estudo e apoio acadêmico
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- Ângelo Casqueira Bardini
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2 LIBRAS no contexto da educação inclusiva
3 RESUMO Historicamente o processo de educação formal do aluno surdo passou por aspectos que vão desde a prática medicinal, associando a filantropia. Muito se tentou na questão educacional, com práticas segregativas, até chegar a inclusão. As práticas pedagógicas não atingiam um aprendizado significativo do aluno surdo, até o entendimento que este educando deveria receber um tratamento diferenciado como o bilinguismo, sua língua mãe, sendo que esta oportunizaria uma real aprendizagem. Infere-se nesse contexto, a importância do profissional da educação estar em formação continuada. Objetivou-se entender como surgiu a LIBRAS no cenário educacional. Palavras-chave: Educação inclusiva. LIBRAS. Linguagem. Bilinguismo.
4 RESUMEN Históricamente, el proceso de educación formal de los estudiantes sordos pasó por temas que van desde la práctica médica, que conlleva la filantropía. Mucho se ha intentado en las prácticas educativas con la segregación, para lograr la inclusión. Las prácticas pedagógicas no lograr el aprendizaje significativo de los estudiantes sordos, para el entendimiento de que el estudiante debe recibir un trato especial, tales como el bilinguismo, la lengua madre, y esta oportunidad de un aprendizaje real. Se infiere que el contexto, la importancia de los profesionales de la educación como en la la educación continua. El objetivo era comprender cómo llegó a las LIBRAS, las contribuciones escena educativa. Keywords: Educación inclusiva. LIBRAS. Linguajem. Bilinguismo.
5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... ** 2 LIBRAS: HISTÓRIA... ** 3 Contextualizando o Ensino Especial... ** 3.1 LIBRAS no contexto da educação inclusiva... ** 4 LIBRAS E O CONTEXTO EDUCACIONAL... ** 4.1 Como aprendemos a segunda língua... ** A língua de sinais: algumas concepções... ** 5 ATIVIDADES PRÁTICAS INCLUSIVAS... ** 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... ** REFERÊNCIAS... **
6 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho aborda a temática LIBRAS (língua brasileira de sinais) no contexto educacional, contextualizando um pouco da história dessa linguagem hoje considerada de fundamental importância para o aluno surdo e sua contribuição para o cenário escolar. O processo de inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais passou, no decorrer da história da educação, por diversas denominações. Alunos eram matriculados, no entanto, poucas intervenções eram realizadas. Na história, os mestres de surdos se sobressaem sempre. Isso acontece porque muitos de seus métodos foram registrados e citados como exemplos para a educação de estudantes com deficiências, até tempos recentes e, alguns desses métodos, perduram até hoje (PERLIN, 2002). As práticas pedagógicas utilizadas com os alunos surdos apresentam muitas limitações. A maioria delas chega ao final da escolarização básica sem ter se apropriado da leitura e da escrita com competência e, em muitos casos, sem ter alcançado o domínio mínimo dos conteúdos acadêmicos propostos para esse nível de ensino (LACERDA, 2002). No Brasil, a língua de sinais passou a ser uma língua oficial em 2002, por força da Lei Federal nº /02, cuja regulamentação ocorreu com o Decreto nº 5626/05. Considerando que as práticas pedagógicas não conduzem a uma aprendizagem significativa para o aluno surdo, surge no cenário o bilinguismo, entendendo finalmente que este aluno necessita ser alfabetizado atendendo suas especificidades. Associa-se à práticas pedagógicas ineficientes a necessidade do professor estar em constante processo de formação continuada. Os métodos orais, apesar de toda a sua engenhosidade e técnica, são importantes para oralizar o surdo, mas não para conduzir à um "linguagem viva" (VYGOTSKY, 1989). O bilinguismo tem como pressuposto básico que o surdo deve ser bilíngue, ou seja, deve adquirir como língua materna a língua de sinais que é considerada a língua natural dos surdos e, como segunda língua, sua língua vernácula (GOLDFELD, 1997).
7 O presente trabalho objetivou entender o processo de surgimento da língua de sinais do cenário educacional, suas contribuições para este aluno, o processo de inclusão e um pouco da história do processo inclusivo. A metodologia adotada partiu de uma acerca da literatura sobre a surdez. Pensar em uma educação para surdos que considere suas características sociais, descartando a patologia e a aproximação do surdo com o modelo ouvinte é tarefa que está longe de ser consenso entre a maioria dos educadores, pois a forma de pensar essa educação está ligada à outras representações frente a surdez. Além disso, a visão sócio-antropológica da surdez, pelo seu caráter inovador, ainda está em construção (MACHADO, 2002). 2 LIBRAS: HISTÓRIA Segundo Perlin (2002), os mestres de surdos se sobressaem sempre. Isso acontece porque muitos de seus métodos foram registrados e citados como exemplo para a educação de surdos e alguns desses métodos perduram até hoje. A história da educação de surdos passou por mudanças profundas com o início do uso da língua de sinais no processo de ensino. O Abade de l'épée ( ) foi um dos grandes responsáveis por essas mudanças, mesmo que só tivesse conhecido a língua de sinais quando tinha em torno de 60 anos. O abade reuniu os surdos pobres dos arredores de Paris e criou a primeira escola pública para surdos, provavelmente, influenciado pelos ideais da Revolução Francesa. Foi nesse espaço educativo que se iniciou o uso da língua de sinais. O resultado positivo da metodologia utilizada pelo abade francês chamou a atenção dos educadores da época, tendo como resultado a fundação de inúmeras escolas de surdos pela Europa. A partir dessa escola, despontaram também os profissionais surdos e ouvintes que se espalharam pelo mundo, além de ocorrer a imigração de educadores de surdos para a França, em busca desse método. Para Goldfeld (1997), os surdos eram tratados com piedade e vistos como pessoas castigadas pelos deuses e sendo, por muitas vezes, abandonados ou
8 sacrificados. A surdez e, consequentemente, a mudez eram confundidas com inferioridade de inteligência e até o século XV foi visto eram vistas como sinônimo de primitividade. 3. Contextualizando o Ensino Especial O processo de inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais passou por diversas denominações, ao longo da história da educação. Percebendo a falha no sistema educacional se pensou em algo maior, a partir de vários encontros que objetivavam uma melhor qualidade no ensino, concebendo que as pessoas com deficiência também possuíam direitos e, consequentemente, deveriam exercer sua cidadania. A Lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º graus, nº 5.692/71, ao referir-se a "tratamento especial" para os alunos com "deficiências físicas, mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados", reforçou a organização da Educação Especial de forma paralela à educação regular, o que se tornou comum desde então. Assim, inicia-se o processo de inclusão no Brasil, na década de 1980: alunos passaram a receber educação igualitária, em conjunto com os ditos "normais". Porém, muitos educadores não possuíam orientação adequada para o processo de inclusão e alfabetização de alunos portadores de deficiências. Para Salles (2007): A formação de professores deverá desenvolver-se em ambiente acadêmico e institucional especializado, promovendo-se a investigação dos problemas dessa modalidade de educação, buscando-se oferecer soluções teoricamente fundamentadas e socialmente contextualizadas. Devem ser utilizados métodos e técnicas que contemplem códigos e linguagens apropriados às situações específicas de aprendizagem, incluindo-se, no caso de surdez, a capacitação em língua portuguesa e em língua de sinais. Nos casos de cegueira, a capacitação no código Braille; nos casos de surdo-cegueira, a capacitação para o uso de língua de sinais digital (SALLES, 2007, p.60).
9 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 define no art. 58, que "a educação especial como modalidade de educação escolar, deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para os educandos com necessidades especiais". No seu art. 59 preconiza que os sistemas de ensino deverão assegurar aos alunos "currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica para atender às suas necessidades" e a aceleração de estudos para que alunos superdotados possam concluir em menor tempo o programa escolar. Nesse sentido, o artigo 24 evidencia a "possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação de aprendizado", como uma tarefa da escola.
10 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 5.692, de 11 de agosto de Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de FERNANDES, E. Linguagem e Surdez. Porto Alegre: Artmed, FERNANDES, Sueli. Educação Bilíngue para Surdos: Trilhando Caminhos para a Prática Pedagógica. Curitiba: SEED/SUED/DEE, ago GOLDFELD, Márcia. A Criança Surda: Linguagem e Cognição Numa Perspectiva Sócio-Interacionista. São Paulo: Plexus, LACERDA, C. B. F. Um Pouco da História: Abordagens na Educação dos Surdos. Caderno Cedes, Campinas - SP, vol. 19, nº 46, p , MAGALHÃES, Rita de C. B. P. Reflexões Sobre a Diferença: Uma Introdução à Educação Especial. Fortaleza: Ed. Demócrito Rocha, PERLIN, Gladis T. T. História dos Surdos. Caderno Pedagógico. Curso de Pedagogia a Distância para Surdos. UDESC, QUADROS. R. M & PERLIN, Gladis T. T. Educação de Surdos em Escola Inclusiva? Rev. Espaço: Informe Técnico Científico do INES. Rio de Janeiro, nº 7, p , jun , KARNOP, L. P. Língua de Sinais Brasileira: Estudos Linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
11 SALES, Heloisa M. M. L. et al. Ensino de Língua Portuguesa para Surdos: Caminhos para a Prática Pedagógica. Brasília: MEC, SEESP, SKLIAR, Carlos (org.). Educação e Exclusão: Abordagens Sócio-Antropológicas em Educação Especial. Porto Alegre: Mediação, SOARES, Maria A. L. A educação do Surdo no Brasil. EDUSF; Ed. Autores Associados, VYGOTSKI, L. S. Fundamentos de Defectologia. Obras Completas. Havana: Editorial Pueblo y Educación, 1989.
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