Pensamento Sociológico Brasileiro
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- Alice Caminha de Caminha
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1 Pensamento Sociológico Brasileiro
2 Nina Rodrigues O intuito central de As Raças Humanas earesponsabilidade Penal no Brasil é determinar se pode-se ou não considerar negros e índios - as raças inferiores, na visão do autor responsáveis criminalmente. Questiona-se se os selvagens africanos e americanos e mesmo os mestiços têm discernimento e livre arbítrio, pressupostos para a responsabilidade d penal nos moldes do direito italiano (em que se baseava o brasileiro); se o convívio com a civilização europeia seria capaz de imputar-lhes a consciência necessária para que se tornassem cidadãos d verdadeiramente iguais.
3 Nina Rodrigues Difere entre a visão sobre negro eoíndio pornina Rodrigues o reconhecimento da capacidade do primeiro de emulação louvável. Da observação do processo de ascensão econômica e social na sociedade branca, ele desenvolveria a capacidade de imitar os brancos em empresas audaciosas. No entanto, o negro brasileiro, assim como o mestiço, tendo emsi os instintos t brutais doafricano, fi nunca seria capaz chegar aos altos postos da sociedade e continuaria a formar o grosso contingente do delito edocrime.
4 Nina Rodrigues O tratamento de Nina Rodrigues sobre negros e índios os exclui de participação consciente e significativa ifi na sociedade d branca civilizada. ili Ainda assim, o autor reconhece a existência de indivíduos expoentes entre as raças inferiores, principalmente p entre os mestiços. Há negros e pode haver índios que valham mais do que brancos para os quais a responsabilidade penal deveria ser completa. Fora esses casos raros, negros e índios deveriam ter atenuada a sua responsabilidade penal, por sua incapacidade de igualarem-se moral e intelectualmente aos brancos.
5 Oliveira Vianna Oliveira Vianna faz um estudo detalhado da composição de cada uma das três raças formadoras da amálgama brasileira. Tudo sob o prisma do racismo e da eugenia. Assim, Vianna produz uma obra que estuda ampla e cuidadosamente o caldeamento formador do povo brasileiro
6 Oliveira Vianna Muito importa na construção do pensamento de Oliveira Vianna a ideia da eugenia. Através dela, os indivíduos de características mais louváveis poderiam sobrepujar o sangue inferior. Esse processo estaria ligado necessariamente a uma preponderância do componente branco na mestiçagem. Isso se deveria ao fato de que mesmo os indivíduos mais eugênicos das raças indígena e negra não seriam equiparáveis ao exemplar da eugenia branca - o dólico louro.
7 Oliveira i Vianna Como estivesse a organização do Estado intrinsecamente ligada ao caráter de seus componentes, era necessário um embranquecimento da população p para que a administração pública pudesse ser eficiente. Esse embranquecimento deveria ser conduzido por um Estado forte, para que, até que se alcançasse uma composição étnica satisfatória, os componentes raciais inferiores fossem mantidos sob controle.
8 Oliveira i Vianna NãosóapotencialidadeeugenísticadoH. afer é reduzida em si mesma, como, posta em função da civilização ili organizada pelo homem da raça branca, ainda mais reduzida se torna. O negro puro nunca poderá, com efeito, assimilar completamente a cultura ariana, mesmo os seus exemplares mais elevados: a sua capacidade de civilização, a sua civilizabilidade, não vai além da imitação, mais ou menos perfeita, dos hábitos e costumes do homem branco. (O. Vianna, Evolução do Povo Brasileiro, pp )
9 Oliveira Vianna e Nina Rodrigues O principal ponto de diferenciação entre Oliveira Vianna e Nina Rodrigues, nos textos em questão, é seu posicionamento em relação à miscigenação. Enquanto Nina Rodrigues tem um olhar absolutamente negativo sobre a mistura do branco com as raças inferiores, Vianna toma uma posição esperançosa. Para ele, ainda que as raças negra e índia sejam inferiores, i a seleção dos tipos eugênicos de cada raça e a preponderância do componente branco no sangue do mestiço pode solucionar o problema da intrusão dos caracteres incivilizados no povo brasileiro.
10 Sergio Buarque de Holanda Sérgio Buarque sugere em Raízes do Brasil que, do ponto de vista metodológico, o conhecimento do passado deve estar ligado aos problemas do presente. Dentre os intelectuais alemães mais falados na época, Sérgio Buarque encontra identificação na obra de Max Weber, cujo exemplo mais claro de sua influência em Raízes é a metodologia dos contrários.
11 Sergio Buarque de Holanda O Homem Cordial aborda características próprias do brasileiro como consequências dos traços do passado. Sérgio Buarque começa o livro falando sobre nossas origens remotas, os países ibéricos Portugal e Espanha -, que, menos europeizados que os demais países europeus, não tiveram uma hierarquia feudal tão enraizada, tendo como consequência disso uma frouxidão organizacional trazida ao Brasil, além de uma burguesia mercantil precoce em relação aos demais, que não gostava de trabalho físico, do trabalho regular e das atividades utilitárias, mas sim de serem senhores.
12 Sergio Buarque de Holanda A frouxidão das instituições abriu portas para o tradicional personalismo, para a cultura da personalidade que, segundo Sérgio Buarque, é o traço mais decisivo na evolução dos hispânicos: Pela importância i particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional (p. 4).
13 Sergio Buarque de Holanda O homem cordial é aquele que vem da família, é o homem hospitaleiro e generoso. No entanto, sua polidez é apenas aparente, um disfarce que serve de defesa ante a sociedade, preservando a sensibilidade e emoções do indivíduo e mantendo sua supremacia ante o social. A manifestação de respeito, por exemplo, aqui no Brasil, concretiza-se no desejo de estabelecer intimidade: os tratamentos pelo diminutivoi i ou pelo primeiro i nome são exemplos disso. Dessa forma, é possível aproximar pessoas e objetos dos sentidos e do coração, demonstrando um certo horror à distância.
14 Sergio Buarque de Holanda A urbanização no Brasil, irregular que foi, criou um desequilíbrio social. O peso da família tradicional dificultou a formação da sociedade d urbana moderna. No Brasil, círculo familiar e família patriarcal, muitas vezes são confundidos com Estado. Sérgio Buarque afirma e reafirma que são completamente diferentes, explicando que um comportamento pessoal e familiar não funciona numa burocracia democrática, pois um é individual e o outro é coletivo, um é privado e o outro é público.
15 Sergio Buarque de Holanda O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. ( ) Há nesse fato um triunfo do geral sobre o particular, do intelectual sobre o material, do abstrato sobre o corpóreo e não uma depuração sucessiva (p. 101).
16 Gilberto Freyre Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala buscou nos diários dá dos senhores es de engenho e na vida pessoal de seus próprios p antepassados a história do homem brasileiro. As plantações de cana em Pernambuco eram o cenário das relações intimas e do cruzamento das tê três raças: índios, africanos e portugueses.
17 Gilberto Freyre Ao escrever sobre as características gerais da colonização portuguesa e a formação da família e da sociedade brasileira, Gilberto Freyre foi o primeiro sociólogo a substituir a ideia de raça pela de cultura. Democraticamente, valorizou as contribuições indígenas, africanas e europeias, concedendo relevância justa às influências dessas culturas na formação da identidade brasileira.
18 Gilberto Freyre Do mito da escravidão cordial ao mito da democracia racial A ideia de que a escravidão no Brasil era mais branda ou mais suave do que nos EUA ou no Caribe tem suas raízes no próprio período escravista. uma visão idílica da escravidão e da civilização do engenho. Um sistema patriarcal, paternalista, cordial, afetivo. intenso relacionamento sexual e miscigenação. intensa troca cultural entre escravos e senhores.
19 Fontes Interpretações do Brasil- Walter B. Gaspar 2010
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