40º ENCONTRO NACIONAL DA ANPOCS ST27 RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA AMÉRICA LATINA

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1 40º ENCONTRO NACIONAL DA ANPOCS ST27 RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA AMÉRICA LATINA A CONSTRUÇÃO DA AGÊNCIA BRASILEIRO-ARGENTINA DE CONTABILIDADE E CONTROLE DE MATERIAIS NUCLEARES (ABACC) Helen Miranda Nunes Doutoranda em História, Política e Bens Culturais pelo CPDOC - Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ)

2 A CONSTRUÇÃO DA AGÊNCIA BRASILEIRO-ARGENTINA DE CONTABILIDADE E CONTROLE DE MATERIAIS NUCLEARES (ABACC) Helen Miranda Nunes Resumo: Neste ano, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) faz aniversário de 25 anos de existência. A ABACC é a única agência binacional de salvaguardas nucleares no mundo e tem como objetivo mostrar transparência nos programas nucleares do Brasil e da Argentina e a confiança mútua em tema tão sensível. Historicamente, o relacionamento bilateral foi marcado pela cordialidade oficial, com momentos de desconfiança. Em 1980, Argentina e Brasil assinaram um acordo nuclear histórico. Entre 1985 e 1991, ocorreram intensas negociações no setor nuclear, o que gerou a criação da ABACC em Tal entendimento nuclear foi inédito na história mundial e hoje é considerado modelo para várias regiões marcadas por ameaças nucleares entre vizinhos. A presente pesquisa pretende responder à seguinte pergunta: Se houve momentos de tensão na história bilateral, quais fatores explicam, então, a aproximação nuclear Brasil-Argentina e a construção da confiança mútua que se concretizou na ABACC? Palavras-chave: ABACC; Argentina; Brasil. Abstract: The Brazilian-Argentine Agency for Accounting and Control of Nuclear Materials (ABACC) makes its 25th birthday this year. ABACC is the only binational agency responsable for nuclear saveguards applications in the world. It aims to build mutual confidence and to show transparency in the nuclear programs of Argentina and Brazil. The bilateral relationship was officially marked by cordiality, with suspicion moments. In 1980, Argentina and Brazil signed a historical nuclear deal. Between 1985 and 1991, deep negotiations in the nuclear sector were made, which resulted in the creation of ABACC in This nuclear understanding has been something new in global history. Today ABACC is considered a model for many regions with nuclear threat among neighbors. This paper intends to answer the following question: What are the factors that can explain the nuclear rapprochement between Argentina and Brazil, which results on the ABACC model and mutual confidence? Key-words: ABACC; Argentina; Brazil.

3 Todo nos une y nada nos separa 1. Em 18 de julho de 2016, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) celebra seus 25 anos de existência. Pouco conhecida do público em geral e instalada em um edifício comercial no centro do Rio de Janeiro, a agência é resultado de várias realizações que, simultaneamente, transformaram a qualidade das relações entre Brasil e Argentina e a inserção dos dois países no contexto internacional. Atuando em uma área sensível como a do regime internacional de não proliferação de armas nucleares, a ABACC é um importante ativo diplomático do Brasil com o mundo (QUEIROZ, 2016, p. 45). O modelo ABACC é um exemplo de como países que já se enxergaram como rivais, em certos períodos, puderam cooperar em matéria tão sensível no que diz respeito à tecnologia nuclear. Para Hurtado, o processo de construção da colaboração nuclear entre Argentina e Brasil, que se estendeu por mais de duas décadas e incluiu uma complexa rede de acordos que envolveram vários presidentes, comprova a importância de sustentar posições de política externa de longo prazo para construir processos de colaboração em ciência e tecnologia entre países periféricos (HURTADO, 2010, p. 205). ABACC é responsável pela aplicação de salvaguardas nucleares em que ambos os países se vigiam mutuamente. Segundo Elías Palacios, ex-secretário da ABACC, as salvaguardas são procedimentos dirigidos a verificar se os materiais nucleares não estão sendo empregados com propósitos desconhecidos ou com fins não prescritos em acordos internacionais (PALACIOS, 2001, p.4). A ABACC mostra que é possível cooperar em matéria nuclear a fim de construir uma zona de paz entre vizinhos. Apesar das dificuldades, a ABACC segue com objetivos de promover o uso pacífico da energia nuclear, envolvendo os dois principais países com desenvolvimento nuclear avançado da América do Sul. A história do eixo argentino-brasileiro apresenta inúmeros desafios ao analista das relações internacionais. Um dos mais significativos é a compreensão da miríade de encontros e desencontros, avanços e recuos, que caracteriza esse intenso relacionamento (SPEKTOR, 2002). Doyle (2008) afirma que uma rivalidade nuclear Brasil-Argentina estava presente desde o início da década de 1950, quando os primeiros esforços argentinos de contar com um programa nuclear poderiam ter tido uma incidência nas intenções 1 Frase dita pelo presidente argentino Roque Sáenz Peña sobre as relações com o Brasil no dia 24 de agosto de 1910 ao regressar da Europa para assumir a presidência (APUD CARASALES, 1997, p. 37).

4 brasileiras de adquirir tecnologia alemã de enriquecimento de urânio. Mitchell Reiss (1995 apud MALLEA, 2012, p ) acrescenta que a desconfiança em energia nuclear teve papel importante, uma vez que os programas nucleares de Brasil e Argentina não foram sincronizados e o Brasil tentava alcançar a Argentina em matéria nuclear. O objetivo central do presente trabalho é analisar o processo histórico da cooperação nuclear entre Brasil e Argentina que resulta na criação da ABACC. Para isso, investigar-se-á como o relacionamento bilateral Brasil-Argentina foi sendo arquitetado para a cooperação até chegar à agência binacional, órgão inédito na ordem nuclear global. A análise histórica engloba desde o porquê de uma série de acordos nucleares e a opção pela confiança mútua e parceria estratégica. Como objetivos secundários, é compreendido o contexto internacional dos programas nucleares tanto do Brasil quanto da Argentina, a fim de analisar a importância da constituição da ABACC, com consequências não apenas o relacionamento bilateral, mas com efeitos para a geopolítica da América do Sul. A presente pesquisa pretende responder à seguinte pergunta de partida: Se houve momentos de tensão na história bilateral, quais fatores explicam, então, a aproximação nuclear Brasil-Argentina e a construção da confiança mútua que se concretizou na ABACC? A hipótese principal é que, apesar da desconfiança histórica e dos momentos de tensão bilateral, nunca houve uma corrida armamentista nuclear ou um ataque bélico. Brasil e Argentina tinham posições em política externa e defesa no campo nuclear semelhantes no que diz respeito à ordem nuclear global. O artigo contém esta breve introdução e está dividido em uma seção para falar dos momentos históricos de desconfiança e rivalidade, como no Péron e em Itapu; uma para falar dos aspectos de convergência entre o Brasil e Argentina na ordem nuclear global, apesar da rivalidade; uma seção para ABACC e seus 25 anos e perspectivas futuras, e, por fim, as considerações finais. O marco cronológico engloba momentos históricos de desconfiança e as oscilações de confiança, a fim de problematizar a complexidade do relacionamento bilateral antes de 1980, ano do primeiro acordo nuclear bilateral, a origem da ABACC, em 1991, fechando em anos mais recentes. RIVALIDADE HISTÓRICA Para Kutchesfahani, entre 1950 e 1980, Argentina e Brasil foram acusados pela comunidade internacional, assim como um em relação ao outro, de estarem desenvolvendo

5 programas secretos de bombas nucleares por três principais razões. Ambos os países eram rivais regionais sob lideranças militares e tinham competido por hegemonia regional. Apesar da última guerra entre ambos os países ter sido entre 1825 e 1928, que deu origem ao Uruguai, a rivalidade tinha uma dimensão nuclear distinta com o potencial de alcançar a esfera militar. Segundo, ambas as nações tinham desenvolvido alguns aspectos do ciclo do combustível nuclear e possuíam instalações nucleares que não eram sujeiras às salvaguardas internacionais. Terceiro, ambas as nações recusaram o regime de não proliferação nuclear ao longo da Guerra Fria, rejeitando o Tratado de Não Proliferação (TNP), Nuclear Suppliers Group (NSG) e tratado de Tlatelolco (KUTCHESFAHANI, 2014, p. 25). A partir de meados de 1940, a Argentina de Perón recebeu cientistas estrangeiros com conhecimento nuclear. O Projeto Huemul, um projeto piloto nuclear do cientista alemão-austríaco Ronald Richter, ocorria secretamente. Perón concedeu todo o apoio necessário para tal empreendimento nuclear. O cientista levou Perón a anunciar que El 16 de febrero de 1951 en la Planta Piloto de Energía Atómica en la Isla Huemul, de San Carlos de Bariloche, se llevaron a cabo reacciones termonucleares bajo condiciones de control en escala técnica (LUZURIADA, s.d.). Com este anúncio, a desconfiança internacional foi imediata, principalmente dos americanos que enviaram técnicos para Argentina a fim de averiguação do fato e, também, dos brasileiros. Na imprensa brasileira, por exemplo, a revista O Cruzeiro, entre 1946 e 1955, publicava diversas matérias sobre o governo Perón e a rivalidade política com o Brasil. Circulava a ideia de que a Argentina estava construindo a bomba. O jornalista Nasser escrevia sobre o suposto armamentismo da Argentina e o projeto Huemul: Argentina procura a bomba atômica. Sigilosamente e exercendo intensa e severa vigilância, continuam trabalhando sobre os últimos mistérios da bomba atômica altos funcionários do Ministério da Guerra da Argentina, orientados por um sábio alemão [...] (O CRUZEIRO, 1950, p. 15 apud DALMÁZ, 2015, p. 12). Como se sabe, a descoberta acabou se revelando falsa e o programa foi fechado. Argentina anunciava uma tecnologia que ainda não tinha sido desenvolvida (tecnologia de fusão). De todo modo, tal acontecimento evidenciava os objetivos nucleares da Argentina, já que se encontrava mais adiantada que o Brasil na busca pelo desenvolvimento nuclear autônomo. A Argentina criou sua entidade própria para o desenvolvimento nuclear em maio de 1950, a Comisión Nacional de Energía Atómica (CNEA, 2015), o que o Brasil só

6 conseguiu fazer em 1956 sob o governo de Juscelino Kubitschek (JK), denominada Comissão Nacional para a Energia Nuclear (CNEN, 2007). No depoimento de Roberto Ornstein, ex-chefe de assuntos internacionais da CNEA, o livro O segredo atômico de Huemul do físico Mariscotti conta que o projeto Huemul nunca teve propósito de construir bombas, além de ser um engano, pois buscava produzir energia por fusão quando ainda se desenvolvia a tecnologia de fissão. Ou seja, uma tecnologia que ninguém havia desenvolvido. Ainda que, para ele, nos EUA, se interpretou como evidência de que a Argentina estava atrás da bomba, o anúncio de Perón consistiu em afirmar o domínio de um processo que permitia a Argentina gerar energia barata e menos contaminante (MALLEA; SPEKTOR; WHEELER, 2012, p ). Nesse sentido, a Argentina é o primeiro país do Cone Sul que inicia efetivamente o próprio programa nuclear. Para o embaixador argentino Carasales, o general Perón desenvolveu esforços para estabelecer um novo tipo de relação com os países vizinhos entre eles o Brasil. A experiência não teve êxito porque se tratava de uma aproximação precária vinculada a projetos políticos internos que não contavam com apoio sólido em nível diplomático ou econômico (CARASALES, 1997, p. 37). Nos anos 1940 e 1950, além da imprensa brasileira, existia uma forte ideia no Brasil que identificava a Argentina como ameaça geopolítica no Cone Sul. Tanto que a geopolítica brasileira de inspiração militar tratou das projeções externas do poder nacional com foco na Argentina. Tal identificação pode ser encontrada na literatura de geopolítica brasileira ou em geopolíticos como Mário Travassos. Para ele, a estratégia brasileira deveria ser orientada para a captura do heartland 2 da América do Sul (TRAVASSOS, 1938) em uma disputa hegemônica inevitável com a Argentina. Para conter o expansionismo argentino, Travassos propõe que o Brasil buscasse criar alternativas aos Estados da América do Sul, de modo que eles não ficassem dependentes da Argentina. Os militares brasileiros relembravam temores de uma possível ressurreição do Vice-reinado do Prata, externalizados, por exemplo, em edições da revista Defesa Nacional em que Travassos era redator (NUNES; VIEIRA, 2015). Nos anos 1950, no Brasil, sob pressão dos EUA, o então presidente general Dutra vinha postergando uma proposta do almirante Álvaro Alberto para implementar o 2 Equivalente ao triângulo boliviano formado pelas cidades de Sucre, Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra. Ademais, o conceito de heartland é uma referência à Mackinder (1904) sobre as concepções da área pivô na Eurásia, quem a controlasse, controlaria o mundo.

7 programa nuclear brasileiro. Na fase final de seu governo, em 1951, é criado o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), fundado sob a direção do próprio Álvaro Alberto. O CNPq passou a controlar as atividades relacionadas à energia nuclear. O Brasil fornece aos EUA urânio até meados de 1950 quando o governo brasileiro resolveu adotar a política de compensações específicas (proposta por Álvaro Alberto) em que a cada exportação de minerais estratégicos corresponderia a uma transferência recíproca de tecnologia que ajudaria a desenvolver o próprio setor nuclear nacional (PATTI, 2014). A rivalidade argentino-brasileira concentrou-se no avanço relativo de um e de outro no campo nuclear. Cada um não queria se ver superado pelo outro nesta corrida não declarada. Para o mundo, a possibilidade do Brasil e Argentina produzir um explosivo nuclear, sem que o outro fizesse o mesmo em curto prazo possível, era algo inimaginável (CARASALES, 1997, p ). A ideia é que se um construísse a bomba, o outro também iria construir. Na Argentina, o órgão que se ocupou da geopolítica argentina foi a revista Estrategia, e quem especialmente escrevia foi um dos maiores expoentes da geopolítica argentino, o general Guglialmelli. Em geral, os trabalhos do general Guglialmelli e seus colaboradores, por um lado, mostravam as dificuldades que a produção de um artefato nuclear pelo Brasil criaria; por outro, não as rodeavam de uma conotação alarmista. Mesmo reconhecendo que isso levaria praticamente a obrigação de fazer o mesmo na Argentina, os comentários ressaltavam em comum os riscos que desenvolvimentos de bombas trariam aos dois países e inclusive para toda a região; em outras palavras, desencorajavam que os dois países embarcassem na via nuclear bélica. Guglialmelli destacou a conveniência de negociar um acordo que dissipasse temores e suspeitas e que, ademais, abrisse o caminho para uma eventual cooperação de recíproco benefício (CARASALES, 1997, p ). Cabe ressaltar outro momento bastante delicado no relacionamento bilateral que diz respeito à Itaipu nos anos Para que a cooperação nuclear tivesse condições práticas mínimas de ser implementada, foi necessário que Brasil e Argentina superassem o contencioso sobre a questão da construção da hidrelétrica de Itaipu, o que dominou a agenda durante boa parte dos anos 1970 (QUEIROZ, 2016, p. 49). Um dos fatores capazes de retardar a integração foi a prolongada controvérsia que os dois países mantiveram até o final da década de 1970 pelo uso dos recursos naturais compartilhados no rio Paraná. As consequências que o aproveitamento hidroelétrico de Itaipu teria sobre o projeto de Corpus perturbaram as relações bilaterais em outros terrenos, até que o conflito foi solucionado,

8 finalmente, em 1979 (CARASALES, 1997, p ). O tratado de Itaipu desencadeou uma grave crise nas relações Brasil-Argentina e foi tema de discussão em fóruns internacionais como a Assembleia Geral da Nações Unidas e a Conferência do Movimento dos Países Não Alinhados (HURTADO, 2010, p. 205). Apesar desses momentos de tensão e de dificuldade para negociar o contencioso de Itaipu, ambos os países nunca entraram em confronto bélico ao longo desse período. Apesar de estarem desenvolvendo a tecnologia nuclear e de levantarem suspeitas internacionais, nunca construíram bombas ou fizeram testes pacíficos de explosão nuclear. Apesar disso, para se ter noção de que havia uma rivalidade, foi elaborada inclusive uma hipótese de guerra Beta (CONCEPÇÃO GOVERNAMENTAL DE SEGURANÇA, s.d.) com Argentina por meio do Conselho de Segurança Nacional (CSN) por parte do Brasil durante os anos Diante desses episódios, como é possível explicar que Brasil e Argentina pudessem assinar tão rápido, já em 1980, o primeiro acordo nuclear bilateral, e, em seguida uma série de outros acordos que vai resultar na criação da ABACC? PRIMEIROS SINAIS DE CONSTRUÇÃO DE UMA POSIÇÃO NUCLEAR COMUM. Para Spektor e Mallea, a historiografia existente sobre as relações nucleares Brasil- Argentina pode ser dividida em duas grandes correntes. A primeira argumenta que, até finais da década de 1970, os dois governos tinham preocupações a respeito das intenções nucleares um do outro, criando o risco de uma escalada capaz de levar ao desenvolvimento de explosivos nucleares (SPECTOR; SMITH, 1990 apud MALLEA; SPEKTOR; WHEELER, 2012) (RESENDE-SANTOS, 2002 apud MALLEA; SPEKTOR; WHEELER, 2012) (KUPCHAN, 2010 apud MALLEA; SPEKTOR; WHEELER, 2012). O elemento fascinante do caso argentino-brasileiro seria o fato de nunca ter ocorrido entre eles o acirramento de hostilidades típico de dilema de segurança, onde a aquisição de capacidades tecnológicas ou militares de um país produz medo no outro, que responde com a aquisição de capacidades próprias, fomentando tal dilema (JERVIS, 1976 apud MALLEA; SPEKTOR; WHEELER, 2012) (BOOTH; WHEELER, 2008 apud MALLEA; SPEKTOR; WHEELER, 2012). Uma segunda corrente, porém, questiona as premissas da primeira, argumentando que nenhum dos dois países possuía, à época, um programa crível de armas nucleares ou proliferação de tecnologias sensíveis em escala industrial a ponto de sequer criar as condições para uma escalada. Nesta segunda visão, a relação argentino-

9 brasileira tampouco tinha o elemento de inimizade típico das relações nucleares entre, por exemplo, Índia e Paquistão. Ao contrário, havia forças poderosas pressionando por mais aproximação. Argentina e Brasil viam a política de não-proliferação dos EUA com uma hostilidade comum, o que lhes permitiu empatia mútua e posições compartilhadas (CARASALES, 1997) (MALLEA, 2012) (MALLEA; SPEKTOR; WHEELER, 2012) (HURTADO, 2010, p. 206). O livro elaborado por Spektor, Mallea e Wheeler, utilizando a metodologia de História Oral Crítica, ajudou a esclarecer essas duas linhas interpretativas: Em que pesem as suspeitas mútuas e a existência, no Brasil, de grupos que defendiam abertamente a necessidade de o país desenvolver um programa para a construção de explosivos nucleares, a relação nuclear entre os dois países nunca chegou a uma situação pré - dilema de segurança. A entrevista [...] também fortalece a tese segundo a qual os Estados Unidos tiveram um papel crucial no processo de aproximação argentino-brasileira, já que os países se uniram para resistir a nova política americana de não-proliferação. Além disso, Washington apoiou com recursos políticos e materiais a criação de um sistema argentino-brasileiro de inspeções nucleares. Finalmente, esta conferência confirma [que][...] as origens da cooperação nuclear entre Argentina e Brasil precedem o processo de transição para a democracia (SPEKTOR; MALLEA, 2012, p ). Nesse sentido, o presente artigo compartilha das ideias de que nunca houve uma corrida armamentista clássica no setor nuclear e que o processo de aproximação em tema tão sensível começa em pleno regime militar em ambos os países, e que há posições comuns no campo do regime de não proliferação que levaram Brasil e Argentina a se aproximarem lentamente no campo nuclear em vez de promoverem um confronto bilateral. Conforme ex-secretário da ABACC, Elías Palacios, durante quase duas décadas ( ), a Argentina e Brasil mantiveram uma posição que os colocaram, frente a comunidade internacional, como países que poderiam estar competindo por uma supremacia nuclear. Até fins dos anos 1980, ambos os países não tinham aderido plenamente ao Tratado de Tratelolco e muito menos ao TNP (PALACIOS, 2001, p. 4, tradução nossa). Aqui se evidenciam os primeiros sinais rumo a posição comum do Brasil e da Argentina em relação aos regimes de não proliferação nuclear no período da Guerra Fria, em que ambos os países enxergavam esses tratados como discriminatórios, onde os nuclearmente armados continuariam com armas e os desnuclearizados vetados em relação ao acesso mais básico a essa tecnologia. A maior oposição da Argentina e do Brasil em relação ao tratado de Tlatelolco de 1967 diz respeito à interpretação da aplicação das explosões nucleares pacíficas. Este tratado, criado depois da crise dos mísseis de 1962, estabeleceu a zona latino-americana

10 livre de bombas nucleares. Embora a maioria dos signatários de Tlatelolco compartilhasse a visão de que as explosões pacíficas não fossem permitidas pelo tratado, Argentina e Brasil insistiram em manter o direito de construir dispositivos nucleares explosivos para fins pacíficos. Argentina e Brasil queriam deixar aberta a possibilidade de desenvolver explosivos nucleares para paz ou defesa caso surgisse uma necessidade de segurança nacional. Importante ressaltar que ambas as nações mantiveram suas defesas para explosões pacíficas até 1990, quando então declararam conjuntamente apoio ao banimento de teste nuclear (KUTCHESFAHANI, 2014, p ). Para Kutchesfahani, Argentina e Brasil achavam o TNP, de um lado, injusto e discriminatório, e por outro, insuficiente ao fornecer garantias apropriadas de segurança dos Estados nuclearmente armados para os Estados sem bombas. Para Brasil e Argentina, o TNP gerava dois tipos de nação. A primeira englobava os cinco Estados com bombas atômicas que tinham o direito de possuí-las, em que as atividades nucleares não estavam sob salvaguardas. A segunda classe, os Estados nuclearmente desarmados, engloba todas as outras nações que estavam com intenções de obter bombas nucleares ou os países onde as atividades nucleares estavam sob salvaguardas. Para Brasil e Argentina, ambos os quais se viam como dependentes dos países industrializados avançados e vítimas de uma ordem internacional injusta, adquirir capacidades nucleares representaria um passo mais perto de ver suas ambições como líderes globais e regionais realizados assim como em relação às suas respectivas autossuficiências. Oficiais militares, conselheiros científicos, diplomatas e burocratas dos dois países compartilhavam a visão de que havia um esforço internacional conjunto para negar os meios ao desenvolvimento econômico dos países menos desenvolvidos (KUTCHESFAHANI, 2014, p ). Durante as negociações de Tlatelolco e TNP (meados de 1960 até meados de 1970), apesar das posições comuns contra o regime de não proliferação nuclear, ambos os Estados ainda se consideravam como rivais e competidores (KUTCHESFAHANI, 2014, p. 45). Para a compreensão total da construção da cooperação nuclear bilateral, é preciso compreender que havia uma natureza de rivalidade sim por certos setores corporativos, principalmente os militares, que, todavia, nunca se traduziu em corrida armamentista bélica, em uma lógica mais de competição pelo desenvolvimento de energia nuclear do que de inimizade com ataque armado. Segundo o físico argentino Diego Hurtado, contra as expectativas dos EUA, a Argentina apoiou em fóruns internacionais o acordo teuto-brasileiro e o acesso do Brasil a

11 tecnologias nucleares avançadas. O diplomata argentino Jorge Sabato, em artigo, critica a postura dos EUA e cita Hélio Jaguaribe afirmando que a chave da independência da América Latina é o entendimento argentino-brasileiro e a chave é a cooperação nuclear. Embora houvesse oscilações nas relações Brasil-Argentina, Hurtado lembra que alguns físicos da CNEA construíram uma cooperação não institucionalizada com distintos grupos de físicos brasileiros. Em 1979, o agravamento do conflito argentino com o Chile empurrou a diplomacia argentina a se aproximar do Brasil (HURTADO, 2010, p ). Na mesma linha, Kutchesfahani afirma que os primeiros intercâmbios técnicos entre Brasil e Argentina, iniciados em 1977, facilitaram o início de laços interpessoais. Alguns cientistas argentinos já conheciam suas contrapartes brasileiras da época de estudos de doutorado/pós-doutorado na Europa e nos EUA, além das principais conferências internacionais dedicadas à ciência nuclear. Tais relações de cunho pessoal ganharam força a partir de 1978, quando a Alemanha Ocidental suspendeu seus planos originais de venda de tecnologia de enriquecimento e reprocessamento de urânio ao Brasil por pressão americana. A Argentina também estava envolvida em uma disputa contra os EUA sobre o direito de compra de um reator nuclear, de uma instalação de produção de água pesada da Suíça e das dificuldades impostas à aquisição de urânio levemente enriquecido para alimentar o reator que vendera ao Peru. Técnicos, cientistas e profissionais da área nuclear desenvolveram empatia mútua em vez de alimentar a rivalidade ou a inimizade, um processo que pode ter estimulado o aparecimento de uma incipiente comunidade epistêmica binacional (KUTCHESFAHANI, 2010 apud MALLEA; SPEKTOR; WHEELER, 2012) (KUTCHESFAHANI, 2014) (SPEKTOR; MALLEA; WHEELER, 2012, p. 26) antes mesmo da ABACC. A partir de 1980, quando o primeiro acordo de cooperação nuclear é assinado, em plena ditadura militar em ambos os países, Brasil e Argentina perceberam que existia uma ordem internacional injusta muito maior do que qualquer percepção de rivalidade por setores da burocracia e que juntos poderiam ser mais fortes. Em 1982, cabe ressaltar que o Brasil, inclusive, não cedeu espaço para base área do Reino Unido na Guerra das Malvinas, apesar de ter-se declarado neutro no conflito. Além disso, o Brasil ainda representou diplomaticamente a Argentina no Reino Unido até a década de Fatos que comprovam uma aproximação indiscutível do Brasil e da Argentina. Júlian Gadano, atual subsecretário de energia nuclear da Argentina, relembra que havia simetria no desenvolvimento nuclear dos dois países, o que os estimulava a um

12 arranjo nuclear, e que até por isso houvesse competitividade; ambos alimentavam autonomia tecnológica em relação ao resto do mundo, o que gerava uma percepção comum de desafios perante a ordem nuclear global e verificava-se uma complementaridade nos programas nucleares, já que Brasil e Argentina desenvolveram tecnologias distintas para o ciclo de combustível nuclear (GADANO, 2015). Para Carasales, as atividades nucleares não eram idênticas. Havia diferenças entre um e outro programa, mas tomadas em seu conjunto, na década de 1980, os dois países haviam alcançado um nível equivalente de desenvolvimento nuclear (CARASALES, 1997, p. 129). O Brasil adotou a tecnologia por ultracentrifugação enquanto Argentina adotou a tecnologia de difusão gasosa/água pesada. Outro fato que chama atenção dos especialistas em Brasil e Argentina na ordem nuclear global é que ambos os países não colocaram sinal de rivalidade durante as etapas decisivas da negociação do Tratado para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina. O que merece ser destacado, para este trabalho, é o fato de que nas reuniões da Comissão Preparatória para Desnuclearização de América Latina (COPREDAL), quando se negociou um tratado que afetava diretamente as delegações do Brasil e da Argentina, ambos os países tiveram interesse similares, demonstrando que em matéria nuclear o adversário não era seu vizinho, mas um mundo externo liderado pelas grandes potências (CARASALES, 1997, p ). Segundo Spektor e Mallea, outro fator por trás do início da cooperação nuclear foi a política de não-proliferação nuclear dos EUA. Desde meados da década de 1970, tal política voltara-se à negação de acesso à tecnologia por parte de países em desenvolvimento. Com tal acesso negado, os regimes militares argentino e brasileiro avançaram com seus planos autônomos originais. Esse foi o caso em seguida à aprovação do US Nuclear Non Proliferation Act (1978), que bloqueava transferências de tecnologia para países cujos programas nucleares não contavam com acordos internacionais de salvaguardas abrangentes, como era o caso argentino-brasileiro, nem com as amarras do TNP. Em 1979, Argentina e Brasil intensificaram seus esforços para enriquecer urânio, mesmo que isso significasse conduzir experimentos em segredo. A sensação de fragilidade diante de um regime global cada vez mais hostil provou ser mais poderosa do que as preocupações a respeito do desenvolvimento nuclear do outro. À medida que a década de 1980 avançava, as suspeitas mútuas não desapareciam, mas perdiam espaço diante de uma preocupação comum sobre possíveis sanções impostas pelos americanos. Essa percepção facilitou o início da cooperação nuclear (SPEKTOR; MALLEA; WHEELER, 2012).

13 Para o diplomata brasileiro Queiroz, a comunidade internacional, em especial, os EUA, articulava-se sanções aos dois países com o fim de negar-lhes bens e tecnologias empregáveis em seus programas nucleares. Ao final dos anos 1980, Brasil e Argentina já enfrentavam embargos unilaterais no tocante ao acesso a bens, tecnologias nucleares e espaciais além de outras tecnologias, inclusive supercomputadores, destinados a atividades civis, em função das suspeitas quanto ao possível uso nos programas nucleares e espaciais (QUEIROZ, 2016, p. 46). Vale ressaltar mais um fator, antes desconhecido, revelado na pesquisa realizada nos arquivos históricos pelos autores Spektor e Mallea (2012). A primeira proposta de um programa de inspeções nucleares mútuas foi apresentada aos governos argentino e brasileiro pelo deputado americano Paul Findley do partido Republicano, em Embora a proposta de Findley fosse rechaçada pelo Itamaraty, encontrou alguma simpatia na Argentina, onde havia interesse em identificar novos pontos de partida para uma relação bilateral que, à época, estava deteriorada. A proposta de Findley também encontrou recepção em partes do governo dos EUA, especialmente depois de que a CIA se convenceu da inexistência de programas de armas nucleares no Cone Sul. No início da década de 1980, a diplomacia americana já defendia o aumento da cooperação nuclear argentinobrasileira como uma política de resseguro para dois países que continuavam fora do TNP e de salvaguardas abrangentes, o que explica o apoio americano ao treinamento conjunto de especialistas argentinos e brasileiros em contabilidade, verificação, proteção física e monitoramento de material nuclear (SPEKTOR; MALLEA; WHEELER, 2012, p ). Com o início da aproximação nuclear, a vontade por cooperação foi se acentuando nos fóruns políticos vinculados ao desarmamento e às questões nucleares, como na Assembleia Geral das Nações Unidas e na Conferência de Desarmamento de Genebra, onde o delegado argentino ou o brasileiro faziam o uso da palavra em nome dos dois. No caso do Brasil, no entanto, o esforço interno de cooperação nuclear com a Argentina não contou com um consenso. A comunidade nuclear brasileira nunca foi monolítica como na Argentina, que em geral compartilhava a política nuclear governamental. As medidas tomadas pelos governos brasileiros foram aceitas em alguns setores e questionadas em outros. Existiu sempre críticas em relação à política nuclear brasileira. Também não se pode ignorar que, no Brasil, os militares tiveram uma participação direta nas atividades nucleares, o que na Argentina não aconteceu (CARASALES, 1997, p ).

14 A ótica, na qual os militares influenciados pela sua formação professional e a natureza de seus interesses enxergavam as atividades nucleares, é indiscutivelmente distinta da visão possui a sociedade. A segurança nacional está sempre em primeiro plano em suas preocupações. Isto não quer dizer que automaticamente os militares estejam imbuídos a produzir bomba atômica. No caso da Argentina, é uma realidade que as forças armadas jamais tiveram intervenção direta nas atividades nucleares. Para Carasales, as reiteradas suspeitas internacionais em relação a bombas nucleares careceram de fundamento e, em boa medida, tiveram como único argumento o fato de que os sucessivos presidentes da CNEA até 1983 eram oficiais da Marinha (CARASALES, 1997, p. 118), o que se pode dizer é que houve participação de militares na Argentina, mas muito menos e não comparável com o caso brasileiro. No Brasil, é notável a ampla participação das Forças Armadas ao longo da história republicana seja como poder moderador em situações de crise política e institucional seja como governo na ditadura civil-militar ( ). Para Eurico de Lima Figueiredo, você não vai entender a história do Brasil sem os milicos (MARQUES; CASTRO, 2016, p. 62). É uma realidade que no Brasil existiu o programa paralelo executado pelas Forças Armadas. As atividades nucleares brasileiras estiveram sempre dispersas e se desenvolveram com certa desordem e falta de condução centralizada. Junto a isto, há uma ampla tradição que caracterizou as Forças Armadas brasileiras e suas escolas técnicas como os pioneiros das atividades de engenharia física e mecânica no país. Era natural que participassem também das atividades nucleares (CARASALES, 1997, p ). A administração do programa nuclear brasileiro não era centralizada pela CNEN, diferentemente da CNEA na Argentina que era a responsável. A CNEN não foi a instituição única nos negócios nucleares. As questões nucleares foram dominadas pelas Forças Armadas. Ademais, o acordo de 1975 com Alemanha foi imposto de cima para baixo, deixando de fora a comunidade científica da negociação. Ao contrário da Argentina, onde a política nuclear foi desenvolvida dentro da CNEA pelos cientistas, a política nuclear não foi desenvolvida dentro da CNEN e nem entre os cientistas civis. No Brasil, o CSN dominou o processo de decisão (o que incluiu os presidentes e a cúpula das Forças Armadas) e ficou no controle do programa paralelo (KUTCHESFAHANI, 2014, p. 37). Em relação à comunidade epistêmica, Marzo, atual secretário brasileiro da ABACC, diz que os cientistas de ambos os países foram sempre contra as lideranças militares pois a lista daqueles que foram perseguidos, mortos ou desaparecidos era em

15 grande parte cientistas (MARZO, 2009 apud KUTCHESFAHANI, 2014, p. 50). Importante ressaltar essa questão pois as decisões de política nuclear no Brasil nunca foram unânimes e isso se reflete em vários momentos também da cooperação Brasil-Argentina e da posição do Brasil na ordem internacional da energia atômica. O programa paralelo foi desenvolvido durante os governos militares ( ) e continuou no governo Sarney ( ). O programa paralelo foi criado para desenvolver o ciclo completo do combustível nuclear. Sob a administração da Coordenação de Projetos Especiais (COPESP), o programa inicialmente focou no desenvolvimento de um reator pequeno de água leve para propulsão submarina e uma incipiente capacidade de enriquecer urânio usando centrífugas. O programa paralelo não era oficialmente público até 1987, quando o Sarney anunciou que o Brasil tinha desenvolvido tecnologia de ultracentrifugação. Por fim, em agosto de 2005, Sarney acabou confirmando publicamente que durante as décadas de 1970 e 1980, as Forças Armadas tinham buscado desenvolver bombas nucleares para conter a competição política e militar da Argentina (KUTCHESFAHANI, 2014, p. 37), o que causou polêmica em ambos os países sobre um tema que está consolidado que é a cooperação nuclear binacional. Nesse sentido, Brasil e Argentina compartilharam estratégias similaridades incluindo a competição para a liderança política e econômica no Cone Sul, estavam sob ditaduras militares, passavam por processos de transição democrática, depois da decadência dos militares, deterioração da economia, e o fato de que eles progrediram em seus programas nucleares, tendo desenvolvido capacidade de urânio enriquecido (KUTCHESFAHANI, 2014, p. 50). Para Carasales, a substituição dos governos militares por civis facilitou enormemente nos dois países o lançamento do processo de cooperação nuclear. Durante décadas, Argentina e Brasil foram vítimas de uma pressão constante, liderada pelos EUA, tendente a alcançar que as duas nações sul-americanas assinassem o TNP e aceitassem salvaguardas totais da AEIA. Nessa frente externa, Argentina e Brasil foram obrigadas a compartilharem e unificarem posições no campo nuclear, levando-os a atuarem conjuntamente nos fóruns internacionais. Foi o que originou uma sociedade de defesa mútua em que se pôde construir o experimento da geração da confiança e da cooperação nuclear hoje digna de louvor. A pressão internacional foi um elemento para a consolidação do processo argentino-brasileiro de cooperação, mas não foi um fator fundamental. As

16 sanções foram contraproducentes na sua época e os incentivos prometidos em geral não se materializaram, ao menos na escala esperada (CARASALES, 1997, p ). O Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento e a Aplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear entre Brasil e a Argentina, celebrado em Buenos Aires, em 17 maio 1980, foi o primeiro passo para a cooperação nuclear. Para Queiroz, embora o instrumento abrisse o caminho para uma colaboração dos dois países no setor, o fato é que a delicada conjuntura que se verificou nos anos seguintes Guerra das Malvinas, crise econômica, redemocratização minou as possibilidades de um engajamento mais efetivo e regular por parte dos dois governos militares (QUEIROZ, 2016, p. 49). Apesar da conjuntura daquele momento, o primeiro passo para a cooperação nuclear começa ainda nos governos militares, o que cai por terra o argumento de que só foi possível a cooperação nuclear com os governos neoliberais e com a redemocratização. Para Kutchesfahani, este acordo de 1980 marcou os primeiros passos importantes não apenas para a aproximação nuclear, mas também para o estabelecimento da incipiente comunidade epistêmica, onde as relações pessoais foram fortalecidas e as suspeitas reduzidas. Além disso, a eventual aproximação nuclear foi guiada, em parte, pela hostilidade compartilhada em relação ao regime internacional de não proliferação nuclear, o que facilitou o processo de cooperação nuclear (KUTCHESFAHANI, 2014, p ). A ABACC Para Kutchesfahani, o caminho da criação da ABACC envolveu três fases: maio de 1980, quando o presidente Figueiredo e o presidente argentino Videla assinaram o Acordo de Cooperação para Usos Pacíficos da Energia Nuclear; o período entre , quando Sarney e então presidente argentino Alfonsín assinaram acordos de cooperação nuclear; e O acordo de Foz de Iguaçu de 1985 foi seguido pela declaração conjunta de 1986 em política nuclear assinada em Brasília, na qual enfatizou a decisão de aumentar visitas técnicas e consultas recíprocas e de compartilhar informações sobre desenvolvimento nuclear. Em julho de 1987, a primeira de tais visitas ocorreu quando o Sarney, sob o convite de Alfonsín, deu um tour exclusivo na instalação piloto de enriquecimento de urânio sem salvaguardas de Pilcaniyeu. Até então, a Argentina não tinha admitido publicamente que esta instalação sequer existia. Tal visita culminou com a declaração conjunta em política nuclear de Viedma, de 1987, na qual a política nuclear

17 comum estava definida em pôr fim a qualquer segredo em programas nucleares (KUTCHESFAHANI, 2014, p ) e mostrar transparência. Em abril de 1988, Sarney convidou Alfonsín para visitar a instalação de Aramar de enriquecimento de urânio controlada pela Marinha em Iperó, São Paulo. Assim como Pilcaniyeu, Aramar era uma instalação nuclear secreta. Durante esta visita, os presidentes assinaram a Declaração Conjunta sobre política nuclear de Iperó (1988), que transformou o grupo de trabalho conjunto em um comitê permanente de assuntos nucleares sob a direção de ambos os ministérios das relações exteriores e os presidentes da CNEA e CNEN. Sarney fez a última visita à instalação nuclear de Ezeiza em novembro de Outra declaração foi lançada Declaração Conjunta de Política Nuclear de Ezeiza, Os textos dessas declarações foram divulgados na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), OPANAL (Organismo para la Proscripción de las Armas Nucleares en la América Latina y Caribe) e outros fóruns nucleares, a fim de mostrar o nível profundo da cooperação nuclear (KUTCHESFAHANI, 2014, p ) que se buscava. Todo esse processo de declarações conjuntas levou a adoção do Sistema Comum de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (SCCC) - em novembro de e a assinatura do Acordo entre Brasil e Argentina para o Uso Exclusivamente Pacífico da Energia Nuclear (PALACIOS, 2001, p. 4, tradução nossa), estabelecido pelo Acordo de Guadalajara, de 1991, que cria a ABACC. ABACC é dotada de personalidade jurídica internacional e de autonomia perante os governos de Brasil e Argentina e responsável pelo gerenciamento do SCCC, que constitui um repertório de medidas aplicadas a todos os materiais nucleares utilizados em atividades nucleares nos dois países. As salvaguardas têm por objetivo assegurar que aqueles materiais estão sendo utilizados exclusivamente para fins pacíficos. Inspeções físicas constituem parte fundamental, ainda que não única, do processo. Por meio da ABACC, inspetores argentinos a serviço da agência vistoriam os materiais que se encontram sob jurisdição brasileira e vice-versa (QUEIROZ, 2016, p. 45). Outra medida prevista se concretizou seis meses mais tarde, em dezembro de 1991, quando teve lugar em Viena, com a presença dos presidentes da Argentina e do Brasil, a assinatura do Acordo Quadripartite entre os dois países, a AIEA e a ABACC para a aplicação de salvaguardas totais às atividades nucleares dos dois países. Com esse ato, as duas nações abandonaram a negativa que durante décadas mantiveram em relação aos controles estrangeiros sobre a totalidade de suas instalações e atividades nucleares. Vale notar que, até esse momento, o TNP era objeto de mais amplo rechaço por parte da

18 Argentina e do Brasil (CARASALES. 1997, p ). O Acordo Quadripartite, entrou em vigor em março de 1994, depois de ratificado pelos Congressos. Com isso, os Estados se comprometem à aplicação de salvaguardas a todos os materiais nucleares em todas as atividades realizadas em seus territórios, ou efetuadas sob seu controle em qualquer lugar, a fim de verificar que a não fabricação de armas nucleares (PALACIOS, 2001, p. 5). Nos primeiros anos de vigência do Quadripartite, o maior esforço centrou-se em coordenar as atividades da ABACC com a AIEA, tarefa que resultou difícil por diversos problemas, desde as discrepâncias dos inspetores até árduas discussões sobre a interpretação de critérios. No entanto, houve dois fatos fundamentais para melhorar a coordenação das atividades de salvaguardas das agências: a decisão tomada em 1996 de elevar o nível do Comitê de ligação contemplado no Quadripartite entre os Estados partes, a ABACC e a AIEA e a aprovação em 1997 dos guias para a coordenação das inspeções de rotina e ad hoc entre a AIEA e a ABACC. Nos anos seguintes, priorizaramse a negociação de procedimentos para o uso comum de equipamentos e a otimização do esforço de inspeção nas diferentes instalações. Tudo isso permitiu dar um passo importante para evitar a duplicação desnecessária de esforços de ambas as agências e para que a ABACC alcançasse conclusões independentes nas inspeções. Evitar a duplicação desnecessária de esforços da AIEA e da ABACC é um objetivo expresso no Quadripartite. Apesar disso, houve problemas para se cumprir plenamente isso (PALACIOS, 2001, p. 5). Embora ambos os países tivessem sido hostis ao regime de não proliferação nuclear, é interessante notar que após a decisão pela cooperação nuclear, e depois da consolidação da ABACC, Argentina e Brasil se tornaram amplamente integrados dentro do regime de não proliferação. Primeiro, ambos os países assinaram o Acordo Quadripartite entre si, ABACC e AIEA; segundo, assinaram Tlatelolco em 1994; terceiro, se tornaram signatários do NSG o grupo dos países fornecedores nucleares; e por último, aderiram ao TNP, Argentina em 1995, e Brasil, posteriormente, em Importante ressaltar que, sem esta experiência da ABACC, seria muito difícil imaginar que Argentina e Brasil teriam tomado passos subsequentes a fim de permitirem um acordo de salvaguardas com a AIEA e a adesão ao TNP (KUTCHESFAHANI, 2014, p. 81) e ingressarem no regime de não proliferação nuclear. De acordo com Diego Hurtado, para alguns protagonistas do desenvolvimento nuclear argentino, isso significou renunciar a 25 anos de coerência em política nuclear (2010, p. 197). No lado brasileiro, segundo o ex-secretário geral do Itamaraty Rego Barros,

19 a assinatura do TNP foi um processo sob o qual Fernando Henrique Cardoso estava convencido, mas havia argumentos de peso contrários porque o TNP é discriminatório. Para Barros, não foi uma decisão fácil e, até hoje, há certa cobrança de parte da sociedade brasileira a respeito do porquê não foi negociado algumas vantagens em troca da assinatura (SPEKTOR, MALLEA, WHEELER, 2012, p. 131). De todo modo, argumenta-se que ABACC estabeleceu um elo de segurança tão forte em material sensível capaz de fazer com que Brasil e Argentina passassem a redefinirem seus posicionamentos em relação ao regime de não proliferação, e o que resultou na assinatura do TNP. O importante é demonstrar que não foi um processo automático e simples em ambas as sociedades, uma vez que poderia ter sido negociado um acordo mais favorável para ambos os países, e já que existia a ABACC como garantidora do uso pacífico da energia nuclear. ABACC ainda é um organismo pequeno, administrado por dois secretários, um titular e outro adjunto, um argentino e outro brasileiro que se alternam anualmente no exercício de seus cargos. É dirigido por uma comissão de quatro membros, dois por país, um designado pelas chancelarias e o outro por uma autoridade nuclear competente. Há uma pequena secretaria e um corpo de 80 inspetores (entre argentinos e brasileiros) que residem em seus respectivos países, mas que se trasladam a outro quando devem cumprir uma inspeção (CARASALES, 1997, p ). Desde sua criação até 2011, ABACC realizou mais de inspeções em 75 instalações nucleares no Brasil e na Argentina. Há 86 inspetores da Argentina e do Brasil em proporções iguais. As inspeções incluem verificação de inventários de materiais nucleares, inspeções não anunciadas e de curto prazo, e as citadas inspeções juntamente com a AIEA (KUTCHESFAHANI, 2014, p. 80). Para Gadano, sobre o futuro da ABACC, existem fatores que podem afetar a instituição como a relação entre Brasil e Argentina em si; a relação entre os dois e o restante do mundo; a solidez da própria instituição e o apoio que os técnicos têm para atuar com independência, além dos equipamentos que precisam estar atualizados e apoio financeiro que precisa estar em dia; e por fim, fatores contingenciais. A ABACC é a consequência da cooperação Brasil e Argentina e a instituição que canalizou tal cooperação. Argentina e Brasil possuem complementariedade na área nuclear porque optaram por tecnologias distintas. Se ambos os países só competissem e produzissem o mesmo, seriam iguais, e é possível que não necessitassem cooperar. Porém, se possuem necessidade de complementaridade, a cooperação é mais fácil, e não apenas tecnológica. Por isso, Brasil e Argentina, quando trabalham juntos, têm mais força no mundo (GADANO, 2016).

20 Ainda existem desafios para a ABACC como a assinatura do Protocolo Adicional (PA). Para Gadano, as instituições mudam, mas não sabemos se vamos assinar o protocolo. O que não pode é um país assinar unilateralmente porque vai afetar a própria ABACC (GADANO, 2016). Layla Dawood explica que o PA aumenta o grau de invasão dos inspetores da AIEA em relação aos países signatários. O Brasil se recusa a assinar, pois o sistema ABACC já garante o compromisso com a não proliferação. Até os governos Kirchner, Argentina garante esse mesmo discurso. Com governo Macri, segundo entrevistas realizada pela autora, há uma sinalização positiva para assinar o PA. Porém, essa não é uma posição unânime. Os secretários da ABACC garantem que a Argentina não vai assiná-lo. Caso fosse assinado pela Argentina unilateralmente, para Dawood, seria um desastre para ABACC e representaria, consequentemente, seu esvaziamento (DAWOOD, 2016). Para Carlos Feu, ex-secretário da ABACC, o NSG reconheceu o sistema regional e a ABACC, em particular, como sucedâneo ao PA, o que reduz a pressão sobre a assinatura. Para Feu, o PA é ameaça ao sistema. O enfoque regional não pode ser menor caso contrário a ABACC fica inútil. Outra ameaça é entrar no jogo contraproducente de desconfiança internacional: não podemos ser disseminadores de desconfiança diz Feu (2015). Para Feu (2015), nossas instituições são muito efêmeras, mas em um quarto de século é possível dizer que [ABACC] é enxuta e eficiente conforme os governos quiseram desde o início. A ABACC passa por uma fase de redefinição. Argentina já concluiu a Atucha 2, voltou com o enriquecimento, teve êxito no reator para a Austrália e constrói um reator multipropósito. Brasil voltou a investir no submarino nuclear, na base de Itaguaí e no reator multipropósito em conjunto com a Argentina - por meio da Comissão Binacional de Energia Nuclear (COBEN). Porém, há dúvidas se haverá recursos para fazê-lo. Adicionalmente, a ABACC tem um grande desafio que é aplicar salvaguardas em instalações militares, principalmente depois da reativação do submarino nuclear brasileiro controlado pela Marinha. Feu concluiu que não é fácil o desafio de aplicar inspeções em protótipo de submarinos. Por isso, a importância de criar confiança entre os vizinhos. Para Feu (2015), a credibilidade é a maior contrapartida da ABACC. Perder isso é o maior risco. É necessário que os países entendam e os burocratas também que a credibilidade depende da continuidade. A credibilidade técnica depende da qualidade da equipe e nisso não há riscos. Por enquanto, os países continuam dispostos a cooperar. É preciso que as autoridades nacionais também continuem dispostas a liberarem os melhores técnicos e cientistas para a ABACC. Além disso, a inspeção é a atividade técnica que

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