COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

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1 CADERNO 1 TEMÁTICO Recursos da COMPENSAÇÃO AMBIENTAL para unidades de conservação da natureza Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos da compensação ambiental Estudos de caso do Litoral Paulista realização convênio

2 CATALOGAÇÃO NA FONTE Polis Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais Centro de Documentação e Informação Cardoso, Patrícia de Menezes. Recursos da compensação ambiental para unidades de conservação da natureza: mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos da compensação ambiental - Estudos de caso do Litoral Paulista. / Patrícia de Menezes Cardoso, Paulo Romeiro. - São Paulo : Instituto Pólis, p. (Caderno Temático, 1) ISBN (Publicação Impressa) ISBN (Publicação Digitalizada) 1. Região Metropolitana da Baixada Santista, SP. 2. Litoral Norte, SP. 3. Desenvolvimento sustentável. 4. Desenvolvimento econômico Aspectos ambientais. 5. Planejamento Regional. 6. Planejamento urbano. 7. Uso e ocupação do solo. 8. Vulnerabilidade socioambiental. 9. Petróleo Pré-sal. 10. Políticas públicas. 11. Desenvolvimento Social. 12. Gestão participativa. 13. Licenciamento ambiental. 14. Monitoramento ambiental. 15. Compensação ambiental. I. Título. II. Instituto Pólis. III. Cardoso, Patrícia de Menezes, coord. IV. Romeiro, Paulo. V. Observatório Litoral Sustentável. CDD CDU O trabalho Recursos da compensação ambiental para unidades de conservação da natureza: mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos da compensação ambiental Estudos de caso do Litoral Paulista de Patrícia de Menezes Cardoso e Paulo Romeiro está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

3 CADERNO 1 TEMÁTICO Recursos da COMPENSAÇÃO AMBIENTAL para unidades de conservação da natureza Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos da compensação ambiental Estudos de caso do Litoral Paulista

4 CADERNO Recursos da COMPENSAÇÃO AMBIENTAL TEMÁTICO 1 para unidades de conservação da natureza Produção do Observatório Litoral Sustentável, uma parceria entre o Instituto Pólis e a Petrobras Coordenação Patrícia de Menezes Cardoso 1 Conteúdo, pesquisa e redação Patrícia de Menezes Cardoso e Paulo Romeiro Colaboradores Hélio Wicher Neto, Pólis/Observatório Litoral Sustentável Lucila Pinsard Vianna, assessora da Gerência Regional do Litoral Norte da Fundação Florestal 2, e Paula Mathias Paulino Bolta, da equipe técnica da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Norte (APAMLN) Nelisa Oliveti e Flávia Gonçalves, do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado/ Baixada Santista (Gaema-MPE-BS) Edilson Esteves, Marília Nobre e Kelen Ferreira, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Estação Ecológica Tupinambás (ICMBio/Esec Tupinambás) Fernando Loschiavo Raeder e Leonardo Teixeira, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Litoral Norte Sumário Executivo Luiz Gonzaga Produção Observatório Litoral Sustentável Coordenação de Comunicação Maria Judith Magalhães Gomes Produção Editorial Bianca Phyl, Luci Ayala e Paola Tesser Revisão Helena Gomes Projeto gráfico e direção de arte Renata Alves de Souza Ilustrações e infográficos Daniel das Neves Fotos Sistema Ambiental Paulista, PESM, Agência Petrobras Diagramação Tipográfico Comunicação 1 Coordenação Temática do Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos do Observatório Litoral Sustentável/Instituto Pólis. 2 Gestora da APAMLN de 2008 a Equipe Observatório Litoral Sustentável Coordenação Nelson Saule Júnior Danielle Klintowitz Maria Judith Magalhães Gomes Guadalupe Abib de Almeida (até junho de 2015) Secretaria Executiva Stacy Torres Neide Pereira Santos Reginaldo Vieira Nazário Técnicos Adriano Borges Costa Ana Cristina Vellardi (de agosto de 2015 até novembro de 2015) Ana Cristina Gentile Ferreira Anna Luiza Salles Souto Ferreira (até outubro de 2015) Amanda Kamanchek Lemos (até novembro de 2014) Andrea Braga Salgueiro (até junho de 2015) Bianca Pyl Cauê Marques (até julho de 2015) Christiane Gasparini Araújo Costa Diogo Soares (até janeiro de 2016) Edson Marques Lobato Eliane Simões (a partir de junho de 2016) Elisabeth Grimberg Fernanda Versolato Gilda Helena Leoncio Nunes (de julho até outubro de 2015) Hamilton Faria (até novembro de 2014) Hélio Wicher Neto Henrique Botelho Frota (a partir de setembro de 2015) Irene Maestro (a partir de abril de 2015) Isabel Ginters (a partir de janeiro de 2015) Isadora Pinheiro (estagiária, a partir de junho de 2016) Jorge Kayano Letícia Palazzi Perez Luci Ayala (a partir de novembro de 2015) Marcela Oliveira Scotti de Moraes (a partir de junho de 2016) Mariana Levy Piza Fontes (até abril de 2016) Mariana Romão Mônica Antonia Viana (a partir de setembro de 2015) Paola Tesser (estagiária até maio de 2016) Patrícia Menezes Cardoso Paulo Henrique de Araújo Neves (a partir de janeiro de 2015) Paulo Romeiro Rafael Paulo Ambrosio (até junho de 2015) Roberto Francine Júnior Vitor Nisida Apoio Instituto Pólis Clodoaldo Santos Dilma Sylvéria dos Santos Nazário Gisele Balestra João Batista dos Santos João Carlos Ignácio Lucas de Figueredo Maria Aparecida Mendes Maria Cristina da Silva Maria da Paixão Pereira Mota Raul Alves da Silva Rosângela Maria da Silva Sandra Barbosa Pessoa Tânia Maria Masselli

5 CADERNO 1 TEMÁTICO Recursos da COMPENSAÇÃO AMBIENTAL para unidades de conservação da natureza Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos da compensação ambiental Estudos de caso do Litoral Paulista

6 Conteúdo 6 Apresentação 10 Sumário executivo 11 Transparência e diálogo para melhor distribuir os recursos da compensação ambiental 15 Construindo um processo inovador e estratégico de participação 20 1 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos da compensação ambiental 22 Passo a passo do licenciamento ambiental 23 O que são as compensações ambientais pagas pelos grandes empreendedores? 26 Como é calculado o valor da compensação ambiental? 29 Quais UCs recebem os recursos da compensação ambiental? 31 Em que atividades os recursos da compensação ambiental podem ser utilizados? 33 Qual o processo decisório da destinação dos recursos da compensação ambiental? 33 Quem decide a destinação dos recursos da compensação ambiental 38 processo decisório da destinação dos recursos da compensação ambiental federal 43 processo decisório da destinação dos recursos da compensação ambiental estadual

7 48 2 Estudos de caso do Litoral Paulista Para onde estão sendo destinadas as compensações ambientais dos empreendimentos de petróleo e gás? 51 Estudo de caso 1 Campo Mexilhão Bacia de Santos Sistema de Produção de Gás Natural e Condensados 59 Estudo de caso 2 Polo do Pré-sal Bacia de Santos Etapa 1 Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural 66 Estudo de caso 3 Polo do Pré-sal Bacia de Santos Etapa 2 Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural 70 3 Considerações finais e recomendações 72 Recomendações gerais 74 Encaminhamentos da Mesa de Diálogo e do Conselhos de UCs do Litoral Norte 76 Anexo Metodologia de cálculo do grau de impacto ambiental

8 6 Apresentação Ilustração sobre a foto Mirante da Tropa, Miguel Nema/ PESM

9 A Mesa de Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos do Litoral Norte 3, instância de articulação regional promovida pelo Observatório Litoral Sustentável, em convênio com a Petrobras, desde 2014 vem construindo processos de participação na região para que a sociedade apreenda melhor os impactos dos grandes empreendimentos no litoral e o processo de licenciamento ambiental, bem como os caminhos percorridos pelos recursos oriundos das contrapartidas desses empreendimentos (até julho de 2015). A compensação ambiental paga às unidades de conservação da natureza (UCs) é uma delas. Por ser direcionado às UCs, o pagamento de compensações ambientais tem relevante papel para a consolidação e fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Os critérios de distribuição desses recursos permitem que parte seja aplicada em outras regiões que não a da implantação dos empreendimentos de significativo impacto ambiental, mas, especialmente, na área de influência e sobretudo nas UCs e zonas de amortecimento diretamente afetadas por esses grandes empreendimentos. No entanto, o arranjo institucional de gestão dos recursos da compensação ambiental é recente, uma vez que foi a partir de 2010 que foram criadas as instâncias colegiadas federais para tratarem do assunto e, a partir daí, definidos critérios públicos para a distribuição dos recursos entre as unidades. Nesse sentido, a participação e controle social da aplicação das compensações ambientais ainda são um desafio. É nesse contexto que as comunidades diretamente afetadas por esses grandes empreendimentos e os conselhos dessas UCs têm papel relevante na definição de prioridades para aplicação dos recursos da compensação ambiental. O objetivo é que essa contrapartida econômica, oriunda da implantação de empreendimentos de significativo impacto em seu território, possa de fato resolver problemas históricos para a consolidação das UCs. Entre esses problemas, destacam-se a regularização fundiária, a sobreposição de UCs a territórios de comunidades tradicionais, a elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo, como o fortalecimento do uso público das unidades, 3 Da Mesa de Diálogo participam representantes de empreendedores (Petrobras, Docas de São Sebastião, Transpetro); de órgãos governamentais federais, como o Ibama (Escritório do Litoral Norte) e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio, via EsecTupinambás); órgãos estaduais (Fundação Florestal via gestores das UCs Estaduais, Ministério Público Estadual, Polícia Militar Ambiental etc.); prefeituras (Ubatuba, Caraguatatuba e Ilhabela); entidades de pesquisa (CebiMar-USP, Fundespa, Nepam/Unicamp etc.); organizações não governamentais ambientalistas, como o Instituto de Conservação Costeira (ICC), Instituto Ilhabela Sustentável (IIS), Associação Cunhambebe (ACIA), Instituto Educa Brasil (IEB) etc.; movimentos sociais e fóruns regionais (como o Fórum de Comunidades Tradicionais), associações comunitárias, como a Associação de Pescadores e Maricultores da Praia da Cocanha (MAPEC), e outros representantes da sociedade civil. Até abril de 2016, a Mesa de Diálogo teve a adesão de 33 membros, entre entidades da sociedade civil, órgãos públicos e empreendedores. Ver lista completa de entidades em: mesadialogo 7

10 Apresentação 8CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL e o financiamento de atividades de pesquisa e monitoramento. Este estudo é fruto dos trabalhos da Mesa de Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos do Litoral Norte do Observatório. A Mesa promove ações de comunicação, diálogo, monitoramento e capacitação sobre temas que envolvem os grandes empreendimentos, como o licenciamento e a compensação ambiental, com vistas a fomentar o controle social e prevenir conflitos socioambientais na região afetada. Trata-se de um processo de construção de participação inovador, por meio de instâncias regionais de participação que integram o Observatório. No âmbito das ações do planejamento participativo da Mesa de Diálogo sobre os Grandes Empreedimentos no Litoral Norte, o Instituto Pólis, que coordena o Observatório e suas instâncias de participação, realizou pela primeira vez na região um mapeamento dos recursos existentes oriundos da compensação ambiental e uma análise de como está a tomada de decisão em relação à distribuição desses recursos. A equipe da APAMLN, o Escritório do Ibama Litoral Norte, o ICMBio/Esec Tupinambás e o Gaema/MPE- Baixada Santista colaboraram no processo de diálogo e na elaboração do presente estudo. O mapeamento dos recursos da compensação ambiental é uma das ações do Planejamento Participativo da Mesa de Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos Litoral Norte, realizado entre dezembro de 2014 e março de 2015, correspondendo ao objetivo, à ação e à meta específica da frente de monitoramento da Matriz de Planejamento4 do Plano de Redesenho do Diálogo no Litoral Norte. A primeira versão do estudo, que deu origem a este Caderno Temático, foi apresentada pelo Instituto Pólis na 1ª. Reunião 5 Extraordinária da Mesa de Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos do Litoral Norte, realizada em conjunto com a Reunião Ordinária do Conselho Gestor da Área de Preservação Ambiental Marinha do Litoral Norte (APAMLN) e demais Conselho das UCs do Litoral Norte de São Paulo, no chamado Conselhão, em 23 de julho de 2015, em Caraguatatuba. A reunião da Mesa de Diálogo com o Conselhão foi feita em parceria com os conselhos das UCs da região, participando representantes do Parque Estadual da Serra do Mar (Pesm na região, o de Picinguaba, de Caraguatatuba, de São Sebastião), da Área de Preservação Ambiental (APA) Marinha do Litoral Norte; do Parque Estadual da Ilha Bela (PEIb), da Ilha Anchieta (PEIa) e da Estação Ecológica Federal Tupinambás (ICMBio). Além do Instituto Pólis, o ICMBio/Esec Tupinambás e a secretária adjunta da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SMA) e presidente da Câmara de Compensação Ambiental do Estado de São Paulo (CCA/SP) fizeram apresentações 6 sobre a temática das compensações ambientais no evento, que contou com a participação de mais de 120 pessoas, em sua maioria conselheiros. A articulação dessas duas instâncias de debate e governança, Mesa de Diálogo e Conselhão, resultou em uma pauta de demandas e recomendações da sociedade civil a ser apresentada aos órgãos públicos responsáveis pela definição e distribuição dos recursos de compensação ambiental. De forma sucinta, as sugestões reivindicam mais transparência, agilidade, capacitação, consulta e participação da sociedade civil e 4 Frente Monitoramento: Objetivo 4.3. Monitorar destinação os recursos oriundos das compensações ambientais dos licenciamentos de grandes empreendimentos; Ação Mapeamento do processo de definição da destinação dos recursos oriundos das compensações para o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC); Meta A. Elaborar um mapa sobre o processo decisório relativo aos recursos oriundos das compensações para unidades de conservação tanto federais quanto estaduais. Ver todo o planejamento em: 5 Veja a íntegra da relatoria da reunião de 23 de julho de 2015 em: 6 Apresentações de Marília Nobre do ICMBio/Esec Tupinambás sobre o processo de licenciamento ambiental, de Paulo Romeiro e Patrícia Cardoso do Instituto Pólis/Observatório Litoral Sustentável sobre o mapeamento do processo decisório da distribuição das compensações ambientais ao SNUC e de Cristina Azevedo (secretária adjunta) e Beatriz Granziera (assessoria) da SMA/SP e CCA/SP sobre a gestão das compensações ambientais de competência do estado de São Paulo em:

11 revisão de critérios de escolha das unidades de conservação a serem beneficiadas com recursos das compensações ambientais (ver capítulo 3 Considerações finais). Além das atividades no Litoral Norte, o tema das compensações também esteve na pauta do Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos na Baixada Santista. No dia 7 de outubro de 2015, durante a 3ª. Reunião da Câmara Temática Grandes Empreendimentos, Setor Imobiliário e Transformações Regionais da Baixada Santista, que compõe o Observatório Litoral Sustentável no Litoral Centro, o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente do Ministério Público da Baixada Santista (Gaema-MPE/BA) 7 apresentou sua experiência de atuação em relação às compensações ambientais. Atuação que culminou com a interposição de ação civil pública conjunta do Gaema da Baixada Santista e do Litoral Norte, questionando o critério de distribuição dos recursos das compensações oriundas da Etapa 1 do Pré-sal pelo Ibama e ICMBio, e exigindo que no mínimo 50% dos recursos fossem destinados às UCs situadas nos municípios indicados como área de influência do empreendimento. A partir das ações de diálogo e monitoramento realizadas pelas Câmaras Temáticas do Observatório Litoral Sustentável sobre os grandes empreendimentos do Litoral Paulista e estudo do Instituto Pólis com o apoio de parceiros, consolidamos esta publicação para melhor entendimento das compensações ambientais pela sociedade civil e pelos gestores da região. Acreditamos que a potencialidade da aplicação desses recursos no território do Litoral Paulista pode efetivar a conservação da natureza e o uso sustentável dos recursos naturais, bem como promover ações de prevenção aos impactos negativos da implantação dos grandes empreendimentos relacionados aos moradores e usuários das unidades de conservação. O presente Caderno Temático Recursos da compensação ambiental às unidades de conservação da natureza: Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações oriundas do processo de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental Estudos de caso do Litoral Paulista é fruto do mesmo processo participativo e colaborativo que também visa fortalecer. Esta publicação visa, portanto, fomentar o monitoramento social das contrapartidas dos grandes empreendimentos para que as compensações ambientais possam ser efetivamente aplicadas no território de influência e diretamente afetado pelos empreendimentos de significativo impacto ambiental implantados na região. O Caderno Temático está organizado em quatro partes, iniciando por um sumário executivo. Na sequência, há o estudo e mapeamento das compensações ambientais que procuram responder às principais questões a respeito do tema à luz do marco legal vigente (O que são? Como é calculada? Em que UCs são aplicadas? Para que tipo de atividades? Quem decide sobre a distribuição? Quais as formas de participação?). Em seguida, para entendimento de como a distribuição de recursos e a tomada de decisões vêm sendo feitas na prática, são apresentados estudos de casos das compensações ambientais oriundas de empreendimentos de petróleo e gás da Petrobras (Plataforma Mexilhão, etapa 1 e 2 do Pré-sal), que demonstram a dimensão dos recursos envolvidos, suas potencialidades e os desafios a serem enfrentados para a sua adequada aplicação. Por fim, são apresentadas as considerações finais e recomendações sobre o tema, registrando os encaminhamentos da reunião da Mesa de Diálogo Litoral Norte e Conselhão de UCs Ver apresentação de Nelisa Olivetti de França Neri de Almeida, promotora de Justiça do GaemaAEMA/MPE-Baixada Santista em: 8 Reunião da Câmara Temática Grandes Empreendimentos, Setor Imobiliário e Transformações Regionais da Baixada Santista do Observatório Litoral com os Conselhos de UCs da Baixada Santista sobre o mapeamento e monitoramento das compensações.

12 Sumário Executivo lustração sobre a foto APA Marinha Litoral Norte / Sistema Ambiental Paulista 2

13 Transparência e diálogo para melhor distribuir os recursos da compensação ambiental As unidades de conservação localizadas no Litoral de São Paulo passarão a receber nos próximos anos um volume significativo de recursos oriundos do pagamento de compensação ambiental, uma contrapartida obrigatória dos grandes empreendimentos que estão sendo realizados na região. Considerando apenas projetos em curso de petróleo e gás da Petrobras, relacionados ao Campo de Mexilhão, Etapa 1 e 2 do Polo do Pré-sal na Bacia de Santos, já foram definidos R$ 144 milhões de compensação ambiental, recursos que devem ser compartilhados entre unidades de conservação que estão dentro da área de influência dos empreendimentos e outras espalhadas pelo País. Desse total, até o momento apenas R$ 16,75 milhões serão destinados a unidades de conservação do estado de São Paulo, menos de 12% do montante de recursos. Tema regrado por legislação intrincada, tanto em nível federal quanto estadual, a compensação ambiental é ainda uma caixinha hermética que aos poucos vem sendo aberta para melhor compreensão da sociedade e acesso mais rápido e criterioso aos recursos por parte das unidades de conservação. Por enquanto, o acesso a esses recursos tem se dado de forma lenta, sem a participação dos conselhos das unidades de conservação e da sociedade civil no processo de indicação e definição das unidades beneficiadas. 11 Impacto dos empreendimentos Os empreendimentos marítimos relacionados ao desenvolvimento da produção de petróleo e gás no Pré-sal e no Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, têm 163 unidades de conservação 9 marítimas, costeiras e terrestres em sua área de influência, entre os municípios costeiros do Litoral Norte paulista e Sul fluminense. Entre as principais atividades que podem causar impactos ambientais nessas unidades de conservação estão a construção e instalação de plataformas marítimas fixas e flutuantes (naviosplataforma), equipamentos submarinos, dutos, oleodutos, tráfego de embarcações de 9 51 UCs na área de influência da Plataforma de Mexilhão, 159 da Etapa 1 do Pré-Sal e 163 da Etapa 2 do Pré-Sal, unidades que podem se repetir entre os diferentes empreendimentos.

14 Súmário Executivo 12 apoio, carregamento e descarte de efluentes. Os eventuais vazamentos de óleos e produtos químicos interferem nas áreas estuarinas e nos manguezais e nas atividades pesqueiras, que também são impactadas pela criação de áreas de restrição de uso e por conflitos sobre o uso do espaço marítimo. A pressão sobre a infraestrutura urbana e portuária, sobre o tráfego rodoviário e marítimo também são exemplos dos impactos derivados da implantação dos empreendimentos de petróleo e gás na região. Além das águas oceânicas da Bacia de Santos, a área de influência desses projetos alcança águas continentais rios e lagoas que desembocam no mar. Entre os principais ecossistemas costeiros que podem ser impactados pelos empreendimentos na região há praias, costões rochosos, estuários, lagoas costeiras, manguezais e restingas, o que inclui sua fauna e a flora. Podem ainda impactar unidades de conservação no continente, como parques federais, estaduais, áreas de proteção ambiental (APAs), estações ecológicas e biológicas etc. Incluem-se também alterações potenciais sobre inúmeras comunidades e de colônias de pescadores voltados para a pesca artesanal, o turismo e a infraestrutura socioeconômica dos municípios. Para reduzir, mitigar e compensar esses impactos, todo empreendimento deve obter a licença ambiental junto aos órgãos ambientais federais e estaduais. A base para obter essa licença é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), elaborados pelo empreendedor, no caso estudado, de empreendimentos de petróleo e gás, a Petrobras. O EIA deve conter o Plano de Compensação Ambiental, com a indicação das unidades de conservação afetadas, que deverão receber recursos da compensação 10. No EIA da Etapa 1 do Pré-sal, por exemplo, os critérios utilizados para a definição da área de influência das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás seguiram as diretrizes estabelecidas no Termo de Referência CGEPG/Dilic/Ibama nº 025/09, além de outros critérios estabelecidos ao longo do processo (veja tabela). Critérios para definição de impacto ambiental e área de influência da atividade* Polo Pré-sal da Bacia de Santos Etapa 1 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL I II III IV V VI VII Impactos decorrentes da instalação de estruturas, considerando a área de segurança no entorno das unidades e dos equipamentos submarinos; Impactos decorrentes do descarte de efluentes; Municípios que possuem estruturas de apoio (marítimo e aéreo); Rotas das embarcações utilizadas durante a atividade até as bases de apoio marítimo; Municípios cuja atividade de pesca artesanal possa sofrer interferência do empreendimento; Municípios confrontantes à área de produção (um dos critérios para distribuição de royalties estabelecida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP); Regiões onde haverá investimentos em infraestrutura. *Fonte: EIA/Rima para a Atividade de Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos - Etapa 1, Petrobras - REV. 01, NOV/2011, pg. 2 e 3. Ver íntegra em: ** Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 10 Nos EIAs estudados o Plano de Compensação Ambiental corresponde, na maioria das vezes, a um item do estudo e não a um plano detalhado em separado.

15 Órgãos e instâncias decisórias A legislação federal estabelece que o empreendedor indique, já no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), as unidades de conservação elegíveis para receber a compensação e que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) calcule o valor total de compensação. Cabe à Câmara Federal de Compensação Ambiental (CFCA) estabelecer as diretrizes de distribuição dos recursos e ao Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) definir a destinação final e o compartilhamento desses recursos às unidades. O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) é o responsável por executar os recursos. No caso de compensação estadual, em São Paulo, cabe à Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) calcular o valor; à Câmara de Compensação Ambiental Estadual (CCA/ SP) definir as unidades e o compartilhamento desses recursos, e à Fundação Florestal, executá-los.sempre que um empreendimento licenciado pelo Ibama afetar UCs do estado de São Paulo, o CCAF consulta a CCA/SP sobre a distribuição dos recursos para as unidades indicadas, e vice-versa. Da mesma forma, há interação com os municípios no caso de UCs municipais indicadas pelos órgãos licenciadores como afetadas. Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 11, que tem força de lei para todos os entes da federação, define que o Ibama deve justificar a escolha das unidades de conservação a serem beneficiadas, ouvidos os representantes dos demais entes federados, os sistemas de unidades de conservação, os Conselhos de Mosaico das Unidades de Conservação e os Conselhos das Unidades de Conservação afetadas pelo empreendimento, se existentes. Por força dessa resolução, 11 O Conama é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-Sisnama, instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Cabe ao Conama estabelecer mediante proposta do Ibama, dos demais órgãos integrantes do Sisnama e de Conselheiros do Conama, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e municípios e supervisionado pelo referido Instituto. qualquer interessado tem o direito de apresentar por escrito, durante o procedimento de licenciamento ambiental, sugestões justificadas de unidades de conservação a serem beneficiadas ou criadas pelos recursos da compensação ambiental. Unidades de Conservação beneficiadas O valor da compensação ambiental é pago pelo empreendedor e destinado a apoiar a implantação e manutenção de unidades de conservação, aquelas diretamente afetadas, as que estão na zona de amortecimento, em outras regiões, a depender do volume de recursos da compensação, bem como para novas unidades a serem criadas. Vale destacar que se o processo de compensação federal envolver volume excepcional de recursos, o Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) pode alocar parte desses recursos para UCs do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) em outro bioma e em outra região do País. A UC beneficiada pode fazer parte do grupo de proteção integral (aquelas em que a atividade humana e o uso de seus recursos naturais são restritos ou mesmo vedados) ou de uso sustentável (em que pode haver atividade humana, desde que sustentável). Apenas as unidades de conservação inscritas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) podem receber esses recursos, ressalvada a destinação para criação de novas unidades de conservação. No estado de São Paulo, a legislação sobre o tema não difere da federal, cabendo em ambos os casos aos órgãos licenciadores, o Ibama na esfera federal, a Cetesb na estadual, a indicação das unidades de conservação afetadas a serem beneficiadas. Nos estudos de caso apresentados no capítulo dois deste estudo (até julho de 2015), apenas cerca de R$ 17 milhões dos R$ 144 milhões de compensação ambiental dos empreendimentos marítimos da Petrobras (Campo de Mexilhão e Etapas 1 e 2 do Pré-sal na Bacia de Santos) foram indicados para distribuição às UCs afetadas no estado, ainda sem a decisão final sobre sua destinação. 13

16 Recursos de compensação ambiental* dos empreendimentos de petróleo e gás UCs beneficiadas no estado de São Paulo Total: R$ 16,95 milhões Súmário Executivo 14 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Campo de Mexilhão (Total - R$ 7,2 milhões)** Unidade de Conservação 1 Recursos (R$ 7,2 milhões) Atividade PNM do Juqueriquerê R$ 200 mil Elaboração do plano de manejo e aquisição de bens e serviços necessários à adequação na edificação da referida UC APA Marinha do Litoral Norte R$ 4 milhões Ações de proteção e implantação do plano de manejo PE Ilhabela R$ 1 milhão Implantação do plano de manejo PE da Ilha Anchieta R$ 1 milhão Ações de proteção e implantação do plano de manejo PE Serra do Mar R$ 1 milhão Regularização fundiária Etapa 1 do Polo Pré-sal (Total - R$ 6 milhões)*** APA Marinha Obrigatoriamente Litoral Centro APA Marinha R$ 6 milhões Obrigatoriamente Litoral Norte A serem compartilhados PE da Serra do Mar PE da Ilha Anchieta A critério do órgão gestor PE da Ilhabela Etapa 2 do Polo Pré-sal (R$ 3,75 milhões) **** APA Marinha Litoral Centro Obrigatoriamente PEs da Serra do Mar, Xixová- Japuí, Ilha Anchieta, Ilhabela, Marinho da Laje de Santos, Itinguçú, Prelado, Ilha do Cardoso e Lagamar de Cananeia Esec Chauás R$ 3,75 milhões A serem compartilhados A critério do órgão gestor RVS Abrigo e Guararitama EE Jureia-Itatins * Os valores são os definidos no momento da emissão da Licença de Instalação ou da decisão do órgão responsável pela decisão sobre sua destinação, dependendo do caso. Esses valores deverão ser reajustados pela taxa SELIC no momento de sua execução. ** Proposta Município de Caraguatatuba e CCA/SP *** Refere-se apenas aos recursos da CA oriundos de empreendimentos já autorizados **** Refere-se apenas aos recursos da CA oriundos do empreendimento FPSO Cidade de Ilhabela e o gasoduto de Sapinhoá* Observações: Área de Proteção Ambiental (APA); Parque Nacional (Parna); Parque Estadual (PE); Parque Natural Municipal (PNM), Estação Ecológica (Esec); Monumento Natural (MN); Reserva Biológica (RB); Refúgio de Vida Silvestre (RVS) e Estação Ecológica (EE) Isso considerando os trâmites entre as instâncias estaduais e federais que decidem a distribuição dos recursos, muitas vezes morosos, os questionamentos sobre a distribuição de recursos feita pelos órgãos licenciadores (caso da Etapa 1 do Pré-sal, em que uma ação civil pública foi interposta pelo Ministério Público face ao Ibama) e controvérsia a respeito da aplicação da taxa Selic para a correção dos valores pagos pelos empreendedores a título de compensação.

17 Construindo um processo inovador e estratégico de participação A participação mais efetiva dos conselhos das unidades de conservação e da sociedade civil nos processos de destinação dos recursos da compensação ambiental está entre as principais demandas das entidades ouvidas pela Mesa de Diálogo e pelo Conselho das Unidades de Conservação (Conselhão) do Litoral Norte. As câmaras e os comitês de compensação ambiental restringem suas consultas às instituições gestoras de unidades de conservação, ou seja, a Fundação Florestal, no estado de São Paulo, e o ICMBio, em âmbito federal. É justamente nos conselhos das unidades de conservação que a sociedade civil e comunidades diretamente afetadas poderiam opinar sobre o processo de compensação ambiental. 15 Se os conselhos das UCs afetadas não estão sendo consultados, a população que vive no território de implantação dos empreendimentos não tem canal para influenciar os destinos da compensação ambiental, afirma Patrícia Cardoso, da equipe do Instituto Pólis e coordenadora das mesas de Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos do Litoral Norte e da Baixada Santista, instância de participação regional do Observatório Litoral Sustentável. Sem a participação social, sem a consulta aos conselhos das UCs, o território de influência do empreendimento de significativo impacto ambiental não está sendo priorizado. O dinheiro da compensação acaba não sendo aplicado em benefício da população do território, acrescenta Patrícia. Para Lucila Vianna, assessora da gerência do Litoral Norte da Fundação Florestal, Gerência do Litoral Norte da Fundação Florestal, os conselhos das unidades de conservação têm participação paritária entre sociedade civil e poder público, possibilitando o diálogo e a participação de todos os interessados e envolvidos de cada UC. No entanto, apenas conselhos ativos de unidades de conservação, exceções no cenário geral do País, conseguem esse diálogo. Entre essas exceções, estão os conselhos das unidades de conservação do Litoral Norte paulista, que funcionam e contam com fóruns de debate como a Mesa de Diálogo, o Conselhão e o Conselho do Mosaico da Bocaina. O papel desses fóruns é municiar os conselhos das UCs da região com informações e discussões, para que possam cobrar as instâncias governamentais gestoras dos recursos de compensação ambiental, explica Patrícia.

18 Súmário Executivo 16 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Até pouco tempo atrás, apenas um número reduzido de conselheiros desses fóruns sabiam sobre a disponibilidade de recursos oriundos de compensação ambiental na região. Hoje os conselheiros passaram a conhecer não apenas o expressivo valor desses recursos, mas que eles têm de participar da tomada de decisão, têm de ser consultados. O papel das mesas de Diálogo é reforçar a participação social, afirma Patrícia. No âmbito da Mesa de Diálogo do Litoral Norte, realizou-se o mapeamento dos recursos de compensação ambiental para a região. Além disso, foram apuradas informações sobre como funciona a tomada de decisão em relação a essa questão e abertos espaços de diálogo para, com isso, empoderar os conselhos das UCs afetadas. Esse processo de construção de participação é inovador e estratégico para o desenvolvimento sustentável do Litoral Norte. É um trabalho que certamente terá repercussão em todo o Brasil, ressalta Patrícia. No caso da APA Marinha Litoral Norte (APAMLN), por exemplo, esse conselho é bastante representativo das atividades e dos interesses relacionados ao mar, contando com a representação de mais de 30 entidades. Todo mundo que está organizado dentro do território afetado pode concorrer a uma vaga no conselho da APAMLN, informa Lucila. Contudo, as comunidades tradicionais são as mais vulneráveis porque estão menos organizadas. Diante disso, o conselho da APAMLN tem feito um trabalho de ir às comunidades tradicionais para levar informações. Geralmente vamos para esclarecer questões específicas, como gerenciamento costeiro, plano de manejo da área etc., conta Lucila. Entretanto, nem sempre isso é viável. No licenciamento da Etapa 2 do Pré-sal, um tema complexo, por exemplo, lembra que não conseguiram ir até às comunidades, apesar de ficarem sete reuniões de GT de Licenciamento do Conselho Gestor e seis do Conselhos discutindo o licenciamento. Os prazos são inviáveis para que possamos entender o EIA-Rima e traduzi-lo para conselhos, grupos de trabalhos, câmeras técnicas, ir às comunidades e construir uma manifestação coletiva sobre o assunto, explica Lucila. Na visão de Marcos Vinicius de Mello, gerente de Meio Ambiente da Petrobras, Unidade de Operações de Exploração e Produção de Petróleo e Gás da Bacia de Santos, uma melhoria no trâmite de todo o processo nos órgãos ligados à gestão ambiental, nas câmaras e comitês de compensação federal e estadual poderia tornar mais efetiva a participação do empreendedor. Uma participação mais ampla da sociedade dentro das câmaras e dos comitês também, certamente, daria mais efetividade às decisões relativas à compensação ambiental, avalia. De acordo com Tami Ballabio, da Associação dos Moradores do Lázaro (bairro de Ubatuba), as câmaras e os comitês de compensação têm representação muito limitada da sociedade civil. Não há divulgação sobre a importância desses espaços e sobre como a sociedade poderia participar deles, diz Tami, que também participa da ONG Cunhambebe da Ilha Anchieta, que tem representação no Conselho da APAMLN. Para ela, o cenário ideal seria aquele em que as comunidades impactadas pudessem discutir o empreendimento antes mesmo de sua instalação. A participação social seria importante para saber qual a natureza do empreendimento, se as comunidades locais o querem, como e quando querem e o que o empreendedor poderia fazer para atender às demandas da comunidade afetada, avalia. Sobre esse aspecto, Leonardo Teixeira, analista ambiental do escritório do Ibama em Caraguatatuba, em palestra realizada na 3ª. Reunião da Mesa de Diálogo do Litoral Norte sobre o tema, ponderou que, em um cenário ideal, tendo como exemplo os empreendimentos em petróleo e gás na região, a sociedade deveria antes discutir sobre o modelo de matriz energética que o País deve adotar. Essa discussão já retiraria boa parte dos questionamentos posteriores e evitaria desgaste para o empreendimento e para o empreendedor, acredita Leonardo. A discussão das condicionantes do licenciamento ambiental, incluindo aí a compensação, é apenas um pequeno elo no processo de participação da sociedade sobre escolhas mais amplas, afirmou no evento. Contudo, por enquanto, não há participação expressiva da sociedade civil sequer nas etapas iniciais do processo de compensação ambiental junto aos órgãos licenciadores.

19 Informação e monitoramento Como não ocorre a participação social nas etapas iniciais de definição sobre os recursos de compensação ambiental, junto a órgãos reguladores, licenciadores e executores, o melhor espaço de participação da sociedade civil, no momento, são os conselhos das UCs, segundo Lucila Vianna. Os recursos estão nas câmaras e nos comitês de compensação (federal ou estaduais). A UC só poderá acessar esses recursos se for definida como beneficiária e mediante apresentação de projetos. Então, uma maneira de promover o acesso a esses recursos e beneficiar as comunidades locais é discutir projetos dentro dos conselhos de UCs, afirma Lucila. Tão importante quanto a participação da sociedade civil nas definições sobre compensação ambiental é o acompanhamento e monitoramento de ações e projetos a serem executados com esses recursos. O licenciador (Ibama) trabalha com temas complexos e a participação popular no pós-licença no Brasil é ainda muito incipiente para permitir um acompanhamento detalhado, avaliou Leonardo Teixeira, do Ibama, em palestra para a 3ª Reunião da Mesa de Diálogo. Mas nós devemos construir essa participação, afirmou. Para isso, segundo Leonardo, a sociedade tem que cobrar uma sistematização das informações e sua simplificação para que todos possam entendê-las. A sociedade não conhece nossas decisões. Nosso desafio é melhorar a participação popular em um processo extremamente complexo. Para Tami Ballabio, é difícil para a sociedade civil acompanhar esse processo desde o início. Os pareceres técnicos são complicados, mas deve haver um controle social mais efetivo sobre as decisões que estão nesses documentos, defende. Fóruns como a Mesa de Diálogo podem contribuir para que as condicionantes sejam mais acessíveis ao público. Mudança à vista? O aumento expressivo de participação dos atores envolvidos nas questões ambientais do Litoral Norte em espaços de discussão representa o início de um possível controle social sobre temas que afetam o território. A reunião sobre compensação ambiental, promovida pela Mesa de Diálogo em conjunto com o Conselho das Unidades de Conservação (Conselhão) do Litoral Norte, em 2015, contou com a participação de mais de 120 pessoas, entre representantes de empreendedores, órgãos públicos federais e estaduais, ONGs e Ministério Público Estadual, entre outros. Órgãos gestores, que antes não participavam, passaram a enviar seus representantes, dada a representatividade significativa do fórum. A própria realização da reunião conjunta da Mesa e do Conselhão já provocou mudanças na tomada de decisão sobre a destinação de recursos da compensação do Campo de Mexilhão proposta pela Câmara de Compensação Ambiental Estadual (CCA/SP), que passou a priorizar UCs afetadas que estavam sendo preteridas nas propostas encaminhadas pela CCA/SP ao Comitê Federal. A percepção geral é a de que há um incipiente processo de mudança para melhor, em termos de transparência e participação. Quem sabe agora a gente consiga ter mais facilidade para usar esses recursos afirma Lucila. O mais importante é que a compensação ambiental deve ser usada na unidade afetada e a forma como se dará essa utilização tem, de preferência, de ser decidida junto com a comunidade. Prioridade para UCs afetadas Destinar os recursos oriundos de compensação ambiental prioritariamente para as unidades de conservação e zonas de amortecimento diretamente afetadas por um empreendimento é uma forte demanda das entidades ouvidas para este estudo. Hoje, no âmbito federal, pelo critério de volume excepcional de recursos, parte do montante de compensação ambiental de empreendimentos, como os do Litoral Norte de São Paulo ou do Sul fluminense, pode ser alocada para reservas em qualquer outro local do País. 17

20 Súmário Executivo 18 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Os conselhos das unidades de conservação afetadas deveriam ser consultados sobre a distribuição desses recursos, mas isso não vem ocorrendo, alerta Patrícia Cardoso. Se é o Litoral Norte paulista (ou o Sul fluminense) que está exposto a um acidente do empreendimento, como um vazamento de petróleo, ou ao impacto socioeconômico da cadeia produtiva do petróleo e gás na região, é para essas regiões que devem ir os recursos da compensação prioritariamente. É preciso razoabilidade para, ao mesmo tempo, apoiar a consolidação das UCs nas demais regiões do País, fortalecendo o SNUC, e garantir uma porcentagem mínima para o território diretamente afetado. Isso para fortalecer as medidas de prevenção, conservação da natureza e uso sustentável dos recursos naturais na região impactada, explica. Essa prioridade depende da efetiva participação e do controle social sobre a destinação desses recursos, defende Patrícia. Como exemplo, cita o fato de que mais de 80% dos recursos relativos à Etapa 1 do Pré-Sal foram direcionados para outras regiões, que não o estado de São Paulo. Para Lucila Vianna, a distribuição dos recursos da compensação para as UCs afetadas deveria ser um critério fundamental a ser adotado. Deveria, mas não é. O que ocorre é que as unidades são consultadas indiretamente, por meio das instituições públicas gestoras de UCs, como a Fundação Florestal, em São Paulo, e o ICMBio, no âmbito federal. Por outro lado, Marcos Vinicius de Mello, da Petrobras, considera que a distribuição de recursos da compensação para além das áreas afetadas pode ajudar o SNUC. Por se tratar de uma lei federal, é importante que unidades de conservação do Norte e Nordeste recebam recursos também. Essa é uma forma de distribuir os recursos financeiros para regularizar de forma homogênea as unidades de conservação do País, defende. Quase ninguém leva em consideração que o maior número de empreendimentos está concentrado no Sudeste do País. O pré-sal, por exemplo, está a cerca de 300 quilômetros da costa e o desenvolvimento de atividades nessa região representa um impacto potencial em uma área pequena. A exceção fica para os pontos de apoio dos empreendimentos, no Rio de Janeiro, que causarão algum impacto direto. Em suas recomendações, a Mesa de Diálogo e o Conselhão apresentam uma solução que atende às duas posições, que é a de propor ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) que um porcentual mínimo dos recursos das compensações ambientais sempre seja destinado para as UCs e os municípios diretamente afetados. Essa solução garantiria o aporte para as áreas afetadas, deixando espaço para a destinação de recursos para outras regiões fora da área de influência do empreendimento. A outra proposta é a de reforçar e garantir a participação e o diálogo entre o Sistema de Informações Gerenciais de Acompanhamento de Projetos (Sigap) e os conselhos de unidades de conservação na definição de critérios para a destinação de recursos de compensação ambiental decididos pela Câmara de Compensação Ambiental Estadual (CCA/SP). Precarização da infraestrutura das UCs Burocracia excessiva e precarização da infraestrutura física e administrativa das unidades de conservação do Brasil estão entre os obstáculos para o acesso mais ágil aos recursos de compensação ambiental e a sua aplicação em projetos eficientes. Essas questões refletem o estado em que se encontram as políticas públicas de conservação ambiental no País. Depois de longo processo para definição de quais unidades de conservação serão beneficiadas e qual o valor para cada uma, os empreendedores assinam os Termos de Compromisso de Compensação Ambiental (TCCA) e depositam os recursos em fundos e contas públicos. Os órgãos executores (no caso do estado de São Paulo, a Fundação Florestal, e no federal, o ICMBio) acessam esses recursos e os repassam às unidades de conservação.

21 Um dos maiores problemas para usar esses recursos é sua execução, que esbarra em dificuldades administrativas e burocráticas nos órgãos executores, afirma Lucila Vianna, da Fundação Florestal. Segundo Lucila, há casos em que o recurso demora anos para ser liberado. Por exemplo, nenhum recurso dos empreendimentos da Petrobras na Bacia de Santos foi acessado ainda, seja pelo moroso trâmite nas Câmaras Federais e Estaduais que definem as UCs beneficiárias, seja por questionamento judiciais quanto às destinações definidas ou questionamentos administrativos sobre a correção monetária sobre os recursos. Os estudos de caso mostram que, até o momento, do empreendimento de Mexilhão (instalação em 2008) os órgãos ambientais definiram apenas a destinação da menor parte da compensação para o Parque Natural Municipal/PNM do Juqueriquerê em Caraguatatuba. Em muitos casos, os recursos, quando liberados, não são aplicados por falta de infraestrutura das unidades de conservação beneficiadas ou mesmo por inadequação de projetos. Unidades de conservação sem quadro de pessoal e instalações adequadas, sem equipamentos de logística e transporte, sem computadores, impressoras e sem Internet não poderão se dedicar a projetos que eventualmente cheguem a ser aprovados. Muitos veem os montantes significativos de recursos de compensação, mas não observam que, em vários casos, a unidade não tem condições de fazer planos de trabalho para acessá-los e a instituição gestora tem dificuldades em executá-los em função principalmente de falta de recursos humanos e da burocracia lenta e complexa, explica Lucila. Para a APA Marinha Litoral Norte, ainda não chegou nenhum recurso de compensação ambiental. Nem o relacionado às etapas 1 e 2 do Pré-sal nem ao Campo de Mexilhão. Imagino que já tenha sido feita a distribuição, mas, pelo que sei, o valor ainda não está disponível, diz. No caso do Campo de Mexilhão, já foi definida, mas ainda não liberada, a destinação de R$ 4 milhões para a APAMLN, oriundos do processo de compensação ambiental. Qualquer decisão de distribuição desses recursos deve passar por uma discussão com o conselho da UC e com a comunidade do território, detalha Lucila. A precarização da infraestrutura da maioria das unidades de conservação e até de instituições gestoras de UCs do Brasil é uma questão central que vem antes da distribuição dos recursos da compensação ambiental. Há denúncias de que as instituições responsáveis pela administração das unidades de conservação no País estão sendo desmontadas e os governos federal e estadual estão desatentos a esse desmonte. Se não há quadro administrativo e infraestrutura física suficiente até nas instituições gestoras de UCs, que já não dão conta de executar os recursos existentes e cumprir as tarefas do dia a dia, como poderiam executar novos recursos que envolvam dez ou 15 novos projetos? Uma alternativa debatida na Mesa de Diálogo e Conselhão seria permitir que os recursos de compensação pudessem ser alocados também para reforçar a infraestrutura física e administrativa das unidades de conservação do País. Seria maravilhoso se isso pudesse ocorrer. Temos que fortalecer as instituições gestoras das unidades de conservação e as próprias UCs, diz Lucila. Outra recomendação seria o apoio técnico e a capacitação para a execução mais célere dos recursos financeiros distribuídos pelas Câmaras e pelos Comitês de Compensação Ambiental. Especialmente no que tange à execução de recursos da compensação ambiental destinados ao Fundo da Biodiversidade do Estado de São Paulo (além de recursos de convênios e do tesouro), que devem ser executados diretamente pelas UCs estaduais. E também tornar mais transparentes os critérios e a priorização de temas definidos pela Diretoria da Fundação Florestal e Câmara de Compensação Estadual (CCA/SP) tanto para destinação dos recursos advindos do licenciamento federal quanto para aprovação de Planos de Trabalho. 19

22 1 Ilustração sobre a foto Paria e Rio da Fazenda /PESM

23 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos da compensação ambiental 21 Os processos de licenciamento ambiental federais, estaduais ou municipais, com fundamento em Estudo Prévio de Impacto Ambiental/ Relatório Prévio de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/Rima), geram a obrigação de pagar a compensação ambiental quando o empreendimento for considerado como de significativo impacto ambiental.

24 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais Passo a passo do licenciamento ambiental Apresentamos a seguir um resumo esquemático dos principais passos do licenciamento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 12 (Ibama) para melhor introdução do tema da compensação ambiental. Primeira fase: Licença Prévia Empreendedor inscreve-se no CTF e inicia processo de licenciamento ambiental Empreendedor envia EIA ao Ibama Ibama verifica competência para o licenciamento Ibama analisa EIA Ibama providencia abertura de processo Empreendedor e Ibama realizam audiência pública sobre EIA Ibama elabora termo de referência (TR) para orientar a elaboração do Estudo Ambiental pelo Empreendedor Ibama emite parecer técnico Ibama defere ou indefere a Licença Prévia Empreendedor elabora EIA em conformidade com TR ESTA LICENÇA NÃO AUTORIZA A REALIZAÇÃO DE OBRA DE IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 22 Segunda fase: Licença de Instalação Empreendedor elabora PBA e demais estudos e documentos Empreendedor envia PBA ao Ibama Ibama analisa o PBA Ibama emite parecer técnico Ibama defere ou indefere a Licença de Instalação CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Terceira fase: Licença de Operação Empreendedor elabora os relatórios sobre a implantação dos programas ambientais determinados na Licença de Instalação Empreendedor envia os relatórios ao Ibama Ibama analisa e verifica os resultados ESTA LICENÇA AUTORIZA O INíCIO DAS OBRAS DE IMPLANTAÇAO DO EMPREENDIMENTO, OBSERVANDO AS CONDICIONANTES DESCRITAS NA LICENÇA Ibama emite parecer técnico Ibama defere ou indefere a Licença de Operação ESTA LICENÇA AUTORIZA DA OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO, OBSERVANDO AS CONDICIONANTES DESCRITAS NA LICENÇA 12 Os empreendimentos de pesquisa, exploração e produção de petróleo marítimo são regulamentados de forma diferenciada, por meio da Portaria nº. 422/2011. Sendo que nos licenciamentos das atividades de pesquisa (sísmica) e exploração são emitida licenças ambientais únicas, e apenas para as atividades de produção e escoamento as licenças prévias, de implantação e operação conforme esquema apresentado acima. Ver:

25 O que são as compensações ambientais pagas pelos grandes empreendedores? A compensação ambiental é um pagamento em dinheiro decorrente de processo de licenciamento ambiental de empreendimento de significativo impacto ambiental, que é aquele que gera dano ambiental inevitável e irreversível. Corresponde a uma obrigação econômica paga pelos grandes empreendedores ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) como reparação pelo uso do meio ambiente. Visa a incorporação dos custos sociais e ambientais da degradação gerada por grandes empreendimentos em seus custos globais. A compensação ambiental é destinada a apoiar a implantação e manutenção de UCs afetadas pelo empreendimento ou do grupo de proteção integral, por força do artigo 36 da Lei Federal 9985/00, que institui o SNUC. O montante de recursos relacionados à compensação ambiental destinado pelo empreendedor não pode ser inferior 0,5% dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. A compensação ambiental é, portanto, um instrumento de política pública que exige dos agentes econômicos a incorporação dos custos sociais e ambientais da degradação gerada por grandes empreendimentos em seus custos globais. Sua finalidade é diminuir de alguma forma o prejuízo suportado pela coletividade em virtude dos impactos ambientais não mitigáveis. Dessa forma, a compensação não tem natureza de tributo ou preço público, tampouco quer direcionar ou desestimular nenhum comportamento do empreendedor. Para Paulo Affonso Leme Machado 13 e Erika Bechara 14 a compensação ambiental é uma reparação de dano antecipada. Para Maurício Mota 15 é derivada da exigência do cumprimento da função socioambiental da propriedade dos empreendimentos, nos termos do artigos 170, VI e 225, 3º, da Constituição Federal. Conforma-se a interesses extraproprietários, sobretudo o interesse difuso de todos à higidez do meio ambiente. Assim, o uso da propriedade só é permitido naquilo que não implique um significativo impacto ambiental. Ocorrido esse, existe o dever de ressarcimento dos demais co-obrigados, ainda mais quando tais empreendimentos exigem o uso privativo de parte de bens públicos, como o caso da exploração de petróleo e gás ou a implantação de empreendimentos portuários no mar (bem público federal de uso comum do povo e que comporta usos múltiplos). A compensação ambiental tem natureza jurídica de obrigação econômica de reparação pelo uso do meio ambiente, entendido esse como um direito intangível de todos à determinada qualidade de vida e à preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Tratase, como bem salientou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de uma obrigação de compartilhamento de direito MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p BECHARA, Érika. Uma contribuição ao aprimoramento do instituto da compensação ambiental na lei 9.985/2000. Tese de Doutorado. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica, 2007, p MOTA, MAURICIO. A Função socioambiental da propriedade: a compensação ambiental como decorrência do princípio do usuário pagador. Revista de Direito da Cidade vol. 07, nº 02. Disponível em:

26 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais 24 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL difuso comum 16, a ensejar o dever de ressarcimento dos demais, o que ocorre através do mecanismo da compensação ambiental, como a prevista no artigo 36 da Lei nº /00. O STF reconhece assim a compensação ambiental como um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica. Por essa razão é devida no caso de dano ambiental inevitável e irreversível constatado no licenciamento ambiental. A compensação é devida porque o uso intensivo do meio ambiente exige, desde logo, uma reparação mesmo por que não será possível exigir, mais adiante, depois da concretização do impacto negativo, a reversão ao quadro anterior, ou seja, a reparação in natura, como explica Maurício Mota. Analisaremos neste estudo aspectos da legislação federal relacionada à compensação ambiental, abordando aspectos de destinação, utilização e cálculo dos recursos relativos à compensação ambiental. Normas de referência: Lei Federal nº. 9985/00 institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC); Decreto Federal nº. 4340/02 regulamenta a compensação ambiental; Resolução Conama nº. 371/06 estabelece diretrizes aos órgãos ambientais para o cálculo, a cobrança, aplicação, aprovação e o controle de 16 Como expresso no voto do ministro Carlos Ayres Britto na ADI DF: Entendo que o artigo 36 da lei nº /00 densifica o princípio do usuário-pagador, esse a significar um mecanismo de assunção da responsabilidade social (partilhada, insiste-se) pelos custos ambientais derivados da atividade econômica. Ele prossegue: Nessa ampla moldura, é de se inferir que o fato de, aqui e ali, inexistir efetivo dano ambiental não significa isenção do empreendedor em partilhar os custos das medidas preventivas. Isso por que uma das vertentes do princípio usuário-pagador é a que impõe ao empreendedor o dever de também responder pelas medidas de prevenção de impactos ambientais que possam decorrer, significativamente, da implementação de sua empreitada econômica. (...) a compensação ambiental se revela como instrumento adequado ao fim visado pela Carta Magna: a defesa e a preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, respectivamente. Não há outro meio eficaz para atingir essa finalidade constitucional senão impondo ao empreendedor o dever de arcar, ao menos em parte, com os custos de prevenção, controle e reparação dos impactos negativos ao meio ambiente (...) porque o encargo financeiro imposto (a compensação ambiental) é amplamente compensado pelos benefícios que sempre resultam de um meio ambiente ecologicamente garantido na sua higidez. gastos de recursos advindos de compensação ambiental; Portaria MMA nº. 416/10 cria a Câmara Federal de Compensação Ambiental (CFCA); Portaria MMA nº. 225/11 cria o Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCFA); Instrução normativa nº. 08/11 regulamenta no âmbito do Ibama o procedimento da Compensação Ambiental; Portaria nº 16 Ibama, de 23 de novembro de 2011 institui o Regimento Interno do Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF). A legislação do estado de São Paulo relacionada à compensação ambiental também foi analisada. As principais foram: Decreto Estadual nº , de 29 de novembro de 2011 define que os recursos da compensação ambiental estadual devem compor os recursos do Fundo Especial de Despesa; Decreto Estadual nº , de 15 de janeiro de 2014 regulamenta os procedimentos relativos à compensação ambiental de que trata o artigo 36 da lei federal nº , de 18 de julho de 2000, no âmbito do licenciamento ambiental de competência do estado de São Paulo. Dispõe sobre a Câmara de Compensação Ambiental (CCA); Decreto Estadual nº , de 26 de novembro de 2014 altera os artigos 8, 9 e 10 do decreto estadual nº /14; Resolução SMA nº. 61, de 14 de julho de 2014 fixa procedimento para celebração dos Termos de Compromisso de Compensação Ambiental; Resolução SMA nº. 98, de 17 de dezembro de 2014 aprova o Regimento Interno da Câmara de Compensação Ambiental, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente; Resolução SMA nº. 35, de 21 de maio de 2015 designa os membros e o Secretário Executivo da Câmara de Compensação Ambiental (CCA), no âmbito da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

27 Compensação ambiental não se confunde com compensação florestal A compensação ou reposição florestal é a compensação do volume de matéria-prima florestal extraído de vegetação natural pelo volume de matéria-prima resultante de plantio florestal para geração de estoque ou recuperação de cobertura florestal. Segundo a lei nº /2012, 4º, será efetivada no estado de origem da matéria-prima utilizada, mediante o plantio de espécies preferencialmente nativas, conforme determinações do órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). A compensação ambiental paga ao SNUC é uma condicionante das licenças aos empreendedores As condicionantes podem ser medidas de mitigação, compensatórias ou de monitoramento. O pagamento da compensação ambiental é uma condicionante para a reparação econômica do significativo impacto ambiental do empreendimento às unidades de conservação da natureza, com prioridade para as diretamente afetadas e situadas na área de influência do empreendimento, mesmos bioma e bacia hidrográfica. 25

28 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais Como é calculado o valor da compensação ambiental? O percentual a ser pago é fixado pelo órgão ambiental licenciador de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. O montante de recursos da compensação ambiental pode ser de até 0,5% dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento. 26 Quem define o valor da compensação ambiental? Nos licenciamentos ambientais cabe ao Ibama e nos licenciamentos estaduais, à Cetesb definir o valor da compensação ambiental (CA). É na licença de instalação emitida pelo órgão licenciador que consta o valor que deverá ser pago pelo empreendedor no caso da implantação de empreendimento de significativo impacto ambiental. CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL O valor da compensação a ser pago pelo empreendedor em razão da implantação de empreendimento de significativo impacto ambiental é definido por uma equação. Segundo o que estabelece o artigo 31-A do decreto nº. 4340/02, esse valor é o resultado do produto do grau de impacto (GI) pelo valor de referência (VR), de acordo com a seguinte fórmula: CA = VR x GI, onde: CA = Valor da compensação ambiental; VR = Somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais; GI = Grau de impacto nos ecossistemas, podendo atingir valores de 0 a 0,5%. O grau de impacto (GI) nos ecossistemas será calculado considerando três parâmetros: (i) impacto sobre a biodiversidade, (ii) comprometimento de área prioritária e (iii) influência em unidades de conservação de acordo com metodologia definida pelo decreto nº. 4340/02 (Anexo I Metodologia de Cálculo do Grau de Impacto Ambiental).

29 Na licença prévia emitida pelo órgão licenciador do empreendimento, deve constar o grau de impacto (GI). Para tanto, o EIA/Rima apresentado pelo empreendedor deve conter as informações necessárias para o cálculo do grau de impacto pelo órgão licenciador. Nos licenciamentos federais cabe à Diretoria de Licenciamento (Dilic)/Ibama realizar o cálculo do GI. Já nos licenciamentos feitos pelo estado de São Paulo cabe à Cetesb. Antes da emissão da licença de instalação pelo órgão licenciador, as informações necessárias para realização do cálculo do valor de referência (VR) devem ser apresentadas pelo empreendedor ao órgão licenciador. O valor de referência (VR) 17 corresponde ao valor informado pelo empreendedor, constante do somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento. Não inclui os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais. Trata-se, portanto, do valor estimado do empreendimento, a partir do projeto apresentado para o licenciamento ambiental. Na licença de instalação, deve constar o valor da compensação ambiental (CA), cabendo ao Ibama defini-lo nos licenciamentos ambientais federais e à Cetesb nos licenciamentos estaduais (artigo 2º. do decreto estadual /14 c/c decreto federal nº /09). Da decisão do cálculo da compensação ambiental, cabe recurso no prazo de dez dias. Esse é dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, irá encaminhá-lo à autoridade superior. O recurso deve ser julgado no prazo de até trinta dias, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. Cabe destacar que no estado de São Paulo a Câmara de Compensação Ambiental (CCA/SP) definiu sistemática de complementação do valor da compensação ambiental após o término do empreendimento. Nesse, atualiza-se o valor estimado do empreendimento para o valor efetivo do mesmo. Para ilustrar a dimensão dos recursos das compensações ambientais que podem ser revertidos para a região e suas UCs, apresentamos a seguir o montante dos valores correspondente à implantação de empreendimentos de petróleo e gás da Petrobras no Litoral Paulista e do fluminense licenciados pelo Ibama. Somados, os empreendimentos da Plataforma de Gás do Mexilhão e as etapas 1 e 2 do Pré-sal correspondem (julho de 2015) ao valor estimado de investimento de cerca de R$ 29 bilhões, que importam no pagamento de compensação ambiental ao SNUC de aproximadamente R$ 145 milhões O VR deve ser calculado segundo os critérios definidos pelo artigo 3 o da Resolução Conama nº. 371/06: Artigo 3 o Para o cálculo da compensação ambiental serão considerados os custos totais previstos para implantação do empreendimento e a metodologia de gradação de impacto ambiental definida pelo órgão ambiental competente. 1 o Os investimentos destinados à melhoria da qualidade ambiental e à mitigação dos impactos causados pelo empreendimento, exigidos pela legislação ambiental, integrarão os seus custos totais para efeito do cálculo da compensação ambiental. 2 o Os investimentos destinados à elaboração e implementação dos planos, programas e ações, não exigidos pela legislação ambiental, mas estabelecidos no processo de licenciamento ambiental para mitigação e melhoria da qualidade ambiental, não integrarão os custos totais para efeito do cálculo da compensação ambiental. 3 o Os custos referidos no parágrafo anterior deverão ser apresentados e justificados pelo empreendedor e aprovados pelo órgão ambiental licenciador.

30 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais Campo Mexilhão Estudos de Caso de Empreendimentos de Exploração e Produção de Petróleo e Gás da Petrobras na Bacia de Santos Unidade de produção de gás e condensado do campo de Mexilhão, do tipo fixa, denominada PMXL-1 Sistema de produção antecipada (SPA) de Sapinhoá Norte, Campo de Sapinhoá Sistema de ancoragem e linhas dos pilotos dos Sistemas de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Lula Nordeste, Campo de Lula, e de Sapinhoá, Campo de Sapinhoá Valores de Referência do Empreendimento (R$) ,00 * ,00 Fonte: Parecer técnico CGPEG/ DILIC/Ibama n o. 347/12 de 19/10/12, requerimento de LI Valor Compensação (R$) ,00 Fonte: Ata 15ª Reunião do CCAF, em 27/03/ ,00 Fonte: LI 890/12 (retificada), de 07/12/2012, item 2.9 Data LI 01/04/ /10/2012 Gasodutos de Sapinhoá-Lula, Lula NE-Lula e Lula NE-Iracema 28 Etapa 1 Pré-sal FPSP Cidade de São Paulo, Piloto do Sistema de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Sapinhoá FPSO Cidade Paraty, unidade de produção responsável pelo Piloto do Sistema de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Lula Nordeste, Campo de Lula , ,00 Fonte: Parecer CEGPEG/DILIC/ Ibama n o /2013, de 19/03/ ,00 Fonte: LI 903/2012, de 07/12/2012, item ,50 Fonte: LI 922/13, de 20/03/2013, item /12/ /04/2013 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Etapa 2 Pré-sal FPSO BW Cidade de São Vicente, unidade de produção responsável pelo Sistema de Produção Antecipada (SPA) de Lula Sul, Campo de Lula FPSO Cidade de Ilhabela e para o gasoduto de Sapinhoá Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Sapinhoá Norte, Campo de Sapinhoá FPSO BW Cidade de São Vicente, Teste de Longa Duração TLD do entorno de Iara FPSO Cidade de Itaguaí Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Lula, Área de Iracema do Norte ,00 (estimado a partir do valor da compensação ambiental) ,00 Fonte: Parecer / CGPEG/ Ibama ,00 Fonte: Parecer / CGPEG/ Ibama, de 07/01/ ,00 Fonte: Parecer / CGPEG/ Ibama, de 09/04/ ,65 Fonte: LI 932/13, de 30/04/2013, item ,00 Fonte: LI 1023/14 (retificada), de 25/09/14, item ,88 Fonte: LI 1042/2015, 08/01/2015, item ,00 Fonte: LI 1056/2015, de 13, de abril de 2015, item /04/ /09/ /01/2015 Fonte: LI 1023/14 (retificada), de 25/09/14, item /04/2015 TOTAL , ,03 28,9 bilhões 144,7 milhões Fonte: Ibama, elaboração Instituto Pólis *Calculado a partir do valor da compensação, de R$ ,00, mencionado na ata da 15ª reunião do CCAF, de 27/03/2013, considerando-se um GI de 0,5%.

31 Quais UCs recebem os recursos da compensação ambiental? A definição das unidades de conservação a serem beneficiadas com recursos da compensação ambiental cabe ao órgão ambiental licenciador, considerando as propostas apresentadas no EIA/Rima e ouvido o empreendedor. Conforme dispõe o artigo 11 da Resolução Conama no. 371/2006, somente recebem recursos da compensação ambiental as unidades de conservação inscritas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, ressalvada a destinação de recursos para criação de novas unidades de conservação. Os recursos da compensação ambiental devem ser direcionados para as UCs ou zonas de amortecimento de unidades de uso sustentável ou proteção integral afetadas diretamente pelo empreendimento, considerando os critérios de proximidade, dimensão, vulnerabilidade e infraestrutura existente; Inexistindo unidades afetadas diretamente, parte dos recursos deverá ser destinada à criação, implantação ou manutenção de UCs do Grupo de Proteção Integral localizadas preferencialmente no mesmo bioma e na mesma bacia hidrográfica. Quais UCs podem receber compensação ambiental? Os recursos que não forem aplicados nas opções acima poderão ser destinados para a criação, implantação ou manutenção de outras UCs do Grupo de Proteção Integral. Como regra os recursos da compensação ambiental devem ser destinados à implantação e manutenção de unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. No entanto, sempre que houver unidade de conservação ou zona de amortecimento diretamente afetada pelo empreendimento de significativo impacto ambiental, elas deverão receber recursos da compensação. Isso mesmo que a UC afetada ou zona de amortecimento não pertença ao Grupo de Proteção Integral (SNUC, artigo 36, parágrafo 3º) 18, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação (SNUC, artigo 36, parágrafo 2º). Vale mencionar que o licenciamento de empreendimento que afete unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração. Dessa forma, tanto uma área de proteção ambiental (APA), como as APAs Marinhas do Litoral Paulista, quanto a zona de amortecimento de uma reserva extrativista (Resex) ou de um parque, como o Parque Estadual da Serra do Mar, deverão receber os recurso oriundos da compensação ambiental se diretamente afetados pelo grande empreendimento. 18 No mesmo sentido define a Resolução Conama n o. 371/2006 por meio de seu artigo 9: O órgão ambiental licenciador, ao definir as unidades de conservação a serem beneficiadas pelos recursos oriundos da compensação ambiental, respeitados os critérios previstos no artigo 36 da Lei n o , de 2000, e a ordem de prioridades estabelecida no artigo n o. 33 do Decreto n o de 2002, deverá observar: I - existindo uma ou mais unidades de conservação ou zonas de amortecimento afetadas diretamente pelo empreendimento ou atividade a ser licenciada, independentemente do grupo a que pertençam, deverão essas ser beneficiárias com recursos da compensação ambiental, considerando, entre outros, os critérios de proximidade, dimensão, vulnerabilidade e infraestrutura existente; II - inexistindo unidade de conservação ou zona de amortecimento afetada, parte dos recursos oriundos da compensação ambiental deverá ser destinada à criação, implantação ou manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral localizada preferencialmente no mesmo bioma e na mesma bacia hidrográfica do empreendimento ou atividade licenciada, considerando as áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade, identificadas conforme o disposto no Decreto n o , de 21 de maio de 2004, bem como as propostas apresentadas no EIA/Rima. Parágrafo único. O montante de recursos que não forem destinados na forma dos incisos I e II deste artigo deverá ser empregado na criação, implantação ou manutenção de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral em observância ao disposto no SNUC. 29

32 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais 30 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL UCs afetadas pelos empreendimentos de significativo impacto ambiental Cabe aos órgãos licenciadores, Ibama e Cetesb, identificar as UCs diretamente afetadas pelos empreendimentos de significativo impacto ambiental (Lei nº /2000, SNUC artigo 36, 3º). O licenciamento ambiental só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável pela administração das UCs diretamente afetadas pelos empreendimentos. Deverão ser beneficiárias da compensação ambiental tanto as de uso sustentável quanto as de proteção integral. Quanto ao entendimento do que seria unidade afetada, o Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) aprovou como definição que unidade afetada é aquela localizada, ou que tenha sua zona de amortecimento, na área de influência direta do empreendimento, segundo o parágrafo único, artigo 11, Portaria Ibama nº. 16/2011, que institui o Regimento Interno do Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) 19. No estado de São Paulo, o artigo 2º. do decreto estadual nº /14 estabelece que cabe à Cetesb indicar nos processos de licenciamento ambiental as unidades de conservação da natureza diretamente afetadas pelo potencial impacto decorrente da implantação de atividade, obra ou empreendimento. A norma estadual repete as mesmas regras da federal. A indicação feita pela Cetesb de UCs a serem beneficiadas, sejam do Grupo de Proteção Integral ou do Grupo de Uso Sustentável, é feita a partir das propostas apresentadas no EIA/Rima e ouvido o empreendedor. Não havendo indicação por parte da Cetesb de unidade de conservação da natureza e sua zona de amortecimento diretamente afetadas pelo empreendimento, os recursos da compensação ambiental deverão beneficiar exclusivamente aquelas do Grupo de Proteção Integral existentes ou em processo de criação dentro do território do estado. Quanto às UCs prioritárias para a aplicação dos recursos da compensação ambiental, a doutrina ambiental destaca sua relação com o território afetado pelo empreendimento de significativo impacto ambiental. Nesse sentido: O órgão ambiental deverá levar em conta as propostas do EIA/Rima e, também, a área de influência do projeto. Não se pode perder de vista que o dever de apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação nasce para o empreendedor na potencialidade de dano significativo de seu empreendimento. Portanto, os recursos que o empreendedor pagar têm uma relação inegável com a área em que os prejuízos ambientais possam ocorrer. Lógico concluir que o órgão ambiental licenciador não pode indicar unidades de conservação que não estejam ou na área de influência do projeto, na sua bacia hidrográfica ou na sua microrregião (MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro, 10. ed. revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Malheiros Editores, 2002, p ). O valor obtido com a compensação deve ser destinado primordialmente ao local afetado, pois é nesse onde ocorrem os impactos negativos à natureza. As medidas compensatórias aplicadas no local afetado beneficiam tanto o meio ambiente quanto toda a comunidade prejudicada (LEITE, José Rubens Morato. Dano Ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. 2. ed. rev., atual., ampl.. Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais, 2003, p. 214). 19 Ver:

33 Em que atividades os recursos da compensação ambiental podem ser utilizados? As beneficiárias dos recursos da compensação ambiental são as unidades de conservação da natureza que compõem o SNUC, sejam municipais, estaduais ou federais. A aplicação dos recursos em determinada UC depende da distribuição do montante de cada empreendimento, feita pelas Câmaras de Compensação Ambiental para unidades determinadas. Veremos em detalhes o processo decisório sobre a distribuição desses recursos. Mas, antes, importa saber para que finalidades os recursos da compensação ambiental podem ser utilizados. 31 A utilização dos recursos da compensação ambiental deve obedecer ao disposto no artigo 33 do decreto nº. 4340/02, que estabelece a seguinte ordem de prioridade para aplicação dos recursos por parte das unidades beneficiadas: Regularização fundiária e demarcação das terras; Elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo; Aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, ao monitoramento e à proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento; Desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de conservação; Desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação e área de amortecimento. Nos casos de reserva particular do patrimônio natural, monumento natural, refúgio de vida silvestre, área de relevante interesse ecológico e área de proteção ambiental, quando a posse e o domínio não sejam do Poder Público, os recursos da compensação somente poderão ser aplicados para custear as seguintes atividades: Elaboração do plano de manejo ou nas atividades de proteção da unidade; Realização das pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo vedada a aquisição de bens e equipamentos permanentes; Implantação de programas de educação ambiental; Financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável dos recursos naturais da unidade afetada. Valem as mesmas regras para a aplicação da compensação ambiental nos processos de licenciamentos federais feitos pelo Ibama (artigo 33 do decreto nº. 4340/02) ou pelo estado de São Paulo, feitos pela Cetesb (artigo 7º do decreto estadual nº /14).

34 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais 32 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Quem define as atividades que podem ser feitas com os recursos da compensação ambiental? Cabe ao órgão responsável pela gestão da unidade de conservação o dever de apresentar plano de trabalho para análise e aprovação da respectiva Câmara de Compensação Ambiental, visando a implantação dos recursos da compensação ambiental nas atividades de regularização fundiária, relacionadas ao plano de manejo, para aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, ao monitoramento e à proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento, entre outras atividades. O Plano de Trabalho deve estar de acordo com a ordem de prioridades estabelecidas no artigo 33 do decreto nº. 4340/02 e conter as atividades, os estudos e projetos a serem executados e os respectivos custos. Em relação à ordem de prioridades, a regularização fundiária e a demarcação de terras são atividades prioritárias, visto que delas depende a gestão plena pelo órgão gestor (ICMBio ou Fundação Florestal) do território afetado pela unidade de conservação criada. No caso de unidades de gestão e posse do Poder Público, como o Parque Estadual da Serra do Mar, a regularização fundiária pode implicar no georreferenciamento, na caracterização e indenização de imóveis privados situados no perímetro delimitado como UC, ou na transferência das terras públicas de outros entes federativos ou órgãos para o gestor da UC. No caso de UCs de uso sustentável, como Resex ou RDS, a regularização plena da unidade depende da transferência do título coletivo para os extrativistas e as comunidades tradicionais, moradores e usuários da UC, porque são unidades de gestão do Poder Público e posse dos comunitários. A regularização, nesse caso, é feita pela outorga do contrato de Concessão de Direito Real de Uso Coletivo para os comunitários. No caso de UCs sobrepostas a territórios de povos e comunidades tradicionais, a regularização fundiária da unidade depende da solução dos conflitos de uso e da regularização fundiária dos territórios tradicionais. Dessa forma, os recursos da compensação ambiental podem ser utilizados para a regularização fundiária tanto da UC quanto dos territórios tradicionais, seja em casos de revisão do perímetro da unidade e/ou recategorização, seja em casos em que seja possível a garantia da segurança da posse das comunidades tradicionais por instrumentos jurídicos que compatibilizem o reconhecimento do território tradicional e a conservação ambiental 20. Cabe destacar que no caso de áreas de proteção marinha, como as do Litoral Norte, Centro e Sul do estado de São Paulo, por se tratarem de áreas públicas (bens federais de uso comum do povo), os recursos da compensação ambiental poderão ser aplicados na regularização fundiária e na aquisição de bens e serviços necessários à implantação, à gestão, ao monitoramento e à proteção da unidade. O que é vedado no caso de RPPN, ARIE e APAs constituídas por propriedades privadas. 20 No paradigmático caso do Parque Estadual da Ilhabela, em 2015, ação conjunta da Secretaria do Patrimônio da União, Fundação Florestal/Órgão Gestor do PEIb, Prefeitura, MPF e associação de moradores e lideranças das comunidades caiçaras possibilitou a outorga de Termos de Autorização de Uso Coletivo (TAUS) para áreas reconhecidas no plano de manejo do parque e plano diretor municipal como comunidades tradicionais caiçaras. A titulação coletiva garantiu a segurança da posse de áreas de domínio da União situadas dentro do parque e em sua área de amortecimento (Ilha de Búzios, Vitória e Baía de Castelhanos) em favor das comunidades tradicionais caiçaras, ao mesmo tempo que conciliou as regras da TAUS com as regras de conservação do plano de manejo.

35 Qual o processo decisório da destinação dos recursos da compensação ambiental? Quem decide a destinação dos recursos da compensação ambiental O marco legal ambiental definiu que os órgãos ambientais licenciadores (Ibama/ Cetesb) devem instituir câmara de compensação ambiental, prevista no artigo 32 do decreto nº /02, com finalidade de analisar e propor a aplicação da compensação ambiental em unidades de conservação federais, estaduais e municipais, visando ao fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) ao envolver os sistemas estaduais e municipais de unidades de conservação, se existentes (artigo 8º, Resolução Conama nº. 371/06). Quem deve ser consultado sobre a destinação dos recursos da compensação ambiental? As Câmaras de Compensação Ambiental devem ouvir os representantes dos demais entes federados, os sistemas de unidades de conservação, os Conselhos de Mosaico das Unidades de Conservação e os Conselhos das Unidades de Conservação afetadas pelo empreendimento, se existentes (artigo 8º., parágrafo único, Resolução Conama nº. 371/06). As Câmaras de Compensação Ambiental, tanto federais como estaduais, não podem decidir sozinhas sobre a destinação dos recursos da compensação ambiental. Há previsão nas resoluções Conama, que têm força de lei, do dever dessas instâncias decisórias consultarem outros órgãos e conselhos para a tomada de decisão. Os Conselhos das Unidades de Conservação afetadas pelo empreendimento de significativo impacto ambiental estão entre os órgãos que devem ser consultados. Trata-se de uma forma de participação direta da sociedade civil e dos gestores públicos, que vivem na área de impacto do empreendimento, na decisão sobre a distribuição dos recursos da compensação ambiental e na definição das atividades prioritárias para aplicação dos recursos, bem como na promoção do controle social de sua efetiva destinação em prol da conservação da natureza no território de influência do grande empreendimento. Vamos então conhecer as instâncias colegiadas decisórias federais e do estado de São Paulo que definem a distribuição e aplicação dos recursos das compensações ambientais nas UCs. São duas as instâncias federais e uma estadual existentes: Câmara Federal de Compensação Ambiental (CFCA), criada pela Portaria MMA nº. 416/10 21 ; Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF), criado pela Portaria Conjunta MMA/Ibama/ICMBio nº. 225/11 e Portaria Ibama nº. 16//11, Regimento Interno 22 ; Câmara de Compensação Ambiental Estadual (CCA/SP) integra a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo desde o Decreto nº /2012, art. 107, e teve seu funcionamento definido pelo Decreto nº /14 e Resolução SMA nº. 98/14, que institui o Regimento Interno CCA/SP)

36 Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais 34 Câmara Federal de Compensação Ambiental (CFCA) Cabe à Câmara Federal de Compensação Ambiental (CFCA) definir prioridades e diretrizes para a aplicação da compensação ambiental federal, ou seja, aquela oriunda dos processos de licenciamento federal realizados pelo Ibama. Também é de competência da Câmara Federal aprovar os planos de trabalho para a aplicação dos recursos e atestar o cumprimento da condicionante relativa à compensação ambiental (Portaria MMA nº. 416/10, artigo 3º). CFCA: Câmara Federal de Compensação Ambiental MMA (SE + SBF) Ibama (Dilic) ICMBio ((Diretoria de Planejamento e Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação) Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) Associação Nacional de Órgaos Municipais de Meio Ambiente (Anama) Conf. Nacional da Indústria (CNI) Entidade Acadêmica indicada Conselho de Reitores Universidades Brasileiras (CRUB) ONG Educa Brasil (mandato de 2 anos) Confederação Nacional da Indústria (CNI), representando o setor empresarial; Representante do setor acadêmico, indicado pelo Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB); Organização não governamental ambientalista reconhecida, de atuação em âmbito nacional, inscrita no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA), conforme Resolução Conama nº. 292, de março de 2002, publicada no Diário Oficial da União de 8 de maio de 2002, eleita pelas demais organizações não governamentais registradas no CNEA para mandato de dois anos. Importante mencionar que podem participar das reuniões da CFCA a convite de qualquer um de seus membros, sem direito a voto, representantes de unidades descentralizadas, centros especializados, do Ibama e do Instituto Chico Mendes, de órgão estadual ou municipal de meio ambiente, de empreendedor, de organização não governamental ou pessoa física, quando estiver em discussão tema de interesse da unidade, do órgão, da empresa, organização ou pessoa convidada (Portaria MMA nº. 416/10, parágrafo 6º, artigo 1º). CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL A Câmara Federal de Compensação Ambiental é composta por representantes indicados pelos seguintes órgãos e entidades: Ministério do Meio Ambiente: Secretaria-Executiva e Secretaria de Biodiversidade e Florestas; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): Diretoria de Licenciamento Ambiental; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade: Diretoria de Planejamento e Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação; Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), representando os órgãos ambientais estaduais; Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), representando os órgãos ambientais municipais; Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) Ibama (Pres./Dilic) MMA (SE/SBF) ICMBio (Diplan/Direp) CCAF: Comitê de Compensação Ambiental Federal O Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) tem como atribuição deliberar sobre a divisão e a finalidade dos recursos oriundos da compensação ambiental federal para as unidades de conservação beneficiadas ou a serem criadas, inclusive as atividades

37 necessárias ao fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), informando ao empreendedor, à Dilic/Ibama, ao órgão central ou aos órgãos executores, integrantes do SNUC. O Comitê Federal cuida, assim, da distribuição dos recursos da compensação ambiental que advém dos processos de licenciamento realizados pelo Ibama. A CCAF tem a seguinte composição: Ministério do Meio Ambiente: Secretaria-Executiva e Secretaria de Biodiversidade e Florestas; Ibama: Assessoria da Presidência e Diretoria de Licenciamento Ambiental (Dilic); Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Instituto Chico Mendes: Diretoria de Planejamento (Diplan) e Diretoria de Unidades de Conservação de Proteção Integral (Direp). Considerando sua atribuição de deliberar sobre a divisão e a finalidade dos recursos oriundos da compensação ambiental federal, o CCAF aprovou na 9ª Reunião Ordinária realizada em setembro de 2012, os critérios a seguir para a distribuição dos recursos. Em 2012, o CCAF definiu critérios de seleção das unidades de conservação para recebimento dos recursos da compensação ambiental, considerando o volume de recursos da compensação (pequeno/médio/grande/ excepcional) e o tipo de empreendimento de acordo (terrestre/linear/marinho costeiro). Os empreendimentos de petróleo e gás implantados na Bacia de Santos pela Petrobras analisados neste estudo são de volume excepcional, com valores de compensações acima de R$ 10 milhões (Ver Estudos de Caso). A regra é a vinculação territorial da distribuição dos recursos da compensação ambiental com a área de localização e influência dos empreendimentos de significativo impacto ambiental. Considera-se a área de entorno próximo do empreendimento com raio de 200 quilômetros para as compensação de até 1 milhão, e a mesma região hidrográfica ou bioma para as demais. Excepcionalmente, podem ser alocados recursos para unidades de conservação de proteção integral não contempladas nos critérios de volume excepcional de recursos (mesma região hidrográfica e bioma), até um teto de 30% dos recursos totais de compensação ambiental do empreendimento em questão, mediante proposta justificada apresentada pelo ICMBio e aprovada pelo CCAF, preferencialmente para ações de regularização fundiária e demarcação de terras. No entanto, em 2015, novos critérios para a distribuição dos recursos das compensações ambientais dos empreendimentos costeiros marinhos foram decididos na 3ª Reunião Extraordinária de 27 de abril da CCAF. Esses novos critérios restringem a destinação desses tipos de compensações às UCs de proteção integral, sejam elas marinhas ou situadas na faixa costeira, o que inclui UCs localizadas integral ou parcialmente nos municípios da faixa terrestre da zona costeira defrontantes com o mar (Decreto 5300/2004, art. 4 I e V). Destaca-se que não é justificada tal restrição às unidades de proteção integral e que os novos critérios contrariam o artigo 11 da Resolução Conama nº. 371/2006 que define que as UCs ou zonas de amortecimento de unidades de uso sustentável ou proteção integral afetadas diretamente pelo empreendimento devem receber recursos da compensação. De tal sorte, que só poderão ser aplicados no caso de não haver unidades de conservação marítimas ou situadas na zona costeira de uso sustentável diretamente afetadas. Caso contrário, o critério de afetação direta deverá ser respeitado.o de distribuição de recursos da compensação ambiental CCAF 35

38 Critério de distribuição de recursos da compensação ambiental CCAF Volume de recursos (R$) Empreendimento terrestre Empreendimento linear Empreendimento costeiro marinho Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais 36 Pequeno volume de recursos (até R$ 1 milhão) Médio volume de recursos (acima de R$ 1 milhão a R$ 4 milhões) Número reduzido de unidades de conservação no entorno próximo do empreendimento (raio 200 quilômetros). Unidades de conservação afetadas na mesma região hidrográfica (CNRH), mesmo bioma e pelo menos uma fitofisionomia afetada. Número pequeno de unidades de conservação afetadas no entorno próximo, sobrepostas a um bufferde 200 quilômetros na(s) mesma(s) bacia(s) (Ottobacias nível 3. ANA), que protejam os mesmos biomas (IBGE), e que tenham preservada pelo menos uma fitofisionomia entre as afetadas pelo empreendimento. Unidades de conservação sobrepostas a um buffer de 200 quilômetros, que protejam os mesmos biomas e que tenham preservada pelo menos uma fitofisionomia entre as afetadas pelo empreendimento. Número reduzido de unidades de conservação afetadas no entorno próximo do empreendimento até 200 quilômetros, limitado pela linha de costa (distância definida na publicação Prates, Gonçalves & Rosa, Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos no Brasil, MMA). (CCAF, set/2012) Número reduzido de unidades de conservação de proteção integral no entorno próximo do empreendimento assim consideradas aquelas numa distância máxima radial de 200 quilômetros, com limites que não ultrapassem a zona costeira, sendo dada prioridade para aquelas que protejam a mesma ecorregião marinha ou fitofisionoma afetada pelo empreendimento, dentro da faixa elegível para a zona costeira. (CCAF, abr/2015) Unidades de conservação na mesma ecorregião marinha (Prates, Gonçalves & Rosa, Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos no Brasil, MMA) afetada pelo empreendimento. (CCAF, set/2012) Unidades de conservação de proteção integral na mesma ecorregião marinha ou fitofisionoma afetada pelo empreendimento, dentro da faixa elegível para a zona costeira, que fica na projeção da ecorregião marinha correspondente (CCAF abril/2015) CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Grande volume de recursos (acima de R$4 milhões até R$10 milhões) Volume de recursos excepcional (acima de R$ 10 milhões) Unidades de conservação na mesma região hidrográfica e bioma(s) afetado(s) pelo empreendimento. Unidades de conservação na mesma região hidrográfica afetada pelo empreendimento. Unidades de conservação que estejam sobrepostas a um buffer de 200 quilômetros e que protejam os mesmos biomas. Unidades de conservação que estejam sobrepostas a um buffer de 200 quilômetros e que protejam os mesmos biomas, acrescentando as unidades de conservação localizadas, além do buffer, nas Ottobacias de nível 3 (ANA). Unidades de conservação de proteção integral nas ecorregiões marinhas (Prates, Gonçalves & Rosa, Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos no Brasil, MMA). (CCAF, set/2012) Unidades de conservação de proteção integral nas ecorregiões marinhas e na zona costeira. (CCAF abril/2015) Unidades de proteção integral nas ecorregiões marinhas (Prates, Gonçalves & Rosa, Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos no Brasil, MMA). Podem ser alocados recursos para unidades de conservação de proteção integral não contempladas nos critérios de volume excepcional de recursos, até um teto de 30% dos recursos totais de compensação ambiental do empreendimento em questão, mediante proposta justificada apresentada pelo ICMBio e aprovada pelo CCAF, preferencialmente para ações de regularização fundiária e demarcação de terras. (CCAF, set/2012) Unidades de conservação de proteção integral nas ecorregiões marinhas e na zona costeira. (CCAF abr/2015) Fonte: 9ª reunião ordinária CCAF, 27/09/2012, e 3ª reunião extraordinária CCAF, 27/04/2015 Elaboração Instituto Pólis

39 Câmara de Compensação Ambiental Estadual CCA/SP 24 Câmara de Compensação Ambiental (CCA-SP) Secretária adjunta de Meio Ambiente; Três representantes da SMA/SP; Um representante da Cetesb; Dois representantes da sociedade civil indicados pelo secretário do Meio Ambiente (Ana Luísa Mancini da Riva/Instituto Ouro Verde Ricardo Ribeiro Rodrigues/Esalq 24 ), Um representante indicado pelo Consema (Rubens Beçak /USP) No estado de São Paulo, cabe à Câmara de Compensação Ambiental Estadual (CCA/SP) definir prioridades e diretrizes para aplicação da compensação ambiental estadual, aquela oriunda dos processos de licenciamento estadual realizados pela Cetesb. A definição da destinação dos recursos é feita pela Câmara de Compensação Ambiental Estadual, de acordo com os critérios estabelecidos pela legislação federal. A CCA/SP é composta pelos seguintes membros (artigo 12, decreto nº /2014): A secretária adjunta do Meio Ambiente; Três representantes da Secretaria do Meio Ambiente, indicados pelo titular da pasta; Um representante da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), indicado pelo presidente da companhia; Dois representantes da sociedade civil, indicados pelo secretário do Meio Ambiente; Um representante indicado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). A CCA/SP tem entre suas competências (artigo 6, decreto nº /2014): Indicar por empreendimento as UCs estaduais, o montante de recursos a ser destinado considerando o valor fixado pela Cetesb e as ações a serem efetivadas; Analisar planos de trabalho dos órgãos gestores das UCs estaduais para a aplicação dos recursos; Elaborar os Termos de Compromisso da Compensação Ambiental (TCCA) e termos de quitação; Autorizar a liberação dos recursos objeto do TCCA, depositados na conta do empreendedor ou no Fundo da Biodiversidade e destinados a UCs geridas pela União ou pelo município. Quanto à indicação das unidades beneficiárias da compensação ambiental, a CCA/SP é quem destina recursos para as UCs diretamente impactadas e indica as que não são diretamente impactadas, mediante a apresentação de plano de trabalho. A Câmara Estadual estipula o montante a ser destinado a cada UC. A CCA/SP também é consultada pelo Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) sobre a distribuição dos recursos para as UCs estaduais afetadas por empreendimentos de significativo impacto ambiental licenciados pelo Ibama. O Comitê Federal define valor a ser repassado a UCs estaduais, indica as UCs afetadas diretamente e questiona à Câmara Estadual: (I) quais as UCs a serem beneficiadas (com base no parecer federal), (II) atividades e (III) valores que cada uma deverá receber. A CCA/SP realiza consulta à Fundação Florestal sobre quais unidades de conservação devem receber o recurso. A Fundação responde indicando quais UCs serão beneficiadas, os valores a serem destinados para cada UC e as atividades a serem implementadas. A partir disso, a CCA/SP delibera em reunião para aprovar a distribuição proposta pela Fundação. Verificamos assim que as instâncias decisórias da distribuição dos recursos das compensações ambientais foram criadas entre 2010 e Primeiro a Câmara e o Comitê Federal e, posteriormente, a Câmara de Compensação Ambiental Estadual. A partir de 2012, o Comitê Federal (CCAF) definiu critérios para distribuição dos recursos considerando seu volume e o tipo de UCs Resolução SMA nº. 25, de 23 de fevereiro de 2016.

40 Evolução da gestão e instâncias decisórias das compensações ambientais Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais Portaria MMA 416/2010 Cria a Câmara Federal/CFCA Decreto Estadual /2012 Câmara Estadual/CCA-SP na estrutura SMA-SP Ata CCAF 3 a reunião extraordinária abr/2015 Revisão dos critérios de distribuição dos recursos de empreendimentos costeiros marinhos Resolução Conama 371/2006 Dever de consulta aos Conselhos UCs Realização: Observatório Litoral Sustentável In Ibama n o 08/2011 Dever de constar GI/LP e VR/LI Portaria MMA no 225/2011 Cria Comitê Federal/CCAF Ata CCAF 9 a reunião ordinária, set/2012 Critérios de distribuição dos recursos nas UCs conforme volume e tipo de empreendimento (terrestre, linear ou marinho-costeiro) Decreto Estadual /2014 Processo decisório da destinação dos recursos da compensação ambiental federal 38 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL O processo de definição da destinação dos recursos da compensação ambiental pode ser divido para fins didático em três etapas. A primeira é iniciada com elaboração do termo de referência para elaboração do EIA/Rima pelo órgão licenciador e vai até a definição do valor da compensação ambiental, que deve constar como condicionante da licença de instalação do empreendimento. A segunda refere-se à distribuição dos recursos, ou seja, a definição das unidades de conservação a serem beneficiadas com os recursos da compensação ambiental. E a terceira corresponde à aplicação dos recursos, que se inicia com a celebração dos Termos de Compromisso da Compensação Ambiental firmados entre o empreendedor e órgãos gestores das unidades de conservação beneficiadas, até o seu cumprimento via execução de plano de trabalho e quitação. Vamos, então, detalhar esse processo decisório que se dá no âmbito do licenciamento ambiental e no pós-licenciamento, tratando da execução de condicionantes definidas para a liberação da implantação e operação do empreendimento.

41 1ª. etapa: Definição do valor da compensação ambiental O processo se inicia com a elaboração do termo de referência para realização do EIA/Rima relativo ao empreendimento que se pretende licenciar. De acordo com artigo 5º da Instrução Normativa Ibama 08/2011, deve ser apresentado por ocasião do EIA/Rima o Plano de Compensação Ambiental, no qual deve constar, no mínimo: informações necessárias para o cálculo do grau de impacto 25, de acordo com as especificações constantes do decreto nº. 4340, de 22 de agosto de 2002; indicação da proposta de unidades de conservação a serem beneficiadas com os recursos da compensação Ambiental, identificando as UCs afetadas e podendo incluir proposta de criação de novas unidades de conservação, considerando o previsto no artigo 33 do decreto nº /2002, nos artigos 9º e 10º da Resolução Conama nº. 371/06, e as diretrizes e prioridades estabelecidas pela Câmara Federal de Compensação Ambiental. Com base no Plano de Compensação Ambiental apresentado pelo empreendedor no EIA/Rima à Diretoria de Licenciamento do Ibama-Dilic, procede ao cálculo do grau de impacto (GI), que deve constar da licença prévia (LP). Uma vez definido o grau de impacto, a Dilic solicita ao empreendedor a indicação do valor de referência (VR) 26 do empreendimento. Com base no grau de impacto e valor de referência, a Dilic calcula o valor da compensação ambiental (CA) que constará da licença de instalação. A exigência da compensação ambiental é uma condicionante definida pelo órgão licenciador para instalação do empreendimento de significativo impacto ambiental, que deverá ser cumprida conforme as obrigações definidas pelo Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF). Definido em caráter final o valor da compensação ambiental (CA), a Dilic o informa ao Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) e encaminha o Plano de Compensação Ambiental contendo a proposta de unidades de conservação a serem beneficiadas com os recursos da compensação ambiental. 39 A Compensação Ambiental é uma condicionante para a instalação do empreendimento de significativo impacto ambiental. Seu valor deve constar na licença de instalação emitida pelo órgão licenciador. 25 Grau de impacto (GI): percentual limitado pelo intervalo de 0 a 0,5%, calculado conforme metodologia constante do anexo do Decreto n o , de 22 de agosto de Valor de referência (VR): valor informado pelo empreendedor, constante do somatório dos investimentos necessários para a implantação do empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para a mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais.

42 2ª. etapa: Distribuição dos recursos da compensação ambiental Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais 40 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL A definição das unidades de conservação a serem beneficiadas com recursos da compensação ambiental cabe ao órgão ambiental licenciador (Ibama), que deve para essa definição levar em conta aspectos do EIA-Rima e prioridades estabelecidas pelos representantes dos órgãos estaduais do SNUC e da Câmara Federal de Compensação Ambiental, além de eventual manifestação de qualquer interessado no processo de licenciamento, conforme veremos. De acordo com o artigo 31-B, parágrafo 4º., do decreto nº. 4340/02, após fixado o valor da compensação, o Ibama define sua destinação, ouvido o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Essa definição realiza-se na prática, no atual arranjo institucional, por meio das reuniões do Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) 27. Assim, a lei que estabelece a obrigatoriedade da compensação ambiental define que o órgão competente pelo processo de licenciamento, no caso o Ibama, ouvido o ICMBio, deve definir as UCs a serem beneficiadas pelos recursos da compensação, considerando as propostas apresentadas no EIA/Rima e ouvido o empreendedor. No entanto, a Resolução Conama nº. 371/06 define que as propostas apresentadas no EIA-Rima não vinculam o órgão ambiental licenciador, devendo esse justificar as razões de escolha das UCs a serem beneficiadas, ouvidos os representantes dos demais entes federados, os sistemas de unidades de conservação, os Conselhos de Mosaico das Unidades de Conservação e os Conselhos das Unidades de Conservação afetadas pelo empreendimento, se existentes. Importante mencionar que, por força dessa mesma resolução, qualquer interessado tem o direito de apresentar por escrito, durante o procedimento de licenciamento ambiental, sugestões justificadas de UCs a serem beneficiadas ou criadas pelos recursos da compensação ambiental. 27 As atas das reuniões do CCAF estão disponíveis em: Assim, devem fazer parte dos elementos de tomada decisão do órgão de licenciamento competente para a definição das unidades de conservação a serem beneficiadas pelos recursos da compensação ambiental de determinado empreendimento: As propostas de UCs a serem beneficiadas apresentadas pelo empreendedor no EIA-Rima; As prioridades e diretrizes para a aplicação da compensação ambiental definidas pela Câmara Federal de Compensação Ambiental; As manifestações derivadas da consulta aos representantes dos demais entes federados, os sistemas de unidades de conservação, os Conselhos de Mosaico das UCs e os Conselhos das UCs afetadas pelo empreendimento; As sugestões justificadas de UCs a serem beneficiadas ou criadas pelos recursos da compensação ambiental realizada por qualquer interessado no decorrer do processo de licenciamento; Os critérios para a distribuição dos recursos definidos no âmbito do CCAF na 9ª. reunião do comitê, realizada em setembro de Para Paulo Affonso Leme Machado, ao tratar da decisão sobre as unidades de conservação a serem beneficiadas com os recursos da compensação ambiental: O órgão ambiental deverá levar em conta as propostas do EIA/ Rima e também a área de influência do projeto. Não se pode perder de vista que o dever de apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação nasce para o empreendedor na potencialidade de dano significativo de seu empreendimento. Portanto, os recursos que o empreendedor pagar têm uma relação inegável com a área em que os prejuízos ambientais possam ocorrer. Lógico concluir que o órgão ambiental licenciador não pode indicar unidades de conservação que não estejam ou na área de influência do projeto, na sua bacia hidrográfica ou na sua microrregião MACHADO, Paulo Affonso Leme, Direito Ambiental Brasileiro, 10. ed. revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Malheiros Editores, 2002, p , grifo dos autores.

43 Desse modo, o território diretamente afetado pela implantação do empreendimento é a área prioritária 29 para a distribuição dos recursos da compensação. É nesse sentido que a concretização do dever de consulta aos Conselhos das Unidades de Conservação afetadas pelo empreendimento é o meio pelo qual pode se garantir a efetividade da destinação dos recursos para a área de influência do projeto, área de potencialidade de dano significativo e onde as UCs devem ser consolidadas e preparadas para que cumpra seus objetivos de conservação, apesar da implantação do empreendimento. No estudo elaborado pelo Instituto Pólis, não se identificou procedimentos normatizados de consulta aos Conselhos das Unidades de Conservação afetadas, tampouco experiências nesse sentido, seja no âmbito federal ou estadual. A responsabilidade pela realização dessas consultas é tanto das câmaras e dos comitês de compensação ambiental (CCAF, CFCA, CCA/SP), nos termos da Resolução Conama nº. 371/06, quanto dos órgãos gestores das unidades de conservação que participam dessas instâncias ou são por elas consultados (ICMBio e Fundação Florestal do Estado de São Paulo). Após tal rito, o CCAF delibera sobre a divisão e a finalidade dos recursos oriundos da compensação ambiental federal para as UCs beneficiadas ou a serem criadas, e informa ao empreendedor, à Dilic/Ibama, ao órgão central ou aos órgãos executores, integrantes do SNUC (artigo 3º, I, Portaria Conjunta MMA nº. 225/11). 41 Quem deve ser consultado sobre a distribuição dos recursos? Para a tomada de decisão, o Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF), antes de definir a destinação dos recursos, deve ouvir, nos termos do artigo 8º., parágrafo único da Resolução Conama n o. 371/06: os representantes dos demais entes federados; os sistemas de unidades de conservação; os Conselhos de Mosaico das Unidades de Conservação; os Conselhos das Unidades de Conservação afetadas pelo empreendimento, se existentes. 29 Como apresentado, o CCAF definiu que excepcionalmente até 30% dos recursos totais de compensação ambiental de volume excepcional podem ser alocados para unidades de conservação de proteção integral de outras regiões.

44 3ª. etapa: Aplicação dos recursos da compensação ambiental Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais 42 Definidas as UCs beneficiadas, o montante e a finalidade dos recursos, o Ibama informa aos órgãos gestores das UCs beneficiadas, responsáveis pelo acompanhamento das obrigações relativas à Compensação Ambiental. Os órgãos gestores das UCs devem comunicar ao Ibama eventuais irregularidades no cumprimento ou no descumprimento, pelo empreendedor, das obrigações relativas à compensação ambiental (artigo 12, instrução normativa nº. 08/11). O empreendedor deve, nesse momento, encaminhar ao Ibama, para registro, os termos de compromisso firmados com os órgãos gestores das unidades de conservação beneficiadas, cujo objeto contemple o cumprimento da compensação ambiental (artigo 11, instrução normativa nº. 08/11). Os órgãos gestores das unidades de conservação devem apresentar plano de trabalho de aplicação de recursos contendo atividades, estudos e projetos a serem executados com recursos da compensação ambiental. Esse deverá ser aprovado pela Câmara Federal de Compensação Ambiental Compensações Ambientais Federais ao SNUC Empreendimentos licenciados pelo Ibama para que se efetive a destinação dos recursos da compensação ambiental para as unidades de conservação (artigo 11º da Resolução Conama nº. 371/06). Quanto à publicidade sobre os recursos de compensação ambiental, os órgãos ambientais responsáveis pela gestão dos recursos de compensação ambiental devem dar publicidade, bem como informar anualmente aos conselhos de meio ambiente respectivos a aplicação dos recursos oriundos da compensação ambiental, apresentando, no mínimo, o empreendimento licenciado, o percentual, o valor, o prazo de aplicação da compensação, as unidades de conservação beneficiadas e as ações nelas desenvolvidas (artigo 12 da Resolução Conama nº. 371/06). O atendimento pleno da condicionante da compensação ambiental no processo de licenciamento é efetivado após o recebimento do atesto de pleno cumprimento da Compensação Ambiental pelo CCAF (artigo 13, instrução normativa nº. 08/11). Ibama/Dilic Elabora Termo Referência (exigindo plano de compensação ambiental) Elabora Licença Prévia (cálculo do grau de impacto GI) Elabora Licença Instalação (com valor da compensação + TCCA como condicionantes) Supervisiona execução planos de trabalhos CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Comite federal/ CCAF Camara federal e estadual Grandes empreendedores Entes federativos e conselhos (Mosaicos/ UCs afetadas) ) Elabora EIA com plano de compensação (cálculogi e indica Indica valor de referência do empreendimento Recebe plano de compensação com UCs afetadas, valor da compensação e consultas Responde consulta sobre escolha das Aprova plano de trabalho UCs federais ou estaduais Firma o termo de compromisso de compensação ambiental (TCCA) com órgãos gestores de UCs Emite termo de quitação compensação/ condicionante UCs Elabora plano de trabalho para aplicação dos recursos Presta contas da execução do plano de trabalho Realização: Observatório Litoral Sustentável

45 Processo decisório da destinação dos recursos da compensação ambiental estadual Conforme apresentado na explicação do processo de definição da destinação dos recursos da compensação ambiental federal, pode-se dividir esse rito em três momentos: (I) definição do valor da compensação ambiental, (II) decisão da distribuição dos recursos em unidades de conservação a serem beneficiadas ou criadas e (III) definição da forma de aplicação dos recursos. Vamos, então, detalhar esse processo decisório que se dá no âmbito do licenciamento ambiental do estado de São Paulo e no pós-licenciamento, tratando da execução de condicionantes definidas para a liberação da implantação e operação do empreendimento. A legislação do estado de São Paulo que trata da compensação ambiental, no âmbito dos processos de licenciamento realizados pela Cetesb, tem como objeto a regulamentação do artigo 36 da lei que institui o SNUC, que estabelece como condicionante do licenciamento de empreendimentos de impacto a obrigação de compensar do empreendedor por pagamento de dinheiro para manutenção, gestão e instituição de unidades de conservação. As regras de cálculo do valor devido a título de compensação, unidades de conservação a que se destinam os recursos da compensação ambiental e referentes utilização dos recursos pelas UCs não se diferem da norma federal, apesar das especificidades por ser outro órgão licenciador. Interessa-nos aqui a análise do processo de definição da destinação dos recursos da compensação ambiental em nível estadual e dos processos de licenciamento realizados pela Cetesb, que tem especificidades considerando as instâncias de deliberação e forma de operação da compensação ambiental. As principais diferenças do rito federal e estadual diz respeito à forma de execução dos recursos, que pode se dar via empreendedor ou pelo próprio órgão gestor da UCs no caso de o empreendedor depositar a compensação em Fundo Estadual, conforme veremos adiante. No caso de empreendimentos de significativo impacto ambiental licenciados pela Cetesb, a definição da destinação dos recursos é feita pela Câmara de Compensação Ambiental Estadual (CCA/SP), de acordo com os critérios estabelecidos pela legislação federal. 43 1ª. etapa: Definição do valor da compensação ambiental O termo de referência para elaboração do EIA- Rima, produzido pela Cetesb, que dá início ao processo de licenciamento, deve exigir do empreendedor um plano de compensação ambiental, com informações necessárias para cálculo do grau de impacto (GI) do projeto, bem como a identificação das UCs a serem beneficiadas. A Licença Prévia emitida pela Cetesb deve indicar o grau de impacto do empreendimento e determinar a obrigação do empreendedor em assumir com o estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria do Meio Ambiente, com a interveniência da Cetesb, a obrigação de cumprir a compensação ambiental, mediante a subscrição do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental (TCCA), segundo o artigo 3º., inciso I, decreto nº /14. O empreendedor nesse momento deve informar o valor de referência (VR) do empreendimento para posterior cálculo pela Cetesb do valor da compensação ambiental (artigo 2º., decreto nº /14), o qual será indicado na Licença de Instalação, juntamente com as unidades de conservação a serem beneficiadas (artigo 2º., inciso I e II, decreto nº /14).

46 2ª. etapa: Distribuição dos recursos da compensação ambiental Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais 44 A Câmara de Compensação Ambiental Estadual deve deliberar sobre as unidades de conservação a serem beneficiadas e o montante de recursos a ser destinado a cada uma (artigo 6º., incisos I e II, decreto nº /14). Embora a legislação estadual não faça menção à consulta aos Conselhos das Unidades de Conservação afetados pelo empreendimento e demais órgãos de que trata o artigo 8º., parágrafo único da Resolução Conama nº. 371/06, o estado de São Paulo deve cumprir o que prescreve a resolução para as Câmaras de Compensação Ambiental de forma geral. A responsabilidade pela realização dessas consultas é tanto da CCA/SP quanto do órgão gestor das UCs estaduais, a Fundação Florestal do Estado de São Paulo. Nesse estudo, não se identificou procedimentos normatizados de consulta aos Conselhos das Unidades de Conservação afetadas, tampouco experiências nesse sentido. Segundo a SMA, a CCA/SP realiza consulta à Fundação Florestal sobre quais UCs devem receber o recurso, cabendo a esse órgão consultar as UCs afetadas. Quem deve ser consultado sobre a distribuição dos recursos? Para a tomada de decisão, a CCA/SP, antes de definir a destinação dos recursos, deve ouvir, nos termos do artigo 8º., parágrafo único da Resolução Conama n o. 371/06: os representantes dos demais entes federados; os sistemas de unidades de conservação; os Conselhos de Mosaico das Unidades de Conservação; os Conselhos das Unidades de Conservação afetadas pelo empreendimento, se existentes. CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL 3ª. etapa: Aplicação dos recursos da compensação ambiental Para aplicação dos recursos, o empreendedor deve firmar o Termo de Compromisso de Compensação Ambiental (TCCA), que será assinado pelo Secretário de Estado do Meio Ambiente (artigo 3º., parágrafo 1º.). O TCCA, que tem natureza de título executivo extrajudicial, especifica o valor da compensação que deverá ser depositado como cumprimento da compensação. Também indica quais UCs que serão beneficiadas. Os recursos da compensação ambiental podem ter dois destinos: Depósito em conta poupança de titularidade do empreendedor; Depósito na conta do Fundo Especial de Despesa para a Preservação da Biodiversidade e dos Recursos Naturais (FPBRN).

47 No primeiro caso, a conta poupança do empreendedor é vinculada ao TCCA, por meio da qual o empreendedor executará diretamente as ações constantes de plano de trabalho previamente aprovado pela CCA/SP. No segundo, os depósitos realizados no Fundo da Biodiversidade/FPBRN, provenientes da compensação ambiental, devem ser discriminados em subconta própria. A execução dos recursos deve ser feita pelo órgão gestor da UC. Deve ser acompanhada e controlada de maneira individualizada, considerando cada empreendimento gerador da compensação ambiental e os recursos destinados a cada UC, de acordo com o fixado pela CCA/SP. A liberação dos recursos objeto do TCCA que se encontrem depositados na conta vinculada do empreendedor, para repasse ao ente da federação (município ou União) beneficiário da compensação ambiental, dependerá da prévia anuência da CCA/SP, desde que demonstrada a: (i) existência de conta escritural ou fundo regularmente instituído pelo ente federativo para o fim específico de recebimento e aplicação dos recursos da compensação ambiental e (ii) celebração de instrumento entre o empreendedor e o ente federativo para o fim específico de aplicação dos recursos da compensação ambiental. Para receber os recursos, os órgãos gestores das UCs apresentam à CCA/SP plano de trabalho contendo as atividades e o valor correspondente para a realização das ações. O conteúdo desses planos de trabalho é definido de forma sucinta e objetiva pelo regimento interno da CCA/SP (Resolução SMA n. 98/2014). Conforme estipula o artigo 9., inciso V, o plano de trabalho deve observar o disposto no artigo 33, do decreto federal nº , de 22 de agosto de 2002, e especificar as ações a serem desenvolvidas, os bens a serem adquiridos e os serviços e obras a serem executadas, com uma estimativa dos custos correspondentes, bem como apresentar cronograma com previsão de desembolso físico-financeiro. Após a aprovação do plano de trabalho, a CCA/ SP autoriza a destinação dos recursos objeto dos TCCA do Fundo diretamente às UCs. A aprovação e destinação dos recursos devem buscar compatibilizar as prioridades para a gestão das unidades do estado, observando as condicionantes estabelecidas pelo órgão licenciador e obedecendo ao disposto na legislação federal, especialmente à ordem de prioridades estabelecidas no artigo 36, do decreto federal n de No decorrer da aplicação dos recursos, os órgãos gestores de UC devem apresentar à Secretaria Executiva da CCA/SP relatórios sobre a execução dos planos de trabalhos contemplados com recursos da compensação ambiental (artigo 6º., Resolução SMA nº. 61/2014). Cabe à CCA/SP atestar o cumprimento do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental (TCCA), o que deverá ser informado à Cetesb no prazo de até cinco dias úteis de sua efetivação a fim de que possa instruir o processo de licenciamento ambiental (artigo 4º., parágrafo 2º., decreto estadual nº /14). Para a emissão dos Termos de Quitação Parcial e Definitivo de Compensação Ambiental, o diretor do Centro de Planejamento e Controle dos Fundos Especiais de Despesa e o secretário Executivo da CCA/SP devem certificar, respectivamente, a realização dos depósitos feitos no Fundo da Biodiversidade/FPBRN, e o cumprimento do TCCA (artigo 7º., Resolução SMA nº. 61/2014). Para contextualizar os valores históricos das compensações ambientais geridas pelo estado de São Paulo, por intermédio da Câmara de Compensação Ambiental Estadual (CCA/ SP), os montantes gerenciados totalizaram aproximadamente R$ 403 milhões em dezembro de 2014, segundo balanço 30 apresentado pela secretária adjunta da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e presidente da CCA/SP. O valor soma os recursos depositados na conta poupança do empreendedor ou no fundo. 30 Na reunião de Mesa de Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos do Litoral Norte do Observatório Litoral Sustentável, realizada em conjunto com o Conselho Gestor da APAMLN e demais Conselhos de UCs Estaduais e Federais do Litoral Norte de São Paulo em 23 de julho de 2015, em Caraguatatuba. Veja íntegra da apresentação 45

48 Vejamos: Distribuição das compensações ambientais no Estado de São Paulo (CCA/SP, 2015) Valor total das Compensações Ambientais (Dez/2014)* Mapeamento do processo decisório e critérios de aplicação dos recursos das compensações ambientais Conta poupança do Empreendedor (Destinados) Fundo da Biodiversidade (Cerca de 112 milhões destinados)** Destinações das Compensações Ambientais (Dez/2014) ,00 Regularização Fundiária Plano de Manejo Ações de Proteção Estudos para criação de novas UCs Destinações da Conta Poupança do Empreendedor (Dez/2014) ,84 União Municípios Sistema Ambiental Paulista (FF, IF, Ibt) Fonte: Apresentação de Beatriz Granziera, 1ª reunião extraordinária da Mesa de Diálogo do Litoral Norte, 23/07/2015: *Os valores são os definidos no momento da emissão da Licença de Instalação ou da decisão do órgão responsável pela decisão sobre sua destinação, dependendo do caso. Esses valores deverão ser reajustados pela taxa SELIC no momento de sua execução. ** De janeiro a julho 2015 foram 31 TCCA firmados e entrou em recursos para recursos para o Fundo da Biodiversidade 13,2 milhões. CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

49 Compensações Ambientais Federais ao SNUC Empreendimentos licenciados pela Cetesb Cetesb Elabora Termo Referência (exigindo plano de compensação ambiental) Elabora licença prévia (cálculo do grau de impacto GI) Elabora licença instalação (com valor da compensação + TCCA como condicionantes) Junta informações de processo de licenciamento Câmara estadual dos recursos Aprova plano de trabalho UCs estaduais Atesta cumprimento da compensação Deposita $$$ no FPBRN Fundo Biodiversidade Deposita $$$ no FPBRN na Conta Poupança Empreendedor Grandes empreendedores Elabora EIA com plano de compensação (cálculo GI e indica UCs Indica valor de referência do empreendimento Firma o termo de compromisso de compensação ambiental (TCCA) com SMA e Cetesb UCs Realização: Observatório Litoral Sustentável Elabora plano de trabalho para aplicação dos recursos Presta contas da execução do plano de trabalho 47

50 2 Ilustração sobre a foto Cachoeira Paraíso / Sistema Ambiental Paulista

51 Estudos de caso do Litoral Paulista Para onde estão sendo destinadas as compensações ambientais dos empreendimentos de petróleo e gás? 49 Para responder esta pergunta e entender como a distribuição de recursos e a tomada de decisões sobre as compensações ambientais vêm sendo feitas, foram analisados estudos de casos das compensações oriundas de empreendimentos de petróleo e gás na Bacia de Santos, a Plataforma Mexilhão e as etapas 1 e 2 do Pré-sal. Esses casos demonstram a dimensão dos recursos envolvidos (até julho de 2015), sua potencialidade e os desafios a serem enfrentados para sua adequada aplicação.

52 Os valores envolvidos* Os empreendimentos estudados têm valor de investimento de cerca de R$ 28,93 bilhões. A compensação ambiental prevista é de R$ 144,7 milhões. Já tem destinação definida pelo CCAF o montante de R$ 120,88 milhões 31 a ser aplicado em unidades de conservação municipais, estaduais e nacionais. CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 50 Compensação Ambiental* Empreendimentos de petróleo e gás na Bacia de Santos Campo de Mexilhão e Pré-sal Etapa 1 e 2 Empreendimentos Campo de Mexilhão Atividades** Dutos, gasodutos, infraestrutura marítima etc. Valor de referência 32 (R$) 5,07 bilhões (estimado) Valor Compensação (R$) 25,38 milhões Data licença instalação (LI) Campos de Sapinhoá e Lula. (1). 5,06 bilhões 25,3milhões 07/12/2012 FPSP Cidade de São Paulo (2). 2,36 bilhões 11,8 milhões 07/02/2012 Pré-sal Etapa 1 FPSO Cidade de Paraty (3). 2,23 bilhões 11,1 milhões 20/03/2013 FPSO BW Cid. São Vicente (4). 560 milhões (estimado) 2,80 milhões 30/04/2013 Subtotal R$ 10,22 bilhões R$ 51,12 milhões FPSO Cidade de Ilhabela (5). 6,9 milhões 34,65 milhões 25/09/2012 Pré-sal Etapa 2 FPSO BW Cid. S. Vicente (6). 522 milhões 2,61 milhões 08/01/2015 FPSO Cidade de Itaguaí (7). 6,18 bilhões 30,9 milhões 13/04/2015 Subtotal R$ 13,64 bilhões R$ 68,21 milhões Total R$ 28,93 bilhões R$ 144,7 milhões * Os valores são os definidos no momento da emissão da Licença de Instalação ou da decisão do órgão responsável pela decisão sobre sua destinação, dependendo do caso. Esses valores deverão ser reajustados pela taxa SELIC no momento de sua execução final. ** Fontes: Eia/Rima de cada projeto; licenças de pareceres técnicos do CGPEG/Dilic/Ibama 1) Sistema de produção antecipada (SPA) de Sapinhoá Norte, Campo de Sapinhoá; (ii) sistema de ancoragem e linhas dos Pilotos dos Sistemas de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Lula Nordeste, Campo de Lula, e de Sapinhoá, Campo de Sapinhoá; (iii) gasodutos de Sapinhoá-Lula, Lula NE-Lula e Lula NE-Iracema; 2) FPSP Cidade de São Paulo, Piloto do Sistema de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Sapinhoá; 3) FPSO Cidade de Paraty, unidade de produção responsável pelo Piloto do Sistema de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Lula Nordeste, Campo de Lula; 4) FPSO BW Cidade de São Vicente, unidade de produção responsável pelo Sistema de Produção Antecipada (SPA) de Lula Sul, Campo de Lula; 5) FPSO Cidade de Ilhabela e para o gasoduto de Sapinhoá, Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Sapinhoá Norte Campo de Sapinhoá; 6) FPSO BW Cidade de São Vicente, Teste de Longa Duração TLD do Entorno de Iara; 7) FPSO Cidade de Itaguaí, Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Lula Área de Iracema Norte 31 Informações baseadas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) de cada projeto. 32 Informações baseadas nas licenças de instalação e pareceres técnicos do CGPEG/Dilic/Ibama.

53 Estudo de caso 1 Campo Mexilhão Bacia de Santos Sistema de Produção de Gás Natural e Condensados 51 Plataforma Mexilhão / Agência Petrobras Observatório Litoral Sustentável Atividade de produção e escoamento de gás e condensado do Campo de Mexilhão, através da Plataforma PMXL-1 e Gasoduto ligado à UTGCA Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba A plataforma marítima do Campo de Mexilhão, localizada na costa do estado de São Paulo, a 140 quilômetros do Porto de São Sebastião, produz cerca de 8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia (11/ ). Seu projeto, entre outros sistemas, conta com um gasoduto marítimo de 146 quilômetros, que liga a plataforma à Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA). 33 Fontes: Petrobras Relatório de Impcato Ambiental (Rima)

54 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 52 O Campo de Mexilhão ocupa uma área de 253,8 km2 na Bacia de Santos, no Bloco BS-400, confrontante com o litoral norte do estado de São Paulo. O Campo situa-se na porção norte do Bloco BS-400, a 165 quilômetros do litoral de Caraguatatuba (SP) e 225 quilômetros da cidade de Santos (SP), possuindo profundidades d água que variam de 320 a 550 m. Possui também uma área adjacente, a 20 quilômetros a sudoeste do centro do mesmo, com profundidade d água em torno de 300 metros. Licenciamento ambiental Campo Mexilhão A área de influência das atividades do Campo de Mexilhão alcança 50 unidades de conservação, localizadas em municípios costeiros entre a cidade do Rio de Janeiro e a de Iguape, no sul do estado de São Paulo. Com grande importância ambiental, essas unidades abrangem um grande número de ecossistemas que demandam a implantação de medidas para sua conservação. Portaria MMA 416/2010 Cria a Câmara Federal/CFCA Resolução Conama 371/2006 Dever de consulta aos Conselhos UCs Realização: Observatório Litoral Sustentável UCs indicadas no EIA O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 34 elaborado pela Petrobras relativo ao empreendimento do Campo Mexilhão, identificou na área de influência da Atividade de Produção de Gás e Condensado do Campo de Mexilhão 51 unidades de conservação da natureza: 9 UCs federais 35, abrangendo os municípios do Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Parati, Ubatuba, São Sebastião, Peruíbe e Iguape; In Ibama n o. 08/2011 Dever de constar GI/LP e VR/LI Portaria MMA n o. 225/2011 Cria Comitê Federal/CCAF Ata CCAF 9a reunião ordinária, set/2012 Critérios de distribuição dos recursos nas UCs conforme volume e tipo de empreendimento (terrestre, linear ou marinho-costeiro) 17 UCs estaduais 36, as quais se encontram nos seguintes municípios: Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Parati, no estado do Rio de Janeiro, e Ubatuba, Ilhabela, Caraguatatuba, São Sebastião, Bertioga, Santos, Cubatão, São Vicente, Peruíbe e Iguape, no estado de São Paulo. 25 UCs municipais 37, localizadas nos municípios de São Sebastião (1), Caraguatatuba (11), Parati (1) e Rio de Janeiro (12). As UCs identificadas pelo EIA na área de influência do empreendimento são as elencadas na tabela a seguir. 33 EIA Mexilhão 34 idem

55 UCs na área de influência do Campo do Mexilhão / Petrobras Tipo de UCs 9 UCs federais 17 UCs estaduais 25 UCs municipais Proteção Integral Parque Nacional da Serra da Bocaina Estação Ecológica Tupinambás Estação Ecológica Tupiniquins Monumento Natural do Arquipélago das Cagarras Estação Ecológica de Tamoios São Paulo (6): Parque Estadual da Serra do Mar Parque Estadual da Ilha Anchieta Parque Estadual de Ilhabela Parque Estadual Marinho da Laje de Santos Parque Estadual Xixová-Japuí Estação Ecológica da Jureia-Itatins Rio de Janeiro (7): Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba Reserva Biológica da Ilha Grande Reserva Biológica da Praia do Sul Reserva Ecológica da Juatinga Parque Estadual da Ilha Grande Parque Estadual Marinho do Aventureiro Rio de Janeiro (3): Parque Natural Municipal do Grumari Parque Natural Municipal da Prainha Parque Natural Municipal de Marapendi Uso Sustentável Áreas de Proteção Ambiental de Cairuçu Áreas de Proteção Ambiental Cananeia- Iguape-Peruíbe Áreas de Relevante Interesse Ecológico da Ilha do Ameixal Áreas de Relevante Interesse Ecológico Ilhas Queimada Pequena e Queimada Grande Rio de Janeiro (4): APA de Tamoios Áreas de Relevante Interesse Ecológico da Baía de Guanabara Áreas de Relevante Interesse Ecológico da Baía de Sepetiba Áreas de Relevante Interesse Ecológico da Ilha Grande. Litoral Norte/SP (12): APA Alcatrazes APA Ilhas Tamanduá APA Massaguaçu; APA Praia Brava APA Rio Juqueriquere APA Rio do Ouro APA Santo Antônio APA Rio Guaxinduba APA Rio Cantagalo APA Mococa APA Mar de Caraguatatuba APA Serra do Mar Rio de Janeiro e Paraty/RJ (10): APA da Prainha APA da Orla Marítima APA das Pontas de Copacabana, Arpoador e seus entornos APA dos Morros da Babilônia e São João APA do Morro do Leme APA do Parque Natural Municipal de Marapendi APA Baía de Parati, Mamanguá e Parati Mirim APA da Orla da Baía de Sepetiba APA das Brisas APA de Grumari 53 Valor da compensação ambiental O processo de licenciamento do Campo Mexilhão é anterior à instrução normativa nº. 08/11, que regulamenta, no âmbito do Ibama, o procedimento da Compensação Ambiental. É a instrução normativa nº. 08/11, por meio de seus artigos 6º e 9º, que determina a necessidade de constar da licença prévia o grau de impacto (GI) e na licença de instalação, o valor de referência (VR) do empreendimento. A Licença Prévia do empreendimento, LP nº. 268/2008, de 01/04/2008, não traz informação sobre o grau de impacto (GI) do empreendimento, em que pese determinar que, antes da emissão de Licença de Instalação, seja firmado, junto a Secretaria Executiva da Câmara de Compensação Ambiental do Ibama, Termo de Compromisso para o cumprimento das medidas compensatórias, previstas no artigo 36, da lei nº /2000, decorrente do significativo impacto ambiental identificado no processo de licenciamento.

56 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 54 Assim como o grau de impacto não é expressamente mencionado na Licença Prévia do empreendimento, as licenças de Instalação do empreendimento não mencionam seu valor de referência, em que pese as seguintes licenças de Instalação se referirem à compensação ambiental e a respeito do atendimento das recomendações do Instituto Florestal de São Paulo, conforme segue: LI n. 500/08, de 04/04/2008: (I) 2.8 Atender às recomendações do Instituto Florestal de São Paulo referentes à interferência do empreendimento com os Parques Estaduais de Ilhabela e da Serra do Mar, conforme expresso na manifestação técnica n. 22/07, e indicado no parecer técnico CGPEG/Dilic/Ibama n. 151/08; (II) 2.9 Firmar em 120 dias junto à Secretaria Executiva de Compensação Ambiental, termo de compromisso referente ao cumprimento das medidas compensatórias previstas no artigo 36 da lei n de 2000, decorrente do significativo impacto ambiental identificado no processo de licenciamento ambiental, sob pena de suspensão dos efeitos desta licença. LI n. 514/08, de 03/06/2008: (I) 2.10 Atender às recomendações do Instituto Florestal de São Paulo referentes à interferência do empreendimento com os Parques Estaduais de Ilhabela e da Serra do Mar, conforme expresso na manifestação técnica n. 22/07, e indicado no parecer técnico CGPEG/Dilic/Ibama n. 151/08; (II) 2.12 A compensação ambiental, de que trata o artigo 36 da lei n /2000, deverá ser efetivada conforme orientações da Secretaria Executiva de Compensação ambiental. LO n. 999/11, de 28/02/2011: (I) 2.19 Atender às recomendações do Instituto Florestal de São Paulo referentes à interferência do empreendimento com os Parques Estaduais de Ilhabela e da Serra do Mar, conforme expresso na manifestação técnica n. 22/07, e indicado no parecer técnico CGPEG/Dilic/Ibama n. 151/08; (II) 2.23 Cumprir com as obrigações relativas à Compensação Ambiental de que trata o artigo 36 da lei n de 2000, após fixado em caráter final pelo Ibama o valor da compensação ambiental e a respectiva destinação de seus recursos, nos termos do decreto n /2009. Vale mencionar que a ata da 15ª. reunião do Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF), realizada em 27 de março de 2013, menciona que o valor da compensação ambiental, relativo ao Campo Mexilhão, de R$ ,00 teria sido definido em 1º. de abril de 2008, ou seja, na mesma data da emissão da Licença Prévia, LP n. 268/2008. O Valor de Referência 38 do Empreendimento estimado seria de R$ ,00 (cinco bilhões setenta e sete milhões e quinhentos mil reais), se considerarmos um GI de 0,5% e o valor de compensação ambiental mencionado. 38 Ver metodologia sobre cálculo de compensação ambiental, grau de impacto e valor de referência na página 76.

57 Distribuição dos recursos da compensação ambiental UCs estaduais: R$ ,00 a serem destinados às: Obrigatoriamente APA Marinha do Litoral Norte/SP, diretamente afetada. As deliberações da CCAF e CCA/SP a respeito da definição das UCs beneficiárias dos recursos da compensação ambiental foram iniciadas em 2013 e perduram até Nesse período, definiu-se a distribuição para as UCs municipais de Caraguatatuba diretamente afetadas, e o montante para as UCs estaduais e federais. Houve divergência entre as instâncias federal e estadual sobre a distribuição para as UCs estaduais, vez que a CCA/SP desconsiderou os critérios de priorização definidos pelo CCAF quanto às UCs diretamente afetadas. Em 2015, a decisão da CCA/SP foi corrigida e enviada à CCAF. Vejamos como se deu este processo. Em 27 de março de 2013, segundo ata da 15ª. reunião do Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) 39, o parecer técnico n. 3980/2013 (CCOMP/Dilic/Ibama) indicou as unidades de conservação que deviam receber recursos da compensação ambiental no valor de R$ ,00 (processo de CA n / ). O CCAF deliberou, acatando a sugestão de destinação dos recursos apresentada pelo Parecer Técnico Ibama, da seguinte forma: UCs municipais: R$ ,00 a serem distribuídos obrigatoriamente para as APA do Rio Juqueriquerê/SP e APA do Mar de Caraguatatuba/SP afetadas pelo empreendimento, a critério do órgão gestor do município de Caraguatatuba/SP; 39 Acesso às ATAS da CCAF A critério do órgão gestor do estado de São Paulo: ESEC Jureia-Itatins PE de Ilhabela; PE Xixová-Japuí; PE da Serra do Mar; PE da Ilha Anchieta; PE Marinho da Laje de Santos/SP. UCs federais: R$ foram destinados às UCs federais para serem distribuídos a a critério 40 do ICMBio, sendo: R$ ,00 para serem distribuídos a critério do ICMBio para as seguintes UCs: PN Serra da Bocaina/SP-RJ-MG, PN Marinho Abrolhos/BA, ESEC Tamoios/RJ, Rebio Marinha do Arvoredo/SC, PN do Cabo Orange/AP, Rebio Atol das Rocas/RN, PN Lençóis Maranhenses, Esec Tupiniquins/SP, RVS Santa Cruz/ES, Esec Guanabara/RJ, PN Superagui/ PR, Esec Tupinambás, PN Marinho Fernando de Noronha/PE. R$ ,00 para regularização fundiária, conforme demanda justificada do ICMBio em reunião, para outros biomas e fora da área de influência, pelo critério de volume excepcional de recursos, sendo: R$ 2,5 milhões para os PN Aparados da Serra/ SC e Serra Geral/RS-SC, R$ 1 milhão para o PN de São Joaquim/SC, R$ 1 milhão para o PN de São Joaquim/SC, R$ 1 milhão para o PN Grandes Sertão Veredas/MG-BA, R$ ,00 para o PN Serra do Itajaí/SC, R$ 1 milhão para o PN Serra do Divisor/AC e R$ 1 milhão para a Esec Terra do Meio/PA. Dessa forma, em 2013 o CCAF indicou as unidades de conservação que devem receber a compensação ambiental federal oriunda das atividades do Campo de Mexilhão/Petrobras 41 : 40 Aparentemente considerando os critérios de mesmos bioma ou área de influência definidos pelo Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF). 41 Parecer Técnico n 3980/2013 CCOMP/Dilic/Ibama. 55

58 Campo de Mexilhão Distribuição de Recursos da Compensação Ambiental Federal Total: R$ 25,38 milhões (CCAF) Valor UCs Gestão e aplicação R$ 200 mil APA do Rio Juqueriquerê/SP Obrigatoriamente CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 56 APA do Mar de Caraguatatuba/SP R$ 7 milhões R$ 18,18 milhões R$ 10,57 milhões R$ 7,61 milhões Fonte: Parecer Técnico n. 3980/2013 CCOMP/Dilic/Ibama. * APA- Área de Proteção Ambiental; Esec - Estação Ecológica; PE Parque Estadual. APA do Mar de Caraguatatuba APA Marinha do Litoral Norte/SP Esec Jureia-Itatins PEs de Ilhabela; Xixová-Japuí, da Serra do Mar e da Ilha Anchieta PEM Laje de Santos/SP Em de 26 de junho de 2013, conforme ata da 63ª. reunião da Câmara Estadual de Compensação Ambiental (CCA/SP) 42, após análise, a Câmara Estadual deliberou indicar ao Comitê Federal/ CCAF a aplicação do recurso do empreendimento Sistema de Produção de Gás Natural e Condensados do Campo de Mexilhão Bacia de Santos, conforme abaixo, e solicitar o depósito do recurso no Fundo Especial de Despesa para Preservação da Biodiversidade e dos Recursos Naturais (FPBRN): APA Marinha Litoral Norte: fiscalização - R$ ; Criação de novas unidades de conservação de proteção integral (ampliação de UCs visando à implantação do Mosaico de Paranapiacaba e sua conectividade com o Continuum da Serra do Mar): R$ ,00. Em 10 de dezembro de 2013, segundo a ata da 23ª. reunião do CCAF, a proposta feita pelo CCA/ SP não está em consonância com a destinação definida pelo CCAF, por desconsiderar as UCs selecionadas com base nos critérios aprovados por esse Comitê. O CCAF delibera por solicitar informações ao órgão gestor sobre a existência de plano de manejo na APAMLN e sobre a localização das áreas propostas para a criação 42 Priorizando UCs definidas pelo CCAF Priorizando demandas por volume excepcional de recursos A critério do órgão gestor do município Caraguatatuba/SP Obrigatoriamente A critério do órgão gestor do estado de São Paulo A critério do ICMBio A critério do ICMBio e ampliação de UCs de proteção integral propostas pelo estado de São Paulo, incluindo o shape dessas áreas para a verificação de atendimento aos critérios de mesmo bioma e/ou área afetada do empreendimento de significativo impacto ambiental. Em 31 de março de 2014, a CCA/SP 43, em sua 67ª. reunião, tendo em vista a solicitação feita pela CCAF, delibera uma orientação para que a Secretaria Executiva verifique as informações solicitadas, responda ao Comitê Federal e reforce a orientação anterior de que os gestores das UCs mantenham atualizadas as informações no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), determinando que seu preenchimento seja verificado antes da apresentação de novos planos de trabalho, condição necessária para sua aprovação. Em 29 de abril de 2014, na 27ª. reunião do CCAF 44, foi informado que a Secretaria do Meio Ambiente de Caraguatatuba encaminhou ofício no qual aponta o equívoco do EIA/Rima ao registrar as APAs do Rio Juqueriquerê e da APA do Mar de Caraguatatuba e que apresenta proposta de aplicação do montante de R$ ,00, provenientes da compensação no Acesso às atas do CCAF

59 Parque Natural Municipal/PNM do Juqueriquerê, especificamente na elaboração do plano de manejo e na aquisição de bens e serviços necessários à adequação na edificação da referida UC. O Comitê Federal delibera pela aprovação da proposta. Em 27 de agosto de 2014, o CCAF 45, em sua 30ª. reunião, analisa o Ofício CCA/SE n. 74/2014, que complementa a proposta anterior apresentada pela CCA/SP aprovando a aplicação do recurso de R$ ,00 em ações de fiscalização da APA Marinha Litoral Norte. Todavia informa que deve ser reapresentada proposição para aplicação do montante de R$ ,00, visto a proposta de ampliação de UCs para implantar o Mosaico do Paranapiacaba não ser considerada elegível segundo os critérios atuais para a destinação de recursos da compensação ambiental federal. Considerando a informação de que o CCAF pede que seja reapresentada proposta de aplicação do montante de R$ ,00, após análise, a CCA/SP em sua 69ª. reunião 46, realizada em 1º. de setembro de 2014, delibera indicar ao Comitê Federal a aplicação do recurso do empreendimento Mexilhão: Criação de novas UCs de proteção integral na Serra da Mantiqueira: R$ ; Ampliação do PE Serra do Mar: R$ Nota-se que novamente a CCA/SP desconsiderou a priorização das UCs na área diretamente afetada pelo empreendimento do Mexilhão. Por fim, em 14 de julho de 2015, na 72ª. reunião 47 da CCA/SP, aprovou-se a seguinte proposta de aplicação dos recursos, acatando sugestão realizada por meio de ofício encaminhado pela Fundação Florestal e critérios de priorização definidos pelo CCAF: Recursos de Compensação Ambiental Federal do Campo de Mexilhão destinados às UCs estaduais/sp: Proposta distribuição CCA/SP* Unidade de Conservação APA Marinha do Litoral Norte Recursos (R$ 7 milhões) R$ 4 milhões Atividade Ações de proteção e implantação do plano de manejo PE Ilhabela R$ 1 milhão Implantação do plano de manejo PE da Ilha Anchieta R$ 1 milhão Ações de proteção e implantação do plano de manejo PE Serra do Mar R$ 1 milhão Regularização fundiária 57 * Essa decisão da CCA-SP ainda deverá ser submetida à aprovação do CFCA para aprovação final. Fonte: 72ª. reunião da CCA/SP

60 A nova decisão da CCA/SP respeita o critério de destinação dos recursos da compensação ambiental do Mexilhão para as UCs estaduais afetadas pelo empreendimento. CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 58 Vale mencionar que tal deliberação ocorreu uma semana antes da reunião com os Conselhos de UCs do Litoral Norte, de 23 de julho de 2015, promovida pelo Observatório Litoral Sustentável/Mesa Diálogo sobre os Grandes Empreendimentos Litoral Norte em parceria com o Conselho Gestor da APAMLN, em que o presente estudo foi apresentado pelo Instituto Pólis. A reunião tratou do mapeamento e monitoramento das compensações ambientais, reunindo mais de 122 pessoas (especialmente conselheiros), e contou com a participação da presidente do CCA/SP e secretária adjunta de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Nota-se que o diálogo com a SMA/CCA-SP e Fundação Florestal estabelecido pelo Instituto Pólis e pela APAMLN para a organização e preparação do evento, o apontamento do equívoco das decisões que a Câmara Estadual vinha tomando sobre esse caso, somada à realização da reunião do Conselhão com expressiva participação social, foram determinantes para a mudança de posição do estado de São Paulo no caso concreto. A decisão da CCA/SP de 14 de julho de 2015 (72ª. reunião) prioriza a destinação dos recursos da compensação do Mexilhão referente às UCs estaduais para as unidades diretamente afetadas, com ênfase para a UC de usos sustentável marinha, a APAMLN. No caso da Plataforma de Mexilhão, até o presente momento, 28,4% (ou R$7,2 milhões) do montante de R$ 25,3 milhões da compensação ambiental estão sendo destinados às unidades de conservação identificadas pelo EIA na área de influência do empreendimento. Os recursos remanescentes (R$18,1 milhões) ainda serão distribuídos a critério do ICMBio, órgão gestor das unidades de conservação federais. Sendo que dessa parte, R$7 milhões serão destinados para outras regiões, considerando o volume excepcional de recursos.

61 Estudo de caso 2 Polo do Pré-sal Bacia de Santos Etapa 1 Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural 59 EIA, Mapa II.2.1-1: Mapa de localização das atividades a serem realizadas nas áreas do Pré-sal da Bacia de Santos Etapa 1 (testes de longa duração/tlds, Pilotos, Desenvolvimento de Produção e gasodutos). O Polo Pré-sal é uma área marítima localizada na porção central da Bacia de Santos, em frente aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde se encontram cinco campos de exploração: os Blocos BM-S-8 (Bem-te-vi), BM-S-9 (Sapinhoá), BM-S-10 (Paraty), BM-S-11 (Lula e Iara) e BM-S-24 (Júpiter). A atividade tem como um de seus objetivos a execução de testes de longa duração (TLDs) nos blocos a serem explorados, sendo que cada teste pode durar até seis meses. Os campos e blocos estão localizados a uma distância de varia entre 227 a 310 quilômetros de distância da costa, e a uma profundidade entre e metros de lâmina d água.

62 UCs indicadas no EIA CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 60 Segundo Estudo de Impacto Ambiental 48 referente ao Polo Pré-sal da Bacia de Santos Etapa 1, na área de influência dos TLDs, Pilotos e Desenvolvimento de Produção, são encontradas 106 unidades de conservação situadas no estado do Rio de Janeiro e 43 no estado de São Paulo. Totalizam 159 UCs (Quadro II , EIA, página 10-14, Meio Biótico 49 ) identificadas na área de influência da atividade, em 19 municípios 50. Vale destacar o critério utilizado para definir a área de influência da atividade. Segundo o EIA 51, o TR nº. 025/09 solicita que, além das UCs localizadas na área de influência da atividade, sejam contempladas no estudo as UCs cujas zonas de amortecimento estejam ou cujos limites distem menos de 10 quilômetros das áreas diretamente afetadas pelo empreendimento, conforme Resolução Conama nº. 13/1990. Ressalta-se, entretanto, que essa norma foi revogada pela Resolução Conama nº. 428/2010, que reduz a área de entorno de 10 quilômetros para 3 quilômetros, a partir dos limites da UC, para unidades sem zona de amortecimento estabelecida. A área de entorno tem objetivo semelhante à zona de amortecimento, que é o de restringir as atividades humanas, buscando minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Quanto à vulnerabilidade aos impactos potenciais da Etapa 1 do Pré-sal, o EIA afirma que: as UCs costeiras e marinhas podem sofrer maiores impactos da atividade, considerando o tráfego de embarcações de apoio e um possível vazamento de óleo. Além disso, a região costeira é mais vulnerável também sob o aspecto de interferências socioeconômicas, tendo em vista o desenvolvimento de uma infraestrutura para atender às demandas de atividades offshore, expectativas geradas pela produção no Pré-sal, especulação imobiliária etc. Nesse contexto, foram identificadas 98 UCs localizadas nessas regiões mais vulneráveis. (grifos nossos) Das 159 UCs, 27 são federais, 40 estaduais, 91 municipais e uma de esfera privada, entre as quais 73 classificadas como de uso sustentável, 55 de proteção integral e 31 não categorizadas no SNUC. Entre os municípios da área de influência, o Rio de Janeiro se destaca por possuir o maior número de UCs, sendo 57 registradas no total, enquanto São Vicente e Mongaguá apresentam o menor número, com apenas duas em cada. No estado de São Paulo, o EIA identificou 43 UCs na área de influência do empreendimento de significativo impacto ambiental da Etapa 1 do Pré-sal, da Petrobras: 48 EIA-REV01, NOV 2011: Cabo Frio, Maricá, Niterói, Rio de Janeiro, Itaguaí e Mangaratiba, no estado do Rio de Janeiro, e Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela, Bertioga, Guarujá, Cubatão, Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, no estado de São Paulo. 51 Página 9 do II.5 Diagnóstico Ambiental II.5.2 Meio Biótico:

63 19 UCs de uso sustentável APA Marinha do Litoral Norte APA Marinha do Litoral Centro APA Alcatrazes APA Ilha de Itaçucé APA de Cananeia- Iguape-Peruíbe APA Santos-Continente 14 UCs de proteção integral Esec de Tupinambás Esec dos Tupiniquins Esec Jureia-Itatins PARNA da Serra da Bocaina 10 UCs não categorizada no SNUC 52 PM do Cantagalo PM Ilha Rio da Praia ARIE de São Sebastião ARIE Ilhas Queimada Grande e Queimada Pequena ARIE Ilha Ameixal RPPN Morro do Curussú-Mirim RPPN Sítio do Jacu RPPN Reserva Rizzieri RPPN Toque Toque Pequeno RPPN Ecofuturo RPPN Hércules Florence RPPN Costa Blanca RPPN Tijucopava RPPN Marina do Conde RPPN Carbocloro S/A PE da Ilha Anchieta PE da Serra do Mar PE da Ilhabela PE Restinga de Bertioga PE Marinho da Laje de Santos PE Xixová-Japuí PNM do Vilão PNM dos Manguezais do Rio Preto PNM da Restinga do Guaraú PNM do Bougainvillee ANT Núcleo Caiçara de Picinguaba ANT Ilhas do Litoral Paulista ANT Serra do Mar e de Paranapiacaba Aspe do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar) Aspe do Costão de Boiçucanga Aspe Costão do Navio Parque Ecológico do Perequê Parque Ecológico Cotia-Pará AEIA: Área de Especial Interesse Ambiental; ANT: Área Natural Tombada; APA: Área de Proteção Ambiental; APARU: Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana; ARIE: Área de Relevante Interesse Ecológico; Aspe: Área Sob Proteção Especial; Esec: Estação Ecológica; MN: Monumento Natural; Parna: Parque Nacional; PE: Parque Estadual; PM: Parque Municipal; PNM: Parque Natural Municipal; RPPN: Reserva Particular do Patrimônio Natural; RVS: Refúgio da Vida Silvestre. 61 Valor da compensação ambiental O grau de impacto (GI) para todos os empreendimentos da Etapa 1 do Pré-sal é definido por meio da Licença Prévia nº. 439/12, de 13/09/2012, referente ao licenciamento da Atividade de Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural do Polo Pré-sal da Bacia de Santos Etapa 1, a qual estabelece por meio do Item 2.12 a compensação ambiental como condicionante e define grau de impacto (GI) em 0,5%. O valor de referência (VR) da Etapa 1 como um todo é de R$ ,00 (dezenove bilhões, quatrocentos e sessenta e dois milhões e quinhentos mil reais), conforme dispõe parecer técnico CGPEG/Dilic/Ibama, nº. 347/12 de 19/10/12: Em atenção ao estabelecido na Instrução Normativa Ibama nº. 8, de 14 de julho de 2011, a Petrobras, por meio da correspondência UO- BS/SMS/MA 0514/2012 de , confirmou o valor de referência do empreendimento em R$ ,00 (dezenove bilhões, quatrocentos e sessenta e dois milhões e quinhentos mil reais), indicando que os valores dos projetos e programas para mitigação de impactos, bem como valores relativos às garantias e custos com apólices e prêmios e seguros pessoais e reais não estão considerados no valor. No entanto, para fins de destinação de recursos da compensação ambiental, a definição do valor de referência tem sido individualizada para cada empreendimento compreendido na Etapa 1 do Pré-Sal, considerando que esses têm distintas licenças de instalação. 52 Estar cadastrada no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) é requisito para poder receber recursos da compensação ambiental.

64 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 62 Assim, a Etapa 1 do Polo Pré-sal, até o presente momento 53, teve definição quanto à compensação ambiental de montante de R$ 51,1 milhões, correspondente ao valor estimado de referência de R$ 10,2 bilhões de investimento em Sistema de Produção Antecipada/SPA, Sistemas de Ancoragem, Gasodutos, Navios Tanque/ FPSO (unidade de produção), FPSP e Linhas dos Pilotos dos Sistemas de Produção e Escoamento de Óleo e Gás. Etapa 1 Pré-sal (licenciamento até julho de 2015) Empreendimentos (i) Sistema de produção antecipada (SPA) de Sapinhoá Norte, Campo de Sapinhoá; (ii) Sistema de ancoragem e linhas dos Pilotos dos Sistemas de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Lula Nordeste, Campo de Lula, e de Sapinhoá, Campo de Sapinhoá; (iii) Gasodutos de Sapinhoá-Lula, Lula NE- Lula e Lula NE-Iracema FPSP Cidade de São Paulo, Piloto do Sistema de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Sapinhoá FPSO 54 Cidade de Paraty, unidade de produção responsável pelo Piloto do Sistema de Produção e Escoamento de Óleo e Gás de Lula Nordeste, Campo de Lula FPSO BW Cidade de São Vicente unidade de produção responsável pelo Sistema de Produção Antecipada (SPA) de Lula Sul, Campo de Lula Total Os valores de referência e de compensação ambiental de cada um dos licenciamentos mencionados acima estão dispostos na tabela abaixo, assim como a fonte da informação: Valor de referência do empreendimento ,00 (5 bilhões) Fonte: Parecer técnico CGPEG/ Dilic/Ibama, nº 347/12 de 19/10/12, referente ao requerimento de LI R$ ,00 (2,3 bilhões) Fonte: Parecer técnico (CEGPEG/ Dilic/Ibama, 410/12, de 07/12/2012) relativo a requerimento da LI R$ ,00 (2,2 bilhões) Fonte: Parecer CEGPEG/Dilic/Ibama nº /2013, de 19/03/2013 R$ ,00 (estimado a partir do valor da compensação ambiental R$ 560 milhões) Fonte: não encontramos indicação do VR em parecer ou requerimento de licença R$ ,00 (10,2 bilhões) Valor compensação ambiental* R$ ,00 Fonte: LI 890/12 (retificada), de 07/12/2012, item 2.9 R$ ,00 Fonte: LI 903/2012, de 07/02/2012, item 2.8 R$ ,50 Fonte: LI 922/13, de 20/03/2013, item 2.6 R$ ,65 Fonte: LI 932/13, de 30/04/2013, item 2.6 R$ ,15 (51,1 milhões) *Os valores são os definidos no momento da emissão da Licença de Instalação ou da decisão do órgão responsável pela decisão sobre sua destinação, dependendo do caso. Esses valores deverão ser reajustados pela taxa SELIC no momento de sua execução /07/ Floating Production, Storage and Offloading Vessel Navio tanque que recebe o óleo dos poços produtores, processa o produto como se fosse uma plataforma de produção, armazena e abastece outros navios através de linhas flexíveis. Ver glossário EIA:

65 Distribuição dos recursos da compensação ambiental Em 31 de julho de 2014, o Comitê Federal de Compensação Ambiental (CCAF), segundo ata de sua 29ª. reunião, definiu a distribuição dos recursos da compensação ambiental decorrentes do processo de licenciamento no valor de R$ , Esse valor corresponde às compensações ambientais de dois dos cinco campos de exploração de petróleo, o BM-S- 9 (Sapinhoá) e o BM-S-11 (Lula e Iara), que possuem licenças de instalações com valores da compensação já calculados. Conforme disposto na ata: O Parecer Técnico nº /2014 CCOMP/Ibama elencou as UCs mais bem classificadas seguindo os parâmetros definidos pelo CCAF, ressaltando que 30% do montante total deverão ser destinados ao ICMBio, pois o valor da compensação ambiental é considerado de valor excepcional. Já a Nota Técnica nº /2014 recomenda que a APA Marinha Litoral Centro e a APA Marinha Litoral Norte, ambas em São Paulo, localizadas nas rotas que ligam o polo produtor aos portos de Santos e São Sebastião, respectivamente, sejam consideradas na análise de destinação da compensação ambiental. [grifos nossos] O Comitê Federal delibera o seguinte sobre a distribuição dos R$ 57,7 milhões decorrentes da compensação ambiental do licenciamento da Etapa 1 do Pré-sal (BM-S-9 Sapinhoá e BM-S-11 Lula e Iara): UCs estaduais do estado de São Paulo: o montante de R$ ,00 a ser aplicado obrigatoriamente na APA Marinha Litoral Centro e a APA Marinha Litoral Norte e a critério do órgão gestor, no PE da Serra do Mar, PE da Ilha Anchieta e PE de Ilhabela; 55 A diferença entre o valor definido pela soma das licenças de instalação (R$51,1 milhões) e o valor deliberado pelo CCAF (R$ 57,7 milhões) ocorre em razão da adição da taxa Selicno montante originalmente calculado, uma vez que o empreendedor, a essa altura do processo, ainda não realizou o depósito em conta, razão pela qual também não há aplicação dos recursos antes da execução. Segundo informações obtidas junto à Câmara Federal de Compensação Ambiental, quando de fato se inicia a execução da compensação ambiental poderá se optar pela execução direta, na qual o empreendedor realiza os pagamentos do que foi apontado como demanda pelo órgão gestor da unidade de conservação, diretamente ao fornecedor do produto ou serviço ou pela execução indireta, em que o valor é depositado em uma conta jurídica da Caixa Econômica Federal que fica à disposição do órgão gestor da unidade. Nessa conta ocorre a correção dos valores conforme a variação da poupança. UCs estaduais do Rio de Janeiro: o montante de R$ ,00, a ser dividido, a critério do órgão gestor, entre Parque Estadual da Ilha de Tiririca, PE da Ilha Grande e PE da Praia do Sul; UCs federais: o montante de R$ ,74 a ser aplicado da seguinte forma: PN da Lagoa do Peixe/RS, R$ ,74 para regularização fundiária; PN Fernando de Noronha/PE, R$ ,00 para aquisição de três barcos para ações de proteção nas unidades de conservação do litoral brasileiros, conforme acordo de cooperação a ser firmado com o Ministério da Marinha do Brasil. Excepcional volume de recursos: R$ ,75 para o PN das Sempre Vivas/MG 56, correspondendo a 30% do total da compensação ambiental, a serem aplicados na regularização fundiária, conforme justificativa oral do ICMBio, considerando as disputas territoriais na unidade. Em 5 de dezembro de 2014, na 70ª. reunião da Câmara de Compensação Ambiental do Estado de São Paulo (CCA/SP), deliberouse sobre um dos pontos de pauta que se referia a solicitações do Comitê Federal/CCAF para indicação de aplicação de recursos de empreendimento de licenciamento federal, disponibilizados às UCs Estaduais de São Paulo e referentes à compensação do Polo Pré-sal da Bacia de Santos Etapa 1 no valor de R$ ,00, sendo que os recursos devem atender: À APA Marinha do Litoral Centro (obrigatório); À APA Marinha do Litoral Norte (obrigatório); Ao PE Serra do Mar (a critério do órgão gestor); Ao PE Ilhabela (a critério do órgão gestor); Ao PE Ilha Anchieta (a critério do órgão gestor). A CCA/SP deliberou solicitar à Fundação Florestal o pronto-atendimento dessa demanda, ou seja, a realização da indicação da 56 O Parque Nacional das Sempre-Vivas situa-se na Serra do Espinhaço, no divisor de águas das bacias dos rios São Francisco e Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, Brasil, a 300 quilômetros de Belo Horizonte aproximadamente. 63

66 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 64 distribuição dos R$ 6 milhões da compensação do Pré-sal Etapa 1, conforme critérios definidos pelo CCAF. Em 14 de julho de 2015, na 72ª. reunião 57 da CCA/SP, em relação à aplicação dos recursos da compensação federal da Etapa 1 do Pré-sal para as UCs estaduais de São Paulo, o item foi retirado de pauta pela Fundação Florestal, no intuito de melhor verificar junto ao Ibama o rol de unidades de conservação elencadas por aquele órgão, uma vez que a Fundação Florestal entende que não foram consideradas todas as UCs impactadas diretamente pelos empreendimentos em questão. Etapa 1 do Polo Pré-sal Distribuição de recursos de compensação ambiental Total: R$ 57,7 milhões (CCAF) Conforme apresentado, verificamos que do total da compensação ambiental federal da Etapa 1 do Pré-sal (R$ 57,70 milhões) distribuído pelo CCAF até o momento corresponde ao montante de R$ 40,39 milhões. Desses apenas R$ 6 milhões foram destinados para unidades de conservação do estado de São Paulo. Valor UCs Gestão e aplicação R$ 6 milhões APAs Marinha Litoral Obrigatoriamente UCs estaduais do estado de São Paulo Centro e Litoral Norte PEs da Serra do Mar, da Ilha Anchieta e de Ilhabela. A critério do órgão gestor R$ 4 milhões PEs da Ilha de Tiririca, da UCs estaduais do Rio de Janeiro Ilha Grande e da Praia do Dividido a critério do órgão gestor Sul R$ 6,39 milhões PN da Lagoa do Peixe Para regularização fundiária R$ 30,39 milhões UCs federais R$ ,75 Excepcional volume de recursos R$ 24 milhões PN Fernando de Noronha (30% do total da ação ambiental) PN das Sempre Vivas/ MG 58 Aquisição de três barcos para ações de proteção de unidades de conservação do litoral brasileiro, conforme acordo de cooperação a ser firmado com o Ministério da Marinha do Brasil. Regularização fundiária O Parque Nacional das Sempre-Vivas situa-se na Serra do Espinhaço no divisor de águas das bacias dos rios São Francisco e Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, Brasil, a 300 quilômetros de Belo Horizonte aproximadamente.

67 Menos de 20% dos recursos da compensação ambiental foram destinados para UCs identificadas pelo EIA como estando na área de influência do empreendimento. Chama a atenção que enquanto as UCs da área de influência do empreendimento receberam no total R$ 10 milhões (17,33%), as UCs da zona costeira, que não estão na área de influência, mais de quatro vezes mais, ou R$ 47,7 milhões, o que representa 82,67% do montante total de recurso. Diante a decisão da CCAF que não priorizou a distribuição dos recursos da compensação para região diretamente afetada, o Ministério Público do Estado de São Paulo interpôs Ação Civil Pública Ambiental (ACP) conjunta do GAEMA da Baixada Santista e do Litoral Norte de São Paulo face ao Ibama e à Petrobras, em 30 de abril de Na ACP foi solicitada: A suspensão da deliberação de 31/07/2014 do Comitê Federal de Compensação Ambiental (CCAF), ata da 29ª. Reunião, e que Petrobras e Ibama se abstenham de firmar qualquer termo de compromisso referente a essa compensação; Determinar que o Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCFA) proceda a destinação da compensação ambiental do processo CA / , Licenciamento Ambiental nº /09, de acordo com as regras inscritas no artigo 36 da lei do SNUC e da Resolução Conama nº. 371/2006, destinando às unidades de conservação situadas nos municípios indicados como área de influência do empreendimento valor não inferior a 50% do montante. Em decisão liminar do Tribunal Regional Federal da 3ª Região de 11 de maio de 2016, o pedido de antecipação de tutela da ACP foi deferido em parte, determinando a suspenção do repasse às unidades de conservação não diretamente afetadas pelo empreendimento da Etapa 2 do Pré-sal, até a sentença de mérito, pelo 1º Grau de Jurisdição. 65

68 Estudo de caso 3 Polo do Pré-sal Bacia de Santos Etapa 2 Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 66 A Atividade de Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural do Polo Pré- -sal da Bacia de Santos Etapa 2 consiste na instalação e operação das seguintes atividades: seis Testes de Longa Duração (TLD), um Sistema de Produção Antecipada (SPA), 13 Projetos de Desenvolvimento de Produção (DP) e 15 trechos de gasodutos. UCs indicadas no EIA No diagnóstico ambiental do EIA da Etapa 2 do Pré-sal 59, foram identificadas 163 unidades de conservação na sua área de influência, das quais 72 são de proteção integral, sendo as demais de uso sustentável. Quanto à esfera administrativa responsável pela gestão das UCs, nota-se uma participação maior dos municípios (63,2%), seguidos pelas UCs estaduais (15,33%) e as particulares (14,72%) e sendo o menor número de UCs federais (6,75%). No entanto, diferentemente do EIA relativo à Etapa 1 do Pré-Sal, o EIA relativo à Etapa 2 Rev/outubro de 2013), lista 27 Unidades de Conservação que apresentam potencialidade de sofrer impactos (EIA, Item II Impactos previstos sobre as Unidades de Conservação, p.66 e 318), que devem ser consideradas as indicadas para fins de recebimento dos recursos da compensação ambiental: APA Cairuçu, APA da Bacia do Rio São João- Mico Leão, APA de Mangaratiba, APA de Tamoios, APA do Morro da Viração, APA do Morro do Gragoatá, APA Ilha de Itaçucê, APA Marinha do Litoral Centro, APA Marinha do Litoral Norte, APA Santos-Continente, ARIE da Baía de Guanabara, ARIE de São Sebastião, MN do Arquipélago das Ilhas Cagarras, 59 Fonte: Ibama MN Praia do Sossego, PARNA Bocaina, PE Costa do Sol, PE Cunhambebe, PE da Ilha Grande, PE da Pedra Branca, PE da Serra da Tiririca, PE de Ilhabela, PE Marinho da Laje de Santos, PE Marinho do Aventureiro, PE Restinga de Bertioga, PE Serra do Mar, PE Xixová-Japuí, REBIO da Praia do Sul. Valor da compensação ambiental Com valor total de referência fixado em R$ 120 bilhões 60, a Etapa 2 do Polo Pré-sal da Bacia de Santos tem Grau de Impacto (GI) estabelecido em 0,5%, de acordo com o Ibama 61. Até abril de 2015, o valor da compensação ambiental já definido para essa etapa somava R$ 68,21 milhões, correspondendo a um valor de referência dos empreendimentos de R$ 13,64 bilhões. Dispõe o Parecer / CGPEG/IBAMA, de 22 de setembro de 2014 que Através da correspondência DE&P 0121/2014, de 19/9/2014, a Petrobras confirmou que o Valor de Referência para a Atividade de Produção e 60 Parecer / CGPEG/Ibama, de 22 de setembro de LP n. 0491/2014, de 12/09/2014, item 2.13 (para todos os empreendimentos da Etapa 2 do Pré-sal).

69 Escoamento de Petróleo e Gás Natural do Polo Pré-sal da Bacia de Santos Etapa 2 é de R$ ,00 (cento e vinte bilhões de reais), apresentando o seguinte detalhamento: Cinco DPs afretados FPSO Cidade de Iela, FPSO Cidade de Itaguaí, FPSO Cidade de Maricá, FPSO Cidade de Saquarema e FPSO Cidade de Caraguatatuba e seus respectivos gasodutos média de R$ ,00 (sete bilhões de reais) cada; Oito DPs próprios P-66, P-67, P-68, P-69, P-74, P-75, P-76 e P-77 e seus respectivos gasodutos média de R$ ,00 (dez bilhões de reais) cada; Para fins de destinação de recursos da compensação ambiental, a definição do valor de referência tem considerado individualmente cada empreendimento compreendido na Etapa 2, levando em conta que esses têm distintas licenças de instalação. Assim, a Etapa 2 até o presente momento teve definição quanto à compensação ambiental dos seguintes empreendimentos: FPSO Cidade de Ilhabela e para o gasoduto de Sapinhoá Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Sapinhoá Norte Campo de Sapinhoá; Três TLDs com o FPWSO Dynamic Producer média de R$ ,00 (duzentos e cinquenta milhões) cada; Quatro TLDs/SPAs com o FPSO BW Cidade de São Vicente média de R$ ,00 (quinhentos e cinquenta milhões) cada. Trecho de gasoduto interligando a Área de Lula à Área de Franco em torno de R$ ,00 (um bilhão e setecentos milhões de reais). Recursos de compensação ambiental Etapa 2 do Polo Pré-sal Valores já definidos Total: R$ 68,21 milhões (CCAF)** FPSO BW Cidade de São Vicente, Teste de Longa Duração TLD do Entorno de Iara; FPSO Cidade de Itaguaí Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Lula Área de Iracema Norte. Os valores de referência e de compensação ambiental de cada um dos licenciamentos mencionados acima estão dispostos na tabela abaixo, assim como a fonte da informação: 67 Empreendimento / Atividades* Etapa 2 Pré-sal (licenciamento até julho de 2015) Total FPSO Cidade de Ilhabela e para o gasoduto de Sapinhoá Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Sapinhoá Norte Campo de Sapinhoá FPSO BW Cidade de São Vicente, Teste de Longa Duração TLD do Entorno de Iara FPSO Cidade de Itaguaí Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Lula Área de Iracema Norte Valor de referência** R$ ,00 Fonte: Parecer / CGPEG/Ibama R$ ,00 Fonte: Parecer / CGPEG/Ibama, de 07/01/2015 R$ ,00 Fonte: Parecer / CGPEG/ Ibama, de 09/04/2015 R$ ,00 (13,6 bilhões) Valor compensação ambiental** R$ ,00 Fonte: LI 890/12 (retificada), de 07/12/2012, item 2.9 R$ ,88 Fonte: LI 1042/2015, de 08/01/2015, item 2.8 R$ ,00 Fonte: LI 1056/2015, de 13/04/2015, item 2.8 R$ ,88 (68,2 milhões) * Atividades: 5) FPSO Cidade de Ilhabela e para o gasoduto de Sapinhoá Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Sapinhoá Norte Campo de Sapinhoá; 6) FPSO BW Cidade de São Vicente, Teste de Longa Duração TLD do Entorno de Iara; 7) FPSO Cidade de Itaguaí Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Lula Área de Iracema Norte. ** Fontes: Licenças de instalação e pareceres técnicos do CGPEG/Dilic/Ibama.

70 CADERNO TEMÁTICO 1 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ESTUDOS DE CASO DO LITORAL PAULISTA 68 Distribuição dos recursos da compensação ambiental Até o presente momento, em relação aos recursos da compensação ambiental da Etapa 2 do Pré-sal, só identificamos andamento do processo decisório no âmbito do Comitê Federal relativo à destinação dos recursos decorrentes do licenciamento do FPSO Cidade de Ilhabela e para o gasoduto de Sapinhoá Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Sapinhoá Norte Campo de Sapinhoá, no valor de R$ ,20 62, realizado na reunião 34ª. do Comitê Federal de Compensação Ambiental, realizada em 10 de dezembro de FPSO Cidade de Ilhabela / Agência Petrobras Segundo a ata da reunião nº. 34, de 10 de dezembro de 2014, o Parecer Técnico n / CCOMP/Ibama elenca unidades de conservação mais relevantes para receberem recursos da compensação, ressaltando que a EE de Tamoios, a APA de Tamoios e a APA Marinha Litoral Centro devem obrigatoriamente ser contempladas, por serem diretamente afetadas por rotas de embarcações aliviadoras. FPSO Cidade de Ilhabela Campo Sapinhoá Norte: unidade marítima de produção do Campo de Sapinhoá Norte, parte da atividade de produção e escoamento de petróleo e gás natural do Polo Pré-sal da Bacia de Santos Etapa 2 62 A diferença entre o valor definido pela soma das licenças de instalação e o valor deliberado pelo CCAF se dão em razão da adição da taxa SELIC no montante originalmente calculado, conforme já mencionado.

71 O Comitê deliberou pela seguinte destinação do montante de R$ 36,2 milhões: Recursos de compensação ambiental Etapa 2 do Polo Pré-sal: FPSO Cidade de Ilhabela / Sapinhoá Valores já definidos Total: R$ 36,2 milhões de CA de VR de 6,9 bilhões (CCAF) Recursos recebidos; 34,6 milhões da compensação ambiental federal/ccaf Devem receber obrigatoriamente recursos Podem receber recursos a critério do órgão gestor UCs estaduais de São Paulo UCs estaduais do Rio de Janeiro UCs federais R$ ,00 R$ ,00 R$ ,20 APA Marinha Litoral Centro PE Xixová-Japuí PE Ilha Anchieta PE Ilhabela PE Marinho da Laje de Santos RVS Abrigo e Guararitama EE Jureia-Itatins PE da Serra do Mar PE do Itinguçú PE do Prelado EE Chauás PE Ilha do Cardoso PE Lagamar e Cananeia APA Tamoios PE da Ilha Grande PE da Serra da Tiririca RB Estadual da Praia do Sul RB de Guaratiba PE do Cunhambebe EE Tamoios RB Marinha do Arvoredo EE de Carijós EE dos Tupiniquins EE de Tupunambás EE da Guanabara PN Marinho dos Abrolhos PN da Lagoa do Peixe MN do Arquipélago das Ilhas Cagarras RVS de Santa Cruz PN do Cabo Orange RVS Ilha dos Lobos RB do Atol das Rocas PN de Fernando de Noronha PN dos Lençóis Maranhenses PN de Jericoacoara PN da Serra da Bocaina PN da Restinga de Jurubatiba PN do Superagui PN de Saint-Hilaire/Lange RB dos Comboios EE de Guaraqueçaba RB de UMA EE do Taim PN do Monte Pascoal EE de Maracá-Jipioca RVS de Uma RB de Santa Isabel RB do Lago Pirituba 69 Dos três empreendimentos da Etapa 2 do Pré-sal que já definiram valores para compensação ambiental, estava em andamento, até janeiro de 2015, apenas o processo relativo à distribuição de recursos oriundos do projeto do navio plataforma FPSO Cidade de Ilhabela e o gasoduto de Sapinhoá (no âmbito do CCAF 63 ). Dos R$ 36,2 milhões destinados para compensação ambiental, apenas R$ 3,75 milhões foram para as unidades de conservação do estado de São Paulo. Até a data desta edição não identificamos nas atas das reuniões da CCA do estado de São Paulo definição no âmbito estadual em relação a esses R$ 3.75 milhões destinados pelo CCAF. 63 Reunião n. 34 do Comitê de Compensação Ambiental Federal, realizada em 10 de dezembro de 2014, sobre destinação dos recursos decorrentes do licenciamento do FPSO Cidade de Ilhabela e para o gasoduto de Sapinhoá Desenvolvimento da Produção e Escoamento de Sapinhoá Norte Campo de Sapinhoá.

72 70 3 APA Marinha Litoral Norte / Sistema Ambiental Paulista 4

73 Considerações finais e recomendações 71 Apresentamos a seguir as recomendações gerais da Mesa de Diálogos sobre os Grandes Empreendimentos do Litoral Norte e os encaminhamentos da reunião conjunta da Mesa de Diálogos e do Conselho de Unidades de Conservação do Litoral Norte (Conselhão).

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