4.3 Famílias em Movimento o projeto de fazer a América. Olhar as mesmas coisas, repetidas vezes, até que elas comecem a falar por si mesmas 17

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "4.3 Famílias em Movimento o projeto de fazer a América. Olhar as mesmas coisas, repetidas vezes, até que elas comecem a falar por si mesmas 17"

Transcrição

1 4.3 Famílias em Movimento o projeto de fazer a América Olhar as mesmas coisas, repetidas vezes, até que elas comecem a falar por si mesmas 17 É uma vida, como o pessoal do campo que vai para cidade. Aqui nós nunca passamos dificuldade. Fomos para lá e tivemos que enfrentar dificuldades (José Ramella Pai de Lorena emigrante retornado). Quando começava a pensar nas trajetórias dos migrantes brasileiros lembrei-me do relato de Velho (1999) sobre seu encontro com uma descendente de imigrantes portugueses, mais exatamente, uma açoriana de 15 anos, chamada Catarina, que trabalhava numa das lanchonetes da Harvard Square. O relato de Velho é referente ao início dos anos 70 e demonstra que o projeto migratório, o fazer a América, é um sonho acalentado cujos significados são compartilhados por grupos imigrantes de diversas origens nacionais. A família, cuja história o autor relata através da jovem Catarina, tinha o projeto de melhorar de vida na América. Segundo o relato de Gilberto Velho, Catarina era uma jovem que vivia em Açores, mas quando desembarcou nos Estados Unidos não desconhecia de todo a vida na América, pela experiência em seu país de origem através do contato 18 com outros migrantes, militares americanos, viajantes e turistas. Os pais, quando migraram, vieram em busca de uma vida melhor: o pai já havia trabalhado em outros serviços e tinha um emprego white collar, enquanto a mãe cuidava da casa e tinha precários conhecimentos de inglês. Segundo Velho, a migração constituía-se num projeto que havia sido acalentado pelos quatro membros da família nuclear, dentro de uma rede de relações em que a idéia era disseminada tinham amigos, parentes e vizinhos que os haviam precedido. Nunca sofreram privações, mas o apoio de parentes de amigos foi 17 Freud, S. A história do movimento psicanalítico. Ed Standard brasileira. V. XIV, Rio de Janeiro: Imago, 1976, p

2 essencial. Enquanto os pais tinham pouco conhecimento da língua e vivenciaram de modo restrito a sociedade americana, Catarina e seu irmão freqüentaram a escola americana, aprenderam inglês rapidamente e envolveram-se num novo estilo de vida, outras experiências de descoberta, em formas de sociabilidade imprevistas, como o contato com o universo das drogas e outras aventuras compartilhadas com seus colegas de escola. Os pais não conseguiram manter a mesma relação de autoridade, pois tiveram dificuldade de lidar com padrões novos e desconhecidos. A partir dessa trajetória, Velho mostra as ambigüidades e os conflitos vivenciados por Catarina. Embora a jovem compartilhasse com sua família o projeto de fazer a América, os pais preocuparam-se com o bem estar material e os filhos queriam usufruir a sociedade e os valores americanos. Assim, o projeto migratório, vai revelando, a partir das trajetórias dos sujeitos que pode ser vivenciado de maneira diferenciada pelos indivíduos que a compartilham, ou seja, embora o projeto seja coletivo, ele não era vivido de modo totalmente homogêneo por todos. Para o autor as diferenças de interpretação ocorrem devido a particularidades de status, trajetória, e, no caso de uma família, de gênero e de geração. As trajetórias dos indivíduos ganham consistência a partir de delineamentos mais ou menos elaborados de projetos com objetivos específicos. A viabilidade de suas realizações vai depender do jogo e da interação com outros grupos individuais ou coletivos, da natureza e da dinâmica do campo de possibilidades. (Velho; 1999, p.47) Quando iniciei a pesquisa com imigrantes brasileiros em 1993, identifiquei, no caso dos migrantes valadarenses, a migração como um projeto econômico, familiar e afetivo (Assis, 1995). Ao retornar ao campo em 1999, dessa vez em Criciúma, pude observar que o projeto migratório continua muito semelhante ao das famílias açorianas analisadas por Velho ou dos valadarenses que estudei; todavia, também pude constatar vivências diferenciadas de um projeto aparentemente homogêneo de fazer a América. São essas vivências que procurarei revelar através das trajetórias de vida dos migrantes. 205

3 Voltando aos Estados Unidos, é final de dezembro, num frio inverno de Quando cheguei, juntamente com meu companheiro, estranhamos muito o frio e compreendi porque os migrantes sempre se referiam a essa época como sendo o pior período na América, pois nos sentimos tomados por uma saudade imensa do calor Brasil calor humano das relações com amigos e parentes e também dos dias quentes que anunciam o verão. Lembrei-me dos migrantes que sempre dizem que vão voltar no Natal para o Brasil e daqueles que efetivamente partem nessa época, quando acham passagem, carregados de presentes e saudades. Durante o trabalho de campo na região de Boston, embora tenha circulado por várias cidades, permaneci mais tempo em Cambridge onde fiquei na casa de amigos. Cambridge. A região em torno da universidade de Harvard, mesmo no inverno, permanece efervescente. Embora o frio não estimule muita gente a caminhar pelas ruas, mas a Harvard Square permanece colorida, charmosa e, quando começa o ano letivo, vêse gente em todos os lugares: no metrô, nas bibliotecas, nos cafés e nas ruas. Quando chegamos às lanchonetes, encontramos uma sonoridade conhecida, um burburinho que soa familiar; algumas palavras em português (do Brasil), pronunciadas entre um atendimento e outro no balcão da lanchonete, revelam que os novos imigrantes que ocupam os serviços, anteriormente realizados por açorianos, são brasileiros e outros imigrantes latinos. As trajetórias das famílias de imigrantes brasileiros assemelham-se a outras trajetórias de imigrantes que chegaram à região de Boston em busca do sonho americano. Os brasileiros constituem parte da nova onda de imigrantes, que nas últimas décadas do século XX, chegaram à Nova Inglaterra e estabeleceram-se na área de Boston. Os imigrantes brasileiros são, juntamente com outros grupos migrantes, os mais novos integrantes dessa história e, em geral, residem próximos a antigas regiões de imigração portuguesa 19. Segundo Bloeemraad (2002), a região Somerville/Cambridge conta com 19 Segundo Feldman-Bianco (1995, p ), a imigração portuguesa para o sudeste de Massachusetts iniciou-se no século XIX, durante a era das expedições das baleeiras que utilizavam a mão-de-obra masculina proveniente de Açores e Cabo Verde. A imigração em massa de famílias portuguesas (predominantemente de Açores, mas também de Madeira e Portugal continental) data do final desse século. Entre 1880 e 1930 famílias portuguesas, juntamente com outros grupos imigrantes (como ingleses, irlandeses, franco-canadense, italianos e outros), radicaram-se na região para suprir a necessidade de mãode-obra na indústria têxtil. Na década de 1920, os portugueses já eram o grupo étnico dominante no sudeste de Massachusetts. Posteriormente, entre 1960 e 1980, novas políticas migratórias do governo americano, 206

4 comércios que servem à comunidade portuguesa principalmente a região da Inman Square até uma pequena extensão da Union Square. A autora observa que recentemente essa região tem sido ocupada por comércios de brasileiros. Portanto, não é por acaso que encontramos brasileiros nessa região. As cidades de Somerville, Cambridge, Everett e Lowell, onde se concentram os imigrantes brasileiros e a maioria dos imigrantes de Criciúma, são regiões que receberam levas de imigrantes portugueses até o início dos anos 80 e construíram uma rede de pequenos comércios, igrejas e organizações de apoio aos imigrantes. Atualmente, todas as teias dessa rede (organizações de apoio, igrejas e comércios) são compartilhadas/utilizadas pelos imigrantes brasileiros e cabo-verdianos que, juntamente com dominicanos e outros latinos e asiáticos, compõem os novos imigrantes para a região. Num primeiro momento, procurei compreender como um projeto aparentemente individual ir fazer a América vincula-se a projetos familiares. Abreu-Filho (1981) realizou um estudo com famílias de camadas médias no interior mineiro e demonstrou que, embora tivessem trajetórias sociais diferentes, apresentavam homogeneidade no que se refere à questão do parentesco. O autor realizou uma análise do parentesco e criticou os estudos das sociedades modernas que reduzem o parentesco à família nuclear, propondo, ao final, que se entenda o parentesco como um domínio específico que articula um sistema de representações com um sistema de práticas. A observação de Abreu-Filho é sugestiva para pensarmos os projetos dos migrantes criciumenses, pois conforme iremos observar os projetos, mesmo individuais articulam-se a projetos familiares e quando modificam-se geram conflitos e re-arranjos nessas relações. Os relatos a seguir revelam como os migrantes criciumenses foram construindo projetos coletivos de fazer a América e a importância das redes sociais, particularmente as redes de parentesco e amizade, na realização desses projetos. Evidenciam também que homens e mulheres situam-se muitas vezes distintivamente em relação ao projeto migratório, bem como no interior da família, destacando as diferenças entre a primeira e a privilegiando a migração em cadeia, estimularam novos e sucessivos contingentes migratórios que reconstruíram os enclaves portugueses na região através da cultura da saudade. Embora esses migrantes fossem econômica e educacionalmente mais estratificados que os contingentes anteriores, a maioria começou sua vida como operários nas fábricas baseadas no trabalho intensivo (como de confecções e mecânicas) que se instalaram na região no período, caracterizado pela reestruturação da desindustrialização americana. Sobre a imigração portuguesa ver também Bloeemraad (2002). 207

5 segunda geração de migrantes. Um outro dado que emerge das trajetórias são as múltiplas ligações com o Brasil familiares, afetivas, econômicas, mais especificamente em Criciúma, revelando a constituição de um campo transnacional onde os imigrantes, que mesmo indocumentados em sua maioria, circulam entre os Estados Unidos e o Brasil. Além das viagens ao Brasil que fazem para casamentos, festas de família, festas de final de ano e férias de verão, também mandam presentes, recebem visitas, fazem investimentos envolvendo aqueles que ficaram no Brasil. Esse ir e vir ajuda a tecer essa rede de relações que procuro demonstrar através dessas trajetórias, evidenciando como se articulam, como atuam e também como se modificam. A Família Venturini A família Venturini é composta por descendentes de imigrantes italianos e espanhóis que chegaram à região de Criciúma no final do século XIX e que hoje vivencia a emigração de seus descendentes para a Europa e os Estados Unidos. A história dos ascendentes, principalmente dos italianos, é muito valorizada, e os netos ainda se lembram das histórias contadas pelos nonos e pelas nonas. A família de Lorena é uma família de classe média; o pai é um pequeno empresário e a mãe é professora aposentada. Quando iniciaram a trajetória de migração, os filhos mais velhos estavam ingressando na faculdade. Ao longo desses anos, a família espalhou-se nas cidades da região de Boston, em Massachusetts nos Estados Unidos, na Inglaterra e outros retornaram à cidade natal, que é próxima à cidade de Criciúma 20. Para reconstruir a trajetória da família Venturini, conversei com o casal José e Martina, as filhas Lorena, Patrícia, e as tias Manuela e Carmem. Embora não tenha falado com todos os integrantes da família, as entrevistas forneceram um quadro do movimento da família entre os Estados Unidos e o Brasil. 20 As cidades de Cocal, Nova Veneza, Içara, Forquilhinha, Orleans, Urussanga, Siderópolis e outras da região têm-se tornado também ponto de partida de emigrantes. 208

6 Brasileiro/a emigrante retornado Brasileiro/a emigrante nos Estados Unidos Brasileiro/a emigrante na Inglaterra Americano Brasileira/o sem experiência migratória Filho/a de emigrante nascido nos Estados Unidos Lorena A genealogia da Família Venturini revela como a família espalhou-se entre os Estados Unidos, a Inglaterra e o Brasil. Assim, podemos notar que apenas os pais e um dos filhos, depois de passarem pela experiência de migrar, retornaram para o Brasil. Os/As outros/as filhos/as construíram suas vidas e novas famílias nos Estados Unidos e na Inglaterra. A genealogia também apresenta uma primeira geração de filhos de brasileiros/as nascidos nos Estados Unidos. O irmão mais velho teve uma filha com a primeira mulher, brasileira, e a irmã casou-se com um americano e teve um filho. Os outros irmãos tiveram filhos no Brasil. Lorena é a única que, depois de ir e voltar várias vezes para os Estados Unidos, encontra-se agora na Inglaterra e logo saberemos por quê. Em 2001, quando iniciei as entrevistas com a família, dos cinco irmãos três estavam nos Estados Unidos, na região de Boston, onde se concentram os imigrantes brasileiros, os pais e um de seus irmãos estavam no Brasil como migrantes retornados e Lorena estava de malas prontas, aguardando apenas a resolução do processo de cidadania italiana do namorado para ir à Inglaterra. O destino dela modificou-se porque, em sua 209

7 última ida para os Estados Unidos, em janeiro de 2000, havia sido barrada pelo Serviço de Imigração e deportada para o Brasil. Lorena (22 anos) retornava pela quinta vez para os Estados Unidos e viajava junto com sua tia Carmem (37 anos), irmã de sua mãe, que estava indo pela primeira vez para tentar fazer a América. Ambas partiram para entrar com o passaporte italiano. Quando chegaram em New York, no aeroporto Kennedy, no momento em que passaram pelo guichê da imigração, a tia não teve problemas, passou e ficou esperando pela sobrinha. Lorena, no entanto, despertou a desconfiança do agente e foi levada para a entrevista temor de todos os que chegam ao aeroporto e passam na Imigração. Na entrevista, os agentes da imigração verificaram o passaporte italiano e, ao perceberam que ela era brasileira, pediram o seu passaporte e checaram seus dados no computador. Quando perceberam que Lorena, mesmo tendo passaporte brasileiro com visto de entrada de 10 anos, havia apresentado o passaporte italiano, colocaram o seu nome no computador e constataram que ela movimentava conta corrente e cartão de crédito nos Estados Unidos e, além disso, que tinha também outras entradas no país. Diante desses dados, confirmaram a suspeita de que ela estava utilizando o passaporte italiano para entrar no país não como turista, mas como imigrante, e ela foi deportada no mesmo dia para o Brasil. Assim, o que era aparentemente uma vantagem, a cidadania italiana, no caso de Lorena custou-lhe a deportação e a impossibilidade de voltar aos Estados Unidos. Carmem, que fazia sua primeira viagem, foi alertada por uma das comissárias que sua sobrinha havia ficado para trás e orientada a pegar suas malas e não esperar por sua sobrinha, pois ela tinha ficado presa. Lorena relata o que disseram para sua tia: tu segue a tua rota, que a galeguinha vai ser deportada, vai pro Brasil hoje. Antes da viagem, haviam combinado que, se acontecesse algum problema, era para ligar para irmã de Lorena, Patrícia, em Boston. Diante da situação, com medo de ser deportada e com pouco domínio do idioma, Carmem ligou para a sobrinha, que comprou a passagem para Boston e a orientou sobre como pegar o vôo. A irmã também avisou ao consulado brasileiro e aos pais no Brasil, mas não conseguiram falar com Lorena, só puderam esperar. Enquanto isso, Lorena passava por uma situação que a deixou indignada e humilhada. Ficou presa durante todo o dia num local fora do aeroporto e sem comunicarse com sua irmã ou com seus pais no Brasil. Além disso, saiu e voltou para o aeroporto 210

8 algemada. Segundo Lorena, a única coisa errada que fez foi tentar entrar no país para trabalhar. Os dois passaportes eram legais, então por que tanta humilhação!? Exclamou Lorena indignada com a deportação e com a impossibilidade de retornar ao país. Embora a irmã estivesse esperando para acolhê-la no seu retorno, e tivesse contratado um advogado para resolver a situação, o que ocorreu é que foi barrada no aeroporto. Lorena não conseguiu driblar a imigração e, por isso, voltou para o Brasil. Depois que retornou para o Brasil, Lorena ainda tentou tirar um visto de estudante, porém, quando chegou ao Consulado Americano, em São Paulo, e viram que havia sido deportada, os funcionários do consulado nem perguntaram por que e negaram o visto. Quando conheci Lorena, ela estava morando na casa dos pais, numa cidade próxima a Criciúma. Em seu quarto havia um mural com fotos de vários momentos de sua vida com a família e, nos últimos anos, muitas fotos nos Estados Unidos. Foi através dela que conheci as histórias de migração da família e estabeleci o contato com os pais e os outros irmãos. A trajetória de emigração da família começou com o irmão mais velho, Marcos, que emigrou em 1989 para a área de Boston e foi recebido por um parente materno. Três anos depois emigrou o restante da família. As cidades dessa região, que têm sua história marcada por levas de imigrantes que chegaram aos Estados Unidos no início do século XX até meados dos anos 1950, vivenciaram no final do século uma nova onda de imigrantes, entre os quais se inserem os imigrantes brasileiros 21. A família Venturini morou em Allston, um bairro de Boston, onde já contavam com uma pequena rede de amigos e parentes que os ajudaram nos primeiros momentos. Mais tarde, os filhos que permaneceram mudaram-se para Malden. Essas cidades, assim como Somerville, Everett, Cambridge, Framingham (Sales 1999a) e, mais recentemente, Lowell, concentram migrantes brasileiros e têm uma rede de comércio étnico, lojinhas de produtos brasileiros, agências de viagem, restaurantes e outros serviços que atendem aos imigrantes brasileiros. O período que toda a família permaneceu nos Estados Unidos foi de dois anos. Lorena tinha 14 anos na época e o irmão tinha 15 anos; nessa primeira experiência migratória, apenas estudaram. Os pais e os irmãos mais velhos trabalhavam em limpeza e 21 Bicalho (1989), Sales (1995, 1999), Assis (1995, 1999), Martes (1999), Warner Jr. (2001). 211

9 pizzaria. Ficaram por dois anos, mas o irmão do meio não se adaptou nem com o trabalho nem com a vida nos Estados Unidos e, em 1994, acabaram voltando para o Brasil. Após esse período, retornaram os pais e os três filhos mais novos e permaneceram os dois filhos mais velhos, Marcos e Patrícia, que estavam melhor estabelecidos. Marcos estava morando com Betina, sua primeira mulher, e Patrícia havia começado o namoro com um americano que, pouco mais tarde, tornou-se seu marido. O irmão mais velho, Marcos (33 anos), migrou em 1989, com apenas 19 anos, abandonando o curso de Agronomia para tentar a vida nos Estados Unidos. Assim que chegou lá, encontrou Betina, sua primeira mulher, também vinda da mesma cidade e com quem morou durante sua primeira permanência nos Estados Unidos, de 1990 a Na ocasião, Betina já estava grávida de um relacionamento anterior e Marcos assumiu a filha. A família, quando chegou aos Estados Unidos surpreendeu-se com o fato de viver com uma mulher oito anos mais velha do que ele e que já tinha uma filha; esse fato gerava conflitos entre a sua família de origem e a sua nova família constituída no contexto da migração. Quando Marcos e Betina estavam juntos, tiveram uma filha. Em 1996, o casal retornou para Criciúma para tentar ficar definitivamente, mas ele e a mulher não conseguiram acertar-se no retorno, tinham um apartamento e algum dinheiro que tinham juntado com o trabalho de ambos. Quando retornaram não conseguiram entrar em acordo com o que fazer com o dinheiro, nem em relação ao local de moradia. Marcos acabou aplicando parte do dinheiro num negócio do pai e acabaram se separando. Depois de passar um tempo no Brasil, sem definir muito o que fazer, chegou a trabalhar numa firma de cerâmica, mas não se acertou e decidiu voltar. Marcos retornou em 1999, novamente para a região de Boston, numa arriscada viagem pelo Canadá entrando ilegalmente nos Estados Unidos e deixou a ex-mulher no Brasil. Ao chegar em Boston, conheceu Mariana, que também é da região de Criciúma e estava nos Estados Unidos com a família. Começaram a namorar e casaram-se em Trabalha numa firma de construção civil como pintor e está passando pelo processo de legalização. Patrícia (30 anos), a mais velha das mulheres, emigrou em 1992 para se encontrar com a família. Na época estava com 22 anos e, assim como o irmão mais velho, abandonou o curso de Engenharia que fazia no Brasil. Quando a família resolveu retornar para o Brasil, em 1994, ela, que tinha relutado em emigrar por que não gostava do estilo Comentário: Substituir por melhor 212

10 de vida americano, decidiu ficar em Boston. Além de estar trabalhando num restaurante e ter autonomia financeira para ficar, Patrícia queria permanecer porque estava namorado um americano. O irmão Marcos também permaneceu, pois estava casado na época. Dois anos depois, Patrícia casou-se com John, um americano que era também descendente de imigrantes italianos e, através do casamento, conseguiu obter o green card. Tem um filho chamado Michael, de apenas um ano e meio, já o trouxe ao Brasil para que ele não perca o contato com a sua família de origem e o país de onde vieram sua mãe, seus tios e seus avós maternos. Foi Patrícia quem recebeu Lorena e a cunhada em todos os seus retornos aos Estados Unidos e uma tia materna que ficou lá durante um ano. Ela continua ajudando o pai e a mãe no Brasil e ainda alimenta o projeto de retornar, em algum momento, para ao país de origem. Maurício (26 anos) retornou ao Brasil em 1994 com os pais, casou-se quatro anos depois com uma namorada que arranjou assim que chegou e tem um filho de quatro anos. Segundo os pais, foi o que mais sofreu nos Estados Unidos, pois chegou com 16 anos e já começou a trabalhar pesado. Por isso, não gostou de lá e é o único dos filhos que não retornou ao país. Hoje, mora com a mulher e o filho em uma casa construída nos fundos da casa dos pais. Matheus (25 anos), o mais novo, experimentou várias idas e vindas, assim como Lorena. Fez a primeira viagem junto com a mãe quando tinha apenas 13 anos. Assim que chegou, ingressou na escola e aprendeu inglês. Em sua primeira permanência nos Estados Unidos, não trabalhou, apenas fez uns bicos. Retornou ao Brasil em 1994, junto com os pais, concluiu o ensino médio aqui, mas não quis prosseguir os estudos. Aos 16 anos, engravidou uma namorada e, após decidirem não se casar, migrou novamente para os Estados Unidos com o irmão Marcos, que também estava retornando. Trabalha com pintura, no mesmo serviço que o irmão, e atualmente mora com a irmã Patrícia, mas está querendo montar seu próprio apartamento. José (54 anos) e Martina (54 anos), os pais, emigraram em 1992, ambos com 43 anos, e retornaram em 1994 para o Brasil. O projeto de migrar começou a ser alimentado pelo filho que estava lá desde A família estava com saudades e queria juntar-se a ele. Além disso, era início dos anos 90, a crise econômica atingia a região conforme já foi destacado no histórico da cidade de Criciúma e o comércio de José estava dando prejuízo 213

11 e a situação estava difícil, conforme ele mesmo relatou. Martina emigrou primeiro, porque já era aposentada como professora e tinha mais facilidade para ir. O marido emigrou depois que conseguiu vender a loja e deixar tudo organizado no Brasil. José aguardou a mulher instalar-se com os dois filhos, alugou a casa e vendeu o carro que tinham e levou a filha caçula que havia ficado. Patrícia, a mais velha das mulheres, não queria ir e permaneceu morando com a avó e administrando as contas da casa. O casal ficou com os filhos durante dois anos nos Estados Unidos. Quando chegaram, foram recebidos pelo filho Marcos, que morava numa casa de duas famílias. Casa de duas famílias é um tipo de residência que era destinada às famílias trabalhadoras nessa região e que agora é ocupada por imigrantes. Constitui-se de uma casa de dois pavimentos e às vezes um basement (porão) que também é alugado. Assim, ele morava em cima, com a esposa e a filha e sua família morava na casa de baixo. Martina trabalhou na faxina, com uma prima da mesma cidade, que era dona do negócio, e José trabalhou na construção civil com o filho Marcos. É interessante notar que cada um tem sentimentos diferentes em relação à experiência vivida. Martina adorou a vida nos Estados Unidos e gostaria de viver lá, tendo retornado várias vezes para visitar os filhos e para acompanhar o resguardo da nora e da filha. Considera a vida lá muito mais fácil, gosta dos shoppings, dos produtos no supermercado e da autonomia que possuía. Já para José a experiência foi mais traumática: disse que a América é boa para ganhar dinheiro, mas não é um bom lugar para viver. Sentiu que lá perdeu o controle sobre a família. Os filhos tornaram-se muito independentes, aprenderam inglês mais rápido do que os pais, passaram a ganhar seu próprio dinheiro e, convivendo na sociedade americana, através da escola, já não aceitavam da mesma maneira a autoridade paterna. Os filhos menores, que estudavam em escolas americanas, aprenderam na escola que os pais não podiam bater nos filhos, quais eram seus direitos e questionavam quando o pai dizia que iria bater neles quando estavam brigando por algum motivo. Desse modo, o pai viu reduzida sua autoridade sobre os filhos. Além disso já não conseguia ter o mesmo controle e também, convívio com a família, pois trabalhava muitas horas por dia e quase não se encontrava com os filhos. Nessas horas, José relata que entrava no banho e chorava. 214

12 O retorno ao Brasil, no entanto, não significou um distanciamento em relação aos filhos, uma vez que os contatos se alimentam nas constantes vindas dos filhos, do genro, das noras e dos netos ao Brasil e nos investimentos que eles fazem para os filhos, sobretudo para as filhas que, segundo os pais, são mais organizadas para juntar dinheiro, e no cuidado das netas, que passam períodos no Brasil com os avós. Em 2001, fizeram uma grande reforma na casa para poder receber os filhos. No primeiro semestre de 2002, eles estavam envolvidos com os preparativos do casamento religioso da filha Lorena, que já se encontrava na Inglaterra, realizado em outubro do mesmo ano no Brasil. Organizaram a festa com as instruções enviadas pela filha por meio de ou telefone. O pai ficou particularmente feliz, porque Lorena casou-se no civil para levar o namorado para a Inglaterra, mas voltou ao Brasil para se casar na Igreja, com a presença da família. O casamento foi marcado para outubro de 2002 e a irmã veio dos Estados Unidos com o marido e o filho para a festa de casamento. O relato de Lorena coloca-nos questões muito interessantes sobre as redes familiares e de gênero nas migrações. O seu relato apresenta como homens e mulheres inserem-se diferentemente no processo. A trajetória dos filhos, a maneira como cada um ajuda a família e mesmo como as mulheres, tanto as filhas quanto a mãe e o pai vivenciam o processo evidenciam essas diferenças. A história da família Venturini coloca questões muito interessantes sobre as redes familiares e de gênero nas migrações, pois apresenta como homens e mulheres se inserem diferentemente no processo. Enquanto o filho mais velho, Marcos, foi o primeiro a migrar, para depois levar a família, a filha mais velha das mulheres foi a última a migrar, porque era ela quem cuidava das finanças no Brasil. Já nos Estados Unidos, foi Patrícia quem assumiu o projeto com a família de juntar dinheiro para retornar ao Brasil, pois quando chegaram perceberam que Marcos já havia formado sua família nos Estados Unidos e que não poderiam contar com ele para realizar o projeto familiar. Esse fato gerou decepção e conflito com os pais e irmãos, já que não aprovaram muito o casamento; desde que Marcos começou a namorar Betina, que era oito anos mais velha do que ele, frisou a mãe no seu depoimento, ele assumiu a mulher e a filha, que era de outro relacionamento. Por isso, embora tenha sido o primeiro a migrar e abrir caminho para o restante da família, no cotidiano em Allston, quem articulou a família em torno do projeto dos pais foi Patrícia. 215

13 Ela quem recebeu a irmã, a ex-cunhada e a tia quando decidiram migrar ou retornar aos Estados Unidos. Marcos, o irmão mais velho, retornou para os Estados Unidos, mas, mesmo assim, é por meio de Patrícia que os contatos são mantidos. Os pais, que migraram, mais velhos, tiveram experiências diferentes em relação aos filhos, principalmente o pai que sentiu que estava perdendo autoridade sobre eles. A mãe se adaptou mais à vida nos Estados Unidos, por isso gostou mais. Porém, quando o marido e o filho desejaram retornar voltou com o marido para o Brasil. O relato da família Venturini demonstra que, assim como os migrantes salvadorenhos analisados por Menjívar (2000), as mulheres criciumenses prestam diferentes tipos de ajuda em redes informais estabelecidas entre parentes e amigos. Essas redes envolvem desde emprestar dinheiro, cuidar dos/as netos/as quando os/as filhos/as saem para o trabalho, vir do Brasil para ajudar no resguardo das filhas, ajudar a encontrar trabalho, ou prestar informação sobre serviços de assistência de saúde, etc. É importante destacar que esse apoio é também emocional e afetivo. É o caso de Patrícia, por exemplo, que, quando o irmão não correspondeu às expectativas da família, assumiu o projeto migratório familiar. No caso das redes construídas pelos homens, da mesma forma que Menjívar (2000) observou com relação aos migrantes salvadorenhos, estas redes parecem mais estruturadas em torno do trabalho e da ajuda financeira, já que poucos falam de apoio emocional. É importante destacar ainda que essas redes modificam-se ao longo do processo migratório. Ao longo desses anos, a família Venturini foi estruturando-se entre os dois lugares, estabelecendo uma rede de relações onde pais e filhos redefiniram suas posições no decorrer do processo. O pai sentiu-se com menor autoridade sobre os filhos, ao mesmo tempo em que os filhos e as filhas sentiram-se com maior autonomia para decidir onde viver, mas todos sempre retornando à casa dos pais. Os mais jovens, como Lorena e Matheus, circularam mais entre os Estados Unidos e o Brasil e agora a Inglaterra, no caso de Lorena. Segundo o relato dos pais, os filhos continuaram ajudando a família, mesmo depois de estabelecidos no exterior. Em contrapartida, são os pais que administram os investimentos e também cuidam das netas quando estas vêm ao Brasil. 216

14 Quando fui à casa de Martina e José para entrevistá-los, estavam organizando-se para receber as netas para passar uma temporada no Brasil e assim dar uma ajuda para a ex-nora, que continuava morando sozinha e não tinha com quem deixar as filhas quando entram em férias. O relato da família Venturini será complementado por relatos de outras famílias migrantes e por migrantes solteiros da região de Criciúma. São homens e mulheres que migraram em diferentes momentos entre o final da década 80 e início da década de 90. Através de seus relatos, pretendo demonstrar como foram sendo construídas as redes de migração e como estas se modificam ao longo do tempo. Nos Estados Unidos, os imigrantes foram localizados a partir dos endereços coletados com parentes e amigos em Criciúma. A Família Cruz l Brasileiro/a emigrante nos Estados Unidos Brasileiro sem experiência migratória Filha de emigrante nascida nos Estados Unidos Letícia 217

15 A família Cruz, assim como a família Ramella, espalhou-se por algumas cidades da região de Boston. O primeiro a migrar foi o irmão mais velho, que partiu para fazer a América, em 1986, dirigindo-se a Allston/Brighton, em Boston. A irmã Letícia migrou em 1995 e os outros irmãos e a mãe vieram nos anos seguintes. Depois de residir com o irmão, foram morar em Somerville, Cambridge e Everett. Apenas o pai, que permaneceu em Criciúma, nunca passou pela experiência migratória. Durante o trabalho de campo em Boston, consegui falar com Letícia e seu filho, Fábio, sua mãe, Laura, e a irmã Alessandra, e o irmão mais novo Carlos e a esposa. Não conversei com os dois irmãos mais velhos, porque um morava numa cidade distante de Boston e Cláudio, o primeiro a migrar, não consegui contatar. Cláudio, o irmão mais velho, migrou solteiro com o objetivo de fazer a vida, ligava sempre para a família e convidava a irmã e o irmão para migrarem, mas Letícia não tinha coragem de fazê-lo porque era casada e o marido não queria, e os outros irmãos não sentiam necessidade/vontade de partir. Conheci Letícia numa reunião do Grupo Mulher Brasileira. Na ocasião, estavam ocorrendo várias reuniões abertas à comunidade brasileira para discutir a situação dos imigrantes pós-atentados de 11 de setembro. Participavam da reunião: integrantes do Consulado Brasileiro e de outras associações de brasileiros, bem como advogados e autoridades americanas. Estavam todos assustados com as batidas da imigração em estabelecimentos de brasileiros. Logo que cheguei a campo, as primeiras pessoas com que conversei diziam-me que não era um bom momento para iniciar esta pesquisa, estavam todas muito assustadas com as mudanças em relação aos que tentavam ir para os Estados Unidos, com a maior dificuldade para a concessão de vistos para aqueles que pretendiam viajar, e aqueles que já estavam lá sentiram uma sensação de insegurança que nunca haviam sentido antes. Os indocumentados sentiam-se mais vulneráveis às batidas da imigração nos postos de trabalho, ao maior rigor na passagem na imigração quando da chegada nos aeroportos, uma maior dificuldade para conseguir renovar a carteira de motorista, matricular os filhos na escola, situações pelas quais nunca haviam passado, mesmo sendo ilegais. Foi nesse contexto que nos conhecemos. No entanto, em vez de demonstrar desconfiança, Letícia foi muito receptiva. Conversamos durante as reuniões e combinamos de conversar mais detalhadamente numa entrevista. 218

16 A migração familiar começou apenas quando Letícia resolveu ir ao encontro do irmão na região de Boston. Letícia mora em Somerville, e foi lá que me recebeu juntamente com o filho numa manhã fria de segunda-feira, seu dia off. Ela mora com o companheiro, numa casa que fica próxima a uma grande avenida da cidade, o que tornou mais fácil a minha localização. Peguei as indicações de ônibus e consegui descer bem próximo a sua casa. A casa, no andar térreo, era pequena, porém aconchegante; entrei pela cozinha, e Letícia logo me serviu um café com donuts e uns pães. Da cozinha seguimos para a sala, depois que tomei um café, e sentamos para conversar. O filho, que estava em casa naquele final de semana, também participou da nossa conversa. Desde que ingressou no College, mudou-se para uma cidade próxima, passa a semana numa moradia estudantil e retorna aos finais de semana para casa. Letícia migrou para os Estados Unidos em 1995, estava com 30 anos quando partiu para se encontrar com o irmão e seu filho, Fábio, tinha 10 anos. Decidiu emigrar porque havia perdido o marido numa experiência dolorosa havia se separado há apenas quatro meses, quando o marido suicidou-se. Essa experiência traumática para mãe e filho contribuiu para a decisão de migrar, pois queria esquecer aquele momento de sua vida. No Brasil, trabalhava como secretária, não tinha casa própria, ganhava pouco e pagava escola particular para o filho. A falta de perspectiva de vida em Criciúma fez com que Letícia considerasse a possibilidade de uma mudança radical de vida e, por isso, teve coragem de migrar. Assim relata: queria superar os traumas, queria mudar de vida e dar estudo para meu filho e consegui, queria fazer algo que me desse assim orgulho de mim, entende?. O irmão, Cláudio, a esperava em Boston, mais precisamente em Allston/Brigthon. Letícia contou com o apoio do pai para migrar. Quando se preparava para viajar, o pai preencheu a documentação necessária, fazendo como se estivesse dando o suporte financeiro para a viagem de turismo da filha e do neto. Com essa ajuda, o visto de turista saiu sem problemas no Consulado Americano. Mãe e filho partiram para os Estados Unidos utilizando como estratégia uma viagem num pacote turístico para Disneylândia. O passeio de nove dias foi o ritual de passagem para o status de migrante. Viagem triste, sofrida, pois Letícia estava com medo, preocupada com o futuro, enquanto o filho, aproveitava os brinquedos. Não era a primeira viagem internacional de Letícia, mas essa 219

17 era uma viagem sem volta para o Brasil, para as lembranças tristes, para a vida que deixou para trás... No relato de mãe e filho, a passagem pela Disney é o momento de entrada numa nova vida, os sentimentos em relação ao ritual de chegada através da Disney são ambíguos, pois é marcado pela tristeza das lembranças deixadas no Brasil e pela esperança de uma nova vida. No relato, ambos disseram que desejariam voltar à Disney para curtir melhor. Quando chegaram em Boston, foi um choque : a casa era uma república de jovens solteiros, onde moravam o irmão, a namorada e mais dois rapazes. Não tinha estrutura nenhuma, cama, lençóis, não parecia uma casa. Na primeira noite que passaram na casa de Brigthon, como a chamavam, dormiram no sofá da sala. Segundo Letícia, o irmão sempre foi meio largado e não ligava para a casa. No dia seguinte, saíram para comprar colchão, travesseiro, e encheram a casa de utensílios de família e não apenas de solteiros, como copos, talheres, roupas de cama, colchão, enfim, montaram uma casa. Quando partiu do Brasil, Letícia levou todas as suas economias e não tinha projeto de retorno. Nesse sentido, o seu projeto difere do de uma parcela significativa dos migrantes que, pelo menos nos primeiros tempos, pensa a migração como temporária. Letícia desejava mudar de vida, deixar para trás as lembranças, começar de novo, por isso não pensava em voltar. Chegou na América com cerca de US$ 3000,00 dólares, tendo vendido tudo o que tinha no Brasil para migrar. Foi com esse dinheiro que se manteve nos primeiros tempos e comprou o social security. Este foi conseguido através de um esquema que ela descobriu depois, o qual consistia em casar a pessoa com alguém já falecido. O número do social é verdadeiro, mas agora que ela está no processo de legalização, tem medo do que possam descobrir sobre isso, pois significa que mentiu para o governo americano. Na época, não pensava propriamente em se legalizar. Com esse documento tirou a carteira de motorista, que é fundamental nos Estados Unidos, já que é utilizada como um documento de identificação no dia-a-dia. Letícia, que praticamente não dirigia no Brasil, entrou na auto-escola, teve algumas aulas e tirou carteira em Massachusetts. Dirigir possibilitou a Letícia uma maior autonomia e também montar seu schedule de faxina. 220

18 Letícia experimentou com esses documentos, mesmos falsos, o que Sales (1999a) chamou de legitimidade da condição clandestina, pois com o social security e a carteira de motorista os imigrantes podem inserir-se no mercado de trabalho, já que os locais de trabalho não verificavam os números, ou faziam vistas grossas para os documentos ilegais. Além disso, com esses documentos, colocavam os filhos na escola, tinham acesso ao atendimento médico, sentiam-se cidadãos. Tudo isso acontecia antes dos atentados de 11 de setembro. O fato de conseguirem trabalhar com esse social security falso e ter acesso a outros serviços levava os migrantes, e nesse caso Letícia, a não se preocupar muito com a legalização, o que ocorre particularmente com quem trabalha na faxina, que tem poucas condições de se legalizar através desse trabalho. Limpando as casas americanas, um serviço no qual se concentram as brasileiras imigrantes, as mulheres conseguem um certo prestígio e bons rendimentos para o negócio, mas têm dificuldades em legalizar o status migratório. Essa observação também foi feita por Hagan (1998) e Hondagneu-Sotelo (1994) com relação a outras migrantes latinas que, por se inserirem no emprego doméstico, encontram mais dificuldade para a legalização. Hagan, analisando as redes segmentadas por gênero evidencia que as mulheres provenientes da comunidade Maya (Guatemala), que trabalham como empregadas domésticas e baby-sitters na região de Houston (Estados Unidos), têm desvantagens em relação aos homens no processo de legalização. Essas mulheres migrantes, que utilizaram as redes sociais para conseguir empregos live-in (morando no emprego), com o passar do tempo, perdem os contatos com a comunidade mais extensa e têm mais dificuldade de obter informações sobre os processos de legalização, bem como reunir a documentação que possibilite a elas aplicar 22 para o processo. Segundo a autora, os homens, sendo bem integrados dentro de sua comunidade migrante, baseada em redes, conseguem com maior facilidade não apenas as informações quanto ao processo de legalização, como também reunir a documentação necessária: recibos de aluguel, contas de telefone e energia, comprovante de que trabalharam junto aos empregadores, o que se constitui numa vantagem quando iniciam o processo de legalização. As mulheres que se legalizaram trabalhavam como diaristas (housecleaners) 22 Os imigrantes brasileiros usam o termo aplicar numa tradução literal para o português da palavra application para se referir ao processo de se submeter a qualquer seleção seja para um trabalho, seja para a legalização. 221

19 e conseguiram com algum de seus patrões que assinassem os papéis e outras casaramse beneficiando-se dos recursos provenientes de seus maridos. No caso de Letícia e de outras mulheres imigrantes latinas, como as mexicanas analisadas por Hondagneu-Sotelo (1994), que também se inserem no serviço doméstico, o problema não é que ficam isoladas da comunidade mais ampla, pois não moram live-in e sim trabalham como diaristas em várias casas por dia, o que para as brasileiras constituise num lucrativo negócio. A questão é que torna-se um tipo de serviço de difícil comprovação, pois recebem em geral em cash 23 e não têm nenhum tipo de contrato de trabalho. Além disso, as últimas leis de imigração privilegiavam as pessoas que trabalhavam em restaurantes ou padarias, o que facilitou a legalização dos homens. Letícia, como outras migrantes brasileiras, está conseguindo legalizar-se através do casamento. Ela conheceu Mário, carioca que tentava pela segunda vez a vida nos Estados Unidos, quando ainda morava na casa de Brigthon com o irmão. Mário foi procurar um quarto para alugar e acabaram juntos. Quando chegou aos Estados Unidos, Letícia estava muito traumatizada com a morte do ex-marido e permaneceu dois anos sozinha, apenas trabalhava e cuidava do filho. Em 1997, ela e Mário começaram a namorar e logo saíram da casa de Brighton para morar juntos em Somerville. Quando o processo de legalização de Mário começou a correr, através da firma de construção civil na qual trabalha, resolveram casar, pois assim poderia também incluir o filho no processo. Tudo teve que ser feito rapidamente, antes que o filho completasse 18 anos. Na época em que migrou, não fez um social security para o filho, pois ficaria muito caro e ele não precisava do documento para se matricular nas escolas públicas. Mais tarde, tentou legalizá-lo através do irmão. O irmão, que já era legalizado, iria adotar o sobrinho, mas perdeu de entrar com o processo por causa da idade completou 14 anos antes de entrar com o processo. Agora, quando o filho terminou a High School e desejava ingressar no College, o status de residência legal tornou-se uma barreira efetiva para prosseguir os estudos. Por causa da falta de documentos, Fábio não pôde concorrer à bolsa de estudos, e Letícia está custeando esses gastos. O problema de Fábio é enfrentado por vários jovens brasileiros sem residência legal, que tentam seguir seus estudos. Dessa forma, através da legalização de Letícia, Fábio garante a sua permanência no College e 23 Pagamento à vista, em dinheiro. 222

20 poderá concorrer a uma bolsa de estudos. O filho não tem projeto de retornar ao Brasil, a não ser para passear, fala inglês fluentemente e tem uma namorada americana, o que não é muito comum entre os adolescentes brasileiros. A questão enfrentada por Fábio tem se tornado um problema relevante para a comunidade brasileira, pois seus filhos, que não são legalizados ou não nasceram no país, e portanto não tem a cidadania americana, quando tentam ingressar no College não conseguem entrar nos programas de bolsa de estudos 24. Assim, o crescimento da comunidade e a constituição de uma segunda geração, bem como a ampliação do tempo de permanência tem colocado de maneira mais significativa a questão da legalização, bem como o maior rigor da polícia e da imigração com relação aos documentos falsos, depois dos atentados de 11 de setembro. Por isso, Letícia, que não pensa em retornar ao Brasil, a não ser para passear e seu filho também, deseja muito legalizar-se para poder viver nos Estados Unidos sem a ameaça/o temor da deportação. Dois anos depois que Letícia havia se estabelecido na casa do irmão mais velho, 1997, emigraram sua mãe, Laura, que tinha 54 anos, em 1997, e Alessandra, que era sua irmã mais nova e estava com dezoito anos quando foi morar na mesma casa em Brigthon. Em 1999, veio o irmão André, que estava com 33 anos, tinha um negócio de seguros e trabalhava também com o pai, era casado e deixou mulher e dois filhos para trazê-los em seguida. Todos moraram na casa do irmão mais velho por um tempo, mas aos poucos a irmã saiu e os outros irmãos também. No entanto, foi em torno de Letícia que se estruturaram, foi Letícia quem colocou todos para trabalhar na faxina, até arranjarem 24 Conforme observa Sales e Loureiro (2003, p.29) em nível federal, dois dispositivos legais do Código Civil dos EUA aprovados em 1996, a saber o 8 U.S.C e o 8 U.S.C. 1621, tornaram mais difícil o acesso do estudante indocumentado à universidade. O primeiro estabelece que um Estado não poderá estender ao não-nacional ilegalmente presente nos Estados Unidos determinados benefícios locais e estaduais, inclusive aqueles relativos à educação pós-secundária, a menos que o mesmo benefício seja estendido aos cidadãos ou nacionais não-residentes naquele Estado (...) Por sua vez, o 8 U.S.C 1621 também estabelece que imigrantes indocumentados não fazem jus a benefícios estaduais ou locais relativos à educação pós-secundária. As autoras ainda observam que, embora não haja uma proibição explícita para que imigrantes indocumentados freqüentem a Universidade ou College, essas instituições dificultam a conquista de um diploma universitário, não apenas pelo valor das anuidades de não-residente, mas também porque, embora não exijam a comprovação de regularidade imigratória no momento da matrícula, em algumas instituições, exigem no momento de conclusão do curso, sem o que o diploma não será emitido. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, tais medidas tornaram-se mais restritivas e inclusive projetos de lei que tramitavam para possibilitar o acesso de estudantes indocumentados ao ensino superior estão parados, pois não há um sentimento favorável ao imigrante, nesse momento, nos Estados Unidos. 223

JOSÉ DE SOUZA CASTRO 1

JOSÉ DE SOUZA CASTRO 1 1 JOSÉ DE SOUZA CASTRO 1 ENTREGADOR DE CARGAS 32 ANOS DE TRABALHO Transportadora Fácil Idade: 53 anos, nascido em Quixadá, Ceará Esposa: Raimunda Cruz de Castro Filhos: Marcílio, Liana e Luciana Durante

Leia mais

HERÓIS SEM ROSTOS - A Saga do Imigrante para os EUA Autor: Dirma Fontanezzi - dirma28@hotmail.com

HERÓIS SEM ROSTOS - A Saga do Imigrante para os EUA Autor: Dirma Fontanezzi - dirma28@hotmail.com HERÓIS SEM ROSTOS - A Saga do Imigrante para os EUA Autor: Dirma Fontanezzi - dirma28@hotmail.com TRECHO: A VOLTA POR CIMA Após me formar aos vinte e seis anos de idade em engenharia civil, e já com uma

Leia mais

Transcriça o da Entrevista

Transcriça o da Entrevista Transcriça o da Entrevista Entrevistadora: Valéria de Assumpção Silva Entrevistada: Ex praticante Clarice Local: Núcleo de Arte Grécia Data: 08.10.2013 Horário: 14h Duração da entrevista: 1h COR PRETA

Leia mais

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses Estudo de Caso Cliente: Rafael Marques Duração do processo: 12 meses Coach: Rodrigo Santiago Minha idéia inicial de coaching era a de uma pessoa que me ajudaria a me organizar e me trazer idéias novas,

Leia mais

COMO É O SISTEMA DE ENSINO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CANADÁ

COMO É O SISTEMA DE ENSINO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CANADÁ COMO É O SISTEMA DE ENSINO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CANADÁ Uma das principais preocupações de casais que pretendem morar no Canadá levando os filhos diz respeito à educação das crianças e adolescentes

Leia mais

COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações

COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações R E A L I Z A Ç Ã O A P O I O COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações

Leia mais

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo Palestrante: Pedro Quintanilha Freelapro Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo Quem sou eu? Eu me tornei um freelancer

Leia mais

Informações Acadêmicas - Intercâmbio

Informações Acadêmicas - Intercâmbio Destino (Cidade/País): Toulouse, França Nome: Gustavo Linari Rodrigues Informações Acadêmicas FEA Administração Graduação Diurno Economia Pós Noturno Contabilidade Atuaria Informações Acadêmicas - Intercâmbio

Leia mais

EB-5 GREEN CARD PARA INVESTIDORES

EB-5 GREEN CARD PARA INVESTIDORES Mude-se para os EUA Hoje! PORT EB-5 GREEN CARD PARA INVESTIDORES Todas as pessoas conhecem clientes, amigos ou parentes que possuem o desejo de se mudar para os Estados Unidos, especialmente para a Flórida.

Leia mais

GRITO PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE SÃO PAULO

GRITO PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE SÃO PAULO Apresentação Esta cartilha representa um grito dos educadores, dos estudantes, dos pais, dos trabalhadores e da sociedade civil organizada em defesa da educação pública de qualidade, direito de todos e

Leia mais

Os dois foram entrando e ROSE foi contando mais um pouco da história e EDUARDO anotando tudo no caderno.

Os dois foram entrando e ROSE foi contando mais um pouco da história e EDUARDO anotando tudo no caderno. Meu lugar,minha história. Cena 01- Exterior- Na rua /Dia Eduardo desce do ônibus com sua mala. Vai em direção a Rose que está parada. Olá, meu nome é Rose sou a guia o ajudara no seu projeto de história.

Leia mais

Família. Escola. Trabalho e vida econômica. Vida Comunitária e Religião

Família. Escola. Trabalho e vida econômica. Vida Comunitária e Religião Família Qual era a profissão dos seus pais? Como eles conciliavam trabalho e família? Como era a vida de vocês: muito apertada, mais ou menos, ou viviam com folga? Fale mais sobre isso. Seus pais estudaram

Leia mais

Nº 14 - Set/15. PRESTA atenção. egresso

Nº 14 - Set/15. PRESTA atenção. egresso Nº 14 - Set/15 PRESTA atenção egresso! Apresentação Após passar anos dentro de uma penitenciária, finalmente chega o momento de liberdade. Ao mesmo tempo que o corpo é tomado por uma alegria, é também

Leia mais

Não é o outro que nos

Não é o outro que nos 16º Plano de aula 1-Citação as semana: Não é o outro que nos decepciona, nós que nos decepcionamos por esperar alguma coisa do outro. 2-Meditação da semana: Floresta 3-História da semana: O piquenique

Leia mais

Anexo 2.1 - Entrevista G1.1

Anexo 2.1 - Entrevista G1.1 Entrevista G1.1 Entrevistado: E1.1 Idade: Sexo: País de origem: Tempo de permanência 51 anos Masculino Cabo-verde 40 anos em Portugal: Escolaridade: Imigrações prévias : São Tomé (aos 11 anos) Língua materna:

Leia mais

Para a grande maioria das. fazer o que desejo fazer, ou o que eu tenho vontade, sem sentir nenhum tipo de peso ou condenação por aquilo.

Para a grande maioria das. fazer o que desejo fazer, ou o que eu tenho vontade, sem sentir nenhum tipo de peso ou condenação por aquilo. Sonhos Pessoas Para a grande maioria das pessoas, LIBERDADE é poder fazer o que desejo fazer, ou o que eu tenho vontade, sem sentir nenhum tipo de peso ou condenação por aquilo. Trecho da música: Ilegal,

Leia mais

05/12/2006. Discurso do Presidente da República

05/12/2006. Discurso do Presidente da República , Luiz Inácio Lula da Silva, no encerramento da 20ª Reunião Ordinária do Pleno Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Palácio do Planalto, 05 de dezembro de 2006 Eu acho que não cabe discurso aqui,

Leia mais

Portugués PROBA DE CERTIFICACIÓN DE NIVEL INTERMEDIO. Expresión oral ... / 25. Tarefa 1 Interacción / 12,5. Tarefa 2 Monólogo / 12,5 PUNTUACIÓN

Portugués PROBA DE CERTIFICACIÓN DE NIVEL INTERMEDIO. Expresión oral ... / 25. Tarefa 1 Interacción / 12,5. Tarefa 2 Monólogo / 12,5 PUNTUACIÓN Apelidos e nome da persoa candidata:... PROBA DE CERTIFICACIÓN DE NIVEL INTERMEDIO Portugués PUNTUACIÓN Tarefa 1 Interacción / 12,5 Tarefa 2 Monólogo / 12,5... / 25 TAREFA 1 (INTERAÇÃO) - FICHA 1A Tempo

Leia mais

Proposta de Lei da Imigração Inovações que mudam a vida das pessoas

Proposta de Lei da Imigração Inovações que mudam a vida das pessoas da Imigração Inovações que mudam a vida das pessoas Fui expulso, mas tenho um filho menor a cargo a viver em Portugal. Podem recusar-me a entrada? Sim. A residência de filhos menores em Portugal é apenas

Leia mais

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock ABCEducatio entrevista Sílvio Bock Escolher uma profissão é fazer um projeto de futuro A entrada do segundo semestre sempre é marcada por uma grande preocupação para todos os alunos que estão terminando

Leia mais

Relatório de Atividades do Trabalho Social Residencial Recanto dos Pássaros Limeira/SP

Relatório de Atividades do Trabalho Social Residencial Recanto dos Pássaros Limeira/SP Relatório de Atividades do Trabalho Social Residencial Recanto dos Pássaros Limeira/SP A Secretaria Municipal da Habitação de Limeira realizou entre os dias 29/04 e 10/05/2014 uma série de encontros com

Leia mais

Na faculdade (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") fui muito bem recebida, a professora que me orientou esteve sempre disponível, os

Na faculdade (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) fui muito bem recebida, a professora que me orientou esteve sempre disponível, os O que me levou a participar no programa de mobilidade foi a vontade de sair do país, aproveitando as oportunidades daí decorrentes, para ver como é lá fora, poder ter um termo de comparação, além da oportunidade

Leia mais

Material: Uma copia do fundo para escrever a cartinha pra mamãe (quebragelo) Uma copia do cartão para cada criança.

Material: Uma copia do fundo para escrever a cartinha pra mamãe (quebragelo) Uma copia do cartão para cada criança. Radicais Kids Ministério Boa Semente Igreja em células Célula Especial : Dia Das mães Honrando a Mamãe! Principio da lição: Ensinar as crianças a honrar as suas mães. Base bíblica: Ef. 6:1-2 Texto chave:

Leia mais

Meu nome é José Guilherme Monteiro Paixão. Nasci em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, Estado do Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1957.

Meu nome é José Guilherme Monteiro Paixão. Nasci em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, Estado do Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1957. Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008 IDENTIFICAÇÃO Meu nome é José Guilherme Monteiro Paixão. Nasci em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, Estado do Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1957. FORMAÇÃO

Leia mais

Marketing Educacional como manter e captar novos alunos

Marketing Educacional como manter e captar novos alunos Marketing Educacional como manter e captar novos alunos Baiard Guggi Carvalho Publicitário, consultor em marketing educacional e em tecnologia aplicada à educação N os dias de hoje, se perguntarmos para

Leia mais

UNIDADE LETIVA 2 ANEXO 1

UNIDADE LETIVA 2 ANEXO 1 UNIDADE LETIVA 2 ANEXO 1 HISTÓRIAS COM GENTE DENTRO REFUGIADOS À procura da paz Testemunho de Ibraim (nome fictício) O meu nome é Ibraim, sou natural de um país africano, tenho 25 anos, e estou alojado

Leia mais

BOLETIM INFORMATIVO MAR/ABRIL 2013 [Edição 6]

BOLETIM INFORMATIVO MAR/ABRIL 2013 [Edição 6] BOLETIM INFORMATIVO MAR/ABRIL 2013 [Edição 6] O tema central desta edição do Boletim Informativo será a Psicologia Infantil. A Psicologia Infantil é a área da Psicologia que estuda o desenvolvimento da

Leia mais

Segundo Relatório de Intercâmbio de Longa Duração

Segundo Relatório de Intercâmbio de Longa Duração Segundo Relatório de Intercâmbio de Longa Duração Carlos Araujo RCRJ/Nova Iguaçu Odense, Danmark. Ainda depois de 4 meses na Dinamarca, este país ainda consegue fazer surpresas. Desde de agosto, a minha

Leia mais

Logo, fiquem atentos às nossas instruções para que tudo ocorra dentro da normalidade.

Logo, fiquem atentos às nossas instruções para que tudo ocorra dentro da normalidade. Papai e Mamãe, A Escola Bem-Me-Quer apresenta esta cartilha para que vocês possam tornar a adaptação do seu (sua) filho (a) mais tranquila e sem traumas. Mas para isso, é necessário que vocês sigam direitinho

Leia mais

Sou Helena Maria Ferreira de Morais Gusmão, Cliente NOS C827261492, Contribuinte Nr.102 297 878 e venho reclamar o seguinte:

Sou Helena Maria Ferreira de Morais Gusmão, Cliente NOS C827261492, Contribuinte Nr.102 297 878 e venho reclamar o seguinte: Exmos. Senhores. Sou Helena Maria Ferreira de Morais Gusmão, Cliente NOS C827261492, Contribuinte Nr.102 297 878 e venho reclamar o seguinte: Sou cliente desde a época da TVTel nunca, até hoje, mudei de

Leia mais

país. Ele quer educação, saúde e lazer. Surge então o sindicato cidadão que pensa o trabalhador como um ser integrado à sociedade.

país. Ele quer educação, saúde e lazer. Surge então o sindicato cidadão que pensa o trabalhador como um ser integrado à sociedade. Olá, sou Rita Berlofa dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Brasil, filiado à Contraf e à CUT. Quero saudar a todos os trabalhadores presentes e também àqueles que, por algum motivo, não puderam

Leia mais

200 Opportunities to Discover PORTUGUESE. www.second-language-now.com

200 Opportunities to Discover PORTUGUESE. www.second-language-now.com BASIC QUESTIONS 200 Opportunities to Discover PORTUGUESE Basic Questions - Portuguese TABLE OF CONTENTS 1. SABE?...3 2. COMO?...4 3. QUANTO TEMPO?...5 4. QUANTOS?...6 5. QUANTO?...7 6. COM QUE FREQUÊNCIA?...8

Leia mais

coleção Conversas #6 Respostas que podem estar passando para algumas perguntas pela sua cabeça.

coleção Conversas #6 Respostas que podem estar passando para algumas perguntas pela sua cabeça. coleção Conversas #6 Eu Posso com a s fazer próprias justiça mãos? Respostas para algumas perguntas que podem estar passando pela sua cabeça. A Coleção CONVERSAS da Editora AfroReggae nasceu com o desejo

Leia mais

Empresário. Você curte moda? Gosta de cozinhar? Não existe sorte nos negócios. Há apenas esforço, determinação, e mais esforço.

Empresário. Você curte moda? Gosta de cozinhar? Não existe sorte nos negócios. Há apenas esforço, determinação, e mais esforço. Empresário Não existe sorte nos negócios. Há apenas esforço, determinação, e mais esforço. Sophie Kinsella, Jornalista Econômica e autora Você curte moda? Gosta de cozinhar? Ou talvez apenas goste de animais?

Leia mais

INQ Já alguma vez se sentiu discriminado por ser filho de pais portugueses?

INQ Já alguma vez se sentiu discriminado por ser filho de pais portugueses? Transcrição da entrevista: Informante: nº15 Célula: 5 Data da gravação: Agosto de 2009 Geração: 2ª Idade: 35 Sexo: Masculino Tempo de gravação: 10.24 minutos INQ Já alguma vez se sentiu discriminado por

Leia mais

5 Dicas Testadas para Você Produzir Mais na Era da Internet

5 Dicas Testadas para Você Produzir Mais na Era da Internet 5 Dicas Testadas para Você Produzir Mais na Era da Internet Uma das verdades absolutas sobre Produtividade que você precisa saber antes de seguir é entender que se ocupar não é produzir. Não sei se é o

Leia mais

Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após encontro com a Senadora Ingrid Betancourt

Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após encontro com a Senadora Ingrid Betancourt Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após encontro com a Senadora Ingrid Betancourt São Paulo-SP, 05 de dezembro de 2008 Presidente: A minha presença aqui

Leia mais

COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO

COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO Por que ler este livro? Você já escutou histórias de pessoas que ganharam muito dinheiro investindo, seja em imóveis ou na Bolsa de Valores? Após ter escutado todas essas

Leia mais

APÊNDICE. Planejando a mudança. O kit correto

APÊNDICE. Planejando a mudança. O kit correto APÊNDICE Planejando a mudança No capítulo 11, trabalhamos o estabelecimento de um objetivo claro para a mudança. Agora, você está repleto de ideias e intenções, além de uma série de estratégias de mudança

Leia mais

"Brasil é um tipo de país menos centrado nos EUA"

Brasil é um tipo de país menos centrado nos EUA "Brasil é um tipo de país menos centrado nos EUA" Neill Lochery, pesquisador britânico, no seu livro Brasil: os Frutos da Guerra mostrou os resultados da sua investigação histórica de um dos períodos mais

Leia mais

Há 4 anos. 1. Que dificuldades encontra no seu trabalho com os idosos no seu dia-a-dia?

Há 4 anos. 1. Que dificuldades encontra no seu trabalho com os idosos no seu dia-a-dia? Entrevista A13 I Experiência no lar Há quanto tempo trabalha no lar? Há 4 anos. 1 Qual é a sua função no lar? Encarregada de Serviços Gerais. Que tarefas desempenha no seu dia-a-dia? O contacto directo

Leia mais

RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA. Dados do Intercâmbio

RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA. Dados do Intercâmbio RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA Nome: Gustavo Araujo Costa No. USP 6806191 Curso ECA: Relações Públicas Dados do Intercâmbio Universidade:Universidad Carlos III de Madrid Curso: Doble grado Comunicación

Leia mais

LUNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA PRO - REITORIA DE GRADUAÇÃO ASSESSORIA PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS

LUNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA PRO - REITORIA DE GRADUAÇÃO ASSESSORIA PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS LUNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA PRO - REITORIA DE GRADUAÇÃO ASSESSORIA PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS RELATÓRIO SOBRE INTERCÂMBIO ACADÊMICO REALIZADO NA UNIVERSIDADE DO MINHO, GUIMARÃES - PORTUGAL NOME:

Leia mais

Desafio para a família

Desafio para a família Desafio para a família Família é ideia de Deus, geradora de personalidade, melhor lugar para a formação do caráter, da ética, da moral e da espiritualidade. O sonho de Deus para a família é que seja um

Leia mais

Os encontros de Jesus. sede de Deus

Os encontros de Jesus. sede de Deus Os encontros de Jesus 1 Jo 4 sede de Deus 5 Ele chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, que ficava perto das terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. 6 Ali ficava o poço de Jacó. Era mais ou

Leia mais

Planejamento para casamento Checklist. Casamento meu com o:

Planejamento para casamento Checklist. Casamento meu com o: Planejamento para casamento Checklist Esta checklist contém as principais questões a serem resolvidas até o grande dia. Vá respondendo e marcando os itens à medida que eles forem decididos. Revise sempre

Leia mais

Roteiro VcPodMais#005

Roteiro VcPodMais#005 Roteiro VcPodMais#005 Conseguiram colocar a concentração total no momento presente, ou naquilo que estava fazendo no momento? Para quem não ouviu o programa anterior, sugiro que o faça. Hoje vamos continuar

Leia mais

Consumidor e produtor devem estar

Consumidor e produtor devem estar A produção científica tem um produtor e um consumidor e, evidentemente, todo produtor é também um consumidor: quanto melhor consumidor ele for, melhor será como produtor. Há pesquisas em psicologia que

Leia mais

Ficha Técnica: Design e Impressão Mediana Global Communication

Ficha Técnica: Design e Impressão Mediana Global Communication Uma Cidade para Todos Ficha Técnica: Design e Impressão Mediana Global Communication Colaboração Nuno Oliveira, coordenador do Serviço de Psicologia do 1º ciclo do Ensino Básico da EMEC - Empresa Municipal

Leia mais

O DIA EM QUE O KLETO ACHOU DINHEIRO

O DIA EM QUE O KLETO ACHOU DINHEIRO 1 2 O DIA EM QUE O KLETO ACHOU DINHEIRO Rubens Balestro O achado O Kleto era um menino que morava no interior, numa casa de material que ficava na beira de uma estrada. Ele não era rico, mas não era pobre

Leia mais

Migrações O vaivém da população pelo mundo. Mapa que indica os principais destinos de migrantes (países maiores- distorção)

Migrações O vaivém da população pelo mundo. Mapa que indica os principais destinos de migrantes (países maiores- distorção) Migrações O vaivém da população pelo mundo Mapa que indica os principais destinos de migrantes (países maiores- distorção) Migração ou Movimento Populacional: Ocorre o tempo todo no mundo Pessoas mudam-se

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade Pergunte a um gestor de qualquer nível hierárquico qual foi o instante em que efetivamente ele conseguiu obter a adesão de sua equipe aos processos

Leia mais

Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008

Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008 Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008 IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Alexandre da Silva França. Eu nasci em 17 do sete de 1958, no Rio de Janeiro. FORMAÇÃO Eu sou tecnólogo em processamento de dados. PRIMEIRO DIA

Leia mais

44% 56% 67.896 respostas no Brasil. 111.432 respostas na América Latina. 0,5% Margem de erro. Metodologia e Perfil. homens.

44% 56% 67.896 respostas no Brasil. 111.432 respostas na América Latina. 0,5% Margem de erro. Metodologia e Perfil. homens. Brasil A pesquisa em 2015 Metodologia e Perfil 111.432 respostas na América Latina 44% homens 67.896 respostas no Brasil 0,5% Margem de erro 56% mulheres * A pesquisa no Uruguai ainda está em fase de coleta

Leia mais

USANDO A REDE SOCIAL (FACEBOOK) COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

USANDO A REDE SOCIAL (FACEBOOK) COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM Introdução USANDO A REDE SOCIAL (FACEBOOK) COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM Paula Priscila Gomes do Nascimento Pina EEEFM José Soares de Carvalho EEEFM Agenor Clemente dos Santos paulapgnascimento@yahoo.com.br

Leia mais

Identificação do projeto

Identificação do projeto Seção 1 Identificação do projeto ESTUDO BÍBLICO Respondendo a uma necessidade Leia Neemias 1 Neemias era um judeu exilado em uma terra alheia. Alguns dos judeus haviam regressado para Judá depois que os

Leia mais

RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA. Dados do Intercâmbio

RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA. Dados do Intercâmbio RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA Nome: Daniel Monteiro Santa Cruz No. USP 6440451 Curso ECA: Publicidade e Propaganda Dados do Intercâmbio Universidade: Universidad Carlos III de Madrid Curso: Comunicação

Leia mais

f r a n c i s c o d e Viver com atenção c a m i n h o Herança espiritual da Congregação das Irmãs Franciscanas de Oirschot

f r a n c i s c o d e Viver com atenção c a m i n h o Herança espiritual da Congregação das Irmãs Franciscanas de Oirschot Viver com atenção O c a m i n h o d e f r a n c i s c o Herança espiritual da Congregação das Irmãs Franciscanas de Oirschot 2 Viver com atenção Conteúdo 1 O caminho de Francisco 9 2 O estabelecimento

Leia mais

Escritório de Carreiras PUCRS - Carreira Internacional

Escritório de Carreiras PUCRS - Carreira Internacional ESTUDO/ TRABALHO: 1. Qual critério que devo utilizar para escolher o meu local de estudo/trabalho? Quando chega o momento de escolher o local de estudo/ trabalho devemos considerar alguns pontos importantes.

Leia mais

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Indicadores CNI RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Previdência 20 Maioria dos brasileiros apoia mudanças na previdência Sete em cada dez brasileiros reconhecem que o sistema previdenciário brasileiro apresenta

Leia mais

Áustria Viena. Foi uma grande surpresa o facto de todos os alunos andarem descalços ou de pantufas.

Áustria Viena. Foi uma grande surpresa o facto de todos os alunos andarem descalços ou de pantufas. Áustria Viena Foi uma grande surpresa o facto de todos os alunos andarem descalços ou de pantufas. Apenas fui assistir a uma aula, que acabou por não ser dada devido à presença dos alunos estrangeiros

Leia mais

Dedico este livro a todas as MMM S* da minha vida. Eu ainda tenho a minha, e é a MMM. Amo-te Mãe!

Dedico este livro a todas as MMM S* da minha vida. Eu ainda tenho a minha, e é a MMM. Amo-te Mãe! Dedico este livro a todas as MMM S* da minha vida. Eu ainda tenho a minha, e é a MMM. Amo-te Mãe! *MELHOR MÃE DO MUNDO Coaching para Mães Disponíveis, www.emotionalcoaching.pt 1 Nota da Autora Olá, Coaching

Leia mais

Informações Acadêmicas - Intercâmbio

Informações Acadêmicas - Intercâmbio Destino (Cidade/País): Madrid, Espanha Nome: Alessandro Pedreira Crestani Informações Acadêmicas FEA Administração Graduação Diurno Economia Pós Noturno Contabilidade Atuaria Informações Acadêmicas - Intercâmbio

Leia mais

A partir de agora nossa comunicação será muito freqüente e se dará através de e-mails e do site Aerotur: www.aerotur.com.br/aeroteen.

A partir de agora nossa comunicação será muito freqüente e se dará através de e-mails e do site Aerotur: www.aerotur.com.br/aeroteen. Caros Passageiros e Pais, SEJAM BEM VINDOS À AEROTUR DISNEY 2013! A Viagem já começou no momento em que você fez a sua inscrição e nós temos a certeza de que todos estão vivendo momentos de muitos sonhos,

Leia mais

Ambos os métodos possuem vantagens e desvantagens, por isso deve se analisar cada caso para decidir qual o mais apropriado.

Ambos os métodos possuem vantagens e desvantagens, por isso deve se analisar cada caso para decidir qual o mais apropriado. Módulo 4 Como Organizar a Pesquisa O questionário e a observação são dois métodos básicos de coleta de dados. No questionário os dados são coletados através de perguntas, enquanto que no outro método apenas

Leia mais

Informações e instruções para os candidatos

Informações e instruções para os candidatos A preencher pelo candidato: Nome: Nº de inscrição: Documento de identificação: Nº: Local de realização da prova: A preencher pelo avaliador: Classificação final: Ass: Informações e instruções para os candidatos

Leia mais

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti Jogos Redes Sociais e Econômicas Prof. André Vignatti Teoria dos Jogos Neste curso, queremos olhar para redes a partir de duas perspectivas: 1) uma estrutura subjacente dos links de conexão 2) o comportamentos

Leia mais

Celebre este natal e ano novo junto aos seus amigos e familiares distantes.

Celebre este natal e ano novo junto aos seus amigos e familiares distantes. Celebre este natal e ano novo junto aos seus amigos e familiares distantes. Receba fotos e mensagens deles na TV de sua casa em tempo real e sem custo, não se preocupe mais com a distância! A festa será

Leia mais

A Cura de Naamã - O Comandante do Exército da Síria

A Cura de Naamã - O Comandante do Exército da Síria A Cura de Naamã - O Comandante do Exército da Síria Samaria: Era a Capital do Reino de Israel O Reino do Norte, era formado pelas 10 tribos de Israel, 10 filhos de Jacó. Samaria ficava a 67 KM de Jerusalém,

Leia mais

Anna Júlia Pessoni Gouvêa, aluna do 9º ano B

Anna Júlia Pessoni Gouvêa, aluna do 9º ano B DEPOIMENTOS A experiência que tive ao visitar o Centro Islâmico de Campinas foi diferente e única. É fascinante conhecer novas culturas e outras religiões, poder ver e falar com outro povo e sentir o que

Leia mais

Educação Financeira: Uma questão de Valores? Ricardo Nogueira Patrícia Otero

Educação Financeira: Uma questão de Valores? Ricardo Nogueira Patrícia Otero Educação Financeira: Uma questão de Valores? Ricardo Nogueira Patrícia Otero Eixo Temático: Educação Financeira Histórico 1. Encontro com os professores para discussão dos conceitos ligados a Educação

Leia mais

Respostas dos alunos para perguntas do Ciclo de Debates

Respostas dos alunos para perguntas do Ciclo de Debates Respostas dos alunos para perguntas do Ciclo de Debates 1º ano do Ensino Fundamental I O que você gosta de fazer junto com a sua mã e? - Dançar e jogar um jogo de tabuleiro. - Eu gosto de jogar futebol

Leia mais

coleção Conversas #7 - ABRIL 2014 - f o? Respostas que podem estar passando para algumas perguntas pela sua cabeça.

coleção Conversas #7 - ABRIL 2014 - f o? Respostas que podem estar passando para algumas perguntas pela sua cabeça. Eu quero não parar coleção Conversas #7 - ABRIL 2014 - de consigo.o usar que eu drogas f o? aç e Respostas para algumas perguntas que podem estar passando pela sua cabeça. A Coleção CONVERSAS da Editora

Leia mais

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias novembro/2011 página 1 UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES Claudia Davis: É preciso valorizar e manter ativas equipes bem preparadas

Leia mais

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Celso João Ferretti: o processo de desintegração da educação atingiu em menor escala as escolas técnicas.

Leia mais

Entrevista Noemi Rodrigues (Associação dos Pescadores de Guaíba) e Mário Norberto, pescador. Por que de ter uma associação específica de pescadores?

Entrevista Noemi Rodrigues (Associação dos Pescadores de Guaíba) e Mário Norberto, pescador. Por que de ter uma associação específica de pescadores? Entrevista Noemi Rodrigues (Associação dos Pescadores de Guaíba) e Mário Norberto, pescador. Por que de ter uma associação específica de pescadores? Noemi: É a velha história, uma andorinha não faz verão,

Leia mais

Veículo: Site Estilo Gestão RH Data: 03/09/2008

Veículo: Site Estilo Gestão RH Data: 03/09/2008 Veículo: Site Estilo Gestão RH Data: 03/09/2008 Seção: Entrevista Pág.: www.catho.com.br SABIN: A MELHOR EMPRESA DO BRASIL PARA MULHERES Viviane Macedo Uma empresa feita sob medida para mulheres. Assim

Leia mais

Lógicas de Supervisão Pedagógica em Contexto de Avaliação de Desempenho Docente. ENTREVISTA - Professor Avaliado - E 5

Lógicas de Supervisão Pedagógica em Contexto de Avaliação de Desempenho Docente. ENTREVISTA - Professor Avaliado - E 5 Sexo Idade Grupo de Anos de Escola docência serviço Feminino 46 Filosofia 22 Distrito do Porto A professora, da disciplina de Filosofia, disponibilizou-se para conversar comigo sobre o processo de avaliação

Leia mais

Título do Case: Desafio de obter a confiança na EJ: Análise de Custos para Grande Empresa. Categoria: Projeto Externo

Título do Case: Desafio de obter a confiança na EJ: Análise de Custos para Grande Empresa. Categoria: Projeto Externo Título do Case: Desafio de obter a confiança na EJ: Análise de Custos para Grande Empresa. Categoria: Projeto Externo Resumo: Uma detalhada análise dos custos incorridos num processo produtivo é de fundamental

Leia mais

Como Plantar Pensando na Renda

Como Plantar Pensando na Renda Como Plantar Pensando na Renda A PERSPECTIVA DE RENDA É UM BOM MOTIVO PARA O AGRICULTOR PRODUZIR É a renda que motiva o agricultor Com que motivação, você agricultor, trabalha a terra? É claro, você também

Leia mais

Relatório do estágio de prática de ensino em ciências sociais

Relatório do estágio de prática de ensino em ciências sociais UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL UFRGS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS UMANAS IFCH FACULDADE DE EDUCAÇÃO FACED Relatório do estágio de prática de ensino em ciências sociais Curso: Ciências Sociais

Leia mais

Título do Case: O papel do Movimento Empresa Júnior na formação de empreendedores que transformam a vida das pessoas Categoria: EJ Empreendedora

Título do Case: O papel do Movimento Empresa Júnior na formação de empreendedores que transformam a vida das pessoas Categoria: EJ Empreendedora Título do Case: O papel do Movimento Empresa Júnior na formação de empreendedores que transformam a vida das pessoas Categoria: EJ Empreendedora Resumo: O Movimento Empresa Júnior (MEJ) brasileiro há mais

Leia mais

Portfólio fotográfico com o tema Unicamp Caroline Maria Manabe Universidade Estadual de Campinas Instituto de Artes

Portfólio fotográfico com o tema Unicamp Caroline Maria Manabe Universidade Estadual de Campinas Instituto de Artes Portfólio fotográfico com o tema Unicamp Caroline Maria Manabe Universidade Estadual de Campinas Instituto de Artes Introdução Como foi explicitado no Projeto de Desenvolvimento de Produto, a minha intenção

Leia mais

GANHE R$50.000,00 POR MÊS!!

GANHE R$50.000,00 POR MÊS!! GANHE R$50.000,00 POR MÊS!! Incrivel método para ganhar esse dinheiro todo mês www.jrceducprof.com.br (65)3637-8918 www.joserobertocesario.com.br/ganhe50milreaispormes.htm PROJETO: Além do mais, com este

Leia mais

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática Rene Baltazar Introdução Serão abordados, neste trabalho, significados e características de Professor Pesquisador e as conseqüências,

Leia mais

Era uma vez, numa cidade muito distante, um plantador chamado Pedro. Ele

Era uma vez, numa cidade muito distante, um plantador chamado Pedro. Ele O Plantador e as Sementes Era uma vez, numa cidade muito distante, um plantador chamado Pedro. Ele sabia plantar de tudo: plantava árvores frutíferas, plantava flores, plantava legumes... ele plantava

Leia mais

Relatório sobre a minha experiência no Brasil

Relatório sobre a minha experiência no Brasil Relatório sobre a minha experiência no Brasil Oi pessoal! Sou Lucrecia Hang, tenho 24 anos e nasci numa cidade chamada Rosário, localizado no litoral de Argentina. Aqui moro com meus pais e minha irmã

Leia mais

Ir para elections.ca/register agora para verificar, atualizar ou completar seu registro. É fácil e poupará tempo quando você for votar.

Ir para elections.ca/register agora para verificar, atualizar ou completar seu registro. É fácil e poupará tempo quando você for votar. Guia do Meu Eleitor Sobre o guia Este guia responde a perguntas sobre o processo de votação federal e permite que você saiba o que esperar quando você vai para votar. O que são eleições sobre? Quando uma

Leia mais

Duração: Aproximadamente um mês. O tempo é flexível diante do perfil de cada turma.

Duração: Aproximadamente um mês. O tempo é flexível diante do perfil de cada turma. Projeto Nome Próprio http://pixabay.com/pt/cubo-de-madeira-letras-abc-cubo-491720/ Público alvo: Educação Infantil 2 e 3 anos Disciplina: Linguagem oral e escrita Duração: Aproximadamente um mês. O tempo

Leia mais

HANDFULT: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PIBID EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA ESTADUAL PROFº JOSINO MACEDO

HANDFULT: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PIBID EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA ESTADUAL PROFº JOSINO MACEDO HANDFULT: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PIBID EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA ESTADUAL PROFº JOSINO MACEDO Resumo TEIXEIRA, Ana Cláudia Alves 1 - UFRN JESUS, Edna Nascimento de² - UFRN Este artigo é um relato de

Leia mais

PROVA DE HISTÓRIA 2 o TRIMESTRE 2012

PROVA DE HISTÓRIA 2 o TRIMESTRE 2012 PROVA DE HISTÓRIA 2 o TRIMESTRE 2012 PROFa. FLÁVIA N ME N o 6 o ANO Nos anos 80 quando esta professora tinha a sua idade! passava na televisão um seriado chamado Viajantes do Tempo. A ideia do seriado

Leia mais

RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA. Dados do Intercâmbio

RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA. Dados do Intercâmbio RELATÓRIO DE INTERCÂMBIO CRInt ECA Nome: Mariana Grazini Ferreira Rocha No. USP 7586806 Curso ECA: Comunicação Social - Jornalismo Dados do Intercâmbio Universidade:Université Lumière Lyon 2 Curso: Cinema,

Leia mais

REDE PRÓ-MENINO. ECTI - Escola no Combate ao Trabalho Infantil ATIVIDADE MÓDULO 2 (COLAGEM) EM INTEGRAÇÃO COM O MÓDULO 1- B (ENTREVISTA)

REDE PRÓ-MENINO. ECTI - Escola no Combate ao Trabalho Infantil ATIVIDADE MÓDULO 2 (COLAGEM) EM INTEGRAÇÃO COM O MÓDULO 1- B (ENTREVISTA) REDE PRÓ-MENINO ECTI - Escola no Combate ao Trabalho Infantil CURSISTA: JACKELYNE RIBEIRO CINTRA MORAIS CPF: 014275241-06 ATIVIDADE MÓDULO 2 (COLAGEM) EM INTEGRAÇÃO COM O MÓDULO 1- B (ENTREVISTA) Características

Leia mais

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPROMISSOS E DESAFIOS

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPROMISSOS E DESAFIOS PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPROMISSOS E DESAFIOS Letícia Luana Claudino da Silva Discente de Psicologia da Universidade Federal de Campina Grande. Bolsista do Programa de Saúde. PET/Redes

Leia mais

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A PATERNIDADE GERALMENTE FEITAS POR MÃES

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A PATERNIDADE GERALMENTE FEITAS POR MÃES PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A PATERNIDADE GERALMENTE FEITAS POR MÃES P. O QUE É A PATERNIDADE? R. Paternidade significa ser um pai. A determinação da paternidade significa que uma pessoa foi determinada

Leia mais

PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL O GUIA PARA COMEÇAR A TER SUCESSO NAS FINANÇAS

PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL O GUIA PARA COMEÇAR A TER SUCESSO NAS FINANÇAS PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL O GUIA PARA COMEÇAR A TER SUCESSO NAS FINANÇAS SUMÁRIO INTRODUÇÃO 03 CONTROLE DE CONTAS 04 ENTENDER E CONTROLAR AS DESPESAS FIXAS E VARIÁVEIS 05 DEFINIR PRIORIDADES 07 IDENTIFICAR

Leia mais