IBGE DIVULGA ATUALIZAÇÃO DO RETRATO DO COMÉRCIO BRASILEIRO
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- Benedito Valgueiro Castelo
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1 IBGE DIVULGA ATUALIZAÇÃO DO RETRATO DO COMÉRCIO BRASILEIRO Pesquisa Anual de Comércio radiografou as principais variáveis do comércio no Brasil ao fim do ciclo de forte expansão do setor. Entre 2007 e 2013, grandes empresas se destacaram a despeito dos ganhos de produtividade nos estabelecimentos de pequeno porte. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (14/08) o retrato mais atualizado da atividade comercial no Brasil. Com dados referentes ao ano de 2013, a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) é o levantamento estrutural mais completo do comércio brasileiro ao retratar as principais variáveis do setor. Os subsetores avaliados são: Varejo; atacado e comércio automotivo. O acompanhamento conjuntural do setor realizado através da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) conduzida todos os meses pelo próprio Instituto, apontava que, entre 2007 e 2012, por exemplo, as vendas do varejo ampliado cresceram a uma média anual de 8,5% ao ano. Naquele período, a expressiva expansão do crédito e a adoção de incentivos fiscais, alavancaram as vendas desse subsetor do comércio, em especial naqueles segmentos especializados na comercialização de bens de consumo duráveis, como automóveis, móveis e eletrodomésticos, eletroeletrônicos, etc. Em 2013, o setor já acusava os primeiros sinais das dificuldades que estavam por vir nos meses seguintes registrando alta de 3,6% no volume de vendas, portanto, metade dos +8,0% registrados no ano anterior sugerindo, assim, o fim de um longo ciclo de crescimento da atividade comercial. A pesquisa divulgada hoje pelo IBGE confirma que, pelo menos do ponto de vista da receita bruta de revenda, o ano de 2013 foi, de fato, o mais fraco desde 2007 não apenas para o varejo, mas para todo o comércio. Descontada a inflação, naquele ano, o volume de vendas do varejo ampliado e do atacado avançou 2,7% em termos reais menor taxa anual do período analisado. Considerando-se a receita operacional líquida, ou seja, aquela derivada exclusivamente da venda de mercadorias houve um avanço nominal de 122,1% entre 2007 e O grande destaque entre os subsetores avaliados foi o varejo com alta de 139,5%. Em seguida vieram o atacado (+118,5%) e comércio automotivo (+87,8%). Essa conjuntura favorável permitiu que o varejo brasileiro também se sobressaísse em termos de valor adicionado, variável que corresponde à diferença entre o valor bruto gerado e o consumo intermediário do setor, ou seja, refere-se ao valor que uma atividade agrega aos bens ou serviços por ela produzidos. No varejo, houve avanço nominal de 163,1%, enquanto que a média do comércio ficou em +148,7%. Embora o comércio varejista respondesse por 73,5% do pessoal ocupado na atividade comercial no ano de 2013, o maior avanço da força de trabalho subsetorial entre 2007 e 2013 se deu no atacado (+41,8%). Na média, a ocupação de todo o setor mercantil avançou 37,8% no período. Em 2013, 10,4 milhões de pessoas trabalhavam formalmente em alguma atividade comercial. 1
2 Esse aumento no quadro de funcionários, naturalmente, pressionou os gastos com pessoal no comércio atacadista apurando-se, nesse subsetor, um avanço de 145,9% no período contra 143,4% da média do comércio brasileiro. Além dos salários e outras remunerações do trabalho, os gastos com pessoal compreendem as contribuições para a previdências social e privada, FGTS, indenizações e benefícios concedidos aos trabalhadores. A PAC identificou ainda 1,74 milhão de empresas comerciais ativas no país, das quais, 79,7% ou 1,4 milhão foram classificadas como comércio varejista. Novamente, o segmento atacadista apresentou o maior avanço no número de empresas desde 2007 (+38,9%, contra +24,1% da média do setor). A remuneração média mais elevada encontrava-se no atacado (R$2.081,38), seguido pelo comércio automotivo (R$1.592,40) e finalmente, pelo varejo (R$1.138,47). No entanto, houve redução no diferencial salarial entre atacado e varejo. Em 2007, o salário médio no setor atacadista era 86,1% maior que no varejo, ao passo que, seis anos depois, essa diferença caiu para 82,8%. O cruzamento das principais informações disponibilizadas pela PAC 2013 também permite identificar os ganhos de produtividade do trabalho e das empresas. Entre os trabalhadores, a relação valor adicionado real/pessoal ocupado avançou 29,2% em sete anos, com destaque para o varejo (+36,8%). Já a produtividade das empresas medida através da relação valor adicionado/nº de estabelecimentos, cresceu 43,5% também em termos reais, sobressaindo-se, novamente o subsetor varejista (+53,8%). As evoluções das principais variáveis do comércio analisadas segundo portes de estabelecimentos evidenciam uma maior concentração do setor. A receita operacional líquida cresceu de forma mais acentuada nos estabelecimentos que ocupavam cem ou mais pessoas (+131,2%). Nos micro e pequenos estabelecimentos (aqueles que ocupavam até 49 pessoas), houve avanço de 116,0%, ao passo que, as unidades de médio porte perceberam variação de 101,5% nas receitas derivadas diretamente das vendas. Em 2013, os grandes estabelecimentos comerciais respondiam por mais da metade (51,7%) da receita operacional do setor (em 2007, essa parcela correspondia a 49,7%). Naturalmente, o número de unidades de venda de grande porte cresceu mais (+72,7%) do que o de micro e pequenos estabelecimentos (MPEs) nesse período (+22,5%). O mesmo diagnóstico pode ser observado ao se analisar a evolução da ocupação. Os grandes estabelecimentos do comércio expandiram seu quadro de trabalhadores em 63,9% enquanto que, a quantidade de MPEs, aumentou em 28,6%. Apesar de acusar um crescimento mais significativo do que o dos demais portes nesses dois últimos quesitos, os grandes estabelecimentos do comércio respondiam por 28,1% do pessoal ocupado e por apenas 3,7% do número de estabelecimentos comerciais no país em Os micro e pequenos estabelecimentos, por sua vez, se destacam em termos de ganho na produtividade do trabalho (+33,3%, contra +16,1% dos grandes e +17,1% dos médios). Igualmente, entre 2007 e 2013, a produtividade das unidades comerciais avançou de forma mais significativa 2
3 entre os pequenos estabelecimentos (+95,1%) do que entre as unidades comerciais médias (+61,4%) e grandes (+53,9%). Regionalmente, os maiores avanços nominais de receita no período analisado ocorreram no Centro- Oeste (+153,4%) e no Nordeste (+134,3%). No entanto, a região Sudeste ainda concentra mais da metade (51,5%) do volume de vendas do comércio nacional. Já a ocupação cresceu de forma mais acentuada no Norte (+47,0%) e no Nordeste (+40,6%) do país. Assim como no caso da receita, o Sudeste abriga mais da metade (51,7%) da população ocupada no comércio. Embora responda por apenas 2,0% dos estabelecimentos comerciais do país. Finalmente, a região Norte registrou o maior avanço no número de locais de venda nesse período (+32,1%). QUADRO I PRINCIPAIS VARIÁVEIS D COMÉRCIO NO BRASIL SEGUNDO SUBSETORES 3
4 QUADRO II PRINCIPAIS VARIÁVEIS D COMÉRCIO NO BRASIL SEGUNDO PORTES DE ESTABELECIMENTOS 4
5 QUADRO III PRINCIPAIS VARIÁVEIS D COMÉRCIO NO BRASIL SEGUNDO REGIÕES GEOGRÁFICAS 5
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