Ofício nº 0275/2016-SRD-SGT-SRM-SCG/ANEEL. Brasília, 7 de julho de Ao Senhor Gustavo Matsuyama Denki-Kraft Partners São Paulo - SP
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1 Ofício nº 0275/2016-SRD-SGT-SRM-SCG/ANEEL Brasília, 7 de julho de Ao Senhor Gustavo Matsuyama Denki-Kraft Partners São Paulo - SP Assunto: Geração distribuída e autoprodução de energia. Prezado Senhor, 1. Fazemos referência à Carta s/n 1, recebida em 19/05/2016, a qual apresenta questionamentos sobre a Resolução Normativa - REN nº 687/2015 e sobre as condições e benefícios para o enquadramento de consumidor como autoprodutor. 2. Foram apresentadas quatro perguntas divididas em três questões, as quais serão respondidas na mesma ordem em que constam da referida Carta. 3. A questão 1 trata da locação de centrais geradoras (CGH e PCH) para outro agente explorar o potencial hidrelétrico. A primeira pergunta desta questão se refere à possibilidade de locação de uma usina até 3 MW para um consórcio e enquadramento na REN nº 687/2015, que alterou a Resolução Normativa - REN nº 482/ Conforme estabelecido no art. 2º, inciso VI da REN nº 482/2012, a geração compartilhada é caracterizada pela reunião de consumidores, dentro da mesma área de concessão ou permissão, por meio de consórcio ou cooperativa, composta por pessoa física ou jurídica que possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras nas quais a energia excedente será compensada. 5. Por seu turno, segundo o art. 6-A da REN nº 482/2012, a distribuidora não pode incluir os consumidores no sistema de compensação de energia elétrica nos casos em que seja detectado, no documento que comprova a posse ou propriedade do imóvel onde se encontra instalada a microgeração ou minigeração distribuída, que o consumidor tenha alugado ou arrendado terrenos, lotes e propriedades em condições nas quais o valor do aluguel ou do arrendamento se dê em reais por unidade de energia elétrica. 1 Documento SIC nº / /
2 Fl. 2 do Ofício nº 0275/2016-SRD-SGT-SRM-SCG/ANEEL, de 07/07/ Dessa forma, um consórcio pode arrendar uma central geradora e compensar a energia nas unidades consumidores integrantes do consórcio, desde que estejam dentro da mesma área de concessão da distribuidora e que a potência da usina não ultrapasse 3 MW para a fonte hídrica ou 5 MW para as demais fontes renováveis e cogeração qualificada. 7. A segunda pergunta da questão 1 trata da locação de uma PCH para o consumidor usufruir da autoprodução. Primeiramente cabe destacar que o empreendimento hidráulico igual ou inferior a kw a denominada CGH está dispensado de concessão autorização ou permissão, devendo apenas ser comunicado ao poder concedente, nos termos do art. 8º da Lei 9.075/1995. Dessa forma, não cabe considerar tal empreendimento como autoprodutor ou produtor independente, visto que essa classificação é restrita a autorizados ou a concessionários, nos termos do art. 1º do Decreto nº 2.003/ Sobre o questionamento apresentado, esclarece-se que qualquer interessada poderá registrar empreendimentos de capacidade reduzida, desde que disponha dos equipamentos necessários à geração, independentemente de ser o proprietário dos bens ou apenas alugá-los. Deverá, para tanto, registrar a usina em seu nome no sistema de registro RCG, disponível na internet, no endereço 9. A questão 2 aborda a aplicação do desconto das tarifas de uso dos sistemas de distribuição (TUSD) e transmissão (TUST) para autoprodutores. Sobre o tema, a Lei nº /2015, em seu art. 6º, estabelece o desconto na TUSD e TUST na produção e no consumo da energia destinada à autoprodução, desde que proveniente de empreendimentos que entrem em operação comercial a partir de 1º de janeiro de Assim, os empreendimentos que já se encontram em operação comercial não são alcançados pelo dispositivo da Lei, mesmo que migrem sua operação para autoprodução depois da referida data. 10. A questão 3 indaga se um consumidor cativo da distribuidora, com demanda contratada de 100kW que tenha posse de uma CGH pode considerar sua geração como uma Autoprodução. Inicialmente esclarecemos que não existe previsão normativa que estabeleça as características mínimas para que uma unidade consumidora cativa seja enquadrada como carga de autoprodução. 11. Entretanto, deve-se ressaltar que unidades consumidoras do Grupo B (baixa tensão) não possuem tarifa que permita o faturamento exclusivo pelo uso da rede, o que impede seu ingresso no ambiente de contratação livre. 12. Para os consumidores do Grupo A (alta tensão), respeitados os prazos de denúncia dos contratos (da unidade consumidora e da central geradora), deve-se solicitar a adesão à CCEE, conforme Procedimento de Comercialização Módulo 1 Agentes, Submódulo 1.1.
3 Fl. 3 do Ofício nº 0275/2016-SRD-SGT-SRM-SCG/ANEEL, de 07/07/ Além de toda a documentação relacionada no referido Submódulo, devem ser atendidos os requisitos para cadastro dos ativos de geração e consumo nos Sistema de Coleta de Dados de Energia SCDE e Sistema de Contabilização e Liquidação SCL, dentre os quais destaca-se a instalação/adequação do Sistema de Medição para Faturamento, nos termos dos Procedimentos de Comercialização Submódulos 1.1 e 1.2. Atenciosamente, CARLOS ALBERTO CALIXTO MATTAR Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição DAVI ANTUNES LIMA Superintendente de Gestão Tarifária Superintendente de Regulação Econômica e Estudos de Mercado Substituto HÉLVIO NEVES GUERRA Superintendente de Concessões e Autorizações de Geração MALC
4 São Paulo 17 de Maio de 2016 AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA CNPJ: / Endereço: SGAN 603 módulos I e J - Brasília/DF CEP: A/C da SRD superintendência de regulação da Distribuição Eng. Carlos Alberto Catixto Mattar Prezado Sr. Superintendente Vimos em nome da empresa DK-Partners realizar consutta sobre pontos específicos da legislação que entendemos não serem suficientemente claros, para tanto detalhamos nossa interpretação conforme abaixo: Questão 1 Da autorização da locação de um bem imóvel PCH/CGH para uso com Geração Distribuída e Autoprodução. O decreto de Lei n 9760 de 5 de setembro de 1946 prevê a locação de bens da União, não vetando em nenhum momento esta prática. Da mesma forma a lei n 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 que trata da concessão em nenhum momento veta ou sequer restringe o concessionário da prática de locação daquele que é objeto de concessão. Caracteriza-se como locação contrato pelo qual uma das partes cede à outra o uso e gozo de bem móvel ou imóvel ou se compromete a lhe fornecer serviços, por prazo certo ou indeterminado, mediante o pagamento de certa quantia. Visto isso, entendemos ser válida a prática de locação de usinas do tipo PCH's até 3MW para uso em Geração Distribuída, desde que o locatário seja um agente independente ou o consórcio formado pelos beneficiários diretos. Gostaríamos de deixar daro o interesse em alugar uma PCH em nome de um consórcio estabelecido para uso das regras de compensação definidas na resolução normativa 687 de É possível? Da mesma forma entende-se em realizar a locação de uma PCH para usufruir da autoprodução. É possível?
5 Questão 2 Buscando esclarecer os preceitos que regem o uso de energias de fontes incentivadas destacadas no artigo 26 da lei 9.427, de 26 de Dezembro de 1996, alterado pelo artigo 6o da lei de 8 de Dezembro de 2015, destacados abaixo, subentende-se que a mesma concede o benefício do incentivo do desconto às tarifas dos sistemas elétricos de transmissão e distribuição para geradores classificados como autoorodutores que assim forem autorizados a partir de janeiro de Neste caso, se um gerador produtor independente vier pelos meios cabíveis e indicados a migrar sua operação para autoprodução. ou mesmo se tiver sua operação locada para fins de autoprodução, fará jus ao incentivo definidos nos artigos abaixo? 1o Para o aproveitamento referido no inciso I do caput deste artigo, para os empreendimentos hidrelétricos com potência igual ou inferior a kw (três mil quilowatts) e para aqueles com base em fontes solar, eólica, biomassa e cogeração qualificada, conforme regulamentação da Aneel, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja menor ou igual a kw (trinta mil quilowatts), a Aneel estipulará percentual de redução não inferior a 50% (cinqüenta por cento) a ser aplicado às tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição, incidindo na produção e no consumo da energia: (Redação dada pela Lei n , de 2015) I - comercializada pelos aproveitamentos; e (Incluído pela Lei n , de 2015) II - destinada à autoprodução, desde que proveniente de empreendimentos que entrarem em operação comercial a partir de 1o de janeiro de (Incluído pela Lei n , de 2015) Questão 3 Em relação à habilitação de um autoprodutor, não há indicação na regulação de uma característica mínima de consumidor para que seja um autoprodutor. O decreto N 2.003, DE 10 DE SETEMBRO DE 1996, indica em seu artigo 2o a definição de um APE, conforme transcrevo a seguir: "II Autoprodutor de Energia Elétrica, a pessoa física ou jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebam concessão ou autorização para produzir energia elétrica destinada ao seu uso exclusivo". Desta forma é possível compreender que qualquer consumidor, independente de classe tarifária e demanda, tem direito a se tornar autoprodutor, mesmo que com geração remota ao seus consumo. Assim, gostaríamos de saber se um consumidor no ACR, com demanda contratada de 100kW que tenha posse de uma CGH pode considerar sua geração como uma Autoprodução; Agradecemos desde já pelo tem po para esclarecimento de nossas dúvidas. Obrigado, Gustavo Matsuyama
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