CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
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1 Manual Técnico
2 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: MANUAL PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS Mestranda: Valéria Cristina da Costa Silva Orientador: Prof. o Dr o Fábio Alves Aguiar Volta Redonda, 2013
3 MANUAL TÉCNICO DE MANUSEIO E DESCARTES DE RESÍDUOS SÓLIDOS HOSPITALARES. Imagem de resíduos sólidos de saúde Volta Redonda, 2013.
4 MANUAL TÉCNICO DE MANUSEIO E DESCARTES DE RESÍDUOS SÓLIDOS HOSPITALARES. LISTA DE ABREVIATURAS: ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária ART - Anotação de Responsabilidade Técnica CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear COFEN - Conselho Federal de Enfermagem CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear COREN Conselho Regional de Enfermagem CLT - Consolidação das Leis do Trabalho CRT - Certificado de Responsabilidade Técnica EPI - Equipamento de Proteção Individual EPC - Equipamento de Proteção Coletiva IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INMETRO Instituto de Nacional de Metrologia FISPQ - Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos Volta Redonda, 2013.
5 FIOCRUZ - Fundação Instituto Osvaldo Cruz MT- Ministério do Trabalho MS - Ministério da Saúde NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR - Normas Regulamentadoras OGM - Organismos Geneticamente Modificados PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRS - Programa de Prevenção de Resíduos Sólidos PR- Plano de Radioproteção OMS - Organização Mundial de Saúde RS - Resíduos de Saúde RSS- Resíduos Sólidos de Saúde RSU - Resíduos Sólidos Urbanos RDC- Resolução da Diretoria Colegiada SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente Volta Redonda, 2013.
6 INTRODUÇÃO: O profissional que executa atividades relacionadas às dos serviços gerais dentro da área da saúde, e principalmente dentro de um ambiente hospitalar é tão importante quanto qualquer outro profissional no desempenhar de suas funções, portanto, a necessidade de executar e conhecer suas funções se torna imprescindível, principalmente em relação aos RSSS( Resíduos sólidos de serviços de saúde). Resíduos sólidos são aqueles que apresentam risco, devido à presença de agentes biológicos, podendo apresentar infecções, entre eles estão: hemoderivados de sangue, exceções, secreções, líquidos orgânicos, meios de culturas, resíduos alimentares de áreas de isolamento, objetos perfurocortantes, filtros de gases aspirados de áreas contaminadas, resíduos de sanitários de unidade de internação. (BRASIL, 2005). Estando a procura por um instrumento que auxilie as ações desenvolvidas pelos profissionais, e que contribua para a miniminização de eventuais riscos, se faz necessário o desenvolvimento deste manual dedicado a profissional de serviços gerais em ambientes hospitalares, que se denomina Manual Técnico de Manuseio e descarte de resíduos sólidos hospitalares. OBJETIVOS DO MANUAL TÉCNICO: Colaborar na prevenção de acidentes ocasionados por falta de Biossegurança em ambientes hospitalares; Normatizar a classificação, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento interno, transporte interno, armazenamento externo e disposição final dos resíduos sólidos hospitalares; Colaborar na proteção ao meio ambiente para a destinação final, mais adequada, dos resíduos sólidos hospitalares;
7 BIOSSEGURANÇA DEFININDO BIOSSEGURANÇA: Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento, tecnologia e prestação de serviço visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados. (FIOCRUZ). 1. RISCOS DE ACIDENTES: Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. 2. RISCOS ERGONÔMICOS: Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, etc.
8 3. RISCOS FÍSICOS: Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som, materiais cortantes e ponteagudos, etc. 4. RISCOS QUÍMICOS: Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 5. RISCOS BIOLÓGICOS: Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos, parasitos, vírus, entre outros. Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios: Patogenicidade para o homem. Virulência. Modos de transmissão Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes. Disponibilidade de tratamento eficaz. LAVAGEM DAS MÃOS: O objetivo da lavagem das mãos é a remoção da flora transitória, camada de células descamativas, suor, oleosidade da pele e, quando associado a um anti-séptico, promove a diminuição da flora residente.
9 a) ao iniciar o turno de trabalho; b) sempre depois de ir ao banheiro; c) antes e após o uso de luvas; d) antes de beber e comer; e) após a manipulação de material biológico e químico; f) ao final das atividades. Quando lavar as mãos: SEQUENCIA DA LAVAGEM DAS MÃOS:
10 ATENÇÃO: Todos os funcionários que executarem trabalho de manejo com resíduos, não importando a fase, deverão utilizar os EPI s, conforme a Norma Regulamentadora NR-6 do Ministério de Trabalho e NBR ABN. OS EPI S RECOMENDADOS SÃO OS SEGUINTES: AVENTAL IMPERMEÁVEL: Utilizado durante os procedimentos onde houver possibilidade de contato com material biológico e com superfícies contaminadas. Protege a roupa do profissional de limpeza e a região abdominal contra umidade. Deve ser de PVC, impermeável e de médio comprimento, utilizada por cima do uniforme do profissional. (ABNT-NBR 12810/93).
11 ÓCULOS DE SEGURANÇA: Usados para proteger a mucosa ocular contra possíveis respingos de sangue e secreções. Devem ter lentes panorâmicas, incolores, ser de plástico resistente, com armação em plástico flexível, com proteção lateral e válvulas para ventilação (ABNT-NBR). MÁSCARAS: Utilizadas para proteger o indivíduo contra inalação de aerossóis (nas mucosas da boca e nariz). Devem ser respiratórias (tipo semi facial) e impermeáveis (ABNT-NBR 12810/93). BOTAS DE BORRACHA: Utilizadas para proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. Devem ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara, com cano 3 4 e solado antiderrapante. Admite-se o uso de sapatos impermeáveis e resistentes, ou botas de cano curto. Também se utiliza para transporte de materiais e resíduos, e limpeza de locais contaminados. LUVAS: VERDE - usada nas superfícies onde a sujidade é maior (Ex: lixeiras, pisos, banheiro, rodízios de mobiliários, janelas, tubulações na parte alta, etc.).
12 AMARELA usada em mobiliários (Ex: cama do paciente, mesa, cadeiras, paredes, portas e portais, pias, etc). Admite-se, também, o uso de luvas de borrachas que são mais flexíveis (cirúrgica), dependendo da atividade desenvolvida, e o material manuseiado. Os EPI utilizados devem ser lavados e desinfetados diariamente. Quando o EPI for atingido por sangue ou secreções, deve ser substituído imediatamente. 1) Verificar a presença de furos antes de calçar as luvas. 2) Essas luvas podem ser descontaminadas por imersão em solução de hipoclorito a 0,1% por 12 h; 3) Após lavar, enxaguar e secar para a reutilização; 4) São descartadas quando apresentam qualquer evidência de deterioração. 5) Não lavar ou desinfetar luvas de procedimento ou cirúrgicas para reutilização. O processo de lavagem pode ocasionar dilatação dos poros e aumentar a permeabilidade da luva. Agentes desinfetantes podem causar deterioração. 6) As luvas não são usadas fora do ambiente hospitalar, a não ser para o transporte de materiais biológicos, químicos, estéreis ou resíduos. 7) Nunca tocar maçanetas, telefone, puxadores de armários e outros objetos de uso comum quando estiver de luvas e manuseando material biológico potencialmente contaminado, substâncias químicas ou radioativas. RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE:
13 Sabe-se que os Resíduos sólidos de serviço de saúde RSSS são gerados das atividades que envolvem o tratamento da saúde, e o volume vem crescente consideravelmente devido a decorrente evolução econômico-social na qual a sociedade está inserida. A responsabilidade desses resíduos é da administração de cada unidade de saúde e deve atender as normas legais desde o momento de sua geração até o seu destino final. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SOLIDOS DE SAUDE: I - GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção e devem ser identificados pelo símbolos de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. Simbologia dos resíduos que representam o grupo A: Os resíduos constituintes do Grupo A podem ser subdivididos em: A1 1. Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas Resíduos do grupo A1 2. Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica.
14 Resíduos do grupo A1: 3. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação. Resíduos do grupo A1 4. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos. Resíduos do grupo A1 5.Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos. A2 Resíduos do grupo A2 c) A3 1. Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais. Resíduos do grupo A3 Resíduos do grupo A4 2. Kits de linhas arteriais, endovenosas e dializadores, descartados; filtros de ar e gases aspirados de área contaminada, sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração.
15 e) A5 Resíduos do grupo A5 I - GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente. Resíduos do grupo B a) Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; anti-neoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais; reagentes para laboratório; efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); Resíduos do grupo B III - GRUPO C: Resíduos radioativos: Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação. IV - GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
16 a) Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; b) Sobras de alimentos e do preparo de alimentos; c) Resto alimentar de refeitório; d) Resíduos provenientes das áreas administrativas; e) Resíduos de varrição, flores, podas e jardins; f) resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. Os resíduos do grupo D podem ser destinados à reciclagem ou à reutilização. Quando adotada a reciclagem, sua identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA no 275/01, e símbolos de tipo de material reciclável. Para os demais resíduos do grupo D deve ser utilizada a cor cinza ou preta nos recipientes. VIDRO (verde) - PLÁSTICO (vermelho) - PAPEL (azul) METAL (amarelo)- ORGÂNICO (marrom) Simbologia dos resíduos do grupo D V - GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório. Os produtos do grupo E são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo. Simbologia utilizada no grupo E
17 PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RESIDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE (PGRSS) O programa de gerenciamento é um documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas as suas características, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como à proteção à saúde pública. : CUIDADOS NO MANUSEIO: Para minimizar a exposição aos agentes biológicos, os procedimentos padrão que devem ser seguidos são: uso de EPI, lavação das mãos, segregação adequada dos resíduos, acondicionamento seguro (barreira de contenção). A imunização dos profissionais envolvidos na cadeia também é prevista e importante.
18 SEGREGAÇÃO, ACONDICIONAMENTO e IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE: Os resíduos biológicos (grupo A) devem ser separados em coletores de cor branca com o símbolo de substância infectante; devem ser obrigatoriamente segregadas e acondicionadas de forma isolada, podendo ser acondicionados em recipientes de plástico ou vidro; os rejeitos do grupo C devem ser segregados no momento de sua geração, conforme classificação constante no Plano de Radioproteção do estabelecimento; os papéis (grupo D reciclável) devem ser separados em coletor de cor azul identificado com a inscrição papel ; os plásticos (grupo D reciclável) devem ser separados em coletor de cor vermelha identificado com a inscrição plástico ; e os demais resíduos (grupo D não recicláveis), como papel-toalha, restos de alimentos, etc., devem ser separados em coletor de cor cinza identificado com a inscrição diversos. Os resíduos perfurocortantes (grupo E), como agulhas e objetos contendo cantos ou bordas rígidas capazes de cortar ou perfurar, devem ser separados na caixa de cor amarela com o símbolo de substância infectante. Todo resíduo infectante, no momento de sua geração, tem que ser disposto em recipiente próximo ao local de sua geração; Os resíduos infectantes devem ser acondicionados em sacos plásticos brancos leitosos, em conformidade com as normas técnicas da ABNT, devidamente fechados; Os resíduos perfurocortantes (agulhas, vidros etc.) devem ser acondicionados em recipientes especiais para este fim; Os resíduos procedentes de análises clínicas, hemoterapia e pesquisa microbiológica têm que ser submetidos à esterilização no próprio local de geração; Os resíduos infectantes compostos por membros, órgãos e tecidos de origem humana têm que ser dispostos, em separado, em sacos plásticos brancos leitosos, devidamente fechados. ATENÇÃO: O acondicionamento dos RSSS serve como barreira física, reduzindo os riscos de contaminação, facilitando a coleta, o armazenamento e
19 o transporte. O acondicionamento deve observar regras e recomendações específicas e ser supervisionado de forma rigorosa obedecendo cada tipo de resíduo gerado pela unidade de saúde. Os resíduos sólidos de serviços de saúde devem ser acondicionados diretamente nos sacos plásticos regulamentados pelas normas NBR e da ABNT, sustentados por suportes metálicos. Para que não haja contato direto dos funcionários com os resíduos, os suportes são operados por pedais. Os sacos plásticos devem obedecer à seguinte especificação de cores, conforme demonstrado nas figuras abaixo: Cores dos sacos plásticos para acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde conforme a NBR e da ABNT Saco Branco- Lixo infectante (material de hospital) - Seringa, luva, resto de curativo, sonda, gaze, algodão, máscara com sangue, gesso, culturas, vacinas vencidas, bolsas de sangue, membros pequenos (pé, dedo), resto de urina, fezes. Saco Vermelho- Lixo químico Pilhas, medicação, frasco da pomada, baterias, cartuchos, lâmpadas florescentes, equipo com sangue.
20 Saco Azul- Lixo reciclável Papel, papelão, embalagens, equipo sem sangue. Saco Preto Lixo comum - Guardanapo, fraldas, papel higiênico, carbono, restos alimentares, flores, papel de fax, etiquetas, máscaras sem sangue gorro. Saco Amarelo -(caixa) Pérfuro cortante Tudo que corta ou fura, como agulhas, lãminas, ampolas de vidros, espátulas. Saco verde Utilizado como depósito de roupas utilizadas no ambiente hospitalar. Posteriormente, os sacos plásticos devem ser colocados em contêineres que permitam o fácil deslocamento dos resíduos para abrigos temporários. Esses contêineres devem ser brancos para o transporte do lixo infectante e de qualquer outra cor para o transporte do lixo comum.
21 COR TIPO DE RESÍDUO Transparente Lixo comum, reciclável. Coloridos opacos Lixo comum, não reciclável. Branco leitoso Lixo infectante ou especial (exceto o radioativo) COLETA, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO INTERNO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE: A coleta deve ser feita separadamente, de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos (BRASIL, 2006). A coleta interna de RSSS deve ser planejada com base no tipo de RSSS, volume gerado, roteiros (itinerários), dimensionamento dos abrigos, regularidade, freqüência de horários de coleta externa. Nota: O transporte interno dos RSSS deve ser executadas em rotas específicas e planejadas, utilizando o itinerário de Saco Azul- Lixo reciclável Papel, papelão, embalagens, equipo sem sangue, e mantendo menor percurso entre as fontes.oras. Deve-se evitar o rompimento dos sacos plásticos, além de esforço excessivo e de acidentes. Os resíduos devem ser transportados devidamente
22 acondicionados em seus recipientes, em carrinhos de coleta exclusivos para esse fim (BRASIL, 2002). Ainda de acordo com Brasil (2002) o armazenamento consiste na estocagem dos resíduos de forma segura em locais apropriados do estabelecimento. O armazenamento dos resíduos pode ser dividido em armazenamento temporário e armazenamento externo. O objetivo do armazenamento temporário é manter os resíduos em condições seguras até o momento mais adequado para a realização da coleta interna II. É recomendado que cada unidade geradora de um estabelecimento de saúde tenha ao menos um local interno apropriado para armazenamento temporário dos resíduos. A partir dessas salas, os resíduos devem ser recolhidos, em horários estabelecidos, e levados para o local de armazenamento externo, onde aguardarão a coleta externa (BRASIL, 2006). O armazenamento externo consiste na guarda dos RSSS em locais específicos no próprio estabelecimento até a coleta externa. No local de armazenamento externo, os resíduos devem estar separados de acordo com o grupo a que pertencem, para evitar mistura e focos de contaminação. Nota: É importante ressaltar a necessidade e a importância de se fazer uso dos Equipamentos de Proteção Individual EPI s durante todo e qualquer procedimento que se esteja realizando durante as atividades laborais de cada funcionário, tendo em vista, que tais equipamentos previnem contra contaminação e acidente com um provável contato direto com os RSSS. ATENÇÃO: Utilizar apenas os EPi s para a finalidade a que se destina, cumprindonas orientações recebidas. Responsabilizar-se por sua guarda e conservação. Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para o uso. TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE:
23 Entende-se por tratamento dos resíduos sólidos, de forma genérica, quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que alterem as características dos resíduos, visando à minimização do risco à saúde, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador (BRASIL, 2006). O tratamento pode ser feito no estabelecimento gerador ou em outro local, observadas, nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de RSSS devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. Há várias formas de se proceder ao tratamento dos resíduos de serviço de saúde, tais como: desinfecção química ou térmica (autoclavagem, microondas, incineração), detalhados a seguir. Estes têm por finalidade a desinfecção dos RSSS, fato que irá minimizar os impactos negativos tanto a saúde pública quanto ao meio ambiente: a) Vapor autoclave: A esterilização em autoclave é o método preferido para todos os processos de desinfecção. Trata-se de um aparelho que funciona à base de vapor a alta pressão e alta temperatura. b) Tratamento químico: A desinfecção química possui pontos positivos, como a facilidade para tratamento de materiais líquidos, tais como sangue, hemoderivados, dentre outros e por não exigir grandes investimentos. Os pontos negativos relacionam-se à contra-indicação para animais infectados e resíduos anátomopatológicos, por não eliminar o resíduo, além de o próprio agente químico se tornar um poluidor, na presença de material orgânico ou em diluições inadequadas. c) Microondas: É uma tecnologia relativamente recente de tratamento de resíduo de serviços de saúde e consiste na descontaminação dos resíduos com emissão de ondas de alta ou de baixa freqüência, a uma temperatura elevada (entre 95 e 105ºC). Os resíduos devem ser submetidos previamente a processo de trituração e umidificação.
24 d) Incineração: A incineração possui pontos positivos e negativos. Como ponto positivo, a incineração é um método eficaz no sentido de aplicar-se a qualquer tipo de resíduo infectante, como também, a alguns tipos de resíduos químicos. Reduz o volume e o peso e elimina características repugnantes dos resíduos patológicos e de animais. Os pontos negativos se encontram na dificuldade de controle de efluentes gasosos e na necessidade de transporte para fora da instituição. Também se menciona o agravamento da poluição do ar com a queima de PVC e outros plásticos comuns nos resíduos dos serviços de saúde. Segundo a ABNT , o ideal seria haver unidades centralizadas para a incineração, já que os equipamentos necessários para tal atividade produzem poluição atmosférica e sonora. Deveria situar-se em locais afastados de centros urbanos, onde se localizam as unidades de serviço de saúde. Para a ABNT, estas unidades centralizadas possuem dois fatores econômicos relevantes. Apresentam menor custo total se comparado com a soma dos custos das unidades descentralizadas para a mesma capacidade e sensível redução nos custos de fiscalização e monitoramento. Segundo a ANBT a implantação deve ser gradual, mas considerada como prioritária pelas administrações de unidades de serviço de saúde, tanto públicas quanto privadas. e) Ionização: Neste processo, os resíduos são submetidos à ação de raios gama, utilizando-se uma fonte radioativa que destrói os microorganismos. A ionização é mais utilizada na esterilização de produtos farmacêuticos e alimentos, sendo ainda pouco utilizada como tratamento de RSSS. Não há registro no Brasil, até hoje, de sua utilização para este fim. Devido ao rigor técnico necessário e aos requisitos de estrutura e tecnologia para sua utilização, a ionização não tem sido empregada para o tratamento dos RSSS. A destinação final consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em locais previamente preparados para recebê-los. Pela legislação brasileira a disposição deve obedecer a critérios técnicos de construção e operação, para as quais é exigido licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97. O projeto deve seguir as normas da ABNT (BRASIL, 2006). De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2000), do IBGE, no que se refere à destinação final, cerca de 56% dos municípios dispõem seus RSSS no solo, sendo que 30% deste total correspondem aos lixões.
25 IMPORTANTE: As formas de disposição final dos RSSS atualmente utilizadas são: a) Aterro sanitário - O aterro sanitário é uma técnica de disposição final dos resíduos sólidos no solo, que permite o controle da poluição e a proteção da saúde pública. O lixo é disposto em células compactadas com um trator e recobertas diariamente com terra, o fundo é impermeabilizado, são implantados sistemas de coleta e tratamento do chorume, drenagem das águas superficiais, coleta e queima do biogás. b) Aterro de resíduos perigosos - classe I - aterro industrial - Técnica de disposição final de resíduos químicos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública, minimizando os impactos ambientais e utilizando procedimentos específicos de engenharia para o confinamento destes. c) Lixão ou vazadouro - Este é considerado um método inadequado de disposição de resíduos sólidos e se caracteriza pela simples descarga de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde. É altamente prejudicial à saúde e ao meio ambiente, devido a aparecimento de vetores indesejáveis, mau cheiro, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, presença de catadores, risco de explosões, devido à geração degases (CH4) oriundos da degradação do lixo.
26 d) Aterro controlado - Trata-se de um lixão melhorado. Neste sistema os resíduos são descarregados no solo, com recobrimento de camada de material inerte, diariamente. Esta forma não evita os problemas de poluição, pois é carente de sistemas de drenagem, tratamento de líquidos, gases, impermeabilização etc. e) Valas sépticas - Esta técnica, com a impermeabilização do solo de acordo com a norma da ABNT, é chamada de Célula Especial de RSSS e é empregada em pequenos municípios. Consiste no preenchimento de valas escavadas impermeabilizadas, com largura e profundidade proporcionais à quantidade de lixo a ser aterrada. ATENÇÃO: As unidades de serviço de saúde, deve se preocupar com os resíduos que produz, a fim de evitar que os mesmos causem danos à saúde das pessoas e ao meio ambiente. Isto pode ser conseguido, se logo forem imediatamente enterrados, evitando o contato com animais e catadores. REFERENCIAS: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500/94 Especifica símbolos de risco e manuseio para transporte e armazenamento de material - Simbologia. NBR 12810/93 - Coleta de resíduos de serviços de saúde - Procedimento.
27 Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde. Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília FIO CRUZ, Descartes de resíduos sólidos. Link: Manual: Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Limpeza e desinfecção de Superfícies, Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA, 1ª edição, Brasília, Manual higienização de estabelecimentos de saúde e gestão de seus resíduos: Carla Assad, Gloria Costa, Sergio Rodrigues Bahia. - Rio de Janeiro: IBAM/COMLURB, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 7500: Símbolos de Riscos Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais: Simbologia. Rio de Janeiro, NBR 7500/94 Especifica símbolos de risco e manuseio para transporte e armazenamento de material - Simbologia NBR 9190/85 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Classificação NBR 9191/93 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Especificação NBR 10004/87 - Resíduos sólidos - Classificação NBR 12807/93 - Resíduos de serviços de saúde - Terminologia NBR 12808/93 - Resíduos de serviços de saúde - Classificação NBR 12809/93 - Manuseio de resíduos de serviços de saúde - Procedimento NBR 12810/93 - Coleta de resíduos de serviços de saúde - Procedimento BRASIL. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
28 BRASIL. Resolução CONAMA nº 05/1993. Define as normas mínimas para tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, n. 166, 31 ago., Seção 1. Brasilia, 1993.
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