UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUÍ DEPARTAMENTO DE CIENCIAS DA VIDA Curso de NUTRIÇÃO ANDRESSA PRADO BATISTA

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1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUÍ DEPARTAMENTO DE CIENCIAS DA VIDA Curso de NUTRIÇÃO ANDRESSA PRADO BATISTA PREVALÊNCIA DE DISTURBIO DA IMAGEM CORPORAL EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FISÍCA. Ijuí (RS) 2012

2 2 ANDRESSA PRADO BATISTA PREVALÊNCIA DE DISTURBIO DA IMAGEM CORPORAL EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FISÍCA. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Nutrição, apresentado a Banca avaliadora da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito a disciplina Trabalho de Conclusão de curso II. Orientador: Maristela Borin Busnello Ijuí (RS) 2012

3 3 RESUMO O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de distúrbio da imagem corporal em praticantes de musculação em uma academia de ginastica, usando o Body Shape Questionnaire (Cooper et al., 1987) e a Escala de Silhuetas validada por Kakeshita (2008). Participaram do estudo 46 pessoas sendo 34 mulheres e 12 homens. Solicitou-se que as pessoas respondessem o BSQ, e indicassem qual silhueta na escala de silhuetas correspondia a seu corpo atualmente, e qual gostaria de atingir. O resultado do BSQ no estudo mostrou que 100% dos homens apresentaram ausência de insatisfação corporal, e entre as mulheres 73,52% apresentaram ausência de IC. No resultado da classificação da escala de silhuetas 17,64% das mulheres escolheram a silhueta atual com IMC 30, e como silhueta ideal 29,41% escolheram IMC 25. Entre os homens 33,33% escolheram como silhueta atual IMC 22,5, resultado que se manteve na escolha da silhueta ideal, demonstrando a satisfação com seu corpo. Pode se observar no estudo que mesmo não ocorrendo prevalência de insatisfação corporal nos praticantes de atividade física, o BSQ mostrou que 65,2% dos participantes da pesquisa sentem que a preocupação com seu físico faz sentir que deviam praticar alguma atividade física. Conclui se que muitas vezes mesmo com peso adequado, ou mesmo sentindo-se satisfeitos com sua imagem corporal, mas possivelmente influenciados pela mídia e sociedade existe uma preocupação em alcançar ou manter um IMC adequado, e essa preocupação faz sentir que deviam fazer atividade física. Palavras chave: insatisfação corporal, índice de massa corporal, pratica de atividade física, imagem corporal. ABSTRACT The aim of this study was to evaluate the prevalence of body image disturbance in practitioners of physical activityat a gym gymnastics, using the Body Shape Questionnaire (Cooper et al., 1987) and validated by Scale Silhouettes Kakeshita (2008). The study included 46 people with 34 women and 12 men. We asked people to answer the BSQ, and indicate which profile the range of silhouettes corresponded

4 4 to his body now, and I would like to achieve. The result of the BSQ study showed that 100% of men had no body dissatisfaction, and 73.52% among women showed no IC. As a result of the classification scale silhouettes 17.64% of women chose the silhouette current with BMI 30, and 29.41% as ideal silhouette chose BMI 25. Among males 33.33% chose silhouette as current BMI 22.5, a result which remained in choosing the ideal silhouette, showing satisfaction with her body. It may be noted that the study did not occur prevalence of body dissatisfaction in physically active, the BSQ showed that 65.2% of respondents feel that concern for his physical feel they should practice some physical activity. Concludes that often even with proper weight, or even feeling satisfied with their body image, but possibly influenced by the media and society there is a concern in achieving or maintaining a healthy BMI, and this concern is felt they had to do physical activity. Keywords: body dissatisfaction, body mass index, physical activity practice, body image. INTRODUÇÃO Ao longo dos anos o conceito de corpo saudável e belo tem sofrido transformações (INAD, 2004). Hoje o culto ao corpo está diretamente associado ao poder, beleza e mobilidade social, sendo crescente a insatisfação das pessoas com a própria aparência (SCHWARTZ, BROWNELL, 2004). Emagrecer juntamente com fatores biológicos, psicológicos e familiares, gera uma preocupação excessiva com a aparência física, medo anormal de engordar e altos níveis de ansiedade que veem acompanhados da alteração da percepção da imagem corporal (GARFINKEL PE et al, 1995 apud VIEIRA et al., 2009). Segundo Casch e Deagle (1997), o distúrbio da imagem corporal é um sintoma nuclear dos transtornos alimentares, caracterizado por uma auto avaliação dos indivíduos que sofrem desse transtorno, influenciada pela experiência com seu peso e forma corporal. Assim nossa imagem corporal é uma ilustração de nosso corpo formada por nossa mente. Thompson (1996 apud SAIKALI et al., 2005, p.164), descreve que

5 5 imagem corporal envolve três componentes: o perceptivo, subjetivo e o comportamental. Enquanto a mídia e o discurso social promovem o corpo ideal (magreza para as mulheres e corpos musculosos para os homens), a prevalência de sobrepeso e obesidade aumenta e coloca o indivíduo ainda mais distante do ideal sociocultural (OGDEN, et al., , apud ALVARENGA et al., 2010). Assim os estudos que avaliam a insatisfação corporal são realizados para avaliar a discrepância entre a imagem corporal real e a idealizada (THOMPSON, VAN DEN BERG; 2002 apud ALVARENGA et al., 2010). Estudos como os de PATEL et al., 2003; HAASE et al., 2002; VARDAR et al., 2007; BEALS e MANORE, (2000) corroboram a hipótese de que a distorção da imagem corporal seja incentivada por razões multifatoriais, psicológicas, ambientais ou individuais, e consequentemente, seja um importante fator de risco de patologias relacionadas com o desenvolvimento de transtorno de conduta alimentar, como a anorexia e a bulimia. Fairburn, et al., (1994) apud Assunção, (2002) demonstraram que a preocupação excessiva com o corpo e os transtornos relacionados a alterações de imagem corporal pareciam acometer, até recentemente, quase que exclusivamente indivíduos do sexo feminino. De fato, nove entre cada 10 pacientes com anorexia e bulimia nervosas são mulheres. No entanto, estas alterações têm sido cada vez mais descritas em indivíduos do sexo masculino (POPE, et al.,1993; OLIVARDIA, 2001 apud ASSUNÇÃO, 2002). E ao contrário das mulheres que procuram tornarem-se cada vez mais magras, indivíduos do sexo masculino preocupam-se em se tornarem cada vez mais fortes e musculosos. Estudos realizados em 2001 por Stice e Bearman (2001, p ) no Ocidente durante as últimas três décadas tem como consenso geral de que o "corpo ideal é igualado com a juventude, saúde, beleza, competência e autocontrole e é a chave para muitos benefícios. FURNHAM et al.,( 2002) traz definições específicas para cada sexo sendo que o ideal do corpo masculino é uma figura em forma de V com ênfase no bíceps grandes, peito e ombros, e que o ideal feminino é ser extremamente fina, com ênfase na parte inferior do corpo, quadris finos e coxas grossas. No entanto, uma vez que para a maioria das pessoas o ideal é impossível de atingir, a insatisfação com a imagem corporal é uma consequência provável.

6 6 É também conhecido que as alterações da percepção da imagem corporal podem ser associadas com atitudes pouco saudáveis do controle de peso e comportamento (BARDONE-CONE et al., 2008 apud LAUS et al., 2011). É também através da pratica de atividade física que muitas vezes se busca obter melhor aparência física e aderir à tendência cultural, se adequar aos novos padrões estéticos e ser aceita pela sociedade. Um fenômeno muitas vezes mais significativo do que a própria satisfação econômica, afetiva ou profissional (NOVAES, 2001 apud DAMASCENO et al., 2005). A percepção da imagem corporal já vem sendo bastante estudada, porém os estudos sobre distorção e insatisfação com a imagem corporal tem seu foco em populações portadoras de transtornos alimentares específicos (bulemia, anorexia nervosa e obesidade mórbida) já diagnosticados. E são recentes as observações desse tipo de distorção em sujeitos eutróficos isentos de transtornos alimentares específicos. Assim justifica-se a realização desse trabalho, pois é crescente o número de pacientes com distúrbio da imagem corporal. Isso pode ser observado em estudos como os de SOUZA et al., (2002) que ao avaliarem a imagem corporal, encontraram 28,1% das estudantes de medicina no Ceará com distorção da imagem corporal. Já KAKESHITA e ALMEIDA (2006), avaliaram universitários em São Paulo com uma escala de figuras desenvolvida para o trabalho em questão, encontraram que 87% das mulheres eutróficas ou com sobrepeso superestimaram seu tamanho corporal, indicando distorção na auto percepção da imagem. Estudos realizados nesse sentindo poderão ajudar a construir uma conduta para os profissionais da saúde nesse tipo de problemática. Dessa forma o objetivo deste estudo foi realizar a avaliação da prevalência do distúrbio da imagem corporal em um grupo de praticantes de atividade física, considerando gênero e idade, verificar o nível de insatisfação corporal destes, usando o conjunto de silhuetas de Stunkard et. al. (1983) (anexo) e identificar a auto-percepção da imagem corporal nos praticantes de atividade física, usando o Body Shape Questionaire (BSQ) Cooper et al., (1987) (anexo). METODOLOGIA Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal, desenvolvido com alunos de uma academia de ginástica do município de São Luiz Gonzaga RS, de

7 7 ambos os sexos, no ano de Foram entrevistados 93 alunos da academia, de 18 a 40 anos, que praticam atividade física na academia pelo menos três vezes na semana sem nenhum transtorno alimentar especifico já diagnosticado. A proposta de pesquisa foi apresentada ao responsável da academia com a autorização da Unijuí e a aprovação do projeto pelo CEP Comitê de Ética em Pesquisa da Unijuí numero do parecer: 56833, na busca de apoio para a divulgação e posteriormente apresentado aos alunos da academia esclarecendo os objetivos da pesquisa. Após a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e da concordância dos alunos, foi solicitada a assinatura do mesmo e realizada a entrevista. O instrumento de pesquisa questionário considerou o registro de Dados sócios econômicos e demográficos; de dados de Imagem corporal por meio do preenchimento do Body Shape Questionnaire BSQ (Cooper et al., 1987). Este é um teste de auto preenchimento com 34 perguntas que foram respondidas segundo uma legenda, conforme versão traduzida para o português por Cordás e Castilho (1994). Uma pontuação menor que 80 é considerada sem insatisfação; entre 80 e 110, insatisfação leve; entre 111 e 140, insatisfação moderada; e maior que 140, insatisfação grave. Com auxílio das escalas de silhuetas (CDS) foi registrado a insatisfação com a imagem corporal. A versão brasileira da escala foi criada e validada por Kakeshita (2008). Neste estudo foi utilizada a escala de adulto, que foi testado pelos autores em adolescentes. A escala é composta por um conjunto de quinze silhuetas de cada gênero, apresentadas em cartões individuais, com IMC médio variando de 12,5-47,5 kg / m 2, o que avalia a insatisfação com a imagem corporal. Solicitou-se ao sujeito que escolhesse um cartão dentre um conjunto de cartões exibidos em ordem ascendente, aquele que melhor descrevesse o seu contorno corporal próprio da época ("Percebido" IMC). Os participantes indicavam a seguir o cartão com o seu contorno corporal desejado ("Ideal" IMC). A Insatisfação com o corpo é representado como a discrepância entre o IMC percebido e ideal. Os resultados são apresentados como uma variável contínua, e valores quanto mais próximo ou igual a zero, indicam menor insatisfação, resultado diferentes de zero e positivo insatisfação com o corpo desejo de aumentar massa magra. Resultado diferente de zero e negativos indicam insatisfação com o corpo desejo de diminuir gordura corporal. Os resultados dos questionários foram padronizados e digitados em uma planilha software Excel 2007, e exportados para o software Epi info versão 3.3.2,

8 8 2005, para a realização da epidemiologia descritiva considerando distribuição de freqüência, média, desvio-padrão, valores mínimos e máximos. RESULTADOS Dos 93 indivíduos que responderam o questionário BSQ e Escala de Silhuetas, apenas 46 puderam participar da pesquisa, pois, nem todos responderam ao questionário corretamente. Na tabela 1, pode-se observar os dados sócio econômicos e demográficos da população em estudo. Tabela 1 - Distribuição da população do estudo quanto a dados sócio demográficos. São Luiz Gonzaga, Variável Número % Idade <18 anos 7 15,2 18 a 25 anos 7 15,2 25 a 30 anos a 35 anos 3 6,5 >35 anos Total Sexo Masculino 12 26,08 Feminino 34 73,91 Total Escolaridade Analfabeto Ensino Fundamental 1 2,2 Ensino fundamental incompleto 4 8,7 Ensino médio 11 23,9 Ensino médio incompleto 5 10,9 Ensino superior 17 37

9 9 Ensino superior incompleto 8 17,4 Total Renda Menor que um salario mínimo De 1 a 2 salários mínimos 8 17,4 De 2 a 3 salários mínimos 5 10,9 Mais de 3 salários mínimos 33 71,7 Total Observou-se que 73,91% dos entrevistados são do sexo feminino, 50% dos entrevistados têm mais de 35 anos, 37% relataram ter cursado ensino superior e 71,7% dos entrevistados tem renda familiar mensal maior de três salários mínimos. Ao avaliar a satisfação da imagem corporal considerando o BSQ, (tabela 2 em anexo) observou-se que 30,4% dos participantes assinalaram sentir medo de ficar gorda/o ou mais gorda/o, 41,4% dos participantes assinalaram que ver seu reflexo (por exemplo, num espelho ou na vitrine de uma loja) nunca faz com que se sintam mal em relação ao seu físico. Outros 39,1% dos participantes assinalaram que nunca se preocupam se outras pessoas podiam estar vendo dobras na sua cintura ou estomago. E ainda observou-se que 65,2% assinalaram que sempre a preocupação com seu físico faz-lhe sentir que deveria fazer exercício físico. Considerando os critérios que definem a satisfação com a imagem corporal, observou-se que 80,4% dos participantes apresentam ausência de insatisfação corporal, mas em 13% identificou-se insatisfação leve, e em 6,5% grave insatisfação. Quando consideramos este critério em relação ao sexo (gráfico 1), 73,52% das mulheres que participaram do estudo apresentam ausência de insatisfação corporal, e 100% dos homens apresentam ausência de insatisfação corporal.

10 10 Gráfico 1 - Satisfação com imagem corporal considerando o BSQ relacionado a variável sexo: 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% Ausência de Insatisfação Grave insatisfação Insatisfação leve 0,00% Feminino Masculino Na escala de classificação de IMC atual de acordo com sexo (Tabela 4), 17,64% das mulheres do estudo escolheram a silhueta 8 que representava IMC 30, e entre os homens 33,3% escolheram a silhueta 5, IMC 22,5; as mulheres em sobrepeso e os homens com peso adequado. Tabela 3 Distribuição das Escalas de Classificação para IMC atual dos sexos feminino e masculino entre os participantes do estudo. São Luiz Gonzaga, SILHUETA IMC( Kg/m2) 12, , , , , , , ,5 FEMININO nº % 5,88 8,82 5,88 8, 82 5,88 17,6 4 5,88 11,7 6 14,7 0 8, 82 5,88 MASCULIN O nº % 16,6 6 8,33 33,3 3 8, 33 16,6 6 16,6 6 Conforme (Tabela 4) na escala de classificação de IMC ideal dos sexos feminino e masculino, 29,41% das mulheres escolheram a silhueta 6, que representa

11 11 IMC 25 kg/m2, e entre os homens 33,33% escolheram a silhueta 5 (IMC 22,5 kg/m2); na escolha da silhueta ideal ambos os sexos escolheram silhuetas com IMC adequado. Tabela 4 Distribuição das Escalas de Classificação para IMC ideal dos sexos feminino e masculino entre os participantes do estudo. São Luiz Gonzaga, SILHUETA IMC 12, , , , , ,5 4 0 FEMININO nº % 5,8 14,7 14, ,7 17 2,94 0 0,4 0,6 1 4 MASCULIN O nº ,5 5 47, 5 % 16,6 16,6 33,3 16 8,33 8, ,6 6 DISCUSSÃO Esse estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de insatisfação corporal em praticantes de atividade física, considerando os dados sócios demográficos, Body Shape Questionnaire Cooper et al., (1987) e escala de silhuetas para adultos proposta por Kakeshita (2008). Quanto ao instrumento utilizado, podem ser levantada uma limitação. As silhuetas são bidimensionais; dessa forma não permitem a representação do indivíduo como um todo, da distribuição de sua massa de gordura subcutânea e de outros aspectos antropométricos importantes na formação da imagem corporal. No presente estudo em relação à insatisfação corporal, as mulheres apresentaram um nível de insatisfação elevado já que entre os homens, não houve presença de insatisfação corporal. Neste estudo 17,64% das mulheres apresentaram insatisfação leve e 8,82% grave insatisfação. Estes achados se

12 12 aproximam com os de Araújo e Araújo (2003) que verificou maior nível de insatisfação corporal em mulheres, quando comparadas com homens. Em nosso estudo os resultados do BSQ apontam 73,52% das mulheres com ausência de insatisfação corporal (IC) e entre os homens 100% com ausência de IC. Porem os resultados também nos mostraram que 65,2% dos participantes indicaram que a preocupação com o seu físico faz sentir que deviam praticar atividade física. O que nos mostra que mesmo não se observando insatisfação com a imagem corporal considerando o BSQ, mais da metade dos participantes da pesquisa mostram que a preocupação com seu físico, ou com sua aparência faz sentir que deviam praticar atividade física. Quando solicitados a avaliar sua imagem corporal com auxílio das escalas escolheram imagens que representavam peso corporal adequado. Podemos supor que o ideal de beleza socialmente construído pode estar influenciando o corpo a ser alcançado. Somente os homens que escolheram como silhueta atual silhueta que representavam IMC adequado mantiveram essa escolha na indicação de silhueta ideal, aqueles que escolheram como silhueta atual IMC maior que 27 na escolha de silhueta ideal escolheram silhuetas menores, e as mulheres em sua maioria mostraram desejo de reduzir peso na indicação de silhueta ideal. Ficando claro que por mais que não haja uma insatisfação com o corpo segundo os resultados do BSQ, nos resultados da escala de silhuetas podemos perceber que existem alguns fatores que estão despertando nas pessoas o desejo de alcançar um padrão de beleza socialmente construído que pode estar gerando uma distorção da percepção da imagem corporal. Quando solicitados a indicar uma silhueta ideal 29,4% das mulheres indicaram a silhueta que representa o IMC 25, e entre os homens 33,33% indicaram a silhueta que representa IMC 22,5. A insatisfação com a imagem corporal leva as pessoas a iniciarem um programa de atividade física. As mulheres perseguem o ideal de magreza, Cachelin et al., (2002) utilizando escala de silhuetas de Stunkard et al., (1983) encontraram que as mulheres tendem a escolher silhuetas menores que a atual, resultado que se aproxima do encontrado em nosso estudo onde a maioria das mulheres escolheram duas silhuetas menores em relação a atual como silhueta ideal. Entre os homens nossos resultados se afastam dos estudos de Pope Jr et al., (1997) quando relatam que os homens, buscam ser mais fortes e volumosos, o que não ocorreu em nossa

13 13 pesquisa já que a maioria dos homens, manteve sua silhueta atual como ideal, indicando satisfação corporal. Entre os 33,33% dos homens que indicaram como silhueta atual IMC igual ou maior que 27,5 (sobrepeso), na indicação de silhueta ideal apenas 16,6% mantiveram essa silhueta como ideal, mostrando a consciência de que estando acima do peso precisam reduzir seu IMC. E os 16,66% dos homens que indicaram como silhueta atual IMC 15, na escolha de IMC ideal, 16,66% escolheram IMC 17,5kg/m2, revelando o desejo de aumentar a massa corporal. A prática de atividade física é um dos meios que pode levar os indivíduos a alcançar os corpos que idealizam. Um programa bem elaborado pode reduzir o peso corporal, como é o desejo das mulheres (DAMASCENO, 2005). Há estudos (WILLIAMS P, CASH TF, 2001) que relatam associação entre atividade física e altos níveis de satisfação corporal. O que pode ter sido o motivo do estudo não ter apresentado prevalência de insatisfação corporal, já que todos os participantes praticam atividade física. Entretanto, a prática de atividade física, pode resultar em consequências negativas em alguns casos, aumentando, nas mulheres, a preocupação com a magreza, e nos homens provocar o fenômeno conhecido como dismorfia muscular. CONCLUSÃO Podemos concluir que a maior parte dos indivíduos estudados está satisfeito com sua imagem corporal independente de gênero, segundo os resultados do BSQ. No entanto a maioria dos participantes, disse que a preocupação com o corpo faz sentir que deviam realizar atividade física, mesmo não havendo prevalência de insatisfação corporal em nosso estudo. Em relação aos resultados de insatisfação corporal segundo a classificação da escala de silhuetas para IMC ideal, ambos os sexos escolherem silhuetas dentro do IMC adequado (20 25). As mulheres desejando reduzir peso e os homens manter seu peso adequado. Podemos perceber que homens e mulheres diferem em insatisfação com o corpo, em geral os homens abaixo do peso normal gostariam de ser mais pesados, enquanto aqueles com sobrepeso gostariam de serem mais magros, em contraste as mulheres gostariam de ser mais magras mesmo quando

14 14 estão com peso adequado. O que nos leva a concluir que muitas vezes por mais que as pessoas estejam satisfeitas com seu corpo, alguns fatores podem estar sim exercendo uma pressão que faz com que as pessoas sintam que existem padrões aos quais elas devem atingir, e um dos meios para tal é a pratica de atividade física. Nós profissionais, estudiosos da promoção da saúde devemos ficar atentos, as atitudes e sinais tanto de nossos pacientes como dos alunos de academias de ginastica, pois, a prática de atividade física, em alguns casos, pode resultar em consequências negativas, aumentando, nas mulheres, a preocupação com a magreza e, nos homens, ocasionando o fenômeno conhecido como dismorfia muscular ou anorexia reversa. Dessa forma devemos incluir em nossos estudos metodologias, como aplicação do Body Shape Questionnaire Cooper et al., (1987) e escala de silhuetas que no estudo nos permitiu identificar esses sinais nos participantes da, Kakeshita (2008),pesquisa que mesmo não apresentando insatisfação corporal, com um olhar mais detalhado no resultado destes instrumentos identificamos que a mídia e sociedade influenciam as pessoas desejarem um tipo físico ideal. E quanto mais cedo identificarmos essas características no pacientes, podemos evitar problemas maiores, como pratica excessiva de atividade física e transtornos alimentares como bulimia e anorexia. Pois muitas vezes a frustração por não conseguir atingir esse corpo ideal pode levar à busca de meios prejudiciais a saúde para que se alcance o corpo perfeito. REFERENCIAS ALMEIDA G.A.N; SANTOS J.E.; PAISAN S.R; LOUREIRA S.R. Percepção de tamanho e forma corporal de mulheres: um estudo exploratório. Psicologia em Estudo, Maringá, v.10, n.1, p.27-35, ALVARENGA M.S, SCAGLIUSI F.B, PHILIPPI S.T. Insatisfação com a imagem corporal em universitárias brasileiras. Jornal brasileiro de Psiquiatria, v. 59 n.1 p ; 2010.

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18 18 WILLIAMS P, CASCH T.F. Effects of a circuit weight training program on the body images of college students. Int J Eat Disord, v.30 p.75-82, THOMPSON, J. K. - Body Image, Eating Disorders and Obesity. Washington D.C.: American Psychological Association, v. 31 n. 4, VARDAR E, VARDAR S. A, KURT C. Anxiety of young disordered eating behaviors. Eat Behav, v. 8 p.143-7, female athletes with VIEIRA J.L.L, AMORIM H.Z, VIEIRA L.F, AMORIM A.C, ROCHA P.G.M. Distúrbios de atitudes alimentares e distorções da imagem corporal no contexto competitivo da ginástica rítmica. Revista brasileira de Medicina do Esporte, v.15 n.6 Niterói Nov./Dec ANEXOS Anexo A - Tabela 2 - Body Shape Questionnaire resultados: Nunca Raramente Ás vezes Frequentemente Muito frequentemente Sempre BSQ Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % 1. Sentir-se 14 30,4 9 19, ,3 1 2,2 4 8,7 5 10,9 entediada faz você se preocupar com sua forma física? 2. Você tem 12 26, ,7 4 8,7 5 10,9 9 19,6 estado tão preocupada com sua forma física a ponto de sentir que deveria fazer dieta? 3. Você acha que 32 69,6 1 2,2 4 8,7 1 2,2 1 2,2 7 15,2 suas coxas, quadril ou nádegas são grande demais

19 19 para o restante de seu corpo? 4. Você tem sentido medo de ficar gorda (ou mais gorda)? 5. Você se preocupa com o fato de seu corpo não ser suficientemente firme? 6. Sentir-se satisfeita (por exemplo após ingerir uma grande refeição) faz você sentir-se gorda? 7. Você já se sentiu tão mal a respeito do seu corpo que chegou a chorar? 8. Você já evitou correr pelo fato de que seu corpo poderia balançar? 9. Estar com mulheres magras faz você se sentir preocupada em relação ao seu físico? 10. Você já se preocupou com o fato de suas coxas poderem espalhar-se quando se senta? 11. Você já se sentiu gorda, mesmo comendo uma quantidade menor de comida? 12. Você tem reparado no 10 21, ,7 5 10, , , ,9 7 15, ,7 7 15,2 4 8,7 7 15, ,8 7 15, ,1 3 6,5 2 4, ,4 3 6,5 4 8,7 2 4, ,8 2 4,3 3 6,5 1 2,2 1 2, ,7 9 19,6 2 4,3 1 2,2 1 2, ,7 3 6,5 5 10,9 1 2,2 1 2,2 3 6, , , ,7 2 4,3 4 8, , , ,6 4 8,7 2 4,3 4 8,7

20 20 físico de outras mulheres e, ao se comparar, sentese em desvantagem? 13. Pensar no seu físico interfere em sua capacidade de se concentrar em outras atividades (como por exemplo, enquanto assiste à televisão, lê ou participa de uma conversa)? 14. Estar nua, por exemplo, durante o banho, faz você se sentir gorda? 15. Você tem evitado usar roupas que a fazem notar as formas do seu corpo? 16. Você se imagina cortando fora porções de seu corpo? 17. Comer doce, bolos ou outros alimentos ricos em calorias faz você se sentir gorda? 18. Você deixou de participar de eventos sociais (como, por exemplo, festas) por sentir-se mal em relação ao seu físico? 19. Você se sente excessivamente grande e arredondada? 34 73,9 2 4,3 4 8,7 1 2,2 1 2,2 4 8, , ,1 5 10,9 1 2,2 2 4, , ,3 8 17,4 4 8,7 3 6, ,9 2 4,3 4 8, , , ,1 2 4,3 1 2, ,4 1 2,2 4 8,7 1 2,2 1 2,2 2 4, ,2 3 6, ,3 2 4,3 3 6,5

21 Você já teve vergonha do seu corpo? , ,1 2 4,3 2 4,3 3 6,5 21. A 16 34, ,7 7 15,2 4 8,7 1 2,2 8 17,4 preocupação diante do seu físico leva-lhe a fazer dieta? 22. Você se 12 26, ,4 2 4,3 1 2, sente mais contente em relação ao seu físico quando de estômago vazio (por exemplo pela manhã)? 23. Você acha 14 30, ,4 2 4,3 2 4, ,4 que seu físico atual decorre de uma falta de autocontrole? 24. Você se 18 39,1 5 10, ,5 3 6, ,9 preocupa que outras pessoas possam estar vendo dobras na sua cintura ou estômago? 25. Você acha 39 84,8 2 4,3 4 8,7 1 2,2 injusto que as outras mulheres/homens sejam mais magras (os) que você? 26. Você já 44 97,8 1 2,2 vomitou para se sentir mais magra? 27. Quando 39 84,8 2 4,3 3 6,5 1 2,2 1 2,2 acompanhada, você fica preocupada em estar ocupando muito espaço (por exemplo, sentado num sofá ou no banco de um ônibus)? 28. Você se 11 23, ,1 5 10,9 3 6,5 2 4, ,3

22 22 preocupa com o fato de estarem surgindo dobrinhas em seu corpo? 29. Ver seu reflexo (por exemplo, num espelho ou na vitrine de uma loja) faz você sentir-se mal em relação ao seu físico? 30. Você belisca áreas de seu corpo para ver o quanto há de gordura? 31. Você evita situações nas quais as pessoas possam ver seu corpo (por exemplo, vestiários ou banhos de piscina)? 32. Você toma laxantes para se sentir magra? 33. Você fica particularmente consciente do seu físico quando em companhia de outras pessoas? 34. A preocupação com seu físico faz-lhe sentir que deveria fazer exercícios? 19 41,3 8 17,4 9 19,6 2 4,3 2 4, , ,2 4 8,7 3 6, ,5 9 19,6 9 19,6 1 2,2 1 2, ,1 2 4,3 1 2,2 1 2,2 1 2, ,7 4 8,7 5 10,9 4 8,7 3 6, ,5 2 4,3 2 4,3 9 19,6 3 6, ,2

23 23 Anexo B Escala de silhuetas, Kakeshita, (2008). Anexo C - Body Shape Questionnaire, Cooper et al., (1987). Questionário sobre a imagem corporal Gostaríamos de saber como você vem se sentindo em relação à sua aparência nas últimas quatro semanas. Por favor, leia cada questão e faça um círculo apropriado. Use a legenda abaixo: 1. Nunca 4. Freqüentemente 2. Raramente 5. Muito freqüentemente 3. Às vezes 6. Sempre

24 24 Por favor, responda a todas as questões. Nas últimas quatro semanas: 1. Sentir-se entediada faz você se preocupar com sua forma física? Você tem estado tão preocupada com sua forma física a ponto de sentir que deveria fazer dieta? 3. Você acha que suas coxas, quadril ou nádegas são grande demais para o restante de seu corpo? Você tem sentido medo de ficar gorda (ou mais gorda)? Você se preocupa com o fato de seu corpo não ser suficientemente firme? Sentir-se satisfeita (por exemplo após ingerir uma grande refeição) faz você sentir-se gorda? Você já se sentiu tão mal a respeito do seu corpo que chegou a chorar? Você já evitou correr pelo fato de que seu corpo poderia balançar? Estar com mulheres magras faz você se sentir preocupada em relação ao seu físico? Você já se preocupou com o fato de suas coxas poderem espalhar-se quando se senta? Você já se sentiu gorda, mesmo comendo uma quantidade menor de comida? Você tem reparado no físico de outras mulheres e, ao se comparar, sente-se em desvantagem? 13. Pensar no seu físico interfere em sua capacidade de se concentrar em outras atividades (como por exemplo, enquanto assiste à televisão, lê ou participa de uma conversa)? Estar nua, por exemplo, durante o banho, faz você se sentir gorda? Você tem evitado usar roupas que a fazem notar as formas do seu corpo? Você se imagina cortando fora porções de seu corpo? Comer doce, bolos ou outros alimentos ricos em calorias faz você se sentir gorda? Você deixou de participar de eventos sociais (como, por exemplo, festas) por sentir-se mal em relação ao seu físico? Você se sente excessivamente grande e arredondada? Você já teve vergonha do seu corpo? A preocupação diante do seu físico leva-lhe a fazer dieta? Você se sente mais contente em relação ao seu físico quando de estômago vazio (por exemplo pela manhã)? Você acha que seu físico atual decorre de uma falta de autocontrole? Você se preocupa que outras pessoas possam estar vendo dobras na sua cintura ou estômago? Você acha injusto que as outras mulheres sejam mais magras que você? Você já vomitou para se sentir mais magra? Quando acompanhada, você fica preocupada em estar ocupando muito espaço (por exemplo, sentado num sofá ou no banco de um ônibus)? Você se preocupa com o fato de estarem surgindo dobrinhas em seu corpo? Ver seu reflexo (por exemplo, num espelho ou na vitrine de uma loja) faz você sentir-se

25 25 mal em relação ao seu físico? 30. Você belisca áreas de seu corpo para ver o quanto há de gordura? Você evita situações nas quais as pessoas possam ver seu corpo (por exemplo, vestiários ou banhos de piscina)? Você toma laxantes para se sentir magra? Você fica particularmente consciente do seu físico quando em companhia de outras pessoas? A preocupação com seu físico faz-lhe sentir que deveria fazer exercícios?