I. Analisar a evolução dos recursos hídricos superficiais na bacia do rio Sabor, desde a segunda metade do século XX até aos primórdios do XXI;
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- Maria da Assunção de Almeida Cunha
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1 RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO SABOR: EVOLUÇÃO RECENTE E RELAÇÕES COM MUDANÇAS AS SÓCIOAMBIENTAIS Adélia NUNES Instituto de Estudos Geográficos, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Praça da Porta Férrea, Coimbra, Portugal, , adelia.nunes@ci.uc.pt OBJECTIVOS I. Analisar a evolução dos recursos hídricos superficiais na bacia do rio Sabor, desde a segunda metade do século XX até aos primórdios do XXI; II. Relacionar a sua dinâmica com a variabilidade climática, em particular com as oscilações nos quantitativos de precipitação, e com as alterações socioeconómicas, sobretudo ligadas às mudanças no uso e cobertura vegetal do solo.
2 ÁREA DE ESTUDO Localização e características Área de drenagem : 3868 km 2 Geomorfologia: Meseta Geologia: Maciço Hespérico (rochas granitóides, xistosas, quartzíticas e metamórficas) Altitudes: m Precipitação: m Valores mínimos, médios e máximos mensais METODOLOGIA e FONTES Escoamento anual e mensal (dam 3 ) Caudais médios diários (m 3 /s) Precipitação total e mensal (mm) Qta. das Laranjeiras Vários postos udométricos INAG (Instituto Nacional da Água) Análise estatística (SPSS) Estatísticas univariadas Coeficiente? de Spearman, Coeficiente de correlação de Pearson Outros indicadores da variação dos caudais médios diários Uso e cobertura vegetal do solo Recenseamentos Agrícolas, 1989/1999 INE (Instituto Nacional de Estatística)
3 RESULTADOS Evolução anual e tendência temporal do caudal do rio Sabor Coeficiente? de Spearman = -0,206 p=0,135 RESULTADOS Tendência mensal do escoamento, segundo coeficiente? de Spearman (1950/ /06) OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET ANO 0,163 0,064 0,078-0,045-0,174-0,395-0,233-0,154-0,262-0,360-0,216-0,156-0,206 *** ** ** *** * Correlação significativa ao nível: *** p=0,01; ** p=0,05; * p=0,1. Média Comparação entre os caudais médios diários: série histórica, antes e após Mediana
4 RESULTADOS Comparação entre os caudais: série histórica, antes e após Nº de dias/ano com caudal < a 10 vezes a média Nº de dias/ano com caudal > a 10 vezes a média Distribui ção dos caudais médios diários por percentil RESULTADOS Comparação entre os caudais: série histórica, antes e após Nº de dias/ano sem caudal Número de dias sem caudal
5 RESULTADOS Correlações entre o caudal do rio Sabor e os totais de precipitação em diversos postos udométricos Tendência anual da precipitação, segundo coeficiente? de Spearman As correlações significativas para um nível de confiança p=0,05 encontram-se a cinza. RESULTADOS Tendência mensal da precipitação, segundo o coeficiente? de Spearman Postos udométricos OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET Alf. Fé 0,422** 0,077 0,246 0,162-0,146-0,174 0,274* 0,166-0,136 0,057 0,292* 0,039 Mogadouro 0,388** -0,122 0,025-0,101-0,255* -0,352** -0,012 0,010-0,245-0,099 0,174-0,173 Celas 0,120-0,201-0,011-0,18-0,283* -0,387** -0,088-0,212-0,391** 0,084 0,026-0,193 Deilão 0,151-0,140 0,065-0,115-0,189-0,391** 0,053 0,145-0,303* 0,039 0,079 0,011 Cerejais 0,037-0,217-0,028-0,206-0,237-0,497** -0,012-0,043-0,338* 0,064 0,114-0,153 Carviçais 0,147-0,117-0,056-0,268* -0,266-0,512** -0,007 0,048-0,421** 0,002 0,088-0,143 Morais 0,501** 0,095 0,195 0,043-0,075-0,149 0,184 0,147-0,163 0,212 0,415** 0,075 Bornes 0,130-0,177-0,141-0,225-0,387** -0,308* -0,031-0,024-0,432** 0,079 0,171-0,126 Pinelo 0,332* -0,017 0,214-0,035-0,197-0,130 0,146 0,174-0,177 0,351* 0,431** 0,107 Vales 0,255 0,030 0,175-0,195-0,210-0,139 0,064 0,100-0,134 0,100 0,327* -0,038 Soutelo 0,138 0,041 0,046-0,207-0,254-0,536** 0,116 0,193-0,143 0,068 0,123-0,023 Correlação significativa ao nível: ** p= 0,01; * p= 0,05;
6 RESULTADOS Mudanças no uso e cobertura vegetal do solo nos concelhos abrangidos pela bacia hidrográfica do rio Sabor ( ) 2000 (ha) Matas e Terra florestas arável sem limpa culturas sob-coberto (ha) Culturas permanentes Olival % % + 34% + 41% % -9% -15% -20% -25% % % + 24% + 163% % + +52% 41% + 11% + 27% + 64% % 10% +204% +143% +157% % + 3% % 5% + 158% % +19% -34% (ha) Alfândega da da Fé Fé Fé Bragança Mogadouro Macedo de de Cavaleiros Cavaleiros Miranda Miranda do do Douro Douro Torre de de Moncorvo Torre de Moncorvo Vila Flor Flor Vila Flor Vimioso Vimioso Vimioso CONCLUSÕES O regime hidrológico do rio Sabor reflecte as variações interanuais da precipitação e, por conseguinte, mostra importantes flutuações nos respectivos caudais; Neste último meio século observa-se uma tendência decrescente no escoamento total anual, embora sem significado estatístico; Com excepção dos meses de Outono, que assinalam ligeiros incrementos, todos os outros evidenciam tendências regressivas nos caudais observados; - mais relevantes na Primavera e no Verão, o que pode ocasionar situações de elevada precariedade em termos de recursos hídricos, já que grande parte dos concelhos transmontanos depende das suas reservas.
7 CONCLUSÕES A tendência declinante nos recursos hídricos superficiais do Sabor é mais evidente após o início dos anos 80; Este decréscimo pode relacionar-se com causas múltiplas: - associadas à precipitação, dada a forte correlação que se estabelece entre estas duas variáveis; - mas também poderá dever-se a outros factores, como por exemplo mudanças as no uso e cobertura vegetal do solo (incremento das áreas de mata e floresta e das culturas permanentes). CONCLUSÕES Assim, num cenário em que se anunciam alterações importantes na distribuição e na quantidade da precipitação, com especial incidência na Península Ibérica e noutras regiões sensíveis do globo, o conhecimento da ocupação do solo e das respectivas tendências de evolução deverão constituir, no nosso país, mais um dos elementos a ponderar sobre as estratégias de resposta e de adaptação com vista à eficaz gestão dos recursos hídricos no futuro.
8 Muito obrigada! Muchas gracias!
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