Comemoramos hoje o 19º aniversário do Comando Operacional da Madeira.
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- Gabriella Araújo de Sequeira
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1 ALOCUÇÃO DO COMANDANTE OPERACIONAL DA MADEIRA, MAJOR-GENERAL TIAGO VASCONCELOS, NA CERIMÓNIA COMEMORATIVA DO DIA DO COMANDO OPERACIONAL DA MADEIRA Funchal, 6 de março de 2012 Senhores Oficiais Generais, Excelentíssimas autoridades civis e militares, Senhoras e senhores convidados, Militares e civis do Comando Operacional da Madeira, Comemoramos hoje o 19º aniversário do Comando Operacional da Madeira. O Comando Operacional da Madeira, que eu próprio comando em acumulação com as funções de Comandante da Zona Militar da Madeira, é um órgão de comando e controlo de natureza conjunta, que integra a estrutura do Estado- Maior-General das Forças Armadas. Trata-se de um órgão relativamente pequeno, cuja estrutura orgânica de pessoal em tempo de paz contempla um efetivo da ordem das quatro dezenas de militares e civis, podendo crescer em tempo de crise. Esse efetivo permite guarnecer um centro de comunicações 24 horas por dia, 365 dias por ano, ao mesmo tempo que suporta, com algum apoio logístico e administrativo da Zona Militar da Madeira, um pequeno estado-maior constituído por oito Oficiais dos três ramos das forças armadas. O Comando Operacional da Madeira não tem forças da Marinha, do Exército ou da Força Aérea atribuídas em permanência, nem comanda normalmente a maior parte das operações que por rotina os ramos quotidianamente executam na Região Autónoma da Madeira. Esta situação pode ser alterada a qualquer momento e sê-lo-á com elevada probabilidade em tempo de crise, estabelecendo a lei as circunstâncias em que podem ser atribuídos ao Comando Operacional da Madeira forças e meios de todos ou parte dos ramos das Forças Armadas, baseados normalmente ou destacados na Região, bem como o grau de autoridade que este Comando exercerá sobre os mesmos. 1
2 Daqui decorre que, numa situação de normalidade, a principal atividade do Comado Operacional da Madeira é o planeamento operacional. O planeamento operacional é um processo permanente que visa antecipar situações em que as forças militares podem ser empregues, começando-se por estudar as hipóteses plausíveis, para em seguida fixar os pressupostos razoáveis em que possam assentar os diversos planos de emprego dessas forças. Assim, na sequência da reforma das forças armadas do Verão de 2009, o Comando Operacional da Madeira tem vindo a promover, com mais intensidade desde há cerca de um ano, a revisão e atualização do seu planeamento operacional. Este planeamento é servido por um programa de melhoria do conhecimento da História e das condições físicas, económicas, sociais e culturais da Região por parte dos Oficiais que estão mais diretamente envolvidos no planeamento, bem como por uma série de outras iniciativas como a realização de um brífingue semanal de operações e informações, ou a reunião semestral dos comandantes das componentes naval, terrestre e aérea que teve hoje a sua terceira edição, que no fundo visam melhorar a coordenação entre os ramos e, caso seja necessário, a interoperabilidade em operações reais. Por seu turno, da necessidade de testar e aperfeiçoar os planos que resultam do processo de planeamento operacional decorre aquele que é um segundo eixo muito importante da atividade do Comando Operacional da Madeira: o planeamento e a realização de exercícios. O ponto focal desta atividade é o exercício anual da série ZARCO, cujas especificações, depois de um estudo prévio que entre outros fatores inclui as orientações constantes no programa anual de exercícios do Estado-Maior-General das Forças Armadas, são fixadas por volta de maio pelo Oficial que ordena a realização do exercício. Aprovadas as especificações do exercício, seguem-se-lhe diversas conferências de planeamento onde se procuram harmonizar os objetivos das diversas audiências de treino envolvidas, de modo a que os eventos e os incidentes concebidos para o exercício venham ao encontro desses objetivos. Finalmente, na primeira quinzena de novembro realiza-se o exercício, após o que se segue uma fase de avaliação preliminar, que antecede a entrega do Relatório Final do Exercício e a avaliação definitiva. 2
3 Assim, o exercício ZARCO 11, que teve a sua face visível na semana de 7 a 11 de novembro de 2011, tinha começado a ser planeado cerca de oito meses antes, no início da primavera de 2011, tendo o relatório final do mesmo sido entregue, conforme programado, no final de janeiro de Ou seja, há pouco mais de um mês. Este processo é cíclico, pelo que neste momento já começámos a estabelecer uma primeira aproximação ao conceito para os exercícios de 2012 e 2013 na reunião de comandantes de componente desta manhã. Como todos recordamos, o exercício ZARCO 11 foi infelizmente marcado pelo desaparecimento e pela morte trágica de um militar do Exército o Soldado Fábio Silva cuja memória volto aqui hoje a homenagear. Nunca é de mais agradecer o esforço e o empenhamento de todas as entidades que estiveram envolvidas nas buscas do militar no período de praticamente uma semana em que esteve desaparecido, bem como na sequência de acontecimentos que se sucederam ao seu aparecimento na praia do Zimbralinho: desde logo as entidades que participavam no exercício que se transformou numa operação real, como a Marinha, o Exército, a Força Aérea, a Guarda Nacional Republicana e a equipa de resgate em montanha do Serviço Regional de Proteção Civil; mas também os Bombeiros Voluntários de Porto Santo, o Serviço Municipal de Proteção Civil de Porto Santo, a Polícia de Segurança Pública e diversas outras entidades. Apesar desta contrariedade que nos tocou a todos no ZARCO 11, ou talvez até mais por causa dela, não deixaremos de colocar todo o nosso entusiasmo na preparação do exercício ZARCO 12, para o qual contamos com os apoios possíveis dos ramos num quadro que todos sabemos ser de algumas restrições orçamentais. Por outro lado, procuraremos sempre que os cenários criados possibilitem a participação, se assim o desejarem, de todos ou parte das Forças e Serviços de Segurança, do Serviço Regional de Proteção Civil e de outros departamentos da administração regional, como o Serviço do Parque Natural da Madeira ou a Direção Regional de Florestas, com quem, pela sua missão e competências, poderá ser interessante e útil treinar uma ligação de cariz operacional, preservando e fortalecendo o excelente espírito de 3
4 colaboração e cooperação que existe entre todos aqui na Região Autónoma da Madeira. A cultura de cooperação mencionada, mais do que um estado de espírito que só por si já seria extremamente positivo, consubstancia-se na prática entre outros instrumentos pela existência de um sistema de comunicações o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, conhecido pela sigla SIRESP que as Forças Armadas na Madeira também utilizam, o que constitui um caso único no país. Com efeito, o SIRESP na Madeira é o sucedâneo natural do Sistema Integrado de Comunicações de Segurança, Emergência e Defesa da Madeira, ou SICOSEDMA, a que por razões históricas e estruturais o Comando Operacional da Madeira tem estado ligado desde a sua génese. Deste modo, o Comando Operacional da Madeira representa as Forças Armadas na Comissão de Gestão e Segurança do SIRESP na Madeira, ao mesmo tempo que aloja nas suas instalações algumas componentes do sistema e que a infra-estrutura de comunicações militares na Região é utilizada para algumas ligações necessárias ao funcionamento do sistema. Ainda neste contexto, foram recentemente distribuídas ao Comando Operacional da Madeira algumas dezenas de terminais rádio e outros equipamentos, estando em curso uma série de trabalhos relativos ao mapeamento da frota de terminais, ao estabelecimento de grupos de conversação e de procedimentos de utilização, à programação dos terminais, a par de outros trabalhos de ordem técnica indispensáveis à utilização correta dos equipamentos, no respeito pelas regras de funcionamento do sistema SIRESP. No sentido de aprender a tirar pleno partido das funcionalidades do sistema e, simultaneamente, treinar e aperfeiçoar os procedimentos de utilização, o Comando Operacional da Madeira vai promover, provavelmente ainda antes das férias de verão, um exercício de comunicações dedicado ao SIRESP. Com efeito, se esse treino não for efetuado, se não formos proficientes no modo de utilizar os equipamentos, estes de pouco nos servirão numa situação de emergência, a razão pela qual integramos o sistema. 4
5 Senhoras e senhores convidados, Militares e civis do Comando Operacional da Madeira, Na mensagem que nos dirigiu, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas exorta-nos a continuar a servir com dedicação, profissionalismo e espírito de missão as tarefas que nos são confiadas, dignificando e honrando, assim, o bom nome de Portugal. Não tenho dúvidas de que será assim. De facto, como eu disse nesta mesma ocasião no ano passado, na Região Autónoma da Madeira sente-se a vitalidade da Instituição Militar, naquilo que a expressão Instituição Militar tem de mais radical, que é o sentido do dever das pessoas para com a sua comunidade, que é o da disponibilidade das pessoas para lutarem e fazerem sacrifícios pela segurança e pelo desenvolvimento e progresso da sua terra. Finalmente uma palavra para o nosso conferencista de hoje. Como disse acima, o conhecimento da História e das realidades físicas e humanas da Região Autónoma da Madeira é um instrumento essencial para a atividade de estado-maior do Comando Operacional da Madeira. Embora seja um lugarcomum afirmar que a História nunca se repete, pelo menos ela certamente fornece-nos chaves de leitura que nos ajudam a melhor apreender a realidade atual e instrumentos analíticos que nos permitem melhor perspetivar o futuro. O Professor Rui Carita, antigo vice-reitor da Universidade da Madeira e Coronel Reformado de Artilharia é reconhecidamente um profundo conhecedor da História da Madeira e, numa perspetiva diferente da conferência realizada há cerca de um ano na ocasião do 18º aniversário deste Comando, mas ainda no terreno da economia, vai-nos falar sobre as alterações económicas no quadro da Madeira nos anos 20 do século passado. Estou certo que depois da conferência do Professor Rui Carita, cuja disponibilidade desde já agradeço, os nossos conhecimentos resultarão muito enriquecidos. Muito obrigado. O Comandante Operacional da Madeira Tiago Vasconcelos Major-general 5
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