Aspectos gerais da ciência iluminista
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- Olívia Lancastre Santiago
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1 Iluminismo
2 2 Aspectos gerais da ciência iluminista As elites intelectuais apoiadas na razão e no experimentalismo pretendiam, com o progresso da ciência e da técnica, contribuir para dignificar as condições de vida e aumentar o domínio sobre a própria natureza. No domínio cientifico houve o desenvolvimento da matemática (cálculo infinitesimal), da física, da astronomia, das ciências naturais, da química e das ciências médicas
3 3 Caso: Ciências Naturais Carlos Lineu ( ) principal protagonista da botânica do séc. XVIII Escreveu Systema naturae (1735) e Philosophia botanica (1751) o sistema taxonómico que desenvolveu proporcionou avanços na medicina e na farmácia a sua obra possibilitou uma organização mais rigorosa da matéria médica e consequente avanço na pesquisa de propriedades medicinais
4 4 A revolução Química Questões que se levantaram em torno do nascimento da química científica nos finais do séc. XVIII são os seguintes: 1. Conceito de elemento químico 2. Problema de combustão 3. Nomenclatura química 4. Conservação da matéria 5. Leis ponderais
5 Conceito de elemento químico ( ) Henry Cavendish: estabeleceu a proporção de oxigénio ( ar livre ) e de hidrogénio ( ar inflamável ) na água. Contudo defendia que a água era um elemento, mantendo-se fiel à ideia dos quatro elementos terra, água, ar e fogo. ( ) Joseph Priestley: isolou ar ácido marinho (ácido clorídrico), o ar alcalino (amoníaco) descobriu o ar desflogisticado (azoto); ( ) Carl Wilhelm Scheele: descobriu o magnésio, o cloro, o fósforo e uma série de ácidos orgânicos. Isolou a lactose, a glicerina e a caseína. 5 ( ) Antoine-Laurent Lavoisier: decompôs a água, combinando o oxigénio libertado com o fero para formar um óxido, tendo recolhido o hidrogénio. Realizou a síntese da água. Provou que a água não era um elemento, pelo que abalou o poder dos 4 elementos da natureza.
6 6 Problema de combustão 1776 Lavoisier ao trabalhar na calcinação de metais (combustão do mercúrio) verificou havia uma combinação de ar (oxigénio) com o metal, originando-se um aumento de peso desse mesmo metal (óxido) Para Lavoisier o rigor quantitativo permitia explicar fenómenos químicos até então inexplicáveis. Teoria defendida e explicada no livro Traité élémentaire de chimie, 1789.
7 Nomenclatura química Lavoisier + Guyton de Morveau ( ) + Antoine- François Fourcroy ( ) + Claude-Louis Bertholet ( ) lançaram as bases de nova nomenclatura no livro Méthode de nomenclature chimique (1787); onde as designações das substâncias está directamente relacionada com a sua composição. Exs: Ácido vitriólico = ácido sulfúrico 7 Flores de zinco = óxido de zinco sublimado
8 8 Conservação da matéria Lavoisier introduziu a balança no laboratório Lei da conservação da matéria: em qualquer reacção química a quantidade de matéria éigual antes e depois da reacção.
9 9 Lei ponderal Deve-se Jean-Louis Proust ( ) que estabeleceu em 1805 a Lei das proporções definidas. Segundo esta lei, sempre que uma reacção química é efectuada em condições semelhantes, os diferentes constituintes reagem sempre do mesmo modo.
10 0 A farmácia nos finais do séc. XVIII É um período em que coexistem partidários do galenismo e das modernas correntes químicofarmacêuticas e onde a própria literatura farmacêuticas, nomeadamente as farmacopeias, fazem amálgamas de um conhecimento antigo com novas orientações do saber científico.
11 Aspectos a ter em conta na farmácia nos finais do séc. XVIII A designada herança galénica permaneceu até finais do séc. XVIII A revolução científica de Lavoisier e Botânica lineana Medicina preventiva: vacina anti-variola e o sistema homeopático (Hahnemann) Textos utilizados Pharmacopea Hispana (com nomenclatura Lavoisiana) Antoine Baumé ( ): técnica farmacêutica e utensílios necessários às operações farmacêuticas Antoine Parmentier ( ): Bromatologia; estudos na batata, milho, castanha leite, etc Johannes Bartholomaeus Trommsdorff ( ); autor de várias obras de cariz farmacêtico Karl Hagen ( ): autor de obras onde se descreve medicamentos simples e medicamentos compostos, tecnologia medicamentosa 1 Louis-Nicolas Vauquelin ( ): descobriu a ureia juntamente com Fourcroy Pierre Joseph Macquer ( ): trabalhou sobre o arsénio e a azul da Prússia
12 A revolução científica de Lavoisier e Botânica lineana A nomenclatura química veio aumentar o rigor da farmácia, simplificar o formulário e objectivar melhor a terapêutica; a 1ª a implementar a nomenclatura foi a Pharmacopea Hispana (1794); A química introduziu um rigor laboratorial Séc. XIX alguns princípios activos foram isolados a partir de drogas vegetais. 2 Botânica lineana: permitiu uma organização mais rigorosa da matéria médica e consequente avanço na pesquisa de propriedades medicinais
13 3 Antoine Baumé ( ) Farmacêutico estabelecido em Paris Autor de Elements de Pharmacie Théorique et Pratique Obra que refere com pormenor aspectos relacionados com a técnica farmacêutica e com utensílios necessários às operações farmacêuticas
14 4 A farmácia em Portugal nos finais do séc. XVIII Três aspectos têm importância 1. O ensino farmacêutico e a investigação científica 2. Literatura farmacêutica, nomeadamente farmacopeias 3. Exercício da prática profissional
15 O ensino farmacêutico e a investigação científica Reforma Pombalina 1772 o ensino na Universidade de Coimbra foi reformado por iniciativa do Marquês de Pombal: Abriu a faculdade de Matemática e de Filosofia e para fomentar o ensino das ciências experimentais foram fundados locais destinados à investigação e ao ensino como o Hospital Escolar, Teatro Anatómico, Dispensatório Farmacêutico, Laboratório Químico, Gabinete de Física, Gabinete de História Natural, O jardim Botânico e Observatório Astronómico. 5 Dispensatório Farmacêutico era a botica do hospital. Destinava-se ao ensino farmacêutico e à produção de medicamentos
16 6 Funcionamento do Dispensatório Farmacêutico O curso de boticários constava de 4 anos: nos 2 primeiros anos os alunos frequentavam o Laboratório Químico aprendendo as operações químicas; seguia-se 2 anos de prática no Dispensatório Farmacêutico. O ensino era fundamentalmente prático. Dispensatório estava na dependência directa da Faculdade de Medicina, era seu director, o responsável pela cadeira da Matéria Médica e Farmácia. José Francisco Leal ( ), Francisco Tavares ( ) foram dois desses directores.
17 Directores do Dispensatório José Francisco Leal ( ) autor de Instituições ou elementos de Farmácia Francisco Tavares ( ) autor de De pharmacologia libellus (1786) Medicamentorum sylloge (1787) 7 Advertências sobre os abusos, e legitimo uso das aguas minerais das Caldas da Rainha (1791) Observações e reflexões sobre o uso proveitoso e saudável da quina na gôta (1802) Etc.
18 8 Literatura farmacêutica, nomeadamente farmacopeias Todo o Séc XVIII foram publicadas em Portugal diversas farmacopeias, que deveriam ser afastadas após a publicação da farmacopeia oficial Foi publicada a primeira farmacopeia Oficial: a Pharmacopeia Geral A Farmacopeia deveria atingir os seguintes objectivos, segundo os estatutos pombalinos de Conferir a formação farmacêutica conveniente aos futuros boticários 2. Orientar no exercício da prática profissional todo o boticário que preparasse os medicamentos devidos. Obrigatoriedade de existência de um exemplar nas diversas boticas do país 3. Ficou proibida a preparação de medicamentos por outra farmacopeia que não aquela aprovada oficialmente.
19 Farmacopeias portuguesas que se publicaram em Portugal na segunda metade do século XVIII 1704 Pharmacopea Lusitana de D. Caetano de santo António (outras edições em 1711, 1725 e 1754) 1713 Pharmacopea Bateana de Jorge Bateo 1716 Pharmacopea Ulyssiponenese de João Vigier 1735 Pharmacopea Tubalense (outras edições em 1751 e 1760) 1766 Pharmacopea Portuense de António Rodrigues Portugal Pharmacopea Meadiana de Ricardo Mead 1772 Pharmacopea Dogmática de João de Jesus Maria Farmacopéa Lisbonense (outra edição 1802) de João de Jesus Maria que em 1791 traduziu e adaptou a Pharmacopoeia Colegii Regalis Medicorum Londinensis.
20 Exercício da prática profissional Os boticários podiam-se formar na Universidade de Coimbra (um curso muito prático) ou podiam obter o titulo após exame tutelado pelo físico-mor Foi fundado na Casa Pia de Lisboa um curso para boticários Criou-se a Junta do Proto-Medicato extinguido os lugares de físico-mor e de cirurgião-mor. 0 Era responsável pela saúde pública; fiscalizava se médico, boticários e cirurgiões tinham títulos, visitava as boticas, etc.
21 1 Fim
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