CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS A POPULAÇÃO INDÍGENA ARICAPU E OS IMIGRANTES DA REPÚBLICA DE MIROKAI. Vs. REPÚBLICA FEDERAL DE TUCANOS

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1 CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS A POPULAÇÃO INDÍGENA ARICAPU E OS IMIGRANTES DA REPÚBLICA DE MIROKAI Vs. REPÚBLICA FEDERAL DE TUCANOS CONTESTAÇÃO MEMORIAL DA REPÚBLICA FEDERAL DE TUCANOS 2011

2 #7611 CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS A POPULAÇÃO INDÍGENA ARICAPU E OS IMIGRANTES DA REPÚBLICA DE MIROKAI Vs. REPÚBLICA FEDERAL DE TUCANOS CONTESTAÇÃO MEMORIAL DA REPÚBLICA FEDERAL DE TUCANOS 2011

3 ÍNDICE ABREVIATURAS... II REFERÊNCIAS... IV Jurisprudência Internacional... IV Comissão Interamericana... VII Doutrina... VII Diversos... VIII I DECLARAÇÃO DOS FATOS... 1 II ANÁLISE LEGAL CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES AO MÉRITO... 7 A. Jurisdição... 7 B. Competência... 7 C. Pressupostos de Admissibilidade MÉRITO A. Da quadra fática consentânea às diretrizes da Convenção B. Do Devido Processo Legal em Tucanos (Artigos 8 e 25 c/c 1.1 da CADH) C. Do caráter equânime ordenamento jurídico da República de Tucanos D. Da quadra fática consentânea à Liberdade de Locomoção e Residência estabelecidos pela Convenção (Artigo 22 c/c 1.1 da CADH) E. Das prestações positivas do Estado em prol da vida e da integridade dos povos Aricapu e Mirokaes (Artigos 4, 5 e 11 c/c 1.1 da CADH) III DOS PEDIDOS I

4 ABREVIATURAS ANAE Ampl. Art. (s) Atual. CADH CEDH CIDH Comissão CORTE Corte EDH Corte IDH DH Doc. Ed. Eur. Court H.R HC I.C.J LOA IMA Agência Nacional de Auxílio aos Estrangeiros Ampliada Artigo (s) Atualizada Convenção Americana de Direitos Humanos Comissão Européia de Direitos Humanos Comissão Interamericana de Direitos Humanos Comissão Interamericana de Direitos Humanos Corte Interamericana de Direitos Humanos Corte Européia de Direitos Humanos Corte Interamericana de Direitos Humanos Direitos Humanos Documento Edição Europe Court of Human Rights Habeas Corpus International Court of Justice Lei Orçamentária Anual Instituto Nacional do Meio Ambiente N. Número No OC Número Opinião Consultiva II

5 OEA ONU PND Organização dos Estados Americanos Organização das Nações Unidas Política Nacional de Deslocados PTMA Política Tucana de Meio Ambiente de 1991 RIA SIDH Relatório de Impactos Ambientais Sistema Interamericano de Direitos Humanos p. Página Par. Rev. Trad. UN Vs. Parágrafo Revista Traduzido United Nations Versus Parágrafo III

6 REFERÊNCIAS Jurisprudência Internacional C.I.J. Caso"Lotus". Sentença de No. 9, 1927, Series A No Corte EDH. Edward v. the United Kingdom, Sentença de 16 Dezembro 1992, Series A no. 247-B Corte EDH. Handyside Case. Sentença de 7 de dezembro de 1976, Series A No Corte EDH. Loizidou v. Turkey. Sentença de 23 março de Corte EDH. Ruiz Mateos v. Spain, Senteça de 23 Junho 1993, Series A No Corte EDH. Vidal v. Belgium, Sentença de 22 Abril 1992, Series A no. 235-B Corte IDH. Caso "Instituto de Reeducação de Menores. Sentença de 2 de setembro de Serie No Corte IDH. Caso Acevedo Jaramillo y otros Vs. Perú. Sentença de 7 de fevereiro de Serie C No Corte IDH. Caso Alfonso Martín del Campo Dodd Vs. México. Sentença de 3 de setembro de Serie C No Corte IDH. Caso Blake Vs. Guatemala. Sentença de 2 de julho de Serie C No Corte IDH. Caso Bueno Alves Vs. Argentina. Sentença de 11 de maio de Serie C No Corte IDH. Caso Castañeda Gutman Vs. México. Sentença de 6 de agosto de Serie C No Corte IDH. Caso Castillo Páez Vs. Perú. Sentença de 30 de janeiro de Serie C No IV

7 Corte IDH. Caso Castillo Petruzzi y otros Vs. Perú. Sentença de 30 de maio de Serie C No Corte IDH. Caso Cinco Pensionistas Vs. Perú. Sentença de 28 de fevereiro de Serie C No Corte IDH. Caso Claude Reyes y otros Vs. Chile. Sentença de 19 de setembro de Serie C No , 15 Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Sawhoyamaxa Vs. Paraguay. Sentença de 29 de março de Serie C No , 20, 21, 29 Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Xákmok Kásek. Vs. Paraguay. Sentença de 24 de agosto de 2010 Serie C No , 31 Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Yakye Axa Vs. Paraguay. Sentença de 17 de junho de Serie C No , 18, 19, 28 Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Yakye Axa Vs. Paraguay. Sentença de 6 de fevereiro de Serie C No Corte IDH. Caso Comunidade Indígena Xákmok Kásek. Vs. Paraguai. Sentença de 24 de agosto de 2010 Serie C No Corte IDH. Caso Constantine y otros Vs. Trinidad y Tobago. Sentença de 1 de setembro de Serie C No Corte IDH. Caso de la Comunidad Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicaragua. Sentença de 1 de fevereiro de Serie C No Corte IDH. Caso de la Comunidad Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicaragua. Sentença de 31 de agosto de Serie C No , 19 Corte IDH. Caso de la Comunidad Moiwana Vs. Surinam. Sentença de 8 de fevereiro de 2006 Serie C No , 14, 20, 30 V

8 Corte IDH. Caso de los Niños de la Calle (Villagrán Morales y otros) Vs. Guatemala. Sentença de 19 de novembro de Serie C No , 29 Corte IDH. Caso del Pueblo Saramaka. Vs. Surinam. Sentença de 28 de novembro de Serie C No , 20, 22 Corte IDH. Caso del Tribunal Constitucional Vs. Perú. Sentença de 24 de setembro de Serie C No , 16 Corte IDH. Caso do Masacre de Mapiripán Vs. Colombi. Sentença 7 de março Serie C No Corte IDH. Caso Escher y otros Vs. Brasil. Sentença de 6 de julho de Serie C No Corte IDH. Caso Genie Lacayo Vs. Nicaragua. Sentença de 29 de janeiro de Serie C No , 15 Corte IDH. Caso Godínez Cruz Vs. Honduras. Sentença de 20 de janeiro de Serie C No Corte IDH. Caso Gomes Lund y otros (Guerrilha do Araguaia) Vs. Brasil. Sentença de 24 de novembro de 2010 Serie C No Corte IDH. Caso González y otras ( Campo Algodonero ) Vs. México. Sentença de 16 de novembro de Serie C No Corte IDH. Caso Herrera Ulloa Vs. Costa Rica. Sentença de 2 de julho de Serie C No Corte IDH. Caso Hilaire, Constantine y Benjamin y otros Vs. Trinidad y Tobago. Sentença de 21 de junho de Serie C No Corte IDH. Caso Ivcher Bronstein Vs. Perú. Sentença de 6 de fevereiro de Serie C No , 21 VI

9 Corte IDH. Caso Las Palmeras Vs. Colombia. Sentença de 4 de fevereiro de Serie C No , 8 Corte IDH. Caso Ricardo Canese Vs. Paraguai. Sentença de 31 de agosto de Serie C No Corte IDH. Caso Suárez Rosero Vs. Ecuador. Sentença de 12 de novembro de Serie C No Corte IDH. Caso Tibi Vs. Ecuador. Sentença de 7 de setembro de Serie C No Corte IDH. Caso Yatama Vs. Nicaragua. Sentença de 23 de junho de Serie C No , 14 Opinião Consultiva OC-17/02 de 28 de agosto de Serie A No Opinião Consultiva OC-4/84 de 19 de janeiro de Serie A No Opinião Consultiva OC-9/87 de 6 de outubro de Serie A No , 17 Comissão Interamericana C.I.D.H., Informe 29/ C.I.D.H., Informe 34/ C.I.D.H., Informe 74/ C.I.D.H., Informe 87/ Doutrina Cruz, Álvaro Ricardo de Souza. Jurisdição Constitucional Democrática Belo Horizonte: Del Rey, VII

10 GOMES, Luiz Flávio; PIOVESAN, Flávia; TRINDADE, Antônio Augusto Cançado (Colab.). O sistema interamericano de proteção dos direitos humanos e o direito brasileiro. São Paulo: R. dos Tribunais, LEDESMA, Héctor Faúndez. El Sistema Interamericano de Protección de los Derechos Humanos: aspectos institucionales y procesales. 3 ed. São José :Instituto Interamericano de Derechos Humanos Rodríguez Pinzón, Diego, The victim requirement, the fourth instance formula and the notion of person in the individual complaint procedure of the Inter-American Human Rights System, ILSA Journal of International and Comparative Law, SKRENTNY, John D., The Minority Rights Revolution. Massachusetts: Belknap Harvard, THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: parte geral. 41.ed. Rio de Janeiro: Forense, TRINDADE, Antônio A. Cançado, Direitos Humano: Personalidade e Capacidade Jurídica Internacional do Indivíduo. In: O Brasil e os NovosDesafios do Direito Internacional, Rio de Janeiro: Ed. Forense, Diversos Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, Länsman y otros vs. Finlandia (qüinquagésima segunda sessão, 1994), Comunicación No. 511/1992, ONU Doc. CCPR/C/52/D/511/1994, 8 de novembro de Convenção 169 da OIT Convenção Americana de Direitos Humanos e Pacto de São José da Costa Rica , 9, 13, 21 VIII

11 Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, Draft Articles on State Responsibility with commentaries.report of International Law Commission fifty-third session.yearbook of the International Law Commision IX

12 Excelentíssimo Senhor Presidente da Honorável Corte Interamericana de Direitos Humanos, A República de Tucanos, doravante denominada simplesmente Estado, por seus procuradores devidamente constituídos nos termos do artigo 36 do regulamento desta Colenda Corte, vem, tempestivamente, apresentar sua CONTESTAÇÃO à demanda oferecida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a fim de que seja declarada por essa Corte Interamericana de Direitos Humanos a observância pelo Estado ao artigo 1.1 da Convenção Americana de Direitos Humanos, bem como a ausência de responsabilidade internacional em decorrência das supostas violações aos artigos 4 (Direito à Vida), 5 (integridade física), 8 (garantias judiciais), 21 (propriedade), 22 (liberdade de circulação e de residência) e 25 (proteção judicial) também da CADH e do artigo 11 do Protocolo de São Salvador. I DECLARAÇÃO DOS FATOS Contexto Histórico da República Federal de Tucanos Entre os anos de 1815 e 1835 o Estado travou uma guerra com o Principado de Araras, devido a conflitos territoriais, que obteve um fim pacífico em 1835, ocasião em que foi nomeada uma comissão conjunta que delimitou as fronteiras que dividem os países, presentes na confluência entre os rios Betara e Corvina. Nos anos de 1990, o Estado passou a investir fortemente na indústria, o que ensejou a necessidade de que também fizesse investimentos para desenvolver seu setor energético, e 1

13 após a realização de estudos ambientais se verificou que a opção mais adequada seria promover a construção de uma hidroelétrica, na confluência dos rios Betara e Corvina. Breve relato acerca da população indígena Aricapu A população indígena Aricapu é um dos mais tradicionais grupos que habitam as fronteiras, Norte do Estado e Leste do Principado de Araras. Vivem como um grupo de caçadores, além de plantar e colher os seus alimentos. Com a delimitação de territórios estabelecida após o conflito mencionado, a maior parcela dos aricapus passou a habitar o Estado oficialmente. Desde então, mantiveram boas relações com o governo, que lhes garantia educação e saúde, obtendo por meio do Ato de Reconhecimento de Terras Indígenas, o título oficial de propriedade sobre as suas terras, concedido pelo Estado. Os Aricapus possuem, em cada vila, um representante junto ao Estado, escolhido de forma tradicional. Há também, a cada dois anos, uma eleição entre esses representantes para a escolha de um Secretário Geral, que representa o povo Aricapu junto à República de Tucanos e aos demais países. Breve relato acerca da população de imigrantes de Mirokai A República de Mirokai, localizada no continente asiático, possui cerca de 20 milhões de habitantes, em 1970 foi atingida por uma série de tsunamis, o que deixou grande parcela da sua população sem moradia, obrigando-os a migrar para o continente Sul-Americano. A maioria deles se instalou na República de Tucanos, perto da confluência dos rios Betara e Corvina e desde então vivem da exploração de recursos naturais, da pesca, além de produzirem objetos para vender na feira local. 2

14 Ao se instalarem nesta região, em 1975, os Mirokais se reuniram com o representante dos povos Aricapus e desde então passaram a manter uma relação de cooperação. A Constituição do Estado de Tucanos estabelece igual tratamento a nacionais e estrangeiros, o que permitiu aos mirokaenses realizarem registros junto ao Estado, nos moldes da Agência Nacional de Auxílio aos Estrangeiros (ANAE), e a adquirirem títulos de propriedade sobre as terras que ocuparam desde a sua chegada ao país. Dos fatos que originaram a presente demanda Após a realização de diversos estudos, constatou-se que o local mais adequado para a construção de uma hidroelétrica de grande porte, capaz de solucionar a iminente crise energética do país, seria na confluência dos rios Betara e Corvina, local habitado pelas comunidades Aricapu e os imigrantes de Mirokai. Para realização de projetos dessa natureza o Estado deve observar a Lei de Licitações, que em seu artigo 67 estabelece que: todos os projetos financiados pelo governo devem ser feitos através do uso de licitações ou leilões e ter seus gastos aprovados na lei orçamentária do exercício financeiro atual. Deve também, observar a Lei 8090/76, que constitui a legislação ambiental do país (Política Tucana de Meio Ambiente de 1991 PTMA) e cria o Instituto Nacional do Meio Ambiente (IMA), que analisa e autoriza tais projetos. De acordo com as normas supracitadas as fases para a implantação de projetos, bem como a construção da hidroelétrica de Cinco Voltas são: 1ª fase: Concessão de licença prévia após verificação dos impactos ambientais, permitindo abertura do edital de licitação; 2ª fase: Abertura do edital de licitação para contratação da empresa que irá executar a obra; 3

15 3ª Fase: A empresa e o IMA deverão fazer um Relatório de Impactos Ambientais (RIA), que deverá especificar todas os aspectos ambientais e sociais que serão afetados pelo projeto. O RIA deve ter o selo de aprovação do IMA; 4ª Fase: O RIA deve ser publicado e disponibilizado durante dois meses num site para que sociedade civil possa emitir suas opiniões sobre o projeto; 5ª Fase: Depois disso, o IMA tem o prazo de três meses para fazer a segunda análise do RIA. Com base nos apontamentos sociedade civil o IMA e a empresa deverão alterar o relatório para diminuir os impactos; 6ª Fase: Depois de alterado, o RIA deve ser aprovado e ratificado pelo presidente do IMA; 7ª Fase: Após a ratificação do RIA a empresa selecionada poderá começar as obras. Essas serão acompanhadas pelo IMA. Durante esse processo a empresa devera submeter relatórios trimestrais das obras para avaliação do IMA. A licença prévia aprovada pelo IMA, nos termos da LC 101, em Outubro de 2009, foi automaticamente inserida no Projeto de Lei da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício financeiro de 2010, objetivando assegurar as dotações de recursos para as obras. Em novembro o edital de licitação foi divulgado, e em dezembro abriu-se o projeto de licitação. Dentre as quatro empresas participantes, a Empresa LAX foi a escolhida. A LOA de 2010 foi aprovada pelo Congresso em janeiro do mesmo ano, especificando o orçamento para a construção da hidroelétrica. Juntamente com a LAX o IMA elaborou o relatório de impactos ambientais, que em seguida foi disponibilizado para o público, em observância às exigências legais existentes no Estado. A LAX indicou no relatório o tamanho do lago a ser construído, km2 de superfície, necessitando que fossem realocados a população ribeirinha de imigrantes de 4

16 Mirokai e o povo indígena Aricapu. O governo explicou que todos os realocados receberiam um lote de terra do mesmo tamanho do que moravam e recursos econômicos suficientes para que dessem continuidade às suas vidas e atividades, de acordo com a Política Nacional de Deslocados (PND). Ao ser publicado o relatório, os aricapus e os mirokaenses deram início a uma movimentação política questionando o fato de supostamente não terem sido devidamente consultados durante a elaboração do RIA, e declararam que não pretendiam deixar a região onde estabeleceram um vínculo histórico. Alegaram, ainda, terem sido tratados de forma discriminatória pelos tribunais, que, supostamente, não teriam observado seus direitos de propriedade sobre os seus territórios. Em fevereiro do mesmo ano o Estado se reuniu com os representantes dos aricapus e mirocaenses, oportunidade em que se dispôs a reavaliar o projeto e chegar a uma solução conjunta e harmônica para a situação. No dia 15 de março, foi aprovado pelo IMA o relatório que autorizou o início das obras, o que aconteceu duas semanas depois. A autorização fez com que os aricapus e mirokaenses promovessem uma demanda interna, a fim de anular a aprovação concedida pelo IMA, na qual alegaram terem sido tratados com discriminação e que as obras destruiriam o território considerado por eles como sagrado. Além disso, afirmaram que a criação do lago teria um impacto ambiental superior aos limites que estabelece o PTMA. Em primeira instância, o governo alegou que não houve perseguição aos indígenas e nem aos imigrantes e que ambos tiveram os seus direitos à vida, liberdade e propriedade garantidos pela Política Nacional de Descolados (PND) de O juiz indeferiu totalmente o pedido dos aricapus e mirokaenses, em 14 de maio de

17 Os demandantes recorreram da decisão e, em 30 de junho, tiveram seu pedido deferido, momento em que foi expedida a liminar determinando a suspensão das obras. O Advogado Geral da União recorreu em última instância à Suprema Corte do Estado, alegando que os reclamantes não apresentaram evidências de impactos negativos com a construção da hidrelétrica, nem para o seu território nem para as populações deslocadas. Argumentou ainda, que a hidroelétrica é de suma importância para que haja o crescimento das indústrias nacionais e para a população que necessita dos recursos para seu crescimento econômico. Por fim, alegou que os benefícios trazidos pela construção da hidroelétrica de Cinco Voltas para a população como um todo justificam a relativização dos direitos de uma parte tão pequena da população. Em 2 de agosto, a Suprema Corte proferiu sentença favorável ao Estado, revogando a liminar e permitindo que dessem prosseguimento às obras, sob a alegação de que os demandantes não foram desrespeitados e os impactos ambientais não ultrapassaram os limites do PTMA. Procedimento perante o Sistema Interamericano Em 6 de Outubro de 2010, após esgotados os recursos internos, os aricapus e mirokaeses apresentaram petição individual ante à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, alegando a violação pelo Estado de diversos artigos da Convenção. Com efeito, tanto as alegações do Estado perante a Comissão, quanto as tentativas de mediação do órgão mostraram-se infrutíferas, o que ensejou o encaminhamento do presente caso à Corte pela Comissão em conformidade com seu Regimento. 6

18 II ANÁLISE LEGAL 1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES AO MÉRITO A. Jurisdição A República de Tucanos é signatária da Convenção Americana desde 04 de agosto de 1991, tendo reconhecido a jurisdição contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Humanos em julho de 1992, razão pela qual a Corte, nos termos do art. 62 da CADH, possui jurisdição para analisar a presente demanda. B. Competência O Estado reconhece que a Corte é competente ratione temporis 1, ratione loci 2 y ratione personea 3 para conhecer da presente demanda, mas reserva-se no direito de apresentar a seguinte exceção preliminar com em relação à sua competência ratione materiae 4 : 1 Corte IDH. Caso Alfonso Martín del Campo Dodd Vs. México. Sentença de 3 de setembro de Serie C No Par Corte IDH. Caso Constantine y otros Vs. Trinidad y Tobago. Sentença de 1 de setembro de Serie C No. 82. Par. 68 e Corte EDH. Loizidou v. Turkey. Sentença de 23 março de Par Corte IDH. Caso Castillo Páez Vs. Perú. Sentença de 30 de janeiro de Serie C No. 24. Voto do Juiz Antônio Augusto Cançado Trindade. Par Corte IDH. Caso Las Palmeras Vs. Colombia. Sentença de 4 de fevereiro de Serie C No. 67. Par 34. Ver também: GOMES, Luiz Flávio; PIOVESAN, Flávia; TRINDADE, Antônio Augusto Cançado (Colab.). O sistema interamericano de proteção dos direitos humanos e o direito brasileiro. São Paulo: R. dos Tribunais,

19 B.1 Incompetência da Corte Interamericana para conhecer e julgar a suposta violação ao artigo 11 do Protocolo de São Salvador É incontroverso que a Corte, exercendo a sua faculdade consultiva, é competente para conhecer e interpretar tratados distintos à CADH, no entanto, insta salientar que o mesmo não se aplica em se tratando da sua jurisdição contenciosa, restringindo-se esta aos tratados contenham direitos descritos na referida convenção 5 ou instrumentos que, de forma expressa, reconheçam a competência contenciosa da Corte para julgá-los 6. Na presente demanda as supostas vítimas solicitam à Corte que declare a violação, por parte do Estado, ao artigo 11 do Protocolo de São Salvador, referente a um Meio Ambiente Sadio, ocorre que o Protocolo, em seu artigo 19, inciso 6, reconhece a competência contenciosa da Corte apenas para julgar violações referentes aos seus artigos 8 (Direitos Sindicais) e 13 (Direito à Educação). Apesar de possuir competência consultiva para interpretar o Protocolo de São Salvador, a Corte não é competente para julgar supostas violações aos demais artigos deste instrumento, vez que o princípio fundamental que rege a competência jurisdicional da mesma é a vontade, ou aquiescência expressa, do Estado de submeter-se a ela 7. Cumpre frisar, que a própria Comissão, ao apresentar o caso à Corte, desconsiderou a alegação das demandantes quanto à suposta violação ao artigo 11 do referido Protocolo, 5 Corte IDH. Caso Las Palmeras Vs. Colombia. Sentença de 4 de fevereiro de Serie C No. 67. Par Corte IDH. Caso González y otras ( Campo Algodonero ) Vs. México. Sentença de 16 de novembro de Serie C No Par. 37. Ver também Convenção Americana de Direitos Humanos de Pacto de São José da Costa Rica Art Corte IDH. Caso González y otras ( Campo Algodonero ) Vs. México. Sentença de 16 de novembro de Serie C No Par

20 admitindo uma possível violação apenas referente aos artigos 4, 5, 8, 21, 22 e 25 todos em relação ao 1.1 da Convenção 8. Ademais, em consonância ao princípio da segurança jurídica, que visa garantir não apenas a estabilidade do sistema interamericano, mas também delimitar quais as obrigações imputáveis ao Estado ao submeter-se aos organismos internacionais de proteção aos Direitos Humanos, o Estado, requer seja declarada a incompetência desta Corte para julgar os demais artigos do Protocolo de São Salvador, inadmitindo, assim, todas as alegações apresentadas pelos demandantes referentes à suposta violação ao seu Artigo 11 (Direito a um Meio Ambiente Sadio). C. Pressupostos de Admissibilidade C.1. Ausência de Interesse de Agir O interesse de agir se assenta na conveniência que a ação possa trazer um resultado útil, sendo avaliada a necessidade e a adequação da ação judicial 9. Cumpre frisar, que o Estado respeitou todos os direitos consagrados pela Convenção, inclusive durante o tramite do processo judicial que culminou na autorização para o reinício das obras. Insta salientar a inexistência de dano aos demandantes, vez que, apesar de iniciadas as obras não é possível depreender do escopo fático apresentado que os povos Aricapus e mirokais já foram realocados de suas terras. 8 Caso Hipotético, par THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: parte geral. 41.ed. Rio de Janeiro: Forense,

21 Desta feita, não há se falar em resarcimento 10, haja vista não ter havido dano, portanto a presente demanda se mostra desnecessária e inadequada. Assim, a medida apropriada para evitar a suposta violação aos Direitos Humanos dos demandantes seria a interposição de medidas provisionais, nos termos do art 63.2 da CADH São dois os requisitos exigidos para interposição de medidas provisionais, quais sejam: a extrema gravidade e a urgência de se previnir danos irreparáveis aos indivíduos. Ocorre que os demandantes não lograram demonstrar a existência de dano, bem como de qualquer possibilidade de que este venha a ocorrer, não obstante o Tribunal Superior de Tucanos decidiu cassar a liminar concedida anteriormente e autorizar o reinicio das obras. Pelo exposto, o Estado requer seja inadmitida a presente demanda por inexistência de uma das condições do processo, o interesse de agir. C.2. Vedação à Quarta Instância Ainda que a Corte entenda pela existência de competência ratione matéria na presente demanda, deverá se abster de exercer sua jurisdição, uma vez que os fatos foram devidamente resolvidos pelos tribunais internos da República de Tucanos, conforme seu ordenamento jurídico e em consonância com os marcos do devido processo legal estabelecidos por esta Corte Draft Articles on State Responsibility with commentaries.report of International Law Commission fifty-third session.yearbook of the International Law Commision. 11 Convenção Americana de Direitos Humanos e Pacto de São José da Costa Rica. art Corte IDH. Caso de la Comunidad Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicaragua. Sentença de 31 de agosto de Serie C No Corte IDH. Caso Blake Vs. Guatemala. Sentença de 2 de julho de Serie C No. 27, par. 39 e 40 10

22 A Corte deverá, portanto, considerar o caráter subsidiário do Sistema Interamericano em relação à proteção aos Direitos Humanos, não podendo atuar como tribunal de revisão para as decisões proferidas por outros tribunais. Neste sentido, a Comissão sustenta a tese de que (...) não pode revisar as sentenças decretadas pelos tribunais nacionais que atuem na esfera de sua competência e apliquem as devidas garantias judiciais, a menos que se tenha cometido uma violação da Convenção Americana 14, reconhecendo, assim, o caráter prioritário que a jurisdição interna tem com relação à Internacional. Nessa linha, o Ilustre Juiz Garcia Ramírez, reconheceu expressamente as limitações aos quais está sujeito o Sistema Interamericano 15, veja-se: Caso um órgão desse enfrente e remedia adequada e oportunamente a violação cometida por outro, não surgirá a responsabilidade internacional do Estado. É por isso, precisamente, que o acesso ao sistema interamericano é condicionado ao prévio esgotamento dos recursos internos. Decorre deste fato a importância da jurisdição interna, que tem caráter prioritário em relação à internacional. Esta só atua de maneira subsidiária 16. (Traduziu-se) 14 C.I.D.H., Informe 87/98, Caso , Oscar Vila-Mazot, Venezuela, 12 de outubro de 1998, par. 17; 15 Corte IDH. Caso Cinco Pensionistas Vs. Perú. Sentença de 28 de fevereiro de Serie C No. 98. Voto Concorrente do Juiz García Ramírez. 16 No original: Si un órgano de éste enfrenta y remedia adecuada y oportunamente la violación cometida por otro, no surgirá la responsabilidad internacional del Estado. Es por ello, precisamente, que el acceso al sistema interamericano se halla condicionado al previo agotamiento de los recursos del orden interno. ( ) De ahí la importancia de la jurisdicción interna, que tiene carácter prioritario con respecto a la internacional. Esta sólo actúa de manera subsidiaria. 11

23 Cabe frisar, que a Corte, em conformidade com os princípios gerais do Direito Internacional, consolidou o entendimento de que não possui atribuições de um tribunal de apelação ou cassação dos organismos judiciais de caráter nacional 17. Neste caso, poderia apenas analisar as violações de cunho processual dos direitos consagrados na Convenção, limitando-se a presente demanda à suposta violação aos artigos 8 e 25. Portanto, a possibilidade de re-análise de fatos que tenham sido julgados definitivamente em âmbito interno, de forma consentânea aos procedimentos internos de determinado Estado, deve limitar-se a casos em que o julgamento tenha ocorrido à margem do devido processo legal, o que naturalmente ensejaria a violação a outros direitos garantidos pela Convenção 18. Em linhas gerais, pode-se dizer que a revisão pela Corte poderá ocorrer: em hipótese que o julgamento não tenha sido realizado por juízes competentes, independentes e imparciais, não tenha sido possível a apresentação de recurso em um tribunal superior ou se tiver havido violação de alguma das demais garantias estabelecidas pelo artigo 8 da CADH Corte IDH. Caso Genie Lacayo Vs. Nicaragua. Sentença de 29 de janeiro de Serie C No. 30. par. 94; Corte IDH. Caso Gomes Lund y otros (Guerrilha do Araguaia) Vs. Brasil. Sentença de 24 de novembro de 2010 Serie C No Voto do Juiz Figueiredo Caldas. 18 C.I.D.H., Informe 34/97, Jorge Enrique Benavides, Colombia, 03 de outubro de 1997, par Corte IDH. Caso Yatama Vs. Nicaragua. Sentença de 23 de junho de Serie C No Voto Dissidente do Juiz Montiel Arguello, par. 8; C.I.D.H., Informe 39/96, par ; Rodríguez Pinzón, Diego, The victim requirement, the fourth instance formula and the notion of person in the individual complaint procedure of the Inter-American Human Rights System, ILSA Journal of International and Comparative Law,2001, párr. 51; C.I.D.H., Informe 74/90, Caso 9850, Héctor Gerónimo López Aurelli, Argentina, 4 de outubro de 1990; C.I.D.H., Informe 29/88, Caso 9260, Clifton Wright, Jamaica, 14 de setembro de 1988, par. 5 e 7. 12

24 Tendo cumprido todas as garantias ao devido processo com relação aos demandantes, o Estado requer, em consonância aos princípios gerais do direito internacional e, sobretudo, à vedação da quarta instância, que seja declarada inadmissível a presente demanda, sob pena de violação à Soberania do Estado e à CADH. Com efeito, na eventualidade deste tribunal desconsiderar as preliminares ora apresentadas, reconhecendo, assim, a admissibilidade da presente demanda, o Estado apresenta, ainda que subsidiariamente, os argumentos de defesa capazes de comprovar a não violação de todos os direitos apresentados pela Comissão. 2 MÉRITO A. Da quadra fática consentânea às diretrizes da Convenção Prefacialmente cumpre salientar o papel exercido pelas diretrizes do artigo 1.1 da CADH, já que da leitura do mencionado dispositivo percebe-se que as disposições nele inscritas relacionam-se diretamente com a salvaguarda dos direitos protegidos pela Convenção. Isso porque se afiguraria grande inocuidade normativa a proteção de determinados direitos em espécie, sem que houvesse a obrigação ao Estado de respeitá-los teologicamente em sua atuação. Isto é, o Estado não está obrigado apenas a adotar uma ordem normativa compatível com suas obrigações internacionais, mas pelo contrário tem o dever de assegurar a consecução dos direitos humanos fundamentais de forma livre, plena e efetiva Corte IDH. Caso de la Comunidad Moiwana Vs. Surinam. Sentença de 8 de fevereiro de 2006 Serie C No Voto concorrete da juíza Cecilia Medina. 13

25 Assim, para além das obrigações expressas nos artigos da Convenção, o Estado encontra-se responsabilizado internacionalmente por uma atuação consentânea aos princípios gerias estabelecido pela Convenção. Em razão disso, não há como se avaliar uma violação autônoma ao artigo 1.1 por parte dos Estados signatários, uma vez que essa obrigação deve ser avaliada à luz de determinada violação a direito substancial presente na convenção. 21 Nessa linha, torna-se inequívoco que a atuação do Estado foi parametrizada pelas disposições do Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Isso porque será demonstrado oportunamente que não houve qualquer violação a direitos inscritos na Convenção, e tampouco é possível constatar uma atuação estatal contrária aos princípios de proteção aos Direitos Humanos. Observa-se que, o Estado ao contrário, não só adotou uma legislação interna que visava concretizar a proteção dos Direitos Humanos, mas também, como demonstram os autos, atuou em prol do exercício pleno dessas garantias. B. Do Devido Processo Legal em Tucanos (Artigos 8 e 25 c/c 1.1 da CADH) O Artigo 8 da Convenção americana é aplicável ao conjunto de requisitos que devem ser observados pelas instâncias processuais, quaisquer que sejam elas, a fim de que os indivíduos possam se defender adequadamente de atos do Estado que possam violar seus direitos 22. É dizer: o art. 8 diz respeito, em sentido amplo, ao direito a um devido processo Corte IDH. Caso de la Comunidad Moiwana Vs. Surinam. Sentença de 8 de fevereiro de 2006 Serie C No Voto concorrete da juíza Cecilia Medina. 22 Corte IDH. Caso Yatama Vs. Nicaragua. Sentença de 23 de junho de Serie C No Par. 147; Corte IDH. Caso Claude Reyes y otros Vs. Chile. Sentença de 19 de setembro de Serie C No Par

26 Assim, em todas as suas decisões o Estado deve garantir o direito das supostas vítimas em serem ouvidas dentro de um prazo razoável 24, por um tribunal competente, independente e imparcial que adote suas decisões mediante sentença devidamente fundamentada, evitandose assim um julgamento arbitrário 25. Tendo em vista o artigo 8 da CADH não poder ser interpretado de forma restritiva, a Corte entende como tribunal toda autoridade pública, seja ela administrativa, legislativa ou judicial competente para analisar direitos e obrigações dos indivíduos 26. Quanto à suposta violação ao art. 25 da CADH, a Corte pacificou o entendimento de que este artigo deve ser analisado em consonância ao devido processo legal, declarando assim a conexão entre os artigos 8 e 25 da Convenção Corte IDH. Caso Tibi Vs. Ecuador. Sentença de 7 de setembro de Serie C No Voto Concorrente do Juiz García Ramírez, párr Corte EDH. Edward v. the United Kingdom, Sentença de 16 Dezembro 1992, Series A no. 247-B, par , 34 e Corte EDH. Vidal v. Belgium, Sentença de 22 Abril 1992, Series A no. 235-B, par , Convenção Americana de Direitos Humanos e Pacto de São José da Costa Rica. Art. 8; Corte IDH. Caso Castillo Petruzzi y otros Vs. Perú. Sentença de 30 de maio de Serie C No. 52. Voto dissidente do Juiz de Roux Rengifo; Corte IDH. Caso Claude Reyes y otros Vs. Chile. Sentença de 19 de setembro de Serie C No Voto Dissidente dos Juízes Abreu Burelli e Medina Quiroga, par. 1 Corte EDH. Ruiz Mateos v. Spain, Senteça de 23 Junho 1993, Series A No. 262, párr. 30; Corte IDH. Caso Genie Lacayo Vs. Nicaragua. Sentença de 29 de janeiro de Serie C No. 30. Par. 77; Corte IDH. Caso Suárez Rosero Vs. Ecuador. Sentença de 12 de novembro de Serie C No. 35. Par. 66; Corte IDH. Caso Hilaire, Constantine y Benjamin y otros Vs. Trinidad y Tobago. Sentença de 21 de junho de Serie C No. 94. Voto Concorrente do Juiz Antônio Augusto Cançado Trindade, par Corte IDH. Caso del Tribunal Constitucional Vs. Perú. Sentença de 24 de setembro de Serie C No. 55. Par

27 A construção histórica realizada pela Corte, acerca dos referidos artigos, determina que os Estados têm a responsabilidade de desenvolver e consagrar, mediante publicação de leis, recursos eficazes contra atos de violação aos direitos fundamentais das pessoas submetidas à sua jurisdição, bem como têm o dever de assegurar a devida aplicação de tais recursos por parte das autoridades 28. Ao interpretar o texto do art. 25 da CADH, a Corte sustenta que a obrigação do Estado de proporcionar um recurso efetivo não se resume à existência de determinado recurso no seu ordenamento jurídico, definindo assim 29, a obrigação do Estado em adotar prestações positivas, a fim de garantir que os recursos são verdadeiramente efetivos para estabelecer se ocorreram violações aos direitos humanos e propiciando a devida reparação do dano 30. Todo o procedimento que culminou na autorização para realocação dos demandantes, incluindo o administrativo, transcorreu em consonância com os parâmetros estabelecidos pela Corte, em cumprimento ao devido processo legal e se desenvolveu em um intervalo de 1 (um) ano, respeitando, assim, os parâmetros de razoabilidade para a duração do processo, estabelecidos pela Corte Corte IDH. Caso Acevedo Jaramillo y otros Vs. Perú. Sentença de 7 de fevereiro de Serie C No Voto do Juiz Cançado Trindade. Par Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Yakye Axa Vs. Paraguay. Sentença de 17 de junho de Serie C No Par Corte IDH. Caso del Pueblo Saramaka. Vs. Surinam. Sentença de 28 de novembro de Serie C No Par Garantías Judiciales en Estados de Emergencia (arts. 27.2, 25 y 8 Convención Americana sobre Derechos Humanos). Opinião Consultiva OC-9/87 de 6 de outubro de Serie A No. 9, párr Corte IDH. Caso Ivcher Bronstein Vs. Perú. Sentença de 6 de fevereiro de Serie C No. 74. Par. 137; Corte IDH. Caso del Tribunal Constitucional Vs. Perú. Sentença de 24 de setembro de Serie C No

28 Conforme demonstrado, o Estado garantiu, formal e materialmente, o direito ao devido processo legal, à ampla defesa e propiciou aos demandantes recursos efetivos que avaliaram a suposta violação aos Direitos Humanos dos Demandantes, respeitando, assim os arts. 8 e 25 da CADH. Insta salientar que, se o Tribunal Superior de Tucanos não atendeu às expectativas dos demandantes é porque, deveras, postulam sem qualquer base jurídica aceitável. Pelo exposto, torna-se incontroversa a observância aos artigos 8 e 25 da CADH tanto no procedimento administrativo que autorizou a construção da Hidroeletrica de Cinco Voltas, quanto no procedimento judicial que reafirmou a conduta irrepreensível adotada pelo Estado. C. Do caráter equânime ordenamento jurídico da República de Tucanos (Artigo 24 c/c 1.1 da CADH) A análise acurada do art. 24 da CADH, demonstra que não há qualquer violação objetiva ao enunciado do referido artigo por parte da República de Tucanos, sendo que o que se apresenta para a análise é uma avaliação da atividade estatal em face do dever de tratamento isonômico. Com efeito, é inquestionável que o Estado agiu de forma equânime, pois o princípio da igualdade, que se encontra alicerçado sob duas perspectivas de garantia aos direitos do homem, quais sejam: igualdade formal -paridade em termos de tratamento legal- e igualdade Par. 93 e Garantías Judiciales en Estados de Emergencia (arts. 27.2, 25 y 8 Convención Americana sobre Derechos Humanos). Opinião Consultiva OC-9/87 de 6 de outubro de Serie A No. 9, párr

29 material- distinções 32 operadas em face da manifesta vulnerabilidade de determinados grupos 33. Por tal razão, não há se falar em violação do Estado ao Princípio da Igualdade, já que as distinções feitas pelo Estado em momento nenhum se configuraram como discriminações, isto é, a desproporcionalidade da atuação da atividade estatal em relação a alguma característica individual, bem como raça, gênero, crença, etc.. Em julgados anteriores a Corte tem entendido que se não há um liame objetivo entre a conduta discriminatória e a condição pessoal do indivíduo, não há se falar em violações ao direito exposto no art. 24 da CADH. 34 As comunidades indígenas encontram, em qualquer país do mundo, grandes dificuldades em estabelecer uma vida digna, justamente por viverem em uma constante situação de vulnerabilidade 35, e as distinções realizadas pelo Estado constituem uma forma legítima de resguardar 36 os direitos fundamentais dessas pessoas, já que pode-se afirmar que encontra-se em um papel especial de garantidor. 32 Corte IDH. Caso Castañeda Gutman Vs. México. Sentença de 6 de agosto de Serie C No Par SKRENTNY, John D., The Minority Rights Revolution. Massachusetts: Belknap Harvard, 2002; Cruz, Álvaro Ricardo de Souza. Jurisdição Constitucional Democrática Belo Horizonte: Del Rey, Corte IDH. Caso Bueno Alves Vs. Argentina. Sentença de 11 de maio de Serie C No Par Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Yakye Axa Vs. Paraguay. Sentença de 17 de junho de Serie C No Par Corte IDH. Propuesta de Modificación a la Constitución Política de Costa Rica Relacionada con la Naturalización. Opinião Consultiva OC-4/84 de 19 de janeiro de Serie A No. 4, par. 56; Corte IDH. Condición Jurídica y Derechos Humanos del Niño. Opinião Consultiva OC-17/02 de 28 de agosto de Serie A No. 17, par. 47; 18

30 Neste sentido, a Corte determina ser indispensável que os Estados outorguem uma proteção efetiva que tome em conta as particularidades dos povos indígenas, bem como suas características econômicas e sociais, seu direito consuetudinário, valores e costumes. D. Do exercício pleno do direito de propriedade em Tucanos (Artigo 21 c/c 1.1 da CADH) A Corte tem adotado uma interpretação vanguardista no que diz respeito aos tratados em Direitos Humanos, considerando-os como instrumentos vivos 37, cuja interpretação deve evoluir juntamente com a Sociedade Internacional. Com efeito, essa nova perspectiva decorre das regras gerais de interpretação consagradas no art. 29 da CADH, bem como as estabelecidas pela Convenção de Viena. 38 À luz dessa nova modalidade interpretativa, o direito à propriedade privada tem sido analisado pela Corte. No que diz respeito aos povos indígenas, especificamente, formulou-se o entendimento de que o direito deverá ser analisado, necessariamente em sua esfera coletiva, isto é, por meio da garantia à propriedade comum às populações indígenas 39. Encontra-se consolidado nessa Corte, destarte, que o direito à propriedade dessas comunidades não pode prescindir do reconhecimento por parte do Estado da propriedade 37 Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Yakye Axa Vs. Paraguay. Sentença de 17 de junho de Serie C No Par Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Yakye Axa Vs. Paraguay. Sentença de 6 de fevereiro de Serie C No. 142 e Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Sawhoyamaxa Vs. Paraguay. Sentença de 29 de março de Serie C No Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, Corte IDH. Caso de la Comunidad Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicaragua. Sentença de 31 de agosto de Serie C No. 79. Par

31 coletiva, bem como da concessão do registro do terreno tradicionalmente ocupado por essas tribos. 40 Em consonância com esse postulado, o Estado concedeu em 1975 e 1980 às comunidades Aricapu e de imigrantes mirokaenses, respectivamente, o título de propriedade sobre suas terras 41. A despeito disso, cabe ressaltar, que a proteção do direito à propriedade em maneira ampla não é absoluto, entendimento corroborado pela Corte, que admite a possibilidade de imposições de limites e restrições ao direito de propriedade. 42. Isso porque a dicção do art. 21 da CADH estabelece que a lei poderá subordinar o uso e gozo (dos bens) ao interesse social. Bem de ver, que, para se apreciar a violação ou não do direito à propriedade não se pode levar em consideração exclusivamente os interesses de uma, duas, ou mais comunidades, mas há que se analisar dentro do contexto de todos os povos que integram o referido Estado. Invariavelmente a aplicação de uma norma implicará no descumprimento de uma ou mais outras normas. Por tal razão, o direito tem buscado mecanismos para minimizar os efeitos dessa fragilidade intrínseca a qualquer ordenamento jurídico. 40 Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Sawhoyamaxa Vs. Paraguay. Sentença de 29 de março de Serie C No. 146; Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Xákmok Kásek. Vs. Paraguay. Sentença de 24 de agosto de 2010 Serie C No. 214; Corte IDH. Caso de la Comunidad Mayagna (Sumo) Awas Tingni Vs. Nicaragua. Sentença de 1 de fevereiro de Serie C No. 66 e Corte IDH. Caso de la Comunidad Moiwana Vs. Surinam. Sentença de 8 de fevereiro de 2006 Serie C No Caso Hipotético, par. 7 e Corte IDH. Caso del Pueblo Saramaka. Vs. Surinam. Sentença de 28 de novembro de Serie C No Par

32 Portanto, não se pode visar concretizar a proteção do direito à propriedade, ou qualquer outro direito, das comunidades Arikapu e de imigrantes mirokaenses sem levar em consideração os direitos do restante da população. Com efeito, a relativização do direito de propriedade só é admitida pela Corte desde que às restrições: (i) tenham sido previamente estabelecidas por lei, (ii) sejam necessárias, (iii) proporcionais e que (iv) tenham o fim de atingir um objetivo legítimo em uma sociedade democrática 43. Observa-se, in casu, que a República de Tucanos alcançou níveis acelerados de crescimento econômico, o que aumentou consideravelmente a demanda por energia no país, que por sua vez, ensejou restrições ao abastecimento de energia nos próximos anos 44. Por tal razão, a realocação das comunidades, diz respeito à preponderância dos princípios da razoabilidade e da primazia do interesse público, aqui representados pela necessidade de prover o abastecimento de energia para toda a população do Estado, sob pena de violar os direitos de 45 milhões de habitantes (equivalente a 90% da população do Estado). Portanto, em consonância com a Lei de Licitações e a Lei 8090/76, a fim de impedir danos à população de Tucanos, decorrentes da deficiência do abastecimento de energia, o Estado realizou estudos para definir qual a forma de produção de energia menos gravosa para essas situações e qual o local mais apropriado para o seu desenvolvimento 45. Desta forma o 43 Corte IDH. Caso Herrera Ulloa Vs. Costa Rica. Sentença de 2 de julho de Serie C No par. 127; Corte IDH. Caso Ivcher Bronstein Vs. Perú. Sentença de 6 de fevereiro de Serie C No. 74. par. 155 e Corte IDH. Caso Comunidad Indígena Sawhoyamaxa Vs. Paraguay. Sentença de 29 de março de Serie C No Par Caso Hipotético, par Caso Hipotético, par

33 estado logrou demonstrar o cumprimento dos quatro parâmetros gerais de apreciação exigidos por esta Corte, não deixando de considerar as peculiaridades existentes neste caso, por se tratar de interferência ao direito de propriedade de populações indígenas. Frise-se que, em se tratando de restrições aos direitos de povos indígenas e tribais, em especial ao que concerne ao uso e gozo de suas terras e recursos naturais que tenham possuído tradicionalmente, o direito inscrito no art. 21 da CADH, ganha um novo relevo, em que o Estado deverá avaliar se as restrições ao direito irão implicar em uma interferência nas tradições e costumes dos povos, de forma a colocar em perigo a própria subsistência do grupo e seus integrantes 46. Dessa forma, a Corte Interamericana em precedente de grande vulto, estabeleceu três requisitos a serem adotados pelos Estados em hipóteses de restrição 47 : (i) possibilitar a participação efetiva dos povos envolvidos; (ii) realizar o pagamento de justa indenização e (iii) garantir a realização de um estudo prévio de impacto social e ambiental por entidades independentes e tecnicamente capazes. In Casu, a fim de garantir que as restrições ao direito de propriedade das comunidades Aricapu e de imigrantes mirokaenses não constituíssem um prejuízo à subsistência desses povos, a República de Tucanos, em Janeiro de 2010 tornou público o Relatório de Impactos Ambientais (RIA) 48, possibilitando não só aos povos diretamente envolvidos, mas a toda 46 Corte IDH. Caso del Pueblo Saramaka. Vs. Surinam. Sentença de 28 de novembro de Serie C No Par 128; Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, Länsman y otros vs. Finlandia (qüinquagésima segunda sessão, 1994), Comunicación No. 511/1992, ONU Doc. CCPR/C/52/D/511/1994, 8 de novembro de 1994, párr Corte IDH. Caso del Pueblo Saramaka. Vs. Surinam. Sentença de 28 de novembro de Serie C No Par Caso Hipotético, par

34 população de Tucanos a participação no desenvolvimento do projeto da Hidroelétrica de Cinco Voltas. Após manifestação dos povos aricapus e mirokaenses, representantes do governo se reuniram com representantes das comunidades, ora demandantes, com o objetivo de adequar o projeto e reavaliar as condições socioambientais do Relatório de Impactos Ambientais 49. O Estado, baseando-se no RIA e em observância às normas gerais de direito, descritas no art da Convenção 169 da OIT 50 concedeu às comunidades demandantes lotes de terra com as mesmas características dos seus terrenos históricos, bem como recursos econômicos suficientes para que possam retomar suas atividades nesta nova área. A participação efetiva dos demandantes se deu não apenas na seara administrativa, mas também durante o processo judicial, em que conforme demonstrado anteriormente tiveram seu direito ao devido processo legal garantido pelo Estado. Em que pese às alegações dos demandantes, sobre a impossibilidade de retomar sua vida em outro território, os estudos realizados na região foram amplos e levaram em consideração as peculiaridades de cada tribo. Durante o processo judicial interposto pelos demandantes em desfavor do Estado, estes não foram capazes de demonstrar, através de provas e fundamentos aceitáveis, que ao serem realocados para novas terras, mediante pagamento de justa indenização garantido pelo Estado, teriam o modo de vida alterado de forma irreparável, motivo pelo qual os tribunais denegaram o pedido apresentado. Tendo cumprido de forma diligente os preceitos indispensáveis à intervenção no direito de propriedade das comunidades Aricapu e de imigrantes mirokaenses, o Estado 49 Caso Hipotético, par Convenção 169 da OIT, par

35 requer sejam acatadas por essa Corte os fatos e fundamentos ora elencados, para ao fim, declarar que a República de Tucanos não violou o disposto no artigo 21 da CADH. D. Da quadra fática consentânea à Liberdade de Locomoção e Residência estabelecidos pela Convenção (Artigo 22 c/c 1.1 da CADH) O direito de liberdade de locomoção e residência, inscrito no art. 22 da CADH, diz respeito a dispositivo da Convenção em que é necessária grande cautela para a avaliação de uma suposta violação. Isso porque o direito em questão está submetido à margem de apreciação do Estado parte 51. É dizer: o direito de circulação e residência está submerso em um rol de disposições em que o Estado poderá adotar medidas internas para regulamentar o seu exercício, sendo-lhe permitido, inclusive, restringir o plexo de incidência da norma, conforme entendimento da Corte 52. Com efeito, não se trata de munir o Estado de um poderio contrário ao princípio pro homini, enunciado do art. 29 da CADH, ao contrário, trata-se de espécie de poder discricionário que deverá ser exercido pelo Estado, tendo como diretrizes norteadoras o princípio da razoabilidade. 51 LEDESMA, Héctor Faúndez. El Sistema Interamericano de Protección de los Derechos Humanos: aspectos institucionales y procesales. 3 ed. São José :Instituto Interamericano de Derechos Humanos.p 70 e ss. 52 Corte IDH. Caso Ricardo Canese Vs. Paraguai. Sentença de 31 de agosto de Serie C No. 111, par 110; Corte IDH. Caso do Masacre de Mapiripán Vs. Colombi. Sentença 7 de março Serie C No. 122, par

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