INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Transcrição

1 Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN TÍTULO: EFEITO INIBITÓRIO DE ÓLEOS ESSENCIAIS SOBRE O CRESCIMENTO DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS E ESCHERICHIA COLI CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): AMANDA CACURI GOMES ORIENTADOR(ES): LILIANA PATRICIA VITAL DE MATTOS COLABORADOR(ES): SARAH PIGATO CANOVA

2 EFEITO INIBITÓRIO DE ÓLEOS ESSENCIAIS SOBRE O CRESCIMENTO DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS E ESCHERICHIA COLI 1. RESUMO O presente trabalho tem por finalidade avaliar o efeito inibitório dos óleos essenciais de Zingiber officinale, Pogostemon cablin, Mentha arvensis, Ocimum gratissimum, Hyptis crenata, Piper aduncum, frente Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Para avaliarmos a atividade inibitória dos óleos diante dos dois gêneros a ser testados, foi realizado métodoo de difusão em Agar onde foram avaliados os diâmetros da zona de inibição do crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. As concentrações utilizadas para os diferentes óleos seguem a seguinte ordem (0, 1, 10, 100, 1000, e ppm). As placas foram incubadas a 35+2 C até o crescimento e posterior aparecimento de halos, todos os testes foram realizados em triplicata. Os resultados estão expressos em termos das médias do diâmetro da zona de inibição. PALAVRAS-CHAVE: óleos, essenciais, controle, Zingiber, officinale, Pogostemon, cablin, Mentha, arvensis, Ocimum, gratissimum, Hyptis, crenata, Piper, aduncum, Staphylococcus, aureus, Escherichia, coli. 2. INTRODUÇÃO Os óleos essenciais possuem propriedades antioxidantes e ação antimicrobiana de forma indireta atuando na prevenção de infecções, além de serem utilizados como conservantes alimentícios, capazes de prolongar a vida de prateleira de muitos alimentos, evitando o desperdício dos mesmos. Sua utilização reduz impactos ao meio ambiente, uma vez que são extraídos de plantas e vegetais. Os estímulos provenientes do ambiente em que a planta ou vegetal encontra-se, podem alterar o metabolismo originando diferentes compostos. Os alimentos, além de outros compostos, podem transmitir diversos microorganismos, muitas vezes, estes são patogênicos ao homem, como as bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli. 1

3 Staphylococcus aureus possuem alta capacidade infecciosa uma vez que possuem grande facilidade adaptativa e disseminativa, capaz de produzir enzimas e toxinas de grande patogenicidade. Escherichia coli está naturalmente presente na microbiota gastrointestinal podendo tornar-se patógeno entérico e/ou extraintestinal. 3. OBJETIVO O presente trabalho tem por finalidade avaliar o efeito inibitório dos óleos essenciais de Zingiber officinale, Pogostemon cablin, Mentha arvensis, Ocimum gratissimum, Hyptis crenata, Piper aduncum, frente ao crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. 4. METODOLOGIA Para o experimento foram preparadas placas contendo meio TSA, estes foram inoculados com 200µl da suspensão de 10 8 UFC/ml tanto com o isolado de Staphylococcus aureus quanto Escherichia coli, aguardou-se até que a suspensão do isolado bacteriano fosse totalmente aderida a superfície do meio de cultura onde foram feitas escavação do meio com o auxilio de um cilindro de cobre de 7mm de diâmetro (Figura 1). Figura 1: Placas com meio de cultura, escavadas com cilindro de 7mm de diâmetro após inoculação das bactérias 2

4 Foi feito um orifício (Figura 1) em cada placa com meio de cultura TSA, onde se adicionou uma alíquota de 100 µl dos respectivos dos óleos: Zingiber officinale, Pogostemon cablin, Mentha arvensis, Ocimum gratissimum, Hyptis crenata, Piper aduncum, frente Staphylococcus aureus e Escherichia coli, além de controle realizado com hipoclorito a 1%. As concentrações utilizadas para os diferentes óleos seguem a seguinte ordem (0, 1, 10, 100, 1000, e ppm). As placas foram incubadas a 35+2 C até o crescimento e posterior aparecimento de halos, todos os testes foram realizados em triplicata e os resultados expressos em termos das médias do diâmetro da zona de inibição, classificados de acordo com Alves et al. (2000): < 0,9 cm, inativo; 0,9-1,2 cm, parcialmente ativo; 1,2-1,8 cm, ativo; > 1,8 cm, muito ativo. 5. DESENVOLVIMENTO Os óleos essenciais, presente em plantas aromáticas e extraídos de vegetais, são utilizados em indústrias farmacêuticas por suas propriedades antioxidantes e antimicrobianas, de forma indireta e complementar, na obtenção de antibióticos naturais e também na indústria alimentícia, como flavorizante e conservante, podendo assim, reduzir o uso de aditivos sintéticos. Quando utilizadas como condimentos alimentares, tornam os alimentos mais saborosos e digestivos. Na busca por hábitos saudáveis e segurança alimentar, além de menores impactos ambientais, os óleos essenciais vêm conquistando o mercado e a preferência dos consumidores. São potencialmente úteis no controle fitossanitário, propiciando o desenvolvimento de técnicas para reduzir efeitos negativos de oxidantes, radicais e micro-organismos causadores de prejuízos. Os alimentos, além de outros compostos, podem transmitir diversos microorganismos, muitas vezes, estes são patogênicos ao homem, como as bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Staphylococcus aureus é um coco gram-positivo presente na microbiota humana, mas que também pode causar infecções graves como meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia, pneumonia, entre outros. Sua 3

5 elevada capacidade de adaptação e resistência faz com que alguns antibióticos não sejam eficazes no combate a ela. Escherichia coli é um bacilo gram-negativo presentes no trato gastrointestinal, não patogênica, porém podem produzir enterotoxinas causando diarreias ou lesões vasculares sistêmicas. O uso indiscriminado de antibióticos pode ocasionar a resistência destas. Óleos essenciais têm facilidade em dissolver-se em lipídeos, com odor agradável e marcante, geralmente extraídos das partes vegetais através de arraste à vapor d água ou hidrodestilação. Já os óleos fixos, são misturas de substâncias lipídicas, extraídas de sementes. Geralmente incolores ou em tons levemente amarelados, com sabor ácido e picante, pouco estáveis em presença de ar, luz e calor, além de pouco solúveis em água. Os óleos essenciais relacionam-se com o metabolismo secundário das plantas, inclusive para sua defesa contra micro-organismos. Age inibindo os sistemas enzimáticos bacterianos, semelhantemente aos antibióticos. Gengibre (Zingiber officinale) é utilizado em tratamentos de desenteria, malária, resfriados e reumatismo. Hortelã (Mentha arvensis) é utilizado no combate às contrações musculares bruscas e afecções estomacais e intestinais. Alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum) utiliza-se em afecções estomacais e diarreicas, infecções fúngicas e virais. Pachouli (Pogostemon cablin) é amplamente utilizado nas indústrias cosméticas, principalmente perfumaria. Salva-do-Marajó (Hyptis crenata) é utilizada como estimulantes e em inflamações de olhos, gargantas, artrites e constipações. Pimenta-de-Macaco (Piper aduncum) pode ser utilizada em doenças ginecológicas como as infecções por Neisseria gonorrhoeae, diurético, problemas hepáticos, tratamento de úlceras crônicas, desordens digestivas e intestinais como excitante digestivo e na prevenção da formação de gases além do tratamento e prevenção de erisipela. 4

6 6. RESULTADOS Para que um óleo fosse considerado efetivo foi necessário verificar o aparecimento de halo de inibição nas placas com Staphylococcus aureus no meio de cultura TSA (Figura 2). Este efeito pode ser notado nos tratamentos que apresentavam os óleos de Pogostemon cablin, Ocimum gratissimum, Piper aduncum, na concentração de ppm (Tabela 1, 2 e 3), nas outras concentrações testadas (0, 1,10,100,100, ppm) este efeito não foi observado.outro ponto positivo verificado foi que ação dos óleos Pogostemon cablin, Ocimum gratissimum, Piper aduncum, na concentração de ppm apresentou efeito bactericida ou seja após uma semana não haviam formação de novas colônias nos halos formados diante de S. aureus (Tabela 1, 2 e 3). Em relação aos óleos Gengibre (Zingiber officinale), Hortelã (Mentha arvensis) e Salva-do-Marajó (Hyptis crenata) não foram verificados o aparecimento de halo de inibição. Figura 2: Formação de Halo de inibição 5

7 Tabela 1: Inibição de crescimento de Staphylococcus aureus frente ao Óleo Pogostemon cablin (Pachouli) na concentração de ppm Repetição Horizontal Vertical Efeito 1 1,8 cm 2,0 cm Bactericida 2 1,4 cm 1,5 cm Bactericida 3 2,8 cm 2,0 cm Bactericida Tabela 2: Inibição de crescimento de Staphylococcus aureus frente ao Óleo Ocimum gratissimum (alfavaca-cravo) na concentração de ppm Repetição Horizontal Vertical Efeito 1 1,9 cm 2,2 cm Bactericida 2 2,4 cm 2,3 cm Bactericida 3 2,2 cm 2,6 cm Bactericida Tabela 3: Inibição de crescimento de Staphylococcus aureus frente ao Óleo Piper aduncum (pimenta de macaco) na concentração de ppm Repetição Horizontal Vertical Efeito 1 0,3 cm 0,3 cm Bactericida 2 0,1 cm 0,2 cm Bactericida 3 1,3 cm 1,4 cm Bactericida 6

8 O mesmo efeito inibitório frente a E. coli pode ser notado nos tratamentos que apresentavam os óleos de Pogostemon cablin, Ocimum gratissimum, na concentração de ppm (Tabela 4 e 5)e (Figura 2), nas outras concentrações testadas (0, 1,10,100,100, ppm) este efeito não foi observado.outro ponto positivo verificado foi que ação dos óleos Pogostemon cablin, Ocimum gratissimum, Piper aduncum, na concentração de ppm apresentou efeito bactericida ou seja após uma semana não haviam formação de novas colônias nos halos formados diante de S. aureus (Tabela 4 e 5). Em relação aos óleos Gengibre (Zingiber officinale), Hortelã (Mentha arvensis) e Salva-do-Marajó (Hyptis crenata) Piper aduncum) não foram verificados o aparecimento de halo de inibição. A B Figura 2: (A) Efeito inibitório de Pogostemon cablin (Pachouli) na concentração de ppm frente a E. coli(b) Ocimum gratissimum (alfavaca-cravo) na concentração de ppm.frente E. coli Tabela 4: Inibição de crescimento de Escherichia coli frente ao Óleo Pogostemon cablin (Pachouli) na concentração de ppm Repetição Horizontal Vertical Efeito 1 2,3 cm 1,7 cm Bactericida 2 2,1 cm 2,0 cm Bactericida 3 1,8 cm 1,9 cm Bactericida 7

9 Tabela 5: Inibição de crescimento de Escherichia coli frente ao Óleo Ocimum gratissimum (alfavaca-cravo) na concentração de ppm. Repetição Horizontal Vertical Efeito 1 1,8 cm 2,0 cm Bactericida 2 1,7 cm 1,7 cm Bactericida 3 1,5 cm 1,6 cm Bactericida 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante a Staphylococcus aureus, os óleos essenciais Pogostemon cablin, Ocimum gratissimum e Piper aduncum atuaram de forma inibitória ao crescimento da mesma. Com relação a Escherichia coli, os óleos essenciais que inibiram seu crescimento são Pogostemon cablin e Ocimum gratissimum. 8. FONTES CONSULTADAS BARA, M. T. F; VANETTI, M. C. D. Estudo da atividade antibacteriana de plantas medicinais, aromáticas e corantes naturais. Revista Brasileira de Farmacognosia. p PACKER, J. F.; LUZ, M. M. S. Método para avaliação e pesquisa da atividade antimicrobiana de produtos de origem natural. Revista Brasileira de Farmacognosia, vol.17 no.1 João Pessoa Jan./Mar.2007 ERNANDES, F. M. P. G.; CRUZ, C. H. G. Atividade antimicrobiana de diversos óleos essenciais em microrganismos isolados do meio ambiente. B. Ceppa v.25 n. 2 Curitiba jul./dez SILVA, M. T. N.; USHIMARU, P. I.; BARBOSA, L. N.; CUNHA, M. L. R. S.; FERNANDES JUNIOR, A. Atividade antibacteriana de óleos essências de 8

10 plantas frente a linhagens de Staphylococcus aureus e Escherichia coli isoladas de casos clínicos humanos. Revista Brasileira Plantas Medicinais vol.11 n.3 Botucatu 2009 MORAIS, S. M.; CAVALCANTI, E. S. B.; COSTA, S. M. O.; AGUIAR, L. A. Ação antioxidante de chás e condimentos de grande consumo no Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia. p Jan./Mar FRANCO, A. L. P. Avaliação da Composição Química e Atividade Antibacteriana dos Óleos Essencias de Aloysia gratissima (Gillies & Hook) Tronc. (Alfazema), Ocimum gratissimum L.(Alfavaca-cravo) E Curcuma longa L. (Açafrão). Revista Eletrônica de Farmácia v.iv(2) p SOUSA, P. J. C.; BARROS, C. A. L.; ROCHA, J. C. S.; LIRA, D. S.; MONTEIRO, G. M.; MAIA, J. G. S. Avaliação toxicológica do óleo essencial de Piper aduncum L. Revista Brasileira de Farmacognosia. 18(2): , Abr./Jun MORAIS L. A. S. Influência dos fatores abióticos na composição química dos óleos essenciais. Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom): S4050-S4063, Ago SANTOS, A. L.; SANTOS, D. O.; FREITAS, C. C.; FERREIRA, B. L. A.; AFONSO, I. F.; RODRIGUES, C. R.; CASTRO, H. C. Staphylococcus aureus: visitando uma cepa de importância hospitalar. J Bras Patol Med Lab., v. 43, n. 6 p , dez MACÊDO, N. R.; MENEZES, C. P. L.; LAGE, A. P.; RISTOW, L. E.; REIS, A.; GUEDES, R. M. C. Detecção de cepas patogênicas pela PCR multiplex e avaliação da sensibilidade a antimicrobianos de Escherichia coli isoladas de leitões diarreicos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec, vol.59, no.5, Belo Horizonte, Oct

11 OLIVEIRA, F.; GONÇALVES, G. M. S. Atividade antibacteriana de óleos essenciais de plantas aromáticas. Anais do XV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 26 e 27 de outubro de ALVES, T.M.A.; SILVA, A.F.; BRANDÃO, M.; GRANDI, T.S.M.; SMÂNIA, E.F.; SMÂNIA, JR.A.; ZANI, C.L Biological screening of Brazilian medicinal plants. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, v.95, p CRAVEIRO, A. A.; FERNANDES, A. G.; ANDRADE, C. H. S.; MATOS, F. J. A.; LENCAR, J. W.; MACHADO, M. I. L. Óleos essenciais de plantas do Nordeste. Fortaleza: UFC, p. PEREIRA, A. A. Caracterização química e efeito inibitório de óleos essenciais sobre o crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Ciênc. agrotec., v. 32, n. 3, p , 2008 SANTOS, R. I. Metabolismo básico e origem dos metabólitos secundários. In: SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. Porto Alegre: UFSC, p. 10