Nathalia Maria Temudo

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1 Pós-Graduação em Ciência da Computação Abordagem de Apoio à Tomada de Decisão na Seleção do Tipo de Estudo Empírico em Engenharia de Software Por Nathalia Maria Temudo Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Pernambuco RECIFE 2014

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO CENTRO DE INFORMÁTICA NATHALIA MARIA TEMUDO ABORDAGEM DE APOIO À TOMADA DE DECISÃO NA SELEÇÃO DE TIPO DE ESTUDO EMPÍRICO EM ENGENHARIA DE SOFTWARE TRABALHO APRESENTADO A PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO DO CENTRO DE INFORMÁTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO. CANDIDATO: NATHALIA MARIA TEMUDO (NMT@CIN.UFPE.BR) ORIENTADOR: SERGIO CASTELO BRANCO SOARES (SCBS@CIN.UFPE.BR) RECIFE 2014

3 Catalogação na fonte Bibliotecária Joana D Arc L. Salvador, CRB Temudo, Nathalia Maria. Abordagem de apoio à tomada de decisão na seleção de tipo de estudo empírico em engenharia de software / Nathalia Maria Temudo. Recife: O Autor, f.: fig., tab. Orientador: Sergio Castelo Branco Soares. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. CIN. Ciência da Computação, Inclui referências e apêndices. 1. Engenharia de software. 2. Empirismo. I. Soares, Sergio Castelo Branco (orientador). II. Título (22. ed.) MEI

4 Dissertação de Mestrado apresentada por Nathalia Maria Temudo à Pós-Graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco, sob o título Abordagem de Apoio à Tomada de Decisão na Seleção do Tipo de Estudo Empírico em Engenharia de Software orientada pelo Prof. Sergio Castelo Branco Soares e aprovada pela Banca Examinadora formada pelos professores: Prof. André Luis de Medeiros Santos Centro de Informática / UFPE Profa. Cristine Martins Gomes de Gusmão Departamento de Engenharia Biomédica / UFPE Prof. Sergio Castelo Branco Soares Centro de Informática / UFPE Visto e permitida a impressão. Recife, 19 de fevereiro de Profa. Edna Natividade da Silva Barros Coordenadora da Pós-Graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco.

5 Agradecimentos Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado saúde e força para chegar até esse momento. Em segundo, agradeço à minha família pelo apoio durante todo o mestrado e ao meu namorado pela paciência e cumplicidade até nos momentos mais desafiadores da pesquisa acadêmica. Por último e em especial, agradeço ao meu orientador, Sérgio Soares, figura imprescindível em minha caminhada nesse primeiro nível de aprofundamento stricto sensu, por todo seu empenho, orientação, incentivo, carinho e pela paciência ao se dispor como fonte bem-servida de sabedoria e conhecimento, sendo capaz de repassar sua experiência com excelente didática.

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7 Resumo Ao longo dos anos, estudos empíricos têm se mostrado mecanismos importantes para o avanço científico em diversas áreas como Medicina e Ciências Sociais, por exemplo. Em Engenharia de Software não é diferente, visto que o interesse por esse tipo de estudo vem crescendo desde a década de 80 e ganhando novos adeptos que contribuem para o desenvolvimento da área. Entretanto, vários fatores tornam a pesquisa empírica em Engenharia de Software particularmente difícil, uma vez que requer estudar não só a tecnologia, mas os conceitos e teorias envolvidos. Além disso, há uma multiplicidade de tipos de estudos tais como estudos de caso, pesquisa ação, survey, experimento e etnografia, o que dificulta a seleção de um tipo de estudo empírico apropriado numa dada situação de projeto de pesquisa. Nesse contexto, foi conduzida uma revisão sistemática com o objetivo de identificar informações baseadas em evidências sobre a seleção de estudo empírico pelos pesquisadores em Engenharia de Software, visando a criação de uma abordagem de apoio à tomada de decisão em pesquisa empírica. Palavras-chave: Engenharia de Software. Tipo de Estudo Empírico. Revisão Sistemática. Abordagem. Tomada de Decisão.

8 Abstract Along the years, empirical studies had reported important mechanisms for scientific progress in several areas such as Social Science and Medicine, for example. In Software Engineering is not different, as the interest for empirical studies have been increasing since the 80s and getting new researchers who contribute to the development of the area. However, several factors make empirical research in Software Engineering particularly challenging, as it requires studying not only the technology, but the concepts and theories around. Furthermore, the plethora of studies type such as case studies, action research, survey, experiment or ethnography makes is very difficult to choose an appropriate research method in a given situation of the design science research. In this context, this research was performed through Systematic Literature Review aiming to identify evidence-based information on the selection of empirical study type by researchers in Software Engineering, aiming at creating a support approach to decision making in empirical research. Keywords: Software Engineering. Empirical Study Type. Systematic Literature Review. Approach. Decision Making.

9 Lista de Figuras FIGURA 3.1 ETAPAS DA PESQUISA FIGURA 4.1 DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS SELECIONADOS POR FONTE FIGURA 4.2 DISTRIBUIÇÃO DE SELEÇÃO DE TIPOS DE ESTUDOS EMPÍRICOS AO LONGO DOS ANOS FIGURA 4.3 FLUXOGRAMA DE ESTIMATIVA DE SOFTWARE FIGURA 4.4 FLUXOGRAMA DE ARQUITETURA DE SOFTWARE FIGURA 4.5 FLUXOGRAMA DOS CASOS DE USO FIGURA 4.6 FLUXOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE FIGURA 4.7 FLUXOGRAMA RELACIONADO À DOCUMENTAÇÃO FIGURA 4.8 FLUXOGRAMA DE FERRAMENTA FIGURA 4.9 FLUXOGRAMA DE INSPEÇÃO FIGURA 4.10 FLUXOGRAMA DE MÉTODO FIGURA 4.11 FLUXOGRAMA DE MÉTRICAS FIGURA 4.12 FLUXOGRAMA DE MODELOS FIGURA 4.13 FLUXOGRAMA DE REQUISITOS FIGURA 4.14 FLUXOGRAMA DE TESTES FIGURA 4.15 FLUXOGRAMA GERAL

10 Lista de Tabelas TABELA 2.1 COMPARAÇÃO DOS TIPOS DE ESTUDOS EMPÍRICOS TABELA 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA TABELA 4.1 ESTUDOS RELACIONADOS À ESTIMATIVA DE SOFTWARE TABELA 4.2 ESTUDOS RELACIONADOS À ARQUITETURA DE SOFTWARE TABELA 4.3 ESTUDOS RELACIONADOS AOS CASOS DE USO TABELA 4.4 ESTUDOS RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE TABELA 4.5 ESTUDOS RELACIONADOS À DOCUMENTAÇÃO TABELA 4.6 ESTUDOS RELACIONADOS À FERRAMENTA TABELA 4.7 ESTUDOS RELACIONADOS À INSPEÇÃO TABELA 4.8 ESTUDOS RELACIONADOS AO MÉTODO TABELA 4.9 ESTUDOS RELACIONADOS À METRICAS TABELA 4.10 ESTUDOS RELACIONADOS AOS MODELOS TABELA 4.11 ESTUDOS RELACIONADOS AOS REQUISITOS TABELA 4.12 ESTUDOS RELACIONADOS AOS TESTES

11 Siglas ES Engenharia de Software ESBE Engenharia de Software Baseada em Evidências EMS Estudo de Mapeamento Sistemático RSL Revisão Sistemática da Literatura IEEE Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos EASE Evaluation and Assessment in Software Engineering ESEM Empirical Software Engineering and Measurement ESEJ Empirical Software Engineering Journal IDC Identificador do campo de pesquisa que o tipo de estudo empírico foi aplicado IDF Identificador da Finalidade que o tipo de estudo empírico foi aplicado

12 Sumário 1 INTRODUÇÃO OBJETIVOS Objetivos gerais Objetivos específicos ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ENGENHARIA DE SOFTWARE ESTUDOS EMPÍRICOS EM ENGENHARIA DE SOFTWARE Métodos para a condução de experimentos em Engenharia de Software Tipos de estudos empíricos em Engenharia de Software ENGENHARIA DE SOFTWARE BASEADA EM EVIDÊNCIAS RESUMO METODOLOGIA CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA CICLO DA PESQUISA PROTOCOLO DA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA Escopo e Questões de Pesquisa Processo de Busca Critérios de Exclusão Extração dos Dados Síntese dos Dados RESUMO ABORDAGEM DE APOIO À SELEÇÃO DE TIPO ESTUDO EMPÍRICO EXTRAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS CONSTRUÇÃO DA ABORDAGEM A ABORDAGEM Estimativa de Software Arquitetura de Software Casos de Uso Desenvolvimento de Software Documentação Ferramenta Inspeção Método Métrica Modelo Requisitos Teste Demais campos da área de pesquisa DISCUSSÃO SOBRE A ABORDAGEM RESUMO CONSIDERAÇÕES FINAIS AMEAÇAS À VALIDADE E LIMITAÇÕES TRABALHOS FUTUROS TRABALHOS RELACIONADOS CONCLUSÕES REFERÊNCIAS APÊNDICE A THE SYSTEMATIC LITERATURE REVIEW PROTOCOL... 65

13 A.1 BACKGROUND A.2 RESEARCH QUESTION A.3 SEARCH PROCESS A.4 EXCLUSION CRITERIA A.5 SELECTION PROCESS A.7 DATA EXTRACTION AND DATA SYNTHESIS APÊNDICE B ESTUDOS SELECIONADOS APÊNDICE C EVIDÊNCIAS APÊNDICE D ESTUDOS RELACIONADOS

14 12 1 Introdução Os estudos baseados em evidências empíricas em Engenharia de Software (ES) vêm ganhando importância desde os meados da década de 80 no sentido de aperfeiçoar o apoio a tomada de decisão dos profissionais em relação ao desenvolvimento de software, métodos, técnicas, linguagens de programação, etc. Tal aperfeiçoamento só foi possível graças a integração das melhores evidências resultantes das experiências práticas e dos valores humanos de uma pesquisa empírica [1]. No entanto, conduzir uma pesquisa empírica em ES pode se tornar um tanto desafiador visto que, nas últimas décadas, vários pesquisadores têm abordado as dificuldades para a seleção de um método de investigação apropriado [2],[3],[4]. É importante lembrar que um método de investigação está relacionado ao tipo de estudo empírico que foi selecionado para a condução da pesquisa diante de uma multiplicidade de tipos de estudos, que segundo Easterbrook et al. [5], são: estudos de caso, pesquisa ação, survey, experimento e etnografia. Além do mais existem vários fatores que tornam a pesquisa empírica em Engenharia de Software bastante desafiadora. Em primeiro lugar, estudar as atividades humanas no desenvolvimento de software é sempre um desafio, uma vez que requer estudar não só a tecnologia em uso, mas também processos sociais que envolve as partes interessadas [3],[5]. Em segundo lugar, a pesquisa em Engenharia de Software empírica faz uso dos conceitos e teorias das ciências sociais, uma vez que envolve o estudo das atividades humanas. Dada a variedade de usos dos conceitos e terminologia de pesquisa em ciências sociais, os pesquisadores têm dificuldade para explicar o seu projeto de pesquisa [6]. Em terceiro e último lugar, a seleção de um método de pesquisa em Engenharia de Software empírica é especialmente problemática segundo Easterbrook et al. [5], pois o que dificulta a seleção de um tipo de estudo empírico apropriado numa dada situação de um projeto de pesquisa é a pouca documentação sobre os prós e contras dos métodos de pesquisa e, assim, muitos pesquisadores não têm o conhecimento necessário sobre as implicações dos métodos de investigação que eles usam, o que pode se tornar um impecilho para o pesquisador na condução deste tipo de pesquisa [6]. Diante do cenário descrito, pesquisadores inexperientes em estudos empíricos, os quais não possuem ainda muita experiência na área, sentem mais dificuldades em

15 13 relação aos experientes ao selecionar qual método de investigação seria mais adequado para aplicar em suas pesquisas. Então, com a finalidade de fomentar a prática de estudos empíricos, o foco principal do trabalho é agregar conhecimento sobre as justificativas dos pesquisadores da área através de uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) em relação a seleção dos tipos estudos empíricos em ES, visando a criação de uma abordagem de apoio à tomada de decisão na seleção do tipo de estudo empírico em ES. 1.1 Objetivos Objetivos gerais Este trabalho tem como objetivo geral agregar conhecimento disponível na literatura sobre as justificativas dos pesquisadores ao selecionar um tipo de estudo empírico a ser realizado numa pesquisa. A partir da análise deste conjunto de justificativas, uma abordagem será criada para apoiar os pesquisadores poucos experientes na execução de pesquisa empírica em ES Objetivos específicos Com o resultado proveniente da Revisão Sistemática da Literatura realizada pretendese alcançar os seguintes objetivos específicos: Auxiliar na seleção de tipos de estudos empíricos; Favorecer a popularização de estudos empíricos para pesquisadores poucos experientes na área empírica; Propor uma abordagem de seleção de tipo de estudo empírico; Se unir a um processo que guia a realização de estudos empíricos em Engenharia de Software. 1.2 Organização da Dissertação Além deste capítulo, esta dissertação será apresentada em mais cinco capítulos que estão organizados da seguinte forma: O Capítulo 2 apresenta o referencial teórico, que contem os conceitos que fundamentam esta dissertação. A metodologia que foi adotada para realizar esta pesquisa é discutida no Capítulo 3, onde é apresentada a classificação da pesquisa

16 14 com o seu quadro metodológico, as principais etapas deste estudo, os procedimentos seguidos pela Revisao Sistemática da Literatura com o seu protocolo definido e a forma como os dados foram extraídos, analisados e sintetizados. No Capítulo 4 é apresentado a abordagem de apoio à tomada de decisão em relação à seleção do tipo de estudo empírico em Engenharia de Software. Esta abordagem foi gerada a partir das evidências coletadas e analisadas dos estudos selecionados na Revisão Sistemática da Literatura. Finalmente, no Capítulo 5 são detalhadas as conclusões do trabalho desenvolvido e é realizado um levantamento de propostas de trabalhos futuros. Além disso, diversos apêndices apresentam o protocolo completo da revisão, a lista de estudos selecionados, as evidências extraídas dos estudos primários e os estudos relacionados, respectivamente.

17 15 2 Fundamentação Teórica Este capítulo aborda o conteúdo teórico necessário para desenvolver a solução para o problema descrito na introdução: conceitos de Engenharia de Software, definição e tipos de estudos empíricos em Engenharia de Software e Engenharia de Software baseada em evidências. 2.1 Engenharia de Software A Engenharia de Software (ES) não engloba apenas um conjunto de levantamento de técnicas e terminologias para guiar desenvolvimento de software; de acordo com algumas definições encontradas na literatura, ela inclui muito mais do que isso: Sommerville [8] caracteriza como uma disciplina da engenharia que se ocupa de todos os aspectos de produção de software, desde os estágios iniciais de especificação do sistema, até a manutenção desse sistema, depois que entrou em operação. É descrita no glossário do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) para terminologias de ES de 1993 [9] como a aplicação de uma abordagem sistemática, disciplinada e quantificável para o desenvolvimento, operação e manutenção de software. O estudo de abordagens e princípios a fim de obter softwares confiáveis e que executam de forma eficiente nas máquinas reais. Em resumo, a ES está preocupada em estruturar o processo da produção sistemática do software, desde o primeiro contato com o cliente à manutenção de produtos de software que são desenvolvidos e modificados no prazo estabelecido e dentro das estimativas de custo, de forma a tornar esse processo mais racional, científico e repetível com o objetivo de se aproximar das engenharias tradicionais. 2.2 Estudos empíricos em Engenharia de Software De forma geral, os testes que comparam o que acreditamos ao que vemos são denominados estudos empíricos. Contudo, se tais estudos forem construídos

18 16 sabiamente e aplicados para apoiar o método científico, eles passam a ter um papel fundamental na Ciência. Estudos empíricos, como um todo, auxiliam a entender como e por que as coisas funcionam, e nos permitem usar esta compreensão para alterar nosso mundo materialmente em várias áreas de pesquisa, inclusive em ES [10]. A realização de estudos empíricos em ES, de acordo com Travassos [11], representa um modo sistemático para avaliação de ferramentas, metodologias, processos e produtos, resultando em contribuições efetivas para a qualidade do software. Um dos primeiros relatos sobre a importância de estudos empíricos em ES foi publicado em 1986 por Basili [12]. Após isso, outros estudos evidenciaram a necessidade de estudos empíricos em ES [13], [14], [15], [16] além do desenvolvimento de apoio, guidelines, metodologias, frameworks, mecanismos e intrumentos que permitem projetar, planejar, analisar e empacotar estudos empíricos em ES [1], [16], [17], [18], [19], [20], [21], [22]. Entretanto, observa-se que nas pesquisas de ES, os estudos empíricos não obtiveram tanto êxito, comparado ao seu amplo uso nas outras Ciências. Moura [23], enumerou alguns motivos da falta desses estudos: A dificuldade de padronizar e encapsular todas as informações necessárias aos estudos; A dificuldade de controlar todas as variáveis envolvidas no desenvolvimento de software, tais como processo, tecnologias, experimentos e fatores humanos em geral; O envolvimento humano direto na execução dos estudos, que gera uma alta probabilidade de contaminação dos resultados, uma vez que é impossível selecionar para o estudo pessoas que tenham exatamente as mesmas caracterísiticas; Os altos custos associados à alocação de pessoas para realizar experimentos durante todo o processo de desenvolvimento de software. Vale ressaltar que o processo de realização de estudos empíricos ajuda a fomentar uma base de dados de conhecimento confiável, aumentando, assim, o acervo a ser utilizado para tomada de decisões em relação a quais ferramentas, metodologias, teorias ou tipos de estudos empíricos são mais adequados para a resolução de um problema [24]. Assim, torna-se evidente a necessidade de estudos empíricos para alavancar o amadurecimento e desenvolvimento na área de ES.

19 2.2.1 Métodos para a condução de experimentos em Engenharia de Software De acordo com Travassos [11] existem quatro métodos relevantes para a condução de em ES: método científico, método experimental, método de engenharia e método analítico. Método Científico. Este método observa o mundo, sugere o modelo ou a teoria do comportamento, mede e analisa, verifica as hipóteses do modelo ou teoria, ou seja, é um paradigma indutivo [25]. Pode ser utilizado quando se tenta entender o processo, o produto de software ou o ambiente, por exemplo. Esse método tenta extrair do mundo algum modelo que possa explicar um fenômeno e, avaliar se o modelo é representativo para o fenômeno que está em observação. É uma abordagem para a construção de modelos. Método Experimental. Este método sugere o modelo do, desenvolve o método qualitativo e/ou quantitativo, aplica um, mede e analisa, avalia o modelo e repete o processo. O processo se inicia com o levantamento de um modelo novo, baseado em um modelo existente ou não, tentando estudar o efeito do processo ou produto sugerido pelo modelo novo. Método de Engenharia. Este método observa as soluções existentes, sugere as soluções mais adequadas, desenvolve, mede e analisa, repetindo até que nenhuma melhoria adicional seja possível. É uma abordagem orientada à melhoria evolutiva, assumindo a existência de algum modelo do processo ou produto de software e modificando esse modelo com o objetivo de melhorar os objetos do estudo. Método Analítico (ou Matemático). Este método sugere uma teoria formal, desenvolve a teoria, deriva os resultados e se possível compara-os com as observações empíricas. É um método dedutivo que não precisa de um projeto experimental no sentido estatístico, mas oferece uma base analítica para o desenvolvimento de modelos. Segundo Travassos [11], o método experimental considera a proposição e avaliação do modelo com estudos experimentais, sendo a abordagem mais apropriada para experimentação na área de ES. Entretando, esta pesquisa utilizou o método científico de forma a entender o processo de seleção de estudo empírico em ES em busca da construção de uma abordagem de apoio à tomada de decisão, visto que é o método mais utilizado para a construção de abordagens [25]. 17

20 2.2.2 Tipos de estudos empíricos em Engenharia de Software Os principais tipos de estudos empíricos conduzidos em ES [21] descritos pela literatura são: (i) Survey. Trata-se de uma investigação conhecida como pesquisa de campo, usada para identificar as características de uma ampla população de indivíduos. Geralmente, a coleta de dados está associada ao uso de questionários, mas pode ser realizada também através de entrevistas estruturadas ou técnicas de registros de dados. Uma pré-condição para a escolha desse tipo de estudo empírico é uma pergunta clara sobre a natureza de uma população alvo em particular [21]. (ii) Estudo de caso. Segundo Yin [25], o estudo de caso é uma pesquisa empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto na vida real, principalmente quando as fronteiras entre o fenômeno e o seu contexto não são claras. Além disso, o estudo de caso oferece uma compreensão profunda de como e porque certos fenômenos ocorrem, podendo revelar os mecanismos pelos quais as relações causaefeito ocorrem [27]. Uma pré-condição para a escolha desse tipo de estudo empírico é uma pergunta clara e interessada em como e porque certos fenômenos ocorrem [21]. (iii). É uma investigação de hipótese testável, onde uma ou mais variáveis independentes são manipuladas com a finalidade de medir seus efeitos em uma ou mais variáveis. Uma pré-condição para a escolha desse tipo de estudo empírico é uma hipótese clara que guia todas as etapas do projeto experimental, inclusive a de decidir quais variáveis serão incluídas no estudo e como medi-las [21]. (iv) Etnografia. Segundo Robinson et al. [28], a etnografia é o estudo de uma comunidade de pessoas visando entender como os membros desta comunidade percebem suas iterações sociais através da observação. É um tipo de estudo empírico que pode ajudar a compreender como as comunidades técnicas constroem uma cultura de práticas de comunicação que lhes permitem executar os trabalhos técnicos de forma colaborativa [21]. 18

21 19 (v) Pesquisa Ação. É um tipo de estudo empírico usado pelos pesquisadores para resolver um problema do mundo real enquanto estudam, ao mesmo tempo, a experiência de resolver o problema [29]. Neste estudo, os pesquisadores pretendem intervir nas situações estudadas com a intenção explícita de melhorar a situação [21]. Vale ressaltar que a classificação dos estudos empíricos está sempre relacionada aos conceitos das estratégias empíricas [11]. O que diferencia as estratégias são o controle da execução, o controle da medição, o custo de investigação e a facilidade de repetição, como mostrado na Tabela 2.1. Fator Tabela 2.1 Comparação dos tipos de estudos empíricos. Survey Estudo de caso Etnografia Pesquisa ação Controle da execução Nenhum Nenhum Tem Nenhum Nenhum Controle da medição Nenhum Tem Tem Nenhum Tem Controle da Investigação Baixo Médio Alto Baixo Médio Facilidade da repetição Alta Baixa Alta Alta Alta Custo Baixo Médio Alto Baixo Médio 2.3 Engenharia de Software baseada em evidências O paradigma baseado em evidências teve origem em pesquisas médicas por volta dos anos 80 para os anos 90 [1], e é aplicável aos campos de pesquisa onde a construção do conhecimento, através de revisões sistemáticas, está presente, como acontece em ES. De acordo com Kitchenham et al. [1] a Engenharia de Software Baseada em Evidências (ESBE) (do inglês Evidence-Based Software Engineering - EBSE) busca prover meios pelos quais melhores evidências provenientes da pesquisa possam ser integradas com experiência prática e valores humanos no processo de tomada de decisão considerando o desenvolvimento e manutenção de software. Nesse contexto, Revisão Sistemática da Literatura (RSL) (do inglês Systematic Literature Review SLR) e Estudo de Mapeamento Sistemático (EMS) (do inglês Systematic Mapping Study SMS) emergiram como duas ferramentas importantes para construir e agregar conhecimento em ES e apresentam as seguintes vantagens [30]:

22 20 A metodologia bem definida torna menos provável que os resultados encontrados na literatura sejam tendenciosos; Podem fornecer informações sobre os efeitos de algum fenômeno através de configurações e métodos empíricos. Se os estudos fornecem resultados consistentes, a revisão sistemática provê evidências que o fenômeno é robusto e transferível; se os resultados forem inconsistentes, as fontes de variação podem ser estudadas; No caso de estudos quantitativos, é possível combinar dados usando técnicas de meta-análise, aumentando a probabilidade de detectar efeitos reais que pequenos estudos individuais não são capazes de detectar. As RSLs exigem muito mais esforço para serem realizadas quando comparado com as revisões de literatura tradicionais, pois estão preocupadas em responder questões muito específicas com a finalidade de construir novos conhecimentos baseados em estudos existentes em um determinado campo. Os EMSs são geralmente utilizados quando o pesquisador pretende explorar uma determinada área, orientar uma RSL no futuro, ou quando há pouca evidência em um determinado campo de pesquisa. Em resumo, as principais diferenças entre RSLs e EMSs são [30]: EMSs são guiados por questões de pesquisas mais amplas e mais exploratórias do que RSLs; Os termos de pesquisa em EMSs são menos focados do que os usados em RSLs e, assim, podem retornar um grande número de estudos durante a fase de busca. Para as RSLs, isto é um problema maior do que se fosse numa fase de busca de um EMS visto que o objetivo do EMS é ter uma ampla cobertura ao invés estreita como acontece na RSL; Devido ao item anterior, o processo de extração de dados para EMSs também é muito mais amplo do que em RSLs, porém é menos aprofundado e não visa as melhores práticas, necessitando, às vezes, de uma fase de classificação ou categorização. O objetivo desta fase é classificar os estudos com detalhes suficientes para responder as grandes questões de pesquisa e identificar os estudos que serão revisados posteriormente sem ser uma tarefa demorada; Na fase de análise de EMS, os dados são utilizados para responder as questões de pesquisa colocadas. Muitas vezes, os dados são organizados através de gráficos de representações de distribuições de

23 21 estudo por tipo de classificação, visto que gráficos são mecanismos de comunicação eficazes na elaboração de relatórios, e é pouco provável a utilização de técnicas de análises mais profundas como meta-análise ou síntese narrativa, por exemplo. 2.4 Resumo Este capítulo discutiu o embasamento teórico necessário para a realização da pesquisa. Foram apresentados os conceitos de ES e a importância de pesquisa empírica neste campo. Também foram abordados os métodos relevantes para a condução de em ES incluindo o método selecionado para a condução desta pesquisa: o método científico. Além disso, foram descritos os tipos de estudos empíricos mais importantes na comunidade de Engenharia de Software e mais citados na literatura, os quais foram utilizados como princípio para a construção da abordagem apresentada no Capítulo 4. Por fim, houve a apresentação da área de pesquisa ESBE com a apresentação ferramenta Revisão Sistemática da Literatura, a qual foi utilizada para construir e agregar conhecimento na área de ES com as evidências coletadas no veículos da comunidade de Engenharia de Software empírica internacional e essencias para fomentar os dados utilizados na abordagem.

24 22 3 Metodologia Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para desenvolver a pesquisa. A Seção 3.1 aborda a metodologia filosófica utilizada bem como as etapas de pesquisa realizadas. Na Seção 3.2 é descrito o protocolo usado para orientar a revisão sistemática da literatura realizada. 3.1 Classificação da Pesquisa De acordo com o Easterbrook et al. [21], existem quatro posicionamentos filosóficos acerca da classificação da pesquisa científica: positivista, construtivista, teoria crítica e pragmático; e Easterbrook et al. [21] recomenda seguir um deles antes da definição do método de pesquisa. Para essa pesquisa, foi seguido o posicionamento pragmático, que defende que todo conhecimento é aproximado e incompleto, e seu valor depende dos métodos pelos quais foi obtido, sendo, portanto, a verdade relativa ao observador. Este posicionamento é o menos dogmático dos quatros, e valoriza o conhecimento prático sobre o abstrato, e o uso de métodos de pesquisa mista, pois vários métodos são utilizados para lançar luz sobre a questão em estudo, investigando assim maneiras diferentes de se chegar a uma verdade. Uma vez escolhido o posicionamento filosófico, foi possível definir o método de pesquisa. Um método de pesquisa, de acordo com Marconi e Lakatos [31], é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar um objetivo, traçando um caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. De fato, segundo Gil [33], o desenvolvimento de uma pesquisa é possibilitado por intermédio de um conjunto de procedimentos gerais que constituem o método. Neste sentido, Soares [34] afirma que o método depende do objeto a ser estudado, do problema que a pesquisa se propõe a resolver e de seu objetivo. Vale ressaltar que ao método devem estar associados a inteligência, a competência, o estudo e a criatividade dos pesquisadores, pois a utilização exclusiva do método não garante os resultados desejados [35]. Sendo assim, esta pesquisa utiliza um método de abordagem indutivo, baseado em dados de natureza qualitativa. O método de procedimento utilizado foi o de revisão sistemática da literatura. O quadro metodológico de classificação da pesquisa é apresentado na Tabela 3.1 e detalhado nas próximas seções.

25 23 Tabela 3.1 Classificação da Pesquisa Quadro Metodológico Método de Abordagem Indutivo Método de Procedimento Revisão Sistemática da Literatura Natureza dos dados Qualitativa Este trabalho optou pela abordagem indutiva, que é descrita por Marconi e Lakatos [31] como: (...) um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Logo, o objetivo deste trabalho é levar a conclusões prováveis para uma população a partir de amostras, ou seja, o conteúdo a que nos referimos é muito mais amplo do que o das premissas que foram utilizadas como base para a construção da abordagem apresentada no Capítulo 4. O método de procedimento definido para a etapa mais concreta no processo de investigação desta pesquisa foi o de Revisão Sistemática da Literatura (RSL) [30] como forma de analisar e interpretar um conjunto de dados obtidos na literatura existente sobre uma questão de investigação particular baseando-se em evidências. A escolha da revisão ao invés do mapeamento foi baseada na natureza definida da questão de pesquisa com o intuito de construir uma abordagem de apoio à tomada de decisão na seleção de estudos empíricos em ES. Em relação à abordagem qualitativa, Marconi e Lakatos [31] destacam a escolha dessa abordagem por ser apropriada para obter entendimento mais profundo e detalhado sobre as investigações, ambientes e comportamentos humanos, além de ajudar a refinar as proposições para se ajustarem melhor aos dados por se tratar de uma forma adequada de entender a natureza de um fenômeno e geralmente tem, como cenário, situações complexas e particulares [36]. A escolha do tipo de pesquisa qualitativa foi feita por melhor se adequar ao problema desta pesquisa. Porém, é uma abordagem que necessita de um maior esforço do pesquisador visto que os resultados qualitativos são, geralmente, mais nebulosos que os quantitativos em termos de extrair e analisar as informações, especialmente em comunidades mais técnicas como na ES [24].

26 24 Figura 3.1 Etapas da Pesquisa. 3.2 Ciclo da Pesquisa As etapas que constituem o ciclo da pesquisa estão ilustradas na Figura 3.1 e serão detalhadas a seguir: Revisão da literatura (1). Primeiramente, foi realizada uma pesquisa tradicional da literatura em relação à pesquisa empírica em ES, com a finalidade de obter o embasamento teórico necessário sobre o assunto. Durante esta etapa, foram definidos o problema de pesquisa, os objetivos e a questão de pesquisa a ser investigada. Planejamento (2). Com a base teórica adquirida na etapa revisão da literatura, foi iniciada a etapa de planejamento, tomando como base a questão de pesquisa a ser investigada. Posteriormente, o protocolo da RSL foi planejado e elaborado. Coleta de dados (3). Na etapa de coleta de dados foi posto em prática o protocolo elaborado na etapa de planejamento, com a finalidade de coletar os dados necessários para a realização da pesquisa.

27 25 Análise (4). Com os dados coletados, os mesmos foram analisados e interpretados objetivando responder a questão de pesquisa. Consolidação (5). A última etapa consistiu na consolidação dos dados, na qual foram apresentadas as contribuições do trabalho para a pesquisa e a prática, as limitações existentes e o direcionamento para trabalhos futuros, finalizando com a produção do relatório final. 3.3 Protocolo da Revisão Sistemática da Literatura Nesta seção são apresentados, de forma breve, alguns pontos do protocolo de Revisão Sistemática da Literatura que conduziram esta pesquisa no campo de Engenharia de Software empírica. O protocolo de forma integral se encontra disponível no Apêndice A. Para guiar a construção desse protocolo foram usados instruções e conselhos apresentados no guideline definido por Kitchenham et al [30]. Esta pesquisa conduziu uma revisão com a intenção de analisar os trabalhos de todas as conferências relevantes de Engenharia de Software empírica. A finalidade da revisão foi responder a questão de pesquisa particular além de gerar uma nova abordagem em relação ao apoio à tomada de decisão na seleção do tipo de estudo empírico e prover um arcabouço adequado para posicionar novas pesquisas. Segundo Kitchenham et al. [1] revisões e mapeamentos sistemáticos tem em comum: Identificação da necessidade de executar a revisão sistemática; Elaboração da questão de pesquisa; Abrangente e exaustiva busca por estudos primários; Avaliação de qualidade de estudos incluídos; Identificação dos dados necessários para responder a pergunta de pesquisa; Extração dos dados; Resumo e síntese dos resultados dos estudos (meta-análise); Interpretação dos dados para determinar sua aplicabilidade;

28 26 Escrita do relatório Escopo e Questões de Pesquisa A fim de delinear o escopo da pesquisa e os elementos que vieram a fazer parte do escopo da pesquisa, foi utilizado uma estrutura citada por Kitchenham et al. [30], que, baseada no trabalho de Petticrew et al. [32], recomenda a fazer uso da estrutura de questão de pesquisa PICOC. De acordo com a PICOC, aplicada ao estudo deste trabalho: População (Population): Pesquisas que conduzem estudos empíricos em Engenharia de Sofwtare; Intervenção (Intervention): Uso de tipo de estudo empírico; Comparação (Comparison): Não se aplica; Resultado (Outcomes): Um documento que mapeia os tipos de estudos empíricos para guiar a seleção dos mesmos em engenharia de software. Contexto (Context): Indústria e Academia. O item Comparação (Comparison) não foi utilizado nesta pesquisa, visto que o estudo atual não realiza comparações entre seleções de tipos de estudos empíricos. O item Contexto (Context) é utilizado para definir o contexto onde ocorre a comparação; entretanto, para o estudo realizado neste trabalho, foi considerado o contexto onde ocorreu a seleção do tipo de estudo empírico. Após a definição da estrutura PICOC uma única pergunta com foco direcionado e que guia o estudo empírico foi definida: Questão. Como os pesquisadores selecionam um tipo de estudo empírico para um projeto de pesquisa? Processo de Busca A fim de limitar o campo da pesquisa apenas para publicações de pesquisadores especialistas na comunidade de Engenharia de Software empírica, o processo de busca para este estudo foi baseado em uma busca manual nas seguintes fontes:

29 27 Conferências: o Evaluation and Assessment in Software Engineering EASE o Empirical Software Engineering and Measurement ESEM Jornal: o Empirical Software Engineering Journal ESEJ As conferências e o jornal selecionados são os veículos da comunidade de Engenharia de Software empírica internacional. Todos as edições dos mesmos foram considerados neste estudo, até o ano de Considerando o esforço empreendido para avaliar manualmente todos os artigos de todas as edições e de modo a facilitar atualizações deste estudo, optamos por não incluir o ano de 2013 parcialmente, uma vez que o estudo foi realizado durante o ano de Critérios de Exclusão Esta etapa do processo é bastante importante na seleção das publicações que farão parte da extração dos dados e ao mesmo tempo é bem delicada, pois o pesquisador deve ter muito cuidado ao analisar as publicações para não deixar de selecionar uma publicação relevante ou selecionar uma publicação erroneamente. Nesta pesquisa, os critérios de exclusão adotados no estudo foram: Estudos incompletos como resumos ou resumos expandidos; Estudos duplicados, no caso de haver dois ou mais estudos semelhantes, o menos completo será excluído; Estudos repetidos, ou seja, no caso de haver o mesmo estudo disponível em mais de uma fonte de pesquisa; Estudos irrelevantes para a pesquisa, ou seja, estudos que não aplicam algum tipo de estudo empírico definido na Seção Extração dos Dados Nesta etapa do processo, os dados foram extraídos dos estudos selecionados a fim de responder a questão de pesquisa deste estudo de forma a construir uma abordagem de apoio à tomada de decisão de seleção de tipo de estudo empírico na ES. Inicialmente os dados foram organizados numa planilha eletrônica com algumas informações básicas dos estudos como identicação única para cada estudo, o

30 28 título, o ano, o veículo da comunidade de ES empírica e o tipo de estudo empírico (os quais foram citados na Seção do capítulo anterior). O tipo de estudo empírico que foi utilizado como princípio para a criação da abordagem foi comparado com os dados de outros pesquisadores do mesmo grupo de pesquisa de ES empírica da Universidade Federal de Pernambuco, pois todo o grupo extraiu informações dos mesmos veículos da comunidade de ES empírica internacional com planihas eletrônicas distintas, mas que possuiam as mesmas informações básicas. Como as informações básicas possuiam um identificador único do estudo para todos do grupo, compartilhávamos as informações coletadas de forma a verificar o tipo de estudo empírico identificado. Se o estudo não coincidisse, uma reunião era realizada entre dois ou mais pesquisadores para discutir o porquê da diferença até chegarmos num senso comum. Além das informações básicas, foi necessário extrair também, sem interferências de outros pesquisadores, justificativas em relação a seleção do tipo de estudo empírico com dados suficientes para responder a questão de pesquisa citada na Seção Síntese dos Dados Nesta etapa do processo, os dados foram organizados de forma gerar a contribuição deste trabalho. O procedimento para a síntese dos dados se inicia com a análise das justificativas retiradas dos estudos selecionados (dados qualitativos) de forma a identificar a área que o tipo de estudo foi aplicado e com que finalidade ele foi aplicado como mostra nos formulários detalhados no Apêndice A. Os códigos devem seguir um padrão de forma a facilitar a análise dos dados. Os códigos utilizados neste estudo seguem a seguinte formatação: IDA; IDF. Onde: IDC = IDentificador do Campo de pesquisa que o tipo de estudo empírico foi aplicado; IDF = IDentificador da Finalidade que o tipo de estudo empírico foi aplicado.

31 29 Além das identificações acima, as evidências dos dados dos estudos selecionados foram organizadas com o auxílio de planilhas eletrônicas, e agrupadas de acordo com o tipo de estudo empírico selecionado, de forma a facilitar a visão do pesquisador e a análise dos dados para a construção da abordagem proposta neste trabalho, que será descrita no Capítulo Resumo Este capítulo discutiu a estrutura da metodologia que foi utilizada para conduzir esta pesquisa e as razões do uso dos procedimentos e métodos de investigação. Foi abordada também uma breve descrição do protocolo de pesquisa da RSL proposto para esta pesquisa. Sendo assim, espera-se, dessa forma, atingir o rigor científico necessário para garantir a validade dos resultados deste estudo, que serão abordados no próximo capítulo.

32 4 Abordagem de apoio à seleção de tipo estudo empírico 30 Este capítulo apresenta a abordagem de apoio à seleção de tipo de estudo empírico em Engenharia de Software empírica. A Seção 4.1 apresenta informações gerais sobre os dados utilizados no estudo. Na Seção 4.2, as evidências foram sintetizadas de forma a apresentar a abordagem construída e ajudar os novos pesquisadores da área a selecionar um tipo de estudo empírico. 4.1 Extração e análise dos dados A análise e extração dos dados foi realizada de acordo com o protocolo de pesquisa descrito por completo no Apêndice A e resumidamente no Capítulo 3. Foram coletados 858 estudos oriundos dos veículos mais importantes da comunidade empírica internacional de ES, sendo 187 estudos do Evaluation and Assessment in Software Engineering - EASE, 319 estudos do Empirical Software Engineering Journal - ESEJ e 352 estudos do Empirical Software Engineering and Measurement - ESEM. Figura 4.1 Distribuição dos estudos selecionados por fonte. Desses estudos, 304 foram excluídos de acordo com os critérios apresentados na Seção e após a exclusão, os estudos foram reduzidos para 103 estudos do

33 EASE, 186 estudos do ESEJ e 265 estudos do ESEM, como mostrado na Figura 4.1 Distribuição dos estudos selecionados por fonte. e apresentados no Apêndice B. Todos os estudos selecionados estão distribuídos entre 1996 e 2012, sendo a maioria concentrado na última década, o que evidencia que as pesquisas visando viabilizar seleção e aplicação de tipos de estudos empíricos em ES têm aumentado na última década. A Figura 4.2 detalha esta distribuição ao longo dos anos EASE ESEM ESEJ 5 0 Figura 4.2 Distribuição de seleção de tipos de estudos empíricos ao longo dos anos. 4.2 Construção da abordagem Com o intuito de responder a questão de pesquisa descrita na Seção 3.3.1, os estudos selecionados, apresentados no Apêndice B, foram analisados para identificar e entender a seleção do tipo de estudo empírico realizada pelos pesquisadores. Assim, os estudos foram divididos em cinco grupos, de acordo com o tipo de estudo empírico identificado, resultando em 276 estudos do tipo experimento, 213 estudos do tipo estudo de caso, 68 estudos do tipo survey, 8 estudos do tipo etnografia e 2 estudos do tipo pesquisa ação. Vale ressaltar que um estudo pode aparecer em mais de um grupo, pois pode ser que um estudo aborde, por exemplo, um estudo de caso e um survey simultaneamente. Para cada grupo de tipo de estudo empírico, as evidências, detalhadas no Apêndice C, foram coletadas e analisadas para identificar informações que ajudassem no refinamento desses grandes grupos e guiassem a construção da abordagem. Ao analisar cada evidência, foi possível perceber algo em comum entre elas, cada

34 32 pesquisador tinha uma finalidade (avaliar, analisar, comparar, investigar ou reportar alguma informação) em relação ao campo de pesquisa da área de ES em questão. Assim, foi possível refinar os grupos e reagrupar as informações em relação a finalidade e ao campo de pesquisa da área de ES como Estimativa de Software, Arquitetura de Software, Casos de Uso, Documentação, Métrica, entre tantos outros que serão detalhados na próxima Seção. Esta reorganização das informações foi de grande valia para guiar a construção da abordagem que será apresentada na próxima seção. 4.3 A abordagem Esta seção apresenta a abordagem que foi construída a partir das evidências coletadas de forma a responder a questão de pesquisa. Cada seção a seguir representa uma área do campo de pesquisa da área de Engenharia de Software que se destacou nos estudos selecionados em relação as evidências coletadas e analisadas e uma breve explicação. As áreas que tiveram abordagens semelhantes foram agrupadas em uma única seção Estimativa de Software Neste campo de pesquisa, pudemos observar que sempre que o objetivo da pesquisa era, em poucas palavras, analisar a estimativa de software a partir de opiniões de especialistas bem como analisar a influência dos desenvolvedores de software, o tipo de estudo empírico selecionado pelos pesquisadores foi o experimento. Este tipo de estudo também foi selecionado para avaliar os fatores desafiantes na realização da estimativa como informação limitada ou até mesmo investigar melhorias em estimativa de software de forma geral sem considerar contexto organizacional. Por exemplo, na evidência coletada no estudo PS671[37] e detalhada no Apêndice C, a finalidade dos pesquisadores era analisar a estimativa de software baseado em um grupo de discussão de especialistas. Para esta análise, eles realizaram um experimento. Por outro lado, quando era considerado o contexto organizacional na pesquisa, os pesquisadores selecionaram estudo de caso como tipo de estudo empírico, uma vez que investigaram o uso de estimativa de software em diversas organizações com intuito de descobrir as causas dos erros mais comuns praticados pelos gestores de

35 33 projeto de software e, assim, coletar informações suficiente para ter um posicionamento científico sobre tais erros. Por exemplo, na evidência coletada no estudo PS261[38] e detalhada no Apêndice C, a finalidade dos pesquisadores era investigar estimativa de esforço de software em 35 empresas diferentes e ter um posicionamento sobre o uso de estimativa baseada em casos de uso. Para esta investigação, eles realizaram um estudo de caso. A partir destas informações, o fluxograma (Figura 4.3) foi gerado com os estudos relacionados citados na Tabela 4.1. Tabela 4.1 Estudos relacionados à estimativa de software. IDF Estudo de caso Analisar PS671, PS781 Avaliar PS01, PS28, PS113, PS190, PS246, PS358 Investigar PS112, PS147, PS213, PS648 PS136, PS261, PS389, PS Arquitetura de Software Neste campo de pesquisa, pudemos observar que sempre que o objetivo da pesquisa era analisar os impactos causados pelas mudanças na arquitetura de software e em seus diagramas (incluindo até os erros de modelagem) ou avaliar a eficiência da arquitetura, dos cenários (como os cenários top-down e bottom-up) envolvidos e dos padrões utilizados, o tipo de estudo empírico selecionado pelos pesquisadores foi o experimento. Os pesquisadores selecionaram este tipo de estudo também para investigar as influências das decisões de projeto, reportar as regras e as estratégias utilizadas para a elaboração e entendimento da arquitetura de software. Por exemplo, na evidência coletada no estudo PS351 [39] e detalhada no Apêndice C, a finalidade dos pesquisadores era analisar os erros de interpretação de diagramas de arquitetura de software a fim de ajudar os engenheiros a evitar tais erros no futuro. Para esta análise, eles realizaram um experimento.

36 34 Figura 4.3 Fluxograma de estimativa de software. Por outro lado quando o objetivo da pesquisa era analisar o desempenho e os princípios de segurança da arquitetura de software em indústrias, avaliar a proposta de uma arquitetura e as mudanças relacionadas durante o desenvolvimento de software, o tipo de estudo empírico selecionado pelos pesquisadores foi o estudo de caso. Este tipo de estudo empírico foi selecionado também para avaliar a evolução da arquitetura e as características dos defeitos de componentes em grandes sistemas legados. Por exemplo, na evidência coletada no estudo PS818 [40] e detalhada no Apêndice C, a finalidade dos pesquisadores era avaliar as características dos defeitos de múltiplos componentes em arquitetura de software em grandes sistemas legados da indústria. Para esta avaliação, eles realizaram um estudo de caso. Porém, quando o objetivo da pesquisa era investigar os padrões de arquitetura de software, o tipo de estudo selecionado pelos pesquisadores foi o survey. Por exemplo, na evidência coletada no estudo PS146 [41] e detalhada no Apêndice C, a finalidade dos pesquisadores era investigar os padrões de arquitetura de software livre. Para esta investigação, eles realizaram um survey. A partir destas informações, o fluxograma (Figura 4.4) foi gerado com os estudos relacionados citados na Tabela 4.2.

37 35 Tabela 4.2 Estudos relacionados à arquitetura de software. IDF Estudo de caso Survey Analisar PS351, PS357, PS417 PS91, PS438 Avaliar PS140, PS209, PS325, PS328, PS511, PS584, PS623, PS745, PS822 PS250, PS396, PS651, PS816, PS818 Investigar PS120, PS382, PS498 PS146, PS538 Reportar PS741, PS Casos de Uso Figura 4.4 Fluxograma de arquitetura de software. Neste campo de pesquisa, pudemos observar que sempre que o objetivo da pesquisa era avaliar ou investigar os casos de uso para especificações de projeto de software, comparar a utilidade dos casos de uso ou apenas replicar um experimento, o tipo de estudo empírico selecionado pelos pesquisadores foi o experimento. Por exemplo, na evidência coletada no estudo PS685 [42] e detalhada no Apêndice C, a finalidade dos pesquisadores era investigar regras de casos de uso na

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