Equilíbrio Atuarial dos Planos de Benefício Definido BD. Cícero Rafael Barros Dias

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1 Equilíbrio Atuarial dos Planos de Benefício Definido BD Cícero Rafael Barros Dias Out/2014 1

2 AGENDA 1. Introdução 2. Base Normativa Geral 3. Principais Riscos Atuariais das EFPC s 4. Controles de Risco 5. Avaliação Atuarial 6. Meios de Equilíbrio de Plano 2

3 BASE NORMATIVA DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E AVALIAÇÕES ATUARIAIS BASE NORMATIVA Lei Complementar nº 109 de 2001 Instrução Normativa SPC nº 38 de 2003 Resolução MPS/CGPC nº 13/2004 Resolução MPS/CGPC nº 18 de 2006 DISPOSIÇÃO Regime de Previdência Complementar Nota Técnica Atuarial Princípios, regras e práticas de governança, gestão e controles internos Parâmetros técnicos-atuariais mínimos Resolução MPS/CNPC nº 09 de 2012 Altera a Resolução MPS/CGPC nº 18/2006 Instrução PREVIC nº 01 de 2013 Instrução PREVIC nº 07 de 2013 Manutenção da taxa de juros superior aos limites estabelecidos pela Res. 18/2006 Orientações para a realização de estudos que visem atestar a aderência das hipóteses atuariais Instrução PREVIC nº 12 de 2014 Demonstrações Atuariais 3

4 BASE NORMATIVA DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E AVALIAÇÕES ATUARIAIS Lei Complementar nº 109/2001: Art. 18. O plano de custeio, com periodicidade mínima anual, estabelecerá o nível de contribuição necessário à constituição das reservas garantidoras de benefícios, fundos, provisões e à cobertura das demais despesas, em conformidade com os critérios fixados pelo órgão regulador e fiscalizador. 1º O regime financeiro de capitalização é obrigatório para os benefícios de pagamento em prestações que sejam programadas e continuadas. 4

5 BASE NORMATIVA DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E AVALIAÇÕES ATUARIAIS Lei Complementar nº 109/2001: Art º Observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, o cálculo das reservas técnicas atenderá às peculiaridades de cada plano de benefícios e deverá estar expresso em nota técnica atuarial, de apresentação obrigatória, incluindo as hipóteses utilizadas, que deverão guardar relação com as características da massa e da atividade desenvolvida pelo patrocinador ou instituidor. 5

6 BASE NORMATIVA DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E AVALIAÇÕES ATUARIAIS Resolução nº13/2004: Art. 1º As Entidades Fechadas de Previdência Complementar - EFPC devem adotar princípios, regras e práticas de governança, gestão e controles internos adequados ao porte, complexidade e riscos inerentes aos planos de benefícios por elas operados, de modo a assegurar o pleno cumprimento de seus objetivos. Art. 8º Cabe aos órgãos estatutários, no âmbito de suas competências, zelar pela adequação e aderência da política de investimento, das premissas e das hipóteses atuariais dos planos de benefícios, especialmente diante de fatores supervenientes. 6

7 BASE NORMATIVA DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E AVALIAÇÕES ATUARIAIS As hipóteses biométricas, demográficas, econômicas e financeiras devem estar adequadas às características da massa de participantes e assistidos e ao regulamento do plano de benefícios de caráter previdenciário. 7

8 A principal finalidade de uma EFPC é de pagar os benefícios previdenciais contratados e garantir uma qualidade de vida ao participante quando se tornar assistido. Pode ser considerado como risco todos os fatores que influenciem o não cumprimento dessa finalidade. Do ponto de vista atuarial, os riscos estão relacionados, sobretudo, à inadequação das hipóteses atuariais 8

9 Longevidade Taxa de Desconto Rentabilidade Crescimento Salarial Rotatividade Composição Familiar Inflação Plano BD: 9

10 Segundo o Estadão, a primeira pessoa a comemorar 150 anos já nasceu e a primeira a viver até os mil anos pode demorar menos de 20 anos para nascer. O IBGE aponta ainda que no Brasil o número de idosos vai mais do que triplicar até 2050, chegando a quase 50 milhões. RISCO DE LONGEVIDADE: Estejamos acrescentando 2,5 anos por década. Ou seja, a cada hora, ganhamos 15 minutos, diz Ronald D. Lee, Brasil terá a 9ª população de idosos do mundo até 2050, segundo a ONU 10

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12 Fatores que influenciam a longevidade Informação Saneamento Fumo Pesquisas Científicas Obesidade Novas doenças Depressão Exercícios Físicos E até quando viveremos? 12

13 Necessidade de escolha da tábua mais adequada à população TÁBUA BIOMÉTRICA EXPECTATIVA DE VIDA (em anos) ao nascer aos 20 anos aos 30 anos aos 40 anos aos 50 anos aos 60 anos aos 70 anos CSO-58 69,3 51,4 42,3 33,2 24,6 17,1 11,1 CSO-80 71,8 53,4 44,2 35,1 26,4 18,5 12,0 AT-49 74,2 55,2 45,6 36,2 27,2 19,5 12,9 UP-84 75,3 55,7 46,3 36,8 27,9 19,9 13,2 GAM-71 75,4 56,3 46,6 37,0 27,9 19,8 12,9 UP-94 79,2 59,6 50,0 40,4 31,0 22,2 14,8 AT-83 79,7 60,5 50,8 41,3 32,1 23,6 16,0 AT ,1 61,8 52,2 42,6 33,3 24,6 16,8 13

14 Fonte: PREVIC Estatística Trimestral jun/14 14

15 TAXA DE JUROS: A taxa máxima real de juros admitida nas projeções atuariais do plano de benefícios, que será utilizada como taxa de desconto para apuração do valor presente dos fluxos de contribuições e benefícios, é de: Ano da Avaliação Taxa Máxima de Juros(%) , , , , , , em diante 4,50 15

16 Taxa de Juros dos Planos BD Fonte: PREVIC Estatística Trimestral dez/13 16

17 Evolução dos Resultados dos Planos Fonte: PREVIC Estatística Trimestral dez/13 17

18 Evolução dos Ativos dos Planos - bilhões Fonte: Abrapp Consolidado Estatístico dez/13 18

19 Rentabilidade dos Planos Fonte: Abrapp Consolidado Estatístico dez/13 19

20 Rentabilidade dos Planos em 2013 Fonte: Abrapp Consolidado Estatístico dez/13 20

21 Avaliação Atuarial RISCOS ATUARIAIS DOS PLANOS DE BENEFÍCIOS E O QUE DIZ O GUIA PREVIC? É importante que a EFPC esteja atenta a todos os riscos que possam gerar instabilidade nos planos de benefícios e estabeleça procedimentos e sistemas internos que permitam a sua permanente avaliação, prevenção, controle e monitoramento. Risco biométrico Risco de Mercado Risco de Liquidez Risco Operacional Base Cadastral Estudo de aderência Estudo de aderência Fluxo atuarial Sistema de gestão previdenciária Análise de consistência Indicadores de mercado Política de Investimentos Auditoria de benefícios Mapeamento de processos Modelagem Auditoria atuarial Descasamento de outras premissas Estudo de aderência 21

22 Avaliação Atuarial é um estudo técnico desenvolvido pelo atuário para demonstrar a situação econômico-financeira-atuarial do plano de benefícios, estabelecendo de forma suficiente e adequada o montante de recursos necessários para a garantia de pagamentos dos benefícios previstos pelo plano. Trata-se do principal fator de mitigação de riscos atuariais. 22

23 Situação Financeira do Plano Ativo Líquido Reserva Matemática Superávit Plano Superavitário Reserva técnica é igual à reserva matemática mais o superávit Ativo Líquido Ativo Líquido Déficit Reserva Matemática Reserva Matemática Plano Equilibrado Reserva técnica é igual à reserva matemática. Necessidade de medidas corretivas quando a equação não for válida. Plano Deficitário Reserva técnica é igual à reserva matemática menos o déficit 23

24 Em caso de desequilíbrio atuarial, déficit ou superávit, a Res. nº 26/2008 estabelece condições e procedimentos a serem observados. Caso o resultado atuarial seja superavitário, deve-se observar: 1. Será constituída uma reserva de contingência, até o limite de 25% do valor das reservas matemáticas, para garantia dos benefícios contratados. 2. Após esse valor, os recursos excedentes serão empregados na constituição de uma reserva especial para revisão do plano de benefícios. 3. Tal revisão, através de redução de contribuição, aumento de benefício ou reversão de valores aos participantes, assistidos e patrocinadores, só será obrigatória após ocorrer durantes três exercícios consecutivos. 24

25 4. A EFPC deverá adotar, além de outras hipóteses consideradas necessárias na avaliação da própria EFPC e do atuário responsável pelo plano: I. tábua biométrica que gere expectativas de vida completa iguais ou superiores às resultantes da aplicação da Tábua AT-2000 Suavizada em 10% (dez por cento); e II. taxa máxima real de juros correspondente aos tetos estabelecidos no item 4 do Regulamento Anexo à Resolução CGPC nº 18, de 2006, reduzida em um ponto percentual, para cada um dos respectivos exercícios. 25

26 Caso o resultado atuarial seja deficitário, deve-se observar: Deverá ser elaborado e aprovado o plano de equacionamento de déficit, obedecendo alguns prazos contados a partir do encerramento do exercício social que apurou o resultado deficitário: I. até o final do exercício subsequente, se o déficit técnico acumulado for superior a dez por cento das provisões matemáticas; II. até o final do exercício subsequente ao da apuração do terceiro resultado deficitário anual consecutivo, se o déficit técnico acumulado for igual ou inferior a dez por cento das provisões matemáticas; III. haja estudos que concluam que o fluxo financeiro é suficiente para honrar os compromissos do exercício subseqüente. 26

27 ATIVO PASSIVO Caixa ,00 Provisões Matemáticas ,00 Aplicações ,00 Benefícios a Conceder ,00 Benefícios Concedidos ,00 (-)Déficit Técnico ,00 TOTAL ,00 TOTAL ,00 15% das Provisões 27

28 Caberá ao Conselho Deliberativo da entidade fechada aprovar o plano de equacionamento de déficit; O plano de equacionamento de déficit aprovado deverá ser disponibilizado aos participantes, assistidos e patrocinadores e ao órgão fiscalizador; As provisões matemáticas de que tratam os incisos I e II referem-se às parcelas dos planos estruturadas sob a forma de benefício definido, independentemente da modalidade que o plano de benefícios esteja estruturado; 28

29 O resultado deficitário deverá ser equacionado por participantes, assistidos e patrocinadores, observada a proporção contributiva em relação às contribuições normais vigentes no período em que for apurado o resultado, estabelecendo-se os montantes de cobertura atribuíveis aos patrocinadores, de um lado, e aos participantes e assistidos, de outro, sem prejuízo de ação regressiva contra dirigentes ou terceiros que tenham dado causa a dano ou prejuízo ao plano de benefícios administrado pela EFPC. 29

30 O plano de equacionamento poderá contemplar, dentre outras, as seguintes formas, de maneira individual ou combinada: a) Aumento de contribuições; b) Contribuição suplementar; c) Redução do valor dos benefícios a conceder; d) Outras formas estipuladas no regulamento do plano de benefícios. A redução do valor dos benefícios não se aplica aos assistidos, sendo cabível, neste caso, a instituição de contribuição extraordinária para a cobertura do déficit apurado. 30

31 QUAL O RISCO DE NÃO ADOÇÃO MEDIDAS EM BUSCA DE EQUILÍBRIOS ATUARIAIS? Descumprimento da legislação Falta de recursos para pagamento de benefícios futuros (a conceder e concedidos) 31

32 Cícero Dias