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3 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 3 Sumário Uma indústria fascinante Análise Portugal é o 3.º fabricante europeu de moldes e o 8.º no mundo...4 Análise Baker Tilly compara empresas de moldes europeias...8 Entrevista João Faustino, presidente da Cefamol...18 Opinião Joaquim Menezes, administrador do Grupo Iberomoldes...24 Entrevista Nuno Silva, presidente do Centimfe...30 Indústria 4.0 Produção vai integrar informação e máquinas...34 P&R Rui Tocha, diretor-geral do Centimfe...35 Opinião Elísio Oliveira, assessor do secretário de Estado da Indústria...36 À conversa Nuno Drubeck, da Tecnirolo, e Pedro Bernardo, da Tebis Fórum Empresários falam sobre o futuro da indústria de moldes Moldes A visão do cliente estrangeiro...52 Estudo Gestão de pessoas na indústria de moldes...54 Emprego Empresas desesperam por engenheiros mecânicos IPL Indústria Empresas investem cada vez mais na formação Entrevista Paulo Fernandes, cost engineer na Jaguar Land Rover Opinião Nuno Órfão, Stream Consulting...66 Análise Leiria representa 20% da indústria de plásticos nacional...78 Entrevista Pedro Colaço, presidente da APIP Homenagem Escultura retrata dia-a-dia da indústria de plásticos...90 Ficha técnica Diretor Francisco Rebelo dos Santos. Diretora-adjunta Patrícia Duarte. Redação Alexandra Pedruco Lacerda, Carlos Ferreira e Patrícia Duarte Fotografia Joaquim Dâmaso e arquivo. Direção Comercial Alda Moreira. Publicidade João Agrela (coordenador) e Paula Silva. Projeto gráfico Jorge Morgado. Paginação Cristina Silva e Vítor Pedrosa. Impressão Multiponto. Tiragem exemplares Esta revista é suplemento integrante da edição nº 4168 de 2 de fevereiro de 2017 do semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendida separadamente Infelizmente os moldes não estão à venda no supermercado e por isso as pessoas não sabem o que é. Recuperamos a expressão utilizada pelo secretário-geral da Cefamol, Manuel Oliveira, para acentuar uma triste evidência. Portugal é o 8º fabricante de moldes a nível mundial e o 3.º a nível europeu. Mais de 50% das empresas desta indústria situam- -se na nossa região e, com exceção de quem trabalha na área, a maior parte não faz ideia do que é um molde. Em contrapartida, conhece bem o seu resultado: a embalagem de plástico, o brinquedo, o para-choques do carro, a máquina de café, o aspirador, a mala de viagem e tantas, tantas outras peças do dia-a-dia. O molde não se vê, mas é o que está por detrás de quase tudo o que nos rodeia. É uma indústria fascinante. O reconhecimento internacional que alcançou, as marcas para que trabalha, a tecnologia que incorpora - do mais evoluído que existe no mercado - os conhecimentos e competências que requer transformam-na num universo cativante. Não há nada de simples num molde e não é por acaso que um bom profissional pode demorar quase dez anos a fazer-se, se é que alguma vez estará feito. Esta é uma das indústrias mais pujantes do país e, no entanto, debate-se com falta de mão-de-obra especializada. Não deixa de ser curioso que se fale tanto da eliminação de postos de trabalho com a indústria 4.0 numa área que quer gente para trabalhar e não encontra. Há programas que estão a tentar combater esta falta de mão-de-obra qualificada e com resultados positivos, mas é provável que o problema se mantenha atendendo à média etária da maior parte dos colaboradores desta área. A complexidade da indústria de moldes já é considerável e vai aumentar. O tempo de aprendizagem na área é longo até se atingir um nível de autonomia, iniciativa, espírito crítico que satisfaça empregadores e clientes. A indústria de moldes não é só engenharia mecânica, embora esta seja a área de formação mais necessária. É também design, gestão, marketing, direito e todas as vertentes de que se faz uma empresa. O futuro é um lugar risonho para os moldes se o sector continuar a demonstrar esta capacidade de adaptação, inovação e o arrojo que lhe conhecemos. Esta revista não permite dúvidas de que é isso que vai acontecer. PATRÍCIA DUARTE Diretora-adjunta do REGIÃO DE LEIRIA

4 MOLDES 4 REGIÃO LEIRIA 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Portugal é o 3.º fabricante europeu de moldes e o 8.º no mundo Se há indústria onde o nome de Portugal é incontornável, essa indústria é a dos moldes. O país está entre os principais fabricantes mundiais, ocupando o 8.º lugar a nível global e o 3.º em termos europeus. Dados de 2014 do ISTMA - Statistical Year Book, referentes aos moldes para injeção de plástico e borracha, colocavam a China na liderança, com 36% de quota de mercado, seguindo-se Estados Unidos (19%), Japão (11,7%), Coreia do Sul (9,7%), Alemanha (9,3%), Itália (5,2%), Canadá (3%) e Portugal (2,3%). Os 8 maiores exportadores mundiais de moldes 3% 2% 5% China 10% Estados Unidos 38% Japão 10% Coreia do Sul Alemanha 12% 20% Itália Canadá Portugal Fonte: ISTMA - Statistical Year Book, 2014

5 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 5 Com uma vocação claramente exportadora, traçada por aqueles que se tornaram os seus maiores clientes, a indústria de moldes escoa 90% da sua produção para o estrangeiro. Em 2015, a exportação atingiu, pela quarta vez consecutiva o valor mais alto de sempre: mais de 590 milhões de euros numa produção total de 690 milhões de euros. E se, em 2010, os moldes representavam 0,87% das exportações nacionais, em 2015, já valiam 1,15%. O ano de 2015 foi bom e deixou o sector particularmente entusiasmado, mas 2016 pode vir a ser ainda melhor. A confirmarem-se as projeções de fecho de contas, 2016 pode ser o quinto ano consecutivo em que a indústria continua a crescer, podendo registar, face a 2015, um aumento na ordem dos 5 a 6%. Manuel Oliveira, secretário-geral da Cefamol Associação Nacional da Indústria de Moldes, explica que o crescimento da indústria é maior do que aquele que é revelado pelas estatísticas das exportações. A razão prende-se com o facto de as empresas estarem a produzir mais, mas o que estão a exportar ou a incorporar são peças ou componentes plásticos. Esta é uma tendência ditada por exigências dos clientes, que já não querem o molde, mas a peça ou o componente, o que tem levado muitos empresários a investir em injeção de plásticos. Neste contexto, a marca Engineering & Tooling from Portugal ganha cada vez mais sentido, no entender de Manuel Oliveira, uma vez que responde ao alargamento da cadeia de valor exigida pelo cliente. Desde o design até a produção da peça final, passando pela engenharia da conceção do molde, da prototipagem, da produção do molde, da produção de peças, ferramentas e de outros componentes, todas estas etapas podem centrar-se nas empresas da região. Quando não reúnem condições para fornecer este serviço integrado, pretende-se que possam colaborar com outras dando força ao conceito de cluster. É uma forma de diferenciação no mercado internacional, refere Manuel Oliveira, acrescentando que >>> PUBLICIDADE >>>

6 6 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> este fator explica parte do crescimento consecutivo da indústria de moldes nos últimos anos. A restante fica a dever-se à dinâmica dos sectores industriais clientes dos moldes, sobretudo o automóvel, e à capacidade de modernização e adaptação das empresas portuguesas que criaram as tais competências que as fazem ser diferentes no mercado. Ao mesmo tempo, Manuel Oliveira reconhece no empresário desta área um dinamismo e uma capacidade de adaptação ao mercado internacional fora do comum. Passámos por dificuldades, mas conseguimos reinventar-nos. Sempre tivemos este foco internacional, o cliente nunca esteve aqui ao lado, mas a milhares de quilómetros de distância. Em 2015, os principais mercados de destino dos moldes eram a Alemanha (22%), a Espanha (19%) e a França (18%) que juntos absorviam quase 60% da produção nacional. A sequência de países destinatários nem sempre foi esta. Anos houve em que Espanha era o principal destino das exportações portuguesas e o Brasil chegou a integrar o top 5. Manuel Oliveira explica que a evolução dos mercados de destino das exportações nacionais depende muito da dinâmica e crescimento dos mesmos e dos investimentos realizados pelas principais indústrias clientes do sector. Como exemplo dá a evolução positiva do México em função do crescimento da indústria automóvel naquele mercado, embora não deixe de realçar também o investimento das empresas portuguesas na sua promoção internacional e na diversificação de mercados. Entre os principais clientes da indústria de moldes portuguesa está o ramo automóvel, com 74%, e a embalagem, com 10%. Em termos nacionais a força da indústria de moldes reparte-se por duas áreas geográficas: distrito de Leiria e concelho de Oliveira de Azeméis. Composta por cerca de meio milhar de empresas com um total de 8900 colaboradores - segundo dados de mais de 50% situam-se no distrito de Leiria, em particular nos concelhos de Marinha Grande (136), Leiria (77), Alcobaça (24) e Batalha (13). As 20 maiores empresas de moldes do distrito de Leiria faturaram em 2015 perto de 205 milhões de euros, tendo cerca de 147 milhões sido faturados ao mercado estrangeiro ou não tivesse uma boa parte destas empresas uma taxa de exportação próxima dos 100%. l Sectores clientes da indústria de moldes Destinos das exportações nacionais de moldes 1% 1% 2% 8% 4% 10% 74% Automóvel Embalagem Electrodomésticos Electrónica Aeronáutica Dispositivos Médicos Outros 2% 2% 2% 3% 4% 5% 5% 18% 18% 22% 19% Alemanha Espanha França Reino Unido Rep. Checa Polónia Mexico EUA Brasil Belgica Outros Fonte: Cefamol, 2015 Fonte: Cefamol, 2015 As 20 maiores empresas de moldes do distrito de Leiria Nome Concelho N_empregados 2015 Vn 2015 Rl 2015 Exportação 2015 Exportação Socém - E. D. - Fabricação, Engenharia e Desenvolvimento de Moldes, S.A. Alcobaça ,96% 2 GECO - Gabinete Técnico e Controlo de Moldes em Fabricação, Lda. Leiria ,81% 3 Intermolde - Moldes Vidreiros Internacionais, Lda. Marinha Grande ,78% 4 Moliporex - Moldes Portugueses, Importação e Exportação S.A. Marinha Grande ,30% 5 Dexprom - Produção de Moldes, Lda. Leiria ,53% 6 SETSA - Sociedade de Engenharia e Transformação, S.A. Marinha Grande ,81% 7 TJ Moldes, S.A. Marinha Grande ,28% 8 Imoplastic - Indústria de Moldes e Plásticos, Lda. Marinha Grande ,43% 9 Tecnifreza - Indústria de Moldes, S.A. Marinha Grande ,61% 10 GLN Molds, S.A. Leiria ,44% 11 MD Fastooling, Lda. Leiria ,00% 12 Moldetipo II - Engineering Moulds and Prototypes (Portugal), Lda. Marinha Grande ,81% 13 Erofio - Engenharia e Fabricação de Moldes, S.A. Batalha ,89% 14 Moldegama - Moldes Técnicos, S.A. Alcobaça ,00% 15 Aníbal H. Abrantes - Indústrias de Moldes e Plásticos, S.A. Marinha Grande ,18% 16 Moldes RP - Indústria de Moldes, Sociedade Unipessoal, Lda. Marinha Grande ,71% 17 Tecnimoplás - Indústria Técnica de Moldes, Lda. Marinha Grande ,82% 18 Sociedade Metalúrgica Marinhense, Lda. Marinha Grande ,84% 19 Famolde - Fabricação e Comercialização de Moldes, S.A. Marinha Grande ,42% 20 ITJ - Internacional Moldes, Lda. Marinha Grande ,07% Totais , , ,00

7 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 7

8 8 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Paulo André, Sofia Castro e Carlos Morgado (Baker Tilly) Baker Tilly compara empresas de moldes de Portugal, Espanha, França, Itália e Alemanha Indústria portuguesa é mais rentável em termos operacionais A indústria portuguesa de moldes desfruta de um posicionamento competitivo a nível internacional, sendo Portugal o 3º principal exportador e produtor europeu e ainda o 8º principal produtor a nível internacional. Em 2015, pelo 5º ano sucessivo, este sector registou crescimento tanto em produção como em exportação, demonstrando a resiliência das empresas portuguesas face à crise financeira e ao aparecimento de novos países concorrentes como a China. A importância deste sector para o nosso país levou a Baker Tilly a realizar o presente estudo, o qual compara, através de rácios financeiros, a indústria de moldes em Portugal com os três principais mercados de exportação do nosso país, Alemanha, França e Espanha, e o maior exportador europeu, Itália. Portugal De acordo com os dados analisados (ver metodologia de análise no final deste texto), em 2015, a indústria portuguesa de moldes agregava mais de 405 empresas, representando uma faturação anual superior a 812 milhões de euros. A maioria das empresas do sector apresenta uma faturação anual inferior a 2 milhões de euros (consideram-se, assim, microempresas), contudo são as pequenas empresas (faturação entre os 2 e os 10 milhões de euros) que representam quase 50% do volume de negócios. Destaca-se, ainda, que o escalão de microempresas registou o maior crescimento médio de vendas entre 2014 e Aliás, verifica-se que o crescimento anual das vendas decresce à medida que aumenta a

9 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 9 dimensão das empresas. Espanha A amostra analisada de empresas espanholas fabricantes de moldes engloba 263 empresas. Salienta-se que as seis empresas com faturação superior a 10 milhões de euros são responsáveis por mais de 24% do volume de negócios do sector, enquanto que as 214 microempresas representam 31% do volume de negócios. Relativamente à evolução do volume de negócios, verifica-se um aumento médio da atividade de 9,4%, sendo que o tier de pequenas empresas registou o crescimento mais baixo do sector em Espanha, de apenas 1,4%. número de empresas em Itália seja inferior ao número registado em Portugal, a sua faturação anual (1.574 milhões de euros) é bastante superior à registada em Portugal. Em Itália, assim como nos restantes países em análise, as pequenas empresas representam perto de 50% da faturação global do sector. Destaca- -se, também, que, neste país, as 143 microempresas apenas representam 13,8% do volume de negócios total. Porém, são estas empresas de reduzida dimensão que mais cresceram em 2015, aproximadamente 18%. Comparativamente com Portugal, o crescimento registado no volume de negócios global do sector italiano foi ligeiramente inferior. Embora tanto as empresas com faturação superior a 10 milhões de euros, como as empresas com faturação inferior a 2 milhões de euros, tenham obtido taxas de crescimento superiores às empresas nacionais. França De acordo com a informação analisada pela Baker Tilly, em 2015, a indústria francesa dos moldes era constituída por mais de 200 empresas, que representavam um volume de negócios anual superior a 490 milhões de euros, valores inferiores aos registados em Portugal para o mesmo sector. Portugal possui ainda um número superior de empresas com faturação superior a 10 milhões de euros. Contudo, em França, as empresas deste tier registaram um crescimento de faturação superior quando comparadas com as empresas portuguesas. Alemanha A amostra analisada da indústria alemã de moldes inclui 107 empresas, representando um volume de negócios de, sensivelmente, 437 milhões de euros. O tecido empresarial inclui, principalmente, empresas com faturação anual inferior a 10 milhões de euros, no entanto as restantes seis empresas representam 28% da faturação do sector. Tendo em conta os países em análise, a Alemanha destaca-se como o país que exibiu o crescimento mais elevado neste sector (13,1%), em 2015, sendo que as maiores empresas cresceram a uma taxa média de 14,6%. Em França, as empresas de moldes de pequena dimensão são responsáveis por mais de metade da faturação, em semelhança com os dois países anteriores. Análise de rentabilidade Itália Tendo em consideração os dados financeiros analisados, a indústria italiana de moldes, em 2015, agregava mais de 330 empresas. Embora o A análise de rentabilidade, para além de avaliar se uma empresa é rentável, também nos informa relativamente à sua eficiência na utilização dos seus recursos. Isto é, uma empresa é mais rentável se conseguir gerar vendas superiores com a mesma estrutura de custos. A margem EBITDA é o rácio mais comummente utilizado, uma vez que possibilita analisar a rentabilidade operacional excluindo itens, como juros, >>>

10 10 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> depreciações e impostos, que são dispensáveis da tomada de decisão dos empresários. Portugal apresenta a margem EBITDA média mais elevada, de 15,6%, seguido de Itália, Espanha e França. Não obstante, salienta-se que as empresas de idêntica dimensão em França parecem ser mais rentáveis que as empresas portuguesas de semelhante dimensão, o que poderá ser explicado por custos de matérias consumidas inferiores dado que a margem bruta das empresas francesas é 83,9% (vs. margem bruta das empresas portuguesas de 71,1%). com que as empresas utilizam os seus ativos para gerar receitas. Portugal apresenta um valor de rotação de ativos de 0,7 vezes, o que significa que por cada 1 euro de ativos as empresas portuguesas geram em média 0,7 euros de vendas. As empresas do sector de moldes nos restantes países aparentam ser mais eficientes na gestão de ativos, visto que os seus rácios médios são superiores. Realça-se a Alemanha, pois obteve o valor mais elevado neste rácio, as empresas neste país conseguem gerar vendas de 1,9 euros por cada 1 euro dos seus ativos. Salienta-se que a Alemanha não foi compreendida nesta análise dado não dispormos de dados relativos ao EBITDA das empresas neste país. Por fim, destaca-se que Portugal assistiu a um aumento significativo da sua rentabilidade operacional entre 2012 e No entanto, em 2015 registou uma diminuição da margem EBITDA média do sector dos moldes. Por outro lado, Itália e Espanha têm registado um aumento contínuo deste indicador operacional. Gráfico 2 -Evolução do rácio de Rotação de Ativos Gráfico 1 -Evolução da Margem EBITDA Adicionalmente, é possível aferir a eficiência de uma empresa através do rácio Volume de Negócios por Empregado. De acordo com este rácio, as empresas italianas, seguidas das francesas, são as que exibem níveis de produtividade mais elevados, sendo o volume de negócios médio, nestes países, de, respetivamente, 181 e 140 milhares de euros por empregado. Salienta-se que a produtividade por empregado, em Portugal, é a mais baixa, sendo a faturação por empregado metade da obtida em Itália. O estudo da Baker Tilly verifica, ainda, que o volume de negócios por empregado é superior nas empresas de maior dimensão, sendo estas as mais produtivas. Análise de eficiência De modo a aferir o nível de eficiência das empresas do sector dos moldes foi analisado o rácio de Rotação de Ativos, o qual avalia a eficiência >>>

11 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 11

12 12 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> Análise de equilíbrio financeiro De modo a avaliar a saúde financeira de uma empresa ou indústria é comum analisar o rácio de alavancagem financeira (ou Debt to Equity). Este rácio permite perceber a capacidade de uma empresa em fazer face aos seus compromissos financeiros de longo prazo, indicando-nos a percentagem do financiamento da empresa que provém de credores ou investidores. A indústria dos moldes em Portugal parece manter uma posição de menor capitalização quando comparada com a indústria em Espanha, França e Alemanha. Em média, o passivo das empresas de moldes portuguesas representa 171% da sua estrutura de capital. Por outro lado, Alemanha, França e Espanha apresentam percentagens inferiores de financiamento proveniente de credores, respetivamente, 124%, 130% e 165%. As empresas italianas são as que demonstram um nível de endividamento superior. O rácio de cobertura de juros permite, igualmente, avaliar o equilíbrio financeiro de uma empresa, medindo a capacidade da empresa fazer face aos seus encargos financeiros. Em Portugal, o resultado operacional das empresas do sector cobre 12,5 vezes os seus encargos financeiros (excluindo empresas com resultado operacional negativo). Apenas França obteve uma cobertura de juros (30,7x) bastante superior à portuguesa. Destaca-se que a Alemanha não foi incluída na análise deste indicador uma vez que não dispomos de dados relativos ao EBITDA das empresas nesse país. Em Portugal e Itália, verifica-se que o nível de endividamento das empresas aumenta à medida que a dimensão da empresa diminui. Inversamente, em França e Espanha, constata-se que são as empresas de maior dimensão que se encontram mais alavancadas. Os países analisados no estudo da Baker Tilly têm vindo a reduzir o seu nível de endividamento nos últimos quatro anos. Portugal destaca-se neste grupo, uma vez que, entre 2012 e 2015, o sector nacional dos moldes reduziu, em 30 pp, o peso do financiamento externo na estrutura de capital. Contudo, o nível de alavancagem do sector em Portugal continua muito acima dos praticados noutros países europeus, como os analisados. Gráfico 3 - Evolução do rácio Debt-to-Equity Adicionalmente, as empresas deste sector foram segmentadas por escalões com base no seu rácio em análise. Deste modo, é possível analisar o número de empresas que se encontra na zona crítica relativamente aos encargos financeiros suportados. Em Portugal existem 38 empresas cujo resultado operacional é negativo ou o rácio de cobertura de juros é inferior a 2,5 vezes, o que equivale a somente 4,4% do volume de negócios total do sector. Por outro lado, Espanha tem 51 empresas representativas de 18,6% do volume de negócios, na considerada zona crítica, França tem 35 empresas, responsáveis por 16,4%, e Itália tem 41 empresas, responsáveis por 10,7% do volume de negócios. Assim, conclui-se que, apesar da fraca capitalização das empresas nacionais do sector dos moldes, estas evidenciam ser mais consistentes na cobertura dos seus custos financeiros. >>>

13 peugeot.pt NOVO SUV 3008 PEUGEOT NUNCA UM SUV FOI TÃO LONGE 85.7% PEUGEOT MELHOR MARCA AUTOMÓVEL PELO 4.º ANO CONSECUTIVO Consumo combinado: 4,0 a 5,4 l/100 km. Emissões de CO 2 : 104 a 124 g/km. PEUGEOT ASSISTANCE 8 ANOS ASSISTÊNCIA EM VIAGEM GRATUITA NOVO SUV PEUGEOT 3008 LPM CONCESSIONÁRIO PEUGEOT / Grupo Lena Automóveis Leiria: Quinta da Pedreira, Alto do Vieiro, Parceiros, Leiria - Tel.: rede.peugeot.pt/lpmleiria Pombal: Rua da Sobreira, Moncalva, Pombal - Tel.: rede.peugeot.pt/lpmpombal Tomar: Estrada da Serra, Tomar - Tel.: rede.peugeot.pt/lpmtomar Santarém: Rua Matadouro Regional, Lote 39, Santarém - Tel.: rede.peugeot.pt/lpmsantarem Caldas da Rainha: Rua Mártires de Timor, 25, Caldas da Rainha - Tel.: rede.peugeot.pt/lpmcaldasdarainha

14 14 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> Conclusão e perspetivas futuras Através da presente análise da Baker Tilly à situação financeira atual da indústria portuguesa, conclui-se que esta é a mais rentável em termos operacionais e que as empresas portuguesas têm sido capazes de aumentar a sua rentabilidade nos últimos anos. Contudo, o estudo concluiu, também, que as empresas de moldes em Portugal são pouco eficientes na utilização dos seus recursos, tanto os seus ativos tangíveis e intangíveis como os colaboradores. Consequentemente, a modernização do sector deve continuar a ser uma prioridade para as empresas nacionais para que, no futuro, se mantenham competitivas face a Itália, França e Alemanha. Por fim, a indústria de moldes em Portugal deverá diminuir o seu nível de endividamento por forma a estar menos vulnerável a potenciais crises financeiras e de modo a continuar com um rácio adequado de cobertura de gastos financeiros. Sobre a Baker Tilly A Baker Tilly é uma das maiores organizações mundiais que presta serviços de auditoria e consultoria. Desenvolve a sua atividade em 141 países, através de 745 escritórios, contando com aproximadamente colaboradores e uma faturação mundial de cerca de USD 5,4B. Oferece soluções integradas e serviços profissionais em diversas áreas, nomeadamente: Auditoria, Corporate Finance, Fiscalidade e Incentivos, Consultoria, Outsourcing e Sistemas de Informação. Nota metodológica/ Limitações A Baker Tilly compilou e analisou informação financeira de empresas do setor dos moldes em Portugal, Espanha (fonte: Sabi), Alemanha, Itália (fonte: Orbis) e França (fonte: Baker Tilly França). A amostra analisada para todos os países, exceto Espanha, inclui apenas empresas com dados disponíveis para os anos de 2015, 2014, 2013 e 2012, com código de atividade (NACE Rev. 2) 2573 e cuja operação inclua a PUBLICIDADE

15 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 15 atividade de fabricação de moldes. A amostra de empresas analisadas em Espanha inclui ainda empresas que operam no mercado de fabrico de moldes e com código de atividade (NACE Rev. 2) 2599, 2891, 2511, 2454, 2562, 2410, 2451, 2550, 2016, 2892 e Salienta-se que a amostra de empresas espanholas e alemãs é representativa de, respetivamente, 60% e 19% do mercado total de moldes em Espanha (segundo dados do INE e ICEX) e Alemanha (de acordo com informação do Statistisches Bundesamt e VDMA Associação da Indústria de Máquinas e Equipamentos Técnicos). O estudo efetuado para Portugal baseou-se no CAE (código de atividade económico) das empresas e só foram (naturalmente) consideradas aquelas que tinham dados disponíveis no SABI do Bureau Van Dijk (uma das bases de dados mais completas para empresas da Península Ibérica). Daqui resultam as seguintes consequências: o volume de negócios agregado reportado não corresponderá aos valores do INE uma vez que as vendas das empresas poderão incluir proveitos obtidos fora do fabrico de moldes; o número de empresas não corresponderá às 700 PME, uma vez que existirão empresas que operam com CAE diferentes ou não terão dados financeiros disponíveis (pelo que não foram consideradas na análise). O fundamental é que a presente análise inclui uma amostra bastante relevante do universo de empresas produtoras de moldes portuguesas e que em faturação agregada deverão ter uma elevada representatividade face ao universo total. l Nomenclatura Margem EBITDA = Rotação dos Ativos = Debt to Equity = Cobertura de Juros = EBITDA Volume de Negócios Ativo Volume de Negócios Passivo Capital Próprio Juros Líquidos EBITDA PUBLICIDADE

16 NOS PRÓXIMOS 20 ANOS Queremos estar a acompanhar a indústria e a constatar que os esforços de todos não foram em vão. Continuamos a acreditar que o mais importante na vida é estar presente nos bons momentos e nos menos bons, mas sempre com vontade férrea de ultrapassar os obstáculos. Para acompanhar os nossos clientes temos de estar sempre disponíveis, dar o exemplo, servir de referência e trabalhar muito. E continuar a semear para colher. Semear parcerias duradouras e ganhadoras, prosseguindo o desafio de continuar a liderar em novas soluções, a imaginar o mundo. Antecipamos o Futuro construindo-o. Conte connosco.

17 Indústria de Moldes Indústria do Calçado Indústria Automóvel Indústria Aeronáutica Indústria Metalomecânica Robótica Industrial Automação Industrial Eletrónica Industrial Software CAD/CAM Centros de Maquinação Máquinas de Injecção TECNIROLO - Engenharia Industrial, S.A. Urb. Qt. da Maligueira, lote R/C Leiria - PORTUGAL T: F: geral@tecnirolo.eu

18 18 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Administrador da TJ Moldes, preside à direção da Cefamol - Associação Nacional da Indústria de Moldes, fundada em 1969 e que conta com 151 associados João Faustino Presidente da Cefamol Sou contrário ao mercado de transferências, isto não é futebol A indústria de moldes cresceu muito nos últimos anos em volume de negócios e em quota de mercado. Quando procuramos desenhar o futuro do sector daqui a 20 anos, o que vemos? Não sei e não acredito que alguém saiba. Ficaria muito contente que alguém dissesse como serão os próximos cinco. O mundo, como está hoje e face às eleições que ocorreram nos Estados Unidos, irá mudar e isso vai mexer com a volatilidade das economias. Direta ou indiretamente vai mexer com o nosso sector. Como assim? Se olharmos para aquilo que aconteceu nas últimas semanas, com o que o presidente dos Estados Unidos está a impor ao México, estando a indústria de moldes a posicionar-se para fazer alguns investimentos no México, não sabemos o que vai acontecer nos próximos cinco anos, quanto mais nos próximos 20. Depois não nos podemos esquecer do que está a acontecer na Rússia que até há alguns anos comprava moldes em Portugal. Hoje não compra. O Brasil comprava moldes em Portugal. Todos sabemos o que está a acontecer ao Brasil. Existe toda uma série de países que há uns anos tinham potencial de crescimento e que, de um momento para o outro, derraparam. Nós felizmente temos tido algum crescimento face ao aumento do número de modelos. Ele vai continuar, mas o número de automóveis vendidos por modelo vai diminuir. Isso significa que vai haver uma pressão muito maior sobre os preços de compra. Olhando para esse cenário que não é animador, que oportunidades se colocam no futuro à indústria de moldes? Não podemos ficar parados. Esta

19 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 19 indústria tem 70 anos e não é agora que vai parar. As empresas devem continuar a investir e a modernizar-se, mas devem ter consciência de que devem fazer alterações de mentalidades em toda a envolvente, desde fornecedores, colaboradores, até ao nosso sector público, nomeadamente finanças. Existe uma tendência para reduzir impostos, mas a carga fiscal ainda é acentuada quando comparada com outros países. Tudo isto faz com que tenhamos tendência para virmos a ser, em determinados mercados, empresas não competitivas. Ora, se não criarmos processos, métodos e novas atitudes para enfrentar os negócios, vamos ter alguma dificuldade em ultrapassar estes desafios e continuarmos a ter a quota de mercado que temos tido. Investimentos sim, mas com um nível de alavancagem muito bem contabilizado. Li numa entrevista sua que uma empresa de moldes pode ser comparada a um restaurante que tanto pode estar vazio como de repente ter de servir jantar a 30 pessoas. Como é que se gere uma casa assim? Tem de ter a casa muito bem organizada e um stock muito bem organizado. Se não tiver tem de ter um conjunto de fornecedores que lhe possam dar crédito para fazer face à quantidade de encomendas ou de clientes que lhe possam aparecer de um momento para o outro. Olhando para aquele cenário que descreveu no início da conversa, quais é que acha que serão, no futuro, os mercados da indústria automóvel que está muito concentrada na indústria automóvel? E vai continuar a estar. Mas é muito perigoso ter os ovos todos no mesmo cesto Muito sinceramente, neste momento, não vejo alternativas. Nem no plano da saúde, da aeronáutica Não. Não vejo alternativas noutros mercados que possam retirar quota de mercado à indústria automóvel. Pode haver para algumas empresas nichos de mercado, mas a nossa capacidade de produção é tão grande que não há com certeza outros sectores que tenham capacidade de a absorver. As nossas empresas não têm o histórico de produção para esse tipo de sectores. Por exemplo, uma multinacional alemã da área da saúde que, até à data, tenha comprado os seus moldes na Suíça e na Alemanha a empresas especializadas com quem trabalha há uma série de anos, não começa, de um momento para outro, a comprar moldes em Portugal, a empresas que não tenham experiência em trabalhar para esse tipo de sectores. Mas isso não é o início de qualquer negócio? Não foi assim com o sector automóvel? É evidente que todas as empresas no início pagam para aprender, é sempre assim e todos temos consciência. Só que hoje em dia, conforme estão as margens, vendemos ao preço que muitas vezes nos é imposto pelo cliente. O negócio de hoje é diferente do que era há meia dúzia de anos. O Não vejo alternativas noutros mercados que possam retirar quota de mercado à indústria automóvel tipo de margem com que estamos disponíveis para negociar é tão reduzido que a nossa concorrência já está ajustada e otimizou-se para fazer esse tipo de moldes. Para além disso, muitos desses clientes não veem no nosso sector a tradição e a experiência que outros já têm. Hoje em dia, muitas empresas têm à frente das suas áreas de negócio pessoas com pouco conhecimento técnico e com uma tabela de Excel. Não quer dizer que não haja pessoas com conhecimento técnico, mas há uma coisa que eles não querem fazer que é correr riscos. Não querendo correr riscos, muitos desses potenciais clientes não têm tendência para apostar em novos fornecedores sem experiência, quando têm outros que ao longo de 10, 15, 20 anos foram fiáveis ou fizeram uma série de experiências. Existem em Portugal empresas com essa capacidade, mas são poucas face ao universo de empresas que nós temos. E com a indústria aeronáutica? Acontece o mesmo. A indústria aeronáutica compra peças de alumínio, de titânio e, muitas vezes, essas peças estão sujeitas a diversos tipos de tratamentos térmicos que nós aqui em Portugal não temos capacidade de fazer. Para fazermos esses tratamentos térmicos temos de recorrer a Sevilha ou França. Para isso os nossos amigos espanhóis ou franceses levam-nos quase tanto como o preço de venda da peça. Automaticamente, já não somos competitivos. Quando a Embraer veio para Portugal, houve várias empresas que concorreram ao programa e receberam formação no Brasil. De todo esse conjunto de empresas, sinceramente não sei se existe alguma que neste momento esteja a fabricar peças para a Embraer, por aquilo que lhe acabei de dizer. E a indústria automóvel vai continuar a ter capacidade para absorver a vossa produção, com todas as evoluções que estão previstas nessa indústria? A indústria automóvel vai ter uma grande alteração. Essa alteração não nos vai afetar muito. Vai afetar mais peças metálicas e mais peças de motor e de caixa de velocidades. Para quem estiver a produzir moldes para fazer peças de plástico não vai haver problema. Por aí, o sector da indústria de moldes não vai ver uma redução do número de encomendas. Pode haver é uma diminuição do volume do número de automóveis por modelos. Haverá uma tendência para o tempo de vida do modelo ser mais curto e os custos de desenvolvimento e refiro-me a todo o projeto de construção do carro - ser reduzido. Nessa altura nós vamos também ser pres- >>>

20 PUBLICIDADE >>> >>> sionados nos preços e temos de nos tentar ajustar. Possivelmente vamos ter de fazer moldes noutro tipo de materiais que vão surgir, materiais com maquinações mais fáceis, reduções de tempos, equipamentos mais adaptados ao tipo ao que vamos fazer. Vinte anos neste sector é uma vida. E se olharmos para trás e vermos que há 20 anos não havia máquinas de cinco eixos, de alta velocidade, eletro-erosões com a performance que existe hoje, não imagino o que irá haverá daqui a 20 anos, mas acredito que daqui a 20 anos haverá muitas tecnologias que irão ajudar os fabricantes da indústria de moldes a tornarem-se competitivos. Em relação ao México, havia intenção de criar um agrupamento de empresas. Em que ponto está esse projeto? Qual é o vosso objetivo exatamente? É criar uma estrutura para dar suporte a empresas nossas clientes que estejam no México. Mas não só. Estivemos no México na última semana de novembro e fomos contactados por empresas dos mais diversos países a solicitarem-nos para irmos para lá porque era uma dificuldade real que existia. Não houve nenhuma alteração até ao momento. Estamos a avaliar o investimento que passa por duas fases: a primeira para criar uma pequena empresa para dar suporte e depois, em função da abertura e da atividade, é que decidiremos. Em relação à mão-de-obra qualificada de que necessitam para esta indústria, continua a escassear? O volume de encomendas tem aumentado e alguém tem de fabricar. As empresas, por mais pessoas que tenham empregadas, não têm conseguido uma mão-de- -obra qualificada de um momento para o outro. Então há um mercado de transferências... Sou contrário ao mercado de transferências, isto não é futebol. Acho que existe alguma falta de responsabilidade, na minha opinião, de algumas empresas quando entram neste tipo de jogo. Casos já houve de empresas que foram buscar colaboradores a outras, prometeram tudo e mais alguma coisa, acabou por não se concretizar e alguns funcionários voltaram às empresas de origem. Isto não é lógico nem é correto. Sou apologista de que as empresas devem manter uma performance correta neste tipo de atividade. O número de licenciados do ensino superior não é suficiente e a sua perfeita integração na empresa leva tempo, é isso? Sim. Hoje quando um aluno sai de uma universidade ou instituto politécnico traz teoria mas não traz prática. Essa prática só a consegue adquirir na empresa estando a trabalhar, mas não é de um dia para o outro. Um desenhador demora anos a fazer-se. Por outro lado, temos de considerar que foi nos anos 80 que foram criadas muitas empresas e que esta indústria empregou muita gente que tinha poucos conhecimentos e os foram ganhando. Muita gente que entrou nos anos 80, veio das mais variadas profissões. Neste momento >>>

21 PUBLICIDADE MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 21 Mais de 100 mil produtos Empresa cresce 25% em Portugal em ano de lançamento de novo portal A HASCO, com 28 anos de experiência em Portugal, continua a marcar a diferença pela relação que cria com o cliente. Apesar de defensora da standardização, oferece soluções individualizadas. O lançamento do portal HASCO e o crescimento do volume de negócios em 25% marcaram o ano passado O ano passado foi bastante intenso e crescemos 25% em relação a 2015, o que significa que continuamos a obter resultados acima da média do sector, garante José Silva, responsável da HASCO em Portugal, bastante satisfeito com o contínuo aumento da quota de mercado. O ano passado também foi importante porque a empresa abriu à indústria um novo portal, que pode considerar-se uma revolução. Hoje, online, os nossos clientes podem fazer encomendas, construir a estrutura ou os moldes, aceder ao stock, fazer cálculos de placas para maquinação especial e beneficiar ainda de outros serviços, adianta José Silva. Esta ferramenta online vem ao encontro dos investimentos da marca a nível global no âmbito da Indústria 4.0. O portal permite dispor de mais ferramentas, por exemplo no que respeita a orçamentos e encomendas, pelo que tempo dos nossos colaboradores com os clientes é de muito melhor qualidade, ou seja, de apresentação de soluções, de discussão técnica de aplicação dos produtos, explica o responsável pela Hasco em Portugal. Há 28 anos em Portugal, a filial da HASCO Hasenclever alemã promove a standardização como forma de poupar tempo e dinheiro no sector dos moldes. E, mesmo com 100 mil referências de artigos em arquivo, desenvolve soluções adaptadas às necessidades específicas dos seus clientes sempre que necessário. Para a divulgação da marca, muito contribuem os eventos. Um deles é o HASCO Days 2017, a 10 e 11 de maio, uma montra das mais recentes inovações da indústria de moldes e injeção de plástico. No ano passado reuniu 468 participantes durante três dias Pioneira na criação de soluções standard, a HASCO lançou no mercado o primeiro kit para o molde standard, em Presente em 60 países, a HASCO conta com mais de 700 colaboradores espalhados pelas suas unidades de produção e das mais de 35 subsidiárias. Em Portugal, a HASCO tem sede na Marinha Grande, há 28 anos. 9 Uma equipa de nove colaboradores responde às necessidades dos clientes da HASCO em Portugal. De acordo com o seu know how, propõe soluções à medida do cliente. HASCO PORTUGUESA. Normalizados para moldes e ferramentas, Lda. Estrada Nacional Km 9, Marinha Grande Tel Fax info.pt@hasco.com

22 PUBLICIDADE >>> estão a partir para a reforma e as empresas veem-se sem quadros que até aqui eram fundamentais. Houve empresas que não souberam formar internamente pessoas para fazer face às que iriam sair. O que acontece é que quando as empresas se veem sem aquelas pessoas que eram fundamentais e não têm quem as substitua, aí começa o mercado de transferências. Essas empresas deveriam ter feito o trabalho de casa. Isto também não é fácil porque há dois, três anos não se previa a quantidade de trabalho que veio a acontecer. Houve um misto de fatores, uns previsíveis e outros imprevisíveis. E a robotização deste sector não ajuda a colmatar a falta de mão-de-obra? Ajuda a melhorar as performances e os acabamentos do tipo das peças e esse tipo de peças vai diminuir a quantidade de horas, na montagem e na retificação, por exemplo. Por outro lado o tipo de moldes é cada vez mais difícil, cada vez tem mais tecnologia, logo tem mais horas de maquinação. Se por um lado a robotização veio facilitar, por outro lado, aquilo que demorava a fazer 100 horas, hoje demora 150 O homem continua a ser essencial, a sua especialização é que tem que aumentar, é isso? Exatamente. O 4.0 é o big brother. Quem inventou esta história foram os alemães e eles inventaram isto porque estão a desenvolver software que querem vender a nível mundial E a massificação da customização de que tanto se fala? A ideia é vendida como uma grande novidade, mas já é assim nos moldes ou não? A indústria 4.0 pode trazer melhorias em determinadas áreas no nosso sector. No entanto, não nos podemos esquecer que nem todas as empresas são iguais. Aquilo que pode ser robotizado e rentabilizado numa empresa, noutra não pode ser rentabilizado pelo tipo e pela metodologia de trabalho e moldes que essa empresa pode fazer. A indústria 4.0 traz eficiências, aplica-se no percurso e no controlo da otimização do processo de fabrico. Aplica-se na monitorização e na rentabilidade dos equipamentos, mas há coisas que não podemos fazer na íntegra. Por exemplo ter 4.0 associado aos clientes é um erro. Por favor, explique. O cliente está a desenhar a peça e está ligado com o meu computador. Está descansado da vida a desenhar a peça e no dia em que eu devia levar o molde ao teste, ele ainda me está a alterar a peça e há uma responsabilidade que deixa de ser dele e passa a ser minha. É

23 PUBLICIDADE o que a indústria automóvel quer, mas eu não aceito. Então como faz? Deem-me os dados e começamos a construir o molde. Depois é a tal pressão, o cliente vai exigir que eu tenha uma câmara web. Quando estou quatro meses para fazer o molde não estou constantemente a trabalhar naquele molde, estou a trabalhar em vários. Isto é o big brother e o cliente diz: das 4 às 7 da manhã não estiveste a fazer nada do meu molde. Isso é não uma ingerência na atividade da empresa? É o que eles querem. O 4.0 é o big brother. Sabe que quem inventou esta história foram os alemães e eles inventaram isto porque estão a desenvolver software que querem vender a nível mundial. É evidente que isto vai trazer uma série de inovações, mas quem é que vai ganhar com isto tudo? Quem vai vender este software para as grandes empresas multinacionais que depois vão dizer você que é nosso fornecedor tem de ter isto. A partir do momento em que se abre a porta a isso já não se pode fechar. Há uma postura conjunta que a Cefamol está a assumir? Andamos a debater. Durante muito tempo quiseram colocar- -nos na indústria automóvel, mas nós não quisemos porque não fazemos peças só para a indústria automóvel. Felizmente que este Governo considerou que ficávamos num cluster à parte, porque não nos revíamos neste tipo de política. Este tipo de tecnologias vai trazer know how e benefício quando aplicado internamente na nossa atividade. Quais são os próximos desafios da Cefamol? No ano passado abordámos novos mercados. Estivemos nos Estados Unidos, Japão, China, África do Sul, Coreia, no sentido de verificar o que se andava a fazer, ver a nossa concorrência, tendências futuras. Temos de tentar abrir novos mercados para ver se conseguimos penetrar. O Irão tem potencial, o Médio Oriente, mas tudo depende da situação política, na Polónia ainda há qualquer coisa a explorar, a Roménia... E as restantes atividades da associação? Vamos continuar a alargar a nossa rede de associados se bem que já representamos mais de 80% da indústria nacional, o que é muito bom. Nos últimos quatro anos crescemos 50 associados, é muito bom. Ao nível da revista estamos muito satisfeitos, conseguimos aumentar a publicidade, os artigos e as imagens. Ao nível da formação também tivemos um ano muito bom. A semana dos moldes correu bem e é para continuar. Este ano fizemos e vamos continuar a fazer brochuras específicas de cada feira. A exposição da indústria de moldes também está a correr bem, vai levar um ligeiro face lift este ano. Vamos dar continuidade ao protocolo das bolsas que temos com o IPL e, para 2017, existe uma quantidade de escolas profissionais que estão a formar jovens e a solicitar protocolos com a Cefamol para os jovens virem fazer estágios nas empresas associadas. l

24 24 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Opinião Uma indústria com futuro e do nosso futuro JOAQUIM MENEZES Presidente do Grupo Iberomoldes e um dos empresários mais interventivos no associativismo da indústria Acredito que a indústria de moldes, do Engineering & Tooling, é uma das atividades com futuro e do nosso futuro. Sem ela não haverá desenvolvimento económico sustentado e sustentável. Em Portugal temos sabido ultrapassar muitas e desafiantes etapas ao longo da sua existência. Desde a oficina rudimentar, que fazia moldes para vidro até aos dias de hoje, em que ombreamos com concorrentes globais e utilizamos tecnologias e metodologias de última geração. A adoção de tecnologias assistidas por computador, no projeto e na programação de centros de maquinação o CAD/CAM, iniciado pela Iberomoldes em foram estrategicamente cruciais para o desenvolvimento das empresas e seu posicionamento diferenciado no mercado. Podemos afirmar que foi com este inusitado investimento que se deram os primeiros e incontornáveis passos para o que é hoje chamada de Indústria 4.0. Mas com ou sem Indústria 4.0, com predominância, ou não, de tecnologias aditivas (3D printing), cada vez mais sofisticadas e Ao volante de um automóvel, sentados em frente de um ecrã de televisão, ou preparando uma refeição com ajuda de múltiplos eletrodomésticos, dificilmente poderemos imaginar que, por detrás destes produtos, se esconde muito trabalho feito em Portugal diferenciadas, serão necessárias empresas com as competências desta indústria, que façam face ao desenvolvimento e produção de novos produtos, fundamentais no dia-a-dia dos países e no mundo global e exigente em que viveremos. Ao volante de um automóvel, sentados em frente de um ecrã de televisão, ou preparando uma refeição com ajuda de múltiplos eletrodomésticos, dificilmente poderemos imaginar que, por detrás destes produtos, se esconde muito trabalho feito em Portugal. Parte dos moldes que lhes dão forma são projetados e produzidos em Portugal. Trata-se, é certo, de uma indústria pouco visível para o cidadão comum. Poucos são aqueles que ao pegarem num simples recipiente de plástico, imaginam que ele é fruto de um complexo trabalho de conceção, projeto e produção de moldes, utilizando as mais recentes tecnologias e cujo peso pode ascender a muitas toneladas. Trabalhadores altamente especializados As pessoas e os perfis ideais de cada trabalhador (a começar pelo empresário) vão, cada vez mais, ser o fator distintivo e determinante para o sucesso e sustentabilidade das empresas da indústria do Engineering & Tooling, muito em particular as dos moldes e sua automação. Apesar de estarmos sempre a lutar contra a escassez de pessoas preparadas e disponíveis na quantidade que se necessita, tem sido possível desenvolver sangue novo no sector e de acordo com as suas crescentes exigências.

25 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 25 A indústria, ao longo da sua existência de 70 anos, tem criado e sabido articular o seu próprio ecossistema de formação infelizmente nem sempre reconhecido, acarinhado e, principalmente, participado por todos. Através da CEFAMOL, do CENFIM, CEN- TIMFE, IPLeiria, universidades nacionais e nos últimos anos o cluster Pool-Net, tem-se conseguido trilhar um caminho de sucesso, que continuará a exigir de todos um trabalho coeso de cooperação e participação. À semelhança das próprias empresas, os perfis das pessoas serão cada vez mais especializados e Gostaria de acreditar que a prazo, os Estados Unidos virão ocupar um lugar de destaque nas nossas exportações - 15 a 20%. (...) Foi o mercado motor, responsável pelo desenvolvimento da indústria no período de 60/90 simultaneamente multifacetados. As pessoas da empresa do futuro terão que ter capacidade de análise crítica, muita sensibilidade para a inovação, para as tecnologias, para a aprendizagem e mudança permanente. A curiosidade, criatividade, perseverança, flexibilidade e muita humildade para reconhecer o muito pouco que cada vez mais saberemos individualmente, aumentando a necessidade e capacidade de trabalhar em equipa e em cooperação/coopetição. Reconhecidamente, Portugal é hoje um país incontornável quando se fala no desenvolvimento e na produção de moldes para novos produtos. Processos cada vez mais sofisticados Desde a conceção, passando pelo desenvolvimento, engenharia e fabrico de todo o ferramental, onde se incluem os moldes, a industrialização e produção, até à entrega ao cliente do produto final, a indústria portuguesa tem vindo a evoluir para servir o mercado de forma completa e integrada. A prazo, diria que daqui a 20 ou 30 anos, podemos vir a encontrar empresas cada vez mais orientadas para o produto e sua industria- >>> PUBLICIDADE

26 26 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> lização, uma vez que ao contrário do que acontecia nos anos 60/70, as grandes empresas clientes estão cada vez mais desprovidas de conhecimento técnico de moldes, o que leva que as atuais empresas de moldes se convertam em fornecedoras cada vez mais especializadas. Esta evolução, que direi natural, vai levar a que as empresas incorporem cada vez mais saberes no domínio da tecnologia mecânica dos materiais, bem como no domínio das tecnologias e processos produtivos (industrialização) na sua verdadeira essência. Assim, toda esta evolução, desde as simples serralharias na década de 40/60, passando pela clássica fábrica de moldes na década de 70/90, caminha-se para uma indústria que continuará com vocação em apostar em processos mais diferenciados e sofisticados, seja ao nível da engenharia dos produtos, seja ao nível da engenharia e automação na produção, que nos continuará a manter competitivamente no mercado. Exportar para os mais exigentes Desde sempre, as nossas atividades se centraram na relação com o exterior, direta ou indiretamente, com as maiores e mais conhecidas empresas mundiais. Seja através do desenvolvimento, produção e exportação dos produtos produzidos, seja através de investimento direto em outros países, vivendo realidades e aprendizagens muito distintas. Este relacionamento cosmopolita, faz parte do nosso DNA, é natural, e expõe-nos diariamente a elevados níveis de exigência e competitividade, que nos obriga a ter uma forma diferente de atuar e encarar os desafios a que estamos sujeitos no mundo empresarial atual. Trata-se, não de uma questão de opção, mas de sustentabilidade. A mutação dos negócios e dos mercados é permanente e cada vez mais acelerada. A sustentabilidade das empresas, exige muita monitorização no terreno, flexibilidade, muito investimento e velocidade na adaptação a novas tendências, seja no mercado, seja também nas tecnologias e nos processos. Esta forma de estar garante atualmente um rácio de exportação direta e indireta - acima dos 95% para cerca de 80 países diferentes. São mercados dos mais exigentes, como é o caso da Alemanha, Espanha e França. As pessoas da empresa do futuro terão que ter (...) curiosidade, criatividade, perseverança, flexibilidade e muita humildade para reconhecer o muito pouco que cada vez mais saberemos individualmente Os nossos serviços e produtos destinam-se maioritariamente para a indústria automóvel, que representa, hoje em dia, cerca de 75% do nosso volume anual de negócios. A indústria dos dispositivos médicos, da embalagem e eletrónica representam sensivelmente os restantes 25%. Nos próximos anos não se espera grande alteração ao nível dos mercados, o que provavelmente iremos assistir é a mais do mesmo, mas com muito maior sofisticação e exigência(s). Os mesmos mercados, os mesmos sectores, mas para marcas diferentes das atuais, a que eventualmente se juntarão, de forma mais consistente, os sectores da eletrónica e dos dispositivos médicos, de grande e pequeno consumo. Gostaria de acreditar que a prazo, os Estados Unidos virão ocupar um lugar de destaque nas nossas exportações - 15 a 20%. O mercado norte-americano figurou como um dos mais importantes destinos desta indústria. Foi o mercado motor, responsável pelo desenvolvimento da indústria no período de 60/90. Na minha opinião, seria um bom objetivo vir a ter 5 a 10% a serem direcionados para países do Médio Oriente e asiáticos. Não deverá ser nosso objetivo de atuação, que os clientes nos vejam apenas como simples fornecedores, mas sim como efetivos parceiros de negócio. É neste domínio, que continuamente deveremos desenvolver pesquisa e inovação na melhoria dos processos, na tecnologia e na nossa oferta de competências, como um >>>

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28 28 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> todo integrado. Devemos encarar este objetivo, de forma natural, pois só assim temos capacidade de resposta e de acompanhar os desafios e oportunidades com que nos confrontamos diariamente. Relação forte com centros de saber Talvez o fator mais determinante para o nosso sucesso, e em geral da indústria portuguesa de moldes, seja a sempre presente proatividade e flexibilidade, centrada no processo de busca, criação, desenvolvimento e aplicação do conhecimento utilizando as tecnologias mais adequadas e avançadas. São fatores existentes em qualquer parte do mundo, mas neste campo é igualmente bem conhecida a relação que, desde sempre, temos cultivado e desenvolvido, com importantes centros de excelência e saber, nacionais e internacionais. Os desafios da competitividade, nas suas múltiplas facetas, fazem com que as empresas estejam permanentemente a par do que mais avançado existe a nível dos desenvolvimentos tecnológicos a montante e a jusante. Não temos qualquer outra alternativa, que não seja a melhoria e desenvolvimento contínuo saber competente e domínio das tecnologias Não temos qualquer outra alternativa, que não seja a melhoria e desenvolvimento contínuo - para a sustentação da posição que Portugal atingiu nesta nossa atividade. São questões de sustentabilidade, aliadas ao aumento e manutenção da competitividade, que fazem com que as empresas do sector invistam permanentemente. A nossa indústria continuará a ser confrontada com novos desafios. A aprendizagem formação - e melhoria contínua, a par com a disponibilidade, atratividade e desenvolvimento dos recursos humanos, serão os desafios maiores. Mais do que a automação, será a necessidade de monitorizar e adaptar a organização em permanência, trabalhando simultaneamente as condicionantes principais de custo das operações (formas de financiamento, contratação e motivação dos recursos humanos). l PUBLICIDADE Paulo Pinto & Figueiredo, LDA. Rua Zona Industrial - 11 A Moita MGR Tel./Fax: Tlm: geral@maquinasdeinjeccao.pt INTERNATIONAL COOLING

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30 30 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Empresário de Oliveira de Azeméis, está desde abril do anos passado na presidência do Centimfe - Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos Nuno Silva, presidente do Centimfe Em Portugal, não há apoio dos governos aos centros tecnológicos Que papel estará reservado ao Centimfe nos próximos 20 anos? O papel do Centimfe nos próximos 20 anos será o mesmo de sempre e que está traduzido na sua missão, nomeadamente, apoiar as empresas portuguesas deste cluster a serem mais competitivas, através da antecipação, desenvolvimento e transferência tecnológica e do conhecimento diferenciador para as empresas. Assumimos hoje uma dimensão internacional muito importante para o nosso Cluster Engineering & Tooling, nos domínios da I&D, da dinamização de redes internacionais e da própria promoção da nossa indústria. Este nosso centro tecnológico terá um papel ainda mais decisivo nos domínios da captação, formação e requalificação dos recursos humanos para as nossas empresas. O Centimfe e as restantes Instituições basilares deste cluster, a Pool-Net, a Cefamol, a APIP e o próprio Cenfim, vão assumindo um crescente papel na representatividade desta cadeia de valor alargada, nos mais variados domínios de intervenção estratégica. Acredito que nos próximos anos, o Centimfe e as empresas deverão promover um relacionamento de interação cada vez mais apertado e sólido, como estratégia - especialmente nos domínios da otimização dos processos produtivos e das ferramentas de lean factoring - para o reforço competitivo e de afirmação internacional das nossas empresas. O Centimfe já assumiu no passado um papel pioneiro, nomeadamente na transferência de auxiliares de produção tão importantes como os sistemas CAD/CAM, a prototipagem rápida e a maquinação de alta velocidade. Agora, com a indústria 4.0 e a evolução tecnológica que é expectável, o Centimfe vai conseguir estar à frente das empresas ou apenas ao lado? Acho que o problema não pode ser visto em estar à frente ou ao lado das empresas, mas estar com elas. A nossa indústria tornou-se numa indústria de capital e de conhecimento intensivo. A maioria das tecnologias introduzidas são tecnologias de fronteira tecnológica, muitas vezes não maduras, e as nossas empresas sendo pequenas estão entre gigantes (clientes e fornecedores). Cada vez mais a competitividade dos países é enviesada, uma vez que países

31 PUBLICIDADE com mais recursos, têm outra capacidade de intervenção nomeadamente ao nível das políticas públicas de apoio à indústria. Na generalidade dos países europeus (nossos concorrentes), os governos ao longo dos anos têm dado grandes estímulos financeiros aos seus Centros Tecnológicos (por exemplo: o Instituto Fraunhofer, na Alemanha, CATAPULT Centers, no Reino Unido, Institutos TNO, na Holanda, etc) para anteciparem, desenvolverem e transporem para as suas empresas novas tecnologias e conhecimento diferenciador. Em Portugal, não há qualquer apoio dos governos aos centros tecnológicos para essa estratégica missão tecnológica há quase uma década. Numa indústria como a nossa de grande exigência em investimento tecnológico (mínimo 10% a 15% ao ano), a competitividade internacional das nossas empresas fica comprometida (outros andam mais rápido) e o próprio país tem dificuldades em promover o crescimento e o emprego qualificado. Esperamos que nos próximos anos, com esta nova visão da Indústria 4.0, os nossos governantes estejam mais sensíveis para esta capacidade estratégica de desenvolvimento que representam os centros tecnológicos nacionais. Podemos esperar que surjam no mercado equipamentos com a marca Centimfe? Se sim, quais? Penso que essa não é e não deve ser a nossa missão. No entanto, este já desenvolve há muito, equipamentos customizados para as empresas por exemplo meios de controlo, mãos de robô, equipamentos auxiliares de produção -, e até lançou recentemente um Esperamos que nos próximos anos, com esta nova visão da Indústria 4.0, os nossos governantes estejam mais sensíveis para esta capacidade estratégica de desenvolvimento que representam os Centros Tecnológicos Nacionais equipamento de limpeza de peças por ultrassons. Mas isso é uma consequência da fortíssima capacidade de engenharia que este centro tecnológico tem vindo a desenvolver com as empresas, com os seus parceiros do sistema cientifico e tecnológico e, com os fornecedores tecnológicos da Indústria. Tudo isto está disponível para apoiar as empresas nacionais. A falta de recursos humanos especializados é uma das dificuldades apontadas pelos empresários desta indústria. De que forma está o Centimfe a ajudar a ultrapassar essa dificuldade? Esse é um problema nacional e europeu. Basta analisarmos a nossa pirâmide populacional e o seu ritmo de evolução, caminhando crescentemente para um envelhecimento e redução populacional. Teremos que procurar através de políticas públicas, iniciativas para promover a competitividade do nosso país e da nossa indústria e atrair recursos humanos de outros mercados. O Centimfe tem vindo a trabalhar com a Pool-Net na divulgação da indústria junto das escolas e universidades e >>>

32 PUBLICIDADE >>> de outros clusters internacionais, e assume desde 1996 a iniciativa Pense Indústria, procurando sensibilizar os jovens para as profissões da indústria. Complementarmente, o Centimfe em 2016, dinamizou grupos de trabalho com as direções das escolas da região, procurando enquadrar bem os estágios de alunos nas empresas. Este é um caminho contínuo, que não pode parar e tem de ser complementado por muitas outras ações de política económica e social, que parece tardarem. A relação entre o Centimfe e as empresas de Oliveira de Azeméis é permanente e diária A excessiva dependência da indústria de moldes do sector automóvel é uma preocupação?? De facto, não se deve colocar os ovos todos na mesma cesta, mas também não se deve dizer aos clientes que esperem um pouco pois temos de diversificar. A indústria automóvel tem volume, inovação e é muito tecnológica, mas também é muito exigente no desenvolvimento organizacional dos seus fornecedores, o que tem sido excelente para elevar o patamar de oferta da nossa indústria. Contudo, outros mercados assumem igual importância estratégica, como o da embalagem e o da saúde/dispositivos médicos. A Europa propõe-se ser líder deste mercado até O nosso cluster tem também a ambição de redução do peso do sector automóvel até 2020, mas não podemos esquecer que a indústria de moldes aumentou as exportações, 82%, e produção, 68%, nos últimos seis anos para mais de 80 países, fundamentalmente centrada no mercado automóvel. No Centimfe é também o sector automóvel que é preponderante? A indústria farmacêutica, os eletrodomésticos e até o desporto não têm também um peso importante? Naturalmente que o sector automóvel é um driver forte no nosso centro tecnológico, mas também a aeronáutica, a saúde/dispositivos médicos, e a embalagem, são mercados de intervenção prioritários dos nossos clientes e associados, e como tal, acabam por ser determinantes na nossa intervenção. O desporto e em particular o ciclismo representa um segmento de grande crescimento, mas também de nicho que importa explorar. Neste sentido, o Centimfe foi desafiado por uma empresa associada, a Planimolde, para desenvolver um projeto de I&D (Best Crank) para se alcançar a pedaleira mais leve do mundo, e os resultados foram conseguidos e muito positivos. Este é mais um caso de sucesso de trabalho conjunto com a indústria e que certamente irá dar frutos em breve. Marinha Grande e Oliveira de Azeméis são os polos desta

33 PUBLICIDADE indústria em Portugal. Há planos e vontade de uma maior aproximação entre as empresas das duas regiões? Que ganhos haveria numa maior afinidade? O país é muito pequeno e as duas regiões distam apenas 160 km. A relação entre o Centimfe e as empresas de Oliveira de Azeméis é permanente e diária. Podemos e devemos reforçar sempre as relações de proximidade, mas este não me parece ser um problema substancial na ação e missão do Centimfe. Quantas empresas recorrem por ano ao Centimfe? É um número que o satisfaz ou pretende alargá-lo? O número de associados/clientes anual é substancial (mais de 350 em 2016), pelo que a nossa aposta tem de ser principalmente no incremento do volume de negócio e na qualidade do serviço. Os clientes que connosco trabalham normalmente fidelizam-se à nossa equipa e são tratados com deferência e profissionalismo. Qual é o orçamento anual do Centimfe e qual a vertente que absorve maior financiamento? O orçamento anual ronda 1,850 milhões de euros, sendo que o maior esforço de investimento são os recursos humanos (60%), o que é perfeitamente natural num centro tecnológico que apoia uma indústria de capital e conhecimento intensivo, e que não conta (até ao momento) com qualquer suporte financeiro estatal. O modelo de financiamento dos centros tecnológicos em Portugal é então um constrangimento. Está prevista alguma alteração nesse domínio? Isso é verdade e até deixa os nossos concorrentes tão surpreendidos que dizem que temos feito milagres ao financiar a inovação apenas com a prestação de serviços. O Governo português parece querer alterar esta situação através do programa CiTEC. Estamos a aguardar o lançamento desta iniciativa importante. Lamento que os centros tecnológicos em Portugal (presentemente são sete e que trabalham diariamente com as empresas) não tenham tido pelo menos os mesmos apoios do Orçamento do Estado que tiveram por exemplo os centros de inovação e de transferência de tecnologia associados às universidades. Seguramente a nossa indústria e economia estaria num patamar de desenvolvimento e de competitividade muito mais elevado. O futuro é um lugar risonho para os moldes e plásticos portugueses? We never know! Temos consciência e uma certeza que as empresas deste cluster estão no caminho crítico do desenvolvimento da generalidade dos produtos que conhecemos. Contudo, nada está assegurado e depende muito da nossa capacidade de atualização, modernização e inovação permanentes. Dependerá também da evolução dos mercados internacionais, da evolução das próprias empresas, e da capacidade de financiamento dos negócios. Por isso, temos de continuar a melhorar a nossa capacidade de trabalho conjunto para termos dimensão e capacidade de resposta. l

34 34 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Produção vai integrar informação e máquinas As duas próximas décadas serão portadoras de grandes alterações na indústria, com a vulgarização das fábricas do futuro que hoje começam a desenhar-se, num processo que o sector dos moldes assumirá com menores dificuldades do que outros, pela sua histórica capacidade de inovação e de integração de tecnologia e conceitos de última geração. O ciberespaço é o suporte das fábricas do futuro, cujos processos produtivos serão automatizados de molde a atingir o ideal da fabricação zero defeitos. O objetivo é provocar uma redução dos custos e a otimização da produção, e desenvolver a economia circular, eficiente do ponto de vista ambiental e socialmente responsável. É neste contexto que surge o conceito de Indústria 4.0, marcado pela digitalização e cujas primeiras referências, apelando aos Sistemas ciber-físicos, foram efetuadas, em 2006, por James Truchard, fundador e diretor executivo na National Instruments. Passados seis anos, a Alemanha formou um grupo de trabalho para definir a estratégia da Indústria 4.0, com o objetivo de aumentar a produtividade na indústria. Os EUA, com medidas de reindustrialização, e outros países, como a Itália, o Reino Unido e o Canadá, assumiram caminhos semelhantes. A Indústria 4.0 estabelece novos paradigmas de desenvolvimento, organização e produção, compatibilizando como nunca os sistemas digitais, mecânicos e de automação. A produção desenvolve-se em ambiente digital, prevendo congestionamentos ou dificuldades, antes até do início da fabricação, permitindo reduzir custos e otimizar processos. Os desenvolvimentos em áreas como a robotização flexível e móvel, a impressão 3D, a modelização e simulação de produtos e processos, o armazenamento e processamento de informação e as redes de comunicação, acentuarão a digitalização da indústria, o desenvolvimento de novos serviços e o aparecimento de diferentes modelos de negócio. Esta indústria utilizará ao máximo as tecnologias da informação, comunicação e localização mais avançadas e a robótica para desenhar, projetar e produzir produtos a partir da recolha das necessidades e dos gostos dos clientes, que lhes serão entregues diretamente, depois de uma encomenda personalizada. Utilizando os sistemas digitais integrados de desenho, projeto, prototipagem, fabrico de componentes, montagens e embalagens, os produtos podem ser planeados e executados com um mínimo de intervenção humana. Quanto ao impacto da Indústria 4.0 nos recursos humanos, um estudo da Universidade de Oxford, publicado no final de 2016, considera que 47% dos empregos atuais desaparecerão nos próximos 25 anos. l Cinco conceitos essenciais Interoperabilidade dos softwares e sistemas computacionais - Integração dos sistemas de informação da empresa, permitindo decisões atempadas e em segurança Big data - Sistema comunicacional/computacional que permite a geração, o cálculo e a análise de dados em tempo real M2M/Máquina a máquina - Sistemas de produção inteligentes modulares, comunicando entre si Human centred manufacturing - Conceção, simulação e desenvolvimento dos sistemas produtivos numa ótica de otimização em termos de produtividade Digital twin - Desenvolvimento em simultâneo de fabricação física e fabricação virtual. Fonte: Centimfe/O Molde

35 PUBLICIDADE P&R Nem tudo merece ter a tecnologia de último grito RUI TOCHA Diretor-geral do Centimfe Que preocupações tem e que reflexão está a indústria a fazer para as próximas décadas? No futuro o grande desafio que vamos ter é conciliar a tecnologia com o ser humano. Estamos a caminhar num sentido em que estamos a automatizar mais os processos, portanto vamos produzir mais e melhor. Supostamente vamos libertando recursos humanos, mas um estudo nos Estados Unidos mostra uma coisa muito interessante e muito perigosa. No último ano e meio, o crescimento do emprego foi feito na base de pessoas mais qualificadas, que melhoraram um bocadinho a produtividade, mas os salários nas empresas cresceram mais do que cresceu a produtividade. É uma armadilha do desenvolvimento. Qual será o caminho então? Na Comissão Europeia chamaram a atenção que nem tudo merece ter a tecnologia de último grito por causa da produtividade. Os empresários podem ser tentados a comprar soluções chave na mão, mas podem descaracterizar de tal maneira a empresa que ela pode ir à falência. Vejo muitas vezes as empresas com a preocupação de adquirir robôs e não se estuda suficientemente o processo para ver a questão da rentabilidade. Investimos, mas os custos ficam cá, temos de amortizar. A indústria 4.0 está a acelerar a necessidade de investimento? É realmente necessária? O conceito é tão feliz que todos vão atrás. A automatização é inevitável, mas temos de ter atenção e não ir atrás das modas de uma forma cega. Dentro disto, temos de ver o que queremos para nos diferenciarmos e não ficarmos reféns de uma estratégia alemã que vende máquinas. Como é que isso se evita? Temos de ser inteligentes para nos diferenciarmos, ter mais critério nos investimentos que fazemos, mais domínio sobre os processos, qualificar melhor as pessoas, integrar melhor a nossa empresa e ir medindo. Quem não mede não gere. Quanto mais se estudar a nossa indústria mais capacidade temos de intervir e defender os nossos interesses. Aquilo a que chamo a cientificação da indústria é muito importante nesta fase. É um trabalho de querer, acreditar e lutar. Se nos desmobilizarmos por considerarmos que já estamos bem e que sozinhos já somos os maiores, somos engolidos pelo tsunami. l

36 36 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Opinião Indústria dos moldes vai saber moldar-se ao 4.0 ELÍSIO OLIVEIRA Assessor do secretário de estado da Indústria A indústria portuguesa dos moldes desenvolveuse muito e ganhou prestígio internacional na era i3.0 e vai seguramente reafirmar esse prestígio nas próximas décadas Com os desenvolvimentos das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e da consequente digitalização da economia, a nossa era está a ser marcada por grandes transformações e mudanças disruptivas nos processos de produção e modelos de negócio (i4.0). Vivemos hoje um tempo em que se registam mais inovações em mais domínios e em tempos mais curtos. Estamos a passar de um tempo em que uma evolução marcadamente gradual está a dar lugar a um progresso exponencial e mais disruptivo. O progresso contínuo (Kaizen) está a dar lugar a choques de reconfiguração dos processos produtivos e do perfil dos modelos de negócio. O desenvolvimento das TIC está a mudar a base tecnológica em que assentava a organização da produção, da logística e da relação com o mercado. Esta evolução cria um contexto concorrencial mais exigente, de maior risco, mas também de grandes oportunidades. Este novo paradigma exige mais conhecimento, mais eficácia e um sentido estratégico mais dinâmico e flexível, maior formação dos recursos humanos e um acompanhamento permanente do estado de arte. A conectividade, o trabalho em rede com parceiros que acrescentem valor e a liderança dos processos de criação de novos conhecimentos constituem-se hoje como um capital tão ou mais fundamental como o capital técnico ou financeiro. Mais do que nunca, saber é poder. A indústria portuguesa dos moldes desenvolveu-se muito e ganhou prestígio internacional na era i3.0 e vai seguramente reafirmar esse prestígio nas próximas décadas, na nova era da economia digital. A performance internacional deste sector fundou-se no conhecimento e experiência, no alto nível de qualidade, no respeito dos prazos de entrega e ao nível de competitividade perante os seus concorrentes. Na medida em que não podemos defender as empresas e a economia com instrumentos cambiais ou aduaneiros, a única forma de protegermos a nossa indústria é pela via da competitividade e da inovação, adotando as incontornáveis tecnologias i4.0, que em cada caso concreto se considerem pertinentes para promover a eficácia operacional e a competitividade de cada empresa. Importa dizer que as tecnologias não são um fim em si mesmo, mas um instrumento fundamental para cumprir a visão e a missão da empresa com sucesso. É assim fundamental continuar a capacitar, qualificar e especializar os recursos humanos deste sector, promover o desenvolvimento tecnológico nos processos de produção, adotando gradualmente as tecnologias digitais nas diversas fases da cadeia de valor (internet das coisas, robótica avançada, realidade aumentada, visão artificial, impressão 3D ). É igualmente fundamental acompanhar a evolução do estado de arte do sector e ser proativo para liderar os processos de investigação e desenvolvimento, o que só pode ser conseguido numa relação de profícua conectividade com a academia e com o respetivo centro tecnológico e demais entidades do sistema I&D e sem descurar a dinâmica das startups de base tecnológica. Só assim se pode estar de forma duradoura nas grandes cadeias de valor internacional. A indústria dos moldes vai saber moldar-se ao futuro! l

37 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 37

38 38 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS O REGIÃO DE LEIRIA juntou os administradores da Tecnirolo, Nuno Drubeck, e da Tebis, Pedro Bernardo, dois dos maiores fornecedores das empresas de moldes, para uma conversa sobre o futuro da indústria À conversa com Nuno Drubeck e Pedro Bernardo A concorrência não é mais o empresário que está na Maceira ou na Embra, mas noutros países Nesta indústria, quem faz avançar quem do ponto de vista tecnológico? São os clientes que vos obrigam a evoluir ou são vocês que levam os clientes a avançar? (Nuno Drubeck) ND Acabamos por funcionar como uma engrenagem em que nós, pela experiência que vamos obtendo de diferentes clientes em diferentes geografias, estamos envolvidos em tecnologias que podemos, depois, transportar para a indústria nacional. Ao mesmo tempo, os pedidos que os clientes nos colocam são desafios para os quais procuramos soluções. Dessas duas realidades há uma que se verifique com mais frequência ou estão ao mesmo nível? ND - Procuramos que estejam ao mesmo nível, porque nem tudo o que existe no mercado é o que mais se adequa à necessidade de cada um dos clientes. As empresas não podem ser tratadas todas da mesma forma. Isso obriga-nos a ter esse conhecimento prévio das tecnologias existentes. Quando elas não existem, há uma vertente forte do nosso lado que é a colaboração no desenvolvimento e adaptação das tecnologias disponíveis para melhor responder às necessidades dos clientes. No seu caso, Pedro Bernardo, quem é que anda à frente? (Pedro Bernardo) PB Algumas vezes somos nós, outras vezes são os clientes. Andamos à frente por aquilo que o Nuno falou, porque acabamos por viajar muito e ver outras realidades. E quando trazemos a informação para o nosso mercado, muitas vezes é uma necessidade que o cliente já tinha e acabamos por implementar. Outras vezes é o cliente que acaba por nos desafiar para outras situações e que nos obriga a evoluir.

39 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 39 E essas situações verificam-se em igual frequência? PB Somos nós mais a despertar essa necessidade no cliente. E sempre que isso acontece, é mensurável o tempo que levam de avanço em relação ao cliente? PB - Posso dizer-lhe que neste momento já sei quais são as tendências para daqui a 10 anos. Não conseguimos dizer com toda a certeza, mas temos um plano de desenvolvimento até 2025 do que será a indústria nessa altura. E no caso da Tecnirolo? ND Às vezes são os nossos clientes que conseguem quantificar e temos provas disso. Até por causa da facilidade que temos na colaboração do desenvolvimento das tecnologias, conseguimos antecipar o que vai estar disponível no mercado nos próximos dois, três, quatro, cinco anos. Como é que se vê o que vai acontecer no futuro? Qual é a vossa bola de cristal? ND Acaba por ser um pouco pela facilidade que temos de estar em diferentes mercados, em diferentes indústrias. Temos por base experiências em que conseguimos levar tecnologias para outras indústrias que nos moldes já eram uma realidade há muitos anos. Também conseguimos trazer experiências de outras indústrias que nos moldes ainda não estavam implementadas e que conseguimos que fossem ajustadas e integradas. O nosso core business passa muito pela integração das soluções e não por uma visão isolada do produto. Damos muito valor à parte da investigação e desenvolvimento. Temos uma vertente forte na área da engenharia em que procuramos desenvolver não só os produtos virtuais, softwares, mas também os equipamentos. Procuramos desenvolver todas as soluções. No caso da Tebis, como é que se desenham essas tendências? Dez anos é muito tempo. PB - É muito tempo sim. Na verdade, somos uma software house. Todo o desenvolvimento é realizado através da auscultação do mercado e do cliente. Tão importante é darmos soluções ao cliente, como percebermos por onde é que ele vai. Isso faz com que nós estejamos muito próximos deles e alguns acabem por fazer parte do desenvolvimento da solução que apresentamos depois a outros clientes. Depois é ver que outras tecnologias existem à volta da indústria que possam ser reaproveitadas para o desenvolvimento do nosso software, por exemplo a realidade virtual, a realidade aumentada, que à primeira vista parece não terem nada a ver com a indústria dos moldes. Estamos também, cada vez mais, a falar de customização. Não há dois clientes iguais é isso? ND Esse deve ser dos pontos mais fortes das empresas que fornecem soluções à indústria dos moldes: a customização, a personalização. PB Começamos a construir a casa pelo telhado, ou seja, temos de olhar para o cliente e perceber qual o objetivo dele, qual é o resultado que deseja e, a partir daí, começarmos a desconstruir a casa para O mais difícil para duas empresas como as nossas é a gestão das expectativas do cliente. Não há soluções perfeitas, há sim soluções para atingirmos um fim Pedro Bernardo administrador da Tebis irmos ao mais ínfimo pormenor de forma a que consigamos construir um processo para atingir os seus objetivos. Não basta olharmos apenas e só para o que os clientes nos consegue transmitir. O mais difícil para duas empresas como as nossas é a gestão das expectativas do cliente. Não há soluções perfeitas, há sim soluções para atingirmos um fim. Muitas vezes estamos a implementar coisas que o cliente ainda não percebeu porque é que são necessárias. Como é que conseguem fazer o cliente implementar algo que ele não percebeu para que serve? PB Quando eu digo não perceber quero dizer que há pequenos detalhes a que não damos a devida importância aquando da construção. Tal como numa casa, pomos uma viga de ferro porque sabemos que vai dar estabilidade para aguentar todo o peso. Muitas vezes, é isso mesmo. Muitas vezes, devido à ansiedade que o cliente tem em ter o resultado depressa, não tem a paciência para ver que tudo tem um timing para construir e ser assimilado e que a partir daí podemos ir ao segundo passo. Não é como a Bimby que pomos lá tudo e sai feito. ND Muitas vezes temos de nos abstrair da forma como o cliente trabalha naquele momento em que nos pede o apoio. Devemos procurar entender qual é a fase de arranque e até onde ele quer chegar e depois estudar e desenvolver as soluções para atingir o fim de uma forma mais eficiente. Muitas vezes são mudanças radicais e no final revela-se bastante produtivo. Como é que se consegue mudar a cabeça do cliente na forma de trabalhar? ND As mudanças são sempre difíceis, não só na forma de pensar do empresário, mas também os vícios que existem nas empresas. Implica a colaboração de todos para se poder mudar. Mas quando os empresários percebem que esse é o caminho - e nós temos felizmente empresários que nos acompanham nestes projetos de renovação - acabam por ser minirrevoluções industriais que acontecem dentro das empresas. É preciso fazerem-se projetos, apresentar-lhes ideias, discutir-se. No nosso caso, abrangemos várias áreas. Conseguimos estruturá-las, faseá-las e isto permite aos empresários planearem os seus investimentos, porque nem todas as empresas têm capacidade de fazer um investimento de uma só vez. Há uma relação de confiança com o cliente que é fundamental para >>>

40 40 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS implementar as soluções? PB - É essencial. Sem isso não é possível. Quanto tempo demora essa relação de confiança a construir-se? PB Depois de se fazer prova (risos). O que acontece muitas vezes é que temos um departamento específico para fazer consultoria estratégica e de processos que agarra em toda a informação do cliente, estuda-a, fala com as pessoas da empresa e, após isso, apresenta dados concretos ao empresário. Ele vai ver o que já sabe, mas ainda não escreveu. A partir daí é fazer acontecer. Vai-se ganhando essa confiança. Com o empenho que muitas vezes temos em ir buscar soluções que não estão diretamente ligadas a nós, o cliente percebe que não estamos apenas interessados em vender o nosso produto, em ganhar dinheiro, mas que ele cresça connosco e com os parceiros à volta. ND Costumo dizer que não temos clientes, temos parceiros e amigos. Não vendemos algo que cause prejuízo, muito pelo contrário, e isso faz com que o cliente esteja aberto a novas soluções. Ultrapassada a fase de convencer o empresário a aderir aos vossos produtos e serviços, o capital que é necessário para fazer a evolução, é um dos obstáculos com que se têm deparado ou nem por isso? ND Há dois tipos de investimentos. Os que são apoiados pelos projetos acabam por catapultar as reestruturações das empresas e muitas vezes não envolvem só software, mas também máquinas e formação. Tem sido a maior parte. Outros empresários preferem utilizar capital próprio. Os que podem fazem o investimento todo no projeto. Os outros, com um plano e a implementação faseada, conse- PUBLICIDADE

41 PUBLICIDADE guimos fazer em parceria. Sabemos que o caminho é aquele e não vamos estar a fazer investimento avulso. Acaba por ser faseado, mas planeado numa linha maior definida. No caso da Tebis é frequente chegarem ao cliente com uma solução e ele dizer-vos não tenho dinheiro para fazer isso? PB É. Por isso temos que ir aos bocadinhos. A tal consultoria vai dar respostas a isso. No final dizemos qual é o investimento total que o empresário vai realizar e o que tem de fazer em cada uma das fases. Tendo em conta isso, o empresário investe, mas a parte monetária é complicada, principalmente porque estamos a falar de software em que o empresário não vê nada, não é palpável. É algo que não se vê na fábrica. Compra uma máquina e vê a máquina, toca. O software não, e é um erro muitas vezes estar-se a investir milhares de euros numa máquina e não se dar o devido valor ao software quando é ele que lhe vai rentabilizar mais a máquina. Outra dificuldade com que nos deparamos é a formação e o serviço técnico. Alguns empresários não lhe dão o devido valor. Vendemos softwares profissionais e se eu num word não consigo tirar todo o usufruto, como é que alguém quer trabalhar com um software profissional e aprender a tirar todo o sumo dele em três ou quatro dias? É mais fácil aprender a lidar com um software ou com uma máquina? ND A parte da formação é muito importante. Cada vez mais em Portugal estamos a valorizar esse aspeto. Há outros países em que a formação por vezes chega a Se olharmos para a China e para outros países, já não existe o produtor de molde, já não existe o que injetava a peça de plástico e a empresa que fazia a montagem. Cada vez mais as coisas começam a estar integradas. Nuno Drubeck administrador da Tecnirolo ser mais cara do que o próprio software. Ter a ferramenta não quer dizer que se saiba trabalhar com ela. Hoje é muito importante ter a formação adequada porque os softwares são desenvolvidos de uma forma generalista. Na personalização para adaptar à necessidade da empresa tenho de formar as pessoas, é preciso explicar como tirar partido dessas alterações. Entre o que é mais complicado, cada vez mais os técnicos que operam máquinas querem ter contacto com o software. Na realidade, eles operam um software porque está no comando da máquina. Concorda com este ponto de vista Pedro Bernardo? PB Se me pergunta se é mais fácil trabalhar com a máquina ou com o software, a máquina está mais limi- >>>

42 42 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS mais trabalho teria, mas quanto é que isso custou à empresa? Foi muito dinheiro, estamos a falar de seis semanas de formação, com uma pessoa dedicada, da qual não recebi qualquer benefício monetário. Recebi a confiança do meu cliente e a gratidão de alguém que hoje está a aprender. tada na facilidade da execução das operações que o software realiza. É mais fácil operar com a máquina porque a pessoa vai só trabalhar com uma pequena parte da máquina, não vai tirar todo o potencial. Esse potencial da máquina vai ser dado pelo software. ND Daí a razão de as pessoas quererem ir além da máquina, conhecerem o software para poderem ter alguma produtividade, poderem melhorar. PB A nível de investimento, há uma tendência para se aceitar melhor o pagamento de uma formação ao operador de máquina do que a quem trabalha com o software, tendo em conta que a máquina vale muito mais dinheiro do que o software. Uma máquina pode custar um milhão, dois milhões, três milhões e um software 20 mil, 30 mil, logo o valor que se dá a uma máquina é distinto. No entanto, na hora de comprar é mais fácil gastar 500 mil numa máquina do que 30 mil num software. O ensino superior responde às necessidades do mercado? ND Sim e não. Esta geração que está hoje no ensino superior ou a sair para o mercado de trabalho é privilegiada, pela facilidade de acesso à informação. Hoje não são só as escolas que são responsáveis pela formação. Nós próprios temos de ser responsáveis pela nossa formação e temos ferramentas na internet que nos ajudam a ter conhecimento de todas as áreas, que nos abrem muitos horizontes e nos permitem ter uma noção mais global. Há uns anos atrás, as pessoas aprendiam a trabalhar com aquele equipamento, não havia mais informação e a realidade das empresas era outra. Os centros de formação fazem por cumprir o seu objetivo, podem sempre fazer melhor todo nós podemos fazer mais e melhor - mas a função deles é preparar, apresentar tecnologias. E vocês participam? ND - Sim. Temos projetos para colaborar de forma ainda mais próxima com esses centros. As pessoas para além de saírem preparadas para trabalhar, também têm de ter um aspeto crítico e inovador quando entram nas empresas para ajudarem a melhorar as formas de trabalhar. Já lá vai o tempo em que era o dono que sabia tudo. A tendência é para ter pessoas especializadas nas diferentes áreas. Não são só as empresas de moldes que precisam de pessoas qualificadas, vocês também precisam. Pedro Bernardo partilha da queixa de que há falta de mão-de-obra especializada para trabalhar nesta área? PB Partilho. No ano passado colocámos duas ou três pessoas. Este ano estamos à procura de mais pessoas e se não for ninguém da indústria, sei que vou ter um árduo trabalho durante dois anos dar formação. Ao fim de dois anos as pessoas começam a perceber. As que vêm de instituições de ensino têm um conhecimento generalista de software, mas falta-lhes uma base grande do saber fazer. Se formos a ver, os institutos têm pouco tempo para dedicar a aulas mais práticas. Julgo que foi um erro terem deixado de existir as antigas escolas comerciais, porque deixou-se de ter o operacional. Temos muitas pessoas preparadas para chefiar e poucas pessoas para serem operacionais. Demos formação a seis pessoas e quando terminaram o curso tiveram logo trabalho. E se tivesse mais pessoas, Também há mercado de transferências nas vossas áreas? PB Vou usar um termo um pouco brejeiro, há uma prostituição neste momento no mercado. Trocam-se por 50 euros e por 100 euros. Se calhar até estão numa empresa com contrato sem termo e vão para outras empresas a termo. Às vezes para ganharem limpos mais 20 ou 30 euros se calhar não justifica. ND Estes comentários de que as pessoas estão num lado e vão para o outro tem uma razão. Houve um período menos favorável na indústria de moldes e apareceram menos pessoas. Recentemente houve um crescimento desta indústria e quando isso acontece a forma mais rápida de dar respostas às necessidades é ir buscar profissionais que já sabem trabalhar. A empresa não vai querer formar e o centro de formação nunca vai formar uma pessoa apta para trabalhar no dia seguinte. O que é que a indústria de moldes vai estar a vender daqui a 20 anos? ND Há uma tendência para aumentar a oferta. Já começamos a ver empresas com a preocupação, para além de fornecerem o molde, de serem fornecedoras de produto. Isto são os primeiros passos em direção àquilo que eu prevejo que >>>

43 NORMALIZADOS PARA A INÚSTRIA DE MOLDES, LDA. Acessórios Técnicos 100% ahp.qualidade Cilindros Hidraulicos BZ 250 Gama de entrega rápida Canais Quentes

44 44 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> possa acontecer à indústria de moldes. Muitos dos fabricantes tornarem-se também produtores de plásticos. Há uma tendência cada vez maior, não de se ter a peça plástico, mas o produto semi-acabado. A indústria automóvel antes preocupava-se em fazer tudo. Hoje não se preocupa em fazer nada, mas montar. Cada vez mais empresas portuguesas querem dar esse passo e, a meu ver, muito bem. Hoje o molde é quase um robô e algumas indústrias vão fazer as tarefas quase todas e o produto sai quase acabado. É preciso pensar que se não queremos que as grandes empresas deslocalizem as suas produções, vamos ter de oferecer o que outros países já oferecem. Se olharmos para a China e para outros países, já não existe o produtor de molde, não existe o que injetava a peça de plástico e a empresa que fazia a montagem. Cada vez mais as coisas começam a estar integradas. Esta tendência não é para todos os tipos de moldes, mas muitas empresas vão querer acrescentar valor ao seu molde. Esta indústria vai tornar-se ainda mais complexa do que já é. PB Julgo que o empresário do molde o que vai fazer é entregar o produto final. Ou vai construir a sua empresa dessa forma ou adquirir outras empresas que já o façam. Tendencialmente acredito que vai haver uma comunicação maior entre o produto final e o próprio fabricante. Olhando para as tecnologias todas vai-se começar a incorporar nos moldes peças de informação de modo a termos feedback do seu comportamento, o que vai dar oportunidade de fazer melhorias no produto de forma mais célebre para apresentar ao cliente final. Não será o tradicional moldista que entrega o aço e depois alguém injeta. Sentem que os empresários de hoje já se estão a preparar para esse salto? ND Isto também não vai acontecer amanhã. Tenho alguns clientes que já têm estado a fazer apostas nesse sentido e conseguem eles próprios fornecer a peça de plástico. Isto vai obrigar as empresas a crescer. Vai haver também uma especialização, com empresas a fazerem pequenos serviços para se complementaram umas às outras. PB Obrigatoriamente vai ter de haver um diálogo muito grande entre todos os empresários e trabalharem como um só. Nem todos vão ter a capacidade de entregar o produto final, mas têm o vizinho que tem uma especialização. A Cefamol está a tentar unir toda a indústria de moldes. O mercado e o cliente vão obrigar a isso e as pessoas vão começar a ver que a sua concorrência não é mais o empresário que está na Maceira ou na Embra, é o empresário que está noutros países como China, Espanha - que se calhar até se junta a Portugal para serem mais fortes nos Estados Unidos, em Taiwan. Há que ver a indústria como um todo. l Esculpir o aço mostra 70 anos da indústria de moldes A exposição Esculpir o Aço, instalada no edifício da Resinagem, foi o cenário escolhido para o encontro entre Nuno Drubeck e Pedro Bernardo. Os administradores da Tecnirolo e da Tebis conversaram com o REGIÃO DE LEIRIA num espaço que pretende contribuir para a memória coletiva da indústria e para a recuperação do património que faz parte da história do sector. A exposição Esculpir o Aço é uma iniciativa conjunta da Cefamol e da Câmara Municipal da Marinha Grande, inaugurada em 2013, que pretendem transformá-la no futuro Museu da Indústria de Moldes. Contando com a colaboração de empresas e personalidades, a Cefamol desenvolveu um trabalho de inventariação e identificação de documentos, equipamentos, ferramentas, desenhos, fotografias, modelos, peças, produtos, entre outros elementos, que dão a conhecer o extraordinário percurso de desenvolvimento da indústria portuguesa de moldes ao longo dos últimos 70 anos, refere a associação na promoção da mostra. Encerrada para atualização, a mostra reabrirá em breve e a coleção pode ser visitada de terça-feira a domingo, entre as 10 e as 13 horas e entre as 14 e as 18 horas. A Cefamol pretende que esta seja uma exposição dinâmica, viva e atrativa, pelo que é periodicamente atualizada com o objetivo de manter a rotatividade dos elementos expostos e desenvolvendo iniciativas que atraiam regularmente a comunidade a visitá-la.

45 Moldes produtividade flexibilidade rigor Rua do Pinhal n. 200 Jardoeira Batalha Leiria, PORTUGAL T F GPS 39º N, 8º W s geral@erofio.pt erofioatlantico@erofio.pt

46 46 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Fórum 1 O que vai estar a indústria de moldes a vender daqui a 20 anos? 2 Quem serão os principais clientes desta indústria? 3 Na forma de trabalhar, que diferenças vai apresentar face aos dias de hoje? O automóvel será sempre o maior cliente Menos operações para produzir um molde Fábricas físicas cada vez mais digitais CARLOS OLIVEIRA Administrador da Vangest 1 Moldes com certeza!! (sorrisos). Há bastantes anos que o grupo Vangest percebeu que o molde não seria mais um commodity, daí a génese do grupo de empresas que formam hoje a Vangest. O mercado, cada vez mais exigente, procurará fatores diferenciadores e valor acrescentado, quer em termos de oferta de especialidades, quer em termos de engenharia, seja a montante ou a jusante da ferramenta. Será cada vez mais uma luta pela economia de recursos e contra o tempo, também na medida em que o time-to-market será cada vez mais curto e os produtos mais exigentes. 2 Os principais mercados continuarão a ser os de primeiro mundo, afinal aqueles que mais inovam e que mais necessitam de uma indústria de moldes dinâmica e também ela inovadora. O molde e serviços relacionados estão sempre associados a novos produtos, daí a grande dinâmica e rigor que se exige a quem o produz, se quiser manter-se no mercado. O automóvel será sempre o maior cliente, mas o conforto e bem-estar humano exigirão sempre e de forma crescente a peça plástica e ergonómica e, por inerência, o molde bem concebido e construído. 3 A automatização, indústria 4.0, estarão cada vez mais presentes e cada vez mais será o conhecimento e a especialização a fazer a diferença. Nos próximos 20 anos, apesar das adversidades logísticas, a nossa indústria crescerá e os seus paradigmas serão cada vez mais a qualidade e a produtividade, com melhores e mais rápidos equipamentos a produzir, quiçá com controlo remoto, com muito maiores taxas de ocupação com vista às economias de tempo e custo. O grupo Vangest está neste alinhamento e vai seguramente ser ainda mais forte e mais diferenciador. O futuro será cada vez mais dinâmico e seletivo. JOSÉ ALFAIA Gerente da Polialfaia 1 A indústria de moldes daqui a 20 anos estará a vender o mesmo que vende agora em 2017, mas de uma forma mais rica em serviços, inovação e adaptação de novas tecnologias, de modo a melhorar a produtividade na fabricação de moldes. 2 Os principais clientes, à semelhança do que vem sendo recorrente em anos anteriores, serão, Espanha, Alemanha, França, Reino Unido, República Checa e podemos realçam também os EUA e o México como mercados promissores. O sector automóvel é o que ganha maior destaque nos mercados de exportação, seguindo-se a indústria de embalagens plásticas e os eletrodomésticos. 3 Acredito no constante avanço tecnológico como ferramenta indispensável e nos processos inovadores e audazes que permitirão reduzir o número de operações necessárias para a produção de moldes, encurtando prazos e aumentando a capacidade de resposta, não nos podemos esquecer também de apostar na formação contínua. Assim sendo, antevejo que as principais diferenças serão essencialmente estratégicas, tecnológicas e de cariz formativo. JORGE SANTOS Presidente da Nerlei 1 Mais do que fornecer o molde, o cliente exigirá um processo de injeção com eficiências previamente acordadas, que cumpra as especificações dos produtos e em que as negociações se centrarão, não apenas no custo do molde, mas nos custos ao longo da vida do molde. 2 A indústria de transportes de pessoas e bens, incluindo a automóvel, a aeronáutica, a indústria de drones, de artigos desportivos e de lazer, dos dispositivos e equipamentos médicos, de artigos de uso pessoal e em casa. 3 Será levada ao limite a especialização por negócios e/ou tecnologias. Continuarão a existir fábricas físicas, cada vez mais digitais e com equipas especializadas na análise prévia dos processos para os quais o molde se destina. A conectividade, as novas tecnologias de análise de dados, a intensificação das tecnologias aditivas em metais, a tomada de decisões pelos equipamentos, a integração com os clientes e o controlo central inteligente são algumas das características da indústria de moldes do futuro.

47 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 47 Conceito de molde em aço também pode ser alterado SÓNIA CALADO Sócia-gerente DRT Moldes e Plásticos 1 A indústria de moldes continuará a vender moldes provavelmente com uma maior incorporação de peças sinteterizadas a laser (tecnologia de fabrico aditivo camada por camada que permite construir partir de ficheiros 3D qualquer tipo de geometria). Com a necessidade crescente de incutir necessidades no consumidor, provavelmente irão ser fabricados mais moldes de pequenas tiragens, pelo que o conceito de molde em aço também pode ser alterado. Mas continuarão seguramente a ser vendidos moldes de injeção, pois o plástico está por todo o lado. indústria automóvel, concentrando-se o maior volume de vendas na Europa, em especial Alemanha. Tudo vai depender muito das políticas económicas que cada país adotar. 3 É difícil prever, mas esperam-se processos e ferramentas mais otimizadas que encurtem os tempos de fabrico. O avanço tecnológico desta tipologia de indústria tem um ritmo frenético. Com a febre tecnológica que se vive nos dias de hoje é possível que em 20 anos se consiga robotizar grande parte da produção com eficiência e eficácia encurtando tarefas. >>> IMPULSIONE JÁ A SUA PRODUÇÃO 2 Em minha opinião, os principais clientes continuarão a ser os produtores e fabricantes da

48 48 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> Clientes serão segmentos de mercado altamente desenvolvidos Indústria vai reger-se pela alta eficiência em produção FERNANDO VICENTE Administrador da Somema 1 Em face do atual posicionamento da indústria de moldes prevejo que daqui a 20 anos estará a vender produtos e serviços de elevado valor acrescentado, de empresas de maior dimensão e elevado potencial tecnológico, automatizadas, robotizadas e recursos humanos especializados com formação superior. 2 Serão segmentos de mercado e produtos altamente desenvolvidos tais como o automóvel e o aeroespacial entre outros, em países tais como os Estados Unidos, Canadá, Alemanha e outros países da Europa e China. 3 A tecnologia digital, a indústria 4.0 e todos os seus efeitos trarão vantagens e inconvenientes que certamente todos nós, pessoas, empresas, instituições e governos iremos saber superar. GUIDA FIGUEIREDO Administradora da Carfi 1 Face à imprevisibilidade da conjuntura atual (Trump nos EUA, Brexit, etc) tenho dificuldade em descrever o estado do mundo em geral e da indústria de moldes em particular daqui a 20 anos. 2 Num cenário de estabilidade e crescimento moderado da economia europeia e norte-americana diria que os principais clientes continuariam a ser a indústria automóvel (veículos elétricos), houseware, artigos de uso pessoal e indústria médica. 3 Ao nível industrial e com o despontar neste momento da indústria 4.0 será previsível que a indústria deste setor se reja pela alta eficiência em pro PUBLICIDADE

49 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 49 Mais oportunidades nas indústrias médica, aeroespacial ou embalagem JOSÉ SILVA Diretor-geral da Hasco 1 Tal como hoje, vai estar a vender inovação aliada a uma flexibilidade e capacidade de resposta ímpares. Essas mesmas características vão estar forçosamente associadas à Indústria 4.0. Sabemos que os clientes da indústria de moldes vão ter fábricas inteligentes, na mesma medida a indústria de moldes vai ter de vender moldes e ferramentas inteligentes. 2 Ao contrário do que acontece hoje, onde assistimos a uma grande predominância do sector automóvel, vamos caminhar para maior diversidade de indústrias. A crescente qualidade dos moldes produzidos em Portugal, bem como os investimentos que estão a ser feitos pelas empresas, em alta tecnologia, criará mais janelas de oportunidades noutros sectores como são as indústrias médica, aeroespacial ou embalagem. De igual modo a qualificação do cluster português permitirá trabalhar com os grandes players ligados ao processamento de plástico. Estejam eles, geograficamente, onde estiverem. 3 Os princípios da revolução Indústria 4.0 assentam na interoperabilidade, virtualização, descentralização, capacidade em tempo real, a orientação para o serviço e a modularidade. Isto significa que toda a cadeia de processos, desde o desenvolvimento de produto, passando pela produção, até ao pós-venda, vai ser muito mais acelerada. O conceito de parceria e a união de sinergias entre clientes, fornecedores e parceiros terá, obrigatoriamente, uma nova dimensão. Só assim será possível estar à altura das exigências de mercado. >>> PUBLICIDADE

50 PUBLICIDADE >>> Estaremos num outro nível da cadeia de valor LUÍS FEBRA Administrador do Grupo Socem 1 Na minha antevisão, daqui a 20 anos estaremos seguramente num outro nível da cadeia de valor. Face à contínua degradação de competências técnicas do mercado de destino, seguramente que teremos motivações claras para desenvolver projetos globais de competências transversais na cadeia de valor quer dos plásticos e compósitos quer de equipamentos que as servem. organização. Falo do departamento informático no qual temos hoje vários programadores a escrever soluções e para preparar o futuro. Falo igualmente do departamento jurídico, inexistente há 10 anos atras, hoje crucial para fazermos bons negócios. Falo do departamento de I&D o qual temos vindo a reforçar e acolher estrangeiros por forma a aculturar a nossa empresa ao mundo. O desafio é enorme, proliferam tecnologias disruptivas; indústrias tradicionais como a nossa, conseguindo perceber e ajustar os seus modelos, serão certamente, daqui a 20 anos empresas do mundo com influência nos mais diversos sectores de atividade. 2 A indústria automóvel, fazendo parte de uma indústria mais ampla, a da mobilidade, será seguramente crescente nos próximos 10 anos, não estando tão seguro que tal se mantenha por mais tempo. A mobilidade humana tal como a mobilidade das nossas commodities, sofrerá grandes mudanças nas próximas décadas. 3 A nossa organização procura interpretar e antecipar as grandes mudanças apostando na inovação preparando as melhores respostas a esses desafios. A 20 anos será certamente difícil efetuar uma antevisão, no entanto, facto é que departamentos inexistentes há 10 anos atrás, hoje são fator-chave para o sucesso da nossa

51 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 51 Menos pessoas, mas com mais competências técnicas PEDRO MARTINHO Diretor da ESTG Leiria 1 A indústria de moldes é uma indústria tecnologicamente muito avançada. Penso que daqui a 20 anos as fábricas serão muito mais inteligentes, todas as coisas estarão interligadas wirelessly. Produtos e máquinas comunicarão uns com os outros, as matérias-primas e as máquinas estarão interligadas, etc. Soluções chave na mão, produção direta de produtos finais será, na minha opinião, também a evolução natural desta indústria. Os moldes serão apenas fabricados para soluções com exigências técnicas muito específicas, com muita flexibilidade de adaptação a vários produtos e para séries de produção curtas. 2 Diria que serão os sectores dos transportes (terrestres e aéreos), da aeronáutica, aeroespacial e naval e também em diversas áreas associadas à medicina em vários campos de aplicações médicas. Penso que é uma indústria com mercado em quase todo o mundo, mas os principais países continuarão a ser Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, Polónia, México e Estados Unidos. 3 Penso que a filosofia industrial, e de um modo global, será muito baseada no conceito de economia circular, i.e., na partilha, na reutilização, na reciclagem, de produtos e com índices de desperdício muito reduzidos. Menos preocupações ambientais no sentido de ser um dado adquirido. Uma indústria muito otimizada, com processos muito automatizados, layouts muito flexíveis em que a engenharia de processos terá uma relevância preponderante. Serão necessárias menos pessoas, mas dotadas de mais competências técnicas. l PUBLICIDADE

52 52 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Petr Kaderabek, 28 anos, é técnico de moldes na filial checa da Koito, empresa japonesa especializada em sistemas de iluminação. Cliente da TJ Moldes, da Socem e de uma empresa em Oliveira de Azeméis deu ao REGIÃO DE LEIRIA a sua visão da indústria de moldes portuguesa enquanto cliente Empresários portugueses têm uma postura muito positiva Petr Kaderabek é um cliente que vem do frio e gosta particularmente do calor que sente por cá. Este não é um texto sobre meteorologia, pelo que não nos referimos às diferenças de temperatura que, por esta altura do ano, se fazem sentir entre Portugal e República Checa, de onde Petr é natural. O calor vem-lhe da amizade que consegue estabelecer com os empresários portugueses, da comunicação muito boa e da postura muito positiva quando surgem problemas. Noutros países, diz, é mais difícil. Técnico de moldes na filial checa da Koito - empresa japonesa especializada em sistemas de iluminação de automóveis, aviões e barcos encontrámo-lo na TJ Moldes a acompanhar a produção de um molde para uma peça dos faróis dianteiros do Toyota Yaris. Há quatro anos que a viagem a Portugal entrou na rotina de Petr, cinco a seis vezes por ano. No entanto, há uma década que a empresa para a qual trabalha decidiu que a indústria de moldes portuguesa seria uma das suas fornecedoras. As outras são a italiana e a alemã, exatamente por esta ordem. O volume de compras efetuado a Itália e Portugal é idêntico, ficando a Alemanha com o fornecimento de ferramentas especiais. Petr confessa que a Koito Czech é assediada pela indústria de moldes de outros países, sobretudo a China, mas a preferência recaiu sobre fabricantes europeus quando a produção aumentou. A empresa chegou mesmo a comprar àquele país, mas o técnico de moldes é perentório: a qualidade na China não é aceitável para nós. O argumento forte é o preço, mas Petr afirma que, no final, o molde chinês não sai mas barato, porque as alterações técnicas necessárias têm de ser adjudicadas a outras empresa externas. Relativamente à indústria portuguesa, Petr considera que é competitiva no preço, ficando o molde mais barato do que o italiano ou o alemão, apesar do custo de transporte. O único aspeto em que lhe parece que Portugal deverá melhorar é nos prazos de execução. Os deadlines são apertados, mas garante que esse não é um problema exclusivamente português, assumindo que nos restantes países fornecedores a questão também se coloca. A Koito Czech compra moldes a três empresas portuguesas: duas na região, a TJ Moldes e Socem, e uma em Oliveira de Azeméis. l

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54 54 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Atrair jovens desde o banco da escola às redes sociais As empresas de moldes têm de delinear estratégias para conquistar e manter os recursos humanos, em parceria com os centros de ensino e formação, sensibilizando os estudantes e as famílias para a importância de um dos sectores tecnologicamente mais evoluídos do país, que constitui uma garantia de futuro profissional. A falta de trabalhadores, sobretudo qualificados, é uma das maiores dificuldades do cluster dos moldes e ferramentas especiais e motivou a elaboração do estudo Escassez de recursos humanos na indústria de moldes: estratégias para atrair e manter as equipas, pelas professoras Daniela Sousa e Liliana Vitorino, do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria). O estudo aponta cinco razões para o afastamento entre os estudantes e o sector: desconhecimento da realidade e das oportunidades da indústria; insuficiência da componente prática no ensino; expectativa salarial dos recém-licenciados desajustada da realidade; horários longos e incertos e o desconhecimento dos perfis de funções na indústria e plano de carreira. Para alterar esta situação, as docentes propõem diferentes ações a desenvolver ao nível do ensino básico e secundário, junto dos estudantes e das famílias, como encontros com professores PUBLICIDADE Engenharia e Serviços de Assistência Técnica EDEL Werkzeugmaschinen geral@besat.pt Telef: (+351)

55 PUBLICIDADE e psicólogos educacionais (em contexto escolar ou empresarial), palestras e outras ações sobre as oportunidades e tecnologia aplicada na indústria, bem como campanhas promocionais nas redes sociais. No caso do ensino superior, o estudo considera prioritário criar estágios de curta duração, intensificar visitas de escolas e a participação de quadros e empresários nas aulas, durante as quais devem ser apresentados casos exemplares do sector. O estudo apresentado a 25 de janeiro, na Cefamol - Associação nacional da Indústria de Moldes, recomenda às empresas o desenvolvimento de estudos para perceber como minimizar os efeitos dos picos de encomendas, definição de modelos de incentivos que promovam a motivação e compensem os colaboradores, e o estabelecimento de perfis de funções (qualificações, salários médios, perspetivas de evolução na carreira) que permitam gerir as expectativas dos alunos em relação às empresas. O secretário-geral da CEFAMOL, Manuel Oliveira, apontou o projeto IPL Indústria (que envolve também a Nerlei), como uma forma de procurar dar resposta à escassez de trabalhadores, destacando ainda os estágios, teses e outros estudos sobre o cluster que a associação incentiva. Os empresários presentes na sessão de apresentação do estudo - que incluiu entrevistas a 66 formandos do núcleo da Marinha Só um dos 53 estudantes da licenciatura de Engenharia Mecânica disse ter visitado uma fábrica de moldes depois de iniciar o curso Liliana Vitorino, professora do IPLeiria Grande do Cenfim, 22 alunos dos cursos profissionais da ESTG Leiria e 53 estudantes de licenciaturas da mesma escola, relacionadas com o sector dos moldes levantaram questões genericamente coincidentes as conclusões das docentes. A falta de oferta formativa, de candidatos, de reconversão profissional; a competição desleal das empresas pela mão-de-obra disponível, a escassa ligação entre as escolas (logo nos primeiros anos) e o sector; a necessidade de uma maior promoção, de incentivos aos trabalhadores além do salário e de contrariar a ansia dos jovens por uma ascenção demasiado rápida nas empresas, foram questões levantadas pelos participantes, que consideram fundamental promover a ideia de uma indústria interessante, geradora de emprego de qualidade para a vida. l

56 56 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS P&R Procura de profissionais para moldes e plásticos aumentou PAULA VAZ Diretora do Centro de Emprego e Formação Profissional de Leiria Empresas desesperam por engenheiros mecânicos Todos os dias, batem à porta da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria empresas desesperadas por engenheiros mecânicos. Luís Coelho, coordenador do curso, confirma que existe uma grande procura e até mesmo uma enorme pressão sobre os recursos humanos qualificados nesta área. A necessidade é fortemente sentida nos sectores dos moldes e plásticos, mas estende-se a muitas outras áreas de atividade.. Luís Coelho diria que se tivesse, por exemplo, 50 estudantes a acabar o curso neste momento, amanhã estariam empregados. E se fossem 100 estariam empregados depois de amanhã. E sobre o mercado de transferências, diz que é o mercado a funcionar: menos oferta, mais valioso é o engenheiro mecânico. Dados disponíveis a 31 de dezembro de 2016 indicavam que a taxa de desemprego era residual, a mais baixa do país. O coordenador da licenciatura acrescenta que a taxa só não é de zero por cento porque os diplomados têm de se inscrever obrigatoriamente nos centros de emprego para que as empresas que os vão contratar se possam candidatar aos estágios profissionais. Este dado é, de resto, confirmado pela diretora do Centro de Emprego e Formação Profissional de Leiria (ver texto ao lado). Luís Coelho Quanto à integração destes diplomados no mercado de trabalho, Luís Coelho refere que estes se ajustam facilmente às necessidades das empresas. Sublinha, no entanto, que embora o curso possua algumas disciplinas específicas da área dos moldes e plásticos ou de construção mecânica, estes licenciados não são formados apenas para a indústria dos moldes. Salienta ainda que no ano letivo passado foi introduzida de novo a disciplina de Estágio Curricular no plano de estudos pelos que os estudantes no final do curso podem estagiar numa empresa e assim contactarem a realidade industrial. l Existe grande procura de colaboradores por parte dos empresários de moldes e plásticos? Na área de abrangência do Centro de Emprego e Formação Profissional de Leiria, tem-se verificado um significativo aumento na procura de profissionais da área de moldes e plásticos. Quais as funções e qualificações mais procuradas? As empresas da nossa região maioritariamente procuram profissionais com o mínimo de três anos de experiência, sendo as profissões com maior procura as de operadores de CNC e de bancada, e programador CNC. Que percentagem de desemprego existe no nosso distrito nestas áreas? Na área de abrangência deste Centro, o número de desempregados é relativamente baixo. Existem por um lado desempregados com muita experiência, com mais de 58 anos e com algumas dificuldades de integração no mercado de trabalho, e, por outro, pessoas mais jovens que têm formação na área e pouca experiência, aguardando uma oportunidade para poderem demonstrar a sua capacidade e as suas competências.

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58 58 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Empresas investem cada vez mais na formação Nos últimos três anos, 47 empresas da região atribuíram 58 bolsas de estudo a alunos do Instituto Politécnico de Leiria, ao abrigo do projeto IPL Indústria. Contas feitas, as empresas investiram diretamente mais de 60 mil euros na formação dos jovens, ao suportarem o custo das propinas do primeiro ano do curso. Os alunos frequentam as mais variadas áreas de formação e as empresas são também elas de diferentes sectores, mas há uma prevalência dos alunos de Engenharia Mecânica e de empresas de moldes e plásticos. Isso mesmo é confirmado pelas seis novas empresas que este ano se juntaram ao projeto: Geocam, PUBLICIDADE

59 PUBLICIDADE Lubrigaz, MD Moldes, Stream Consulting, Socem e GLN. Renovaram a sua participação no IPL Indústria a Bollinghaus Steel, Bourbon Automotive Plastics, Incentea, Moldes RP, TJ Moldes, Vipex, BPN - Comércio de Peças para Camiões, Caixa de Crédito de Leiria, Geco, EST, La Redoute, Moldoeste, Planimolde, P.M.M. e Ribermold. Infelizmente os moldes não estão à venda no supermercado e as pessoas não sabem o que é, afirma Manuel Oliveira, secretário-geral da Cefamol, referindo-se à dificuldade que as empresas sentem em mostrar o seu lado mais atrativo. Temos nesta zona e em Oliveira de Azeméis uma indústria que é extremamente internacionalizada, trabalha com alguns dos clientes e indústrias mais exigentes que existem e com grandes marcas internacionais, origina produtos de referência internacional e utiliza a tecnologia mais evoluída que existe no mercado. Estas características da indústria, porém, não se revelam suficientemente sedutoras para alunos e pais sim, os pais são muito importantes neste contexto, defende Manuel Oliveira. O IPL Indústria resulta de uma parceria firmada entre o Politécnico de Leiria, a Nerlei e a Cefamol em Os objetivos? Formar em contexto empresarial, disseminar conhecimento e, neste contexto, levar as empresas a adotar uma postura de responsabilidade empresarial. As bolsas de estudo, que só come- >>> Já conhece o presente? Ajudamos a sua indústria a tomar decisões em tempo real baseado em dados confiáveis. Recolha de dados nas máquinas industriais; Terminais para iteração com os operadores; Planeamento; Dashboard com os indicadores que realmente Infelizmente os moldes não estão à venda no supermercado e as pessoas não sabem o que é. Temos nesta zona e em Oliveira de Azeméis uma indústria extremamente internacionalizada Manuel Oliveira, secretáriogeral da Cefamol Estudantes e professores relacionam-se de uma forma mais profícua com as empresas, conhecendo áreas de atuação, os desafios que enfrentam e a dinâmica empresarial. Pedro Martinho, diretor da ESTG Leiria interessam. Nós simplificamos! Software de gestão e tecnologia para empresas que ambicionam prever o futuro! arentia@arentia.pt

60 60 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Testemunhos >>> çaram a ser atribuídas ao segundo ano do IPL Indústria, têm registado um crescimento significativo. Inicialmente foram criadas sete, no segundo ano o número triplicou e, no presente ano letivo, estão em curso 27 bolsas suportadas por 21 empresas. Esta bolsa foi um grande motivo de orgulho Mudei completamente a minha ideia do que era a área dos moldes Sem dúvida que vou agarrar esta oportunidade Pedro Martinho, diretor da ESTG Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria refere que estes resultados mostram claramente o reconhecimento e a envolvência das empresas, que tem vindo a ser cada vez maior, nesta parceria que aproxima a academia ao tecido empresarial da região. O IPL Indústria não se resume a bolsas de estudo, mas prevê igualmente visitas a empresas, estágios extracurriculares, desenvolvimento de trabalhos no âmbito das unidades curriculares, investigação e desenvolvimento, seminários, aulas abertas, workshops. Pedro Martinho faz um balanço muito positivo: Estudantes e professores relacionam-se de uma forma mais profícua com as empresas, conhecendo as suas áreas de atuação, os desafios que enfrentam e a sua dinâmica empresarial. l BRUNO CARREIRA Ano letivo: 2014/15. Curso: Engenharia Mecânica Idade: 21 anos Bolsa atribuída pela TJ Moldes No ano letivo 2014/2015 tive a sorte de receber uma bolsa. Na altura fiz uma visita à empresa de modo a conhecer as suas infraestruturas e em 2016 acabei por realizar um estágio extracurricular que me proporcionou uma importante formação em contexto de trabalho. Além disso, permitiu-me compreender, ainda que de uma forma muito superficial, como é que funciona uma empresa de moldes e quais as principais etapas na fabricação de um molde. Tive oportunidade de passar por todas as secções, sendo que, por isso, faço um balanço muito positivo desta experiência. Confesso que este estágio me foi bastante útil porque permitiu consolidar conceitos aprendidos no ano anterior e adquirir outros que acabaram por ser necessários neste semestre. Para mim, receber esta bolsa foi um grande motivo de orgulho, não só pelo facto de estar a ser recompensado financeiramente pelo meu trabalho, mas também por ter uma das melhores empresas do sector a acompanhar o meu percurso académico. RODRIGO VIEIRA Ano letivo: 2015/16. Curso: Engenharia Mecânica Idade: 19 anos Bolsa atribuída pela Yudo O meu estágio foi benéfico por duas razões principais. A primeira ver realmente o que é o mundo do trabalho. Na secção onde estagiei (assistência técnica) a principal tarefa era identificar problemas e consequentemente resolvê-los da melhor forma possível e foi com isto que tive a noção do mundo do trabalho real, pois não é só numa sala de assistência técnica que se tem de identificar e resolver problemas. A segunda parte foi a aprendizagem e com isto mudei completamente a minha ideia do que era a área dos moldes e plásticos. O mundo dos moldes e plásticos não é só o desenho e produção do molde mas sim tudo o que isso envolve incluindo a área onde estagiei a qual não fazia ideia ser parte tão importante para o fabrico do mesmo. No futuro acho que esta iniciativa do IPL juntamente com as empresas da região oferecerem a bolsa e permitir o estágio será benéfica quer em termos de currículo quer em termos de adaptação ao mundo do trabalho pois com o estágio ficamos com uma ideia mais sustentada da realidade. RUI FRANCO Ano letivo: 2016/17. Curso: Engenharia Mecânica Idade: 20 anos Bolsa atribuída pela Geocam No presente ano letivo, fui premiado com a bolsa de mérito IPL Indústria. Foi com grande orgulho que recebi a notícia, pois senti que o meu esforço tinha sido recompensado. Este projeto, além do apoio financeiro, fornece-nos uma perspetiva da realidade pós-graduação. Apesar de me encontrar inserido numa fase inicial deste já me foi proporcionado um contacto em primeira mão com a empresa que me premiou, que trabalha na minha área de estudos. Para muitos, como no meu caso, este é o primeiro contacto que temos com o mundo de trabalho. Este projeto dá-nos a possibilidade de estagiar para a empresa que nos premiou, e sem dúvida que vou agarrar esta oportunidade. Acho que vai ser uma experiência enriquecedora, tanto para o meu currículo como para mim, pois vai facultar-me competências práticas e teóricas ligadas à minha área, que certamente me vão ser úteis tanto para os próximos anos de licenciatura, como para quando acabar o curso.

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62 PUBLICIDADE Nerlei coloca jovens no mercado de trabalho O programa Passaporte Emprego 3i, promovido pela Nerlei - Associação Empresarial da Região de Leiria, como objetivo de apoiar a empregabilidade jovem, foi concluído com a realização de 66 estágios, em 27 empresas (seis das quais dos sectores dos moldes e plásticos). O índice de satisfação dos estagiários foi de 92% e 94% ficaram a trabalhar nas empresas. Este projeto permitiu fomentar o contacto de jovens com tecnologias e técnicas que estavam para além das situações simuláveis durante a formação académica e foi uma oportunidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos em atividades concretas em contexto real de trabalho. Através da realização destes estágios foi possível o desenvolvimento de hábitos de trabalho, espírito empreendedor e responsabilidade profissional com base no conhecimento de uma estrutura organizacional e formação profissional em atividades específicas da empresa que acolhe o jovem, conclui a Nerlei, que desenvolveu o projeto através do Sistema de Incentivos à Qualificação PME Projetos Conjuntos, cofinanciado pelo Mais Centro. O Passaporte Emprego 3i permitiu a realização de estágios, com bolsas financiadas na totalidade, de acordo com o nível de qualificação 94% Esta foi a percentagem de estagiários que ficou a trabalhar nas empresas após a participação no programa Passaporte Emprego 3i da Nerlei dos destinatários. Entretanto, a vertente mais direcionada para as empresas da Bolsa de Emprego da Nerlei recebeu no ano passado 246 ofertas de emprego e colocou 109 trabalhadores. Plásticos e moldes, comércio a grosso e a retalho, construção, restauração, serviços, IPSS e consultoria de gestão e financeira foram os sectores que procuraram este serviço. A Bolsa de Emprego da Nerlei é um projeto desenvolvido no âmbito do seu Gabinete de Inserção Profissional (GIP), projeto que desenvolve em parceria com o IEFP, desde abril de 2001, primeiro como UNIVA (Unidade de Inserção na Vida Ativa) e posteriormente como GIP. Em agosto de 2015 a Nerlei viu revalidado, pelo IEFP, o funcionamento do seu GIP por mais três anos, ou seja até julho de l

63 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA PUBLICIDADE 63 À conversa com Guntram Meusburger Manter o foco Quando o fundador da empresa, Georg Meusburger, começou a sua empresa unipessoal aos 28 anos de idade, como fabricante de ferramentas e moldes na cidade austríaca de Dornbirn, nunca sonhou que 50 anos mais tarde o seu grupo de empresas serviria mais de clientes e teria mais de funcionários. A empresa alemã Plastic Service GmbH (PSG), um forte parceiro na área de canais quentes e sistemas de controlo, é agora sua aliada. Falámos com o Diretor Executivo Guntram Meusburger sobre desafios, metas e o segredo para o sucesso da sua empresa. Caro Guntram Meusburger, em tempos idos, o seu pai trabalhava ele próprio como fabricante de ferramentas e moldes e depois especializou-se na produção de componentes standard. Como é que isso aconteceu? Até 1978, a Meusburger produziu moldes de injeção e ferramentas de estampagem feitos por encomenda, assim como gabaris. O meu pai Georg estava à procura duma forma de tornar a produção mais eficiente e rapidamente reconheceu o potencial da standardização. Ele especializou-se na produção de chapas standard em aço, encheu o armazém e desenvolveu uma equipa de vendas. Foi um passo de visionário. Meusburger Georg GmbH & Co KG Kesselstrasse 42 / 6960 Wolfurt / Austria Phone: 0043 (0) sales@meusburger.com Há já vários anos, que para além do setor de fabrico de moldes, que a Meusburger fornece também o setor de fabrico de cunhos e cortantes com componentes standard de alta precisão. Há três anos, a Meusburger começou também a oferecer uma bem sucedida gama de equipamentos de oficina. Mais recentemente, ocupa uma posição privilegiada no mercado na área de canais quentes e sistemas de controlo, após a aquisição da empresa PSG. O que conduziu a estes desenvolvimentos? A introdução de componentes standard para o fabrico de cunhos e cortantes veio naturalmente: nós tínhamos tanto sucesso com os componentes standard no fabrico de moldes que consideramos sobre qual seria o setor adicional que poderia lucrar com uma produção mais eficiente. O setor de fabrico de cunhos e cortantes foi predestinado para isso e o sucesso não demorou muito. Com a aquisição da PSG, alcançou-se um objetivo há muito desejado. Estamos satisfeitos por ter um parceiro tão forte, com muitos anos de experiência em canais quentes sistemas de controlo. Para nós, como líderes de mercado, esta expansão é um claro compromisso com nossas origens, que estão no fabrico de moldes. Porque apesar dos muitos desafios que enfrentamos nesta época, é importante manter o foco. Guntram Meusburger diretor executivo da Meusburger Georg GmbH & Co KG A sua empresa desenvolveu-se rapidamente nos últimos anos. Qual é o segredo do seu sucesso? Há certamente mais de uma chave para o nosso sucesso. Um dos fatores mais importantes é termos colaboradores altamente qualificados. Os desafios diários que enfrentamos apenas são administráveis com funcionários altamente treinados e motivados. O nosso trabalho está sempre orientado para os benefícios dos nossos clientes. Os quase 200 representantes de vendas em todo o mundo são recebidos com grande confiança pelos nossos clientes. Uma cooperação honesta e justa é, portanto, um requisito importante. Finalmente gostaríamos de saber: quais são os seus objetivos para o futuro? Um dos nossos objetivos mais importantes é melhorar e expandir a nossa gama de produtos e serviços para o setor de fabrico de cunhos e cortantes e de moldes. Para conseguir isto, estamos a alargar a nossa rede de vendas. Também continuamos a investir nas nossas áreas de crescimento constante de negócios, tais como a construção de máquinas e de ferramentas ou a maquinação especial. Além disso, continuamos a manter os olhos abertos em todas as direções e consideramos fazer fusões com outras empresas no futuro, quando for conveniente e vantajoso para ambos os parceiros. O grupo de empresas Meusburger atingiu uma faturação recorde de 270 milhões de euros em Encaramos o futuro com muito otimismo.

64 64 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Paulo Fernandes, cost engineer na Jaguar Land Rover Trabalhar nesta área exige dedicação O que lhe ensinou a indústria de moldes que tenha aberto portas para novas oportunidades de emprego, nomeadamente na Jaguar Land Rover (JLR)? Quando tive oportunidade de ser colaborador numa das mais prestigiadas empresas da região, decidi que era esta a atividade que eu queria seguir. Fiquei rendido pela sua dimensão, pelo rigor e pela sua exigência. Sendo a indústria de moldes na nossa região uma das melhores do mundo, não restam dúvidas sobre ter sido a melhor opção. Além disso, o facto de esta indústria ser reconhecida, tanto a nível nacional como internacional, contribuiu também para a minha escolha. A qualidade nesta área é muito exigente e trabalhar nela exige dedicação. Estou convencido de que terá sido a minha experiência e o meu know-how, adquiridos ao longo da minha carreira, que me deram a oportunidade de atualmente estar na JLR. Há alguém que admire nesta área? O meu pai. O meu gosto e interesse pelos moldes vem desde os 16 anos de idade, por influência do meu pai. Era torneiro-mecânico especializado e o elevado rigor com que fazia o produto, levou-o a criar a sua empresa de moldes e acessórios, em Quando saía da escola, ia para a empresa. Fui vendo e questionando sobre os instrumentos de medição que usava. Um especial agradecimento ao meu pai e ao meu atual manager, Neil Franklin, pelas oportunidades que me deram mas, sem esquecer todos os meus colegas. Aprendi muito com todos eles. Como classifica a indústria de moldes portuguesa? É notório que a indústria de moldes em Portugal tem evoluído bastante e positivamente, quando comparada com a que existia há 20 anos. Os empresários cedo perceberam que tinham de acompanhar o progresso tecnológico para fazer face às exigências dos clientes. Os métodos de trabalho foram sendo alterados. A qualificação das pessoas também mudou. Atualmente é possível encontrar pessoas com formação superior em qualquer departamento do sector, desde o chamado chão de fábrica até aos cargos de chefia passando pelo projeto e controlo. Conhece empresas desta área de outros países? Consegue estabelecer uma comparação e identificar os aspetos onde Portugal tem de melhorar? Ao longo do meu percurso profissional tive oportunidade de conhecer a indústria de moldes de outros países. Nunca poderei afirmar que a indústria deste ou daquele país é melhor que a nossa. No mesmo sentido, entendo que não seria correto dizer que somos os melhores do mundo. Cada um tem os seus processos, métodos e recursos. No entanto, a indústria de moldes em Portugal sempre se destacou pela qualidade do projeto e muitas vezes pela capacidade de improvisar e atingir objetivos em prazos bastante reduzidos. Creio que será na planificação da produção e na sua execução que entendo que Portugal deverá melhorar. Que opinião têm aí na JLR e no

65 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE PUBLICIDADE LEIRIA 65 país onde se encontra da indústria de moldes da nossa região? A opinião acerca da indústria de moldes em Portugal sempre foi favorável e positiva em todos os países por onde passei. No Reino Unido e em particular na JLR não é diferente. Um bom exemplo disso é o facto de, desde o passado verão, Portugal ser a referência para o nosso departamento, quer em termos de prazos atingíveis quer em termos de taxas horárias. Creio que tudo se deveu à excelente relação preço-qualidade que Portugal proporciona ao sector. O que tem a indústria de moldes de fazer para garantir o seu futuro? Continuar a investir quer em maquinaria, quer em formação profissional. Para mim são estes dois os fatores mais importantes. Nos últimos 10 anos assistiu-se a um franco desenvolvimento devido à aposta feita nestes dois campos. Para o futuro será necessário algumas mudanças em termos de estratégias de produção pois, como é do conhecimento geral, a indústria automóvel está a sofrer uma grande alteração. Refiro-me ao design industrial, digitalização, novos materiais (nano e compósitos) que irão ser utilizados. É obrigatório para a indústria de moldes em Portugal acompanhar esta realidade. A Indústria 4.0 é uma oportunidade, um desafio ou uma grande estratégia de marketing? A 4ª revolução industrial é uma realidade. Devemos alertar os nossos empresários para que não se deixem atrasar neste importante desafio. Quem participar pode ganhar muito. Quem ficar de fora poderá ser excluído desta cadeia da indústria automóvel que são as Tier 1 e as OEM, de quem as empresas de moldes são fornecedoras. l Ouvir os clientes elogiarem o meu pai despertou-me interesse Há um ano a trabalhar no departamento de compras da Jaguar Land Rover (JLR), no Reino Unido, Paulo Fernandes tem a seu cargo a apresentação e definição do preço dos moldes de injeção que a empresa adquire. Foram as duas décadas de experiência que acumulou na área, que lhe proporcionaram esta oportunidade. Com o pai, torneiro-mecânico, tomou o primeiro contacto com os moldes. Ouvir os clientes elogiarem o trabalho do meu pai despertou-me interesse. Depois, foi toda a atividade que desenvolveu nos grupos Geco, Socem e Antolin e, até na empresa que, pelo meio, chegou a criar e a gerir, que o conduziram ao lugar que hoje ocupa. Atualmente com 40 anos, continua fascinado por esta área industrial, que não é rotineira, pois não há dois moldes iguais, e o obriga constantemente a investir no progresso pessoal e profissional.

66 66 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Opinião Indústria de moldes: os próximos desafios NUNO ÓRFÃO STREAM Consulting O expectável impacto negativo no emprego que irá ocorrer com a 4ª revolução industrial pode ser visto como uma oportunidade. A automatização e robotização de processos permitirá uma redefinição de funções A indústria de moldes portuguesa vive presentemente um momento único em termos de crescimento e de reconhecimento internacional das suas competências, tenacidade e capacidade de inovação. Esta realidade, justificada em parte pelo crescimento e alterações tecnológicas do sector automóvel e conjugada com o novo paradigma da digitalização do sector industrial (Indústria 4.0) coloca um desafio urgente: os próximos 3 a 4 anos serão críticos para moldar o futuro do cluster dos moldes e posicioná-lo como líder inquestionável num horizonte temporal mais amplo. Na envolvente interna destacam- -se, como vetores estratégicos de atuação de um número restrito de empresas da região, a adoção de tecnologias como a realidade aumentada, a robotização, a inteligência artificial e a impressão 3D-4D. Constata-se também a introdução de soluções inteligentes de conectividade para recolha e otimização de dados nas fases de projeto, planeamento e produção. A sistematização de mecanismos de vigilância tecnológica e novas metodologias organizacionais têm adicionalmente contribuído para fomentar a inovação nos produtos e soluções tecnológicas, melhorar indicadores económicos e operacionais do negócio e catalisar competências e motivação nas equipas. Complementarmente, os programas de suporte ao investimento (Portugal 2020 e Horizon 2020) são mecanismos que, quando sustentados numa estratégia e planeamento detalhados dos projetos, podem potenciar o impacto da adoção das referidas tecnologias e diminuir o risco associado ao investimento. A escassez de recursos humanos especializados é outro grande desafio (senão o maior) que o sector terá de ultrapassar. O expectável impacto negativo no emprego que irá ocorrer com a 4ª revolução industrial pode ser visto como uma oportunidade. A automatização e robotização de processos permitirá uma redefinição de funções para as áreas técnicas mais deficitárias. Este facto não exclui, contudo, a necessidade de se definir, em conjunto com as universidades e politécnicos, formações específicas e exclusivamente orientadas para o sector. Na envolvente externa, o desenvolvimento de parcerias e participação em projetos conjuntos é outro mecanismo a ser reforçado pelas empresas. Não apenas com as associações e entidades do sistema científico-técnico - nas quais a Cefamol, o Instituto Politécnico de Leiria/CDRSP e o Centimfe têm desempenhado um papel fundamental mas também inter- -empresas. Exemplos deste tipo de participação, numa lógica de cooperação e complementaridade de competências, demonstram vantagens inequívocas ao nível do grau de inovação das soluções desenvolvidas e do posicionamento de mercado no pós-projeto. Por último, fruto da dispersão do sector e como consequência da própria dinâmica do mercado é previsível que ocorram operações de fusão/aquisição. É importante que as empresas estejam recetivas a estas oportunidades e as analisem num contexto exclusivamente profissional. A escala trará vantagens competitivas óbvias e permitirá uma maximização do retorno do negócio. Vive-se, portanto, um momento único em termos de oportunidades estratégicas para o sector e em que a generalidade das variáveis externas apresentam um enquadramento positivo. O sector irá demonstrar, como aliás sempre fez, a sua capacidade de se adaptar à mudança. l

67 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 67 RIGOR, PRECISÃO, PROFISSIONALISMO, EXPERIÊNCIA HÁ MAIS DE 20 ANOS AO SERVIÇO DA EXCELÊNCIA Fracção A nº Rua da Industria Metalúrgica Cumeira, Embra Marinha Grande Tel Fax info@polialfaia.com

68 68 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Fundos do Compete 2020 ajudam a inovar em processos e produtos A maioria das empresas do sector dos moldes com projetos aprovados no âmbito do Compete 2020 (32) apostou em áreas de inovação produtiva e investigação e desenvolvimento tecnológico (I&DT), com o objetivo de inovar em processos e produtos, e aumentar as exportações, produção e volume de emprego. Estes fundos europeus destinam- -se a 51 projetos, genericamente apresentados por empresas localizadas nas regiões de Leiria/Marinha Grande e Oliveira de Azeméis, que implicam um investimento de 120,5 milhões de euros (68,8 milhões de incentivos). Os 19 projetos da medida de inovação produtiva recebem mais de 101 milhões de euros (58 milhões de incentivos). Na área de investigação e desenvolvimento tecnológico (I&DT) foram aprovados 13 projetos (quase todos apresentados em copromoção), correspondentes a um investimento de 15 milhões de euros (nove de incentivos). No caso do sector dos plásticos, as empresas ganharam 13 projetos na área da inovação produtiva, no valor global de 105 milhões de euros (54 milhões de incentivos). Os projetos de I&DT em copromoção pretendem promover a articulação entre as empresas e entidades de investigação, acelerando a difusão, transferência e utilização de tecnologias, conhecimentos e resultados de investigação e desenvolvimento no tecido empresarial. As candidaturas à medida de inovação produtiva referem-se à criação ou aumento da capacidade das empresas, diversificação da produção para novos produtos e alteração significativa do processo global de fabricação. l Projetos aprovados no sector dos moldes Empresa Medida Concelho Investimento ( ) Incentivo ( ) MD Engineering Inovação - Produtiva Leiria , ,00 Ramada Aço Inovação - Produtiva Ovar , ,00 Prifer Inovação - Produtiva Albergaria-a-Velha , ,80 Geco Inovação - Produtiva Leiria , ,20 ATT Inovação - Produtiva Marinha Grande , ,80 Soc. Metalúrgica Marinhense Inovação - Produtiva Alcobaça , ,91 Big Maq Inovação - Produtiva Arouca , ,00 GLN Molds, S.A. Inovação - Produtiva Leiria , ,24 Epalfer Inovação - Produtiva Águeda , ,00 Lismolde Inovação - Produtiva Porto de Mós , ,00 Moldoeste Inovação - Produtiva Marinha Grande , ,00 Socemits Inovação - Produtiva Marinha Grande , ,00 Fozmoldes Lda Inovação - Produtiva Marinha Grande , ,20 Farmi Inovação - Produtiva Marinha Grande , ,11 IMTEC Inovação - Produtiva Alcobaça , ,50 J. R. Ribeiro Inovação - Produtiva Oliveira de Azeméis , ,10 Setsa I&DT - Copromoção Marinha Grande, Lisboa, Porto, Évora, Óbidos , ,67 Intermolde Inovação - Produtiva Marinha Grande , ,60 Moldegama Inovação - Produtiva Alcobaça , ,72 Damásio II Inovação - Produtiva Batalha , ,00 Simoldes Aços I&DT - Copromoção Oliveira de Azeméis, Braga, Marinha Grande , ,50 3DTech I&DT - Copromoção Marinha Grande, Leiria, Porto , ,23 Moldit I&DT - Copromoção Oliveira de Azeméis, Coimbra, Barcelos, Marinha Grande, , ,05 Braga Moldetipo II I&DT - Copromoção Marinha Grande, Coimbra, Caldas da Rainha , ,89 Moldetipo II I&DT - Copromoção Marinha Grande, Guimarães , ,51 Moldetipo II I&DT - Copromoção Marinha Grande, Braga , ,92 ITJ I&DT - Copromoção Marinha Grande, Guimarães , ,85 Edilásio Carreira da Silva I&DT - Copromoção Marinha Grande, Coimbra , ,73 3DTech I&DT - Demonstradores Copromoção Marinha Grande, Maia , ,50 GLN Molds I&DT - Copromoção Leiria, Marinha Grande, Coimbra , ,48 Socém QI PME - Individuais Alcobaça , ,00 Famolde I&DT - Copromoção Marinha Grande, Coimbra , ,26 MP Tool QI PME - Individuais Marinha Grande , ,30 DRT Rapid QI PME - Individuais Leiria , ,48 DRT Rapid QI PME - Individuais Leiria , ,00 GLN Molds I&DT - Individuais Leiria , ,59 Moldegama QI PME - Individuais Alcobaça , ,74 Imoplastic QI PME - Individuais Marinha Grande , ,98 MDTForm QI PME - Individuais Marinha Grande , ,54 Moldetipo II QI PME - Individuais Marinha Grande , ,13 Lismolde QI PME - Individuais Porto de Mós , ,15 Cefamol SIAC Marinha Grande , ,63 Molcer QI PME - Individuais Oliveira do Bairro , ,13 PJA QI PME - Individuais Vale de Cambra , ,56 Moldit QI PME - Individuais Oliveira de Azeméis , ,50 Lismolde QI PME - Vales Porto de Mós , ,00 Tecnimoplás QI PME - Vales Marinha Grande , ,00 A. Silva Godinho QI PME - Vales Oliveira de Azeméis , ,00 MP Tool I&DT - Vales Marinha Grande , ,00 Moldoplástico QI PME - Vales Oliveira de Azeméis , ,25 Moldetipo II QI PME - Vales Marinha Grande , ,50 Total , ,25 Fonte: Compete 2020, 22/11/2016, CAE 25734, fabricação de moldes metálicos Projetos aprovados no sector dos plásticos Empresa Medida Concelho Investimento ( ) Incentivo ( ) Danipack Inovação - Produtiva Estarreja , ,00 Elastictek Inovação - Produtiva Ovar , ,00 TCS Europe Inovação - Produtiva Viseu , ,74 MD Plastics Inovação - Produtiva Leiria , ,32 Moldegama Inovação - Produtiva Alcobaça , ,08 GLN Plast Inovação - Produtiva Leiria , ,97 Maxiplas Inovação - Produtiva Pombal , ,00 Megatechind Inovação - Produtiva Marinha Grande , ,65 S.I.E Inovação - Produtiva Leiria , ,10 Cordenet Inovação - Produtiva Ovar , ,53 J. Prior Inovação - Produtiva Vagos , ,40 Moldoeste II Inovação - Produtiva Leiria , ,00 TOTAL , ,79 Fonte: Compete 2020, 22/11/2016, CAE 22210, 22220, e 22292

69 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 69 MOLDES PMM há 30 anos a Inovar Fundada em 1987, a PMM comemora este ano o seu trigésimo aniversário. 30 anos a inovar nos produtos Moldes com conceções patenteadas( ); 30 anos a inovar nas tecnologias Única na europa com tecnologia ECP ( ); 30 anos de colaboradores e clientes felizes Fazem da PMM uma empresa PME excelência. A PMM é hoje uma empresa capaz de fornecer uma solução integrada, que vai desde o desenvolvimento de produto, engenharia e projeto; fabrico nas mais modernas tecnologias; teste e produção de plásticos. Todo um processo controlado com recurso à digitalização, para garantir o rigor, a qualidade e a satisfação do cliente. Tendo no último ano duplicado o seu volume de negócios, comparativamente a 2015, a PMM investiu também 1,5M com vista ao aumento da sua capacidade produtiva, reforçando não só os recursos tecnológicos, mas também a sua equipa, contando já com 40 colaboradores. É com um grupo experiente e dinâmico marcado também pela aposta numa nova geração de jovens competentes e qualificados, que a PMM prepara os desafios dos próximos 30 anos. excelência 14

70 70 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS a mexer FJN Moldes estende cadeia de valor e competitividade A FJN Moldes está a desenvolver um projeto de investimento, apoiado pelo Centro 2020, que envolve a criação de uma nova unidade produtiva, com o objetivo de fortalecer a sua competitividade, estender a cadeia de valor e implementar a injeção de plástico. Planimolde amplia instalações dos moldes e investe na injeção A Planimolde tem em curso a segunda fase de um investimento que quase duplica a área fabril coberta das atuais instalações e engloba a construção de dois pavilhões, um destinado a aumentar o espaço para os moldes e o outro à instalação da unidade de injeção de plásticos. O investimento previsto era de dois milhões de euros, 1,4 milhões financiados no âmbito do Centro 2020, mas ascende agora a três milhões de euros, porque inicialmente a primeira fase não previa acrescentar o espaço de fabricação de moldes e a aquisição de mais equipamentos, explica Telmo Ferraz, diretor geral da empresa com sede na Marinha Grande. Uma parte do projeto aprovado pelo Centro 2020 está concluída e contemplou equipamentos nas áreas de CNC de cinco eixos de alta velocidade, célula de fabricação de elétrodos, robotização e erosão, metrologia, retificação, hardware e software e, entre outros aspetos, formação de quadros. A incidência é na área de fabricação de moldes, permitindo-nos maior capacidade produtiva e oferta de moldes de maior complexidade, menos confrontados com a concorrência interna e principalmente externa, adianta Telmo Ferraz. A nova nave dedicada aos moldes servirá para uma melhor racionalização do layout produtivo, enquanto a destinada ao sector de plásticos receberá, no início, quatro máquinas de injeção para testar a maioria dos moldes fabricados na Planimolde e para fazer produções ou pequenas séries, igualmente dos moldes que fabrica, refere o diretor geral da empresa, acrescentando que é intenção vir a ter produção própria, porque só assim terá sentido económico. Quando estiverem concluídos estes investimentos, no final deste ano, ou início do próximo, a empresa espera estar mais preparada para responder às necessidades dos clientes, na área de I&D e envolvimento atempado nos seus projetos, na redução de prazos de fabrico e na melhoria da competitividade. Em 2016 já tiveram algum efeito no volume de negócios, que Telmo Ferraz espera aumentar para os seis milhões de euros no corrente ano. Para dar cumprimento ao projeto, a empresa, com sede em Leiria, comprou dois pavilhões junto às atuais instalações, explicou o diretor geral, Manuel Ponte, adiantando que deverá estar concluído em julho deste ano. A FJN Moldes tem 40 colaboradores, faturou 3,7 milhões de euros em 2015 e, segundo Manuel Ponte, a nova unidade produtiva terá um impacto de um milhão de euros no volume de negócios. Este projeto representa um investimento de 2,5 milhões de euros, sendo 1,5 milhões de comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Há ainda uma comparticipação de do Fundo Social Europeu numa candidatura de euros. Entretanto, a empresa viu aprovada uma nova candidatura ao Centro 2020, com um valor de investimento de 1,1 milhões de euros (807 mil de incentivos), destinados à aquisição de equipamentos e software, e à criação de uma célula para automatização de elétrodos e erosão.

71 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 71 Golfo Pérsico é objetivo para diversificar mercados A Associação Nacional da Indústria de Moldes (Cefamol), juntamente com empresas associados, está a planear a participação na feira Iranplast, 26 a 29 de setembro, em Teerão (Irão), com o objetivo de conhecer melhor as potencialidades da região do Golfo Pérsico e diversificar mercados. Pearlmaster tem quatro projetos aprovados A Pearlmaster tem aprovados quatro projetos financiados pelo Centro 2020, correspondentes a um investimento total de 672,7 mil euros (362,3 mil de incentivos), no âmbito da inovação produtiva (2), internacionalização e qualificação. A maior parte do investimento destina-se à criação e ao alargamento de capacidades avançadas de desenvolvimento de produtos e serviços. O restante refere-se à adaptação dos trabalhadores à mudança e ao desenvolvimento e aplicação de novos modelos empresariais, especialmente no que respeita à internacionalização. PUBLICIDADE O mercado é interessante e já existe uma experiência passada de trabalho com empresas nacionais, pelo foco dado à indústria automóvel na região, mas também pela dimensão e desenvolvimento industrial do país, explica Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL. Está também em preparação a receção a uma delegação do Irão que visitará Portugal e a realização de um estudo, a apresentar no final do primeiro semestre do ano, sobre as potencialidades dos mercados do Golfo Pérsico. Uma primeira abordagem a esta região foi já feita, no início do ano, na feira Arabplast 2017, de 6 e 11 de janeiro, no Dubai (Emirados Árabes Unidos). Manuel Oliveira classifica como positiva a participação, salientando que o grande foco do certame é a cadeia de valor da indústria de plásticos, com especial enfoque nas áreas das matérias-primas e sistemas de produção ou transformação.

72 72 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Rotários homenageiam João Faustino TJ Moldes e Toolpress criam joint venture e instalam-se em Tânger João Faustino, é homenageado pelo Rotary Club da Marinha Grande, no dia 4 de fevereiro, como Profissional do Ano pelo seu trabalho à frente do grupo TJ Moldes. A homenagem está marcada para as 12h30 no Hotel Mar e Sol, em São Pedro de Moel, e é aberta ao público. O Rotary considera João Faustino um cidadão que desenvolveu a sua atividade profissional na Marinha Grande, a par de intensa atividade associativa e cívica, honrando assim o concelho de forma assinalável. A TJ Moldes, empresa da Marinha Grande, e a Toolpress, com sede em Sintra, constituíram, em dezembro passado, uma joint venture denominada Toolpress TJ. A empresa está a ser instalada em Tânger, Marrocos, com vista à produção de peças de estampagem e de plástico, e corresponde a um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros. A produção deverá ter início em abril, aumentando gradualmente ao longo de 2017 para que, em 2018, saiam da Toolpress peças para 400 mil carros por ano. Em concreto, a empresa vai estar a fabricar e montar pedais de travação, de embraiagem e de acelerador destinados a vários modelos da Dacia Renault. João Faustino, administrador da TJ Moldes, explica que num ponto da fábrica estarão as prensas a estampar as peças metálicas e noutro lado as máquinas de injeção fabricar as peças plásticas. A montagem do produto será igualmente assegurada pela Toolpress TJ para que possa chegar às linhas de produção da Renault pronto a instalar. A empresa terá colaboradores de Marrocos e Portugal num total de 12 pesoas, numa primeira fase. A formação será ministrada na Roménia e em Portugal. PUBLICIDADE Limpezas de fins de obras Limpezas industriais mecanizadas Lavagem de vidros e de montras Lavagem de alcatifas Aspiração de águas Limpezas diárias e periódicas Lavagem de toldos Afagamentos de toda a qualidade de pedra e calçada portuguesa Tratamento de tijoleira com produtos Fila Fazemos do seu velho mármore um espelho Sede: Rua Principa, Garruchas Batalha Loja e Armazém: E.N Moinho Novo geral@belachico.pt Cortes Leiria Tels:

73 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 73

74 74 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Erofio reforça competitividade A Erofio Atlântico tem a decorrer um projeto financiado pelo programa Centro 2020, que tem como objetivo principal reforçar a competitividade das PME na área da inovação. O investimento é de 938 mil euros (563 mil de incentivos) e o prazo de execução termina a 28 de fevereiro. Vipex produz gama de skis exclusiva para a Decathlon O Grupo Erofio é constituído pela Erofio, criada em 1990 por Manuel e Margarida Novo para o fabrico de moldes, e pela Erofio Atlântico, nascida dez anos depois na área da injeção de termoplásticos, para validar os moldes produzidos internamente. Desde o verão passado que a Vipex Plásticos e Serviços é produtora mundial do ski boost 300 archtech da marca Wed ze, uma insígnia exclusiva da Decathlon. A empresa da Marinha Grande é responsável pela industrialização do produto, o que, explicam Olímpio Caseiro, presidente do conselho de administração, e Jorge Santos, diretor geral, obrigou à adaptação dos equipamentos da empresa e à automatização do processo. O conceito do ski foi desenvolvido pela Decathlon ao longo de quatro anos. Depois de uma produção-piloto em 2015, a Vipex deu início à produção e montagem, sendo que nesta fase a empresa não produz, mas recebe peças de várias proveniências. Jorge Santos salienta a complexidade desta tarefa, na medida em que tem de haver grande compatibilidade entre o ski e as fixações. Da Vipex o produto segue para a loja. É possível encontrá-lo à venda nas superfícies de gama 3 da Decathlon as mais completas e que não correspondem à de Leiria mas pode igualmente ser adquirido online por cerca de 130 euros. O ski 300 archtech foi concebido para o praticante que procura skis de pista intuitivos, fáceis de manobrar e destina-se a quem pretende iniciar-se naquela prática desportiva, sem que para isso tenha de despender valores avultados na aquisição do equipamento. Tanto pelo preço como pela performance, o produto tem tido uma boa aceitação por parte do mercado, tendo registado uma pontuação de 4,2 numa escala de vai de zero a cinco. A Vipex já trabalha com a Decathlon há vários anos, mas a produção dos skis é um trabalho de grande complexidade tecnológica e de longo prazo, quer na relação quer nos resultados refere Jorge Santos. A empresa da Marinha Grande já recebeu o molde de um outro ski e encontra-se em fase de ensaios. Com 70 colaboradores permanentes, a Vipex atingiu um volume de negócios de 10 milhões de euros em 2016 e espera chegar aos 13 milhões em Da sua produção, 95% destina-se a exportação, direta e indiretamente, tendo a França como o principal destino dos seus produtos. Ribermold aposta em nichos de mercado A Ribermold prevê concluir até setembro o projeto Inov4Riber, financiado no âmbito do Portugal 2020 e respeitante à inovação produtiva. A empresa da Marinha Grande pretende alargar a sua gama de oferta nos mercados, através do aumento da sua capacidade de produção e criação novos produtos para nichos de mercado. O investimento total é de 1,3 milhões de euros, com uma comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional de 798 mil euros. A Ribermold exporta 98% da produção a Europa, EUA, África e Ásia.

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76 76 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Grupo Simoldes prevê investir em Marrocos O Grupo Simoldes prevê investir 55 milhões de euros na construção de uma fábrica de moldes para o sector automóvel em Marrocos, que criará 300 postos de trabalho e poderá estar a funcionar em O investimento do grupo de Oliveira de Azeméis, liderado pelo comendador António da Silva Rodrigues, previsto para uma área de 10 hectares, foi objeto de um acordo de intenções assinado no ano passado na presença do rei Mohammed VI, de Marrocos. A evolução do projeto depende ainda da assinatura de um contrato com a francesa PSA, que irá instalar em Marrocos uma fábrica de automóveis, com empregos diretos e 20 mil indiretos. A unidade da Simoldes começará a ser construída este ano e o início da laboração está previsto para O Grupo Simoldes, líder europeu no fabrico de moldes para a indústria automóvel, é composto por duas dezenas de empresas, divididas pelas áreas de moldes e plásticos, e está presente em países como o Brasil, Argentina, Espanha, França, Alemanha, Polónia, Roménia e República Checa. No total, emprega mais de trabalhadores em Portugal e no estrangeiro, e prevê chegar em 2018 aos 800 milhões de euros de volume de negócios, que deverá crescer para mil milhões de euros em l PUBLICIDADE

77 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 77

78 PLÁSTICOS 78 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // PRÓXIMOS 20 ANOS Leiria representa 20% da indústria de plásticos nacional Quase 90 anos depois de ter nascido em Leiria a primeira fábrica de matérias plásticas a Nobre & Silva que foi também pioneira a nível nacional - a região continua a destacar-se na produção de plásticos. Dados da APIP Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos, referentes a 2014, dão conta que na região a indústria integra 179 empresas, o que representa 20% do total nacional, fatura perto de 500 milhões de euros/ano e é responsável por 4500 a 5000 postos de trabalho. No entender de Pedro Colaço, presidente da APIP, estes são números que espelham bem a importância e a dimensão da região no sector. Em termos de exportação, a relevância dos plásticos do distrito sobressai igualmente no contexto

79 PUBLICIDADE das indústrias transformadoras, onde se insere. No ranking das 500 maiores empresas exportadoras do distrito de Leiria e concelho de Ourém, publicado em dezembro de 2016 pelo REGIÃO DE LEIRIA, os plásticos eram responsáveis por 22% das exportações da indústria transformadora, seguidos dos moldes com 18%. As 20 maiores empresas de sector no distrito de Leiria faturaram, em 2015, 408 milhões de euros e empregavam mais de 2500 pessoas. Do volume de negócios total cerca de metade corresponde a produto exportado, tendo 9 das 20 empresas uma taxa de exportação superior a 50%. A liderar este top 20 está a Cabopol, empresa que se dedica à fabricação de matérias plásticas sob formas primárias. Neste mesmo ranking outras duas empresas integram essa subclasse tendo faturado no conjunto mais de 100 milhões de euros. As restantes repartem-se pela fabricação de outros artigos de plástico, (não especificado), fabricação de embalagens de plástico. Também a nível nacional a fabricação de matérias plásticas sob formas primárias detém um peso significativo em termos de volume de negócios no contexto da indústria dos plásticos. É a que apresenta maior faturação, sendo responsável por 39% do volume total. Seguem-se a fabricação de chapas, folhas, tubos e perfis de plástico (22%), fabricação de outros artigos de plástico (22%), fabricação de embalagens de plástico (14%), fabricação de artigos de plástico para a construção (3%). Dimensão do sector em volume de negócios 3% 22% 14% 39% 22% Matérias plás cas sob formas primárias Chapas, folhas, tubos e perfis de plás co Outros ar gos de plás co Embalagens de plás co Ar gos de plás co para a construção >>>

80 80 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> Dados disponibilizados pela APIP, revelam que no conjunto, em 2014, a indústria de plásticos incluía 957 empresas, faturou 4,4 mil milhões de euros e valia 2,5% do PIB. Numa análise à demografia das empresas, disponibilizada igualmente pela APIP, verifica-se que em 2014, a indústria de plásticos empregava cerca de 20 mil pessoas. Do total de empresas 59% empregava menos de 10 pessoas, 31% entre 10 a 49 colaboradores, 9% entre 50 e 249, e 1% das empresas dava emprego a 250 e mais pessoas. Demografia das empresas de plás cos 1% 9% 31% 59% Menos de 10 pessoas pessoas pessoas 250 e mais pessoas No conjunto das exportações nacionais, os plásticos e as suas obras representam 5,1%, em 2014, e registaram um aumento de 8,3% face a 2013 e estima-se que, de então para cá, o crescimento se situe nos dois dígitos. O principal destino da produção nacional é a União Europeia que absorve 82%. Espanha, França, Países Baixos e Alemanha eram os principais destinos comprando 67% dos plásticos produzidos em Portugal. Fonte: APIP, 2014 PUBLICIDADE...Moulding your world since 1978!

81 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 81 Fonte: APIP, 2014 Des nos das exportações portuguesas de plás cos Espanha 19% França 3% 34% Países Baixos 3% Alemanha 4% Angola 5% 8% 10% 14% Reino Unido Itália Bélgica Outros Um estudo da Plastics Europe Associação dos Fabricantes de Plásticos, referente a 2014, indica que 2/3 da procura de plásticos na Europa está concentrada em cinco países: Alemanha (24,9%), Itália (14,3%), França (9,6%), Reino Unido (7,7%) e Espanha (7,4%). A mesma fonte revela que entre 2004 e 2014 a produção de plásticos na Europa não registou oscilações, fixando-se entre os 65 e os 59 milhões de toneladas. O mesmo não sucede a nível mundial onde a produção continua a crescer de ano para ano. Em 2014, a China era responsável por 26% da fabricação, seguindo-se a >>> PUBLICIDADE

82 82 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> Europa com 20%. Os mercados que mais absorvem o fabrico de plásticos é a embalagem, para onde vai 39,5% da produção. Sucedem-lhe a construção (20,1%), o sector automóvel (8,6%), a eletrónica (5,7%), a agricultura (3,4%). Os restantes 22,7% estão classificados como outros, sendo que aí se englobam o mobiliário, o desporto, a saúde, entre outros. Relativamente ao destino dado aos resíduos de plástico, a Plastics Europe indicava que, em 2014, na União Europeia, 39,5% eram aproveitados para recuperação de energia, 30,8% seguiam para aterro e 29,7% destinavam-se a reciclagem. Comparando com o ano de 2006, a Plastics Europe refere que em 2014 registava-se uma redução de 38% na colocação de resíduos de plásticos em aterro o que fez aumentar, durante esse mesmo período, a recuperação de energia e a reciclagem de artigos de plástico. Ainda assim, o mesmo estudo indica que em 2014 o aterro continuava a ser, em muitos países da União Europeia, o primeiro destino dos artigos de plástico e um deles era Espanha com mais 50%. Portugal estava entre os estados-membros que envia entre 10 a 50% dos resíduos para aterro, havendo países que já conseguiram fazer descer esse valor abaixo dos 10%. l P&R Plásticos têm de entrar numa espiral de reutilização AURÉLIO FERREIRA Diretor-geral DEM 2 O que vai estar a indústria de plásticos a vender daqui a 20 anos? Teremos plástico de engenharia, com especificidades muito próprias (resistência, condutibilidade térmica e elétrica), mas também polímeros biológicos O que mais o preocupa no futuro desta indústria? Os hidrocarbonetos são uma fonte de energia esgotável, a maior preocupação será a falta de regulação nos grandes produtores/países e a influência nos preços, muitas vezes especulativos A indústria de moldes, ao alargar a cadeia de valor e investir na injeção de plástico, está a conquistar terreno a quem apenas se dedica à produção de matérias plásticas? Os moldes e plásticos são complementares e a nossa região só terá vantagens se existir uma colaboração entre as duas atividades económicas, que, hoje em dia, já estão genericamente interligadas Os plásticos debatem-se com um problema de imagem, ao serem vistos como inimigos do ambiente. Como lida a indústria com este estigma? Os plásticos têm de entrar numa espiral de reutilização e reciclagem idêntica ao vidro, para deixarem de ser um problema ambiental. l As 20 maiores empresas de plásticos do distrito de Leiria Nome Concelho N_empregados 2015 Vn 2015 Rl 2015 Exportação 2015 Taxa de Exportação Cabopol - Polymer Compounds, S.A. Porto de Mós ,64% 2 Key Plastics Portugal, S.A. Leiria ,09% 3 Iber-Oleff - Componentes Técnicos em Plástico, S.A. Pombal ,24% 4 Iberoalpla Portugal - Embalagens Plásticas Unipessoal, Lda. Marinha Grande ,59% 5 Indupla - Plásticos, Lda. Marinha Grande ,34% 6 Plastidom - Plásticos Industriais e Domésticos, S.A. Leiria ,29% 7 Bourbon Automotive Plastics Marinha Grande, S.A. Marinha Grande ,54% 8 Plastimar - Indústria de Matérias Plásticas, S.A. Peniche ,36% 9 Plimat - Plásticos Industriais Matos, S.A. Marinha Grande ,84% 10 GLN Plast, S.A. Leiria ,29% 11 Sacos 88 - Sociedade de Plásticos, Lda. Leiria ,63% 12 Compogal - Indústria de Polímeros, S.A. Leiria ,66% 13 Termocompo - Indústria Termoplástica, Lda. Leiria ,74% 14 Vipex - Comércio e Indústria de Plásticos, S.A. Marinha Grande ,87% 15 Erofio Atlântico, S.A. Batalha ,81% 16 Plasgal - Produção de Embalagens, Lda. Leiria ,95% 17 Carfi - Fábrica de Plásticos e Moldes, S.A. Marinha Grande ,25% 18 Pervedant - Perfis e Vedantes, Lda. Leiria ,09% 19 Neorelva - Plásticos, S.A. Marinha Grande ,45% 20 Simplastic - Sociedade Industrial de Matérias Plásticas, Lda. Batalha ,98% Totais

83 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 83

84 84 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Pedro Colaço presidente da APIP O fabricante de moldes, se não tiver cuidado, pode concorrer com os clientes Pedro Colaço preside à APIP - Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos desde maio de Em julho, a APIP abriu uma delegação na Marinha Grande De que forma está a APIP a acompanhar a tendência de alguns empresários de moldes investirem também na injeção de plástico, no sentido de aumentar a cadeia de valor? A APIP decidiu criar uma delegação na Marinha Grande porque identificou essa necessidade. Existia um vazio de apoio nessa área. Temos apoio na área dos moldes com a Cefamol, na área técnica com o Centimfe, mas para transformação de polímeros não existia nada. Existia em Lisboa e no Porto e por isso é que decidimos criar uma delegação aqui para apoiar este crescimento porque sabemos que vai acontecer definitivamente. Nesse contexto, pode falar-se de concorrência entre moldes e plásticos? Não. São negócios complementares e completamente diferentes e, às vezes, quem faz moldes não entende isto. O molde é uma ferramenta e o facto de sabermos fazer moldes não faz com que, imediatamente, passemos a saber fazer plástico. É outro mundo. Temos que aprender sobre os processos de plástico, comprar máquinas. Mas é isso que está a acontecer ou não? Está a acontecer pela via do teste. A certificação de que a ferramenta está em condições ótimas de trabalho para ser enviada e para o cliente não vir reclamar a dizer que o molde não trabalha bem. Os moldes não ficam bem à primeira e o teste é muito importante para exportação. Muitas vezes, o cliente até vem cá e assiste ao teste e assina um papelinho para o molde poder ir. É por aí que surge a injeção de plásticos. Estes fabricantes de moldes entram muito pela via da pré-produção, de pequenas séries. Mas a seguir

85 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 85 às pequenas séries é muito natural que venham as grandes séries. Temos algumas empresas de moldes que foram por esse caminho, mas é preciso uma estrutura de gestão que comporte as duas cabeças, porque são coisas completamente diferentes. A gestão de uma empresa de produção em massa é muito diferente de uma empresa de moldes. Continua a achar que não há uma invasão de território? A ideia da cadeia de valor é muito engraçada, mas vejo-a muito mais a funcionar no cativar clientes para fazer o molde, que é o core e onde está a margem, do que propriamente para ir buscar as outras margens todas. Se o produto for simples, o fabricante de moldes cria essas competências e aguenta-se, mas se tiver de integrar eletrónica e software, as coisas complicam-se. Há ainda um outro aspeto importante: o fabricante de moldes, se não tiver cuidado, pode começar a fazer concorrência aos clientes. Os principais clientes dos moldes não são quem tem o produto final são quem injeta para alguém que tem o produto final. Esta delegação da APIP na Marinha Grande está aberta desde julho do ano passado. A que necessidades em concreto estão a dar resposta, sobretudo nesse novo caminho que alguns empresários estão a trilhar? Os sectores dos moldes e dos plásticos são completamente diferentes. O sector dos moldes é um sector de protótipos. O molde não se repete, faz-se um de cada vez. O sector dos plásticos é de produção em massa, tem um contrato coletivo diferente. Começam logo aí as diferenças e as necessidades de esclarecimento. Existe todo um quadro legislativo ambiental que é diferente. Existe também necessidade de ter informação estatística acerca dos mercados, das tendências de preço das matérias-primas. É claro que há associações que estão a suportar os moldes e já estão a fazer alguma formação no processamento. Estamos a colaborar com eles e a fazer um plano de formação conjunto. Quando tomou posse como presidente da APIP disse que um dos grandes objetivos seria enfrentar os desafios dos novos tempos. Que desafios são esses? O grande desafio do plástico será a economia circular. A maior parte da produção legislativa que restringe a atividade, que onera a atividade ou que vai ter reflexos na performance económica das >>> PUBLICIDADE

86 PUBLICIDADE En 113 Charneca do Bailadouro, n.º 140 Touria, Pousos Leiria - Portugal T F empreitadas.pt >>> empresas, tem a ver com a legislação ambiental. Está toda a gente muito preocupada com os eventuais efeitos nocivos do plástico quando nós achamos que é uma falácia. O plástico é o material mais ecológico que existe porque pode ser transformado variadíssimas vezes com baixa energia. Gastamos muito pouco carbono para o transformar e reutilizar de outra forma qualquer. O grande problema das sociedades a nível mundial, e principalmente nos países menos desenvolvidos, é que não conseguem fazer a recolha seletiva dos plásticos e transformá-lo novamente e, como há muitas fugas deste material, ele acaba nos oceanos, nos aterros e em sítios que nós não queremos. O plástico para nós não é um resíduo, para nós é valorizado, é uma matéria-prima, uma commodity que podemos transformar novamente. Mas essa é uma ideia que vai ser muito difícil de combater. Por isso é que estou a dizer que este é o principal desafio. Não é muito inteligente considerar o plástico como um resíduo tóxico. Já gastámos energia para o extrair do solo e para o transformar naquela matéria. Agora só precisamos de o aquecer outra vez, com muito pouca temperatura, para o tornar noutro objeto qualquer. E isto é muito difícil passar para a sociedade. Há muita desinformação e pouca coragem de pensar desta maneira. São negócios [moldes e plásticos] complementares e completamente diferentes e, às vezes, quem faz moldes não entende isto. Porque é que diz que há pouca coragem? Porque é preciso pensar, ter grupos de trabalho, ser inteligente. É necessário as associações falarem e é necessário os nossos políticos estarem informados. Esse é outro dos problemas? É. As leis às vezes saem inadaptadas porque não ouviram a indústria e isso causa problemas grandes às empresas. Coisas como os sacos de plástico vão acontecer cada vez mais. Existe esta ideia de que o plástico é para abater e criam-se leis avulsas. Em França até já com os plásticos de piquenique querem acabar. Marrocos queria acabar completamente com os sacos de plástico. O que aconteceu no caso português foi que alteraram as fieiras para 50 micras, passaram a fazer sacos de plástico mais grosso e o consumo de polietileno aumentou exponencialmente. Deram às grandes superfícies um ótimo encaixe financeiro. E a redução de sacos de plástico

87 PUBLICIDADE verificou-se? Verificou-se a nível do saco de caixa, mas não do consumo global da matéria-prima. Passaram a fazer sacos grossos e a venda de sacos do lixo também disparou. Quem perdeu com isto? O Estado e a ecologia. Na sua opinião, a falta de conhecimento da classe política não tem ajudado a equilibrar a economia com a questão ecológica? Podemos falar pela transformação. O que podemos dizer é que não somos ouvidos nas alturas certas e em tempo útil. Nós não estamos contra estas coisas [legislação ambiental], temos é de as fazer bem feitas. Somos excluídos deste processo e as associações servem precisamente para isto. Somos confrontados com situações que seriam evitáveis se fossemos ouvidos no início do processo. Vai a um supermercado e o que é que não tem plástico? Já viu se o plástico desaparecesse hoje, a quantidade de material perecível que íamos deitar para o lixo? Se tivéssemos que substituir o plástico por vidro ou por outro material qualquer, tínhamos muito mais peso nos camiões, gastávamos muito mais gasóleo na distribuição. O plástico reduz isso tudo, porque é muito mais leve. Temos esse problema: como é leve e barato é descartável, mas não é. Pode ser revalorizado e as sociedades não estão a trabalhar muito bem, as autarquias não estão a trabalhar muito bem, não há informação suficiente ao consumidor. Estas coisas têm que continuar e temos que fazer isto nas escolas. Os empresários também não se expõem para falar do assunto. Por isso é que as associações são fundamentais. As pessoas têm que perceber pelo preço de um jantar por mês podem ser sócias de um organismo destes. Podem ter acesso a um conjunto de informações que são importantes e fundamentais para o negócio. Somos muito miserabilistas e pouco gregários. Tem colocado a tónica na questão do financiamento. Qual é o principal entrave a este nível? A banca de hoje já não é a banca de 2008 e os critérios para conseguir crédito são muito mais apertados. Há dinheiro e crédito para as boas empresas, com bons rácios, exportadoras e que têm boas perspetivas, mas há muito mais dificuldades para as empresas que estão a começar e para as microempresas e que é grande parte do tecido empresarial português. Este sector tem um nível de endividamento muito elevado? Este sector também não é imune aos erros que foram cometidos. Parte desse endividamento já foi debelado, mas ainda subsiste uma parte. Ainda há muita empresas com dificuldades de tesouraria, pouco capitalizadas. Tal como os moldes, esta também é uma indústria de capital intensivo? Sim, por isso o nível de endividamento nunca é muito baixo. O bancário, para a compra de equipamentos, é sempre importante. Tudo tem de estar sempre a ser atualizado. Quem não atualiza >>> Em breve NOVAS INSTALAÇÕES Z. Ind. Casal da Lebre Plastic Package Evolution DESIGN Design / Design / Diseño VARIEDADE Variety / Variété / Variedad QUALIDADE Quality / Qualité / Calidad geral@espacoplas.com T

88 88 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS >>> perde eficiência, sobe o preço e salta do mercado. Digitalização da indústria: que receios e expectativas lhe gera esta tendência? A indústria 4.0 é o curso da história, uma inevitabilidade. Não temos que lutar contra ela, temos de nos preparar. Existem receios ao nível da informação, onde vai parar e como os clientes podem supervisionar os processos, mas acho que cabe a cada empresa saber filtrar e controlar a sua informação e o seu know how. E em relação aos postos de trabalho. Antevê no seu sector uma O plástico é o material mais ecológico que existe porque pode ser transformado variadíssimas vezes com baixa energia. Gastamos muito pouco carbono para o transformar e reutilizar de outra forma qualquer redução grande a esse nível? Não me parece. Antes pelo contrário. Estamos com dificuldade em ter pessoal preparado para trabalhar nesta nova vaga. E para trabalhar por turnos três no caso desta indústria - é fácil encontrar colaboradores? A nossa região tem um desemprego quase fantasma. Estamos numa área boa da nossa economia. Temos boa indústria, dinâmica, exportadora, com tecnologia. Neste momento, há dificuldade em recrutar em quase todas as áreas, sendo que as da engenharia são as mais difíceis. Não temos engenheiros. l PUBLICIDADE

89 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 89

90 90 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS Escultura retrata luta do dia-a-dia dos trabalhadores na indústria Encomendada pela Câmara Municipal de Leiria a Abílio Febra (na foto) no ano de 2000, a obra está instalada na rotunda da Avenida Adelino Amaro da Costa, em Leiria, desde Na altura, recorda o premiado escultor natural da freguesia de Maceira, Leiria, pediram-me para executar uma escultura que homenageasse a indústria dos plásticos. O artista admite que a criação é polémica e que de óbvia tem muito pouco. Grande parte das pessoas ainda não percebeu que significado tem, diz. O primeiro esboço partiu de uma condição imposta pelo Município. A peça tinha que conter duas máquinas ligadas à indústria dos plásticos, uma extrusora e outra injetora, conta Abílio Febra. Começou por ir a um armazém ver as máquinas. Seguiu-se uma pesquisa pormenorizada, com muitos desenhos e estudos. Decidi salientar a força do Homem e da inteligência, explica o escultor. As duas peças que constituem a escultura são dois figurantes que neste caso representam trabalhadores da própria indústria. E ali não se nota, mas na minha ideia era ter o homem e a mulher. Porque a mulher faz parte integrante de todo o processo industrial. E a ideia da luta está ali, embora seja uma luta pacífica. A escultura retrata a luta do dia-a-dia dos trabalhadores, acrescenta. As parecenças das figuras com robôs não são um acaso. O homem também acaba por ser mecanizado com a própria máquina, não é? Mas é ele que a domina, aponta o artista. O resultado final deixou-o satisfeito. Embora à partida eu achasse que ia ser muito difícil gerar uma escultura que me agradasse com máquinas acho que acabei por conseguir uma situação que no final me agradou, conclui. Sobre as opiniões menos positivas acerca do conjunto escultórico, o autor admite que quando cria não está a pensar nas conclusões que as pessoas vão tirar. Às vezes o artista é um bocado egoísta e procura exteriorizar as suas formas de pensar e não procura o consenso do público, diz. l

91 MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS REGIÃO DE LEIRIA 91

92 92 REGIÃO DE LEIRIA MOLDES 2017 // OS PRÓXIMOS 20 ANOS. Tebis Consultoria + Competência de aconselhamento + Soluções estabelecidas + Acompanhamento da implementação = Eficiência de processos Tebis: The Process. Tebis Portugal Unipessoal, Lda. Estrada de Leiria, Nac. 242, nº 233. Edifício Cristal Park - Loja D Marinha Grande - PORTUGAL Tel.: Fax: info@tebis.pt

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