SEMINÁRIO REGIONAL DAS COMUNIDADES DA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA. REGIÃO NORTE. Belém PA 20 a 23 de setembro de 2007.
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- Pedro Henrique Câmara Caldas
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1 SEMINÁRIO REGIONAL DAS COMUNIDADES DA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA. REGIÃO NORTE. Belém PA 20 a 23 de setembro de Síntese das Propostas do Seminário. (Resultado dos trabalhos de grupos). Grupo 01 - Ações Emergenciais: Fome zero; geração de trabalho e renda. 1. Realizar um diagnóstico situacional/mapeamento qualitativo e quantitativo para a identificação dos terreiros e das ações de assistência à criança e ao adolescente; 2. Criar um espaço para cerimônias religiosas e um espaço cultural para promoção dos saberes realizados pelas comunidades de matrizes africanas; 3. Qualificar sacerdotes /sacerdotisas para atuarem no controle social das políticas públicas (ocupando os espaços nos diversos conselhos) nas três esferas, sendo, municipal, estadual e federal; 4. Assegurar o uso dos espaços públicos culturais (bibliotecas e centros culturais) das produções das comunidades de matrizes africanas; 5. Criar uma rede de informação para as comunidades de terreiros; 6. Efetivar o acesso para a isenção tributária (IPTU e ISS) regularizando juridicamente; 7. Acesso ao recurso do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador); 8. Construir um Projeto Político Regional das Comunidades de Religiões de Matrizes Africanas no intuito de fortalecer o diálogo junto às comunidades de terreiro e os movimentos sociais para facilitar trocas de informações das políticas públicas e como acessá-las; 9. Ter acesso ás ouvidorias Estadual e Federal; 10. Pleitear junto aos órgãos governamentais um espaço ou uma área para construção dos terreiros/casas/templos/roça.
2 11. Promover articulações que dê visibilidade aos impactos positivos dentro de uma visão holística produzidos pelas comunidades de religiões de matrizes africanas (Promoção do saber informal); 12. Garantir o acesso aos serviços de saúde conforme rege os princípios e diretrizes do SUS reconhecendo os sacerdotes e sacerdotisas de culto afro brasileiro como promotores de saúde; 13. Criar meios que combatam a intolerância da imprensa no que diz respeito à religião afro brasileira. FOME ZERO. 1. Reduzir as exigências legais para o acesso a cestas básicas (PAA - Programa de Atenção Alimentar). GERAÇÃO DE TRABAHO E RENDA. 1. Articular junto aos programas de governo ações de qualificações e requalificação profissional das comunidades de matrizes africanas. GRUPO 2 Previdência social, direitos previdenciários e assistências e saúde. Propostas da Previdência, Direitos previdenciarios e Assistencial: 1. Campanha nacional dirigida aos religiosos de matriz africana sobre os direitos previdenciarios; 2. Estimular os terreiros em busca do previmovel; 3. Cadastrar os terreiros na previdencia social; 4. Campanhas informativas junto aos terreiros como evitar as doenças calcificantes; 5. Instrumentalizar, formar e informar lideranças das religiões de matriz africanas para melhor compreensão no sentido de aposentadorias e beneficios de direito; 6. EX. quilombolas, ribeirinhos e indios; 7. Garantir obtenção de inscrições dos sacerdotes e sacerdotisas na qualidade de ministros religiosos.
3 SAÚDE: 1. Campanha de redução nas desigualdades sociais de saúde nos terreiros por parte do ministério de saúde; 2. Campanha dirigidas as comunidades de matriz africana atraves do site 3. Articular as comunidades de religiosos de matriz africana as farmacias populares; 4. Estimular a participação dos religiosos de matriz africana a participarem dos conselhos municipais, estaduais de saúde e outros; 5. Estimular a participação das comunidades dos religiosos de matriz africanas na rede nacional de religiosos afro de saúde; 6. Promover curso de capacitação para as comunidades dos religiosos de matriz africana; 7. Emplementar programas de saúde nas comunidades de religiosos de matriz africanas referente ao controle de : Hipertensão arterial, Saúde da mulher, Anemia falciforme, Obesidade,Dst e Aids. GRUPO 3 - Tombamento, Reforma e Fortalecimento de Associações. TOMBAMENTO: 1. Articular uma rede de pesquisadores de santo com o objetivo de fazer um levantamento do patrimônio material e imaterial de usos e costumes das casas/terreiros; 2. Realizar cursos de educação patrimonial. As pessoas que estão dentro dos terreiros precisam começar a preservar vestuários, língua, etc; 3. Sugerir ao IPHAN que mantenha um catálogo contendo informações sobre os terreiros mais antigos dos Estados. O levantamento deverá ser feito pelas federações; 4. Sugerir à CONEN que faça um levantamento das leis que asseguram verbas para as casas/terreiros, publicá-las e distribuí-las às associações ou federações; 5. Sugerir à CONEN que faça um levantamento das instituições que repassam verbas para financiamento e que esta coordenação publique e distribua nas associações e federações.
4 Propostas complementares da plenária sobre tombamento. 1. Que as comunidades de terreiro se auto-denominem a partir da fundamentação histórica como quilombos urbanos. FORTALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES: 1. As comunidades de terreiros devem constituir-se em associações e estas filiar-se a alguma instituição de alcance político maior, como as federações; 2. Requerer dos governos do Estado e Município, através da Secretaria de Ação Social, que convoquem os dirigentes dos terreiros para regulamentarem o CNPJ; 3. Os responsáveis pelas casas/terreiros devem buscar informações dos períodos em que se realiza a atualização do cadastro nas secretarias sociais federais, estaduais, municipais e proceder à mesma. 4. Fazer um levantamento dos órgãos internacionais que financiam projetos em áreas de interesse das comunidades dos terreiros. REFORMA: 1. Criar um modelo de estatuto amplo, elaborado a partir dos estatutos das associações; 2. Mapear as casas/terreiros em todo o Brasil; e regularizá-las a partir da constituição em associações; 3. Mapear e divulgar os órgãos que disponibilizam recursos financeiros em benefícios das comunidades. GRUPO 4 EDUCAÇÃO. 1. Que se deve haver intervenção local e nacional para acompanhar o processo de implementação da lei Para isso, pedir a SEPPIR, o MEC audiências, visitas técnicas nos estados do Norte, para a capacitação de professores; 2. Formação de professores pode ser feita em parceiras com as universidades, segundo a realidade local;
5 3. Que as divisões de educação ambiental das escolas publicas, com suas ações pedagógicas, que levem em consideração as experiências de preservação da natureza das religiões de matriz africana; 4. Que a SEPPIR, através do Ministério e Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, estimule a formação de fóruns e audiências públicas nos estados onde não houve implementação da lei ; 5. Que sejam produzidos e editados livros na temática afro-brasileira em parceria com as academias universitárias, levando em conta o olhar das comunidades ou representantes de religiões de matriz africana; 6. Que haja formação de bibliotecas e videotecas sobre afroreligiosidades nos espaços de terreiros e bibliotecas públicas; 7. Que se introduza o ensino das línguas Yorubanas, bantas, Jêje, daomeanas, etc; 8. Que os estados e municípios promovam cursos de especialização sobre cultura afro-brasileira em convenio com as universidades; 9. Criação de universidades abertas tendo os terreiros como campus avançado; 10. Formação continuada para professores em história da África, relacionados a experiências de religiões de matriz africana; 11. Criação de um grupo ou secretaria para efetivação da lei nos estados e municípios; 12. Que as secretarias estaduais e municipais abram editais para concursos na área de educação étnico-racial nas escolas com foco em história da África; 13. Que sejam abertos editais na área de inclusão digital para os terreiros; 14. Capacitação das comunidades de terreiro para enfrentamento sobre a aplicação da lei , levando em consideração as religiões de matriz africana; 15. Desenvolver educação comunitária com infância e juventude dentro dos terreiros; 16. Promover no âmbito escolar e no espaço de terreiros seminários e outras atividades pedagógicas com os pais das crianças e as comunidades sobre as religiões de matrizes africanas como ciência do conhecimento ;
6 17. Desenvolver intercâmbios interestaduais disseminando experiências a respeito da história afro-brasileira e africana; 18. Usar como avaliação escolar e/ou acadêmica as visitas nos terreiros (pesquisas, entrevistas de religião africana); 19. Visitação nos terreiros de modo que sejam utilizados como laboratórios de cultura; 20. Montar telecentros públicos on line em terreiros; 21. Garantir a divulgação da cultura afro-brasileira nos veículos de comunicação governamentais nas três esferas de governo; 22. Criação do curso pré-vestibular nos espaços de terreiros de religiões de matriz africana; 23. Implementação de cursos de alfabetização nas casas / terreiros 24. Criação de uma cartilha de prevenção das DSTs/AIDS para as comunidades de terreiro; 25. Formação de técnicos de casas de matrizes africanas para o trabalho. Sugestões da Plenária para Educação. 1. Fortalecimento dos NEABs; 2. Inclusão de disciplinas curriculares nas áreas étnico-racial 3. Fortalecimento; 4. Propostas complementar o acompanhamento de planejamento pedagógico dos cursos de graduação com a intenção de que sejam implementadas ações especificas voltadas para a questão étnico racial; 5. Políticas de permanência para os cotistas (bolsas, casas de estudantes, gratuidade nos restaurantes, etc.); 6. Linhas de pesquisas no PET voltadas à questão étnico-racial. GRUPO 5 - DIREITOS HUMANOS / DIREITOS CIVIS / INTOLERÂNCIA RELIGIOSA. 1. Legalização da casas para a aquisição da personalidade jurídicas representativas; 2. Elaboração de cartilhas que possam orientar os processos de legalização das casas; 3. Criar uma rede na internet que possibilite o intercambio entre os adeptos da religião;
7 4. Mobilizar operadores do direito envolvidos com a causa; 5. Capacitação dos agentes de instituições jurídicas e demais (PM, IBAMA...); 6. Capacitação para a locação de recursos; 7. Criação de fóruns permanentes; 8. Proposição de projeto de Lei que crie o Conselho Federal das Religiões de Matriz Africana; 9. Marcha Estadual e Nacional contra a intolerância religiosa; 10. Fazer parcerias com as Sociedades de Defesas de Direitos Humanos; 11. Estabelecer diálogo inter-religioso e ecumênico com a Igreja Católica e estabelecer amplas parcerias no campo do combate a intolerância, ações sociais e políticas; 12. Aumentar a coesão entre os grupos: fóruns nas universidades, escolas etc...; 13. Criação dos Fóruns: Municipal, Estaduais, Regionais e Nacional; 14. Criação de Faculdade de Teologia da Religião de Matriz Africana; 15. Promover a formação educacional e formal dos adeptos das Religiões de Matriz Africana nos três níveis; 16. Organizar o mapeamento dos terreiros e casas de cultos das religiões de Matriz Africana; 17. Acionar o Ministério Público nos casos de intolerância.
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