Imigração em Portugal
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- Rayssa Raminhos de Sequeira
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1 Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Imigração em Portugal Fátima Silva Coimbra, 2008
2 Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Imigração em Portugal Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Fontes de Informação Sociológica da Licenciatura em Sociologia sob orientação de Paulo Peixoto Fátima Silva N.º Coimbra, 2008
3 Índice 1. Introdução 1 2. Desenvolvimento Estado das Artes Aquisição de Nacionalidade Cidadania Social e Política Integração de imigrantes Descrição detalhada da pesquisa Avaliação de página da Internet 8 4. Ficha de Leitura Conclusão Referências Bibliográficas 14 Anexo I Página de Internet Avaliada Anexo II Texto suporte da Ficha de Leitura
4 Imigração em Portugal 1. Introdução Para a cadeira de Fontes de Informação Sociológica decidi realizar um trabalho cujo tema é Imigração. Este tema foi abordado nas aulas numa vertente mais prática, uma vez que era através deste assunto que realizávamos a pesquisa. Então decidi debruçar-me sobre a questão da imigração. A imigração para Portugal é um fenómeno que nos acompanha no nosso dia-a-dia. Porquê? Eu, como estudante, observo diversos estudantes estrangeiros, mesmo que estejam cá por um curto espaço de tempo em Portugal. Também podemos observar pessoas de outras nacionalidades a trabalhar em lojas, mesmo com o seu próprio negócio, médicos nos hospitais, professores nas faculdades, taxistas, pessoas a trabalhar na construção civil, entre outros. Ou seja, há uma diversidade de culturas na nossa sociedade que fazem com que os serviços que constroem uma sociedade organizada não parem. Uns imigram à procura de melhores condições de vida, outros para estudar, outros para trabalhar, para passar férias. São diversas as pessoas que procuram Portugal com diferentes objectivos. O que é certo é que sem imigrantes, o nosso país ficaria como que parado, já que são muitos deles que trabalham no nosso país fazendo com que a economia não estagne. Assim sendo, não devemos pensar que os estrangeiros vêm cá para tirar os nossos postos de trabalho, apesar de muita gente pensar assim, nem que só estão cá a destabilizar, a marginalizar, a ocupar o nosso espaço. Se é necessário imigrar para que as pessoas tenham melhores condições de vida então assim deverá ser. Com este trabalho tenho o objectivo de referir alguns dos direitos dos imigrantes em Portugal, do seu estatuto como cidadãos portugueses e também um pouco da sua inserção na sociedade portuguesa. 1
5 Imigração em Portugal 2. Desenvolvimento 2.1. Estado das Artes Aquisição de Nacionalidade Até 1974, todas as pessoas nascidas em território português (colónias) eram consideradas portuguesas. Em 1975 apenas eram consideradas portuguesas, as pessoas que nasceram em Portugal ou tivessem ascendência portuguesa. Foi ainda promulgada uma lei na qual estava explícita a permissão da possibilidade da concessão da nacionalidade portuguesa a pessoas nascidas nas antigas colónias que tivessem um vínculo especial com Portugal ou que revelassem desejo de adquirir a nacionalidade portuguesa. A nacionalidade portuguesa pode ser adquirida pelo nascimento ou por declaração de vontade: - A nacionalidade automática em função do nascimento está reservada às pessoas nascidas em território nacional de pais portugueses; - Os filhos de pais portugueses nascidos no estrangeiro se declararem expressamente a sua vontade nesse sentido ou inscreverem o nascimento no registo civil português; - As pessoas nascidas em território nacional poderão ser consideradas portuguesas se os pais forem estrangeiros a residir legalmente em território português há pelo menos seis anos no caso de serem originários de um país lusófono, ou dez anos no caso de provirem de outro país, desde que declarem expressamente a sua vontade nesse sentido; 2
6 Imigração em Portugal - As pessoas nascidas em território nacional e que não possuem qualquer outra nacionalidade serão consideradas de origem portuguesa. (Baganha e Marques, 2001). Pode ser-se também considerado português por aquisição de nacionalidade através do casamento, que se poderá obter ao fim de três anos da consumação deste com uma cidadã ou cidadão português e com apresentação de declaração de vontade; através da adopção, que é automática para aqueles que forem adoptados por cidadãos portugueses; e através da naturalização, sendo que também os filhos de pais que tenham adquirido a nacionalidade portuguesa podem também sê-lo se os pais assim o desejarem. Para que haja naturalização os candidatos devem: Ser maiores ou emancipados conforme a lei portuguesa; Residir em território português, com autorização de residência, há pelo menos seis anos se cidadãos nacionais de países de língua oficial portuguesa, ou dez anos se de outros países; Conhecer razoavelmente a língua portuguesa; Comprovar a vinculação à comunidade nacional; Ter responsabilidade moral e cívica; Ter capacidade de regência pessoal e assegurar a própria subsistência. (Esteves et al., 1991). 3
7 Imigração em Portugal Cidadania Social e Política Conforme os termos da lei, todos os nacionais estrangeiros a residir legalmente no país têm os direitos de cidadania, excepto os direitos políticos (Esteves et al., 1991), ou seja, possuem a mesma dignidade social e são considerados iguais perante a lei. No entanto, todos os imigrantes que não possuem um estatuto de residência legal estão limitados ao acesso à plena cidadania social. Alguns factos: o Rendimento Mínimo Garantido só é atribuído a quem possuir residência legal em Portugal e que não possua rendimento que baste para a própria subsistência ou da sua família; os estrangeiros com residência legal em Portugal ou com autorização de permanência têm direito ao mesmo regime de trabalho que os nacionais. O ano de 1997 marca o início da participação de estrangeiros nas eleições locais, sendo que os nacionais da União Europeia e cidadãos dos PALOP têm esse direito se tiverem mais de dois anos de residência legal e os restantes estrangeiros mais de três. (Baganha e Marques, 2001). Para poderem concorrer às eleições autárquicas locais, é necessário que os indivíduos originários dos PALOP tenham quatro anos de residência legal no país e os restantes estrangeiros cinco. 4
8 Imigração em Portugal Integração de imigrantes Um dos princípios fundamentais da lei portuguesa é o da igualdade, sendo que nenhuma pessoa pode ser alvo de discriminação por motivos de sexo, raça, língua, nacionalidade, religião, entre outros. Em 1996 foi criado pelo Governo português o Gabinete do Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas (Imigrantes Somos Todos, 2008), sendo responsável por promover a melhoria das condições de vida dos imigrantes e das minorias étnicas e a sua integração na sociedade portuguesa, respeitando a sua identidade e cultura de origem. Presta também serviços de aconselhamento referentes a questões jurídicas e burocráticas. Quanto a medidas públicas de inclusão social são de referir os programas de inclusão daqueles que se vêem excluídos dos benefícios sociais, emprego, habitação, entre outros, e os programas que se destinam especificamente a imigrantes e comunidades étnicas que têm como objectivo responder às necessidades destas populações. Os programas a seguir enunciados são alguns dos quais que se encontram sob a tutela do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. O Rendimento Mínimo Garantido foi instituído em 1996 como forma de combate à exclusão e à pobreza (Baganha e Marques, 2001). Vai além de ser apenas um subsídio monetário, uma vez que inclui vários programas de inserção, tais como: Iniciativas de carácter social, como o apoio a idosos; Iniciativas no âmbito da saúde, como a vacinação; Iniciativas no âmbito do ensino dirigidas a crianças e adultos; Serviços de emprego facultando, por exemplo, o acesso ao mercado de trabalho; 5
9 Imigração em Portugal Serviços de apoio à habitação permitindo, por exemplo, a melhoria das condições de vida; Possibilidades de qualificação profissional. O programa de rendimento mínimo é atribuído ao conjunto do agregado familiar, sendo que todos os membros beneficiam dele e podem ser promovidas acções de inserção específicas para cada membro do agregado familiar. Também em 1996, o Governo lançou o programa «Mercado Social de Emprego» (Pires, 2005). Entre outros instrumentos, este programa conta com as empresas de inserção dando oportunidade à pessoa de trabalhar até um máximo de dois anos em pequenas empresas privadas, sendo o salário assegurado por fundos provenientes do programa. Para além das iniciativas do Governo existem também as ONG s (Organizações Não Governamentais), localizando-se na sua maioria em áreas e bairros mais problemáticos, onde a percentagem de imigrantes é mais elevada, e centrando-se nos problemas específicos destas comunidades; e outras funcionam a nível nacional, promovendo os direitos dos imigrantes e lutando contra o racismo e a discriminação. (Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, 2008). 6
10 Imigração em Portugal 2.2. Descrição detalhada da pesquisa Comecei por efectuar algumas pesquisas na internet para verificar não só a quantidade de informação que conseguia recolher, mas também a qualidade. As palavras-chave que decidi escolher foram: - Imigração; - Direitos; - Integração; - Condições de vida. A partir destas palavras-chave efectuei então a pesquisa na internet, utilizando-as como descritores de pesquisa. As páginas para as quais era remetida eram fundamentalmente a Wikipedia, a página ACIDI, a partir da qual realizei a avaliação da página da internet, e a página Imigrantes Somos Todos. Encontrei também outras páginas, de jornais electrónicos, por exemplo, mas que não mostravam ser de grande importância para os subtemas que decidi abordar. Decidi ir ao catálogo on-line, onde encontrei diversos livros de grande interesse. Fui então à biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e depois de observar o índice dos livres e efectuar alguma leitura seleccionei os subtemas concretos que iria abordar. No princípio tive um pouco de dificuldade em seleccionar os conteúdos para a elaboração do trabalho, uma vez que a Imigração é um tema que abrange várias questões, todas elas de grande importância para a caracterização desta problemática. 7
11 Imigração em Portugal 3. Avaliação de Página da Internet Nome do sítio: ACIDI. I.P. Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural Tipo de Informação: Informar, esclarecer Público-alvo: imigrantes, público vasto Língua original: Português Endereço URL: Data: 19 de Dezembro de 2008 O autor do sítio é uma instituição ONG (Organização Não Governamental). Mostra competências nos temas que aborda. Quanto ao endereço electrónico, não consta explicitamente no sítio. Contudo é possível enviar s. No que diz respeito ao endereço URL, este é intuitivo e curto e de fácil memorização. Estão disponíveis instrumentos de pesquisa e de navegação, tanto motor de pesquisa como mapa do sítio, sendo eficazes e tem uma navegação fácil de interiorizar. Quanto às ligações não encontrei nenhuma que não estivesse activa, sendo também úteis e interessantes. No sítio há publicidade, mas não prejudica a leitura. Não é muita e a que consta refere-se à imigração. Quanto ao conteúdo e alcance do sítio, na minha opinião, penso que a informação disponível corresponde ao meu nível de estudos. Possui uma redacção clara e é exacta e objectiva, confirmando a informação que tive acesso noutros locais e respeitando as regras e a forma da língua em que está escrito. A informação está bem organizada e é fácil de encontrar. No entanto, o sítio não disponibiliza a data de actualização do sítio. Utilizando a pesquisa booleana, é possível verificar que existem ligações para o sítio em questão. O grafismo do sítio é razoavelmente atractivo, uma vez que o sítio me parece um pouco cheio, pesado e carregado. Não é 8
12 Imigração em Portugal necessário um grande esforço visual para a leitura da informação. No entanto, penso que o tamanho da letra é demasiado pequeno, tornando o texto um pouco aborrecido de se ler. O formato de leitura é adequado, uma vez que a página se ajusta à janela e apenas é necessário utilizar a barra vertical para navegar na página. Se pretender imprimir as páginas, a impressão é fácil e formatada. Quanto às imagens disponíveis no sítio, penso que são úteis para a compreensão da informação e por outro lado conferem alguma cor ao sítio. Penso que o sítio é importante para a realização do trabalho, uma vez que incide sobre várias questões abordadas pelo tema escolhido: Imigração. Faz referência a legislação, apoios, direitos, etnias, notícias, associações em Portugal, entre outros. Globalmente considero o sítio bom, uma vez que disponibiliza informação importante sobre imigração, não só para quem é imigrante e necessita de saber um pouco mais acerca da sua condição, mas também a qualquer outra pessoa que visite o sítio para conhecer um pouco mais sobre a imigração. 9
13 Imigração em Portugal 4. Ficha de Leitura O título da publicação de onde retirei o capítulo para realizar a ficha de leitura é Imigração e Política. O Caso Português, encontrando-se na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e tem como autores Maria Ioannis Baganha e José Carlos Marques, sendo também coordenadores. A data de publicação é 2001, o local de edição é Lisboa e a editora é Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. A cota é 314 IMI. O título do capítulo que escolhi foi Estatuto Legal e tem 13 páginas. Os assuntos abordados são as condições de entrada, permanência e expulsão de estrangeiros em território português, a aquisição de nacionalidade e os direitos de cidadania e políticos. As palavras-chave que podem ser utilizadas são: estatutos, política, direitos. Data de Leitura: 21 de Dezembro de O capítulo tem como título Estatuto Legal e divide-se em quatro subtemas: quadro legal de entrada, permanência e expulsão, em que se refere os tipos de vistos e a sua duração, em que situações e como pode um cidadão de outra nação entrar e permanecer em Portugal e em que condições pode ser expulso; quadro legal de nacionalidade, que diz respeito à via de aquisição da nacionalidade portuguesa, através do casamento, da adopção, da naturalização ou mesmo através do nascimento; a cidadania social, que incide sobre os direitos sociais; e por fim, a cidadania política, referente ao direito ao voto e a concorrer às eleições autárquicas. O texto pode dividir-se em três momentos fundamentais: primeiro, o quadro legal de entrada, permanência e expulsão, 10
14 Imigração em Portugal segundo, o quadro legal de nacionalidade e terceiro, a cidadania social e política. No primeiro ponto faz-se referência às condições que os nacionais de um país terceiro terão de satisfazer para entrarem em território português. Faz alusão aos tipos de vistos existentes e à sua duração, pelos quais é responsável o consulado português. Quanto à permanência, esta pode ser temporária, sendo válida por dois anos, ou permanente, sendo concedida a estrangeiros a residir em Portugal há mais de 10 anos. Esta parte faz também referência, entre outras, à lei 244/98 que dá oportunidade de permanência a estrangeiros que noutras situações ficariam impossibilitados de ficar no país. Por fim, são mencionadas as condições legais em que um estrangeiro pode ser sujeito à expulsão do território português. O segundo momento do capítulo é referente ao quadro legal da nacionalidade, fazendo alusão às vias de aquisição da nacionalidade: através do nascimento, que pode ser automática ou por declaração de vontade; através do casamento de um estrangeiro com um cidadão português; através da adopção por cidadãos portugueses; ou através da naturalização que é um processo com diversos critérios a seguir. Por fim a cidadania social e política, apesar de divididas referem os direitos sociais e políticos dos imigrantes em território português. Os argumentos utilizados pelos autores são à base da evocação de leis nacionais, de dados e também acontecimentos da História de Portugal. Numa visão mais crítica do texto, o que é fundamental aqui para os autores não é expor o seu ponto de vista, mas sim analisar e mostrar a situação portuguesa no que diz respeito aos pontos abordados. Os exemplos utilizados têm como base leis da constituição da república portuguesa, dados estatísticos, tal como os argumentos, sendo, portanto, convincentes e fidedignos. 11
15 Imigração em Portugal Nem tudo o que está escrito em teoria é o que pode observar na prática, uma vez que existem muitas pessoas que não têm acesso a esta informação ou então simplesmente não lhe são concedidos os seus direitos. É também de notar que, por exemplo, na questão da aquisição de nacionalidade através do casamento, este (o casamento) é uma fraude, já que muitas vezes se realizam casamentos apenas e só para poder adquirir a nacionalidade portuguesa. 12
16 Imigração em Portugal 5. Conclusão A questão da imigração é um fenómeno de extrema importância para melhor compreendermos a organização da sociedade e não só. Com este trabalho fiquei a perceber um pouco melhor quais as condições de entrada de estrangeiros no nosso país, as questões de aquisição de nacionalidade e também quais os direitos enquanto cidadãos portugueses. Quanto à integração dos imigrantes em Portugal, o Governo tem elaborado uma série de projectos e programas para uma melhor integração de pessoas estrangeiras. Existem várias leis de visam a reconhecer os cidadãos estrangeiros como parte integrante da sociedade portuguesa. No entanto, temo que isso aconteça apenas em teoria, uma vez que ainda existe muita discriminação quanto aos imigrantes. Contudo, como pude observar na página ACIME, há vários programas e organizações que ajudam os imigrantes a se integrarem no país, como aulas de português, esclarecimentos de dúvidas, leis, entre outros. Penso que consegui transmitir uma ideia geral em termos de cidadania e inclusão social em relação aos imigrantes em Portugal. Apesar das dificuldades de escolha de subtemas para a elaboração do trabalho consegui seleccionar o que achei importante estudar sobre este fenómeno. 13
17 Imigração em Portugal 6. Referências Bibliográficas Baganha, Maria Ioannis e Marques, José Carlos (2001), Estatuto Legal, in idem (coord.), Imigração e Política. O Caso Português. Lisboa: Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Esteves, Maria do Céu (org.) et al, (1991), Portugal, País de Imigração. Lisboa: Instituto de Estudos para o Desenvolvimento. Pires, Rui Pena (2005), Migrações e Integração. Oeiras: Celta Editora. Internet: Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (2008), I.P.. Página consultada em 19 de Dezembro de 2008, disponível em < Imigrantes Somos Todos (2008), Página consultada a 23 de Dezembro de 2008, disponível em < 14
18 Anexo I Página de Internet Avaliada
19 Anexo II Texto de suporte da ficha de leitura Baganha, Maria Ioannis e Marques, José Carlos (2001), Estatuto Legal, in idem (coord.), Imigração e Política. O Caso Português. Lisboa: Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento,
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