CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ANO Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Instituto de Meteorologia, I. P.
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- Patrícia Jardim Meneses
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1 CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ANO 2006 Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Instituto de Meteorologia, I. P. Rua C Aeroporto de Lisboa Tel.: (+351) informacoes@meteo.pt Lisboa Portugal Fax: (+351) URL:
2 ÍNDICE Resumo 1. Caracterização Anual Temperatura do ar Precipitação Caracterização Sazonal Temperatura do ar Precipitação Caracterização Mensal Janeiro...18 Fevereiro...21 Março...23 Abril...23 Maio...23 Junho...26 Julho...27 Agosto...29 Setembro...31 Outubro...32 Novembro...35 Dezembro
3 Resumo O ano de 2006 foi o 5º mais quente em Portugal Continental desde 1931, com um valor da temperatura média de 16,04 C e um desvio de C em relação à média de O Verão (Junho, Julho e Agosto) de 2006 foi o 5º mais quente desde 1931 (temperatura média inferior a 2005, 1949, 2004 e 2003); o Outono (Setembro Outubro e Novembro) foi o 3º mais quente (depois de 1997 e 1983), tendo registado o valor mais alto da média da temperatura mínima dos últimos 76 anos (desde 1931). O valor da média da temperatura mínima do ar em Outubro foi o mais alto desde 1931 e em Novembro o 2º mais alto (inferior ao de 1983) O Inverno (Dezembro, Janeiro e Fevereiro) 2005/06 classificou-se como muito seco. A Primavera (Março, Abril e Maio) classificou-se como seca, ainda que o mês de Março tenha sido muito chuvoso; como consequência a situação de seca, iniciada no final de 2004, acabou em 31 de Março de O Verão foi chuvoso e o Outono foi o 3º mais chuvoso desde 1931 (depois do Outono de 1960 e 1965). Fenómenos climáticos relevantes em 2006: Temperatura queda de neve no dia 29 de Janeiro nas regiões do litoral e de baixa altitude, em particular a Sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, fenómeno pouco frequente nestas regiões; número de dias com temperatura mínima igual ou inferior a 0 C (frost days) duas a três vezes superiores aos respectivos valores médios, nos meses de Janeiro e Fevereiro. ocorrência de 5 ondas de calor no período de 24 de Maio a 9 de Setembro; a onda de calor em Julho 2006, quer pela sua extensão espacial (quase todo o território), quer temporal (11 dias na região do Alentejo), foi, para Julho, a mais significativa observada desde 1941; em Julho, a sequência de valores da temperatura mínima 20 C (noites tropicais) foi, em grande parte do território, a maior observada desde 1990; no Verão de 2006, o número de dias em onda de calor ultrapassou o maior número anteriormente observado, em Beja, Braga, Elvas e Penhas Douradas; em Setembro foram ultrapassados, em alguns locais, os maiores valores da temperatura máxima do ar. Precipitação Intensa em Outubro, no dia 23, em Elvas e no dia 25, na Guarda e em Coimbra, foram ultrapassados os anteriores máximos da quantidade de precipitação diária; no dia 3 de Novembro, em Alvalade, o valor de 84 mm registado foi superior ao valor médio mensal e ultrapassou o maior valor anteriormente registado nesta estação (73.0 mm no dia 8 de Novembro de 1982). 2 41
4 1. Caracterização Anual 1.1 Temperatura do ar Em Portugal Continental a média da temperatura média do ar em 2006 (calculada com base em 42 estações meteorológicas) foi de C, cerca de 1.05 C acima do valor médio de O ano de 2006 foi o 5º mais quente desde Temperatura média do ar ( C) Figura 1.1 Variabilidade da média anual da temperatura média em Portugal Continental (a tracejado o valor médio no período ; STD desvio padrão) 1997 foi o ano mais quente e dos 10 mais quentes, 7 ocorreram depois de 1990 (1997, 1995, 1996, 2006, 1990, 1998 e 2003) Desvios em relação à média Figura 1.2 Temperatura média anual em Portugal Continental desvios em relação á média Na Figura 1.3 representa-se a variabilidade da média da temperatura máxima e mínima do ar em Portugal Continental. 3 41
5 A média da temperatura máxima do ar foi de C, 1.06 C acima do valor médio de ; a média da temperatura mínima foi de C, 1.05 C acima do valor médio. Figura 1.3 Variabilidade da média anual da temperatura máxima e mínima do ar em Portugal Continental (a tracejado os valores médios no período ) Da análise mensal há a referir que apenas nos meses de Janeiro, Fevereiro e Dezembro, os valores da temperatura média do ar foram inferiores aos respectivos valores médios !"!""#$%& '"()(*+( Figura 1.4 Média mensal da temperatura média do ar em Portugal Continental em Comparação com os valores médios
6 Na Figura 1.5 apresentam-se as anomalias da média da temperatura máxima e mínima do ar em relação aos respectivos valores médios. Referência para as anomalias, superiores a 2 C, da temperatura máxima do ar em Abril e Maio e da temperatura mínima do ar em Outubro e Novembro Desvios da temperatura máxima ( C) Desvios da temperatura mínima ( C) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez -2.0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Figura 1.5 Anomalias (em relação ao valor médio ) da média da temperatura máxima e mínima do ar em 2006, em Portugal Continental Na Figura 1.6 apresenta-se a variação espacial da temperatura média do ar em 2006 e os respectivos desvios em relação aos valores médios Verificaram-se anomalias positivas em todo o território, em particular nas regiões do Norte e interior Sul, onde foram superiores a 1.5 C (Figura 1.1 (b)). Figura 1.6 Distribuição espacial da temperatura média em 2006 (a) e desvios em relação ao valor médio (b) 5 41
7 Nas Figuras 1.7 e 1.8 apresenta-se a variação espacial da temperatura máxima e mínima do ar em 2006 e os respectivos desvios em relação aos valores médios (a) (b) Figura 1.7 Distribuição espacial da temperatura máxima em 2006 (a) e desvios em relação ao valor médio (b) (a) (b) Figura 1.8 Distribuição espacial da temperatura mínima em 2006 (a) e desvios em relação ao valor médio (b) 6 41
8 1.2 Precipitação O ano de 2006 (ano civil) classificou-se como um ano normal; nas regiões do interior centro e sul os valores foram inferiores a 600 mm e superiores a 1600 mm nas regiões montanhosas do interior Norte e Centro. (a) (b) Figura 1.9 Distribuição espacial da precipitação média no ano 2006 (a) e desvios em relação ao valor médio (b) Na Figura 1.10 apresenta-se a variabilidade interanual da precipitação no período
9 Figura 1.10 Variabilidade interanual da precipitação em Portugal Continental. (a tracejado o valor médio no período ) Da análise mensal de realçar os meses de Março, Agosto a Novembro com valores da quantidade de precipitação muito superiores aos valores médios, classificados como extremamente chuvosos., Precipitação (mm),, Figura 1.11 Precipitação mensal em Portugal Continental em 2006.Comparação com os valores médios. 8 41
10 2. Caracterização Sazonal Temperatura do ar O Inverno 2005/2006, com o valor da média da temperatura média do ar de 8.26ºC, 1.06 C abaixo do valor médio de registou o 9º valor mais baixo desde A Primavera (Março, Abril e Maio) de 2006 foi a 7ª mais quente desde 1931 (depois de 1997, 1945, 1961, 1995, 1943 e 1992), com o valor da temperatura média do ar de C, 1.66 C acima do valor médio de (Figura 2.1) Figura 2.1 Variabilidade interanual da temperatura média do ar na Primavera em Portugal Continental (a tracejado o valor médio no período ) A Primavera de 2006 registou o 8º valor mais alto da média da temperatura máxima, C, 1.87 C acima do valor médio ; o valor da média da temperatura mínima, 9.71 C, 1.45 C acima do valor médio, foi o 4º mais alto (Figura 2.2) Figura 2.2 Variabilidade interanual da temperatura máxima e mínima do ar na Primavera em Portugal Continental (a tracejado o valor médio no período ) 9 41
11 O Verão (Junho, Julho e Agosto) de 2006 foi o 5º Verão mais quente desde 1931 (depois de 2005, 1949, 2004 e 2003), com o valor da temperatura média do ar C, 1.8 C acima do valor médio de (Figura 2.3). Figura 2.3 Variabilidade interanual da temperatura média do ar no Verão em Portugal Continental (a tracejado o valor médio no período ) O Verão de 2006 registou o 2 º valor mais alto da média da temperatura mínima, C, 1.79 C acima do valor médio ; o valor da temperatura máxima do ar, C, 1.93 C acima do valor médio de foi o 5º mais alto (depois de 2005, 1949, 2004 e 2003) Figura 2.4 Variabilidade interanual da temperatura máxima e mínima do ar no Verão em Portugal Continental (a tracejado o valor médio no período ) 2006 Na Figura 2.5 representa-se o número de dias em onda de calor nos meses de Junho a Agosto de 10 41
12 40 Nº de dias em onda de calor Alcácer Alvalade Alvega Amareleja Anadia Beja Benavila Junho Julho Agosto Braga Bragança Castelo Branco Elvas Fonte Boa/Santarém Guarda Mirandela Montalegre Penhas Douradas Portalegre Porto Sagres Setúbal Vila Real Figura 2.5 Número de dias em onda de calor no Verão (JJA) 2006 No Verão de 2006, o número de dias em onda de calor ultrapassou o maior número anteriormente observado, em Beja, Braga, Elvas e Penhas Douradas; em Alvalade, Alvega e Setúbal foi igualado o maior número de dias (Figura 2.5 e Tabela 2.1). Tabela 2.1_Maior número de dias em onda de calor (até 2005) e ano de ocorrência Maior n.º de dias em Local onda de calor (Verão) Ano Alvalade (1941) Alvega (1949) Beja (1957) Braga (1941) Bragança (1941) Elvas (1941) P. Douradas (1941) e 2003 Portalegre (1941) Setúbal (1941) Vila Real (1941) Lisboa (1941) , 1961, 1981 e 2004 Faro (1965) Entre parêntesis o ano de início da série analisada Nos meses de Junho a Agosto observaram-se valores muito altos da temperatura máxima e mínima do ar, muito superiores aos respectivos valores médios; valores superiores apenas ocorrem em 10% dos casos
13 De referir, no entanto, o período de 15 a 19 Agosto em que valores da temperatura máxima e mínima do ar inferiores aos então observados apenas ocorrem em 10% dos casos; não se observaram, na rede de estações do IM, valores de temperatura máxima 30 C, nem valores de temperatura mínima 20 C. Na Figura 2.6 apresentam-se, para 4 locais, os valores diários da temperatura mínima e máxima do ar, percentis 90 e 10 (calculados no período de referência ) onde se podem observar os dias e noites quentes 1 (a vermelho), assim como os dias e noites frias (a azul). 1 Definem-se dias frios/noites frias como os dias/noites em que temperatura máxima/mínima diária é inferior ao percentil 10 da temperatura máxima/mínima diária (calculado no período ); definem-se dias quentes/noites quentes como os dias/noites em que temperatura máxima/mínima diária é superior ao percentil 90 da temperatura máxima/mínima diária (calculado no período )
14 Figura 2.6 Valores diários da temperatura mínima e máxima do ar e percentil 90 e 10 (Verão 2006) 13 41
15 A média da temperatura média do ar no Outono (Setembro, Outubro e Novembro) de 2006 foi C, 1.73 C acima do valor médio do período de referência de , tendo sido o 3º Outono mais quente desde 1931 (Figura 2.7). Outono de 2006 registou o valor mais alto da média da temperatura mínima, C, dos últimos 76 anos (desde 1931). Figura 2.7 Variabilidade interanual da temperatura média e da temperatura mínima do ar no Outono em Portugal Continental (a tracejado os valores médios no período ) Na Figura 2.8 apresentam-se, para 4 locais, os valores diários da temperatura mínima e máxima do ar, percentis 90 e 10 (calculados no período de referência ) nos meses de Setembro a Novembro onde se podem verificar os dias quentes e as noites quentes (a vermelho), em particular nos meses de Outubro e Novembro. Referência para o reduzido número de noites frias e dias frios (a azul)
16 Figura 2.8 Valores diários da temperatura mínima e máxima do ar e respectivos percentil 90 e
17 Precipitação Na Figura 2.9 apresenta-se a variabilidade da precipitação por estações do ano. De realçar: O Outono de 2006 foi o 3º mais chuvoso desde 1931, depois do Outono de 1960 e 1965, podendo afirmar-se que este é o Outono mais chuvoso dos últimos 42 anos (Figura 2.11). Figura 2.9 Variabilidade da precipitação por estações do ano em Portugal Continental. Período: (a tracejado os valores médios no período ) De referir que no Outono de 2006 foram ultrapassados os maiores valores da quantidade de precipitação anteriormente registados em alguns locais, desde que há registos, sendo o mais chuvoso dos últimos 66 anos em Elvas, Castelo Branco e Portalegre; 58 anos em Alvega; O Outono de 2006 foi o 2º mais chuvoso em Lisboa (desde 1901) Na Figura 2.10 apresenta-se a distribuição espacial da precipitação no Outono de 2006 e a percentagem em relação aos valores médios
18 (a) (b) Figura 2.10 Distribuição espacial da precipitação no Outono 2006 (a) e desvios em relação ao valor médio (b) O Inverno 2005/06 foi muito seco (50 % em relação à média de ), o 6º mais seco desde De referir que 2004/05 foi o Inverno mais seco desde 1931 e dos 15 mais secos, 6 ocorreram depois de 1990 (2004, 1999, 1991, 1998, 2001 e 2005). A Primavera 2006 O Verão 2006 classificou-se como um Verão seco a normal em parte da região Norte e da região Centro; no restante território classificou-se como muito chuvoso a extremamente chuvoso. Grande parte do território, em termos de percentagem em relação ao valor médio , apresentou valores superiores a 140% Figura 2.11 Distribuição espacial da precipitação no Verão 2006 e desvios em relação ao valor médio 17 41
19 3. Caracterização Mensal Janeiro O mês de Janeiro caracterizou-se por valores médios da temperatura do ar (máxima, mínima e média) inferiores aos valores normais e pela ocorrência de dias e noites muito frias, principalmente na segunda quinzena, e em particular os dias 28 a 31. A temperatura média do ar em Janeiro foi 1.16 C inferior ao valor médio, devido principalmente à temperatura mínima com desvio de em relação à média. De referir a ocorrência de neve no dia 29 nas regiões do Norte e Centro, fenómeno pouco frequente nas regiões do litoral e de baixa altitude, em particular a Sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela como por exemplo em Setúbal, Lisboa, Santarém, Rio Maior, Figueira da Foz, Coimbra, Beja, Évora e em algumas zonas do Algarve. A única ocorrência de neve em Setúbal reporta a 22 de Janeiro de 1950 e em Lisboa data de 1 e 2 de Fevereiro de No entanto e na década de 40 de referir a ocorrência de neve em Lisboa em 25 de Dezembro de 1944, Janeiro de 1945, dias 12, 13, 14 e 16 e em 27 de Janeiro de Ainda em Fevereiro de 1954 foi registada a ocorrência de neve em várias estações da rede do IM: Alcobaça, Santarém, Dois Portos, Rio Maior, Cabo da Roca, Monte Estoril, Ota, Alcácer do Sal, Viana do Alentejo, Beja, Alvalade/Sado e Vila do Bispo. Em Janeiro de 1987 registou-se queda de neve nas estações de Dunas de Mira, Coimbra, Rio aior, Dois Portos, Mora, Évora e Vila Fernando. Há cerca de 12 anos, em 4 de Fevereiro de 1994, de referir a ocorrência de neve em Dunas de Mira, Évora e Beja. A ocorrência de neve nas regiões do Centro e Sul do Continente, no dia 29 de Janeiro, deveu-se ao deslocamento de uma depressão ao longo do território, de norte para sul. Esta depressão formou-se numa massa de ar muito frio e teve uma linha de instabilidade associada. A referida massa de ar foi gradualmente transportada na circulação de um anticiclone localizado na região das Ilhas Britânicas, desde a Europa Central até à região do Golfo da Biscaia e posteriormente transportada para sul em direcção à Península Ibérica. Deste modo, foram criadas as condições para a ocorrência de precipitação sob a forma de neve em grande parte do território. Figura 3.1 Imagem de satélite do dia 29 de Janeiro 18 41
20 Na Figura 3.2 está representado a distribuição espacial dos valores da temperatura do ar às 15 UTC e do índice bioclimático WSI, que atingiram valores extremos em todo o território; os valores da temperatura do ar às 15 UTC variaram entre 4.7 C em Penhas Douradas e +9.8 C em Viana do Castelo e Braga. Figura 3.2 Representação espacial dos valores da temperatura do ar às 15 UTC do dia 29 de Janeiro 2005 e do WSI No dia 29 de Janeiro os valores da temperatura máxima variaram entre 4.2 C em Penhas Douradas e C em Sagres; valores da temperatura máxima iguais ou inferiores a 5 C observaram-se em um terço das estações e valores iguais ou superiores 10 C em apenas 5: Braga, Viana do Castelo, Sagres, Portimão e Vila Real de Santo António. Os valores da temperatura mínima variaram entre -8.0 C em Penhas Douradas e +4.2 C em Sagres; em cerca de 50% das estações da rede meteorológica observaram-se valores da temperatura mínima inferiores a 0 C (utilizadas 70 estações). Figura 3.3 Representação espacial dos valores da temperatura mínima do ar em 29 de Janeiro
21 O número de dias com temperatura mínima igual ou inferior a 0 C (frost days), Figura 3.4(a), variou entre 0 (regiões do litoral) e 21 dias (Penhas Douradas) e foram, em geral, superiores aos respectivos valores médios, em particular nas regiões do Centro e Sul, onde foram duas a três vezes superiores. O número de dias com temperatura mínima igual ou inferior a 5 C, Figura 3.4(b), variou entre 2 (Cabo Carvoeiro) e 31 dias (Miranda do Douro, Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo e Penhas Douradas); estes valores foram superiores aos valores médios em todo o território, mais significativamente nas regiões do Centro e Sul. Os valores do número de dias com temperatura máxima igual ou inferior a 10 C, foram, em geral, superiores aos respectivos valores médios e variaram entre 0 (Sagres e Portimão) e 31 dias (Guarda) Figura 3.4(c). (a) (b) (c) Figura 3.4 Número de dias com temperatura mínima do ar 0 C (a) e 5 C (b) e número de dias com temperatura máxima do ar 10 C (c) (utilizadas 55 estações) De referir ainda que no mês de Janeiro, valores da temperatura máxima iguais ou inferiores a 0 C (ice days) observaram-se apenas na estação de Penhas Douradas (5 dias): 0.0 C dias 6, 15 e 16; -0.5 e -4.2 C, dia 28 e 29, respectivamente
22 Em 31 de Janeiro de % do território permanecia em situação de seca com intensidade fraca a moderada. O mês de Janeiro quanto à quantidade de precipitação classificou-se como seco; de referir que valores da quantidade de precipitação inferiores aos observados só ocorrem em 12% dos anos. De referir que desde 1990, Janeiro de 2006 é o 2º mais seco (superior a 2005); nestes últimos 17 anos apenas Janeiro de 1996 e 2001 foram muito chuvosos (Figura 3.5). 250 Desvios em relação à média Figura 3.5 Média da Precipitação em Janeiro em Portugal Continental desvios em relação á média Fevereiro A temperatura do ar no mês de Fevereiro caracterizou-se por valores inferiores aos normais, em particular os valores da temperatura mínima. A temperatura média do ar em Fevereiro foi 1.07 C inferior ao valor médio; a temperatura mínima e máxima do ar foram, respectivamente, 1.91 e 0.22 C inferior ao valor médio. O número de dias com temperatura mínima igual ou inferior a 0 C (frost days), Figura 3.6(a), variou entre 0 (regiões do litoral e centro-sul) e 21 dias nas regiões do interior Norte e Centro e foram, em geral, duas a três vezes superiores aos respectivos valores médios. O número de dias com temperatura mínima igual ou inferior a 5 C, Figura 3.6(b), variou entre 0 (Cabo Carvoeiro) e 28 dias (Montalegre); estes valores foram cerca de duas vezes superiores aos valores médios. Os valores do número de dias com temperatura máxima igual ou inferior a 10 C foram próximos dos valores médios e variaram entre 0 (regiões do litoral e centro-sul) e 23 dias (Penhas Douradas) Figura 3.6(c)
23 (a) (b) (c) Figura 3.6 Número de dias com temperatura mínima do ar 0 C (a) e 5 C (b) e número de dias com temperatura máxima do ar 10 C (c) em Fevereiro 2006 (utilizadas 57 estações) De referir ainda que no mês de Fevereiro não se observaram valores da temperatura máxima iguais ou inferiores a 0 C (ice days). Em relação à quantidade de precipitação o mês classificou-se como seco a muito seco em grande parte do território, com excepção de uma pequena região a Norte de Lisboa e do barlavento algarvio onde foi normal. Em 28 de Fevereiro de % do território permanecia em situação de seca com intensidade fraca (85%) a moderada (12%) (Figura 3.7). Figura 3.7 Distribuição espacial do Índice de Seca em 28 de Fevereiro
24 Março O mês de Março foi caracterizado por valores médios da temperatura média e da temperatura mínima do ar superiores aos valores normais em todo o território e valores médios da temperatura máxima próximos dos valores médios. O desvio da temperatura mínima em relação à média foi de C e o da temperatura média C. Quanto à quantidade de precipitação o mês de Março classificou-se como chuvoso a muito chuvoso em grande parte do território, com excepção do Algarve onde foi normal a chuvoso. Em 31 de Março de 2006 a situação de seca terminou em quase todo o território (82% em situação normal a chuva fraca). No entanto nas regiões do Nordeste transmontano e algumas partes do Alentejo (zona de Beja) e do Algarve ainda permanecia a situação de seca fraca (Figura 3.8). Figura 3.8 Distribuição espacial do Índice de Seca em 31 de Março 2006 Abril A temperatura do ar no mês de Abril caracterizou-se por valores médios da temperatura máxima e mínima do ar superiores aos valores normais, com desvios de 2.18 e 1.87 C, respectivamente. Em relação à precipitação, Abril classificou-se como chuvoso em alguns locais do Nordeste, da região Centro e Sotavento algarvio e seco a normal no restante território. Maio A média da temperatura média do ar em Maio, C, 2.35 C acima do valor médio, registou o 4º valor mais alto desde 1931 (depois de 1964, 1953 e 1965), podendo afirmar-se que este foi o Maio mais quente dos últimos 41 anos. A média da temperatura máxima, C, 3.36 C acima do valor médio, registou o 3º valor mais alto (depois de 1965 e 1964)
25 Figura 3.9 Variabilidade da temperatura média e máxima do ar em Maio em Portugal Continental Período: (a tracejado os valores médios no período ) Os valores da temperatura do ar neste mês, foram em alguns locais, próximos dos maiores valores já observados, tendo sido mesmo ultrapassados em Santarém, Sines e Beja. Merecem referência os valores altos da temperatura do ar, em particular da temperatura máxima no período 9-19 de Maio e a partir do dia 24, com a ocorrência de uma onda de calor, que na região Centro e na região de Portalegre se prolongou pelo mês de Junho. Na Figura 3.10 apresenta-se a duração (dias) da onda de calor em 1 de Junho de 2006 Figura 3.10 Representação espacial da duração da onda de calor (dias) em 1 de Junho
26 Referência para o número de dias com temperatura máxima do ar a 25 C e 30 C, muito superior aos respectivos valores médios (Figura 3.11). (a) (b) Figura 3.11 Número de dias com temperatura máxima do ar 25 C (a) e 30 C (b) em Maio 2006 Em relação à quantidade de precipitação o mês de Maio classificou-se como extremamente seco. Maio de 2006 foi o 2º mais seco desde 1931, superior a 1991 (Figura 3.12). Figura 3.12 Variabilidade da média da precipitação em Maio em Portugal Continental Período: (a tracejado os valores médios no período ) 25 41
27 Junho A temperatura média do ar em Junho foi de C, 1.8 C acima do valor médio; o valor da temperatura mínima, C, com um desvio de C em relação ao valor médio, correspondeu ao 5º valor mais alto desde Referência para a onda de calor (com início em 24 de Maio e fim em 8 de Junho) que em parte da região Centro e na região de Portalegre teve uma duração de 16 dias e 15 dias, respectivamente (Figura 3.13). Figura 3.13 Representação espacial da duração da onda de calor (dias) em 8 de Junho 2006 O número de dias com temperatura máxima a 25 C e 30 C (Figura 3.14) foi muito superior aos respectivos valores médios. (a) (b) (c) Figura 3.14 Número de dias com temperatura máxima do ar 25 C (a), 30 C (b) e 35 C em Junho 2006 Em relação à quantidade de precipitação o mês de Junho classificou-se como chuvoso
28 Julho Julho foi caracterizado por valores médios da temperatura do ar muito superiores aos valores médios. Julho de 1996 foi o 3º mais quente em Portugal Continental desde 1931 (depois de 1989 e 1990), com um valor da temperatura média de C e um desvio de C em relação à média de Figura 3.15 Variabilidade da média da temperatura média em Julho em Portugal Continental (a tracejado o valor médio no período ) A média da temperatura mínima do ar em Julho de 2006, C, com desvio de + 1,95 C em relação à média, foi a 3ª mais alta registada desde 1931, inferior à de 1989 e 1990; a média da temperatura máxima foi de C (desvio de C) e foi a 6ª mais alta (Figura 3.16) Figura 3.16 Variabilidade da média da temperatura máxima e mínima do ar em Julho em Portugal Continental (a tracejado os valores médios no período ) No período de 7 a 18 de Julho ocorreu uma onda de calor que, pela sua extensão espacial (quase todo o território) e temporal (11 dias na região do Alentejo), pode ser considerada a mais significativa observada em Julho desde 1941 (Figura 3.17)
29 Neste período de referir ainda os valores muito altos da temperatura mínima, que em alguns locais ultrapassaram ou igualaram os maiores valores anteriormente observados, e também a sua persistência; a sequência de noites tropicais (Figura 3.18) foi, em grande parte do território, a maior observada desde Figura 3.17 Representação espacial da duração da onda de calor (dias) (7 a 18 de Julho 2006) Figura 3.18 Representação espacial do nº de noites tropicais consecutivas (8 a 18 Julho 2006) Os valores muito altos da temperatura mínima originaram grande desconforto térmico que se verificou em todo o território (Figura 3.19). Figura 3.19 Índice bioclimático (WSI- Weather Stress Index ) nos dia 11, 14 e 17 de Julho às 06UTC Em relação à quantidade de precipitação o mês de Julho classificou-se como normal; no entanto nas regiões do interior e em parte do litoral Centro e Sul os valores da quantidade de precipitação permitem classificá-lo como chuvoso a extremamente chuvoso naquelas regiões (Figura 3.20)
30 Figura 3.20 Precipitação total em Julho (esq) e percentagem em relação à média (dir) Agosto A temperatura média do ar em Agosto foi de C, 1.55 C acima do valor médio; a o desvio em relação à média da temperatura mínima foi de C e da temperatura máxima C Este mês caracterizou-se por dois períodos com valores muito altos da temperatura do ar, muito superiores aos respectivos valores médios (4 a 14 de Agosto e depois do dia 20), intercalados por um período, de 15 a 19 de Agosto, com valores da temperatura do ar muito inferiores aos valores médios (Figura 3.21). Temperatura Máxima (Desvios ( C) em relação ao valor médio ) Temperatura Mínima (Desvios ( C) em relação ao valor médio ) Braga Portalegre Alcacer do Sal Porto Sintra Beja Fonte Boa/Santarém Porto Anadia Elvas Faro Lisboa Amareleja Monte Real Penhas Douradas Dois Portos Braga Temperatura Máxima (Desvios ( C) em relação ao valor médio ) Temperatura Mínima (Desvios ( C) em relação ao valor médio ) Bragança Portalegre Miranda Douro Penhas Douradas Castelo Branco Vila Real Penhas Douradas Mirandela Portalegre Bragança F. Castelo Rodrigo Miranda Douro Montalegre Castelo Branco Guarda Figura 3.21 Maiores desvios da temperatura máxima e mínima do ar em Agosto (em itálico o dia de ocorrência) 29 41
31 De 2 a 13 de Agosto ocorreu uma onda de calor nas regiões do litoral Norte e Centro, com duração entre 8 e 11 dias (Figura 3.22); no dia 27 de Agosto, nas regiões do interior Centro e Sul, iniciou-se uma onda de calor, que se prolongou por Setembro. Os maiores valores do número de noites tropicais consecutivas (Figura 3.23) verificaram-se em Faro (12) e Vila Real Santo António (11) e ocorreram, em geral, de 1 a 14 de Agosto. Figura 3.22 Representação espacial da duração (dias) da onda de calor (2 a 13 Agosto 2006) Figura 3.23 Representação espacial do maior número de noites tropicais consecutivas (1 a 14 Agosto 2006) Quanto à precipitação o mês de Agosto classificou-se extremamente chuvoso; valores da quantidade de precipitação superiores aos observados só ocorrem em 20% dos anos; referência ainda para a ocorrência de 17 a 19 de Agosto de dias muito chuvosos (precipitação 10 mm). Figura 3.24 Precipitação total em Agosto (esq) e respectiva percentagem em relação à média (dir) 30 41
32 Setembro Os valores da temperatura do ar em Setembro foram superiores aos valores médios, com desvios de C para a temperatura média, C para a mínima e C para a máxima. Entre os dias 1 e 10 de Setembro registaram-se valores muito altos da temperatura máxima do ar, muito superiores aos respectivos valores médios, em particular nos dias 4 e 5, com desvios entre os 10 e 13 C em grande parte do território. Os valores da temperatura do ar foram, em alguns locais, próximos dos maiores valores já observados, tendo sido mesmo ultrapassados em algumas estações meteorológicas. Em 27 de Agosto iniciou-se uma onda de calor nas regiões do interior Centro e Sul, que se estendeu às regiões do interior Centro, ao interior Norte a partir do dia 31 e em 3 de Setembro ao litoral a Sul de Sines; a onda de calor terminou no dia 9 de Setembro (Figura 3.25) Figura 3.25 Representação espacial da duração (dias) da onda de calor (27Agosto a 9 Setembro 2006) Ocorreram ainda em Setembro dois períodos com valores baixos da temperatura do ar (11 a 15 de Setembro e 21 a 25 de Setembro). O mês de Setembro classificou-se como extremamente chuvoso. Referência para a ocorrência de 21 a 25 de Setembro de dias muito chuvosos (precipitação 10 mm); em alguns locais os valores da quantidade de precipitação em 24 horas (09-09 UTC) foram superiores ao respectivo valor médio mensal
33 Outubro A média da temperatura mínima em Outubro, C, 2.66 C acima do valor médio, foi a mais alta registada desde 1931 (Figura 3.26) Figura 3.26 Variabilidade da média da temperatura mínima do ar em Outubro em Portugal Continental (a tracejado os valores médios no período ) De realçar os valores altos da temperatura do ar, em particular a partir do dia 26 de Outubro, com desvios superiores a 5 C em relação aos respectivos valores médios. No Porto/ P. Rubras; no dia 30, o valor da temperatura mínima, 19.1 C, ultrapassou o maior valor anteriormente observado. Figura 3.27 Anomalias dos valores diários da temperatura máxima e mínima do ar 32 41
34 Outubro de 2006 foi o 4º mais chuvoso desde 1931 (depois de 1960, 1979, 1993); Precipitação (mm) Figura 3.28 Variabilidade da precipitação em Outubro, em Portugal Continental Os valores da quantidade de precipitação observados neste mês permitem classificá-lo como extremamente chuvoso Figura 3.29 Precipitação total em Outubro (esq) e respectiva percentagem em relação à média (dir) De realçar o elevado número de dias com precipitação em particular o número de dias com precipitação 10 mm, 2 a 4 vezes superior aos respectivos valores médios, em grande parte do território. Os valores diários da quantidade de precipitação foram em geral muito altos, correspondendo entre 75 e 150% do valor médio mensal
35 Em Outubro de 2006, nas estações da Guarda, Coimbra e Elvas foram ultrapassados os anteriores maiores valores diários da quantidade de precipitação (Tabela 3.1), o que demonstra o carácter excepcional da precipitação. Tabela 3.1_ Maiores valores da quantidade de precipitação em 24 horas (das 09 às 09 UTC) em Outubro Local Outubro 2006 Anterior máximo diário Dia Máx. diário (mm) (mm) dia/ano Guarda /1953 Coimbra /1960 Elvas /2005 O período de retorno dos valores máximos diários da quantidade de precipitação foi inferior a 5 anos em parte das estações meteorológicas; em Lisboa foi cerca de 20 anos, em Castelo Branco, 30 anos, em Bragança, 40 anos e em Setúbal, 50 anos; para as estações do Alentejo o período de retorno variou entre 10 anos (Évora e Alvalade) e 20 anos (Portalegre e Beja). No período de 19 a 27 de Outubro, referência ainda para os valores da quantidade de precipitação acumulados em 5 dias (Tabela 3.2), que em parte do território foram superiores ao respectivo valor médio mensal (entre 120 e 200%) correspondendo entre 50 e 75% do total mensal. Local Tabela 3.2_Precipitação em Outubro Precipitação Máxima Diária Out 06 (mm) Dia Valor Médio Outubro (mm) Maior Valor da Precipitação Acumulada em 5 dias Out 06 (mm) Período Montalegre a 23 Bragança a 26 Viana do Castelo a 26 Miranda do Douro a 26 Vila Real a 25 Porto/P. Rubras a 23 Viseu a 25 Guarda a 25 Penhas Douradas a 27 Coimbra a 26 Castelo Branco a 27 Alvega a 27 Portalegre a 24 Elvas a 23 Lisboa a 26 Évora a 27 Alvalade a 25 Beja a 25 Sines a
36 Referência ainda para os valores horários da quantidade de precipitação na região Centro, em particular em Coimbra onde entre a 1 e as 3 UTC do dia 25 foi atingido o valor de 64 mm (com 39 mm das 2 às 3 UTC). O valor registado em 2 horas foi o maior valor observado em Coimbra desde 1973 (Figura 3.30) Coimbra Dia 25 (da 1 às 3 UTC) 64 Precipitação (mm) h 2 h Precipitação (mm) Guarda Dia 24 (das 19 às 24 UTC) Precipitação (mm) Alvega Dia 25 (da 1 às 5 UTC) h 2 h 3 h 4 h 5 h 0 1 h 2 h 3 h 4 h Figura 3.30 Valores acumulados da quantidade de precipitação horária Novembro Novembro de 2006, com uma temperatura média de C, 2.67 C acima do valor normal, foi o 3º mais quente desde 1931 (depois de 1981 e1983) Figura 3.31 Variabilidade da média da temperatura média do ar em Novembro em Portugal Continental (a tracejado o valor médio no período ) 35 41
37 O valor médio da temperatura mínima, C, com desvio de C em relação à média foi o 2º valor mais alto, inferior ao de 1983; o valor médio da temperatura máxima, C, com desvio de C em relação à média, foi o 5º valor mais alto, inferior ao de 1981, 1947,1948 e 1970 (Figura 3.32) Figura 3.32 Variabilidade da média da temperatura máxima e mínima do ar em Novembro em Portugal Continental (a tracejado os valores médios no período ) Em cerca de metade do mês ocorreram valores da temperatura mínima superiores aos respectivos valores do percentil 90, com particular referência para os valores altos da temperatura mínima do ar nos primeiros dias do mês e de 22 a 27. Os maiores desvios na temperatura mínima, C e C, ocorreram no dia 24 respectivamente em Alvalade/Sado e Alvega (Figura 3.33). Neste dia, em quase todo o território, ocorreram os maiores valores da temperatura mínima, valores consideráveis para a última década de Novembro. No entanto, não foram ultrapassados os maiores valores da temperatura mínima em Novembro. Figura 3.33 Anomalias da temperatura máxima e mínima do ar em Novembro
38 Os valores da quantidade de precipitação observados no mês de Novembro, muito superiores aos valores médios, permitem classificá-lo como extremamente chuvoso. Figura 3.34 Precipitação total em Novembro e respectiva percentagem em relação à média O mês de Novembro caracterizou-se por valores muito altos da quantidade de precipitação em particular de 3 a 7 e 21 a 29 de Novembro. Os maiores valores diários (das 09 às 09 UTC) da quantidade de precipitação em Novembro, em grande parte das estações do território corresponderam entre 40 e 104% do valor médio mensal. Os máximos diários registados em Novembro 2006 foram, na maior parte das estações, superiores à média dos máximos diários, a que corresponde um período de retorno de 2.33 anos. De referir que o período de retorno dos valores máximos diários da quantidade de precipitação foi de: 20 anos em Penhas Douradas, Castelo Branco e Vila Real de Santo António; cerca de 10 anos em Mirandela, Beja, Portalegre e Faro Em alguns locais das regiões Centro e Sul, nomeadamente em Alvalade, Alvega, Vila Real Santo António, Faro, Beja e Castelo Branco, as quantidades de precipitação registadas até ao dia 7 de Novembro, ultrapassaram o valor médio do mês; os valores da precipitação em 7 dias corresponderam entre 120 e 160% do valor médio mensal. Considerando as estações com séries longas (mais de 30 anos de registos) o valor de 84 mm registado no dia 3 de Novembro, em Alvalade, foi superior ao valor médio mensal e ultrapassou o maior valor anteriormente registado nesta estação (73.0 mm no dia 8 de Novembro de 1982), o que demonstra o carácter excepcional da precipitação
39 Em Castelo Branco nos dias 5 e 6 registaram-se 130 mm; de referir ainda que em Castelo Branco no dia 5 em 2 horas (das 7 às 9 UTC) registaram-se 44 mm; em Vila Real Santo António (v. médio mensal 82 mm) no dia 3 registaram-se 73 mm (cerca de 39 mm em 2 horas). Os maiores valores da quantidade de precipitação acumulados em 5 dias (indicador potencial de cheias) foram, em parte do território, superiores ao respectivo valor médio mensal, entre 101% em Bragança e 160% em Castelo Branco. Apresentam-se, para alguns locais (Tabela 7), os maiores valores diários da quantidade de precipitação e dia de ocorrência e os maiores valores da quantidade de precipitação acumulada em 5 dias. Em parte das regiões Norte e Centro e no Algarve, referência para os elevados valores da quantidade de precipitação, em particular entre 24 e 29 Novembro; o valor da quantidade de precipitação em 5 dias ultrapassou o valor médio do mês, nomeadamente em Bragança, Viana do Castelo, Mirandela, Viseu, Lisboa/Geofísico e Faro correspondendo entre 101 e 127% do valor médio mensal. Referência ainda para os dias 24 e 25, em particular nas regiões do Norte e Centro em que se registaram: 104 mm em Castelo Branco, correspondendo a 85% do valor médio mensal; 167 mm em Penhas Douradas, correspondendo a 70% do valor médio mensal 135 mm em Viseu, correspondendo a 90% do valor médio mensal No dia 29 em Faro entre as 09 e as 10 UTC registaram-se 44.2 mm (29 mm em 10 minutos) Tabela 3.3_Precipitação em Novembro Novembro 2006 Novembro Novembro 2006 Local Precipitação Maior Valor da Valor Médio Máxima Diária* Precipitação Acumulada (mm) (mm) Dia em 5 dias (mm) Período Bragança a 28 Viana do Castelo a 28 Vila Real a 28 Porto/S. Pilar a 28 Viseu a 28 Penhas Douradas a 25 Castelo Branco a 7 Alvega a 7 Portalegre a 7 Elvas a 7 Lisboa/Geofísico a 28 Alvalade a 7 Beja a 7 * Valores das 09 às 09 UTC De mencionar também que em quase todo o território se registaram valores diários (das 09 às 09 UTC) da quantidade de precipitação 50 mm
40 Dezembro No mês de Dezembro de 2006, a média da temperatura média, 9.01 C, foi 0.35 C abaixo do valor médio, com a contribuição da média da temperatura mínima, 0.70 C abaixo do valor médio; os valores da temperatura máxima foram próximos dos valores normais. Nos primeiros dias e nos últimos dias do mês os valores da temperatura do ar foram em geral muito superiores aos valores médios, em particular os valores da temperatura mínima, intercalados por um período prolongado de valores muito baixos, quer da temperatura máxima, quer da temperatura mínima. O número de dias com temperatura mínima igual ou inferior a 0 C variou entre 0 nas regiões do litoral e 18 no Nordeste (Figura 3.35) e foi superior ao valor médio nas regiões do interior Norte e Centro. Figura 3.35 Número de dias com temperatura mínima do ar 0 C em Dezembro 2006 Quanto à precipitação o mês de Dezembro classificou-se como muito seco (60% em relação à média ) 39 41
41 COORDENAÇÃO Fátima Espírito Santo Departamento de Acompanhamento do Clima e das Alterações Climáticas PARTICIPANTES Vanda Cabrinha Pires Álvaro Silva Sofia Moita Tânia Cota Luísa Mendes 40 41
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