INSTITUTO INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA TROPICAL
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- Luana Back Belo
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1 INSTITUTO INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA TROPICAL CONFERÊNCIA MIGRAÇÕES, SAÚDE E DIREITOS HUMANOS ACESSO CIDADÃOS ESTRANGEIROS AOS CUIDADOS DE SAÚDE António Carlos da Silva Lisboa,5 de Maio de 2009
2 Enquanto seres humanos, temos direitos; só depois de os vermos satisfeitos é que poderemos cumprir determinados deveres para com a sociedade (contrariamente à atitude corrente em vários países em que se considera que os direitos devem ser «merecidos») Jonathan Mann (Seminário Saúde Pública e Direitos do Homem Paris, Novembro, 1996)
3 Maiores riscos pessoais e ambientais Menos expostos à informação Pobre Piores Nutridos Menor capacidade de acesso aos cuidados de Saúde
4 A condição de imigrante é, por si só, penosa. Ninguém se torna imigrante por vontade própria, por prazer. Só a procura de melhores condições de vida têm levado as pessoas a imigrar. A imigração está intimamente ligada a questões económicas logo, se quem imigra não tem acesso aos cuidados de saúde ao adoecer deixa de puder trabalhar, motivo que o levou a optar por imigrar. Mas a questão não é tão somente esta, estamos no campo da saúde pública.
5 As migrações internacionais, a globalização e o alargamento da União Europeia têm-se reflectido na diversidade étnica, cultural, religiosa e linguística das comunidades. Esta é uma realidade que não tem retrocesso, antes pelo contrário, agudizar-se-á em função do agravamento do fosse entre países ricos e países pobres, desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento ou, ainda, fruto das desigualdades Norte Sul.
6 Estudos existem que demonstram que as camadas mais desfavorecidas de uma sociedade vivem menos tempo do que as mais favorecidas. Esta relação está intimamente ligada às condições sócio-económicas, ambientais, habitacionais, analfabetismo, etc., e logo à maior ou menor exposição a comportamentos de risco.
7 Portugal é um Estado de Direito Democrático, baseado no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais, CRP, art.º 2.º Todas as pessoas gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição., CRP, art.º 12.º, n.º 1 1. Os direitos fundamentais consagrados na Constituição não excluem quaisquer outros constantes das leis e das regras aplicáveis de direito internacional. 2. Os preceitos constitucionais e legais relativos a direitos fundamentais devem ser interpretados e integrados de harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do Homem., CRP, art.º 16.º
8 Fontes Legais do Direito de Acesso dos Imigrantes ao SNS Normas Internacionais Declaração Universal dos Direitos do Homem de 10 de Dezembro de 1948 Artigo 25.º (Protecção social) 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto a assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários; e tem direito à segurança na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias, independentes da sua vontade. 2. A maternidade e a infância têm direito à ajuda e à assistência especiais
9 Fontes Legais do Direito de Acesso dos Imigrantes ao SNS Normas Internas Lei n.º 48/90, de 24 de Agosto (Lei de Bases da Saúde) Base XXV São beneficiários do SNS todos os cidadãos portugueses. São igualmente beneficiários do SNS os cidadãos nacionais de Estados membros da União Europeia, nos termos das normas comunitárias aplicáveis. São ainda beneficiários do SNS os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal, em condições de reciprocidade, e os apátridas residentes em Portugal.
10 Fontes Legais do Direito de Acesso dos Imigrantes ao SNS Normas Internas Despacho n.º 25360/2001, de 12 de Dezembro de 2001 Aos cidadãos estrangeiros legalmente residentes em Portugal (AP, AR ou visto trabalho),é facultado o acesso, em igualdade de tratamento aos beneficiários do SNS, aos cuidados de saúde e de assistência medicamentosa, prestados pelas instituições e serviços que constituem o SNS. Os pagamentos dos serviços de saúde prestados a estes imigrantes, que efectuem descontos para a segurança social, bem como os seus agregados familiares, são efectuados nos termos gerais
11 Fontes Legais do Direito de Acesso dos Imigrantes ao SNS Normas Internas Despacho n.º 25360/2001, de 12 de Dezembro de 2001 Entendem-se por situações que ponham em perigo a Saúde Pública, aquelas relacionadas com as doenças transmissíveis e a vigilância da saúde, nomeadamente a saúde materna, infantil e planeamento familiar.
12 Fontes Legais do Direito de Acesso dos Imigrantes ao SNS Normas Internas Despacho n.º 25360/2001, de 12 de Dezembro de 2001 Situação de Urgência Em situação de urgência, todos têm acesso aos serviços de saúde, incluindo os cidadãos estrangeiros em situação ilegal. Uma pessoa que se encontre em território nacional, e se sinta doente ou precise de qualquer tipo de cuidados de saúde urgentes, tem o direito a ser assistida num hospital ou num centro de saúde (SNS) sem que esses serviços se possam recusar a assisti-la com base em quaisquer razões ligadas à nacionalidade, falta de meios económicos, falta de legalização ou outra. Se houver uma recusa na prestação desses cuidados de saúde, a pessoa deve fazer imediatamente queixa junto do Gabinete do Utente da unidade de Saúde em questão e junto do Gabinete do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI)
13 BARREIRAS ASSOCIADAS AO ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE Barreiras legislativas Apesar do Direito Universal à Saúde ser reconhecido, na prática, as restrições impostas aos imigrantes (sobretudo aos que se encontram em situação irregular) pode dificultar o acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente na prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados de saúde. A dificuldade em obter protecção social e o custo associado aos serviços de saúde pode ser um obstáculo à sua utilização por parte dos imigrantes
14 BARREIRAS ASSOCIADAS AO ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE Barreiras organizativas e estruturais A falta de recursos e meios nos serviços de saúde pode dificultar a adequação das respostas às necessidades específicas dos imigrantes e condicionar a sua eficácia. Também as infra-estruturas dos serviços de saúde, especificamente as condições físicas e de atendimento, podem condicionar a sua utilização, ao nível da disponibilidade e acessibilidade (tempo de espera, distância e horários disponíveis dos serviços. As dificuldades de acesso dos imigrantes aumentam de forma significativa se for seropositivo, pois para além de todas as barreiras associadas ao seu estatuto de imigrante carrega o estigma do VIH/SIDA.
15 BARREIRAS ASSOCIADAS AO ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE Administrativos e profissionais de saúde Muitos administrativos e profissionais de saúde não conhecem a legislação ou a sua aplicabilidade, para além de não estarem preparados para lidar com a diversidade cultural. As dificuldades aumentam de forma significativa se for seropositivo, pois sofre frequentemente a discriminação e o estigma associado ao VIH/SIDA.
16 DIFICULDADE DE ACESSO DOS IMIGRANTES AOS SERVIÇOS DE SAÚDE Documentação (falta) - situação não regularizada Situações ligadas à comunicação (dificuldade proveniente da língua / dialecto de origem, alta taxa de analfabetismo) Não flexibilidade das respostas em situação de vigilância da saúde e da doença (horários desfasados, etc.) Crenças, tabus, mitos, usos e costumes das populações migrantes Recurso à medicina convencional/científica quando falham as medicinas alternativas / medicina caseira Existência de diferentes códigos culturais não compreendidos Serviços não preparados para esta nova realidade que é a sociedade multicultural - falha na integração e inserção social
17 CONCLUSÃO O acesso aos cuidados de saúde é difícil para todos, em especial para os imigrantes devido à sua situação, em alguns casos, de falta de documentação, outros, devido aos horários de trabalho, dificuldade em fazer-se entender, pois a maioria ainda fala a sua língua de origem, factores culturais, crenças, tabus e mitos, e à própria falta de preparação dos serviços de saúde para atenderem pessoas com conceitos de promoção, prevenção e de doença diferentes.
18 Não podemos pensar como B. Pascal Não podendo acabar com a miséria, a ignorância, a morte, os HOMENS decidiram, para ser felizes, não pensar nelas
19 Centro Saúde da Reboleira Praça Conde da Lousã Damaia Amadora Tel: Fax: saude.pt Associação de Jovens Promotores da Amadora Saudável (AJPAS) Praceta Luiz Verney, Damaia de Cima Amadora Tel.: (+351) Fax.: (+351) :
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