CATETERISMO SONDA NASOGÁSTRICA. Introdução
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- Luiz Eduardo Cruz Affonso
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1 CATETERISMO SONDA NASOGÁSTRICA Introdução A sonda é um instrumento para ser introduzido em um canal ou cavidade para fins propedêuticos (determinar a presença de estenose, corpo estranho ou uma outra situação mórbida). Pode ser fina e flexível, para explorar ou dilatar um canal natural; ou rígida, geralmente com uma extremidade pontiaguda, para separar tecidos de dissecação. A sondagem é um método muito utilizado e eficiente em pacientes em situações delicadas, quase sempre dentro do hospital. Ela pode ser utilizada no pré-operatório, por exemplo, para fazer esvaziamento vesical, no pós-operatório para exercer funções que o corpo ainda não está adaptado (por exemplo: uso de sonda nasogástrica para alimentação após uma cirurgia esofagiana) e no caso de perda de funções vitais (exemplo: um paraplégico que não tem reflexos vesicais que tem necessidade de estar sempre com uma sonda vesical). CATETERISMO GÁSTRICO Conceito É a introdução de uma sonda plástica ou de borracha, flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca (SOG) ou nariz (SNG) até o estômago. A passagem de sonda nasogástrica é a inserção de uma sonda plástica ou de borracha (nelaton, látex, silicone e polivinil) flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz, para: Descomprimir o estômago e remover gás e líquidos; Diagnosticar a motilidade intestinal; Administrar medicamentos e alimentos; Tratar uma obstrução ou um local com sangramento; Obter conteúdo gástrico para análise; Estabelecer uma via para alimentar o paciente; Examinar o conteúdo gástrico; Preparar para cirurgias e exames; Para aspirar ou esvaziar o conteúdo gástrico; Nas cirurgias e afecções da boca; Estabelecer um meio de drenar o conteúdo gástrico. Condições ou necessidades que requerem utilização de sonda: Preparação pré-operatória com dieta elementar; Problemas gastrintestinais com dieta elementar; Terapia para o câncer; Cuidado na convalescença; Coma; Condições hipermetabólicas; Cirurgia maxilofacial ou cervical. Tipos de Sonda Nasogástrica
2 A sonda nasogástrica é introduzida através do nariz ou boca até o estômago. As mais comumente usadas são: sonda de Levine, gástrica simples, Nutriflex, a Moss e a Sengstaken-Blakemore (S-B). Lavagem gástrica É a introdução através da SNG, de líquido na cavidade gástrica, seguida de sua remoção. Tem como objetivo remover do estômago substâncias tóxicas ou irritantes, preparar para cirurgias do aparelho digestivo. Deve-se evitar a lavagem gástrica em casos de envenenamento por substâncias causticas, para não provocar perfuração do esôfago ou estômago, pela sonda. SONDA NASOENTERAL A sonda nasoenteral tem comprimento variável de 50 a 150 cm, e diâmetro médio interno de 1,6mm e externo de 4 mm,com marcas numéricas ao longo de sua extensão, facilitando posicionamentos, maleáveis, com fio-guia metálico e flexível, radiopaca. A sonda nasoenteral é passada da narina até o intestino. Difere da sonda nasogástrica, por ter o calibre mais fino, causando assim, menos trauma ao esôfago, e por alojar-se diretamente no intestino, necessitando de controle por Raios-X para verificação do local da sonda. Tem como função apenas a alimentação do paciente, sendo de escolha no caso de pacientes que receberam alimentação via sonda por tempo indeterminado e prolongado. Por isso, esta sonda só permanece aberta durante o tempo de infusão da alimentação. A técnica de sondagem se assemelha com a técnica de sondagem nasogástrica.
3 ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE Administração de alimentos ao paciente acamado Dependendo do grau de dependência, o paciente necessitará de auxílio e/ou estímulo para se alimentar, uma vez que a nutrição do paciente está diretamente relacionada a sua recuperação. Administração de alimentos por Sonda Nasogástrica e Enteral Gavagem Gavagem é a introdução de alimentos através de uma sonda nasogástrica ou enteral. Tem por objetivo repor líquidos, hidratar ou alimentar o paciente impossibilitado de deglutir em pós-operatório de cirurgia de região oral, vias aéreas superiores e pacientes inconscientes e em uso de sonda contínua. Orientações: Testar posicionamento da sonda antes de cada administração de dieta; Manter a sonda sempre fechada; O alimento deve ser introduzido lentamente, gota a gota, evitando regurgitação, diarréia; Evitar entrada de ar na sonda; A dieta deve ser introduzida na temperatura ambiente ou em variação de 37⁰C a 37,5⁰C; Após introdução da dieta, injetar 50 a 100 ml de água, com o objetivo de manter a sonda limpa; A alimentação deve ser oferecida com o paciente em posição de fowler, em posição confortável; Proceder à higiene oral e das narinas a cada período. Trocar a fixação da sonda diariamente; Observar estase gástrica - se houver distensão abdominal ou refluxo de dieta anterior de 100 ml, não administrar e comunicar o chefe. Abrir a sonda por 10 minutos antes de administrar a dieta para observar se há estase gástrica. Alimentação por gastrostomia Consiste na administração de alimentos líquidos no estômago, por meio de um tubo de borracha inserido pela parede abdominal, através de procedimento cirúrgico. A administração pela gastrostomia é indicada quando o paciente possui lesão de boca, faringe e esôfago, irreversível ou que requerem tratamento prolongado, como o caso de tumores e estenose de esôfago. Orientações gerais e procedimentos: Idêntico a sonda nasogástrica. Apenas não é necessário testar o posicionamento da sonda. Deve-se trocar o curativo ao redor da gastrostomia no mínimo uma vez ao dia e quando necessário, com técnica asséptica. Em caso de sondas de gastrostomia calibrosa, em que não há possibilidade de conectar o equipo, utilizar um funil (pinçar a sonda para evitar a entrada de ar antes de conectar o funil). ELIMINAÇÃO URINÁRIA Cateterismo Vesical Quando a urina não pode ser eliminada naturalmente, deve ser drenada artificialmente através de sondas ou cateteres, que podem ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou pelve renal. A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada através da uretra ou por via suprapúbica, e tem por finalidade a remoção da urina. Suas principais indicações são: obtenção de urina
4 asséptica para exame, esvaziar bexiga em pacientes com retenção urinária, em preparo cirúrgico e mesmo no pós-operatório, para monitorizar o débito urinário horário e, em pacientes inconscientes, para a determinação da urina residual ou com bexiga neurogênica que não possuam um controle esfincteriano adequado. A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da sonda após o esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de permanência do mesmo. Nestas sondagens de demora, a bexiga não se enche nem se contrai para o seu esvaziamento, perdendo, com o tempo, um pouco de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo detrursor; portanto antes da remoção de sonda vesical de demora, o treinamento com fechamento e abertura da sonda de maneira intermitente, deve ser realizado para a prevenção da retenção urinária. Objetivos: Aliviar a distensão vesical pela retenção de urina; Evitar a constante umidade em pacientes com incontinência urinária; Proceder ao preparo pré-operatório de algumas cirurgias; Possibilitar o controle rigoroso da diurese; Obter amostra estéril de urina. Observações: Antes da sondagem em pacientes com retenção urinária, procurar meios que estimulem a diurese espontânea do paciente: Abrir uma torneira perto do paciente; Fazer lavagem externa com água aquecida; Colocar o paciente sobre uma comadre com água aquecida; Colocar bolsa de água quente sobre a região hipogástrica; Pingar água morna sobre o clitóris; Colocar as mãos do paciente em água aquecida. Para pacientes com incontinência urinária, ao invés de cateterizar, é preferível usar fraldas descartáveis para mulheres e uropen para homens. Fazer higiene íntima antes de executar a técnica do cateterismo vesical; Observar conscienciosamente os princípios de assepsia e de ética; A sonda utilizada para o cateterismo de demora e é a sonda Foley, que é mantida no lugar através de balão inflado com água destilada; A sonda utilizada para o cateterismo de alívio é a sonda uretral descartável. Desprezá-la após o uso. Indicações do cateterismo Método intermitente: (sonda nelaton ou de alívio) Para alívio imediato da distensão da bexiga: nos casos de paciente que não consegue urinar 8 a 12 horas de cirurgia; pacientes com retenção urinário aguda, devido a traumatismo na uretra; pacientes sob efeitos sedativos; No tratamento prolongado de pacientes com incompetência vesical; Obter amostra estéril de urina; Verificar presença residual após a micção. Método de demora: (sonda de borracha SVD) Presença de obstáculo à eliminação (aumento do volume prostático, estenose da uretra);
5 Pacientes com cirurgias de uretra e estruturas vizinhas; Prevenir obstrução da uretra por coágulos de sangue (TU de bexiga, cirurgia da uretra). Cateterismo vesical de demora SONDA FOLEY Minimização de traumatismos COLETOR DE URINA PARA SISTEMA FECHADO O traumatismo da uretra pode ser minimizado com um cateter do tamanho apropriado. O cateter é lubrificado de modo a ser introduzido de forma fácil e de forma delicada. O cateter é fixado apropriadamente para evitar sua movimentação, causando tração da uretra, ou remoção acidental. Riscos de infecção A presença de um cateter de demora pode levar à infecção. Os patógenos responsáveis pelas infecções do trato urinário associado ao cateter incluem Escherichia coli, Klesbsiella, Proteus, Pseudomonas, Enterobacter, Serratia e Cândida. Os cateteres impedem a maioria das defesas naturais do trato urinário inferior através da obstrução dos dutos peri-uretrais, irritando a mucosa vesical e promovendo uma via artificial para a entrada de organismos na bexiga. Por isso (devido aos riscos de infecção), o paciente com um cateter de demora é avaliado quanto aos sinais e sintomas de infecção do trato urinário: urina turva, hematúria, febre, calafrios, anorexia, e mal-estar.
6 Além disto, determinados princípios são essenciais nos cuidados de um sistema fechado de drenagem urinária, de modo a prevenir essas indesejáveis infecções. Cuidados importantes A sondagem vesical de demora tem indicações específicas conforme descrito nos objetivos. Assim, nos casos de retenção urinária de qualquer origem, quando o objetivo for essencialmente a sondagem de alívio, deve-se antes executar medidas visando estimular a micção espontânea, como descritas anteriormente; Utilizar sempre o sistema de drenagem fechado estéril; Observar rigorosamente a técnica asséptica; Utilizar a posição ginecológica em pacientes obesos ou quando for difícil a visualização do meato. DRENAGEM VESICAL SUPRAPÚBICA É um método de estabelecimento da drenagem vesical através da introdução de um cateter ou tubo na bexiga através de uma incisão ou punção suprapúbica. É utilizada como uma medida temporária o fluxo de urina da uretra quando a via uretral não oferecer passagem, após cirurgias ginecológicas, quando tende a haver disfunção vesical e após fraturas pélvicas. Essa drenagem é feita por um processo cirúrgico e pode ser mantida durante várias semanas. Ela oferece certas vantagens como: Os pacientes, geralmente, são capazes de urinar mais cedo; Pode ser mais confortável que um cateter de demora; Proporciona maior mobilidade ao paciente; Apresenta menor risco de infecção vesical; O cateter suprapúbico é removido quando não é mais necessário, sendo colocado um curativo estéril sobre o local. AUTOCATETERIZAÇÃO INTERMITENTE Proporciona drenagem periódica da urina. É o tratamento de escolha após lesão medular e outros distúrbios neurológicos nos quais há comprometimento na capacidade de urinar. São necessárias técnicas assépticas durante o treinamento intra-hospitalar do paciente, devido ao risco de contaminação cruzada. O paciente pode utilizar uma técnica limpa (não-estéril) em casa, onde o risco de contaminação cruzada é menor. A autocateterização promove independência, resulta em poucas complicações e permite relações sexuais mais normais. Irrigação vesical Irrigação vesical é a lavagem da mucosa que reveste a bexiga, com o objetivo de remover sedimentos, coágulos, urina em decomposição ou fins terapêuticos. Controle de diurese É o controle do volume urinário num determinado período de tempo. Objetivos:
7 Auxiliar no diagnóstico, na evolução e no tratamento do paciente; Coletar amostra para análise laboratorial; Balanço hídrico. Orientações gerais: Controlar a diurese a cada período de trabalho ou conforme solicitação médica; Iniciar o controle de diurese, independentemente de solicitação médica, dos pacientes com: o Cardiopatias; o Doenças renais; o Diabetes; o Nutrição parenteral prolongada; o Pós-operatório de grandes cirurgias; o Ascite; o Pacientes graves. Medir o volume urinário no frasco graduado após cada micção, desprezando a urina em seguida. Observar suas características: odor, cor e aspecto. Anotar no prontuário do paciente. A diurese não deve ficar guardada no banheiro durante o período; O frasco graduado deve ser enxaguado após cada medida; O controle de diurese em pacientes com sonda vesical é feito ao final de cada período de trabalho ou quando o coletor estiver cheio, medir no frasco e em seguida desprezar a diurese no vaso sanitário.
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