PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL. Prof. Marco Aurélio
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1 PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL Prof. Marco Aurélio
2 PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
3 PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
4 A SITUAÇÃO URBANA HOJE O Brasil segue a tendência mundial: a população urbana é quatro vezes maior do que a rural. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000) mostrou que 130 milhões de brasileiros moram em cidades, enquanto apenas milhões residem em áreas rurais. Isso poderia até soar como sinônimo de modernidade, mas não é bem assim. Quando os centros urbanos crescem desordenadamente, sem planejamento, a qualidade de vida piora. O ambiente e o ser humano se tornam as grandes vítimas desse progresso. No caso brasileiro, a lógica capitalista de desenvolvimento fez a população urbana crescer de 36% em 1950 para 80% em 2000, gerando um acentuado êxodo rural e graves distorções regionais. Uma nova escala urbana foi enfrentada a partir dos anos 70 com inúmeros instrumentos legislativos e normativos. A necessidade de intervir neste processo desordenado de crescimento levou as metrópoles e grandes cidades a adotarem, desde os anos 70, o Plano Diretor como principal instrumento de controle urbano. Regras e normas consubstanciadas em um documento amplo, abrangendo todos os setores da vida urbana, passaram a fornecer diretrizes e encobrir os projetos urbanos globalizantes, que assumiam as questões de forma ampla.
5 As cidades precisam de planejamento para crescer com harmonia. O crescimento ordenado inclui cuidados básicos, como a ocupação planejada do solo, a exploração racional da água, asfaltamento de ruas, construção de creches, escolas e hospitais, pólos de trabalho, lazer e cultura. Tudo isso serve para garantir o bem-estar das pessoas e adequar a expansão urbana ao meio ambiente. Porém, em muitos casos, a regra é deixada de lado pelos governos. Assim, o espaço urbano é ampliado de qualquer jeito: casas são construídas em morros e nas margens de represas ou córregos; o lixo contamina o solo e a água e o saneamento básico não chega a todas as casas.
6 PRINCIPAIS PROBLEMAS URBANOS ATUAIS Zoneamento áreas da cidade que ficam mortas em alguns períodos do dia/noite Loteamentos fechados, grandes shopping centers, favelas... Transporte organização do sistema viário e transporte coletivo Crescimento urbano desordenado Cadastro imobiliário defasado Regularização fundiária edificações, loteamentos irregulares; ocupação de áreas impróprias: de proteção ambiental, de riscos ambientais, não atingidas por infra-estrutura, áreas de acesso limitado... Conservação do patrimônio cultural imobiliário novas formas de ocupação das edificações obsoletas Vazios urbanos Acessibilidade Problemas oriundos da canalização de córregos, aterros de áreas de drenagem enchentes A ocupação predatória e irracional resultante dessa falta de controle é a principal causa de uma lista grande de males, inaceitáveis em pleno inicio do século XXI: enchentes, desmoronamentos, poluição hídrica, epidemias etc. O debate ocorrido durante a conferencia Habitat II concluiu e alertou que nossas cidades não poderão crescer linearmente sobre o seu entorno natural, sem colocar em risco os recursos naturais essenciais à sua própria existência e sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável e duradouro necessariamente exigira uma reformulação de nossa visão de cidade e de nossos padrões de urbanidade.
7 PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS A cidade pode ser considerada um ecossistema que integra a sociedade e o ambiente. Para que sobreviva em boas condições é necessário que exista uma boa relação entre a comunidade urbana e o meio em que ela vive. Mas há poucas cidades no planeta que conseguiram harmonia perfeita nessa relação. Tanto as pequenas quanto as grandes cidades continuam enfrentando vários problemas ambientais. Solo contaminado. O principal poluente do solo é o lixo, sobretudo os resíduos sólidos, como metal e plástico, e os produtos tóxicos, como pesticidas e fertilizantes. A incineração do lixo ou sua deposição em aterros também gera poluição. O primeiro polui o ar e o segundo produz substâncias tóxicas que contaminam a água e o solo. Água poluída. As grandes vítimas da poluição são os cursos d'água que cruzam os centros urbanos. A situação piora em locais onde o saneamento básico é precário e o tratamento dos lixos industriais não é adequado. Quando esse tipo de esgoto não recebe tratamento, ele segue para os rios, deteriorando a qualidade da água que abastece a população e destruindo a vida aquática. Isso aconteceu em rios como o Tietê (São Paulo), Capibaribe (Recife), Reno (Alemanha) e Tâmisa (Londres).
8 PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS Ar sujo. Os principais vilões da poluição atmosférica são as indústrias e os veículos que liberam gases poluentes. Além de piorar a qualidade do ar, pode causar o efeito estufa o aquecimento global do planeta e a chuva ácida, processo no qual os gases tóxicos retornam à terra sob forma de chuva, causando danos à cidade. A chuva danifica a vegetação e corrói monumentos históricos. Falta de água. O Brasil detém 12% da água doce da Terra. Mas toda essa água não está distribuída igualmente pelo território brasileiro. Por isso é necessário que as cidades planejem o uso da água para garantir o seu abastecimento. Quando isso não é bem planejado, pode haver racionamento de água em períodos de estiagem. Enchentes. Geralmente ocasionadas por aterros de áreas de drenagens para expansão urbana, por canalização de córregos no interior das cidades... Algumas cidades já solucionaram problemas ambientais causados pelo crescimento urbano. Tóquio já teve um dos ares mais poluídos do mundo. Com rígido controle da emissão de poluentes, o ar ficou bem mais limpo. Por isso, em 1998, a capital japonesa foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como modelo para a busca da chamada ecossociedade.
9 Inúmeras estratégias são listadas em fóruns mundiais (como o HABITAT II), tendo como objetivo comum o equacionamento dos problemas das cidades. Dentre elas, destacam-se: a.mudança de escala, implicando o incentivo ao surgimento de cidades menores, ou de assentamentos menores dentro da grande cidade; preferência pelos pequenos projetos, de menor custo e de menor impacto ambiental; foco na ação local; b.integração das ações de gestão, visando a criação de sinergia, a redução dos custos e a ampliação dos impactos positivos; c.necessidade do planejamento estratégico, colocar sérias restrições ao crescimento não-planejado; d.descentralização das ações administrativas e dos recursos, contemplando prioridades locais e combatendo a homogeneização dos padrões de gestão; e.incentivo à inovação, ao surgimento de soluções criativas; abertura à experimentação (novos materiais, novas tecnologias, novas formas organizacionais); f.inclusão dos custos ambientais e sociais na orçamentação dos projetos de infraestrutura; g.indução de novos hábitos de moradia, transporte e consumo nas cidades (incentivo ao uso da bicicleta e de transportes não-poluentes; incentivo às hortas comunitárias, jardins e arborização com árvores frutíferas; edificações para uso comercial ou de moradia que evitem o uso intensivo de energia); h.fortalecimento da sociedade civil e dos canais de participação; incentivo e suporte à ação comunitária.
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