Observatório das Micro e Pequenas Empresas Maranhenses - Emprego

Transcrição

1 Monitoramento do Emprego Formal nas MPE Maranhenses Agosto de 215 Emprego Formal 1 Guinada negativa do mercado de trabalho formal se aprofundou em junho Em junho de 215, o saldo entre admissões e demissões no país foi mais uma vez negativo (-111,2 mil), e superou a marca negativa de 1 mil demissões líquidas, tal qual no mês anterior, quando já havia sido registrado o fechamento de 115,6 mil vagas. Na comparação com o mesmo mês de 214, quando foram abertas no país 25,3 mil novas vagas, houve forte reversão. Nos últimos doze meses (encerrados em junho de 215), o mercado de trabalho formal brasileiro fechou 61,9 mil vagas, sendo 345,4 mil somente nos primeiros seis meses deste ano. Os números do emprego em junho confirmaram o aprofundamento da recessão no 2º trimestre. No mês de junho de 215, novamente todos os setores de atividade econômica registraram saldo negativo, com exceção da Agropecuária. Somente na Indústria de Transformação, foram 64,2 mil postos de trabalho encerrados. As maiores desmobilizações ocorreram nos segmentos ligados à cadeia automobilística Metalúrgica (-9, mil), do Material de Transporte (-8,8 mil) e Mecânico (-8,8 mil) e no segmento Têxtil (-8,3 mil). Com o resultado negativo em junho, a Indústria nacional completou o quarto mês seguido com mais demissões que admissões, totalizando o fechamento de 193,7 mil vagas nesse período. A Construção Civil, por sua vez, completou o nono mês consecutivo com fechamento líquido de vagas. Com a perda de mais 24,1 mil postos de trabalho em junho, já são 134,5 mil vagas fechadas no setor em 215 e 356,2 mil desde outubro do ano passado. O movimento de desestruturação do emprego na Indústria e na Construção continua acelerado. No Comércio, o fechamento de 25,6 mil vagas em junho representou o pior resultado do 2º trimestre, um claro sinal de aprofundamento das dificuldades. Dados do IBGE apontaram para uma queda de 13,6%, quando comparado junho/215 contra junho/214, na venda de móveis e eletrodomésticos. Já a ANFAVEA anunciou uma retração de 2,7% na venda de automóveis quando comparado o 1º semestre de 215 com o 1º semestre de 214. Com juros mais altos a desestimular a tomada de crédito e diante da inflação que se aproxima dos dois dígitos, o desempenho do Comércio tende a ser muito ruim, pressionando os indicadores de emprego para baixo. Movimentação líquida de empregos formais, segundo o setor de atividade Brasil e Maranhão (à direita). Setores de Atividade 214* 215* Setores de atividade 214* 215* Total Extrativa mineral Ind. de Transformação SIUP¹ Construçao civil Comércio Serviços Administração pública Agropecuária Total Extrativa mineral Ind.de Transformação SIUP¹ Construçao civil Comércio Serviços Administração pública Agropecuária ¹Serviços Industriais de Utilidade Pública *Janeiro a Junho No Maranhão, o saldo entre admissões e demissões foi positivo (2, mil) em junho, interrompendo oito meses 1 Nota Metodológica: Edição de agosto, com dados referentes ao mês de junho. 1

2 consecutivos de saldos negativos no mercado de trabalho formal maranhense. Em junho, a Construção Civil deu sinais de retomada, ainda que tímida. O saldo entre admissões e demissões no setor foi positivo (2,1 mil), como já havia sido em maio. Deve ter contribuído para isso, além do fim do período chuvoso, o início/continuação de obras de infraestrutura sob a responsabilidade do Governo do Estado. Também a Indústria de Transformação maranhense gerou empregos em junho (+131). De um lado, as atividades industriais de maior produtividade e que oferecem empregos de melhor qualidade tem desmobilizado mão-de-obra; de outro lado, as atividades ligadas à fabricação de álcool têm demandado trabalhadores, como costuma ser no primeiro semestre, o que manteve o saldo no setor positivo. No acumulado do primeiro semestre de 215, ainda tem pesado o resultado ruim da Construção e do Comércio nos primeiros três meses do ano, e do setor de Serviços em maio. Taxa de desemprego (%) nas seis principais regiões metropolitanas brasileiras: jun/6 a jun/15. 12, 1, 8, 6, 4, 2, 6,9% Diante da deterioração acelerada do emprego formal, a taxa de desocupação voltou a subir em junho, para 6,9%, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) apontaram. Em junho de 214, a desocupação ficou em 4,8%. Nesse período, a população desocupada aumentou em 522 mil pessoas. Foi a maior taxa para o mês desde 21. Fonte: PME/IBGE. Taxa de desemprego MPE Brasil: micro e pequenas empresas da Indústria voltaram a registrar muitas demissões Em junho de 215, as micro e pequenas empresas brasileiras fecharam 17,5 mil vagas formais, praticando repetindo o resultado negativo observado no mês anterior, quando fecharam 18, mil. o setor de atividade: Brasil Junho. Em junho de 215, somente as micro e pequenas empresas do setor de Serviços registraram saldo positivo (+11,4 mil), mas com recuo de 54,3% frente ao mesmo mês do ano passado. Nos demais setores, os pequenos registraram mais demissões que admissões. Na Indústria foi registrado o pior resultado, com o corte de 19,3 mil vagas formais jun/14 jun/

3 No acumulado de janeiro a junho de 215, o saldo entre admissões e demissões nas micro e pequenas empresas brasileiras continuou positivo (42,8 mil), graças ao bom desempenho no setor de Serviços (+182,3 mil), sobretudo no 1º trimestre do ano. No Comércio, mais de 9 mil vagas formais foram fechadas pelas micro e pequenas empresas em 215, refletindo as dificuldades relacionadas à inflação alta e o crédito mais caro. o setor de atividade: Brasil Acumulado (Jan-Jun) Pelo terceiro mês consecutivo, as micro e pequenas empresas registraram saldo entre admissões e demissões negativo. O aprofundamento da recessão no segundo trimestre ampliou a deterioração do mercado de trabalho formal, com maior perda líquida de empregos na Indústria, na Construção e Comércio e menor dinamismo no setor de Serviços. Antes restritas às grandes empresas, as dificuldades também começaram a atingir os pequenos negócios. A perspectiva para este terceiro trimestre continua ruim, cenário que exige do pequeno empresário a capacidade para reinventar seu negócio e obter ganhos durante a crise. MPE Maranhão: desempenho do setor de Serviços continua positivo No acumulado de janeiro a junho de 215, as micro e pequenas empresas maranhenses abriram um total de 892 postos formais de trabalho. Neste aspecto, o mês de junho foi muito bom, com retomada das contratações pelas micro e pequenas empresas da Indústria de Transformação e da Construção Civil. o setor de atividade: Maranhão Junho jun/ jun/15-41 Em junho de 215, o saldo entre admissões e demissões nas micro e pequenas empresas maranhenses foi positivo (542) e surpreendentemente melhor que o registrado no mesmo mês do ano anterior. No Maranhão, o fraco desempenho dos pequenos negócios do Comércio e dos Serviços foi contrabalanceado pelo bom desempenho dos pequenos negócios da Indústria de Transformação e da Construção. 3

4 o setor de atividade: Maranhão Acumulado (Jan-Jun) No acumulado do ano até junho, apesar do bom resultado neste último mês, o saldo entre admissões e demissões na Indústria de Transformação e na Construção continuou negativo, mas com viés de reversão. O desempenho do setor de Serviços, no primeiro semestre de 215, continua melhor que o observado no mesmo período de 214. No Comércio, dado o ambiente econômico, a desmobilização não chega a ser significativa. O desempenho deste último setor em maio e junho foi razoável, e corresponde ao início/retomada de obras do Governo do Estado. Ainda é cedo, porém, para falar na recuperação das perdas observadas entre outubro/214 e abril/215. Esta só deve acontecer a partir do lançamento da terceira edição do Minha Casa Minha Vida, cuja promessa do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, é de contratação de 16 mil residências até 218. Unidades Regionais SEBRAE: MPE demitem na UR São Luís; pequenos negócios UR Santa Inês registraram ótimo desempenho em junho. Foram destaque positivo no mês de junho as UR Santa Inês (+153), UR São Luís (+117) e UR Imperatriz (+15). Na UR São Luís, o desempenho das micro e pequenas empresas da Construção Civil foi positivo, com geração líquida de empregos; no Comércio e Serviços, ocorreu o oposto, com desmobilização de trabalhadores. Na UR Santa Inês, pelo segundo mês seguido houve mobilização de mão-de-obra pela Construção Civil no município de Vitória do Mearim. Na UR Imperatriz, vagas foram abertas pelo setor de Serviços em Davinópolis. No acumulado de janeiro a junho deste ano, em sete das doze Unidades Regionais SEBRAE-MA as micro e pequenas empresas apresentaram saldo entre admissões e demissões positivo: São Luís, Santa Inês, Caxias, Presidente Dutra, Bacabal, Grajaú e Chapadinha. De maneira geral, registrou-se bom desempenho da Construção Civil na UR Caxias e na UR Santa Inês, da Indústria de Transformação na UR Imperatriz e UR Presidente Dutra e do setor de Serviços na UR São Luís. 4

5 Movimentação líquida de empregos formais nas micro e pequenas empresas, por unidade regional SEBRAE- MA: Acumulado (Jan-Jun) e Mensal (à direita). UR São Luís UR Santa Inês UR Presid. Dutra UR Pinheiro UR Lençóis-Munim UR Imperatriz UR Grajaú UR Chapadinha UR Caxias UR Balsas UR Bacabal UR Açailândia jun/15 UR São Luís UR Santa Inês UR Presid. Dutra UR Pinheiro UR Lençóis-Munim UR Imperatriz UR Grajaú UR Chapadinha UR Caxias UR Balsas UR Bacabal UR Açailândia jun/ MONITORAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO MARANHÃO Publicação mensal do SEBRAE MA Diretoria Executiva: João Batista Martins (Diretor Superintendente); José de Ribamar da Silva Morais (Diretor Técnico) Unidade de Gestão Estratégica: Antônio Paixão Garcês (Gerente); Teresinha Drummond Gonçalves Moreira (Coordenadora de Pesquisa); Wallison Ferreira Viana (Analista) Cenário Econômico Consultoria Ltda. Felipe de Holanda (Coordenador); Daniele Amorim, Dionatan Silva Carvalho e Talita Sousa Nascimento (Pesquisadores); Rafael Thalysson; Vicente Anchieta Jr (Auxiliares de Pesquisa). Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. 5