ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ TÁBATA FERRARI REZENDE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ TÁBATA FERRARI REZENDE"

Transcrição

1 ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ TÁBATA FERRARI REZENDE PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE ATUAM NA REDE BÁSICA AO ATENDER UM DEPENDENTE QUÍMICO ITAJUBÁ-MG 2014

2 TÁBATA FERRARI REZENDE PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE ATUAM NA REDE BÁSICA AO ATENDER UM DEPENDENTE QUÍMICO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeira. Orientadora: Prof.ª M.ª Débora Vitória Alexandrina Lisboa Villela ITAJUBÁ-MG 2014

3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB /2777 reprodução autorizada pela autora, desde que citada a fonte. C255 R467p Rezende, Tábata Ferrari. Percepção dos enfermeiros que atuam na rede básica ao atender um dependente químico / Tábata Ferrari Rezende f. Orientadora: Prof.ª M.ª Débora Vitória A. Lisboa Villela. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem)-Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, Saúde mental. 2. Dependência. 3. Química. 4. Atenção básica. I. Villela, Débora Vitória A. Lisboa. II. Título. NLM: ZWM 270

4

5 DEDICATÓRIA Agradeço em primeiro lugar а Deus que iluminou о meu caminho durante esta caminhada. Aos meus pais por acreditarem na minha capacidade, me incentivando e que me deram forças para superar as dificuldades encontradas e me ensinaram a nunca desistir.

6 AGRADECIMENTOS A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes. À professora orientadora Débora Vitória Alexandrina Lisboa Villela pela paciência na orientação е incentivo que tornaram possível а conclusão desta monografia. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.

7 RESUMO Trata-se pesquisa exploratória, descritiva com abordagem qualitativa e transversal. Teve como objetivo identificar a percepção dos enfermeiros que atuam na rede básica ao cuidar de um dependente químico. Os participantes foram enfermeiros que atuam na ESF e nas UBS, sendo 5 da ESF e 4 da UBS. A idade dos participantes variou de 25 a 64 anos, tempo de formado de 2 anos e meio a 37 anos, tempo em saúde coletiva de 2 anos e meio a 26 anos,destes 8 eram mulheres e 1 homem na rede básica. O instrumento da pesquisa utilizado foi um roteiro de caracterização dos entrevistados e uma entrevista semiestruturada, com a seguinte questão: qual a sua percepção ao atender um dependente químico?. Diante dessa pergunta foram encontradas as seguintes categorias através da analise de Bardin: necessidade de educação continuada, medo e desespero, tristeza, família, serviço público (formação de rede, falta de estrutura na UBS, necessidade de equipe multiprofissional, referencia x contra referencia, serviço de saúde mental, problema de saúde pública), frustração pela recaída, doença x sem vergonha, uso de medicação controlada, dificuldade em lidar com o dependente, se machucam,procuram a unidade por motivos secundários, internação por vontade própria, falta de expectativa de vida, desconhecimento do papel do enfermeiro, tratamento, medo do tráfico. Concluímos com a elaboração desse trabalho que os enfermeiros e toda a equipe multiprofissional não estão preparados para lidar com o dependente químico necessitando de um preparo especifico e capacitação de toda a equipe, que atuam na rede básica, para atender o dependente químico. Palavras-chaves: Saúde mental. Dependência. Química. Atenção básica.

8 ABSTRACT It is an exploratory, descriptive and cross-sectional survey with a qualitative Aimed to identify the perceptions of nurses working in health centers while taking care of an addict. The participants were nurses working at ESF and UBS, being 5 from the ESF and 4 from the UBS. The participants age ranged from 25 to 64 years old, time since graduation from two years and a half to 37 years, time working in public health from two years and a half to 26 years, 8 of these were women and 1 man in the basic health sistem. The instrument used on this research was a characterization script of the respondents and a semistructured interview with the following question: what is your perception while taking care of an addict? Faced with this question the following categories were found through the analysis of Bardin: need for continuing education, fear and despair, sadness, family, public service (network formation, lack of structure in the UBS, the need for a multi-professional team, references versus counterreferral, mental health service, public health problem), frustrated by relapse, disease versus shameless, use of controlled medication, difficulty dealing with the addicted are injuring, they seek unity through secondary reasons, willingly hospitalization, lack of life expectation, ignorance about the role of the nurse, the treatment, fear of traffic. From this work we point that nurses and the entire multidisciplinary team are not prepared to deal with the drug addict, needing a specific preparation and training of all staff who work in the care sistem to deal with the addict. Keywords: Mental Health. Addiction. Chemistry. Basic care.

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO MARCO CONCEITUAL DROGAS PRINCIPAIS TIPOS DE DROGAS Anfetaminas Anticolinérgicos Tranquilizantes e ansiolíticos Bebidas alcoólicas Cogumelos e plantas alucinógenas Calmantes e sedativos Cocaína Esteróides anabolizantes Maconha Perturbadores sintéticos Solventes ou inalantes Tabaco Xaropes ou inalantes para tosse Ópio e morfina PADRÕES DE USO Uso experimental Uso recreativo Uso controlado Uso social Uso nocivo/abusivo e dependência TRATAMENTO Tratamento clássico Tratamento psicoterápico Tratamento medicamentoso Outras modalidades de tratamentos Efetividade do tratamento Parâmetros de efetividade...29

10 2.5 ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR Acolhimento ou tratamento da demanda Tratamento propriamente dito Etapa final ou de reinserção social GRUPO MUTUA AJUDA MODELO PSIQUIÁTRICO E FARMACOLÓGICO COMUNIDADE TERAPÊUTICA A FAMILIA DEPENDENTE QUÍMICO LABORTERAPIA CONFINAMENTO A ENFERMAGEM E O DEPENDENTE QUIMICO TRAJETÓRIA METODOLOGICA CENÁRIO DO ESTUDO LOCAIS DO ESTUDO DELINEAMENTO DO ESTUDO PARTICIPANTES, NATUREZA DA AMOSTRA E AMOSTRAGEM Critérios de inclusão/elegibilidade Critérios de exclusão/inelegibilidade COLETA DE DADOS Instrumento da coleta de dados Procedimentos para a coleta de dados PRÉ-TESTE ANÁLISE DOS DADOS ÉTICA DA PESQUISA RESULTADO E DISCUSSÃO CATEGORIA 1: NECESSIDADE DE EDUCAÇÃO CONTINUADA CATEGORIA 2: MEDO, DESESPERO E TRISTEZA CATEGORIA 3: FAMÍLIA CATEGORIA 4: SERVIÇO PÚBLICO Formação de rede Falta de estrutura na UBS...55

11 4.4.3 Necessidade de equipe multiprofissional Referencia x contra-referencia Serviço de saúde mental Problema de Saúde Pública CATEGORIA 5: FRUSTRAÇÃO PELA RECAÍDA CATEGORIA 6: DOENÇA X SEM VERGONHA CATEGORIA 7: USO DE MEDICAÇÃO CONTROLADA CATEGORIA 8: DIFICULDADE EM LIDAR COM O PACIENTE CATEGORIA 9: SE MACHUCAM CATEGORIA 10: PROCURA POR MOTIVOS SECUNDÁRIOS CATEGORIA 11: INTERNAÇÃO POR VONTADE PRÓPRIA CATEGORIA 12: FALTA DE EXPECTATIVA DE VIDA CATEGORIA 13: DESCONHECIMENTO DO PAPEL DO ENFERMEIRO CATEGORIA 14: TRATAMENTO CATEGORIA 15: MEDO DO TRÁFICO CONCLUSÕES CONSIDERACOES FINAIS...70 REFERÊNCIAS...72 APÊNDICE A - Caracterização dos participantes...77 APÊNDICE B Roteiro de entrevista semiestruturada...78 APÊNDICE C Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...79 APÊNDICE D Autorização para coleta de dados...81 APENDICE E - Transcrições das entrevistas...82 ANEXO A Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos ANEXO B - Parecer Consubstanciado n /

12 11 1 INTRODUÇÃO As substâncias psicoativas estão presentes em todas as culturas e são consumidas desde os primórdios da humanidade nos contextos mais variados. Foram utilizados nas guerras, em rituais místicos, passagens religiosas e em comemorações culturais. Atualmente, o consumo de substâncias psicoativas ocorre por diversos fatores que estão ligados ao cotidiano do indivíduo, ao estresse social, às condições socioeconômicas, à cultura, à hereditariedade, aos fatores psicológicos, entre outros (OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS (OBID), 2014). A diversidade de problemas e de pessoas envolvidas com as drogas permite dizer que o abuso de substâncias psicoativas é um problema de saúde pública da maior importância. (ROSENSTOCK; NEVES, 2010). Desde o ano de 2004 a Organização Mundial de Saúde já nos alertava que, cerca de 10% de toda população dos centros urbanos de todo o mundo fazem uso abusivo de alguma substância psicoativa independente de sexo, idade, nível social e de instrução. No entanto, por serem considerados drogas lícitas, o emprego de álcool e tabaco é mais frequente, sendo assim permitido pela sociedade e, muitas vezes incentivado pela mídia. A dependência de drogas é um estado mental e, muitas vezes físico, que resulta da interação entre um organismo vivo e uma droga psicoativa, e sempre inclui uma compulsão de usar a droga para experimentar seu efeito psíquico ou evitar o desconforto provocado pela sua ausência. (ROSENSTOCK; NEVES, 2010). Em 2005 no Brasil, foi realizado o último Levantamento sobre o uso de drogas psicotrópicas, envolvendo pessoas de 12 a 65 anos, de 108 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes. Conforme esse levantamento, o álcool, o tabaco e a maconha foram às substâncias com maior prevalência de dependentes na população brasileira, 12 %, 10,1%, 1,2%, respectivamente. Em relação à cocaína 2,9% dos entrevistados relataram ter feito uso pelo menos, uma vez na vida. Além disso, 2,9% da população da amostra demonstraram já ter realizado algum tipo de tratamento pelo uso de álcool e outras drogas. A situação vem se tornando mais alarmante e com grande impacto social, reivindicando maior atenção dos profissionais de saúde. O problema das drogas não é uma questão moral e sim uma questão de saúde pública (CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE

13 12 DROGAS PSICOTRÓPICAS (CEBRID), 2014). Dentre os profissionais de saúde, os enfermeiros são os que mantém contato maior com os usuários dos serviços de saúde, tendo grande potencial para reconhecer os problemas relacionados ao uso de drogas e desenvolver ações assistenciais. A principal vantagem da atenção básica é a possibilidade de estender a cobertura em saúde mental a um maior número de usuários e diminuir os encaminhamentos de pacientes menos graves para a atenção especializada (CARVALHO; TRISTÃO, 2011). Em um primeiro contato, o enfermeiro é capaz de conhecer a história atual do uso de substâncias psicoativas, padrão de consumo da substância e, ciente dos problemas relacionados ao uso, pode realizar o acolhimento e breve sensibilização, pelo confronto dos problemas relatados pelo paciente e sua associação com o uso da substância (ROSENSTOCK; NEVES, 2010). O interesse em falar sobre o assunto surgiu diante da escassez de pesquisas abordando a formação dos profissionais de saúde, dentre eles os enfermeiros, nesta área a respeito da demanda de pacientes e da gravidade dos problemas, os quais solicitam habilidade especifica e encaminhamentos multidisciplinares. Este estudo se mostra pertinente devido problema trazido pela dependência de drogas, sendo este tão nocivo à sociedade quanto ao indivíduo, e o papel do enfermeiro não está ligado somente ao tratamento de usuários e sua respectiva doença, mas também possui um caráter de educação preventiva, informação e reintrodução social. Na área da enfermagem têm sido produzidos estudos enfocando desde a presença de conteúdos programáticos nos currículos de formação do enfermeiro, prevalência do consumo de drogas em distintos grupos sociais, representação social do usuário de drogas, metodologias assistenciais e qualificação do profissional para atuar no campo da drogadição. A dificuldade que a questão droga significa é proporcional à amplitude do conhecimento necessário para uma atuação eficaz neste campo. (SPRICIGO; ALENCASTRE, 2004). A relevância profissional para a enfermagem é de suma importância uma vez que é através do levantamento das questões relativas ao uso abusivo de drogas e da importância da participação da família, que o enfermeiro definirá estratégias para o tratamento, reabilitação e reinserção social do paciente. Portanto, a importância da intervenção da enfermagem, enquanto estratégia,

14 13 baseada na recuperação e estabilização do dependente é de suma relevância, uma vez que esse profissional terá mais oportunidades de acesso ao dependente, principalmente em momentos de maior fragilidade, isto é, quando ele procura ajuda necessitando ser acolhido e tratado adequadamente. A importância do autoconhecimento do enfermeiro, buscando identificar suas próprias crenças, valores e preconceitos em relação ao uso de drogas e aos usuários, adquirem destacada relevância, pois estes podem estar pouco evidentes passando despercebidos para o enfermeiro, mas que se manifestam através do comportamento ou abordagens inadequadas no momento do cuidado ou orientação ao usuário de drogas e seus acompanhantes. Portanto, para prestar assistência a usuário de drogas, não basta o conhecimento das várias teorias e abordagens sobre a questão. É necessário também se conhecer (SPRICIGO; ALENCASTRE, 2004). Sendo o uso abusivo de drogas um problema de saúde pública, as portas de entrada nos serviços de Saúde, são a Estratégia de Saúde da Família e as Unidades Básicas de Saúde. Mas será que as enfermeiras se sentem preparadas e querem atender estes pacientes? Para isto elabora-se a seguinte pergunta de investigação: Qual a percepção dos enfermeiros que atuam na rede básica de saúde na cidade de Itajubá ao atender um dependente químico? O presente estudo tem como objetivo: identificar a percepção dos enfermeiros que atuam nas UBS urbanas e nas ESF da área urbana da cidade de Itajubá ao atender um dependente químico.

15 14 2 MARCO CONCEITUAL Em seguida abordaremos o conceito sobre drogas, alguns tipos de drogas, padrão de uso, tratamento, abordagem interdisciplinar, grupo mutua ajuda, modelo psiquiátrico e farmacológico, comunidade terapêutica, a família, o dependente químico, laborterapia, confinamento, a enfermagem e o dependente químico. 2.1 DROGAS Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) apud Magalhães (2009), droga é qualquer substância química que altera a função biológica. Já para Figueiredo (2005), droga é toda e qualquer substância psicoativa, ou seja, altera a consciência, a percepção ou as sensações. O uso de drogas, por alterarem o comportamento, está intimamente ligado ao aumento da gravidade de agressões e crimes violentos. A prevenção e o controle do uso de drogas e conseqüentemente da violência devem ser vistos como um problema de saúde pública (COSTA; CARBONE, 2009). Segundo Dieter (2011), a palavra droga não pode definir-se corretamente porque se utiliza de forma genérica para incluir toda uma série de substâncias muito diferentes entre si, inclusive em sua capacidade de alterar as condições psíquicas e/ou físicas que tem em comum exclusivamente o ter sido proibidas. Segundo Brasil (2007), é relevante destacar algumas características do campo de práticas, observadas no cenário nacional e internacional, no que se refere às estratégias necessárias para a reformulação da Política Nacional de Álcool e Drogas: Consumo de drogas não atinge de maneira uniforme toda a população e sua distribuição é distinta nas diferentes regiões do país, apresentando inclusive diferenças significativas em uma mesma região, tanto nos aspectos sociais quanto nas vias de utilização e na escolha do produto; a pauperização do país, que atinge em maior número pessoas, famílias ou jovens de comunidades já empobrecidas, apresenta o tráfico como possibilidade de geração de renda e medida de proteção; o aumento no início precoce em uso de drogas legais entre os jovens e

16 15 utilização cada vez mais freqüente de uso de drogas de design e crack, e o seu impacto nas condições de saúde física e psíquica dos jovens, notadamente pela infecção ao HIV e hepatites virais; a definição de políticas internacionais que contextualizam os países em desenvolvimento somente a partir de sua condição de produção, refino e exportação de produtos nocivos à saúde. Segundo Freguglia e Fonseca (2014) as drogas psicotrópicas podem ser classificadas em três grupos, de acordo com a atividade que exercem em nosso cérebro: Depressoras da atividade do Sistema Nervoso Central também podem ser chamadas de psicolépticos. São elas: álcool; soníferos ou hipnóticos (drogas que produzem o sono), barbitúricos, alguns benzodiazepínicos; ansiolíticos (acalmam, inibem a ansiedade). As principais drogas que pertencem a essa classificação são benzodiazepínicos. (Ex: Diazepan, Lorazepan). Opiáceos ou Narcóticos (aliviam a dor e dão sonolência) como a morfina, heroína, codeína, meperidina, etc.inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores). Estimulantes da atividade do sistema nervoso central também recebem o nome de psicoanalepticos, psicodélicos, alucinógenos, psicometamorficos, etc.são eles: anorexígenos (diminuem a fome). As principais drogas pertencentes a essa classificação são as anfetaminas (dietilpropiona, fenproporex); cocaína. Perturbadores da atividade do sistema nervoso central _ de origem vegetal. São: mescalina (do cacto mexicano), THC (da maconha); psicilocibina (de certos cogumelos); lírio (trombeteira, zabumba ou saia-branca). De origem sintética: LSD- 25, êxtase, anticolinérgicos( artane, bentyl). Segundo Brasil (2014) há necessidade de desenvolver ações de atenção integral ao uso de álcool e drogas nas grandes cidades de forma diferenciada, devido à constatação de que, nas periferias, locais de concentração dos denominados "cinturões de pobreza", há subsistemas sociais que incluem grupos organizados (de drogas, crime, gangues etc..), além de ausência de fatores de proteção à comunidade que direta e/ou indiretamente possam contribuir para a diminuição das vulnerabilidades da população, como por exemplo, implementação de iluminação pública, saneamento, centros sociais e de lazer, jornadas duplas de escolaridade para jovens com atividades sócio educacionais, profissionalizantes e

17 16 recreativas etc. Ainda segundo Brasil (2014), os principais fatores que reforçam a exclusão social dos usuários de drogas são: associação do uso de álcool e drogas à delinquência, sem critérios mínimos de avaliação; o estigma atribuído aos usuários promovendo sua segregação social; inclusão do tráfico como uma alternativa de trabalho e geração de renda para as populações mais empobrecidas, em especial à utilização de mão de obra de jovens neste mercado; a ilicitude do uso impede a participação social de forma organizada desses usuários; o tratamento legal e de forma igualitária a todos os integrantes da "cadeia organizacional do mundo das drogas" é desigual em termos de penalização e alternativas de intervenção. Sendo assim, são descritas as seguintes propostas Brasil (2014): alocar a questão do uso de álcool e outras drogas como problema de saúde pública; indicar o paradigma da redução de danos - estratégia de saúde pública que visa reduzir os danos causados pelo abuso de drogas lícitas e ilícitas, resgatando o usuário em seu papel autorregulador, sem a preconização imediata da abstinência e incentivando-o à mobilização social - nas ações de prevenção e tratamento, como um método clínico-político de ação territorial inserido na perspectiva da clínica ampliada; formular políticas que possam desconstruir o senso comum de que todo usuário de droga é um doente que requer internação, prisão ou absolvição; mobilizar a sociedade civil, oferecendo às mesmas condições de exercer seu controle, participar das práticas preventivas, terapêuticas e reabilitadoras, bem como estabelecer parcerias locais para o fortalecimento das políticas municipais e estaduais. Em um estudo realizado em 2003, questionou algumas pessoas nos locais onde moram, sobre as drogas mais utilizadas e elas relataram: álcool: 66,7% maconha: 65,1%; cola: 41,7%; cocaína: 19,6%; crack: 13,13 %; droga Injetável: 6,5% ( BRASIL, 2014). 2.2 PRINCIPAIS TIPOS DE DROGAS A seguir discorre sobre os principais tipos de drogas Anfetaminas Segundo CEBRID (2010), são drogas estimulantes da atividade do sistema

18 17 nervoso central, isto é fazem o cérebro trabalhar mais rápido, deixando as pessoas mais acesas, ligadas, com menos sono. De acordo com a United Nations Office on Drugsand Crime (UNODC) (2007), apud cebrid (2010) a anfetamina é vendida em pó, pastilhas ou cristais, que se parecem com fragmentos de vidro, podendo ser tragada, inalada, fumada ou injetada. Quando tomada continuamente por uma pessoa o organismo acaba ficando tolerante a droga. O tempo prolongado de uso também pode trazer uma sensibilização do organismo aos efeitos desagradáveis como paranóia e agressividade (CEBRID, 2010). Entre os motoristas são chamadas de rebite, que fazem uso para dirigir durante várias horas seguidas sem descanso, a fim de cumprir prazos predeterminados (CEBRID, 2010). A metanfetamina (uma anfetamina) tem sido muito consumida na forma fumada em cachimbos, recebendo o nome de ICE (gelo), nos Estados Unidos. Outra anfetamina, metilenodioximetanfetamina (MDMA), também conhecida pelo nome de êxtase, tem sido uma das drogas com maior aceitação pela juventude inglesa e agora, também, apresenta um consumo crescente nos Estados Unidos (CEBRID, 2010). A pessoa que toma anfetaminas é capaz de executar uma atividade qualquer por mais tempo, sentindo menos cansaço. Este só aparece horas mais tarde, quando a droga já se foi do organismo; se nova dose for tomada as energias voltam, embora com menos intensidade. De qualquer maneira, as anfetaminas fazem com que o organismo reaja acima de suas capacidades, esforços excessivos, o que logicamente é prejudicial para a saúde. E, o pior é que a pessoa ao parar de tomar sente uma grande falta de energia (astenia), ficando bastante deprimida, o que também é prejudicial, pois nem consegue realizar as tarefas que normalmente fazia anteriormente ao uso dessas drogas (CEBRID, 2010) Anticolinérgicos De acordo com CEBRID (2010) as drogas anticolinérgicas em doses elevadas, além dos efeitos no corpo, alteram as funções psíquicas. Tanto o chá das plantas como saia branca, lírio, trombeteira, etc, assim como medicamentos tipo

19 18 artane, bentiletc são capazes de produzir dilatação das pupilas e alterações mentais do tipo alucinações e o coração pode disparar. Os intestinos ficam paralisados, e ocorre retenção de urina. Também podem produzir em altas doses grande elevação da temperatura chegando a 41 graus C podendo provocar convulsões e os batimentos cardíacos podem ultrapassar 150 batimentos por minuto. No Brasil é comum o abuso dessas substâncias, entre meninos de rua das capitais do Nordeste chega a ser a terceira droga mais usada, nas demais regiões é bem menos frequente (CEBRID, 2010). Essas drogas não desenvolvem tolerância no organismo e não há descrição de síndrome de abstinência (CEBRID, 2010) Tranquilizantes e ansiolíticos O principal efeito terapêutico desses medicamentos é diminuir ou acabar com a ansiedade das pessoas, sem afetar em demasia as funções psíquicas e motoras. Os benzodiazepínicos estão entre os mais utilizados no mundo todo, inclusive no Brasil. Estes medicamentos têm nomes químicos que terminam com o sufixo pam. Exemplos: diazepam, bromazepam, clobazam, entre outros (CEBRID, 2010). É importante ressaltar que a mistura dos ansiolíticos com o uso do álcool pode levar ao estado de coma. Os ansiolíticos também dificultam os processos de aprendizagem, memória e as funções psicomotoras. Se usados em doses terapêuticas não produzem efeitos em outros órgãos (CEBRID, 2010). Quanto aos efeitos tóxicos é importante ressaltar que o uso dessas substâncias por mulheres grávidas pode ter um poder teratogênico razoável, ou seja, podem produzir lesões ou defeitos físicos na criança. (CEBRID, 2010). Quando usados durante alguns meses seguidos os benzodiazepínicos levam a um estado de dependência. Sem a droga o dependente sente muita irritabilidade, insônia excessiva, sudorese, dor pelo corpo todo podendo em casos extremos apresentar convulsões. (CEBRID, 2010). No Brasil os benzodiazepínicos são controlados pelo Ministério da Saúde, isto é, a farmácia pode vendê-los somente mediante receita especial do médico, que deve ser retida para posterior controle, o que nem sempre acontece. (CEBRID, 2010).

20 Bebidas alcoólicas De acordo com CEBRID (2010), o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central, provocando mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência. Tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade, motivo pelo qual é encarado de forma diferenciada quando comparado às demais drogas. É um grande problema de saúde pública, principalmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos e envolvendo questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares. Após a ingestão de álcool aparecem os efeitos estimulantes, e com o passar do tempo começam os efeitos depressores. Quando o consumo é excessivo o efeito depressor fica exacerbado podendo provocar o estado de coma. Seus efeitos variam de intensidade de acordo com as características pessoais (CEBRID, 2010). Após o consumo crônico, há alterações da função e da estrutura cerebrais, especialmente do córtex pré-frontal, há perturbações cognitivas e diminuição do volume do cérebro ALBERT EINSTEIN,2004. A abstinência de consumo pode incluir tremores, transpiração, fraqueza, agitação, cefaleias, náuseas, vômitos, convulsões (CEBRID, 2010). As doenças mais comuns em dependentes do álcool são as relacionadas ao fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose) ao aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite) ao sistema cardiovascular (hipertensão e problemas cardíacos). Há ainda casos de polineurite alcoólica caracterizada por dor, formigamento e cãibras nos membros inferiores (CEBRID, 2010) Cogumelos e plantas alucinógenas Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas - CEBRID (2010), um grande número de drogas alucinógenas vem da natureza, principalmente de plantas. Com o progresso da ciência várias drogas foram sintetizadas em laboratório e, dessa maneira, além dos alucinógenos naturais, hoje em dia têm importância também os alucinógenos sintéticos (CEBRID, 2010). No Brasil em decorrência de sua imensa riqueza natural, possui várias drogas

21 20 alucinógenas. As mais conhecidas são: cogumelos, jurema, cappi e chacrona. (CEBRID, 2010). As reações psíquicas são ricas e variáveis. Às vezes são agradáveis e a pessoa se sente recompensada pelos sons incomuns, cores brilhantes e pelas alucinações. Em outras ocasiões são desagradáveis como visões terrificantes, sensação de deformação do próprio corpo, certeza de morte iminente etc. (CEBRID, 2010). Podem ocorrer dilatação das pupilas, sudorese excessiva, taquicardia, náuseas e vômitos. Como ocorre com quase todas as substancias alucinógenas, praticamente não há desenvolvimento de tolerância, não induzem dependência e não ocorre síndrome de abstinência (CEBRID, 2010) Calmantes e sedativos De acordo CEBRID (2010), os sedativos hipnóticos são chamados de barbitúricos, estes são capazes de deprimir várias áreas do cérebro deixando a pessoa mais sonolenta, menos tensa, com sensação de calma e relaxamento. A capacidade de raciocínio e concentração também fica afetada. Em doses maiores que as recomendadas pelo médico a pessoa começa a se sentir como que embriagada, a fala fica pastosa e pode sentir-se com dificuldade de andar direito. Os barbitúricos são quase exclusivamente de ação cerebral. Eles levam a pessoa a um estado de dependência, há desenvolvimento de tolerância. Esses fenômenos se desenvolvem com maior rapidez quando doses grandes são usadas desde o início. Quando a pessoa deixa de tomá-los passa a ter síndrome de abstinência: insônia rebelde, irritação, agressividade, delírios, ansiedade, angustia, até convulsões generalizadas. Requer tratamento médico e hospitalização, pois há risco de a pessoa vir a falecer (CEBRID, 2010). A legislação brasileira exige que todos os medicamentos que contenham barbitúricos em suas formulas sejam vendidos nas farmácias somente com a receita do médico, para posterior controle pelas autoridades sanitárias (CEBRID, 2010) Cocaína A cocaína é uma substância natural, extraída das folhas de uma planta

22 21 conhecida como coca. A cocaína pode chegar até o consumidor sob a forma de um sal, o cloridrato de cocaína, que é solúvel em água e serve para ser aspirado ou dissolvido em água para uso intravenoso, ou sob a forma de base, o crack, que é pouco solúvel em água, mas que se volatiliza quando aquecida e, portanto é fumada em cachimbos. Também sob a forma base, a merla, um produto ainda sem refino, é preparada de forma diferente do crack, mas também é fumada. Ainda há a pasta de coca, que é um produto grosseiro, obtido das primeiras fases da extração da cocaína. Esta pasta contém muitas impurezas tóxicas e é fumada em cigarros. (CEBRID, 2010). A duração dos efeitos do crack é muito rápida em torno de 5 minutos enquanto que cheirar ou injetar duram de 20 a 45 minutos, fazendo com que o usuário volte a utilizar a droga com mais frequência, levando-o a dependência muito mais rapidamente que os usuários de cocaína por outras vias. Após o uso se tem uma sensação de grande prazer, intensa euforia e poder. A essa compulsão para utilizar a droga repetidamente da-se o nome popular de fissura. E no caso do crack e da merla isto é avassalador já que os efeitos das drogas são muito rápidos e intensos (CEBRID, 2010). Os efeitos provocados pela cocaína ocorrem por todas as vias. Podem produzir aumento das pupilas, dor no peito, contrações musculares, convulsões, coma,taquicardia. Em casos extremos chega a causar parada cardíaca por fibrilação ventricular. A morte pode ocorrer também devido a diminuição da atividade dos centros cerebrais que controlam a respiração (CEBRID, 2010). A cocaína induz tolerância e também sensibilização. Não há descrição convincente de uma síndrome de abstinência (CEBRID, 2010) Esteróides anabolizantes Para o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas - CEBRID (2010), os esteróides anabolizantes, são substitutos sintéticos do hormônio masculino testosterona fabricado pelos testículos. Levam ao crescimento da musculatura por efeito anabólico e ao desenvolvimento das características sexuais masculinas por efeito androgênico. O uso clínico dos anabolizantes se dá à reposição da testosterona nos casos de algum déficit da mesma. Atualmente os anabolizantes são comumente usados

23 22 sem prescrição médica para melhorar o desempenho e a aparência física. Esse uso estético inadequado é ilegal e ainda acarreta problemas à saúde (CEBRID, 2010). Alguns dos principais efeitos do abuso dos esteróides anabolizantes são: nervosismo, irritação, agressividade, problemas hepáticos, acne grave, problemas sexuais e cardiovasculares, aumento do HDL, diminuição da imunidade. Além disso, aqueles que se injetam ainda correm o risco de compartilhar seringas e contaminarse com o vírus da AIDS ou da hepatite (CEBRID, 2010) Maconha No Brasil o nome científico da maconha é Cannabis Sativa. O THC (tetraidrocanabinol) é uma substância química fabricada pela própria maconha, sendo o principal causador dos efeitos desta. Os efeitos físicos do uso da maconha são: olhos avermelhados, boca seca, taquicardia, problemas respiratórios (bronquite), diminuição da quantidade de testosterona. Os efeitos psíquicos são sensação de bem estar acompanhada de calma e relaxamento, vontade de rir, sensação de menos fadiga, angústia, medo de perder o controle mental, tremores, sudorese, perturbação na capacidade da pessoa em calcular tempo e espaço e um prejuízo de memória e atenção, delírios, alucinações. Seu uso continuo interfere na capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir a um estado de amotivação (CEBRID, 2010) Perturbadores sintéticos De acordo com o CEBRID (2010) são substancias fabricadas em laboratório e que são capazes de provocar alucinações nos seres humanos. O LSD- 25 é a droga alucinógena mais potente que existe. Alguns microgramas são suficientes para produzir alucinações no ser humano. O LSD -25 atua produzindo uma série de distorções no funcionamento do cérebro, trazendo como consequência uma variada gama de alterações psíquicas. (CEBRID, 2010). O LSD 25 é capaz de produzir distorções na percepção do ambiente (cores, formas e contornos alterados) além de sinestesias, ou seja, estímulos olfativos e táteis parecem visíveis e cores podem ser ouvidas. (CEBRID, 2010).

24 23 Logo de início, 10 a 20 minutos após tomá-lo, o pulso pode ficar mais rápido, as pupilas podem ficar dilatadas além de ocorrer sudoração, e a pessoa pode sentirse com uma certa excitação. Casos raros de convulsão tem sido descrito. Do ponto de vista físico mesmo doses muito altas não chegam a intoxicar seriamente. (CEBRID, 2010). A tolerância desenvolve-se muito rapidamente mais também desaparece rápido com a interrupção do uso. Não é comum estado de dependência e não há descrição de síndrome de abstinência. (CEBRID, 2010). O Ministério da Saúde não reconhece nenhum uso do LSD e proíbe totalmente sua produção, comércio e utilização em território nacional (CEBRID, 2010) Solventes ou inalantes Inalante é introduzido pelo organismo através da aspiração pelo nariz ou pela boca e o solvente é muito volátil sendo facilmente inalado. Muitos produtos contém solventes como, por exemplo: esmaltes, colas, tintas, tinires, propelentes, gasolina, removedores, vernizes, entre outros. Podem ser aspirados involuntariamente (trabalhadores de indústrias de sapatos ou oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar contaminado por essas substâncias) quanto voluntariamente (a criança de rua que cheira cola de sapateiro, o menino que cheira em casa acetona ou esmalte, ou o estudante que cheira o corretivo Carbex). (CEBRID, 2010). A dependência entre aqueles que usam cronicamente solventes é comum podendo levar a lesões da medula óssea, dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os músculos. Em alguns casos quando existe no solvente uma impureza, o benzeno, pode levar a diminuição de produção de glóbulos brancos e vermelhos pelo organismo. A abstinência apesar de pouca intensidade existe quando a interrupção abrupta do uso dessas drogas. Pode surgir tolerância a substância. Dependendo da pessoa e do solvente, a tolerância se dá ao fim de um a dois meses. (CEBRID, 2010) Tabaco Segundo CEBRID (2010), o tabaco é uma planta cujo nome cientifico é

25 24 Nicotiana Tabacum, da qual é extraída de uma substância chamada nicotina. Os primeiros relatórios científicos surgiram a partir de 1960 relacionando o cigarro ao adoecimento do fumante e hoje tem inúmeros trabalhos comprovando os males do tabagismo à saúde do fumante e do não fumante exposto a fumaça do cigarro. O fumo é cultivado em todas as partes do mundo e é uma atividade econômica que envolve milhões de dólares. Apesar dos males que o cigarro provoca, a nicotina é uma das drogas mais consumidas no mundo. A tolerância se desenvolve devido ao uso prolongado do cigarro e a pessoa tem que consumir maiores quantidades para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram provocados. O consumo de cigarros quando é cessado pelos fumantes, provoca um desejo incontrolável de fumar causando a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas. (CEBRID, 2010). Os não fumantes também são atingidos pela fumaça do cigarro tornando-se fumantes passivos. Os poluentes do cigarro espalham-se pelo ambiente fazendo com que os não fumantes próximos ou distantes dos fumantes inalem também as substâncias tóxicas. (CEBRID, 2010). O uso intenso e constante de cigarro aumenta a incidência de algumas doenças como, pneumonia, câncer, infarto de miocárdio, bronquite crônica, enfisema pulmonar, derrame cerebral, úlcera digestiva, entre outros. Ainda entre os efeitos tóxicos podemos citar náuseas, dores abdominais, diarréia, vômitos, cefaléia, tontura, braquicardia e fraqueza (CEBRID, 2010). O Instituto Nacional de Câncer é o órgão do Ministério da Saúde responsável pelas ações de controle do tabagismo e prevenção primária de câncer no Brasil, por meio da Coordenação Nacional de Controle do Tabagismo e Prevenção Primária de Câncer (CONTAPP) Xaropes ou inalantes para tosse Os xaropes são formulações farmacêuticas cuja substância ativa geralmente é a codeína. A codeína é uma substância que vem do ópio. (CEBRID, 2010). Quando tomada em doses maiores que a terapêutica produz acentuada depressão das funções cerebrais. Como consequência a pessoa fica apática, a pressão do sangue cai muito, o coração funciona com grande lentidão e a respiração fica muito fraca, assim a pele fica fria e meio azulada por causa da respiração

26 25 insuficiente. A pessoa pode ficar em estado de coma, inconsciente, e se não for tratada pode morrer. (CEBRID, 2010). A codeína leva rapidamente a um estado de tolerância e dependência e sem a droga surge à síndrome da abstinência. (CEBRID, 2010). Os xaropes e as gotas a base de codeína podem ser vendidos nas farmácias do Brasil com receita médica que fica retida para posterior controle (CEBRID, 2010) Ópio e morfina Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas - CEBRID (2010), o ópio e a morfina são extraídos de uma planta chamada papoula do oriente, essas substâncias são chamadas drogas opiáceas e diminuem a atividade do sistema nervoso central dependendo de sua dose. As pessoas sob ação dessas drogas apresentam contração acentuada da pupila dos olhos, que às vezes chegam a ficar do tamanho da cabeça de um alfinete. Há também paralisia do estômago e dos intestinos. Os narcóticos usados por meio de injeções podem causar grande depressão respiratória e cardíaca, se não tiver atendimento necessário pode levar a morte. (CEBRID, 2010). Essas drogas levam facilmente a dependência e se param de tomar a droga acontece à abstinência, além disso o organismo torna-se tolerante (CEBRID, 2010). Atualmente a Organização Mundial de Saúde tem aconselhado os médicos do mundo todo que para casos de Câncerosos que tem dores extremamente fortes o uso continuo de morfina e continuamente justificável. (CEBRID, 2010). No Brasil são pouquíssimos os casos de dependência dessas drogas (CEBRID, 2010). 2.3 PADRÕES DE USO Segundo o Observatório Mineiro de Informações sobre Drogas (OMID) (2009), a auto- administração de qualquer substância psicoativa pode ser definida em diferentes padrões de uso de acordo com suas possíveis consequências.atualmente os especialistas utilizam duas formas diferentes de categorizar e definir esses padrões: CID-10 ( 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças da OMS) e o DSM-IV (4ª edição do Manual de Diagnostico

27 26 e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Psiquiátrica Americana). Uso experimental, uso recreativo, uso controlado e social de drogas Uso experimental Os primeiros poucos episódios de uso de uma droga especifica, extremamente infrequentes ou não persistentes (OMID, 2009) Uso recreativo Uso de uma droga, em geral ilícita, em circunstâncias sociais ou relaxantes, sem implicações com dependência e outros problemas relacionados, embora haja os que descordem, opinando que, no caso de droga ilícita, não seja possível este padrão devido ás implicações legais relacionadas (OMID, 2009) Uso controlado Refere-se à manutenção de um uso regular, não compulsivo e que não interfere com o funcionamento habitual do indivíduo. Termo também controverso, pois se questiona se determinadas substâncias permitem tal padrão (OMID, 2009) Uso social Pode ser entendido, de forma literal, como uso em companhia de outras pessoas e de maneira socialmente aceitável, mas também é usado de forma imprecisa querendo indicar os padrões acima definidos (OMID, 2009) Uso nocivo/abusivo e dependência Segundo (OMID, 2009). Padrão de uso onde aumenta o risco de conseqüências prejudiciais para o usuário. Na CID -10, o termo "uso nocivo" é utilizado como aquele que resulta em dano físico ou mental. Na DSM- IV utiliza-se o termo "abuso, definido de forma mais precisa e considerando também conseqüências sociais de um uso problemático, na ausência de compulsividade e

28 27 fenômenos como tolerância e abstinência. Abuso (DSM-IV) baseia-se na ocorrência de um ou mais dos seguintes critérios no período de 12 meses: Uso recorrente resultando em fracasso em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa; Uso recorrente em situações nas quais isso representa perigo físico; Problemas legais recorrentes relacionados a substancias; Uso continuado; apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes, causados ou exacerbados pelos efeitos da substancia. Uso nocivo (CID-10) baseia-se nos seguintes critérios: Evidencia clara de que o uso foi responsável por dano físico ou psicológico, incluindo capacidade de julgamento comprometida ou disfunção de comportamento; A natureza do dano é claramente identificável; O padrão de uso tem persistido por pelo menos um mês ou tem ocorrido repetidamente dentro de um período de 12 meses; Não satisfaz critérios para qualquer outro transtorno relacionado à mesma substância no mesmo período (OMID, 2009). 2.4 TRATAMENTO Segundo OBID (2011) para o tratamento das dependências químicas é necessário e útil estabelecer seus princípios gerais para que se possa ao mesmo tempo, afastar preconceitos marginalizantes, proporcionar eficácia baseada em evidência científica e obter avanços na assistência àqueles que sofrem com este problema. O Relatório Mundial da Saúde - Saúde Mental: Nova Concepção, Nova Esperança (OMS, apud obid 2011) traz dez recomendações básicas para ações na área de saúde mental/álcool e drogas: São elas: 1) Promover assistência em nível de cuidados primários;

29 28 2) Disponibilizar medicamentos de uso essencial em saúde mental; 3) Promover cuidados comunitários; 4) Educar a população; 5) Envolver comunidades, famílias e usuários; 6) Estabelecer políticas, programas e legislação específica; 7) Desenvolver recursos humanos; 8) Atuar como forma integrada com outros setores; 9) Monitorizar a saúde mental da comunidade; 10) Apoiar mais pesquisas. O tratamento da dependência de álcool e outras drogas tem recebido atenção da psiquiatria desde que a dependência foi aceita como doença. Várias são as modalidades proposta e a seguir destacaremos alguns (OBID, 2010) Tratamento clássico O tratamento clássico se baseia na expectativa impedindo o acesso do dependente ao álcool e outras drogas ele teria possibilidades de se afastar definitivamente delas. Esta é a modalidade mais comum. Um dos problemas da internação é seu alto custo. São necessários cuidados intensivos e tem elevados custos indiretos por afastar o paciente do seu ambiente e impedi-lo de trabalhar durante este período. E não tem efetividade maior que os tratamentos ambulatoriais e contribui para estigmatização dos pacientes (OBID, 2010) Tratamento psicoterápico São muitos desde a psicanálise até técnicas cognitivos - comportamentais. (OBID, 2010) Tratamento medicamentoso São várias as tentativas com o tratamento medicamentoso, entre elas estão os tratamentos aversivos, medicamentos para diminuir o desejo de consumir substâncias e medicamentos antagonistas (OBID, 2010).

30 Outras modalidades de tratamentos Segundo OBID, 2010 foram descritos como tendo algum sucesso aconselhamentos pelo clínico geral ou por enfermeiros fora de programas específicos para dependentes. Também os grupos de mutua-ajuda como os Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos por terem grande divulgação e abrangência Efetividade do tratamento Segundo OBID 2010, a efetividade do tratamento é considerada baixa. A efetividade terapêutica tem sido mais estudada na dependência do álcool do que nas outras drogas, a literatura é mais abundante para dependência do álcool do que para outras substâncias psicoativas. O tratamento é determinado pelos seguintes critérios: moda, cuja tradução é a da crença de que aquele tratamento é eficaz; política de custeio de tratamento, os mais baratos são preferíveis; existências de profissionais habilitados para implementação da modalidade terapêutica (OBID, 2010) Parâmetros de efetividade Intervalo de tempo considerado - o paciente deve ser avaliado em prazos mais curtos para ter melhores resultados. Recursos disponíveis para tratamento - sem profissionais adequadamente habilitados não adianta escolher determinada técnica de intervenção. Riscos que se considera admissível face à gravidade da doença do paciente o tratamento não pode ter riscos maiores que a doença. Substância em questão - define a estratégia de abordagem (OBID, 2010). 2.5 ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR A abordagem interdisciplinar refere-se ao trabalho e estudo de profissionais de diversas áreas do conhecimento ou especialidades sobre um determinado tema ou área de atuação, sendo necessário a integração destes profissionais para uma

31 30 compreensão maior do assunto. A abordagem interdisciplinar identifica como as diferentes causas estão relacionadas umas com as outras, configurando a especificidade de cada situação ou a individualidade de cada sujeito dependente, exigindo, pois que sejamos capazes de realizar uma leitura ampla e integrada sob vários aspectos desta problemática e compreendendo como tantos fatores em jogo se relacionam (OBID, 2010). Um aspecto importante o qual toda a equipe deve se interar é de que o usuário inicialmente não procura pelo tratamento, na maior parte das vezes a procura é feita por uma terceira pessoa, familiar ou amigo, ou ainda uma instituição, como escola, justiça entre outros. Daí vem à necessidade de se trabalhar em equipe interdisciplinar, para que cada paciente possa ter diversas opções de pessoas para estabelecer um vínculo inicial, do qual dependerá a superação de suas resistências ao tratamento (OBID, 2010). O tratamento do dependente de drogas é um processo dinâmico e complexo que se compõe de três etapas: Acolhimento ou tratamento da demanda Nesta fase a equipe realiza uma intervenção a partir de quem toma a iniciativa de procurar a ajuda profissional, procurando-se através deste "porta-voz", mobilizar a pessoa dependente e construir uma rede de apoio ao seu tratamento. (OBID, 2010) Tratamento propriamente dito A nova política de assistência à saúde mental (portaria 336/GM, Ministério da Saúde, 19/02/02) define o contexto do atendimento aos dependentes de drogas na rede pública de saúde, através dos CAPS ad II que o atendimento é predominantemente ambulatorial de atenção diária, devendo o gestor local responsabilizar-se pela organização da demanda e da rede de instituições de atenção a usuários de álcool e drogas no seu território. A assistência prestada ao paciente inclui: atendimento individual - medicamentoso, psicoterápico, de orientação;

32 31 atendimento em grupos - psicoterapia, grupo operativo, atividade de suporte social, entre outros; atendimento em oficinas terapêuticas - executada por profissional de nível superior ou nível médio; visitas e atendimentos domiciliares; atendimento a família; atividades comunitária, enfocando a integração do dependente químico na comunidade e sua inserção familiar e social; os pacientes assistidos em um turno (4 horas) receberão uma refeição diária. Os assistidos em dois turnos (8 horas) receberam duas refeições diárias; atendimento de desintoxicação. (OBID, 2010). A portaria 336/GM estabelece que para atendimento de 25 pacientes por turno, tendo como limite 45 pacientes/ dia, a equipe técnica mínima para atuação no CAPS ad II será composta por: equipe técnica (mínima) um médico psiquiatra, um enfermeiro com formação em saúde mental; uma médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas; quatro profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo, ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico; seis profissionais de nível médio : técnico e/ ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão. (OBID, 2010) Etapa final ou de reinserção social Na fase final do tratamento há um processo de reinserção social onde são trabalhados aspectos relativos ao trabalho, à escolaridade e a formação profissional, ao relacionamento social e familiar ao lazer. Cada equipe deverá planejar suas ações para acompanhar seus pacientes nesta fase final visando prevenir recaídas e garantir a melhoria da qualidade de vida, que é o objetivo maior do tratamento.(obid, 2010).

33 GRUPO MUTUA AJUDA Segundo OBID (2010) "A ajuda - mutua é um dos mais significativos movimentos sociais contemporâneos e simultaneamente um processo de ajuda interpessoal em grande extensão na atualidade." É uma abordagem baseada nas capacidades individuais e da comunidade, na voluntariedade dos não profissionais, almeja o autoconhecimento e incentiva o indivíduo a promover mudanças. O mesmo observatório de informações revela que o processo de mútua-ajuda realiza-se, através da partilha de situações de vida na qual um grupo de pessoas se identifica com as vivências do outro e encontra força a aliados para enfrentar a dependência química. É a partir daí que se pode estabelecer uma filosofia própria e o seu próprio programa de auto-ajuda. Um conjunto de pessoas compartilhando vivências são capazes de desenvolver uma variedade de informações e apoios adequados as necessidades e as circunstâncias específicas. (OBID, 2010). Esta maneira de visualizar os problemas possibilita a ação, abre possibilidades à reabilitação e à recuperação ao tirar o indivíduo a culpa ou a responsabilidade exclusiva do problema (OBID 2010). De acordo com a OBID (2010) a capacidade de mudança e a melhora da qualidade de vida são dois pontos resultantes da participação de grupos de mutua - ajuda, pois através do seu envolvimento e colaboração, os indivíduos, adquirem varias competências, sendo estas responsáveis pela reabilitação e melhora do poder individual e social dos indivíduos. Os resultados observados diante da utilização dessa terapêutica são, em sua grande maioria positivos, aliando o processo de recuperação a outros mecanismos de envolvimento capazes de transformar necessidades em oportunidades. Proporciona aos participantes o suporte e companheirismo capaz de lhes proporcionar o equilíbrio necessário para o desenvolvimento da autoestima, confiança e autonomia individual, contribuindo assim para o aumento das oportunidades de ajuda e também para a utilização mais racional dos serviços profissionais (OBID, 2010). 2.7 MODELO PSIQUIÁTRICO E FARMACOLÓGICO De acordo com OBID (2010), o exercício psiquiátrico é a base do tratamento

34 33 para pacientes com transtornos por uso da substancias e tem os objetivos seguintes: Estabelecer e manter uma aliança terapêutica; Monitorar o estado clínico do paciente; Diagnosticar e tratar eventuais comorbidades; Tratar a intoxicação e os quadros de abstinência; Desenvolver e facilitar a aderência ao plano de tratamento; Prevenir recaídas; Promover educação sobre o transtorno por uso das substâncias; Reduzir a morbidade e as seqüelas de tais transtornos. O tratamento farmacológico é menos eficaz se comparado á tratamentos psiquiátricos e se limita a três episódios: intoxicação, síndrome de abstinência, complicações clínicas. (OBID, 2010). As terapêuticas, farmacológica e psiquiátrica do transtorno por uso de substâncias são apenas dois dos componentes do plano de tratamento e devem ser utilizados de forma isolada, pois envolvem desde o atendimento ao paciente intoxicado e a abordagem de seu problema, até o atendimento da sua família para esclarecimentos e orientações necessárias (OBID, 2010). 2.8 COMUNIDADE TERAPÊUTICA Segundo a OBID (2010), a proposta da comunidade terapêutica deve considerar que o dependente químico pode desenvolver-se nas diversas dimensões de um ser humano integral através de uma comunicação livre entre a equipe e os residentes, em uma organização solidária, democrática e igualitária. A comunidade terapêutica é muito eficiente para quem tem necessidade de liberar suas energias vitais para poder ser um indivíduo em seu sentido pleno, adulto e autônomo, capaz de realizar um projeto de vida construtivo, de aprender a estar de bem consigo mesmo e com os outros sem usar substâncias psicoativas. O objetivo da comunidade terapêutica é o crescimento das pessoas através de um processo individual e social, pois em um momento de crise o individuo apresenta desestruturação em todas as áreas da sua vida, e assim diminuem as defesas, resistências e há uma maior disponibilidade e abertura a mudanças porque

35 34 não tem nada a perder. Nesta hora o papel da equipe é ajudar o individuo a desenvolver seu potencial. Para a eficácia da equipe é necessário acreditar que qualquer que tenha sido o comportamento do residente ele pode mudar e assim dedicar a atenção que cada um precisa para esta mudança (OBID, 2010). O ambiente da comunidade terapêutica deve possibilitar a aprendizagem social oferecendo a oportunidade de interagir, escutar, aprender, projetar, envolverse e crescer de maneira que normalmente reflita a capacidade e o potencial individual e coletivo das pessoas que dela fazem parte (OBID, 2010). O comportamento começa a mudar através da auto-iniciativa do residente, devemos solicitar que ele exercite agir com honestidade, pontualidade, solidariedade etc. A dinâmica desse processo depende da organização social da comunidade terapêutica e da motivação das pessoas envolvidas (OBID, 2010). De acordo com OBID, 2010 as regras fundamentais são: não ao uso de substâncias psicoativas e não à violência e ao sexo. Além dessas regras são feitas duas solicitações temporárias: renunciar totalmente a liberdade de movimentar-se e sair da comunidade terapêutica sem antes falar com o grupo e a equipe transdisciplinar; respeitar o contrato de auto ajuda participando sempre de todas as atividades da comunidade terapêutica. 2.9 A FAMILIA A família é um grupo de pessoas com características distintas formando um sistema social, baseados numa proposta de ligação afetiva duradoura estabelecendo relação de cuidado dentro de um processo histórico de vida. A noção de saúde da família depende dos recursos de cada membro e da família como unidade, para a superação de crises e conflitos, evidenciando a busca por normalizar o seu funcionamento através do cuidado e do estar com o outro (MARIANO, 2008) Segundo Mariano (2008), família é uma palavra que evoca diferentes imagens para cada individuo e grupo, cujo significado tem evoluído ao longo do tempo. A família refere-se a dois ou mais indivíduos, dependentes uns dos outros para dar apoio emocional, físico e econômico.

36 35 família: Segundo o Centro Juvenil Salesiano (2014) existem os seguintes tipos de Nuclear Simples - família em que o pai e a mãe estão presentes no domicilio. Todos os filhos são do mesmo pai e mesma mãe. Não há qualquer adulto que não sejam filhos morando no domicilio. Monoparental Feminina Simples - família em que só a mãe esta presente no domicilio vivendo com seus filhos, mas também eventualmente com outros filhos menores de idade sob sua responsabilidade. Monoparental Masculina (Simples ou Extensa) - família em que apenas o pai esta presente no domicílio, vivendo com seus filhos e possivelmente com outros filhos menores de idade sob sua responsabilidade e/ou outros adultos sem filhos menores de 18 anos. Nuclear extensa: família em que o pai e a mãe estão presentes no domicílio, vivendo com seus filhos e outros menores sob sua responsabilidade e também com outros adultos, parentes ou não do pai e/ ou da mãe. Monoparental Feminina Extensa - família em que apenas a mãe esta presente no domicilio, vivendo com seus filhos e outros menores de 18 anos, sob sua responsabilidade e também com outros adultos, parentes ou não. Família Convivente - famílias que moram juntas no mesmo domicílio, sendo ou não parentes entre si. Nesta categoria foram também agrupadas famílias compostas por duas ou mais gerações, desde que cada geração houvesse pelo menos uma mãe ou um pai com filhos até 18 anos de idade. Família Nuclear Reconstituída - família em que o pai e / ou a mãe estão vivendo em uma nova união, podendo também a companheira ou o companheiro ter filhos com idade até 18 anos vivendo ou não no domicilio. Família de Genitores Ausentes - família que nem o pai e nem a mãe estão presentes, mas outros adultos são responsáveis pelos menores (avós, tios). Família Nuclear com crianças adolescentes agregados- família em que o pai e a mãe estão presentes no domicilio com seus filhos e também com outros menores sob sua responsabilidade, sendo que não há outro adulto morando no domicilio.

37 36 De acordo com o Centro Juvenil Salesiano (2014), os familiares são de grande ajuda na intervenção. Devem aprender a não proteger o paciente dos problemas causados pelas drogas. Durante o período do tratamento, a família também pode sugerir que o paciente se reúna com pessoas que estão se recuperando da dependência química e ela mesma se reunir com grupos de ajuda aos familiares de dependentes químicos DEPENDENTE QUÍMICO De acordo com o OBID (2010) é importante considerarmos alguns aspectos gerais sobre o dependente químico: é um ser capaz de entender, querer e decidir, mas com um problema a mais, que se manifesta através do sintoma da dependência química que faz com que ele perca a autonomia e a liberdade pessoal, para fazer escolhas e tomar decisões; mesmo com a doença manifestada conserva todas as capacidades e possibilidades de resgatar a autonomia individual, a capacidade de escolher e decidir; conserva a possibilidade e a capacidade de transformar a sua problemática humana em um projeto. Pode, a qualquer instante, se valorizar e descobrir o significado da sua história pessoal. é um ser humano confuso e ferido e precisa de ajuda externa. Alguém que o acompanhe em outra direção e o apóie com amor e profissionalismo; é um ser humano solitário, emocionalmente fechado, socialmente marginalizado, mas não perdeu a criatividade e a necessidade de fazer amizades e ter amor; um ser humano capaz de confrontar, estimar, respeitar, perdoar, de mostrar qualidades e de ter consciência. Muda, cresce se desenvolve. um ser humano feito para viver em grupo expressando sentimentos, fatos, acontecimentos para resgatar valores comuns e reduzir as tensões sociais. um ser humano único e personalizado na sua dimensão familiar e social. Concluindo: é uma pessoa capaz de renascer e reprojetar a própria vida em

38 37 direção a autonomia e liberdade, através de um relacionamento intenso, da sua criatividade, de novas relações familiares, de sua presença ativa e dinâmica no seu grupo social LABORTERAPIA Laborterapia é um tratamento psiquiátrico que mantém e exercita a capacidade produtiva do interno nas instituições auxiliares. Além da ocupação do tempo ocioso, pretende-se que os produtos das oficinas sejam preferencialmente vendáveis de modo a contribuir com a manutenção institucional (ALMEIDA, 2007). Para o Centro de Apoio Reabilitação e Terapia ao Dependente químico, o trabalho terapêutico tem a função de auxiliar na desintoxicação física. O indivíduo entra em contato com a natureza tendo assim uma constante atividade física, fazendo com que seu organismo elimine as toxinas presentes. Além disso, realiza serviços como cozinhar, lavar e passar a própria roupa, arrumar sua cama, limpeza da casa, ou seja, todos os afazeres existentes dentro de uma comunidade terapêutica em escala elaborada pela equipe e sempre em forma de rodízio. A laborterapia não tem como objetivo conseguir lucro nem comercialização para a captação de recursos. Toda produção será para o consumo interno dos pacientes. Para Almeida (2007) a laborterapia promove a reinserção social dos internos através dos trabalhos realizados e os retira da rotina, e ainda é capaz de criar um apreço ao trabalho que é feito. As atividades executadas pelos internos são sempre bem vindas, possibilitando a eles sair da rotina, evitando o tédio e reduzindo alguns agravos psicológicos. Fazendo com que o interno se sinta mais valorizado, melhorando sua autoestima e sua convivência com a sociedade ao redor. O desafio não é a extinção do trabalho, mas sim alternativas que possam de fato promover o desenvolvimento pessoal, aprimorando a capacidade criativa, critica e reflexiva, bem como as suas habilidades através de um processo real de trabalho onde se tenha o reconhecimento como cidadãos e não dependentes químicos (ALMEIDA, 2007). Conforme Barros, Guirard, Lopes 2002, essa reinserção envolve aspectos que vão além de sua capacidade profissional, de sua habilitação para concorrer no mercado de trabalho e de sua disposição. Reaprender o convívio social só é possível através do contato com a sociedade, com a família, os amigos e o trabalho.

39 CONFINAMENTO Confinamento é uma restrição de liberdade que pode ser voluntária, involuntária ou semivoluntária. Voluntária no caso de tratamento, involuntária no caso de prisão e semivoluntaria quando a pessoa não tem noção do que seja o confinamento e só vai entender isso quando passar por esta experiência (LIMA; MORENO, 2010). Para Lima e Moreno (2010) as provas de resistências diárias contra vícios influenciam no humor e na personalidade. Elas estimulam e testam limites físicos, controle emocional, limitações, automatização, tolerância à frustração, capacidade de adaptações a situações diferentes, reação e resistência diante de problemas. Também afloram as limitações, de cada paciente. O perfil das pessoas contribui para que diferentes reações sejam apresentadas diante de cada situação. Seja qual for a manifestação diante de uma situação, o ser humano é frágil psicologicamente, está sujeito a desequilíbrios e reage rapidamente a situações de pressão ou estresse. As pessoas que passaram por frustrações e aprenderam com elas ficaram mais preparadas para diferentes desafios. O ambiente à sua volta da modelos de como ser e como não ser em situações de estresse. Se houver uma recuperação adequada para cada uma dessas situações, a pessoa vai se preparando para a realidade e tende a ter mais controle emocional. Pode ser um desgaste psíquico que pode trazer muitos danos ao paciente se ele não estiver realmente capacidade para tal (LIMA; MORENO, 2010). A experiência dentro do confinamento tem pontos tanto negativos quanto positivos. Não há uma formula mágica para o controle emocional, mas sim estratégias que ajudam a viver em harmonia no confinamento voluntário. Com o autoconhecimento a pessoa tem uma visão mais realista de suas necessidades, seus limites e seu papel na sociedade e aprende a lidar com as emoções e o espaço dos outros. Também é importante trabalhar a capacidade de entendimento, paciência, tolerância, aceitação do problema (LIMA; MORENO, 2010). Não existe um ponto-limite em que o emocional não seja abalado, mas existe uma base de controle que são as estratégias traçadas antes de entrar em qualquer confinamento. São elas: relaxamento, distração, metas e prioridades, pois no

40 39 confinamento a percepção dos limites se embaralha. Até que a convivência em um grupo se torne coesa algumas etapas são necessárias. Inicialmente é a busca por identidade, ou seja, entender o que está se fazendo neste grupo e buscar aceitação. Logo após vem a fase de acertar as arestas individuais e no momento seguinte vem á identificação, confiança e a esperança de que haja mudanças e assim finalmente a pessoa se integra ao grupo sabendo que sempre poderá melhorar (LIMA; MORENO, 2010). O confinamento pode potencializar ou desencadear uma coisa que já existe, pois é uma situação de desconforto, de aprisionamento, de perda de liberdade. No confinamento pode via à tona problemas emocionais que se encontram escondidos (LIMA; MORENO, 2010) A ENFERMAGEM E O DEPENDENTE QUIMICO Para Rosa e Tavares (2008) os enfermeiros são os profissionais que mantém o maior contato com os usuários dos serviços de saúde e, por isso, tem grande potencial para reconhecer os problemas relacionados ao uso de drogas e desenvolver ações assistências. O enfermeiro tem um papel facilitador, não apenas da entrada do paciente no tratamento, como também de sua permanência no mesmo. A consulta de enfermagem é destacada como a principal forma de aproximação do paciente, e do estabelecimento de um vínculo entre ele e o profissional. É um momento crucial para reconhecer os problemas relacionados ao uso abusivo ou dependência de algum tipo de droga. Segundo Pillon e Luís (2004) no planejamento de cuidados da enfermagem na área de dependência química não existe apenas um modelo. É alternado e direcionado de acordo com as necessidades de respostas aos problemas de saúde da população. Por isso, a assistência ao usuário é complexa. Atualmente é mais utilizado o modelo médico, centralizado nas formulações da psiquiatria (hospitalização, medicalização), com possibilidade de abertura para o contexto da saúde pública (saúde da família e redução de danos, trabalhos comunitários). O cuidado de enfermagem inclui atividades terapêuticas, assim como a intervenção primaria (orientações breves e objetivas), a identificação precoce através de testes curtos e padronizados, avaliação do estado de saúde e diagnóstico das necessidades afetadas, a prevenção de recaídas, intervenção breve,

41 40 aconselhamentos com objetivo e o direcionamento do usuário para a abstinência do álcool. (PILLON, LUÍS, 2004). De acordo com Pillon e Luis (2004), os princípios básicos para a assistência aos usuários de álcool e outras drogas não se diferenciam das demais áreas da enfermagem, há necessidade de se promover a aliança terapêutica através de um ambiente acolhedor, da empatia, conduzindo ao relacionamento interpessoal. É importante uma boa comunicação e trabalho cooperativo. O paciente deve ser entendido numa totalidade sob uma perspectiva holística. Nessa visão, o uso da substância química é visto como o agente gerador de malefícios, que necessita ser tratado de algum modo, mas, inegavelmente o indivíduo deve receber os aportes necessários para alcançar o seu equilíbrio. O enfermeiro pode auxiliar nesta instrumentalização, dando incentivo e apoio ao paciente para que este assuma a responsabilidade pela melhora na qualidade de sua vida. O enfermeiro no atendimento inicial identifica os problemas associados ao uso das substâncias, ouve as queixas do paciente, percebe os mecanismos de defesa envolvidos, identifica o padrão de consumo da substância no dia, no mês e ao longo da história do paciente, na busca da caracterização do uso nocivo ou dependência. Assim ele poderá classificar se este usuário é dependente ou não e de qual substância. Nessa primeira entrevista é importante que o enfermeiro ouça as queixas do paciente, valorize seus problemas e não faça julgamentos de valor. No final da entrevista inicial é importante apresentar os objetivos do tratamento, o contrato terapêutico, a necessidade de participação de um familiar no tratamento, possíveis interconsultas com outros profissionais da equipe e o planejamento do próximo atendimento. No acompanhamento da desintoxicação, o enfermeiro realiza o monitoramento dos sintomas da síndrome de abstinência, prevenindo complicações futuras. Conhecendo a história do paciente e seu padrão de consumo da substância, ele pode realizar o acolhimento e uma breve sensibilização, confrontando os problemas relatados pelo paciente e sua associação com o uso da substância. Tendo com isso indicadores para avaliar o grau de motivação para o tratamento, e identificando a necessidade ou não de encaminhamento para avaliação médica (PILLON; LUÍS, 2004). Uma das estratégias que pode ser utilizada pelo enfermeiro é o aconselhamento, fornecendo ao paciente conselhos diretos que promovam reflexões e mudanças de comportamento. Algumas vezes resumem -se a orientações

42 41 especificas e, em outras, são necessárias indicações como a redução do consumo e a substituição de uma substância por outra de " menor nocividade, e até sugestões mais drásticas, como a indicação de abstinência total (PILLON; LUÍS, 2004). Segundo Pilon e Luis (2004), o enfermeiro pode se utilizar de outras estratégias no processo de tratamento e reabilitação do usuário de álcool e outras drogas como: a prevenção da recaída, a intervenção motivacional e a intervenção breve. prevenção da recaída - consiste em meios e estratégias que o usuário pode utilizar para evitar recaída em certos comportamentos que fazem parte do quadro da dependência. Seu fundamento remonta aos princípios da teoria do aprendizado social, constituindo um programa estruturado, visando ao autocontrole, que inclui procedimentos de treinamento de habilidades, intervenções e mudanças no estilo de vida. O foco central é a manutenção da mudança do comportamento com o objetivo de prevenir a ocorrência de lapso. intervenção motivacional - estratégia baseada em pressupostos da psicologia motivacional. O enfermeiro pode exercê-la incentivando a motivação do usuário para mudar seu comportamento de beber, planejando suas ações de maneira a se proteger das situações de risco e fazer planos para o futuro. intervenção breve - são procedimentos de ensino de meios de autocontrole para atingir os objetivos da abstinência ou diminuição da quantidade ou frequência de uso da substância. Pode ser por aconselhamento onde o problema é avaliado, recebendo retorno personalizado do enfermeiro, que procura trabalhar os mecanismos de resistência e negação do indivíduo. Deve haver um acordo mutuo por meio do qual fiquem claros os objetivos do usuário e os do tratamento, podem ser utilizados vários meios para favorecer a adesão: manual de atividade diárias preenchido pelo paciente, cartão de controle pessoal do uso da substancia, contatos telefônicos, visitas domiciliares, encaminhamento a outros profissionais e parcerias com grupos de auto- ajuda. No processo de tratamento e reabilitação, os familiares e cuidadores devem

43 42 ser incluídos. O enfermeiro pode incentivar a participação em entrevistas individuais e em grupos de apoio, para orientação e acolhimento do paciente, pois podem ser de importância fundamental no auxílio às mudanças de comportamento do usuário, necessárias para o desenvolvimento de um estilo de vida mais saudável (PILLON; LUÍS, 2004). Segundo Rosa e Tavares (2008), como qualquer outro campo de atuação da enfermagem, a atenção ao usuário de álcool e outras drogas requer qualificação e treinamento dos profissionais para que sejam capazes de identificar os problemas e realizar a intervenção de modo a otimizar a recuperação do paciente.

44 43 3 TRAJETÓRIA METODOLOGICA A trajetória metodológica engloba os pontos relacionados com a caracterização do cenário do estudo, delineamento do estudo, que inclui os participantes, a amostra e amostragem, os instrumentos, o pré-teste, os procedimentos para a coleta de dados, a estratégia de análise dos dados, além da ética da pesquisa. 3.1 CENÁRIO DO ESTUDO Segundo o site da Prefeitura Municipal de Itajubá (2010), Itajubá situa-se no sul do Estado de Minas Gerais, numa altitude de 1746 metros no seu ponto mais alto, e de 830 metros no ponto mais baixo, acima do nível do mar, sendo que a área urbana, sem considerar os morros, fica numa altitude média de 842 metros. Ocupando uma área de 290,45 km² de extensão, com população de habitantes, de acordo com o IBGE de 2006, o equivalente a 312,65 hab./km², numa taxa anual de crescimento de 1,26% habitantes por ano. De acordo com a Prefeitura Municipal de Itajubá (2010), foi fundada em 19 de março de 1819 e em 27 de setembro de 1848 foi emancipada e, conforme a Lei n 355, de 27 de setembro de 1848 a abrangência dos seguintes territórios: a freguesia de mesmo nome ( que abrangia o atual município de Piranguçu ), Cristina (Espirito Santo do Cumquibus), Pedralva (São Sebastião da Capituba), Brasópolis (São Caetano da Vargem Grande) e Delfim Moreira (Soledade de Itajubá).Pouco depois esse territórios foram se desmembrando de Itajubá.Conta com 219,75 Km de área urbana. Segundo a Prefeitura Municipal de Itajubá (2010). O município é privilegiado com relação à localização, não por estar inserido numa rede urbana formada por prósperas cidades de porte médio, cujo acesso e feito pela BR 459, mas também devido a sua posição em relação as grandes capitais da região sudeste: Belo Horizonte (445 Km), São Paulo (261 Km), Rio de Janeiro (318 Km). A cidade possui 57 bairros limitando-se, ao norte, com os municípios de São Jose do Alegre e Maria da Fé; ao sudeste, Wenceslau Brás e Sudoeste com o de Piranguçu; a oeste, Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira, exercendo influência direta sobre 14 municípios da micro região, sendo a sua população equivalente a

45 44 0,47% da população mineira. As terras Itajubenses estão nas encostas da Mantiqueira, e o conjunto geográfico e formado das seguintes serras principais: de Juru, do Ano Bom de goiabal, do Lourenço Velho, ao norte; da Água Limpa e dos Toledos, a leste; do Pouso Frio, ao sul; o Morro da Piedade e outras elevações menores, a oeste. (ITAJUBÁ, 2010). De acordo com a Prefeitura Municipal de Itajubá (2010), o clima de Itajubá é variado, ocorrendo, às vezes, no mesmo dia, pela manhã e tarde, o calor de verão e, á noite, uma da temperatura mais baixa. Mas nunca o termômetro atinge as altas ou baixas excessivas, como ocorre na vizinha Maria da Fé, onde, no inverno, o frio chega a alguns graus abaixo de zero. Segundo a Prefeitura Municipal, o município de Itajubá e centro de referência em assistência à saúde para dezesseis municípios da chamada microrregião do Alto Sapucaí. A cidade conta com 2 hospitais credenciados para o Sistema Único de Saúde SUS, Santa Casa de Misericórdia de Itajubá e Hospital escola de Itajubá, com níveis de atendimento de atenção básica até alta complexidade. (ITAJUBÁ, 2010), As assistências ambulatoriais além dos serviços privados são realizadas nos hospitais credenciados do SUS. Nas Unidades Básicas de Saúde do município e nas duas policlínicas. Itajubá conta hoje, com 2 policlínicas (Central, Dr. Gaspar Lisboa localizada no bairro da varginha, 5 UBS nossa senhora de Lourdes, Cantina, Vila Rubens e Santos Dummont) e 10 ESF (Cruzeiro, Boa Vista, Vila Isabel, Novo horizonte, Jardim das Colinas, Santo Antônio, Santa Luzia, Reborgeon, Medicina, Santa Rosa) e duas estratégias na zona rural (ITAJUBÁ, 2010). Os exames laboratoriais e de imagem são realizados por prestadores de serviços credenciados para o SUS, e ou contratados pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Saúde (ITAJUBÁ, 2010). A farmácia da Policlínica de Itajubá fornece gratuitamente aos parceiros cadastrados nos vários programas de saúde, medicamentos para diabéticos, hipertensos, gestantes e pacientes portadores de doenças infecto contagiosas e para o programa DST/AIDS. (ITAJUBÁ, 2010). 3.2 LOCAIS DO ESTUDO

46 45 O presente estudo teve como locais as unidades básicas de saúde (UBS) e as estratégias de saúde da família (ESF) urbanas da cidade de Itajubá, Minas Gerais. Esta escolha se deve ao fato que é nas ESF e nas UBS que as enfermeiras objetos deste estudo atendem diretamente os dependentes químicos. Já que nas policlínicas as enfermeiras trabalham em programas específicos e não há até a presente data nenhum programa de Saúde Mental instalado em Itajubá. Em relação a zona rural não foi pesquisado devido a dificuldade da pesquisadora em ir neste local. 3.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO O presente estudo é definido como exploratório, descritivo e transversal com abordagem qualitativa. A pesquisa exploratória tem a finalidade de esclarecer e oferecer uma visão ampla acerca de um determinado fato. Têm como objetivo classificar e interpretar fenômenos, buscando frequência, característica, relação e associação entre variáveis. Uma pesquisa qualitativa baseia-se na teoria de que o conhecimento sobre as pessoas só é possível a partir do momento em que se descreve a sua experiência humana tal como ela é vivida e, proporcionando assim um campo livre e de rico potencial para testar hipóteses ou para determinar opiniões práticas e atividades de grandes populações. (DYNIEWICZ, 2009). De acordo com Sanpieri, Collado e Lúcio (2013 p ), na pesquisa transversal seram coletados dados em um só momento, em um tempo único. Seu propósito é descrever variáveis e analisar sua incidência e inter-relação em um momento determinado. Os mesmos autores acima também afirmam que na pesquisa descritiva buscam especificar propriedades, características e traços importantes de qualquer fenômeno que analisarmos. Descreve tendências de um grupo ou população. 3.4 PARTICIPANTES, NATUREZA DA AMOSTRA E AMOSTRAGEM Os participantes foram os enfermeiros atuantes nos locais supracitados, selecionadas a partir dos seguintes critérios:

47 Critérios de inclusão/elegibilidade Concordar em participar do estudo; Ter atendido dependente químico pelo menos três vezes, pois segundo Monteiro (2007), toda adaptação a qualquer situação nova ocorre, geralmente, após o período de vivência e experiência. Trabalhar na UBS e ESF da zona urbana da cidade de Itajubá; Ter idade superior a 18 anos Critérios de exclusão/inelegibilidade Contrários aos critérios de inclusão; Não ter atendido usuário com dependência química. Segundo Polit, Beck e Hungler (2011), a amostra numa pesquisa qualitativa é determinada pela necessidade de informações. Um princípio que orienta a amostragem é a saturação de dados: ao ponto que não é obtida nenhuma informação nova e sim a redundância. Sendo assim, o número total de entrevistados dependerá das respostas obtidas, formando assim a amostra do estudo. Ao perceber que o objetivo do estudo foi alcançado, não surgirem novos dados e iniciar redundância de informações a coleta de dados e o acréscimo de sujeitos serão interrompidos. A amostragem foi não probabilística por intenção, onde o pesquisador escolhe membros que tenham maior disponibilidade para pesquisa ou que sejam de fácil acesso ao pesquisador e claro que concordem em participar voluntariamente (BREVIDELLI; DOMENICO, 2006). Neste caso serão os enfermeiros atuantes na atenção básica. Ao realizarmos as entrevistas foram intercaladas as enfermeiras da UBS com da ESF para que não houvesse saturação em um tipo especifico de serviço. 3.5 COLETA DE DADOS

48 47 A coleta de dados foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da EEWB, autorização do responsável pela Secretaria de Saúde, e após a aceitação de cada entrevistado, concordando em participar do estudo e assinatura do TCLE. Em seguida, houve um agendamento com os entrevistados em dias e horários viáveis, após aprovação do comitê de ética em pesquisa através da Plataforma Brasil. Houve a verificação dos critérios de elegibilidade e de exclusão de cada participante antes de iniciar a entrevista. Os dados foram coletados pela pesquisadora Instrumento da coleta de dados O instrumento utilizado para coleta de dados foi um roteiro de caracterização dos entrevistados (Apêndice A) e um roteiro de entrevista semiestruturada, composta por um 1 pergunta inerente ao assunto: Qual a sua percepção ao atender um dependente químico? Justifique. (APÊNDICE B) Procedimentos para a coleta de dados Os dados foram coletados por meio de gravações em áudio, que registraram na integra cada entrevista. Após a transcrição dos dados, as gravações seram guardadas pela pesquisadora responsável por um período mínimo de 5 anos e após quando houver o descarte seguirá as normas de proteção do meio ambiente. As entrevistas foram realizadas em um local apropriado, dentro da própria instituição, preservando sempre a privacidade do participante e a sua escolha do local para a entrevista. A qualquer momento o participante retirou dúvidas relativas à sua participação e divulgação dos resultados. Antes da coleta dos dados, todos receberam orientações e tiveram ciência do objetivo do estudo, da entrevista, da sua autonomia e do anonimato e assinarão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE C). A coleta de dados foi feita após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da EEWB da cidade de Itajubá-MG (ANEXO B).

49 PRÉ-TESTE Neste estudo o pré-teste foi realizado com 2 participantes sendo eles enfermeiros uma atuante na UBS e outra atuante na ESF da rede municipal. Todos estavam dentro dos critérios de inclusão e não fizeram parte da amostra. O pré-teste é o modo de testar os instrumentos da pesquisa sobre uma parte da população da amostra, antes que sejam aplicados definitivamente, com o intuito de evitar que a pesquisa chegue a um falso resultado. Portanto, seu objetivo é verificar até que ponto esses instrumentos têm, realmente, condições de garantir resultados sem erros (LAKATOS; MARCONI, 2010). 3.7 ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram coletados com a gravação das respostas dos participantes e a questão aberta do roteiro da entrevista semiestruturada, depois de transcritos, foram analisados e interpretados por meio da análise de conteúdo, que, segundo Bardin (2011), consiste em uma técnica para investigar o conteúdo das comunicações humanas, isto é, visa os produtos das ações humanas, voltando-se para o estudo das ideias e não das palavras em si. O autor afirma ainda, que a análise de conteúdo é caracterizada pela busca do entendimento da comunicação entre os homens, baseando-se no reconhecimento do conteúdo das mensagens. Para Bardin (2011) a análise de conteúdo constitui um conjunto de instrumentos metodológicos que se aplica aos discursos diversificados. Ressalta, também, que a investigação dos temas ou análise temática representa um tipo de categorização muito bom para ser adotado, por ser rápido e eficaz na aplicação a discursos diretos e simples. Os dados foram organizados de acordo com as etapas da análise de conteúdo. A pré-análise é a fase de organização. O material das entrevistas foi transcrito e submetido à leitura flutuante, destacando o sentido global dos discursos. Logo após foram lidas atentamente e repetidamente para compreensão dos conteúdos, as respostas foram classificadas de acordo com o quadro teórico elaborado e o objetivo da pesquisa.

50 49 A Exploração do material deu-se pelo recorte e a escolha das unidades de registro elegendo-as e codificando-as. E para finalizar, foi realizado o tratamento e a interpretação dos resultados. As mensagens coletadas e descritas foram analisadas por meio de conceitos e proposições. Mediante isto, a categorização foi realizada, proporcionando a passagem dos dados brutos para os dados organizados, reagrupando de acordo com as características em comum. Para efetuarmos a análise de conteúdo dos dados que obtivemos com a nossa pesquisa utilizamos o APÊNDICE A, B. No APÊNDICE E organizamos o material colhido realizando a extração das idéias principais. Logo depois, neste apêndice, exploramos o material codificando os dados, ou seja, efetuamos a identificação uniforme, por semelhança, das idéias principais extraídas. 3.8 ÉTICA DA PESQUISA O presente estudo seguiu os preceitos estabelecidos pela Resolução 466/12, versão 2012 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde. (ANEXO A) Em primeiro lugar, foi pedida uma autorização para o Secretário Municipal de Saúde (Apêndice D), que autorizou a realização desse estudo. Os dados só foram coletados após a aprovação pelo comitê de ética em pesquisa. A autonomia e o anonimato foram respeitados, assim como a decisão em participar da pesquisa, após receberem informações sobre o objetivo e estudo. Esta decisão foi oficializada pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C), deixando o participante livre para desistir, caso assim deseje e quando quiser. O pesquisado esteve assegurado da privacidade de proteção de imagem, sendo identificados por: E1, E2, E3, etc. Os resultados deste estudo poderão ser disponibilizados para as instituições e participantes, se assim o desejarem. A folha de rosto para a pesquisa envolvendo seres humanos encontra-se devidamente preenchidas, conforme Anexo A.

51 50 4 RESULTADO E DISCUSSÃO Os dados relacionados com as características pessoais dos sujeitos da pesquisa foram 9 enfermeiros, sendo 5 da ESF e 4 da UBS. A idade dos participantes variou de 25 a 64 anos, tempo de formado de 2 anos e meio a 37 anos, tempo em saúde coletiva de 2 anos e meio a 26 anos,destes 8 eram mulheres e 1 homem. Realizou-se uma pré-análise, a fim de organizar o material, logo depois, explorou-se o material, codificando, classificando e categorizando os dados, ou seja, os depoimentos dos participantes foram agrupados em categorias (APÊNDICE E). Diante da análise das respostas dos participantes, referente à seguinte questão: "Qual a sua percepção ao atender um dependente químico? Justifique." (APÊNDICE B).Obtivemos para esta pergunta 15 categorias, sendo elas: 1 Categoria : Necessidade de educação continuada 2 Categoria: Medo e desespero, tristeza 3 Categoria: Família 4 Categoria: Serviço Público 4.1 Formação de rede 4.2 Falta de estrutura na UBS 4.3 Necessidade de equipe multiprofissional 4.4 Referencia x Contra referencia 4.5 Serviço de saúde mental 4.6 Problema de saúde pública 5 Categoria: Frustração pela recaída 6 Categoria: Doença x Sem Vergonha 7 Categoria : Uso de medicação controlada 8 Categoria : Dificuldade em lidar com o dependente 9 Categoria : Se machucam 10 Categoria : Procuram a unidade por motivos secundários 11 Categoria: Internação por vontade própria 12 Categoria: Falta de expectativa de vida 13 Categoria : Desconhecimento do papel do enfermeiro 14 Categoria: Tratamento

52 51 15 Categoria Medo do trafico 4.1 CATEGORIA 1: NECESSIDADE DE EDUCAÇÃO CONTINUADA Para que haja melhor atendimento a esses pacientes usuários de drogas é necessário que os enfermeiros sejam preparados e capacitados para um boa intervenção de enfermagem. Os depoimentos abaixo expressão essa categoria: "[...] educação continuada para uma atuação mais condizente[...]" (E 1). "[...] nos capacitar para enfrentarmos este problema de frente [...]" (E5). "[...] tem que ter um preparo [...] (E2). "[...] mais campanhas de educação, saúde nas televisões, nos jornais mostrando o antes e o depois [...] (E4). "[...] que a gente fosse também capacitado para atender este profissional na UBS" (E5). "[...] a gente precisa de muito embasamento,muito muito mesmo [...] (E8). "[...] a gente não esta preparado para atender esse paciente [...] (E8). "[...] fosse também capacitado para atender esse pessoal [...] (E5). "[...] como capacitação do pessoal nas UBS [...] (E5). "[...] uma capacitação um atendimento mais fácil [...] (E5). "[...] uma capacitação no atendimento desse paciente [...] (E5). "[...] acho que falta uma certa capacitação pra receber esse pessoal [...] (E5). "[...] nos capacitar para enfrentar esse problema de frente [...] (E9). O preparo e o treinamento dos enfermeiros são necessários para que estes sejam capazes de atuar fazendo um levantamento adequado da história de substâncias psicoativas pelos pacientes, de implementar intervenções e estratégias de educação em saúde para os mesmos, avaliando, sabendo identificar o uso abusivo ou prejudicial de drogas e provendo cuidados de saúde e suporte durante a reabilitação e prevenção à recaída. (RAMOS, 2001).

53 52 Cabendo ao enfermeiro, além de detectar os profissionais com habilidades pessoais, providenciar a capacitação e educação permanente de sua equipe, também no que tange ao atendimento a esse tipo de patologia. (MUNIZ; REICHEL, NEVES, 2010). 4.2 CATEGORIA 2: MEDO, DESESPERO E TRISTEZA Ao ter contato com o paciente usuário de drogas os enfermeiros apresentam medo por muitas vezes esses pacientes se encontrarem rebeldes e agressivos, ou mesmo desespero por não saberem lidar ou ainda tristeza diante da situação em que se encontram. Os depoimentos abaixo expressão esta categoria: "Quando chega um paciente dependente químico pra gente fica assim, um desespero "(E8). "[...] e as meninas morrem de medo [...] (E2). "[...] a família e o profissional de saúde tem medo [...] " (E8). "[...] a gente fica desesperada porque igual aqui [...] (E8). "[...] e esconde ou tem medo e o profissional de saúde também tem medo, ele tem medo porque vai mexer [...]" (E 6). "[...] é muito triste [...] (E8). É preciso que para atuar nesse campo profissional, a enfermeira deve primeiro examinar seus próprios sentimentos relativos ao uso de drogas por ela própria e por outras pessoas. Somente a enfermeira que aceitar e não criticar os comportamentos de abuso de drogas vai ser capaz no trabalho com esses clientes (GONÇALVES; TAVARES, 2006). Faz-se necessário que os profissionais tenham uma postura empática. Já é sabido que é por meio do processo empático que os profissionais podem compreender e perceber significados dos sentimentos e vivências dos usuários, então, faz-se necessário que os mesmos sejam aceitos como são, independente de seus comportamentos. (TOWNSEND, 2002).

54 CATEGORIA 3: FAMÍLIA A família tem um papel importantíssimo na formação de seus membros, pois é ela que nos dá a base e estrutura e que nos molda de acordo com seus costumes, hábitos e cultura. Sendo relevante o enfermeiro saber lidar e orientar a família do dependente químico. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "A gente não sabe lidar nem com a família, a família chora entendeu?" (E2). "[...] se a gente conhece a família,tem confiança em alguém da família, a gente procura essa família né [...]" (E3). "A gente tem que envolver a família porque o dependente químico não é um dependente químico em si, ele está inserido na família e muitas vezes a família tem um grande peso.[...]" (E3). "[...] e tentar ao máximo envolver essa família[...] " (E3). "[...] e atrás dessa família, só que a família era muito desestruturada né."(e3). "[...] estes muitas vezes já saíram do convívio familiar [...]" (E4). "[...] já os que estão com a família e estas se empenham [...] " (E4). "[...] é importante a participação da família [...] " (E7). "[...] a gente sabe que ele existe a família muitas vezes esconde o processo[...] (E6). "[...] a gente orienta a família a respeito internação [...]" (E6). " [...] e a orientação da família para esse processo [...]" (E6). " [...] porque a maioria das famílias [...] " (E6). "[...] e um tratamento da família para que haja resolutividade [...] (E6). "[...] quem vem geralmente é a família sabe [...]" (E8). "[...] geralmente é a família que vem [...]" (E8). " [...] você vê o sofrimento da família [...]" (E8). "[...] agora quando é a família vai pro juiz [...]" (E8). "[...] muitas vezes ele vem porque alguém da família quer que ele venha ne" (E5).

55 54 "[...] geralmente vem a família, a família quer interceder ordem judicial [...]" (E5). "[...] fazer um trabalho com a família também, a família não sabe lidar com o paciente dependente [...] " (E5). "[...] não sei se esse trabalho com a família é feito lá [...] (E5). "[...] e apoiar o paciente usuário e seus familiares [... ] (E9). A família constitui-se da unidade cuidadora maior, sendo a responsável pelo desenvolvimento dos seus membros.no entanto quando trata-se da dependência química esta família corre o risco de ficar seriamente fragilizada. (PRATA; BRANCO; SANTOS, 2009). A literatura de enfermagem também vem fazendo referencias ao papel da família como cuidadora em situações de saúde e doença. Neste sentido encontramos o conceito de família como unidade de cuidado (de seus membros ) cabendo aos profissionais apoiá-lá fornecê-la e orientá-la quando ela se encontrar fragilizada. (ELSEN, 2004). A dificuldade do serviço em envolver a família é considerada um fator limitante do trabalho desenvolvido pelas equipes. Constatou-se que a falta de intervenção sistemática com as famílias tem reduzido a possibilidade de dar amplitude à intervenção realizada, ficando essa muito focada nas demandas do indivíduo que usa drogas. (MATOSA; PINTO; GORGE, 2008). 4.4 CATEGORIA 4: SERVIÇO PÚBLICO Esta foi subdividida em seis sub categorias: Formação de rede, falta de estrutura na UBS, necessidade de equipe multiprofissional, referencia x contrareferencia, Serviço de saúde mental, Problema de Saúde Pública. Os profissionais de enfermagem são agentes-chave no processo da transformação social dos países, participando no desenho e na implantação e programas e projetos de promoção de saúde, prevenção do uso e abuso de álcool e outras drogas.

56 Formação de rede Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: " [...] e assistentes sociais para trabalharem em rede e de forma integrada. "(E9). "[...] tem que ter uma rede, uma facilidade maior [...] "(E8). " [...] a gente não tem assim no sistema assim [...] (E8). " Mais assim, um grupo formado, um atendimento, um protocolo... de atendimento pra dependente químico a gente não tem [...]" (E8) Falta de estrutura na UBS Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] e capacitar as portas de entrada para os usuários das UBS e ESF [...]"(E9). "[...] a gente não tem estrutura [...] (E2). "[...] eles não estão tendo aquilo que estão precisando [...] (E2). "[...] a gente não tem uma estrutura montada pra atender [...] (E5). "[...] que falta uma estrutura adequada na UBS [...] (E5). "[...] estrutura melhor pra atender o dependente químico na nossa unidade [...] (E5). "[...] por parte de estrutura física mesmo [...]" (E5). "[...] se é viável ter uma estrutura dessa em cada UBS [...] (E5). "[...] e falta uma estrutura na UBS [...] (E5). "[...] falta também uma estrutura pra receber esse pessoal [...] (E5) Necessidade de equipe multiprofissional Os depoimentos abaixo expressam esta categoria:

57 56 "[...] apoio no acompanhamento medico e psicológico [...]" (E4). "[...] um acompanhamento de enfermagem, tem que ser multiprofissional [...] (E6). "[...] trabalhar de forma multidisciplinar, multiprofissional [...] (E7). "[...] a abordagem deverá ser de forma holística [...] (E7). " [...] trabalhar junto com a equipe né [...] " (E3). "[...] medico, a equipe né [...] (E2). "[...] tivesse uma equipe montada [...] (E5). "[...] então que tenha uma equipe [...] (E5) Referencia x contra-referencia Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] passei pra assistente social, porém não tive resposta disso [...] (E3). "[...] tem que ter referencia gente que nos apoie [...] (E2). "[...] eles não estão nem com uma contra-referencia pra saber [...] (E8). "[...] esse negocio de passa aqui, manda pra lá, volta pra mim {...] (E8). "[...] essa referencia e contra-referencia falta também [...] (E5) Serviço de saúde mental Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "Hoje temos a saúde mental que "(E4). "[...] eu vou encaminhar ele pro CAPS [...]" (E6). "[...] a gente tenta encaminhá-lo para algum serviço de saúde mental primeiro [...]" (E6). " Agora aqui esta se formando um CAPS [...] (E8). "[...] tem o pessoal da saúde mental que da suporte pra gente[...] (E8). "[...] a gente liga pra saúde mental [...] (E8).

58 57 "[...] representante legal da saúde mental [...] (E8). "[...] agora que foi montada lá a saúde mental [...] (E5). "Orientamos que essa pessoa procure la o centro de saúde mental" (E5). "Agora lá no centro de saúde mental é outra realidade [...] (E5). "[...] é feito lá no centro de saúde mental [...] (E5). "[...] e encaminhamos pro centro de saúde mental [...] (E5). "[...] será que ele foi procurar o centro de saúde mental? [...] (E5) Problema de Saúde Pública Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: '"Esse problema é da saúde publica [...]"(E9). "[...] mais mostrar que o problema é real mesmo [...] (E2). O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) passa a ser uma referência no atendimento aos usuários de drogas. Os CAPS são unidades de atendimento em saúde mental que oferecem a seus usuários um programa de cuidados intensivos, planejado por uma equipe multidisciplinar. Os CAPS foram, inicialmente, concebidos como serviços alternativos ao modelo de atendimento centrado no hospital psiquiátrico, incorporando a função estratégica de articular as forças de atenção em saúde e as da comunidade, visando à promoção da vida em comunidade e à autonomia de seus usuários. (ROMANINE; DIAS; PEREIRA, 2010). As pessoas devem ter sua saúde enfocada, englobando todos os seus determinantes, ou seja, o meio social e físico, no qual vivem e trabalham, em vez de enfocar apenas sua enfermidade individual. A educação em Saúde é uma prática social, sendo um processo que contribui para a formação e desenvolvimento da consciência crítica das pessoas a respeito de seus problemas de saúde, estimulando que esses busquem soluções e se organizem para ações coletivas. Considerando as afirmações, pode se dizer que os estabelecimentos de atenção básica em Estratégia Saúde da Família (ESF), têm a possibilidade de proporcionar ao profissional que trabalha nesse local, não apenas conhecer o meio em que seu paciente está inserido, mas também provocar mudanças. (MUNIZ; REICHEL, NEVES, 2010).

59 58 O enfermeiro tem um papel importante na promoção, prevenção, na redução de danos, reinserção social dos indivíduos e atenção à família, pois convive com estes grupos em seu cotidiano de trabalho (MUNIZ; REICHEL; NEVES, 2010). 4.5 CATEGORIA 5: FRUSTRAÇÃO PELA RECAÍDA A recaída em pacientes que fazem uso das drogas é comum, por isso é preciso que o enfermeiro faça uma abordagem integral a esse paciente, para que consiga eficácia no período de acolhimento, recuperação e tratamento total. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] ou já tentou várias vezes e teve reincidência [...] (E6). "[...] tirar essa pessoa da dependência de alguma forma o que muitas vezes, na maioria das vezes isso não acontece [...] (E6). "[...] a não vai adiantar [...] (E3). "[...] porque eles gostam de dinheiro pra comprar droga [...] (E2). "[...] quando volta é o pior, porque assim...eles voltam [...] (E8). "[...] não tem vontade nenhuma de parar [...] (E8). "[...] são poucos os que conseguem se manter sem a droga [...] (E8). "[...] então NE, acaba voltando [...] (E8). "[...] conseguiu sair, terminou o período de amamentação e voltou [...] (E8). "[...] a gente fica frustrado sabe? [...] (E8). O lapso é um retorno momentâneo ao habito anterior com uma encruzilhada um caminho retorna definitivamente ao nível do problema (recaída total) e o outro vai em direção a mudança positiva. A recaída é um lapso mais demorado, mas também, considerada transitória: uma serie de eventos que pode ou não ser seguida de um retorno a abstinência. (ROMANINE; DIAS; PEREIRA, 2010). A recaída do dependente deve ser encarada como uma oportunidade de aprendizagem, pois permite que sejam avaliados fatores envolvidos na sua ocorrência e assim evitar lapsos futuros ou solucioná-los de maneira mais saudável, futuramente (CURITIBA, 2002).

60 CATEGORIA 6: DOENÇA X SEM VERGONHA Antigamente a dependência química era vista como rótulo pela sociedade, como se aquele individuo estivesse se envolvendo com a droga porque simplesmente não quisesse trabalhar, ou até mesmo por não querer se assumir diante da sociedade devido problemas familiares e pessoais. Mas hoje a dependência química foi estudada e reconhecida como doença. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] o processo né da doença, que eu acho que é uma doença a dependência química [...]" (E6). "[...] onde ele não esta mexendo só com o doente [...]" (E6). "[...] é senvergonhice? não trabalha? [...] (E3). "[...] você sabe que aquilo é uma doença [...] (E8). Aos profissionais de enfermagem e, por extensão, a qualquer outro profissional de saúde, não cabe nenhum julgamento sobre esses pacientes. Eles não devem ser criticados por usar mecanismos de defesa incontroláveis, e muito menos, por não terem a exata consciência da extensão dos problemas causados pelo uso desses mecanismos. (CRUZ; GOLCALVES, 2007). A forma como uma parcela da enfermagem percebe o usuário de drogas não difere muito do senso comum, no qual essas pessoas são designadas por uma série de expressões pejorativas. (SPRICIGO; ALENCASTRE, 2014). Torna-se difícil, se não impossível, manter uma relação terapêutica e de ajuda para com o usuário se a compreensão que se tem do seu sofrimento e de sua vivência parte somente do julgamento moral advindo do profissional. O julgamento moral é a concepção de algo como indesejável de se lidar, como um problema com carga negativa. Assim, tanto o problema e como o portador do problema são negados, isso influencia de forma negativa as ações concernentes ao processo de tratamento (BARBOSA; SOUZA, 2013). 4.7 CATEGORIA 7: USO DE MEDICAÇÃO CONTROLADA

61 60 O uso de medicação controlada, ou seja, aquelas que necessitam de receita médica para serem comercializados ou distribuídos na rede pública, necessitam de atenção especial das autoridades competentes e dos profissionais de saúde devido aos efeitos colaterais que podem causar, incluindo a dependência química. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] ele nos procura por que tem que tomar um medicamento, a medicação é feita sob controle nosso [...]" (E6). "[...] às vezes mesmo de algum medicamento né...controlado, é um dependente químico de medicamento controlado" (E3). "[...] vem pra pegar medicação controlada que são muitos os casos também" (E8). Cabe a todos os profissionais que direta ou indiretamente, tem, nas suas ações de saúde, responsabilidades educativas,contribuindo no sentido de tornar mais madura nossa sociedade não permitindo que os medicamentos ocupem o indevido lugar de substantivos ou símbolos de saúde, cuja função consistiria em inibir a intervenção nas causas sociais e comportamentais das doenças. (ASSAD, 2012). Os ansiolíticos têm a capacidade de aliviar a ansiedade ou a tensão emocional simples. Nos últimos anos o uso de ansiolíticos vem aumentando e indivíduos que buscam alívio da ansiedade, num primeiro momento, acabam fazendo uso abusivo e desenvolvendo dependência física desses medicamentos. Acreditamos que essa prática mascara os sintomas, proporcionando uma sensação de bem - estar passageira, dificultando a busca de soluções mais efetivas (MARCOLAN, URASAKI, 1998). 4.8 CATEGORIA 8: DIFICULDADE EM LIDAR COM O PACIENTE O profissional de enfermagem não se sente seguro e nem preparado para lidar com o dependente químico quando este chega na UBS ou na ESF, sendo necessário um preparo e treinamento do profissional, para uma boa qualidade no atendimento ao paciente dependente. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria:

62 61 "[...] tenho grande dificuldade na abordagem [...]" (E4). "[...] que eu tenho é que é muito difícil de atender o dependente químico [...]" (E6). "[...] olha e fala chegou e agora que eu vou fazer? [...] ( E3). "[...] o que eu vou fazer com ele? [...] (E3). "Difícil, muito difícil [...] (E2). "[...] mais é muito difícil você entende [...] (E2). "[...] não sabe lidar com a situação [...] (E2). "[...] e elas não sabem lidar com a situação [...] (E2). "[...] eu acho tão bonito quem sabe lidar com essa situação sabe? que chega sabe abordar [...] (E2). "[...] então a gente não tem como lidar com isso [...] (E2). Os usuários psicóticos são frequentemente trazidos ao serviço de urgência por familiares ou amigos que já não conseguem controlar o seu comportamento com segurança. Frequentemente, o usuário psicótico é trazido pela policia ou paramédicos, porque a condição psicótica em que se encontra é potencialmente perigosa para si ou mesmo para os outros. Alguns usuários vem ao hospital em busca de refugio para seus temores esmagadores (CORDEIRO, 2007). Os novos modelos de organização do sistema de saúde no Brasil possuem uma forte aderência aos problemas de saúde relacionados às pessoas usuárias de álcool e outras drogas, contudo os cuidados de formação ainda não estão preparados para lidarem com tais desafios. Há grande necessidade de formação dos enfermeiros para atender adequadamente as demandas (GONÇALVES; TAVARES, 2006). 4.9 CATEGORIA 9: SE MACHUCAM Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] ele faz auto flagelo, ele se corta todinho[...] (E6). "[...] machuca né..as vezes eles machucam e vem fazer curativo aqui e a gente fica sabendo eles machucam muito por conta da noite [...] (E6).

63 62 Ao sofrerem os efeitos da estigmatização, os usuários de drogas evitam buscar ajuda para o tratamento de suas condições, agravando os problemas de saúde e, mesmo quando procuram o tratamento, a adesão é baixa, caracterizando idas e vindas aos serviços de saúde em função, muitas vezes, de uma intervenção desumanizada e discriminatória, com isto, acabam se auto mutilando ou mesmo ao se machucarem não procuram ajuda (RONSAMI; NOTO; SILVEIRA, 2014). Outra consequência direta do estigma internalizado para o tratamento é o impacto negativo da baixa autoestima e baixa autoeficácia que interferem na realização dos objetivos de vida. Os usuários de drogas não acreditam que possam se beneficiar do tratamento porque se sentem incapazes. Assim, os sentimentos de desvalor e de incapacidade fazem com que eles pensem que não existem razões para se recuperar (RONSAMI; NOTO; SILVEIRA, 2014) CATEGORIA 10: PROCURA POR MOTIVOS SECUNDÁRIOS Os dependentes na maioria das vezes só vão à busca do serviço de saúde, não pelo uso exclusivo da droga, mais sim quando precisam do serviço para atendimentos secundários. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] ele não vem em busca de [...] a não ser que ele esteja doente [...] (E6). "[...] ele não procura por conta da dependência química [...] (E6). "[...] vem porque está doente de outra coisa, não pelo uso da droga [...] (E6). "[...] então eles vem aqui só em busca dessas coisas, não por causa da droga não [...] (E6). "[...] normalmente eles procuram a gente quando estão em abstinência [...] (E3). Há considerável distanciamento entre a forma espontânea de procurar um serviço de saúde especializado e a forma positiva de fazê-lo, ou seja, ha concordância em adquirir um tratamento, seja por uma decisão da família, seja por qualquer outra razão que não a vontade própria ( MAGALHÃES,SILVA, 2010). A concordância passiva com a internação foi determinada por necessidades familiares e/ ou sociais, como meio de escapar de um ambiente conflituoso e muitas

64 63 vezes hostil. Com isso encontra-se internada na instituição uma pessoa que decidiu estar lá, mas sem interesse real, na sua recuperação, ou seja, que precisa dessa internação por outras razões (MAGALHÃES; SILVA, 2010) CATEGORIA 11: INTERNAÇÃO POR VONTADE PRÓPRIA São poucos os pacientes que procuram a unidade de saúde reconhecendo que estão precisando de internação e que realmente precisam de ajuda, quando isso ocorre cabe ao enfermeiro providenciar e encaminhá-lo a um serviço especializado. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] mais só por vontade do paciente [...] (E8). "[...] o fulano está manifestando vontade de ir [...] (E8). "[...] solicitação de exames que precisa pra poder ir lá pra internação [...] (E8). "[...] estar fazendo busca quando manifesta a vontade a gente vai atrás [...] (E8). "[...] eles vem manifestam a vontade [...] (E8). Existe forte reação entre a expectativa quanto à maneira como seriam cuidados durante a internação e a razão pela qual o sujeito procura o serviço de saúde. Ao buscar ajuda de forma espontânea, a pessoa inevitavelmente, cria expectativas positivas para o período que permanecerá internado, pois está acreditando que pode livrar-se da dependência e retornar a sua vida sem o crack. (MAGALHÃES; SILVA, 2010). O sucesso de qualquer tratamento depende da motivação para a mudança e da existência de um contexto de apoio. A motivação para a mudança envolve a conjunção entre consciência do problema e desejo de mudar. Sem atender a essa condição, não e possível iniciar um projeto de mudança. As condições contextuais de apoio incluem a família, o acompanhamento apropriado, grupos e redes de amigos, dentre outros (MAGALHÃES; SILVA, 2010) CATEGORIA 12: FALTA DE EXPECTATIVA DE VIDA

65 64 A falta de expectativa de vida do usuário de drogas está diretamente relacionada às características de vida dos usuários, sendo fundamental um tipo de cuidado que leve em conta os valores que orientam sua vida. Os depoimentos abaixo expressa esta categoria: "[...] eles não tem expectativa de vida assim [...] (E8). "[...] volta pra cá não tem trabalho, vai trabalhar com reciclagem [...] (E8). As motivações tradicionais que levam o ser humano ao uso, em geral controlado, se predispõe a necessidade de compreensão, em fase de uma realidade adversa de desequilíbrios como: desemprego, falta de atendimento medico e educacional gratuitos, de habitação digna, de saneamento básico, poluição geral, violência, fome [...] (ZEFERINO et al., 206). O sucesso de qualquer tratamento depende da motivação para a mudança, envolve conjugação entre consciência do problema e desejo de mudar. No processo de recuperação espera-se que a pessoa modifique suas escolhas, mais o desafio maior é substituir a rotina centrada na droga por novos hábitos, novos objetivos, restabelecer o convivo familiar, aprender a administrar as situações de risco para recaídas, ou seja, reaprender a viver sem a droga (MAGALHÃES; SILVA, 2010) CATEGORIA 13: DESCONHECIMENTO DO PAPEL DO ENFERMEIRO O enfermeiro deve ter conhecimento para saber diagnosticar e intervir de forma adequada frente aos pacientes usuários de drogas Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "Nossa um dependente químico chegou, que que eu vou fazer?" (E3). "você tem que encaminhar, você não tem pra onde encaminhar [...] (E2). "a gente como profissional não tem como resolver [...] (E2). "[...] ai eu falei que eu faço?[...] (E 2). "[...] tá difícil não tem pra onde ir [...] (E 2).

66 65 "[...] você fica sem saber realmente como que você faz [...] (E8). "[...] isso não tem o que fazer [...] (E8). "[...] mais a gente não tem muito o que fazer [...] (E8). No que diz respeito a área da enfermagem, deve-se destacar a importância de se conhecer, entre outras coisas, critérios de definição sobre dependência química e seus efeitos no organismo humano [...] (CRUZ; GOLÇALVES, 2007). A formação, sobretudo de profissionais da categoria de enfermagem, apresenta-se imprópria para que esses possam oferecer cuidados aos usuários de substâncias psicoativas, fato preocupante pela importância desse profissional na assistência em saúde, visto que os mesmos participam do processo de desenho e implementação de programas de prevenção da saúde, incluindo prevenção do uso e abuso de substâncias (OMS, 2001) CATEGORIA 14: TRATAMENTO A necessidade de tratamento na maioria das vezes é determinada pelo envolvimento obsessivo do usuário com a droga que passa a prejudicar vários aspectos da sua vida. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] será que ele foi encaminhado pra algum tratamento?[...] " (E5). "[...] que ele é um dependente e que ele precisa desse tratamento [...] (E5). "[...] como foi feito esse tratamento? não tem um tratamento continuo [...] (E5). "eu sinto que eles sentem falta de um tratamento mais especifico [...] (E5). "[...] precisaria passar por um tratamento [...] (E1). "[...] reinserção social e tratamento [...] (E1). "[...] uma melhor qualidade no tratamento empregado [...] (E7). "[...] os casos são muito graves das pessoas que não quer se tratar [...] (E6). "[...] na abordagem e tratamento [...] (E4).

67 66 "[...] e estas se empenham em tratar o "vicio" do seu ente querido [...] (E4). "[...] gente ia lá mais pro tratamento clinico mesmo [...] (E8). "[...] algum tratamento e mandar de volta pra casa [...] (E2). Estudos apontam que a dificuldade de adesão dos usuários de drogas ao tratamento é um problema maior do que o pequeno número de vagas. Há diferentes tratamentos especializados, mas precisam ser intensivos e centrados na resolução de problemas cotidianos do usuário, bem como ter uma abordagem multidisciplinar em que ele poderá aderir ou não ao tratamento. (MILLER, 2012). O tratamento ao uso de drogas ilícitas também está relacionado ao de outras substâncias de abuso, utilizando-se da abstinência e do apoio. A maioria dos pacientes alcoolistas busca o tratamento por pressão de seu cônjuge, do empregador ou por medo de que o hábito de beber traga-lhe conseqüência fatal. O melhor prognóstico é o das pessoas que procuram o tratamento de maneira voluntária, por se considerarem alcoolistas e que necessitam de ajuda. (POSSA; DURMAN, 2007) CATEGORIA 15: MEDO DO TRÁFICO Ao lidar com o paciente usuário de drogas, os enfermeiros citaram o tráfico por estar diretamente ligada com a droga, sendo este comum no meio em que eles estão inseridos e acabam convivendo neste meio por falta de opção. Os depoimentos abaixo expressam esta categoria: "[...] com o aspecto do próprio tráfico [...] (E6). "[...] as vezes assim é traficante na porta [...] (E8). No contexto da exclusão, o indivíduo torna-se muitas vezes incapaz de prover e suprir seus próprios meios de subsistência e suas necessidades básicas como alimentação, moradia, saúde dentre outras, o que pode contribuir negativamente para sua formação e atuação na sociedade, estando propenso à prática de crimes e/ou a mendigar, com intuito de satisfazer a própria dependência. (POSSA; DURMAN, 2007).

68 67 É preciso considerar que o crack representa uma fonte de renda produtiva para os traficantes e para os fornecedores, uma vez que após os primeiros contatos com a droga torna-se difícil para o usuário evitá-la, o que assegura a manutenção do cliente. (MAGALHÃES; SILVA, 2010).

69 68 5 CONCLUSÕES O uso abusivo de drogas é considerado pela organização mundial da saúde (OMS) como um grave problema de saúde pública. Diante da relevância que o problema de álcool e outras drogas assume para saúde pública, considera-se que o preparo de profissionais de enfermagem para atuar junto a esta clientela deva ocorrer em toda a rede de saúde. Esta capacitação deve privilegiar uma abordagem transversal e interdisciplinar dos problemas vivenciados em cada local de trabalho, pois, quando ocorre uma aprendizagem significativa, o enfermeiro atua de forma mais criativa e engajada. Os dados relacionados com as características pessoais dos sujeitos da pesquisa foram 9 enfermeiros, sendo 5 da ESF e 4 da UBS. A idade dos participantes variou de 25 a 64 anos, tempo de formado de 2 anos e meio a 37 anos, tempo em saúde coletiva de 2 anos e meio a 26 anos,destes 8 eram mulheres e 1 homem. Foram entrevistados 9 enfermeiros dos quais rebeberam siglas de (E1, E2, E3) e assim por diante, em que foi realizada a seguinte da pergunta: qual a sua percepção ao atender um dependente químico? Justifique. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, e da assinatura dos participantes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Obtivemos as seguintes categorias: necessidade de educação continuada, medo e desespero, tristeza, família, serviço público (formação de rede, falta de estrutura na UBS, necessidade de equipe multiprofissional, referencia x contra referencia, serviço de saúde mental, problema de saúde pública), frustração pela recaída, doença x sem vergonha, uso de medicação controlada, dificuldade em lidar com o dependente, se machucam,procuram a unidade por motivos secundários, internação por vontade própria, falta de expectativa de vida, desconhecimento do papel do enfermeiro, tratamento, medo do tráfico. Concluímos com a elaboração desse trabalho que os enfermeiros e toda a equipe multiprofissional não estão preparados para lidar com o dependente químico necessitando de um preparo especifico e capacitação de toda a equipe e que as ESF e as UBS deixam a desejar na questão de saúde pública e falta de estrutura física. No que se refere ao atendimento a usuários de substâncias psicoativas fica claro, pela análise de conteúdo de Bardin das falas dos participantes, que esses são atendidos de forma insatisfatória pelos enfermeiros, e as condutas profissionais

70 parecem ser guiadas por preconceitos e julgamentos morais. 69

71 70 6 CONSIDERACOES FINAIS Como vimos, no decorrer desde trabalho, o tema dependência química, envolve muitos fatores como a família o dependente e principalmente saúde, em todos níveis.esperamos que este tema seja discutido em todas as áreas como saúde, educação e segurança. Sugerimos novos trabalhos nesta área devido à escassez de bibliografia existente, e que estratégias sejam criadas pelos profissionais de saúde especificamente a enfermagem em todos os níveis de atenção a saúde, para que se acolha não somente o depentende químico como também sua família. Cabe destacar a necessidade de estudos mais aprofundados nessa temática e investimentos públicos nas ESF e nas UBS para que se possa melhorar a qualidade da assistência nessa área. É preciso saber identificar os comprometimentos físicos e/ou psicológicos causados pelo uso de drogas, como também saber identificar o comprometimento clinicamente significativo do comportamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo, quando o dependente está sob privação da substância. Somente com esses conhecimentos é que se poderá definir o modelo de atendimento mais adequado para o cliente. Portanto, a importância da intervenção da enfermagem, enquanto estratégia baseada na recuperação e estabilização do dependente é de suma relevância, uma vez que esse profissional tem mais oportunidades de acesso ao dependente, principalmente em momentos de maior fragilidade, isto é, quando ele procura ajuda por estar se sentindo mal e precisa ser acolhido e tratado adequadamente. Entre os diversos setores da saúde, inclui-se a instalação do CAPS- AD, que é um centro especializado para tratar os dependentes químicos. Assim como nos demais setores, esse, principalmente, necessita que a equipe de enfermagem e os demais profisssionais de saúde envolvidos estejam mais que qualificado. Muito tem que ser melhorado no que concerne ao atendimento do dependente químico. Essa melhoria engloba uma série de questões que vai desde recursos humanos, a mudanças de conceitos e de comportamento no tocante ao julgamento de um dependente químico. Essas melhorias devem ser incorporadas gradativamente à ESF, principalmente, por intermédio do enfermeiro responsável.

72 71 O atendimento ao dependente não se resume à desintoxicação, devendo ocorrer revisões regulares para acompanhar a evolução do paciente. Diante dessa situação, percebe-se que a hospitalização não deve ser considerada a primeira escolha em caso de dependência química, oportunizando os equipamentos da ESF. Algumas possibilidades como: atendimento individual e terapia familiar são possíveis de serem executados numa ESF com equipe multiprofissional, servindo como serviço de apoio ao paciente e aos familiares daqueles que foram direcionados aos tratamentos alternativos como CAPS-AD. O enfermeiro é o articulador principal de todo esse contexto, uma vez que será ele, o responsável por direcionar todo o fluxo de atendimento, bem como supervisionar e avaliar os resultados. A dependência química é um assunto que vem sendo discutido desde os primórdios da humanidade, sendo este nocivo tanto pra sociedade quanto para o individuo. Cabe aos profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros das ESF e das UBS estarem cada vez mais preparados para saber lidar com esse paciente que vem crescendo cada vez mais e que pode estar presente em qualquer lugar. Como vimos os profissionais enfermeiros não estão adequadamente preparados, seguidos de preconceitos, pré- julgamentos morais, não sabem o que fazer e nem como lidar com o dependente químico. Diante de uma situação prefere se livrar do problema ao invés de tomar as devidas providencias. Além disso, cabe ao serviço público melhorar toda a estrutura física das UBS e ESF para melhor atendimento e acolhimento do dependente químico, qualificando o acompanhamento desse paciente num CAPS,inclusive no que se refere a referencia e contra referencia do dependente, consequentemente ele terá um tratamento de boa qualidade para que seja reinserido na sociedade.

73 72 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução - RDC n. 101 de 30 de maio de 2001, Brasília, DF, Disponível em:< 101_02_ms anvi sa.pdf>.acesso em: 18 mar ALBERT EINSTEIN. NEUROCIÊNCIA de consumo e dependência a substâncias psicoativas: resumo. Genebra: WHO, Disponível em: < publications/en/neuroscience_ P. pdf>. Acesso em: 5 mar ÁLCOOL e drogas: tratamento para indivíduos com abuso ou dependência de cocaína e crack. [S.l.], Disponível em: < drogas/cocaína-crack/tratamento-individuos-abuso-dependencia-cocaina-crack.htm>. Acesso em: 30 ago ALMEIDA, D. T. de. Oficinas de laborterapia no sistema prisional: reedição de estratégias manicomiais de disciplina e controle no campo social. Docstoc, [S.l.], p Disponível em: < Laborterapia-No-Sistema-Prisional>. Acesso em: 12 mar ASSAD, F. M. Análise do uso de medicamentos controlados pelos usuários dos grupos de saúde mental atendidos pelo SUS no município de Nova Candelária- RS f. Monografia (Especialização em Gestão em Saúde)-Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Disponível em: < 1>. Acesso em: 27 jul BARBOSA, S. P; SOUZA, M. C. B. M. Atendimento aos usuários de substâncias psicoativos em pronto atendimento: perspectivados profissionais de saúde. SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drogas, São Paulo, v. 9, n. 2, p , maio/jun BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, BARROS, D. D. GUIRARD, M. I. G. LOPES, R. E. L Terapia ocupacional social. Revista Terapia Ocupacional, São Paulo, v. 13, n. 3, p , set./dez BRASIL. Ministério da Saúde. A política do Ministério da Saúde para a atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília, DF, Disponível em: < Acesso em: 7 mar BREVIDELLI, M. M.; DOMENICO, E. B. L. Trabalho de conclusão de curso: guia prático para docentes e alunos da área da saúde. São Paulo: Iátria, CARVALHO, E.C; TRISTÃO. F. K. A percepção de pessoas em uma casa de recuperação para dependentes químicos sobre o projeto de tratamento em

74 73 uma cidade sul mineira f. Monografia (Graduação em Enfermagem)- Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTRÓPICAS (CEBRID). Drogas, São Paulo, Livreto informativo sobre drogas psicotrópicas. 5. ed. Brasília, DF, CENTRO JUVENIL SALESIANO. Tipos de família. Belo Horizonte, Disponível em: < pdf>. Acesso em: 21 mar CORDEIRO, D.C. Emergências psiquiátricas. São Paulo: Rocha, COSTA, E. M. A.; CARBONE, M. H. Saúde da família: uma abordagem interdisciplinar. Rio de Janeiro: Rubio, CRUZ, S. M.; GONCALVES, D. P. de. O. A relevância das ações de enfermagem no tratamento da dependência química. Revista Meio Ambiente e Saúde, Manhuaçu v. 2, n. 1, p , Disponível em: < br/revista/2007/pdfs/rmas%202(1)% pdf>. Acesso em 27 de ago CURITIBA. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Saúde. Protocolo Integrado de Saúde Mental em Curitiba, Curitiba, DIETER, V. S. A política penal de drogas proibidas nos EUA e Brasil uma breve introdução histórica. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p , Disponível em: < article/view/1535>. Acesso em: 21 mar DYNIEWICZ, A. M. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. 2. ed. São Caetano do Sul: Difusão, ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ (EEWB). Manual de normalização de trabalhos acadêmicos. Itajubá, 2013 Disponível em: < =por>. Acesso em: 25 mar ELSEN, I. Cuidado familial: uma proposta inicial de sistematização conceitual. In:. O viver em família e sua interfase com a saúde e a doença. 4. ed. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, p FIGUEIREDO, N. M. A. Ensinando a cuidar em saúde pública. São Caetano do Sul: Yendis, FREGUGLIA, J.; FONSECA, M. Marina Fonseca. Drogas e o sistema nervoso. [S.l.], Disponível em: < _objetos_crv/ Drogas_e_sistema_nervoso.pdf>. Acesso em: 10 mar

75 74 GONÇALVES, S. S. P. M, TAVARES, C. M. M. Atuação do enfermeiro na atenção ao usuário de drogas. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 11, n. 4, p , dez Disponível em: < ean/v11n4/v11n4a05.pdf>. Acesso em: 15 jul ITAJUBÁ. Prefeitura Municipal. Dados geográficos, infraestrutura, saúde, Disponível em: < Acesso em: 30 maio LAKATOS, E. M.; MARCONI; M. A. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, LIMA, V; MORENO, F. Confinamento: uma fabrica de "loucos". DiárioWeb, São José do Rio Preto, Disponível em: < novoportal/divirtase/comportamento/5563,,confinamento+uma+fabrica+de+loucos.a spx>. Acesso em: 18 mar LUIS, M. A. V.; PILLON, S. C. Modelos explicativos para o uso de álcool e drogas e a prática da enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 12, n. 4, p , jul./ago MAGALHÃES, D. E. F.; SILVA, M. R da S. Cuidados requeridos por usuários de crack internados em uma instituição hospitalar. Revista Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte, v. 14, n. 3, p , jul./set MAGALHÃES, N. R. G. Aspectos cognitivos e comportamentais do alcoolismo. Ipatinga: Faculdade Pitágoras, Disponível em: < com/psicologiaauto-ajuda-artigos/aspectos-cognitivos-e-comportamentais-do-alcoo lismo html>. Acesso em: 17 out MARCOLAN, J. F.; URASAKI, M. B. M. Orientações básicas para os enfermeiros na ministração de psicofármacos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 32, n. 3, p , out MATOSA, M. T. S.; PINTO, F. J. M.; JORGE, M. S. B. Grupo de orientação familiar em dependência química: uma avaliação sob a percepção dos familiares participantes. Revista Baiana de Saúde Pública, Bahia, v. 32, n. 1, p , jan./abr MARIANO, A. B. P. As mudanças no modelo familiar tradicional e o afeto como pilar de sustentação destas novas entidades familiares. Trabalhos Feitos, [S.l.], Disponível em: < Acesso em: 10 mar MILLER, N. S.; FLAHERTY, J. A. Effectiveness of coerced addiction treatment (alternative consequences): a review of the clinical research. Journal of substance abuse treatment, New York, v. 18, n. 1, p. 9-16, jan Disponível em: < Acesso em: 10 ago MONTEIRO, I. Antropologia: uma nova concepção. Petrópolis: Vozes, 2007.

76 75 MUNIZ, J. A.; REICHEL, G. G.; NEVES, E. B. Atendimento ao dependente químico na estratégia saúde da família. Revista Uniandrade, Andrade, v. 11, n. 2, p , jul./dez Disponível em: <file:///c:/users/tabata/desktop/ pb.pdf>. Acesso em: 20 jul OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS (OBID). Histórico e definição de Drogas, Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em: 7 mar Tipos de drogas, Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em: 7 mar Padrões de uso, Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em: 7 mar Reinserção social, Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em:7 mar OBSERVATÓRIO MINEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS (OMID). Padrões de uso, Belo Horizonte, Disponível em: Acesso em: 7 mar PRATA, E. M. M.; SANTOS, M. A. dos. O processo de saúde-doença e a dependência química: interfases e evolução. Psicologia: teoria e pesquisa, Brasília, DF, 2009, v. 12, n. 4, p , PINTO, J. B. M. Trabalho e criminalidade. In: GOULART, I. B. (Org.). Temas em psicologia e administração. São Paulo: Casa do Psicólogo, v. 1, p POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 7. ed. Porto Alegre: Artemed, POSSA, T.; DURMAN, S. Processo de ressocializacao de usuários de substâncias lícitas e ilícitas. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, Ribeirão Preto, v. 3, n. 2, p. 1-14, ago Disponível em: < smad/article/view/38659> Acesso em: 30 jul RAMOS, L. H. O ensino sobre dependência química em cursos de graduação em enfermagem no Brasil. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 14, n. 3, p , set./dez ROMANINE, M.; DIAS, A. C. G; PEREIRA, A. S. Grupo de prevenção de recaídas como dispositivo para o tratamento da dependência química. Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 11, n. 1, p , Disponível em: < Acesso em: 28 jul ROSA, M. S. G.; TAVARES, C. M. M. A temática do álcool e outras drogas na produção científica de enfermagem. Escola Ana Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p , Disponível em:< br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=s >. Acesso em: 12 mar

77 76 RONSAMI, T. M.; NOTO, A. R; SILVEIRA, P. da S. Reduzindo o estigma entre usuários de drogas: guia para profissionais e gestores. Juiz de Fora: UFJF, ROSENSTOCK, K. I. V.; NEVES, M. J. das. Papel do enfermeiro da atenção básica de saúde na abordagem ao dependente de drogas em João Pessoa, PB, Brasil. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, DF, v. 63, n. 4, p , jul./ago SAMPIERI, R. H.; CALLADO, C. F.; BAPTISTA LUCIO, M. D. P. Metodologia da Pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Penso, SPRICIGO, J. S, ALENCASTRE, M. B. O enfermeiro de uma unidade básica de saúde e o usuário de drogas - um estudo em Biguaçu- SC. Revista Latino- Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 12, n. esp., p , mar./abr Disponível em:< 19.pdf>. Acesso em: 13 mar TOWNSEND, M. C. Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, ZEFERINO, M. T. et al. Enfermeiros e uso abusivo de drogas: comprometendo o cuidado de si e do outro. Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p , out./dez

78 77 APÊNDICE A - Caracterização dos participantes Idade Sexo Tempo de formado Tempo de atuação em Saúde coletiva

79 78 APÊNDICE B Roteiro de entrevista semiestruturada 1) Qual a sua percepção ao atender um dependente químico? Justifique

80 79 APÊNDICE C Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Eu, Tábata Ferrari Rezende, graduando do 9 período da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz e professor(a) Débora Vitória Alexandrina Lisboa Villela, respectivamente, do Curso de Graduação, da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, de Itajubá - Minas Gerais, estamos desenvolvendo uma pesquisa intitulada A PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE ATUAM NA REDE BÁSICA AO ATENDER UM DEPENDENTE QUIMICO. Pretendemos, com a realização deste trabalho, identificar a percepção dos enfermeiros que atuam nas UBS urbanas e nas ESF da área urbana da cidade de Itajubá ao atender um dependente químico. Os resultados desta pesquisa certamente serão de grande valia. A relevância social é que a dependência química é um problema, sendo este tão nocivo a sociedade quanto ao indivíduo, e o papel do enfermeiro não está ligado somente ao tratamento de usuários e sua respectiva doença, mas também possui um caráter de educação preventiva, informação e reintrodução social. E poderemos ajudar profissionais a criar estratégias para tratar pessoas com dependência química melhorando assim à assistência ao mesmo. Como relevância cientifica, ressaltamos a importância do conhecimento dos profissionais de enfermagem a respeito dessa temática visando remodelações na sistematização do cuidado prestado, para que consigam abranger pessoas com dependência química, pois se encontram poucos artigos deste tema relacionados á enfermagem. Como relevância profissional, o estudo tem por objetivo mostrar que o enfermeiro, através do levantamento das questões relativas ao uso abusivo de drogas e da importância da participação da família, definirá estratégias para o tratamento, reabilitação e reinserção social dos pacientes. Para realizarmos este estudo, precisamos que você concorde em participar desta entrevista semi estruturada, respondendo a seguinte pergunta: Qual a sua percepção ao atender do dependente químico? Justifique. Ressaltamos que esta pesquisa foi autorizada pelo Gestor Municipal de Saúde, e aprovada pelo Comitê de Ética em Enfermagem da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz. Gostaríamos de deixar claro que as informações obtidas serão mantidas em sigilo e que você não será identificado (a) pelo nome e de nenhuma outra maneira. Todas

81 80 as suas informações ficarão sob nossa responsabilidade e trabalharemos reunindo os dados de todos que participarão do estudo. É importante lembrar que a sua participação é estritamente voluntária e a qualquer momento da pesquisa, você terá liberdade de desistir, se assim o desejar. Você concorda em participar deste estudo? Este Termo de Consentimento Pós-informação e Esclarecimento é um documento que comprova a sua permissão. Precisamos de sua assinatura para oficializar o seu consentimento. Para possíveis informações ou esclarecimentos a respeito da pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da EEWB, a Rua Cesário Alvim 566, Centro, Itajubá, , pelo telefone (35) , ramal 323, nos horários das 7 às 11h e das 13 às 16h, de segunda a sexta-feira, ou com a (s) pesquisadora (as), a saber: Débora Vitória Alexandrina Lisboa Vilella, residente na Rua Bráulio Carneiro, n 51, nesta cidade, telefone , juliovilella@ig.com.br; Tábata Ferrari Rezende, residente na Rua JK, n 245, Bairro BPS, nesta cidade, telefone , tabatafrezende@hotmail.com. Agradecemos desde já a sua valiosa colaboração e nos colocamos a sua disposição para outros esclarecimentos necessários. Por me achar plenamente esclarecido (a) e em perfeito acordo com este termo de consentimento, eu, para oficializar minha participação como participante desta pesquisa, assino o presente documento. NOME COMPLETO DO (A) PARTICIPANTE:... ASSINATURA DO (A) PARTICIPANTE:... ASSINATURA DO (A) PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL:... DATA:.../.../...

82 APÊNDICE D Autorização para coleta de dados 81

83 82 APENDICE E - Transcrições das entrevistas SUJEITOS FALA CATEGORIA E1 E2 Acho que ainda é um trabalho pouco desenvolvido junto aos profissionais de saúde. Para atendermos de maneira mais eficiente precisaria passar por um tratamento, educação continuada para uma atuação mais condizente, sistematização da assistência preventiva, reinserção social e tratamento. Muito difícil, muito difícil, porque a gente pega dependente com tudo né tipo de droga que ele usa, muitas vezes os efeitos dela ate isso pra nos e difícil detectar na hora entendeu? Os sintomas...entrou um agora que estava assim, você vê que ele estava assim, completamente "dopado", só que não e da minha área, mandei para a ESF que é da área e lá tem médico né, eu to sem médico aqui, mas e muito difícil você atender eles na agressividade sabe? você tem que encaminhar, você não tem para onde encaminhar, agora que esta estruturando o nosso trabalho lá, não sei se você sabe, esta estruturando ali perto da praça, ali tem uma casa, que graças a deus parece que esta começando o que a gente sempre quis né, mas a gente ficou meio assim até o momento a gente ainda fica...numa urgência, o bombeiro não quer levar entendeu? quebra um aparelho entendeu?, "não vou por dentro da ambulância" a policia não leva porque não é assassino, é paciente, ele não pode carregar dentro da viatura e nós no momento 1-necessidade de educação continuada 2-tratamento 1-necessidade de educação continuada 2- medo,desespero e tristeza 3- família 4 -serviço publico 5-frustração pela recaída 6- Dificuldade em lidar com o paciente 7-desconhecimento do papel do enfermeiro 8- tratamento

84 83 ainda estamos assim sabe...e as meninas morrem de medo, os funcionários não sabem lidar com a situação, se juntam todos, uma querendo se apoiar uma na outra para atender um paciente, a gente não tem a estrutura, a gente fica dentro de um posto desse de bairro que entra tudo, entra desde o alcoólatra que bebe só o álcool né...bebida...até os drogaditos mesmo entendeu? e elas não sabem lidar com a situação, muitas vezes para o serviço por horas pra poder pedir ajuda entendeu? Então é uma percepção que a gente tem que eles não tão tendo mesmo aquilo que estão precisando e a gente como profissional não tem como resolver entendeu? Como abordar a situação na hora ali, a gente apela pra quem pode dar suporte, muitas vezes, não vem o bombeiro, vem a policia, mais ai quer um carro da família, uma pessoa que possa levar e a policia da... vai na frente pra dar apoio e é assim, não tem, diz que é pra internar no hospital, eu não sei como que chega lá, como que é feito..na porta do pronto socorro né... Porque com certeza deve dar injeção, algum tratamento e mandar de volta pra casa. Um acompanhamento é difícil entendeu?, a gente não sabe lidar nem com a família, a família chora, é muito difícil eu falo por nós que está sendo, eu acho tão bonito quem sabe lidar com essa situação sabe? que chega e sabe abordar sabe... Porque nós não sabemos não. Você pode

85 84 conversar com as meninas pra você vê...eles chamam a gente que é enfermeira, nem as meninas não resolve. Um entrou aqui deitou, abriu todas as minhas gavetas e eu fui deixando ele fazer, eu não sabia que que eu fazia com ele entendeu? ele foi abrindo...abrindo a minha gaveta, e completamente... usa crack sabe? drogadito usuário de crack ai começou a andar, ai eu falei que que eu faço? não posso deixar ele carregar nada, mais ai ele só foi mexendo sabe? Ai com muito custo resolvi dar um... tive uma luz de falar pra ele que... se você não está com fome? eu levei pro lado né...dele..porque eu vou dar um dinheirinho pra você comprar um lanche ali, vai ali comprar um lanchinho porque eu não tenho nada pra dar pra você comer, sair daqui de dentro, porque ele não saia, pegava o aparelho de pressão e ficava rodando pra na mão..risos, quase morri, duas horas de serviço parado,ai tive a ideia de dar o dinheiro e ele quis, porque que ele quis, porque eles gostam de dinheiro pra comprar mais droga, mais foi o único jeito de eu falar pra ele comprar um paozinho ali que ele gosta, vai comprar alguma coisa pra você comer, mais não fica aqui porque eu tenho que trabalhar... ai ele saiu. Então a gente não tem como lidar com isso, tem que ter um preparo para saber lidar com a gente, tem que ter referencia, gente que nos apoie na hora que eu falar que estou com um caso assim aqui. Esse tratamento

86 85 precisa ser continuado pra ele não entrar, precisa internar ele entende? O uso do álcool ainda vai um pouco, o povo ainda consegue... que é o alcoolista né... mais o uso de drogas ta difícil não tem pra onde ir... não tem pra onde ir... e a gente não sabe o que fazer com eles. No surto deles eu não sei... se a gente põe na frente sabe eu tento tirar pra não acontecer as coisas com os outros pacientes, com crianças aqui dentro. Poe ele na frente, pergunta que que você quer? A quero ver minha pressão e esta com o olho deste tamanho, to passando mal por causa do olho. Então a gente tem umas saídas que não sei se é a saída certa, entendeu. É a maneira de resolver o problema. Ate a menina nossa lá a Magda tem que ajudar nos nessa parte porque a gente hoje aborda a família e não tem uma família que não tenha um caso, difícil.agora lá com o centro que eles fizeram né... lá o CAPS eu acredito que vai começar a engrenar, vai começar a dar suporte, pra gente a menina já ofereceu pra caso ligar lá, encaminhar, se é caso de internação, pra ver se é caso que pode tratar né, mais eu acredito que a pesquisa ajude a melhorar, começou o procedimento esse ano. Espero que a pesquisa ajuda a melhorar, que essa pesquisa possa levar para uma reunião dessas que eles também estão com muita vontade de resolver o problema, a assistente social, o psicólogo, psiquiatra, médico a

87 86 E3 equipe né... eles estão com vontade de ter um jeito, então que a pesquisa sirva para abrir aqui e mostrar né... as dificuldades que eles já sabem e que a gente sempre vem conversando né... mais mostrar que o negocio é real mesmo.... Bom, a minha percepção ao atender o dependente químico, é..., bom a minha percepção, vou dar duas percepções a minha percepção como pessoa ta.. e a minha percepção como enfermeiro porque esta como a minha percepção então vou dar as duas como pessoa e como enfermeiro e praticamente elas são parecidas mas tem coisas diferentes. A minha percepção como pessoa é aquela primeira do... assim você vi r a pessoa, o dependente químico e vir todo aquele conteúdo é... estigmático que estas pessoas carregam né.. que a gente aprende durante toda a vida nossa de ver o dependente químico e pesar nossa um dependente químico,meu deus! e a gente olha e fala chegou e agora que que eu vou fazer? Com isso né? Primeira percepção da pessoa né... o que que eu vou fazer com ele, é dependente químico, drogado, será que já tentou ou não tentou? É senvergonhice né...? não trabalha? Como que é? Não? Então esta e a primeira coisa que vem na cabeça é isso... Agora a minha percepção como enfermeiro ai depois dessa percepção primeira visão que a gente tem, que a gente vem então carrega dentro da gente. Nossa 1 família 2 servico publico 3 frustração pela recaída 4 doença x sem vergonha 5 uso de medicação controlada 6 dificuldade em lidar com o paciente 7 procura por motivos secundários 8 desconhecimento do papel do enfermeiro

88 87 um dependente químico chegou que que eu vou fazer? vou ajudar né... então assim é... dependente químico normalmente quando assim... os dependentes químicos que eu já tive contato em unidade de saúde eles chegaram em processo de abstinência né que normalmente eles procuram a gente quando estão em abstinência uma coisa 90 sei lá grande parte das vezes, então chega com queixas poliqueixoso... e por ai vai e a gente começa, chama pra conversar e ai começa mesmo não sabendo que é um dependente químico na maioria das vezes da pra você perceber pelas queixas ai você vai fazer sinais vitais e muitas vezes, os sinais vitais estão normais e a pessoa com aquele tanto de queixas em cima de você né...e você ainda pergunta..você usa algum tipo de substancia? Droga? Não, não uso não senhor mais você não usa mesmo? nenhum tipo de remédio? Você esta vendo que a clinica não esta condizendo o que aquilo que a pessoa esta dizendo pra você, mais ai você ainda tenta ajudar a pessoa né... a pessoa procurou a unidade e você como profissional de saúde você deve... ai você vai conversar com essa pessoa ver o que que esta pessoa esta passando e na maioria das vezes ela não vai contar pra você que ela esta passando, você percebe que tem alguma coisa diferente ou alguém né da comunidade conta pra você, algum familiar ou algum outro funcionário da unidade conta

89 88 pra você que aquela pessoa é um dependente químico...a principio esta e a percepção de querer ajudar e conversar com esta pessoa você conversa né... tenta modificar um pouco ali a pessoa, tenta fornecer os meios que a gente tem..por exemplo vamos passar por uma consulta medica né... pra ver o que esta acontecendo..tentando pegar pelas arestas e tentar pegar, tirar esta pessoa da dependência de alguma forma o que muitas vezes, na maioria das vezes não acontece ele não que marcar um medico acha é...ainda acha ruim com a gente né...que esta falando pra ele que não tem nada... ele sabe muito bem o que ele tem porem agente sabe também, a gente verifica que, alguma coisa não esta normal, normalmente o uso de alguma droga ilícita ou as vezes mesmo de algum medicamento né...controlado, é um dependente químico de medicamento controlado, as vezes passou em alguma consulta ou alguma outra unidade não conseguiu e era procurando em outra unidade né..então tanto faz um ou outro tipo porem, ou o álcool que seja, as vezes a pessoa chega pra ser atendido com aquele cheiro de bebida também, as vezes querendo as coisas que não estão, são daquela forma que funciona mais eles exigem atendimento e por ai vai... mas a gente tenta fornecer essa ajuda passar o atendimento médico, se a gente conhece a família agente tem confiança em alguém da família a gente

90 89 procura essa família ne... é procura no caso um programa de assistência social pra dar um auxilio pra gente né... no caso um CRES né..a gente vai atrás vê que que pode ser feito nesse apoio e trabalhar junto com a equipe da assistente social e ver que que a gente consegue fazer com essa pessoa, se essa pessoa aceita ser internado..porque muitas vezes a gente falando não.. a gente tem que envolver a família porque o dependente químico ele não e um dependente químico em si ele esta inserida na família e muitas vezes a família tem um grande peso pra ajudar nas decisões dele, então faz-se isso né... e no caso a experiência que eu tive foi de tentar ir atrás dessa família só que a família era muito desestruturada né... e ai que que foi feito? Foi exatamente o que eu fiz passei pra assistente social porem eu não tive resposta disso né não sei que que foi feito se chegou o documento e foi visto, foi deixado de lado que que foi feito isso eu não sei responder pra você porque é em outra unidade de saúde aqui do município que eu estava inclusive acompanhando alguns alunos em estagio e a gente tentou ajudar essa pessoa durante..foi ate interessante pros alunos a gente tentou mas eu não vi a resolutividade disso né... e não sei realmente se teve. Então a minha percepção é ao atender esse dependente químico seria essa minha percepção como pessoa né... igual eu falei

91 90 Q E4 igual a maioria das pessoas tem... pensa... esse modelo né esse tipo desenhado pela sociedade do que é o dependente químico independente do tipo que seja e a minha percepção profissional de enfermeiro entoa tem que pegar e fazer esse auxilio e tentar ao máximo envolver essa família e os órgãos ai de apoio competentes existentes ai dentro da parte de seguridade social da pessoa, porque ela esta em risco né... então esta dentro da assistência social ligada ai a saúde então seria isso..essa percepção que a gente tem que ter e tem que fazer e que na maioria das vezes os enfermeiros não fazem né... ou profissionais que sejam técnicos não buscam não porque não sabe... saber, sabe, mais é por preguiça na maioria das vezes... fala a não vai adiantar a questão é não tentou ou tentar quantas vezes forem necessárias para resolver o problema então, seria a minha percepção ao prestar essa assistência e ao atender o dependente químico. Como enfermeira da estratégia saúde da família, tenho grande dificuldade na abordagem e tratamento, principalmente dos drogaditos, estes na maioria das vezes já saíram do convívio familiar e preferem permanecer no convívio, já os que estão com a família e estas se empenham em tratar o vicio do seu ente querido, procuram nossa unidade e os profissionais para uma intervenção realmente eficiente e com resultados. Hoje temos a saúde mental que nos da apoio no acompanhamento medico e psicológico e é de lá que serão realizadas as intervenções caso seja necessário. Sabemos 1-necessidade de educação continuada 2 família 3 serviço publico 4 dificuldade em lidar com o paciente 5 tratamento

92 91 E5 que o numero de viciados, ou dependentes químicos é muito alarmante e nós sentimos importantes diante desta realidade, como equipe, profissionais e sociedade. Gostaríamos de ver mais campanhas de educação, saúde nas televisões, nos jornais mostrando o antes e depois de uma pessoa com dependência e ver nossos governantes mais preocupados com estes e com a prevenção, que seria um trabalho com as crianças, com os jovens e de grande valia para todos nós. Bom que que eu percebo?..o dependente químico muitas vezes ele é muitas vezes ele vem porque alguém da família quer que ele venha né...então eles perguntam pra gente qual é o caminho que eles tem que seguir porque eles querem, é difícil um dependente químico venha por conta própria, mais a maioria das vezes que eu vejo é...tem que ter alguém influenciando para que ele perceba que ele é um dependente e que ele precisa desse tratamento, quando eles chegam aqui pra gente, a gente não tem uma estrutura montada pra atender especificamente o dependente químico.agora que foi montado lá a saúde mental, lá perto da rua nova que é uma referencia que a gente tem então, nós aqui na UBS nos orientamos que essa pessoa procure lá o centro de saúde mental. O que que eu percebo, que falta uma estrutura adequada nas UBS, nos temos o serviço de referencia, mais eu gostaria né... que isso fosse ate uma sugestão que a gente fosse também capacitado para atender esse pessoal na UBS né... e que tivesse psicólogo, tivesse uma equipe montada, não sei nem se isso é viável ne, financeiramente, não sei também como que funciona isso, mais que as pessoas saíssem satisfeitas, não só com uma orientação do enfermeiro aqui da UBS para um centro de atendimento.e outra coisa 1-necessidade de educação continuada 2- família 3 serviço publico 4 tratamento

93 92 que eu percebo também é o trabalho que é feito pelo menos era né... nao sei como que funciona a saúde mental hoje é só de internação, resposta que se tem daquele dependente químico é a internação, então é... como que é feito esse tratamento? não tem um tratamento continuo e um acompanhamento de enfermagem? um acompanhamento do psicólogo? é só a internação que seria o propósito do dependente químico? então eu acho que falta é uma estrutura melhor para atender o dependente químico na nossa unidade então..por parte de estrutura física mesmo, como capacitação do pessoal nas UBS.Agora lá no centro de saúde mental é uma outra realidade né... se você quiser ir lá e se interar é um serviço muito bom só que ele é centralizado. Isso é um trabalho já, um grande avanço no atendimento a esse paciente, mais na UBS eu percebo que ainda falta alguns passos pra gente atender esse paciente da melhor forma possível. Eu sinto que eles sentem falta de um tratamento mais especifico que nós também no momento não podemos oferecer esse tratamento especifico pra ele aqui na UBS, não sei se são questões financeiras, são questões burocráticas, administrativas, eu não sei se é viável ate ter uma estrutura dessa em cada UBS mais é...são muitos os dependentes químicos é...e quando eles procuram a gente. Então que tenha uma equipe, uma capacitação, um atendimento mais fácil pra eles por que só deles procurarem o atendimento já é um grande passo porque não e fácil né... geralmente vem a família, a família quer interceder por ordem judicial, porque não aguenta mais, não sabe, fazer um trabalho com a família também, a família não sabe lidar com o paciente dependente químico. Eles acham que realmente é... eu vou me livrar desse problema, entoa esse problema vai pra instituição, vamos internar né, então

94 93 E6 eu acho que isso falta, não sei se esse trabalho com a família é feito lá no centro de saúde mental, é... deveria ne... eu acho ate que é feito não posso que falar porque eu não conheço lá como que e feito o trabalho lá, mas o que eu percebo é isso falta realmente, uma capacitação no atendimento desse paciente, falta trabalho com a família desse paciente e falta uma estrutura na UBS pra gente atender esse paciente que no momento nós conversamos com ele e encaminhamos pro centro de saúde mental, e a gente fica sem saber o acompanhamento desse paciente será que ele foi procurar o centro de saúde mental? será que ele foi encaminhado pra algum tratamento? ou será que ele foi internado né... essa referencia e contra-referência falta também, então eu acho que o nosso atendimento é de atenção básica no momento na UBS ao paciente dependente químico ainda é falho, nos temos essa orientação pra dar pra ele,mais eu acredito que a gente poderia melhorar o atendimento. Eles conversam baixo né... eles não gostam que todo mundo fique ouvindo porque eles sofrem certo preconceito, então eu acho que falta uma certa capacitação de nos enfermeiros pra estar trabalhando com esse tipo de dependente né... que é o paciente nosso e falta também uma estrutura pra receber esse pessoal.... A gente tem que acompanhar eles de perto então eu estou com um aqui que eu to até... hoje eu vou encaminhar ele pro CAPS né... porque eu já ate entrei em contato já vi como que é o trabalho, lá eles tem um trabalho de... porque ele vai precisar de um acompanhamento com psiquiatria junto... a primeira percepção que eu tenho é que é difícil de atender o dependente químico primeiro porque ele não busca o serviço ne..ele não vem em busca de... a nao ser que ele esteja doente com algum processo de 1 medo, desespero e tristeza 2 família 3 serviço publico 4 frustração pela recaída 5 doença x sem vergonha 6 uso de medicação

95 94 doença é... nos temos um caso aqui na unidade de um dependente químico que tem problema de saúde mental, ele faz auto flagelo, ele se corta todinho... ta e ele não nos procura por conta da questão da química nem da saúde mental, ele nos procura porque ele tem que tomar um medicamento aqui na unidade, a medicação ela é feita sob controle nosso, então isso fica muito complicado porque como ele não nos procura, a gente sabe que ele existe a família muitas vezes esconde o processo né da doença que eu acho que é uma doença a dependência química e esconde ou tem medo e o profissional de saúde também tem medo, ele tem medo porque ele vai mexer com a área onde ele não esta mexendo só com o doente, ele mexe com o aspecto do próprio trafico e é um negócio assim, muito forte, então quando esse paciente nos procura, normalmente a gente tenta encaminhá-lo para algum serviço de saúde mental primeiro pra ajudar na questão é... na medicação, pra ajudar esse paciente a não ter ansiedade para o uso, não fazer uso, ou então a gente orienta a família a respeito da internação quando os casos são muito graves que a pessoa não quer se tratar, ou que já tentou varias vezes e houve reincidência, e a orientação da família para esse processo, agente não faz outras coisas não, porque a maioria das famílias que tem nos procurado elas já estão desistindo do paciente... desistindo dele devido o uso da droga né... esse paciente da TB eu fiz vinculo com o CAPS e a gente esta encaminhando ele então na quinta feira agora eu fui fazer um encaminhamento dele e ai como eu sabia que ele só ia hoje eu resolvi não entregar o encaminhamento porque eu sabia que no final de semana ele ia perder esse encaminhamento e eu não ia conseguir fazer com que ele fosse lá, porque precisa ao meu ver de um acompanhamento controlada 7 dificuldade em lidar com o paciente 8 procura por motivos secundários 9 se machucam 10 medo do trafico 11 tratamento

96 95 E7 E8 da enfermagem, tem que ser multiprofissional, do psicólogo, do psiquiatra e um tratamento da família para que haja uma resolutividade no processo sabe, alguma melhora ou, alguma ajuda mesmo, de outra forma eu não vejo esse trabalho não... sabe... essa e a minha percepção de... pouco acesso do usuário e de é... quando vem... vem porque está doente de outra coisa, não pelo uso da droga, machuca né... as vezes eles machucam e vem fazer curativo aqui... e a gente fica sabendo eles machucam muito por conta da noite, ficam resfriados porque passam a noite nas esquinas né... nessa época de inverno, então eles vem aqui só em busca dessas coisas, não por causa da droga não.... É de suma importância o enfermeiro trabalhar com a prevenção realizando orientações tanto na comunidade, quanto nas escolas, orientando sobre as conseqüências da dependência química, e quanto aos usuários trabalhar de forma multidisciplinar, multiprofissional e sendo assim, é importante a participação da família, o vinculo com o usuário é de extrema importância para traçar um plano de cuidados ao mesmo. O enfermeiro deverá suprir as necessidades dos usuários, realizando um trabalho de forma conjunta, a abordagem deverá ser de forma holística, respeitando seus espaços em beneficio de uma melhor qualidade no tratamento empregado aos mesmos. Agora aqui esta se formando um CAPS, então assim a experiência que eu tenho nem é daqui de Itajubá, foi de outra unidade a onde eu trabalhei, que a gente tinha uma atenção melhor, então assim quando chega um paciente dependente químico pra gente fica assim num desespero mesmo, porque assim você não tem contato com psiquiatra, as vezes eu consigo contato com o Dr. 1 família 2 serviço publico 3 tratamento 1 necessidade de educação continuada 2 família 3 medo, desespero,tristeza 4 serviço publico 5 frustração pela

97 96 Wilson aqui em cima, mas uma rede formada, a gente não tem, entoa quando chega um dependente que que a gente faz? a gente é...tem o pessoal da saúde mental que da suporte pra gente assim, o que a gente faz aqui é fornecer alguma medicação que ele precisa entendeu?, Mais assim, um grupo formado, um atendimento, protocolo... de atendimento para dependente químico a gente não tem, porque eu trabalhei no jardim das colinas aquele LARA SAIA é do lado, então a gente dava atendimento dentro la da clinica só que assim, por exemplo, faze de abstinência, essas coisas assim a gente não pegava, a gente ia lá mais pro tratamento clinico mesmo, pra olhar a situação que ele tava, alguma medicação que precisasse, algum exame, alguma coisa assim, agora voltado pro dependente químico, a gente não tem assim... no sistema assim... nada... os que chegam aqui pra gente assim..são poucos os que vem... quem vem geralmente é a família sabe... o fulano está manifestando vontade de ir, ai eles vem... geralmente é a família que vem, a gente liga pra saúde mental e se tem vaga pra poder fazer esse atendimento, ai eles passam com a gente aqui, a gente faz o acompanhamento deles e envia pra la... ai eles fazem toda a abordagem, devolve esse paciente pra gente, a gente faz aquela solicitação de exames que precisa pra poder ir lá pra internação e ai ele vai entendeu?... Agora assim atende-los aqui... quando volta é o pior, porque assim eles voltam, eles não estão nem com uma contra referencia pra você sabe... do que que você vai fazer... como você vai continuar atendendo, pra onde esse paciente vai.., então assim, o trabalho da gente fica mais voltado mais, aos agentes de saúde que são orientados pra poder estar fazendo busca quando manifesta a vontade a gente vai atrás e consegue essa hospitalização e só... eu acho assim que... a gente fica recaída 6 doença x sem vergonha 7 uso de medicação controlada 8 internação por vontade própria 9 falta de expectativa de vida 10 desempenho do papel do enfermeiro 11 medo do trafico 12 tratamento

98 97 desesperada porque igual aqui, eu estou aqui tem quatro meses então aqui a gente tem uma quantidade enorme de paciente que faz uso de drogas..e assim o que eu percebo não tem vontade nenhuma de parar, tem mães aqui que são usuárias de drogas tem uma ate que esta grávida de gêmeos 6 gestação já... ai meio que segundo ela e o marido ela parou, sabe uma gestação de risco... então o questionamento nosso pra eles assim é que agente precisa de muito embasamento muito muito mesmo pra poder ta dando um atendimento que essas pessoas precisam, eu até falo assim por exemplo de estar avaliando que estagio que ele ta? como que você atende uma gestante, por exemplo essas crianças que nascem, eu já cheguei no jardim das colinas a fazer pré natal dessas mulheres dentro dos prostíbulos, eu já cheguei a ficar... assim esperava elas terminarem de usar o crack naquelas latinhas, pra conseguir o básico do básico que era pelo menos fazer um atendimento assim sabe, emergencial daquele pré natal..o pré natal que elas tinham era só aquele que a gente ia fazer lá dentro porque nem sair de lá de dentro pra fazer o pré natal elas saiam..tinha casos de mulheres que ganhavam neném passava 3, 4 dias elas estavam na pista já fazendo programa pra conseguir mais dinheiro pra comprar droga, então são situações, que você fica sem saber realmente como que você faz, eu acho que aqui é um problema muito grande, esta aqui na nossa porta, e a gente não esta preparado pra atender esse paciente, tem que ter uma rede, uma facilidade maior de estar encaminhando esse paciente, esse negocio de passa aqui, manda pra lá, volta pra mim, as vezes eu perco muito esse paciente. O que ajuda bastante aqui no novo horizonte agente tem umas igrejas que... o pessoal que atende nessa igreja toma partido sabe? então assim eles que vem..que amarram aquele

99 98 E9 paciente, eles não deixam ele sair nem daqui a li, é pra vir aqui eles vem, a gente marca eles pegam em casa leva e você vê que eles não desgrudam dele nem um momento, só que assim, mesmo que vá pra internação quando volta, são poucos os que conseguem se manter sem a droga... Aqui já assim... cultura, e mais fácil de conseguir esta na porta né... e eles não tem uma expectativa de vida assim... volta pra cá pra não tem trabalho, vai trabalhar com reciclagem muitas vezes... e as vezes o foco esta nesses lugares mesmo então né acaba voltando... eu já tive casos assim de gestantes que veio conseguiu sair, terminou o período de amamentação e voltou de novo, é muito triste..e agente assim fica frustrado sabe? porque assim é um problema enorme, você vê o sofrimento da família, tem casos que assim já não tem mais nada lá dento que já vendeu tudo o que tinha sabe... e as vezes assim é traficante na porta e isso não tem o que fazer, você sabe que aquilo é uma doença, você sabe que a pessoa não esta porque ela quer, mais a gente não tem muito o que fazer, mais o que a gente tem de fixo é o que eu estou de passando, eles vem manifestam a vontade, eu ligo pra Fabiana que e a representante legal da saúde mental, ela já consegue o agendamento ate que rápido pra essa internação, mais é só por vontade do paciente, agora quando é a família ai vai pro juiz pra ele falar quem é capaz isso ate definir a internação, isso ai vai bastante tempo.tem casos também dos pacientes que vem pra pegar medicação controlada que são muitos os casos também. A minha percepção e que todos nós devemos nos mobilizar, para criar consciência que uma responsabilidade compartilhada para o sucesso dessa grande ação de cidadania. Esse problema é da saúde pública por isso todos nós devemos 1-necessidade de educação continuada 2 família 3 serviço publico

100 nos mobilizar, nos capacitar para enfrentarmos este problema de frente, onde dilacera muitos lares.por isso me capacitei nos cursos do canal minas saúde, para enfrentar e apoiar o paciente usuário e seus familiares no focante: estruturar e capacitar as portas de entrada para os usuários das UBS e ESF; buscar parcerias existentes na área de abrangência, para melhorar a qualidade de assistência na promoção da qualidade de vida; o objetivo maior é procurar os demais profissionais de saúde e assistentes sociais para trabalharem em rede e de forma integrada. 99

101 ANEXO A Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos 100

O Sistema Nervoso e as drogas

O Sistema Nervoso e as drogas O Sistema Nervoso e as drogas Agentes biológicos e químicos podem interferir no sistema nervoso provocando o aparecimento de doenças neurológicas. Os agentes químicos que afetam o sistema nervoso provocam

Leia mais

As anfetaminas são drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas

As anfetaminas são drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas Anfetaminas As anfetaminas são drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas mais acesas, ligadas, com menos sono, elétricas

Leia mais

Psicopatologia do Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas

Psicopatologia do Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas Universidade Federal do Rio de Janeiro Programa de Estudos e Assistência ao Uso Indevido de Drogas Psicopatologia do Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas Marcelo Santos Cruz, MD, PhD Qual a melhor forma

Leia mais

Proporcionam alívio que conduz à ansiedade até hipnose, anestesia, coma e morte.

Proporcionam alívio que conduz à ansiedade até hipnose, anestesia, coma e morte. Medicamentos capazes de diminuir a actividade do cérebro, principalmente quando ele está num estado de excitação acima do normal, causando deste modo sonolência ou até inconsciência. Analgésico - Sedativo

Leia mais

AS DROGAS E SEUS EFEITOS NO ORGANISMO

AS DROGAS E SEUS EFEITOS NO ORGANISMO AS DROGAS E SEUS EFEITOS NO ORGANISMO ÁLCOOL: Cachaça, Vodca, Uísque, Cerveja, Vinho... Efeitos Físicos e Psíquicos da Embriaguez: Fala Pastosa, Perda do Equilíbrio e da Coordenação Motora, Sensação de

Leia mais

Anfetaminas A anfetamina é uma droga sintética de efeito estimulante da atividade mental. A denominação anfetaminas é atribuída a todo um grupo de

Anfetaminas A anfetamina é uma droga sintética de efeito estimulante da atividade mental. A denominação anfetaminas é atribuída a todo um grupo de Projeto Drogas Anfetaminas A anfetamina é uma droga sintética de efeito estimulante da atividade mental. A denominação anfetaminas é atribuída a todo um grupo de substâncias como: fenproporex, metanfetamina

Leia mais

CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS

CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS Existem várias maneiras de classificarmos as drogas. Uma primeira, que é bastante utilizada e citada, tem como finalidade estabelecer se o porte, o transporte e o uso da droga

Leia mais

DROGAS... Prof. Msc. Silvio Boulhosa

DROGAS... Prof. Msc. Silvio Boulhosa DROGAS... Prof. Msc. Silvio Boulhosa As drogas são substâncias químicas de origem natural (maconha e cogumelos) ou natural/ sintética (cocaína, álcool, cigarro) que afetam de alguma forma o sistema nervoso

Leia mais

VIVER BEM ALCOOLISMO

VIVER BEM ALCOOLISMO VIVER BEM ALCOOLISMO Alcoolismo (ou etilismo) é um termo amplo para descrever problemas com o álcool (etanol), causados pelo uso compulsivo e descontrolado de bebidas alcoólicas, na maioria das vezes com

Leia mais

MÓDULO 6 - USO NOCIVO DE SUBSTÂNCIAS - ÁLCOOL

MÓDULO 6 - USO NOCIVO DE SUBSTÂNCIAS - ÁLCOOL MÓDULO 6 - USO NOCIVO DE SUBSTÂNCIAS - ÁLCOOL GABARITO DAS QUESTÕES NORTEADORAS (Aspectos que devem ser contemplados na resposta das questões norteadoras) PERGUNTA NORTEADORA 1: Neste caso temos cinco

Leia mais

SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Conceito, Padrões de Consumo e Classificação

SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Conceito, Padrões de Consumo e Classificação SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Conceito, Padrões de Consumo e Classificação Patrícia Rachel Gonçalves Psicóloga Clínica - CETAD/ UFBA Coordenadora do Núcleo de Clínica Coordenadora do Programa de Estagio Especialista

Leia mais

P ERGUNTAR ( o máximo possível):

P ERGUNTAR ( o máximo possível): EMERGÊNCIA NO USO DE DROGAS Dr. Jorge Jaber Elaborei um esquema para facilitar certas condutas médicas: P erguntar E stabilizar D isponha I dentifique Para ajudar a memorizar: Quem P E D I sempre alcança.

Leia mais

CONTEÚDO INFORMATIVO RÁDIO PEDAGÓGICA ALCOOLISMO

CONTEÚDO INFORMATIVO RÁDIO PEDAGÓGICA ALCOOLISMO f CONTEÚDO INFORMATIVO RÁDIO PEDAGÓGICA ALCOOLISMO O que é o álcool? O álcool das bebidas alcoólicas é cientificamente conhecido como etanol e é produzido através de fermentação ou destilação de vegetais

Leia mais

PREVENÇÃO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA

PREVENÇÃO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA PREVENÇÃO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA O que é droga? Qualquer substância, natural ou sintética, capaz de afetar a estrutura ou funcionamento do organismo. Drogas Psicoativas Atuam sobre o cérebro, modificando

Leia mais

Projeto. Stop Drogas: Tecnologia Compartilhando Informações

Projeto. Stop Drogas: Tecnologia Compartilhando Informações Projeto Stop Drogas: Tecnologia Compartilhando Informações 2º Ensino Médio B Componente Curricular: Serviços de Informação e Comunicação Profª Maria Angela Piovezan Ferreira 3º Web Design A Componente

Leia mais

FORMULÁRIO ASSIST. Escolaridade: Sim b. bebidas alcoólicas. Sim c. maconha. Sim d. cocaína, crack. Sim e. estimulantes, como anfetaminas

FORMULÁRIO ASSIST. Escolaridade: Sim b. bebidas alcoólicas. Sim c. maconha. Sim d. cocaína, crack. Sim e. estimulantes, como anfetaminas FORMULÁRIO ASSIST Responda as seguintes perguntas: Sexo: Idade: ( ) feminino ( ) masculino Escolaridade: Estado: Cidade: 1. Na sua vida qual(is) destas substâncias você já usou? (somente uso não prescrito

Leia mais

Toxicologia dos fármacos e drogas que causam dependência. Unidade C Toxicologia Ambiental

Toxicologia dos fármacos e drogas que causam dependência. Unidade C Toxicologia Ambiental Toxicologia dos fármacos e drogas que causam dependência Toxicologia Ambiental Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB IF Sul-rio-grandense UNIDADE Introdução Nesta aula, abordaremos a Toxicologia

Leia mais

SOLVENTES E INALANTES Considerações iniciais

SOLVENTES E INALANTES Considerações iniciais SOLVENTES E INALANTES Considerações iniciais Solventes são todas as substâncias capazes de dissolver outras substâncias, assim, a cola de sapateiro é um composto químico dissolvido num solvente, que se

Leia mais

Escola Básica Amora, Janeiro de 2014

Escola Básica Amora, Janeiro de 2014 Escola Básica Amora, Janeiro de 2014 Trabalho realizado pelo aluno André Tomaz nº3 da turma 7E no âmbito da disciplina Tecnologia de Informação e comunicação sob orientação do Professor Sérgio Heleno,

Leia mais

i) A OMS estima-se que haja 1bilhão de fumantes no mundo. No mundo, aproximadamente 47% de homens e 12 % de mulheres são fumantes.

i) A OMS estima-se que haja 1bilhão de fumantes no mundo. No mundo, aproximadamente 47% de homens e 12 % de mulheres são fumantes. 1. ALGUNS DADOS IMPORTANTES i) A OMS estima-se que haja 1bilhão de fumantes no mundo. i No mundo, aproximadamente 47% de homens e 12 % de mulheres são fumantes. Brasil está no quarto lugar na produção

Leia mais

Identificar a causa (exaustão de auto, gás, aerossóis) Remoção da cena Manter vias aéreas abertas Suporte básico de vida Ligar para o CCI Chamar

Identificar a causa (exaustão de auto, gás, aerossóis) Remoção da cena Manter vias aéreas abertas Suporte básico de vida Ligar para o CCI Chamar tóxico ou veneno Qualquer substância nociva que, quando introduzida no organismo, provoca alterações em um ou mais sistemas INTOXICAÇÕES E ENVENAMENTOS Prof ª. Dra. Taís Tinucci Socorros de Urgência fisiológicos

Leia mais

Biologia. Qualidade de Vida das Populações Humanas. Drogas. Prof. Daniele Duó

Biologia. Qualidade de Vida das Populações Humanas. Drogas. Prof. Daniele Duó Biologia Qualidade de Vida das Populações Humanas Drogas Prof. Daniele Duó Droga - na definição farmacológica, é qualquer substância capaz de produzir uma modificação no funcionamento do organismo. - Mas,

Leia mais

Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas

Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas Drogas Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais

Leia mais

Curso de Formação de Terapeutas em Dependência Química 2018 MÓDULO I

Curso de Formação de Terapeutas em Dependência Química 2018 MÓDULO I Curso de Formação de Terapeutas em Dependência Química 2018 MÓDULO I Aula 1: Transtornos mentais e comportamentais pelo uso de múltiplas substâncias. Dependência Química: conceitos e critérios diagnósticos

Leia mais

Ficha Informativa + Segurança

Ficha Informativa + Segurança Ficha Informativa + Segurança Saúde no Trabalho Edição n.º 25 Riscos e Consequências do Consumo de Substâncias Psicoativas no Trabalho Os problemas ligados ao consumo de substâncias psicoativas no local

Leia mais

Quais as formas de uso do tabaco? As modalidades mais comuns de uso do tabaco são fumar ou inalar a t r a v é s d e c i g a r r o, c h a r u t o,

Quais as formas de uso do tabaco? As modalidades mais comuns de uso do tabaco são fumar ou inalar a t r a v é s d e c i g a r r o, c h a r u t o, O tabaco O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é extraída uma substância chamada nicotina, seu princípio ativo. Mas no tabaco encontramos ainda um número muito grande

Leia mais

O QUE SÃO DROGAS? MENU O QUE SÃO DROGAS? Clínica Especializada em Dependência Química - Drogas estimulantes do sistema nervoso central.

O QUE SÃO DROGAS? MENU O QUE SÃO DROGAS? Clínica Especializada em Dependência Química - Drogas estimulantes do sistema nervoso central. Atendimento: +55 15 3326-6784 MENU E-mail atendimentoctes@gmail.com O QUE SÃO DROGAS? Clínica Especializada em Dependência Química - Drogas estimulantes do sistema nervoso central. / Informações Úteis

Leia mais

O QUE SÃO DROGAS? MENU O QUE SÃO DROGAS? Clínica Especializada em Dependência Química - Drogas estimulantes do sistema nervoso central.

O QUE SÃO DROGAS? MENU O QUE SÃO DROGAS? Clínica Especializada em Dependência Química - Drogas estimulantes do sistema nervoso central. Atendimento: +55 15 3326-6784 MENU E-mail atendimentoctes@gmail.com O QUE SÃO DROGAS? Clínica Especializada em Dependência Química - Drogas estimulantes do sistema nervoso central. / Informações Úteis

Leia mais

Desenvolvidos na década de 60, os primeiros foram clordiazepóxido e diazepam.

Desenvolvidos na década de 60, os primeiros foram clordiazepóxido e diazepam. Dr Jorge Jaber Desenvolvidos na década de 60, os primeiros foram clordiazepóxido e diazepam. Com o aumento de sua prescrição, a indústria farmacêutica lança novos medicamentos. Ex: Alprazolan, Clonazepan

Leia mais

BENZODIAZEPÍNICOS (BZD)

BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) Considerações iniciais Os benzodiazepínicos foram descobertos nos inícios dos anos sessenta e vieram para substituir os antigos barbitúricos e outros tipos de sedativos e hipnóticos

Leia mais

RESUMO. Palavras-chave: Dependência química; Diagnóstico; CID-10; DMS-IV.

RESUMO. Palavras-chave: Dependência química; Diagnóstico; CID-10; DMS-IV. DEPENDÊNCIA QUÍMICA: CAMINHOS PARA O DIAGNÓSTICO Juliana Baiense* RESUMO O objetivo do artigo é explicitar os conceitos necessários englobados na Dependência Química para apontar as dificuldades, o modelo

Leia mais

Atenção Pisicosocial P R O F E N F º D I O G O J A C I N T H O

Atenção Pisicosocial P R O F E N F º D I O G O J A C I N T H O Atenção Pisicosocial P R O F E N F º D I O G O J A C I N T H O Centro de Atenção Psicossocial - CAPS CAPS são serviços da Rede de Atenção Psicossocial - RAPS abertos destinados a prestar atenção diária

Leia mais

TABAGISMO é um comportamento dependente, portanto

TABAGISMO é um comportamento dependente, portanto Antonio Tomé O TABAGISMO é uma doença, onde a ingestão de nicotina através do uso de cigarros produz o vício, ou seja, o organismo se acostuma com a presença das substâncias presentes no cigarro, cerca

Leia mais

Clínica Jorge Jaber. Dependência Química. Luciana Castanheira Lobo de Araújo

Clínica Jorge Jaber. Dependência Química. Luciana Castanheira Lobo de Araújo Clínica Jorge Jaber Dependência Química Luciana Castanheira Lobo de Araújo Critérios para o diagnóstico Rio de Janeiro 2018 Resumo Considerado um transtorno mental, além de um problema social pela Organização

Leia mais

O USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E A RECAÍDA. Eixo Temático Temas Transversais

O USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E A RECAÍDA. Eixo Temático Temas Transversais O USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E A RECAÍDA ISSN 2359-1277 Denise Ellen Tarifa Lima, ellen_tarifa@hotmail.com; Keila Pinna Valensuela (Orientadora), keilapinna@hotmail.com; Universidade Estadual do

Leia mais

Conceitos importantes. Droga qualquer entidade química ou mistura de entidades que alteram a função biológica e possivelmente sua estrutura.

Conceitos importantes. Droga qualquer entidade química ou mistura de entidades que alteram a função biológica e possivelmente sua estrutura. ALCOOLISMO Conceitos importantes Droga qualquer entidade química ou mistura de entidades que alteram a função biológica e possivelmente sua estrutura. Conceitos importantes Droga psicoativa altera o comportamento,

Leia mais

MÓDULO 4 COMPORTAMENTOS ADITIVOS

MÓDULO 4 COMPORTAMENTOS ADITIVOS Agrupamento de Escolas de Mértola Ano Letivo 2012-2013 Curso profissional de Técnico de Apoio Psicossocial 11º B Disciplina: Psicopatologia Geral MÓDULO 4 COMPORTAMENTOS ADITIVOS O consumo de drogas remonta

Leia mais

Dependência Química: Aspectos relevantes para o profissional de saúde. Luiza Bento da Silva Bertolino

Dependência Química: Aspectos relevantes para o profissional de saúde. Luiza Bento da Silva Bertolino apresentam Dependência Química: Aspectos relevantes para o profissional de saúde Luiza Bento da Silva Bertolino Organização Nacional: Apoio estadual: DECLARAÇÃO DE CONFLITO DE INTERESSES De acordo com:

Leia mais

DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA?

DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA? DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA? SUMÁRIO 01. Dependência química tem solução? 3 02. Como tratar a dependência química? 8 03. Diferentes tipos de internação para dependentes 13 01 DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM SOLUÇÃO?

Leia mais

INDICADORES DEMANDA DE DROGAS

INDICADORES DEMANDA DE DROGAS INDICADORES DEMANDA DE DROGAS BRASIL Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas - OBID Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas- SENAD Ministério da Justiça COMPARAÇÕES ENTRE O I e II LEVANTAMENTOS

Leia mais

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 336, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 336, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002 ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 336, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002 O Ministro da Saúde, no uso de suas atribuições

Leia mais

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 336, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 336, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002 ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 336, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002 O Ministro da Saúde, no uso de suas atribuições

Leia mais

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA DESCRIMINALIZAÇÃO DO USO E POSSE DA MACONHA PARA CONSUMO PRÓPRIO

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA DESCRIMINALIZAÇÃO DO USO E POSSE DA MACONHA PARA CONSUMO PRÓPRIO CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA DESCRIMINALIZAÇÃO DO USO E POSSE DA MACONHA PARA CONSUMO PRÓPRIO Salomão Rodrigues Filho Médico psiquiatra Conselheiro por Goiás do CFM DIMENSÃO

Leia mais

Ansiedade Generalizada. Sintomas e Tratamentos

Ansiedade Generalizada. Sintomas e Tratamentos Ansiedade Generalizada Sintomas e Tratamentos Sumário 1 Ansiedade e Medo ------------------------------------ 03 2 Transtorno de ansiedade generalizada----------06 3 Sintomas e Diagnóstico-------------------------------08

Leia mais

Dependência Química Transtorno por Uso de Substâncias Por Silvia Tavares Cabral

Dependência Química Transtorno por Uso de Substâncias Por Silvia Tavares Cabral Dependência Química Transtorno por Uso de Substâncias Por Silvia Tavares Cabral A característica essencial por uso de substâncias consiste na presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais

Leia mais

CRACK: ILUSÃO DA MENTE. Autores (a): Machado, E. C.; Jardim, H. O. S. Estudante Filosofia da UFPel e Assistente Social.

CRACK: ILUSÃO DA MENTE. Autores (a): Machado, E. C.; Jardim, H. O. S. Estudante Filosofia da UFPel e Assistente Social. CRACK: ILUSÃO DA MENTE Autores (a): Machado, E. C.; Jardim, H. O. S. Estudante Filosofia da UFPel e Assistente Social. Instituição: Universidade Federal de Pelotas. Palavras-chave: Crack, abstinência e

Leia mais

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E DO SONO. Marco Aurelio Soares Jorge

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E DO SONO. Marco Aurelio Soares Jorge TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E DO SONO Marco Aurelio Soares Jorge Transtornos de Ansiedade Os transtornos ansiosos se caracterizam pelos sintomas de ansiedade e comportamento de evitação, incluindo transtorno

Leia mais

Infarto Agudo do Miocárdio Avaliação de Saúde Mental. Versão eletrônica atualizada em Fevereiro 2009

Infarto Agudo do Miocárdio Avaliação de Saúde Mental. Versão eletrônica atualizada em Fevereiro 2009 Infarto Agudo do Miocárdio Avaliação de Saúde Mental Versão eletrônica atualizada em Fevereiro 2009 Grupo de Trabalho: Dra. Ana Luiza Camargo Psicóloga Ana Lucia Martins da Silva Implementação do Protocolo:

Leia mais

Política Nacional sobre drogas. Leon Garcia- Diretor de Articulação e Projetos

Política Nacional sobre drogas. Leon Garcia- Diretor de Articulação e Projetos Política Nacional sobre drogas Leon Garcia- Diretor de Articulação e Projetos A arma mais importante que nós temos- os que temos uma perspectiva democrática para a vida social para tratar do tema das drogas

Leia mais

Insônia leva à busca de "medicamentos tarja-preta", como os benzodiazepínicos, que, a longo prazo, podem causar dependência química

Insônia leva à busca de medicamentos tarja-preta, como os benzodiazepínicos, que, a longo prazo, podem causar dependência química Insônia leva à busca de "medicamentos tarja-preta", como os benzodiazepínicos, que, a longo prazo, podem causar dependência química A situação é cada vez mais comum. Uma pessoa tem dificuldade para dormir,

Leia mais

Cuidado. Crack, é possível vencer Aumento da oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários

Cuidado. Crack, é possível vencer Aumento da oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários Prevenção Educação, Informação e Capacitação Cuidado Aumento da oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários Autoridade Enfrentamento ao tráfico de drogas e às organizações criminosas Crack, é

Leia mais

Álcool e Drogas na Terceira Idade. UNIAD/UNIFESP Elton Pereira Rezende GERP.13

Álcool e Drogas na Terceira Idade. UNIAD/UNIFESP Elton Pereira Rezende GERP.13 Álcool e Drogas na Terceira Idade UNIAD/UNIFESP Elton Pereira Rezende GERP.13 Dados epidemiológicos Terceira condição psiquiátrica, além da! depressão e da demência Prevalência do abuso de drogas e álcool

Leia mais

AULA 7 BENZODIAZEPÍNICOS E HIPNÓTICOS FARMACOTERAPIA DOS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS. Prof. Márcio Batista

AULA 7 BENZODIAZEPÍNICOS E HIPNÓTICOS FARMACOTERAPIA DOS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS. Prof. Márcio Batista AULA 7 FARMACOTERAPIA DOS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS BENZODIAZEPÍNICOS E HIPNÓTICOS Prof. Márcio Batista INTRODUÇÃO USO RACIONAL: Brasil é o 9º país do mundo em consumo per capita de medicamentos. Brasil

Leia mais

MITOS E VERDADES SOBRE DROGAS

MITOS E VERDADES SOBRE DROGAS FURG FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Centro Regional de Estudos, Prevenção e Recuperação de Dependentes Químicos - CENPRE MITOS E VERDADES SOBRE DROGAS Organização: Fernando Amarante Silva

Leia mais

Drogas que afetam o sistema nervoso. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente

Drogas que afetam o sistema nervoso. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente Drogas que afetam o sistema nervoso Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente O cérebro e a medula espinhal compõe o sistema nervoso central. Cada nervo do sistema nervoso é composto por uma

Leia mais

REDAÇÃO Desafios Para Reabilitação De Usuários De Drogas No Brasil

REDAÇÃO Desafios Para Reabilitação De Usuários De Drogas No Brasil REDAÇÃO Desafios Para Reabilitação De Usuários De Drogas No Brasil INSTRUÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija

Leia mais

Uso de Substâncias e Dependência: Visão Geral

Uso de Substâncias e Dependência: Visão Geral Capítulo 1 Uso de Substâncias e Dependência: Visão Geral Do ponto de vista comportamental, dependência pode ser conceitualizada como um prejuízo na capacidade de inibir a busca por determinada droga em

Leia mais

PROGREA Programa do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas. ECIM Enfermaria de Comportamentos Impulsivos

PROGREA Programa do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas. ECIM Enfermaria de Comportamentos Impulsivos ECIM Enfermaria de Comportamentos Impulsivos 1. Inter nação hospitalar - UNIDADE DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA A Unidade de Dependência Química é uma enfermaria para pacientes com problemas relacionados ao uso

Leia mais

AMOR, SEXO E DROGAS. Facilitadora: Claudia Pedral. Abril/11

AMOR, SEXO E DROGAS. Facilitadora: Claudia Pedral. Abril/11 AMOR, SEXO E DROGAS Facilitadora: Claudia Pedral Abril/11 Amor, Sexo e Sexualidade O QUE É? AMOR & AMIZADE O QUE UM QUADRO TEM HAVER COM OUTRO? QUEM É O JOVEM DE HOJE? SOBRE RELACIONAMENTOS, O QUE VOCES

Leia mais

COMO PARAR DE FUMAR MACONHA

COMO PARAR DE FUMAR MACONHA COMO PARAR DE FUMAR MACONHA SUMÁRIO 01. Maconha é a porta de entrada para outras drogas? 3 02. Fumar maconha tornou-se um hábito social 7 03. Pare de fumar maconha em 7 passos 12 01 OUTRAS MACONHA É A

Leia mais

Depressão. Em nossa sociedade, ser feliz tornou-se uma obrigação. Quem não consegue é visto como um fracassado.

Depressão. Em nossa sociedade, ser feliz tornou-se uma obrigação. Quem não consegue é visto como um fracassado. O QUE É SAÚDE? É o nosso estado natural. Segundo a O.M.S. saúde é mais do que a ausência de doença ou enfermidade: É o estado de perfeito bem-estar físico, mental e social. Depressão Em nossa sociedade,

Leia mais

RAPS. Saúde Mental 26/08/2016. Prof.: Beto Cruz PORTARIA Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*)

RAPS. Saúde Mental 26/08/2016. Prof.: Beto Cruz PORTARIA Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*) Saúde Mental Prof.: Beto Cruz betocais2@gmail.com PORTARIA Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*) Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades

Leia mais

Automedicação e estimulantes em contexto académico

Automedicação e estimulantes em contexto académico Universidade de Aveiro Departamento de Educação Automedicação e estimulantes em contexto académico A na Ana Morais (ana.morais@ua.pt) Mudanças importantes e significativas a vários níveis: pessoal, social

Leia mais

É indicado para o alívio da dor de intensidade moderada a grave

É indicado para o alívio da dor de intensidade moderada a grave TRAMADOL HCL (A2) Identificação: Fórmula Molecular: C16H25NO2HCL PM: 299,8 DCB: 08807 ( HCL) CAS: 36282-47-0 Fator de correção: Aplicável Uso: Oral e retal Propriedades: Cloridrato de, é um analgésico

Leia mais

POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL. Prof. Domingos de Oliveira

POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL. Prof. Domingos de Oliveira POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL Prof. Domingos de Oliveira DIRETRIZES E POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL A Política de Saúde Mental instituída no Brasil através da Lei Federal No 10.216/01, tem como premissa fundamental

Leia mais

Qualidade de Vida 02/03/2012

Qualidade de Vida 02/03/2012 Prof. Dr. Carlos Cezar I. S. Ovalle Descreve a qualidade das condições de vida levando em consideração fatores como saúde, educação, expectativa de vida, bem estar físico, psicológico, emocional e mental.

Leia mais

SÍNDROME DE BURNOUT das causas ao cuidado

SÍNDROME DE BURNOUT das causas ao cuidado SÍNDROME DE BURNOUT das causas ao cuidado PELA MANHÃ VOCÊ SE SENTE ASSIM? E NO TRABALHO, VOCÊ SE SENTE ASSIM? SUA VIDA ESTA ASSIM? OU TUDO ESTA ASSIM? ESTRESSE Ocorre diante de uma situação (real ou imaginária)

Leia mais

Saúde Mental: Alternativas Para o Sistema de Saúde

Saúde Mental: Alternativas Para o Sistema de Saúde Saúde Mental: Alternativas Para o Sistema de Saúde Debates GV Saúde Daniel Elia Consultor Nacional de Saúde Mental, Álcool e Drogas OPAS/OMS 2017 OPAS/OMS A Organização Pan-americana da Saúde/Organização

Leia mais

Tratamento da Dependência do CRACK. As Bases e os Mitos. Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP UNIAD - INPAD

Tratamento da Dependência do CRACK. As Bases e os Mitos. Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP UNIAD - INPAD Tratamento da Dependência do CRACK As Bases e os Mitos Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP UNIAD - INPAD Resumo Que tipo de doença é a Dependência? Quais os princípios

Leia mais

INSTITUTO BRASIL SOLIDÁRIO INSTITUTO BRASIL SOLIDÁRIO. Programa de Desenvolvimento da Educação - PDE Programa de Desenvolvimento da Educação - PDE

INSTITUTO BRASIL SOLIDÁRIO INSTITUTO BRASIL SOLIDÁRIO. Programa de Desenvolvimento da Educação - PDE Programa de Desenvolvimento da Educação - PDE INSTITUTO BRASIL SOLIDÁRIO Saúde - Drogas DROGAS... E muito mais! Drogas Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica suas funções. As drogas

Leia mais

Câmara Municipal de Braga. ! Câmara Municipal de Braga Gabinete de Acção Social

Câmara Municipal de Braga. ! Câmara Municipal de Braga Gabinete de Acção Social Câmara Municipal de Braga Grupo de Trabalho:! Cooperativa de Solidariedade Social Sempre a Crescer, entidade coordenadora! Câmara Municipal de Braga Gabinete de Acção Social! Casa de Saúde do Bom Jesus

Leia mais

Substâncias Psicoativas Uso Abuso - Dependência

Substâncias Psicoativas Uso Abuso - Dependência Pablo Kurlander - Comunidade Terapêutica Nova Jornada 1 Pablo Kurlander - Comunidade Terapêutica Nova Jornada 2 Uso Abuso - Dependência Potencial de ação no SNC Provocam: Alterações mentais (psíquicas)

Leia mais

TABAGISMO O QUE ELE FAZ COM O SEU CORPO

TABAGISMO O QUE ELE FAZ COM O SEU CORPO TABAGISMO O QUE ELE FAZ COM O SEU CORPO O cigarro contém mais de 4.720 substâncias tóxicas e 43 cancerígenas. 25% das doenças vasculares 45% das mortes por infarto do miocárdio Segundo o Instituto Nacional

Leia mais

Política Nacional de Álcool e outras Drogas. Prof a. Gabriella de Andrade Boska Enfermagem em Saúde Mental na Atenção Básica

Política Nacional de Álcool e outras Drogas. Prof a. Gabriella de Andrade Boska Enfermagem em Saúde Mental na Atenção Básica Política Nacional de Álcool e outras Drogas Prof a. Gabriella de Andrade Boska Enfermagem em Saúde Mental na Atenção Básica História das drogas Pré História 3500 a.c. (1890): Buscavam drogas na natureza

Leia mais

P ERGUNTAR ( o máximo possível):

P ERGUNTAR ( o máximo possível): EMERGÊNCIA - DEPENDÊNCIA QUÍMICA Dr. Jorge Jaber Elaborei um esquema para facilitar certas condutas médicas: P erguntar E stabilizar D isponha I dentifique Para ajudar a memorizar: Quem P E D I sempre

Leia mais

SAÚDE MENTAL PROJETO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTE DEPENDENTE QUÍMICO

SAÚDE MENTAL PROJETO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTE DEPENDENTE QUÍMICO SAÚDE MENTAL PROJETO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTE DEPENDENTE QUÍMICO 1 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: ACFFD - ASSOCIAÇÃO CULTURAL E FILANTROPICA FAMÍLIA DE DEUS ESCRITÓRIO: RUA CAJAZEIRAS,

Leia mais

Tipos de DROGAS. sob controle internacional

Tipos de DROGAS. sob controle internacional Tipos de DROGAS sob controle internacional 2 Índice Introdução..................................................3 Cannabis...................................................4 Cocaína....................................................5

Leia mais

Olá, BEM-VINDO meu nome é Alexandre Wagner, e estou muito feliz que você está me acompanhando.

Olá, BEM-VINDO meu nome é Alexandre Wagner, e estou muito feliz que você está me acompanhando. Olá, BEM-VINDO meu nome é Alexandre Wagner, e estou muito feliz que você está me acompanhando. focando em entregar artigos de alta qualidade para você. DEUS AMA VOCÊ. Conteúdo INFARTO DO MIOCÁRDIO - 5

Leia mais

Intoxicação aguda por substâncias psicoativas. J. M. Bertolote Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP

Intoxicação aguda por substâncias psicoativas. J. M. Bertolote Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP Intoxicação aguda por substâncias psicoativas J. M. Bertolote Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP ÁLCOOL Quantidade de álcool existente nas bebidas alcoólicas licas Bebida % de Álcool Cerveja "light"

Leia mais

Tabagismo. Luiz otavio r. s. Gomes Médico Pneumologista Hospital do pulmão Blumenau sc Furb - blumenau

Tabagismo. Luiz otavio r. s. Gomes Médico Pneumologista Hospital do pulmão Blumenau sc Furb - blumenau Tabagismo Luiz otavio r. s. Gomes Médico Pneumologista Hospital do pulmão Blumenau sc Furb - blumenau Histórico 1000 ac rituais indígenas na América Central. Marinheiros de Colombo. Jean Nicot (Nicotiana

Leia mais

MACONHA: POR QUE NÃO LIBERAR?

MACONHA: POR QUE NÃO LIBERAR? MACONHA: POR QUE NÃO LIBERAR? Conheçam mais sobre a maconha, seus princípios ativos, seus efeitos fisiológicos e psíquicos e o impacto desta droga para a sociedade. CACHOEIRA BAHIA 2011 MACONHA: POR QUE

Leia mais

Esquizofrenia. O Que Você Precisa Saber

Esquizofrenia. O Que Você Precisa Saber Esquizofrenia O Que Você Precisa Saber O que é Esquizofrenia? A esquizofrenia é uma doença mental crônica, que se manifesta na adolescência ou no início da idade adulta. Sua freqüência na população em

Leia mais

Fumo Benefícios para quem deixa de fumar

Fumo Benefícios para quem deixa de fumar Fumo Benefícios para quem deixa de fumar Tabagismo: uma doença Atualmente, o tabagismo é reconhecido como uma doença causada pela dependência de uma droga, a nicotina. O fumante expõe-se a mais de 4.700

Leia mais

COLÉGIO SHALOM Trabalho de recuperação 8º Ano ( ) - Ciências - Valor: Profª: Nize G. Chagas Pavinato

COLÉGIO SHALOM Trabalho de recuperação 8º Ano ( ) - Ciências - Valor: Profª: Nize G. Chagas Pavinato COLÉGIO SHALOM Trabalho de recuperação 8º Ano ( ) - Ciências - Valor: Profª: Nize G. Chagas Pavinato Aluno(a): Data: / / 1. Cite a função das plaquetas, componente do sangue. Quando há uma baixa quantidade

Leia mais

EMERGÊNCIA NO USO DE DROGAS. Dr. Jorge Jaber

EMERGÊNCIA NO USO DE DROGAS. Dr. Jorge Jaber EMERGÊNCIA NO USO DE DROGAS Dr. Jorge Jaber DIFERENÇA ENTRE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA O QUE É? SOLUÇÃO EMERGÊNCIA Tudo aquilo que implica em risco iminente à vida do paciente. IMEDIATA URGÊNCIA Não apresenta

Leia mais

A Importância do Uso dos Medicamentos no Processo de Acolhimento. Dr. George E. da Silva

A Importância do Uso dos Medicamentos no Processo de Acolhimento. Dr. George E. da Silva A Importância do Uso dos Medicamentos no Processo de Acolhimento Dr. George E. da Silva Há o desejo de interromper o uso da droga Tempo de retirada da droga Início dos sinais Pico dos sintomas Duração

Leia mais

Residência Médica 2019

Residência Médica 2019 CASO 1 Questão 1. Valor máximo = 3 pontos Possíveis: Mudança clara do funcionamento e estado mental. / Intensidade significativa dos sintomas. / Pervasividade dos sintomas. / Falta de controle sobre os

Leia mais

E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando.

E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando. TABAGISMO O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável no mundo. A organização estima que um terço da população mundial adulta, isto é, cerca de

Leia mais

Alexandre de Araújo Pereira

Alexandre de Araújo Pereira SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA / SAÚDE DA FAMÍLIA: CO-RESPONSABILIDADE NO TERRITÓRIO III MOSTRA NACIONAL DE III MOSTRA NACIONAL DE PRODUÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA BRASÍLIA 08/2008 Alexandre de Araújo Pereira

Leia mais

Verdade! Cigarro é uma droga poderosa, apesar de ser um produto lícito. O potencial de abuso da nicotina é tão grande quanto o da cocaína e heroína*.

Verdade! Cigarro é uma droga poderosa, apesar de ser um produto lícito. O potencial de abuso da nicotina é tão grande quanto o da cocaína e heroína*. Cigarro é droga? Verdade! Cigarro é uma droga poderosa, apesar de ser um produto lícito. O potencial de abuso da nicotina é tão grande quanto o da cocaína e heroína*. * Focchi, GRA, 2003 Fumar apenas 1

Leia mais

CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA ATENÇÃO DE USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS DO CRATOD Regina Esther Tuon

CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA ATENÇÃO DE USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS DO CRATOD Regina Esther Tuon CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA ATENÇÃO DE USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS DO CRATOD 2009 Regina Esther Tuon rtuon-cratod@saude.sp.gov.br SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE É o conjunto de Ações e Serviços de Saúde

Leia mais

ARTIGO CIENTÍFICO DROGAS: UM PROBLEMA MUNDIAL

ARTIGO CIENTÍFICO DROGAS: UM PROBLEMA MUNDIAL Disciplina: Produção Acadêmica Resenha e Artigo. Curso: Enfermagem. Gênero: Artigo Científico. Alunos: Agnaldo P. Oliveira; Gislaine Theodorino. Professor orientador: Beatriz Koppe. ARTIGO CIENTÍFICO DROGAS:

Leia mais

HABILIDADES PSICOLÓGICAS E SOCIAIS DO DEPENDENTE QUÍMICO

HABILIDADES PSICOLÓGICAS E SOCIAIS DO DEPENDENTE QUÍMICO DESAFIO: Fui desafiado pela Cruz Azul no Brasil a postar uma foto de refeição em família, que é um fator de proteção e prevenção ao uso de drogas. Desafio (3 amigos), a postar sua foto de refeição em família.

Leia mais

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social A ABORDAGEM MULTISETORIAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENFRENTAMENTO AO TABACO NO BRASIL: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES Eduardo Gauze Alexandrino* (Formado em Educação Física, Mestrando e bolsista CAPES do Programa

Leia mais

14/09/2017. Desafio (3 amigos), a postar sua foto de refeição em família. #campanhacruzazul #refeicaoemfamilia

14/09/2017. Desafio (3 amigos), a postar sua foto de refeição em família. #campanhacruzazul #refeicaoemfamilia DESAFIO: Fui desafiado pela Cruz Azul no Brasil a postar uma foto de refeição em família, que é um fator de proteção e prevenção ao uso de drogas. Desafio (3 amigos), a postar sua foto de refeição em família.

Leia mais

Esta é uma cartilha que visa a incentivá-lo a entender os benefícios de parar de fumar.

Esta é uma cartilha que visa a incentivá-lo a entender os benefícios de parar de fumar. 1 E SE VOCÊ PARAR DE FUMAR? Esta é uma cartilha que visa a incentivá-lo a entender os benefícios de parar de fumar. Para isso, reunimos informações interessantes que poderão motivá-lo a dar esse passo

Leia mais

Estresse. O estresse tem sido considerado um problema cada vez mais comum, tanto no

Estresse. O estresse tem sido considerado um problema cada vez mais comum, tanto no Estresse O estresse tem sido considerado um problema cada vez mais comum, tanto no contexto profissional quanto na vida pessoal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 90% da população mundial sofre

Leia mais

ENFERMAGEM DEPENDÊNCIA. ALCOOLISMO Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DEPENDÊNCIA. ALCOOLISMO Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DEPENDÊNCIA ALCOOLISMO Aula 4 Profª. Tatiane da Silva Campos Síndrome da Abstinência do Álcool/Delirium Tremens ALCOOLISMO é um estado tóxico agudo que acontece em consequência da cessação súbita

Leia mais