(1) Aluno de Graduação de Engenharia de Pesca, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA - Campus, Belém).
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1 Denis Gomes PITEIRA¹; Mayara Dias Ramos RODRIGUES². (1) Aluno de Graduação de Engenharia de Pesca, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA - Campus, Belém). denis_piteira@hotmail.com; (2) Aluno de Graduação de Geografia Bacharelado, Universidade Federal do Pará (UFPA - Campus, Belém). mayara.d.ramos@hotmail.com. PERFIL SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL DE MORADORES EM TORNO DE DCRS EM UM CONJUNTO HABITACIONAL NO MUNICÍPIO DE BELÉM PA 1 INTRODUÇÃO O processo da urbanização ocorre desde quando o homem passou a se estabilizar na terra, ganhando força no período da Revolução Industrial (séc. XVIII), quando a população rural sofreu uma pressão migratória para os grandes centros urbanos com a promessa de melhores condições de vida, o chamado êxodo rural (PAWLEY, 1977). Assim, houve a necessidade da construção de melhores locais de moradia para essas pessoas, a partir daí começou o processo da construção de complexos habitacionais, segundo Baron (2011) a construção destes foram solução encontrada pelo poder publico e privado para o problema da demanda populacional. Deste modo os conjuntos habitacionais no Brasil é um tema que vem evoluindo desde a década de 1930, com a estratégia de governo da Era Vargas, abrindo caminhos para importantes implementações governamentais na área de habitação, esta ideia se baseava nos ideais europeus para construção de moradias dignas aos operários. Esses complexos habitacionais são considerados como grandes núcleos urbanos que se concentram grandes aglomerados de pessoas num espaço delimitado sob determinadas
2 características de empreendimento. A cada ano que passa órgãos governamentais e a iniciativa privada da construção civil sofrem grandes pressões para construção de novos espaços habitacionais cada vez mais desenvolvidos e principalmente o mais importante, seguros, devido ao crescimento populacional desenfreado e por consequente ao aumento da expansão urbana para novas áreas, formando assim novos bairros. Atrelado a está expansão, temos o consumo de produtos industriais, promovendo o aumento da geração dos resíduos sólidos, que é o resultado das atividades diárias do homem em sociedade, gerando assim uma das principais problemática ambientais atualmente que circundam os diversos centros urbanos no mundo atual. O crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para a destinação do lixo se tornassem escassas (PEIXOTO; CAMPOS; D AGOSTO, 2005). Ainda que com a criação de novos conjuntos acarreta a produção indiscriminada ainda maior de resíduos sólidos e com isso, a poluição urbanística cresce cada vez mais. O problema com lixo ganha força quando não há uma política direcionada para medidas mitigatórias como: educação ambiental, coleta seletiva, reciclagem, aterros sanitários controlados, compostagem dentre outras, sendo estas as mais viáveis aos centros urbanos. Todavia, entender sobre o perfil de moradores destes conjuntos se faz de grande importância devido a partir desses dados coletados, podemos verificar qual medida mais viável a realidade do conjunto analisado. Embora, a elaboração de plano de educação ambiental seja a primeira medida ser tomada para se trabalhar com resíduos sólidos dispostos em vias públicas. 2 OBJETIVOS O presente estudo, tencionando-se a estruturar o perfil socioeconômico e entender o discernimento da população que vivem as adjacências de um canal de drenagem urbano, que é utilizado de modo irregular como depósito clandestino de resíduos sólidos DCRS, localizado no conjunto Residencial Orlando Lobato
3 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Área de estudo O conjunto Orlando Lobato (1 21'16.91" S/ 48 27'11.45" O) está localizado no quilometro 6 na avenida Augusto Montenegro, situado no município de Belém/PA, este é possuidor de aproximadamente 2,43 km² de área habitacional (Figura 1). Figura 1: Localização do conjunto Orlando Lobato e da área de estudo. 3.2 Coleta de dados
4 Este trabalho foi organizado em três etapas para melhor organização. A primeira consistiu no levantamento bibliográfico e visita in loco, para delimitação da área via coordenadas geodésicas, utilizando-se de GPS (Global Positioning System). A segunda etapa foi feita entrevistas com os moradores, utilizando questionários com perguntas pré-estruturadas aos que vivem num raio de distância de 117 metros do DCRS, ou seja, serão entrevistados apenas os moradores que morarem nas quadras que ladearem o canal de drenagem no conjunto, além disso, serão feitos registros fotográficos com o auxílio de câmera digital GE modelo X550 do local para ilustrar os tipos de moradias existentes e do DCRS que há na área e do lixo despejado no local de maneira inapropriada, com o intuito de mostrar a realidade em que vive está população. E finalmente a terceira etapa será composta pela organização dos dados obtidos pelos questionários e pelos registros fotográficos da área de estudo, sendo ainda, identificados os principais dejetos despejados no DCRS do canal, segundo a classificação de Lima (1991). 4 RESULTADOS Na área onde se estabeleceu a pesquisa foi observado 79 residências, sendo diferentes entre si, tanto em sua edificação quanto sua aparência (Figura 2), todavia sendo possível observar que no lado direito do canal, as casas são mais simples, com um andar apenas e apresentando ou não a presença de veículos próprios, entretanto, do lado esquerdo do mesmo, as casas são mais estruturadas, presenciando casas com dois andares construídos e sendo em sua minoria a ausência de veículos. Deste modo, foi aplicado nas residências 36 questionários com perguntas pré-estruturadas.
5 Figura 2: Vista a partir da rua dos modelos de casas registradas no conjunto (lado esquerdo do canal). 4.1 Perfil Socioeconômico dos Moradores A figura 3 mostra as características do número de pessoas e renda familiar que elas possuem, verificando assim a maioria das residências entrevistadas afirmam que o número de integrantes seja igual ou <3 pessoa/residência e que a renda familiar seja igual ou <3 salários mínimos. Figura 3: Número de moradores por casa (entrevistada) e renda familiar.
6 Foi constatado, 49,4% das residências possuem lixeiras em frente as suas residências, verificando também 12,8% destas residências possuidoras de lixeiras, com estas danificadas não sendo possível utiliza-las para esta finalidade (Figura 4). Figura 4: Quantidade de residências possuidoras de lixeiras domésticas. 4.2 Perfil Ambiental dos Moradores O destino final do lixo dessas residências é a coleta municipal executada através da prefeitura, na qual se é coletado três vezes por semana pelo turno da noite em todo conjunto, entretanto, um entrevistado afirmou fazer a coleta seletiva, embora faça apenas a separação do resíduo plástico, mas que no fim acaba destinando também a coleta municipal de lixo. Quando questionados se conhecem à diferença entre lixão e aterro sanitário, o que seria coleta seletiva e se praticam algum tipo de reciclagem, o
7 resultado foi regular, mas o que se mostrou contraditório foi à relação do conhecimento sobre a coleta seletiva e a não prática da reciclagem, sendo o primeiro passo para isso é a separação do lixo que será descartado (Figura 5). Além que, todos os entrevistados desconhecerem sobre a prática da compostagem de resíduos orgânicos, afirmando descartar todo produto orgânico ao lixo comum. Figura 5: Percepção dos moradores entrevistados em relação a três questões direcionadas ao lixo. Perguntados sobre a produção de resíduos (lixo) domésticos, podemos observar que a maioria do que é produzido é de origem orgânica, além de sendo o plástico o item inorgânico mais produzido pelos mesmos. Quanto ao tipo de lixo mais prejudicial ao maio ambiente foi possível verificar que há uma falta de informação ainda entre as pessoas, mas que há pessoas que possuem uma noção do que seja prejudicial quando afirmado o lixo industrial e hospitalar (Figura 6).
8 Figura 6: Relação do tipo de resíduo, quanto à origem, produção de resíduo inorgânico e entendimento sobre qual lixo mais prejudicial. Em relação a utilização de FL ou DCRS para despejar seu lixo de maneira irregular, houve uma parcela dos entrevistados afirmado já ter usado pelo menos uma vez esses locais, já sobre as possíveis contaminações que através do lixo pode acarretar a maioria afirma saber o risco que o lixo pode causar, como mostra a figura 7.
9 Figura 7: Mostra se os moradores entrevistados já utilizou alguma forma de despejo e sobre o conhecimento de possíveis contaminações através do lixo. Todos os entrevistados afirmaram que seria muito satisfatória a implantação da coleta seletiva, já que é uma forma de ajudar o meio ambiente. No entanto, quando questionados sobre a satisfação da coleta do lixo no conjunto, mais da metade dos entrevistados afirmaram ter uma coleta de qualidade regular (66,7%), figura 8 a seguir. Assim, 50% dos entrevistados disseram não se preocupar com os produtos que compram no supermercado em relação a diminuir a quantidade de lixo no meio ambiente, figura 9 a seguir.
10 Figura 8: Satisfação dos entrevistados em relação a coleta de lixo no conjunto. Figura 9: Consciência ambiental na hora das compras no supermercado. Quanto aos depósitos, foram registrados dois próximos ao canal de drenagem estando localizados de cada lado da rua nas coordenadas 1 21'19.65"S/ 48 26'41.53"O
11 (depósito 1) e 1 21'19.38"S/ 48 26'41.58"O (depósito 2), como foi mostrado na figura 1, anteriormente. Já em relação ao que foi observado em ambos os locais, o depósito 1 é utilizado com maior frequência na disposição de lixo em relação ao depósito 2 que está coberto pela vegetação, mas sendo possível encontrar lixos neste também. Os tipos de resíduos com mais abundância foi resto de móveis e sacolas plásticas contendo lixo orgânico (lixo doméstico) e resto de concreto e restos de madeira (entulho da construção civil). Assim, a quantidade de lixo ainda é incipiente quando comparado a outros locais já estudados, tendo em vista que a localização desses depósitos fica numa via de grande movimentação do conjunto. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao fim deste trabalho constatou-se os moradores do conjunto Orlando Lobato possuem um padrão de vida médio, não tendo muitos residentes por moradia. Além que precisam melhorar suas atitudes em ajudar o meio ambiente. Entretanto, todos se mostraram dispostos a colaborar com medidas que forem implantadas no conjunto. Em relação aos depósitos encontrados, os resíduos encontrados nestes não fugiram do padrão de lixos encontrados, corroborando assim os dados encontrados pelos autores em uma via de grande circulação no município de Belém/PA, afirmando que o lixo doméstico e comercial são os maiores tipos de lixo que são despejados em locais públicos. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARON, Cristina Maria Perissinotto. A Produção da Habitação e os Conjuntos Habitacionais dos Institutos de Aposentadorias e Pensões - IAPs. Tópos (UNESP. Presidente Prudente), v. 5, p , 2011.
12 LIMA, Luiz Mário Queiroz. Tratamento do lixo. 2ª Edição. São Paulo Hemus Editora Ltda, PAWLEY, M. Arquictetura versus Vivienda de Massas. 10 Edição, Editora Blume, Barcelona, Espanha PEIXOTO, Karina; CAMPOS, Vânia Barcellos Gouveia; D'AGOSTO, Marcio De Almeida. A coleta seletiva e a redução dos resíduos sólidos. In: VIII Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente, 2005, Rio de Janeiro. VIII CBDMA, 2005.
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