Participaram da pesquisa 68 alunas, com idade entre 10 e 12 anos, de escolas de ballet clássico da cidade de Juiz de Fora.

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1 1 INTRODUÇÃO Estudos sobre imagem corporal têm se intensificado na literatura científica, com o foco na insatisfação corporal (GLEESON; FRITH, 2006). Para Cash e Pruzinsky (2002), a imagem corporal é considerada um constructo multidimensional em associação aos aspectos físicos do corpo, e com a interelação deste corpo com o meio e com seus semelhantes. As pesquisas em imagem corporal subdividem este construto, didaticamente, em duas dimensões: perceptiva e atitudinal (CASH; PRUZINSKY, 2002). Para Campana e Tavares (2009, p. 77) a dimensão atitudinal é subdividida em quatro componentes: afetivo, referente às emoções relativas à aparência física, incluindo ansiedade, disforia e desconforto em relação à própria aparencia ; cognitivo, ao investimento na aparência física, a pensamentos distorcidos e a crenças sobre o corpo ; comportamental, à evitação de situações de exposição do corpo e à adoção de comportamentos de checagem do corpo ; e insatisfação geral subjetiva, à insatisfação/satisfação que uma pessoa pode ter em relação à sua aparencia como um todo. Segundo Gardner (2004), a insatisfação corporal pode ser definida como a discrepância entre o tamanho percebido pela pessoa e o tamanho que ela gostaria de ter, idealmente. Cash e Pruzinsky (2002) acrescentam que a insatisfação corporal pode ser compreendida como a avaliação negativa do próprio corpo. O distúrbio de percepção corporal pode ser entendido como inacurácia que um indivíduo tem no julgamento do tamanho do seu corpo (GARDNER, 2004, p. 89). Assim, quando existe uma discrepância entre o tamanho real e o percebido como atual, na avaliação do indivíduo sobre seu corpo, pode-se entender que existe uma distorção da imagem corporal (GARDNER, BROWN, 2010; KAKESHITA et al., 2009). A insatisfação corporal mantêm relações com: tabagismo, uso de drogas incluindo esteroides anabolizantes e medicamentos diuréticos, aumento da prática de exercícios físicos, estresse em relação as mudanças corporais na gravidez, cirurgias, depressão e autoestima, doenças crônicas e, principalmente, comportamentos de controle de peso corporal e transtornos ou restrições alimentares (GLEESON; FRITH, 2006).

2 2 Indivíduos insatisfeitos com a imagem corporal frequentemente adotam comportamentos alimentares anormais e práticas inadequadas de controle de peso em busca de um corpo ideal, como realização de atividade física em excesso, uso de diuréticos e laxantes e auto-indução de vômitos (SAIKALI et al., 2004). De acordo com Phillipi (1999), entende-se por comportamento alimentar: (...) todas as formas de convívio com o alimento. Entendido como um processo, constitui um conjunto de ações realizadas com relação ao alimento, que têm início com o momento da decisão; disponibilidade; modo de preparar; utensílios usados; características, horários e divisão da alimentação nas refeições do dia, preferências e aversões, encerrando processo com o alimento sendo ingerido. São considerados como critérios diagnósticos para o desenvolvimento de transtornos alimentares o medo irracional de engordar ou ganhar peso; esforços físicos extremos para controle e/ou redução do peso; e a negação de que o peso ou os hábitos alimentares sejam um problema (APA, 1994; CID-10, 2007). Além disso, a dieta hipocalórica severa, apesar do baixo peso e uma imagem corporal distorcida são destacadas como fatores de risco para o desenvolvimento da anorexia nervosa. Compulsões alimentares e tentativas de eliminar o alimento ingerido, seja por autoindução de vômitos ou por uso de diuréticos e laxantes, também são citados como aspectos diagnósticos para a bulimia (APA, 1994). O ambiente esportivo pode ser um meio ampliador de pressões socioculturais motivados pelo ideal de corpo magro (LEPAGE; CROWTHER, 2010). Esportes que preconizam o baixo peso corporal e supervalorizam a estética, utilizando-a como critério para a obtenção de bons resultados em competições, têm sido indicados como os de maior incidência de insatisfação corporal (IBID, 2010). O ballet clássico pode ser citado como um meio em que essas relações estão muito presentes, pois implica em uma determinada estética corporal, muitas vezes, distante da realidade anatômica e fisiológica de alguns bailarinos. (SIMAS, GUIMARÃES, 2002) Neste contexto, Achcar (1998) diz que a beleza corporal, a precisão, a coordenação, a flexibilidade, a tenacidade, a imaginação, a expressão,

3 3 delicadeza e a leveza constituem a essência do ensino do ballet e são fatores importantes para um bom desempenho técnico. Estudos demonstram que o padrão de corpo exigido pelo ballet clássico pode influenciar negativamente a imagem corporal e que as classes de ballet parecem encorajar a magreza além de limites normais, podendo desencadear transtornos alimentares (RIBEIRO, VEIGA, 2010; HAAS, GARCIA, BERTOLETTI, 2010). A busca constante pelo peso ideal pode contribuir para a insatisfação com a imagem corporal, uma vez que apenas a minoria dos bailarinos conseguem se manter, naturalmente, dentro dos padrões exigidos (RIBEIRO; VEIGA, 2010). A relação entre a insatisfação e a distorção corporal e os transtornos alimentares, somada a grande preocupação com a aparência e forma física, e a constante pressão para manterem baixo peso corporal, identificadas como presente em bailarinas clássicas, levaram os pesquisadores da área a investigar este fenômeno. Um estudo realizado em bailarinos de uma instituição representante da elite do ballet clássico brasileiro encontrou alta frequência de insatisfação com o corpo (RIBEIRO; VEIGA, 2010). Hass, Garcia e Bertoletti (2010) relacionaram bailarinas adultas profissionais de ballet clássico do Brasil e de Nova Iorque, e de jazz e encontraram que as bailarinas, independente de sua modalidade de escolha, apresentaram níveis de insatisfação e distorção de sua imagem corporal. Tendo em vista que os estudos têm como foco bailarinas de níveis profissionais, este estudo tem como objetivo analisar a insatisfação e a percepção corporal, bem como o comportamento alimentar de praticantes de ballet clássico não-profissionais, verificando possíveis relações entre essas variáveis. METODOLOGIA Este estudo caracteriza-se como do tipo transversal, correlacional e comparativo, com uma amostra por conveniência (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007), de praticantes de ballet clássico do sexo feminino. Amostra

4 4 Participaram da pesquisa 68 alunas, com idade entre 10 e 12 anos, de escolas de ballet clássico da cidade de Juiz de Fora. Critérios de Inclusão Para serem incluídas na pesquisa as alunas deveriam estar regularmente matriculadas nas escolas de dança participantes da pesquisa e apresentar frequência mínima de duas vezes por semana nas aulas de ballet clássico e estar na modalidade a pelo menos um ano. Foram incluídas as meninas cujos pais concordaram com a participação na pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO I), respeitando as normas do Conselho Nacional de Saúde, através do artigo 196/96 de pesquisas com seres humanos. Procedimentos de Coleta de Dados Inicialmente, a pesquisadora contatou pessoalmente quatro escolas de dança de Juiz de Fora a fim de que a proposta de estudo fosse apresentada. Com o consentimento para a participação da escola na pesquisa, foram definidos os melhores horários para a coleta de dados de acordo com os horários das turmas de ballet clássico da faixa etária escolhida. No segundo momento, a pesquisadora visitou as escolas nos horários determinados, e foi realizada a explicação dos procedimentos para a pesquisa e distribuição do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para que as alunas levassem para casa e solicitassem a autorização dos pais. A terceira visita foi realizada para a coleta de dados. As alunas que trouxeram o termo de consentimento livre e esclarecido devidamente assinado pelos pais foram abordadas no início da aula de ballet. Foram coletados dados antropométricos de massa corporal e estatura, e aplicados três instrumentos específicos para a amostra em questão.

5 5 Insatisfação Corporal Para mensurar a insatisfação e as preocupações com a forma do corpo foi utilizado o Body Shape Questionnaire (BSQ) (COOPER et al., 1987), validado para a população brasileira de adolescentes por Conti, Cordás e Latorre (2009). O instrumento (ANEXO II) apresenta uma boa consistência interna obtida por meio do alpha de Cronbach (α = 0,96) e uma confiabilidade por meio da correlação intra-classe (r=0,91; p<0,001), recomendado para avaliação do aspecto atitudinal da imagem corporal para adolescentes (CONTI; CORDÁS; LATORRE, 2009). O questionário é composto por 34 questões, em escala tipo Likert, em que o avaliado aponta com que frequência, nas últimas quatro semanas, vivenciou os eventos propostos pelas alternativas. As respostas variam de 1 (nunca) a 6 (sempre), sendo a soma das pontuações de cada item o escore final da escala. A classificação dos resultados do BSQ para adolescentes é dividida em quatro níveis de insatisfação corporal. A pontuação abaixo de 80 indica ausência de insatisfação; entre 80 e 110, insatisfação leve; entre 110 e 140, insatisfação moderada; e pontuação igual ou acima de 140 indica grave insatisfação corporal. Comportamento alimentar Para a avaliação do comportamento alimentar foi aplicado o Eating Behaviours and Body Image Test (EBBIT), criado por Candy e Fee (1998), já adaptado e validado para amostra brasileira feminina de 9 a 12 anos por Galindo e Carvalho (2007). O instrumento (ANEXO III) apresentou uma boa consistência interna total obtida por meio do coeficiente alpha de Cronbach (α = 0,89). O questionário é composto por dois fatores: fator 1 insatisfação com a imagem corporal e restrição alimentar apresentando α = 0,90; e fator 2 comer em excesso com α = 0,80. Segundo os autores, a escala é útil para uma avaliação precoce, rastreando atitudes indicadoras de possíveis distúrbios no comportamento alimentar. O questionário é composto por 42 questões em escala Likert, com 4 opções de resposta, variando de 0 (nunca / nunca) a 3 (a maior parte do tempo / todos os dias),

6 6 em que o escore total corresponde a soma dos itens. Quanto maior o escore, maior são os indicadores de comportamentos relacionados aos distúrbios alimentares. Percepção corporal Para avaliação da percepção corporal, foi utilizada a escala de silhuetas desenvolvida e validada para a população de adolescentes brasileiros (7 a 12 anos) por Kakeshita et al. (2009) (ANEXO IV). A validade da escala foi verificada pela correlação entre o IMC real (mensurado) e IMC percebido como atual (silhueta escolhida como atual), obtendo correlação (r = 0,61, p<0,01). A reprodutibilidade da escala foi averiguada por meio da metodologia de teste-reteste. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as silhuetas escolhidas como atual quando comparados os dois momentos (teste e reteste), evidenciando a fidedignidade da escala. Segundo a autora, as escalas desenvolvidas constituem instrumentos apropriados à aplicação clínica e epidemiológica para avaliar a percepção da imagem corporal de crianças brasileiras (KAKESHITA et al., 2009). A escala é composta por 11 figuras, confeccionadas em cartões individuais com representação da figura humana, com IMC variando 1,7 kg/m² a cada cartão, com o mínimo de 12 kg/m² e máximo de 29 kg/m². Apresentada a escala para as meninas, foi perguntado: Qual figura representa o seu corpo atual? e Qual figura representa o corpo que você gostaria de ter?. Segundo Gadner e Brown (2010), escalas de silhuetas que possuem valores de IMC relativos a cada figura, também permitem a medição da distorção do tamanho corporal. Para esta escala, a distorção da imagem corporal pode ser calculada como: IMC aferida IMC percebido (IMC referente a figura escolhida como atual) (KAKESHITA et al., 2009). Avaliação Antropométrica Os dados antropométricos foram coletados nas próprias escolas participantes da pesquisa. Para a classificação do estado nutricional primário, utilizamos o índice de

7 7 massa corporal (IMC). O IMC, dado pelo peso (kg)/altura 2 (m), é a medida mais comumente empregada em estudos de grupos populacionais para classificação primária do estado nutricional (ANJOS, 1992). Da mesma forma, os trabalhos sobre medidas de insatisfação e percepção da imagem corporal têm utilizado o IMC como indicador do estado nutricional ao associálos como fatores determinantes das condutas relativas ao peso corporal (HAAS, GARCIA, BERTOLETTI, 2010; RIBEIRO, VEIGA, 2010). A medida da massa corporal foi realizada utilizando uma balança da marca Filizola, com precisão de 100g, devidamente aferida e com o selo do INMETRO. Em seguida, foi feita a medida da estatura, por meio de um estadiômetro portátil, com precisão de 5 mm, fixo à balança. Serão utilizadas classificações de três grupos contrastantes, como proposto pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2007), em que são considerados: baixo peso (menor que o percentil 5 por idade), eutrófico (entre o percentil 5 e 85 para idade) e sobrepeso/obeso (acima do percentil 85 por idade). Serão realizadas duas medidas de estatura a ser considerada a média dos valores obtidos. Todas as medidas foram realizadas sempre pela mesma avaliadora, treinada e experiente na aplicação das medições acima citadas. Aspectos éticos Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética para pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Juiz de Fora, sob o protocolo , e foi aprovado no dia 14 de março de 2011 pelo parecer 272/2010. Análise dos dados Para a análise dos dados será utilizado o software estatístico SPSS Será feita uma análise descritiva dos dados (EBBIT, BSQ, distorção da imagem corporal, IMC, tempo de prática) com medidas de tendência central (média e moda) e de dispersão (desvio padrão, mínimo e máximo).

8 8 Será aplicado teste de normalidade para análise das características dos dados e posteriormente testes estatísticos adequados para as correlações e comparações das variáveis REFERÊNCIAS ACHCAR, D. Ballet: uma arte. Rio de Janeiro: Ediouro, AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 4. ed. Washington: American Psychiatric Association, ANJOS, L. A.. Índice de massa corporal (massa corporal. estatura -2 ) como indicador do estado nutricional de adultos: revisão da literatura. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 26, n. 6, p Dez CAMPANA, A. N. N. B.; TAVARES, M. C. G. C. F. Avaliação da imagem corporal: instrumentos e diretrizes para pesquisa. São Paulo: Phorte, CANDY, C.; FEE, V. The underlying dimensions and psychometric properties of the Eating Behaviours and Body Image Test (EBBIT) for preadolescent girls. Journal of Clinical Child Psychology, v. 27, n. 1, p Mar CASH, T. F.; PRUZINSKY, T. Body image: A handbook of theory, research, and clinical practice. New York: Guilford Press, CID-10. Diretrizes diagnósticas e de tratamento para transtornos mentais em cuidados primários. Porto Alegre: Artmed, CONTI, M. A.; CORDÁS, T. A.; LATORRE, M. R. D. O. A study of the validity and reliability of Brazilian version of the Body Shape Questionnaire (BSQ) among adolescents. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 9, n. 3, p July/Sept COOPER, P. J. et al. The development and validation of the Body Shape Questionnaire. Internation Journal of Eating Disorder, New York, v. 6, n. 4, p July, GALINDO, E. M. C.; CARVALHO, A. M. P. Tradução, adaptação e avaliação da consistência interna do Eating Behaviours and Body Image Test para uso com crianças do sexo feminino. Revista de Nutrição, Campinas, v. 20, n. 1, p fev GARDNER, R. M.; BOICE, R. A computer program for measuring body size distortion and body dissatisfaction. Behaviour Research Methods, Instruments & Computers, Austin, v. 36, n. 1, p Feb

9 9 GARDNER, R. M.; BROWN, D. L. Comparison of video distortion and figural drawing scale for measuring and predicting body image dissatisfaction and distortion. Personality and Individual Differences, v. 49, n. 7, p Nov GLEESON, K.; FRITH, H. (De) constructing body image. Journal of Health Psychology, London, v. 11, n. 1, p Jan HAAS, A. N.; GARCIA, A. C. D.; BERTOLETTI, J. Imagem Corporal e Bailarinas Profissionais Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 16, n. 3, p Mai/Jun KAKESHITA, I. S. et. al. Construção e Fidedignidade Teste-Reteste de Escalas de Silhuetas Brasileiras para Adultos e Crianças. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 25, n. 2, p abr-jun LePAGE, M. L.; CROWTHER, J. H. The effects of exercise on body satisfaction and affect. Body Image, New York, v. 7, n. 2, p Mar PHILIPPI, S. T. et. al. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Revista de Nutrição, Campinas, v. 12, n. 1, p jan/abr RIBEIRO, L. G.; VEIGA, G. V. Imagem corporal e comportamentos de risco para transtornos alimentares em bailarinos profissionais. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 16, n. 2, p mar/abr SAIKALI, C. J. et al. Imagem corporal nos transtornos alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 31, n. 4, p SIMAS, J. P. N.; GUIMARÃES, A. C. A. Ballet Clássico e transtornos alimentares. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 13, n. 2, p THOMAS, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. 5. ed. São Paulo: Artmed, World Health Organization WHO. Development of a WHO growth reference for school aged children and adolescents. Bulletin of the world health organization, v. 85, n. 9, p

10 10 ANEXO I TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - ADOLESCENTE Seu filho (a) está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa Satisfação Corporal em Praticantes de Ballet Clássico. Neste estudo pretendemos analisar a satisfação/insatisfação corporal de adolescentes praticantes de ballet clássico. O motivo que nos leva a estudar esse assunto surge a partir da hipótese de que a grande preocupação com a aparência e a forma física e a constante pressão para manterem baixo peso corporal são práticas típicas do ballet clássico, e que estes são fatores que levam a distorções da imagem corporal. Para este estudo adotaremos o(s) seguinte(s) procedimento(s): Coleta dos dados de estatura e massa corporal e aplicação de três questionários; um para acesso ao componente atitudinal da imagem corporal, um para avaliar a percepção corporal, e um relacionado aos comportamentos alimentares. Todos os dados serão coletados no Laboratório de Estudos do Corpo (LABESC UFJF) espaço considerado adequado para a realização do estudo. Para participar deste estudo você ou seu filho não terão nenhum custo, nem receberão qualquer vantagem financeira. Vocês serão esclarecidos (as) sobre o estudo em qualquer aspecto que desejarem e estarão livres para participar ou recusarem-se a participar. Poderão retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A participação dele é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido (a) pelo pesquisador. O pesquisador irá tratar a identidade dele com padrões profissionais de sigilo. Ele não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Este estudo apresenta risco mínimo, isto é, o mesmo risco existente em atividades rotineiras como conversar, tomar banho, ler, etc. Apesar disso, ele tem assegurado o direito a ressarcimento ou indenização no caso de quaisquer danos eventualmente produzidos pela pesquisa. Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. O nome dele ou o material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão. Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um período de 5 anos, e após esse tempo serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida a ele. Eu,, portador(a) do documento de Identidade, fui informado(a) dos objetivos do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro que concordo com a participação de meu filho nesse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. Juiz de Fora, de de 20. Assinatura do(a) participante Assinatura do(a) pesquisador(a) Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar: CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - UFJF PRÓ-REITORIA DE PESQUISA / CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UFJF JUIZ DE FORA (MG) - CEP: FONE: (32) / CEP.PROPESQ@UFJF.EDU.BR PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL:MARIA ELISA CAPUTO FERREIRA ENDEREÇO: LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO CORPO FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS UFJF RUA JOSÉ LOURENÇO KELMER, S/N CAMPUS UNIVERSITÁRIO BAIRRO SÃO PEDRO JUIZ DE FORA (MG) - CEP: JUIZ DE FORA MG FONE: (32) CAPUTOFERREIRA@TERRA.COM.BR

11 11 ANEXO II Peso: Altura: BSQ Body Shape Questionnaire (COOPER et al., 1987) Gostaríamos de saber como você vem se sentindo em relação à sua aparência nas últimas quatro semanas. Por favor, leia cada questão e faça um círculo apropriado. Use a legenda abaixo: 1.Nunca 2.Raramente 3.Às Vezes 4.Freqüentemente 5.Muito Freqüentemente 6.Sempre 1 - Sentir-se entediado (a) faz você se preocupar com sua forma física? Você tem estado tão preocupado(a) com sua forma física a ponto de sentir que deveria fazer dieta? Você acha que suas coxas, quadril ou nádegas são grandes demais para o restante do seu corpo? Você tem sentido medo de ficar gordo (a) (ou mais gordo)? Você se preocupa com o fato de seu corpo não ser suficientemente firme? Sentir-se satisfeito(a) (por exemplo após ingerir uma grande refeição ) faz você sentir-se gordo(a)? Você já se sentiu tão mal a respeito do seu corpo que chegou a chorar? Você já evitou correr pelo fato de que seu corpo poderia balançar? Estar com mulheres/homens magro(a)s faz você se sentir preocupado(a) em relação ao seu físico? Você já se preocupou com o fato de suas coxas poderem espalhar-se quando se senta? Você já se sentiu gordo(a), mesmo comendo uma quantidade menor de comida? Você tem reparado no físico de outras mulheres/homens e, ao se comparar, sente-se em desvantagem? Pensar no seu físico interfere em sua capacidade de se concentrar em outras atividades (como por exemplo, enquanto assiste à televisão, lê ou participa de uma conversa? Estar nu (a), por exemplo, durante o banho, faz você se sentir gordão (a)? Você tem evitado usar roupas que o(a) fazem notar as formas do seu corpo?

12 Você se imagina cortando fora porções do seu corpo? Comer doce, bolos ou outros alimentos ricos em calorias faz você se sentir gordo(a)? Você deixou de participar de eventos sociais (como, por exemplo, festas) por sentir-se mal em relação ao seu físico? Você se sente excessivamente grande e arredondado (a)? Você já teve vergonha do seu corpo? A preocupação diante do seu físico leva-lhe a fazer dieta? Você se sente mais contente em relação ao seu físico quando de estômago vazio (por exemplo, pela manhã)? Você acha que seu físico atual decorre de uma falta de autocontrole? Você se preocupa que outras pessoas possam estar vendo dobras na sua cintura ou estômago? Você acha injusto, que as outras mulheres/homens sejam mais magro (a)s que você? Você já vomitou para sentir-se mais magro(a)? Quando acompanhado (a), você fica preocupado(a) em estar ocupando muito espaço (por exemplo, sentado (a) num sofá ou no banco de um ônibus)? Você se preocupa com o fato de estarem surgindo dobrinhas no seu corpo? Ver seu reflexo (por exemplo, num espelho ou na vitrine de uma loja) faz você sentir-se mal em relação ao seu físico? Você belisca áreas de seu corpo para ver o quanto há de gordura? Você evita situações nas quais as pessoas possam ver seu corpo (por exemplo, vestiários ou banho de piscina)? Você toma laxantes para sentir-se magro (a)? Você fica particularmente consciente do seu físico quando em companhia de outras pessoas? A preocupação com seu físico faz-lhe sentir que deveria fazer exercícios?

13 13 ANEXO III Eating Behaviours and Body Image Test (GALINDO; CARVALHO, 2007) Nome: Data de nascimento: Idade: Escola: Tempo de prática: Instruções: Aqui estão algumas afirmações sobre como as pessoas alimentam-se e o que sentem sobre o seu corpo. Leia cada afirmação com atenção e escolha a afirmativa que melhor descreve o que você sente e pensa. Lembre-se de que não existem respostas certas ou erradas. Você apenas pode contar-nos como você se alimenta e o que sente sobre o seu corpo. As duas próximas questões são muito importantes para conhecê-lo melhor, por favor, responda: Você necessita se alimentar de forma especial devido a algum problema de saúde? Se sim, explique. Sua família faz alguma dieta especial? (p. ex. vegetariana, para diabéticos) Assinale a opção que melhor descreve o que você sente ou pensa a respeito de si mesmo. A maior parte do tempo (todos os dias)... 3 Freqüentemente (uma vez por semana)... 2 Raramente (uma vez por mês)... 1 Nunca (nunca) Eu faço regime (como menos que o normal) como meus amigos fazem 2- Meu peso atual me incomoda 3- Eu como muita comida de cada vez 4- Eu tento não comer mesmo quando eu estou com fome 5- Eu gostaria de ser mais magro(a) 6- Eu não como lanches ou comida gordurosas porque eu quero perder peso 7- Eu tento perder peso fazendo regimes 8 - Eu como quando estou com raiva 9- Eu, às vezes, levo coisas para comer para meu quarto e como tudo de uma vez 10- Eu acho que sou gordo(a) 11- Eu provoco vômito depois de comer muito 12- Eu acho que sou mais gordo(a) que a maioria dos(as) meninos(as) da minha idade e altura 13- Eu como o que quero e na hora que quero 14- Eu como até sentir desconforto na barriga/estômago 15- Eu me preocupo a respeito de ganhar peso 16- Eu como todo o chocolate que eu ganho na Páscoa, de uma vez

14 Eu tomo remédio para emagrecer 18- Eu fico muito mal depois que eu como muito 19- Eu deixo de comer algumas refeições para poder perder peso 20- Eu sinto fome quando não estou comendo 21- Eu gosto de sentir meu estômago vazio 22- Eu "belisco" coisas em meu quarto para que ninguém veja que estou comendo 23- Eu tomo laxante (remédio para fazer cocô) para perder peso 24- Eu me sinto gordo(a) 25- Eu fico mal depois de comer muito e penso logo numa maneira de me livrar do que comi 26- Eu como mesmo quando não estou com fome 27- Eu fico pensando que, se eu comer, eu posso ganhar peso 28- Eu leio os rótulos das coisas de comer para saber quantas calorias e quanta gordura elas têm 29- Depois que eu como muito de uma vez, tento pular a próxima refeição ou as duas próximas 30- Eu comeria umas dez barras de chocolate (ou doce) se meus pais deixassem 31- Algumas vezes eu fico beliscando a comida 32- Eu evito comer alimentos muito gordurosos 33- Eu olho para a minha gordura e desejaria que ela não existisse 34- Eu como quando estou triste 35- Eu como quando estou aborrecido(a) 36- Eu tomo diurético (remédio para fazer xixi) para perder peso 37- Eu faço exercício para "queimar" a comida que eu comi 38- Eu faço dieta assim como meus pais ou meus irmãos fazem 39- Existem comidas que eu comeria muito se eu tivesse a oportunidade 40- Eu penso muito em comida quando não estou comendo 41- Eu tomo refrigerantes diet em vez de fazer refeições ou comer lanches 42- Eu não como sobremesa (bolo, sorvetes, doces) porque eu quero perder peso Eu acho que fui capaz de responder estas questões honestamente? ( ) Sim ( ) Não

15 ANEXO IV Escala de Silhuetas Brasileiras para crianças (KAKESHITA et al., 2009) 15