técnica privada, do município de Ribeirão Preto, na Unidade semi-intensivo de um hospital filantrópico. Com foco na formação docente, a disciplina está inserida na área de competência da educação, com ação profissional na docência, na educação profissional em enfermagem. Isto significa que os graduandos de enfermagem em licenciatura tem a oportunidade de fazer reflexão sobre a prática docente no ensino profissionalizante em enfermagem, especificamente voltada para o planejamento, realização e avaliação do processo ensinoaprendizagem construído nos estágios obrigatórios de alunos dos cursos de formação auxiliar / técnico em enfermagem, por meio de sucessivas aproximações aos serviços de saúde. A disciplina é composta por dois ciclos pedagógicos com cinco momentos: Imersão na realidade momento em que graduando de enfermagem realiza a inserção no campo de estágio no serviço de saúde, junto aos alunos do curso de formação profissional auxiliar/técnico de enfermagem; Síntese provisória em subgrupo ocorre a leitura de relatos individuais da imersão relacionados à docência do que foi observado no campo de estágio. Após problematização o grupo constrói uma questão de aprendizagem. Busca de informações/conhecimentos o aluno realiza buscas em fontes variadas científicas, que contribui para a compreensão da questão de aprendizagem (trabalho individual); Nova síntese em subgrupo, realizada reflexão sobre informações/conhecimentos trazidos pelos alunos, com o propósito de compreender os problemas identificados, colaborando para a construção da prática profissional; Avaliação finalizado cada ciclo, foi realizado a auto-avaliação, avaliação do grupo e avaliação do docente responsável; Para a avaliação do graduando de enfermagem foi considerado o desempenho do estudante no pequeno grupo, cenário de prática e o portfólio reflexivo construído pelo estudante. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao cursar esta disciplina foi possível vivenciar situações que nos possibilitou reflexões e construção de conhecimentos que permeiam temas, como por exemplo, o relacionamento aluno-paciente, questões éticas e morais, apresentação pessoal,
4 desinteresse e desatenção por parte dos alunos, possibilitando ao graduando em enfermagem entrar em contato com a experiência de ser docente. No âmbito de comportamento pode-se observar que os alunos não eram assíduos com o horário, ou seja, não chegavam, na maioria das vezes, no horário estabelecido para passagem do plantão. Assim, o professor supervisor, individualmente, passava as informações sobre os pacientes. Foi observado também, que quanto a aparência pessoal, algumas alunas apresentavam-se com exposição de piercing, mascando chicletes e uso de esmalte vermelho. Situações que estão em desacordo com as Normas Reguladoras 32 (NR32) (COREn, 2014), que implica medidas de segurança no trabalho de proteção à segurança e saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, em vista disto, proíbe o uso de adornos e esmalte escuro em ambientes de assistência a saúde, além de mascar chicletes que envolve a questões relacionadas a biossegurança. Percebemos em nossas observações que o professor não problematiza estes acontecimentos com o grupo de estágio. Deste modo, após o professor informar sobre os devidos pacientes aos alunos, estes se aproximavam do leito e avaliavam se havia necessidade de troca de roupas e preocupavam-se apenas para as atividades técnicas, não se atentavam para comunicação com o outro, não interagiam com o paciente. Ainda, nesta mesma unidade do hospital, uma área mista, permanecem internados homens e mulheres na mesma enfermaria. Notou-se que no momento de higiene dos pacientes, não utilizavam biombos, causando constrangimentos. Outra situação que pode-se verificar foi durante a troca de curativo de úlcera por pressão, em que os alunos conversavam sob a ferida, colocando o paciente em risco de infecção. Nestas situações o professor esteve ausente, enquanto isto permanecia com outro aluno que preparava a medicação de todos os pacientes. Em relatos expostos no grupo, durante a Síntese Provisória, fatos semelhantes em relação ao comportamento dos alunos e procedimentos assépticos, bem como, comentários sobre a situação dos pacientes; além do uso de roupas transparentes no campo de estágio e contaminação de agulhas ao reutilizá-la para infundir o medicamento conforme prescrição médica. Nas situações vivenciadas, pode-se perceber a desatenção e a ausência de relação interpessoal do aluno com o paciente. A unidade intensiva é caracterizada por atender pacientes críticos, neste sentido, a relação interpessoal entre profissionais de enfermagem é
5 fundamental para recuperação do paciente, bem como desenvolver atitudes que demonstrem sensibilidade e empatia (RUEDELL et al., 2010; COREn, 2014). Cabe destacar que as observações realizadas quanto aos cuidados prestados pelos alunos do curso técnico durante os estágios, permite refletir sobre a ação pedagógica do professor supervisor de estágio. Considerações Finais A disciplina cursada possibilitou refletir sobre a prática de ensino e construir conhecimentos coletivamente a partir da prática social, além de pensar propostas de mudanças na formação de auxiliares e técnicos de enfermagem possibilitando melhorar a qualidade da assistência de saúde.. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, COREn- Conselho Regional de Enfermagem, Disponível em < Acesso em 09 de set COREn- Conselho Regional de Enfermage, Disponível em Acesso em 13 de ste de PARANHOS, V.D.; MENDES, M.M. Currículo por competência e metodologia ativa: percepção de estudantes ed enfermagem. Rev. Latino-Am.Enfermagem, v.18, n.1, jan-fev RUEDELL, L.M.; BECK, C.L.C.; SILVA, R.M.; LISBOA, R.L.;PROCHNOW, A.; PRESTES, F.C. Relações interpessoais entre profissionais de enfermagem e familiares em unidade de tratamento intensivo: Estudo bibliográfico. Cogitare Enferm. n.15, v.1, p , SANTANA, J.C.B.; CAMPOS, J.P.; DUTRA, B.S.; CAMPOS, A.C.V. Rev. Enfermagem Revista. v. 15. n. 01. Jan/Abr SILVA, E.F.F.S.; CHRIZOSTIMO, M.M.; AZEVEDO, S.L.; SOUZA, D.F.; BRAGA, A.L.S.; LIMA, J.L.; Um desafio para o controlador de infecção: falta de adesão da enfermagem às medidas de prevenção e controle. Enfermería Global. n.31, p , 2013.
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