ILÊ OXUM MINAGUACI: TRAÇANDO PERFIL

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1 DOI: /4cih.pphuem.101 ILÊ OXUM MINAGUACI: TRAÇANDO PERFIL José Aparecido dos Santos Graduando em História Licenciatura; José Roberto Santos Lima Professor do Curso de História. Universidade Federal de Alagoas Este artigo é resultado de uma pesquisa sobre o Terreiro Ilê Oxum Minaguaci, templo afro-religioso situado na rua 15 de março, 242, Levada, Maceió, Alagoas. As religiões afro-brasileiras e de matriz africana são o maior legado que nos foi deixado pelos africanos. Mesmo tendo que se adequar a realidade do Brasil, a religião dos Orixás manteve muitos paradigmas de sua tradição, contribuindo com o imaginário do nosso povo e enriquecendo nosso sistema cultural. É, pois, a religião o elo que nos une diretamente com a terra mãe, África. O estudo das religiões afro-brasileiras abre novas possibilidades, no sentido de se ampliar o conhecimento sobre a cultura negra no Brasil. Espero com esse trabalho poder contribuir tanto para a disseminação do conhecimento sobre as religiões dos Orixás no Brasil, como para a ainda incipiente pesquisa sobre o assunto, nomeadamente no Estado de Alagoas. A carência de estudos sobre esse tema conduziu a uma situação de privilégio a este trabalho que se propõe como original e pioneiro no que diz respeito ao objeto de estudo; não obstante, a inexistência de material prévio tornou a tarefa mais árdua. Nesse sentido, fez-se necessário buscar respaldo teórico, nos estudiosos clássicos da temática, na produção de autores locais, na ciência das religiões, história e antropologia, para, em seguida, desenvolvermos a parte analítica e interpretativa propriamente dita. A proposta foi de acompanhar todos os rituais do terreiro, em estudo minucioso. Para muitos o que mais caracteriza o povo negro é a religião não que essa religião seja praticada exclusivamente por negros, mas como herança dos nossos antepassados, levando em consideração o processo de miscigenação ocorrido no Brasil. Abrir as portas do Terreiro é um convite para acabar com a visão de isolamento que os terreiros apresentam ter. Somente abrindo as portas dos Terreiros, o axé poderá deixar de ser vitima de tanta descriminação em um país construído por negros que deram suas vidas por uma nação que não era a sua de origem. Os Povos Africanos trouxeram para o Brasil, uma crença fundamentada no poder da

2 2242 incorporação, ou seja, um espírito pode voltar a terra e se comunicar com os vivos. Através de um médium que estará em estado parecido com o transe. Em Alagoas predomina a influência Banta, devido a grande concentração desses povos originários da África no Nordeste no início da colonização brasileira. De acordo com dados do LACC/ICS/UFAL, existem em Maceió aproximadamente 500 (quinhentas) casas de culto aos Orixás. Ou seja, terreiros de Candomblé, nomenclatura não muito apropriada, pois nem todo terreiro é de Candomblé, quando se sabe, que existe uma grande variedade de cultos afro-brasileiros. Os de Umbanda, por exemplo, não se identificam com essa corrente. É de fundamental importância ressaltar que o presente texto sofre influência acadêmica, mas que busca romper os muros da universidade, levando em consideração o valor da cultura popular na produção do saber, valendo-se do senso comum. Dessa forma, quero garantir ao leitor um prévio conhecimento sobre o funcionamento de uma casa de culto ou como é popularmente conhecido pelo termo terreiro. Trabalhar com a comunidade de terreiros foi motivo de descontentamento entre meus pares: muitos de meus colegas na universidade criticaram a escolha desse tema na minha linha de pesquisa, o que resultou em certa angústia, pois percebi que estava cercado de pessoas preconceituosas e desinformadas. É, portanto, a partir deste preconceito que busco reconstruir novos valores e contribuir para esses futuros educadores. Retornando, a nosso objeto de estudo o Terreiro Ilé Oxum Minaguaci, devo traçar sua história que começa nos meados do século XX, dentro da tradição religiosa afrobrasileira, tal como comprovam os estudos de Cavalcanti e Pereira: O desenvolvimento dos terreiros na cidade seguiu o trato lagunar da ocupação urbana popular, difundindo-se com por novos logradouros na parte alta da cidade num movimento iniciado em plena zona central da capital ainda no século XIX. Até meados do século XX, a grande concentração dos terreiros se deu na cidade baixa, em bairros como a ponta grossa, a Levada e o Poço. A partir da década de 1950, com os novos bairros populares da parte alta da cidade como o Jacintinho e a extensão de Bebedouro rumo ao tabuleiro ( Chã de Bebedouro e Chã da Jaqueira) e, ao mesmo tempo, com o adensamento de antigas e marginais áreas da parte baixa, como a Ponta da Terra e o Vergel do Lago, é que as religiões afro-brasileira se expandem enormemente. O trecho acima mostra que a partir do crescimento urbano da capital, os terreiros seguem essa movimentação de espaço, proporciona um deslocamento da população para outros bairros, o que ocasiona a abertura de novas casas de Axé. Tendo como elemento norteador as informações dos pesquisadores Cavalcanti e Pereira, parti para um levantamento

3 2243 dos Terreiros existentes no Bairro da Levada em Maceió, e constatei que o Templo Ilê Oxum Minaguaci (doravante Ilê Oxum) é o mais antigo de todos eles, levando em consideração os limites geográficos dos bairros circunvizinhos, Centro, Ponta Grossa, Bom Parto e parte do Dique Estrada. O início da pesquisa A pesquisa de campo teve início em Janeiro de 2008, com o toque para Exu, entidade bastante temida pelos seguidores dessa prática religiosa e que ganhou no contacto com os estratos cristãos da cultura religiosa européia, o conceito equivocado de demoníaco, sendo associado ao diabo. Discordo desta concepção. Parto do princípio de que Orixás são elementos da natureza. Teria a natureza um lado mal, perverso, destruidor? Essa foi a parte da pesquisa que mais provocou inquietações, posto que muitos autores ainda concebem esta divindade como sendo puramente malévola. Descobri que para as Nações (Gege, Ketu, Angola) Exu é o Orixá da comunicação, senhor das encruzilhadas, aquele que abre e fecha caminhos. Daí a extrema preocupação com esta entidade, buscando-se sempre está de bem com ele, pois sem ele, qualquer realização se torna impossível. Dessa forma, ele é sempre o primeiro a ser homenageado, o primeiro a se alimentar nos rituais afro-religiosos. Um exemplo disto acontece quando da feitura de um filho: o responsável pela obrigação tem que oferecer o alimento primeiramente a Exu e somente em seguida ao Orixá que está sendo feito na cabeça do iniciante. Prandi nos informa sobre as benevolências de Exu, que tanto faz o bem como faz o mal e que não é bom abandoná-lo. Nos Candomblés não há registro da manifestação de Exu. Contudo, nos terreiros de Umbanda, Exú tem a mesma função das demais entidades. Exu umbandizado é uma manifestação completamente diferente do Exu do Candomblé. A pesquisa me levou à descoberta de uma grande diversidade de nomes para Exu: Marabós, Tranca-Rua, Vira-Mundo, Quebra-Galho, Sete Facadas, Bagaceira, Caveira, Mourão, etc. Em geral eles se caracterizam por uma entidade cuja vida é dedicada ao sexo e à cachaça. Muitos ao incorporarem essa divindade aparentam estado de embriaguez. Apesar disso, ela mantém a mesma categoria de valor de um Orixá no Candomblé. É importante informar que o Terreiro em análise firma-se como Nagô, mas seus cultos estão ligados diretamente com a Umbanda, e que o Exu da casa é nomeado Quebra-galho.

4 2244 Tem-se conhecimento de que apenas duas pessoas o recebem em Maceió, sendo ele originário de Minas Gerais. Retornando à descrição dos rituais no Ilê Oxum notou-se que após o toque de duas horas seguidas para Exu, foi dado um pequeno intervalo, seguido do toque para Pomba Gira. Percebeu-se uma excitação no toque para as lebaras. As músicas, pontos cantados, ou zuelas como são chamadas, são sempre acompanhadas pelo ritmo forte dos atabaques. Todos vibram, respondendo em coro. Algo realmente indescritível. Suponho que toda essa empolgação tem a ver com as atividades que essas entidades desenvolvem. As pombas giras são responsáveis pelos assuntos amorosos, os encantamentos, a sedução, a sexualidade. Talvez seja esse o motivo de tanta alegria, quando estas entidades estão em terra, expressão utilizada para afirmar-se que a entidade está fazendo uso do corpo, da matéria, o conhecido cavalo. Denomina-se cavalo, a pessoa virante, o filho ou filha que tem a capacidade, ou a corrente aberta para receber entidades em seu corpo. Os que não viram no Santo, não recebem espíritos, são responsáveis pela organização e desenvolvimento do toque, estando entre as suas funções servir as entidades e aos convidados/visitantes. As religiões afro-brasileiras estão fundamentadas em mitos, assim como a religião da Grécia antiga, e que estes existem e vão continuar existindo, mantendo a tradição destes cultos. Nas festas para Exu ouvi referências ao inferno e satanás; esses pontos cantados são, ao mesmo tempo, formas de evocação e de esconjuração, possíveis indícios da herança católica presentes nas práticas de cultos afro-brasileiros. Breve Historia do Ilê Oxum Minaguaci Natural da cidade de Pilar, interior do Estado de Alagoas, a ainda menina Vanda, aos seus 7 anos de idade, começa a receber uma entidade masculina que sempre ia para os bares locais. Não aceitando essa situação, a família vem para Maceió procurando ajuda espiritual. A família é encaminhada para casa do Babalorixá Luiz Marinho, grande nome nos tradicionais cultos de Nagô. Por ser muito jovem para a época, Vanda não poderia tomar obrigação, ou fazer a cabeça, expressões utilizadas para quem deve se tornar um membro da comunidade religiosa. É somente aos 13 anos de idade que ela dar obrigação, uma vez que seu Orixá cobrava feitura. Aos 20 anos, a jovem Vanda dá nova obrigação, quando recebe o adecá, uma

5 2245 espécie de titulação concedida aos pais e mães de santo. Imediatamente, prepara-se para abrir o seu barracão. Assim, prepara-se nos fundos da casa um espaço que passaria a ser a morada dos deuses e deusas, originários da terra mãe, África. Decorrido todo o processo necessário para a abertura e inauguração, no ano de 1958, Maceió passa contar com mais um terreiro. Não foi possível, contudo, à Ialorixá lembrar a data precisa deste evento. O templo, com a denominação de Centro Santa Maria Madalena, foi aberto no Largo São Pedro, n 55. Nessa época, mãe Vanda trabalhava em parceria com o esposo, o Babalorixá, Alfredo da Silva Barros. Após 20 anos e 6 meses de funcionamento, no referido endereço, houve a necessidade de mudança, devido a uma série de fatores pessoais. Com a separação do marido, D. Vanda vai morar em outra casa, no mesmo bairro, desta vez na casa de número 75, na Travessa Largo São Pedro, onde permaneceu atendendo e acolhendo durante 14 anos. A nova mudança deve-se ao fato do exu e a pombo gira da casa terem recebido, em forma de pagamento uma casa, localizada na Rua 15 de março, n 424, no bairro Levada, pois os problemas que estas entidades resolveram eram muito complexos, segundo relato de Dona Vanda. Instalado no novo endereço há 17 anos, o Ilê Oxum, configura-se entre os mais antigos terreiros em funcionamento, sendo, desde a sua inauguração, zelado pela mesma liderança religiosa; este fato o torna mais singular em relação aos outros terreiros. A troca do nome ocorre no ano de 1993, devido a um novo recadastramento na Federação Afro-umbandista do Estado de Alagoas, passando a ser designado pelo nome do Orixá da Casa, a Oxum Minaguaci. A Função do Terreiro na comunidade O terreiro desempenha papel de extrema importância para a comunidade na qual está inserido. As portas estão sempre abertas para acolher aquele que precise de ajuda e acolhimento. É comum a procura de pessoas buscando atendimento para as causas espirituais, amorosos e até mesmo financeiros. Entre os trabalhos oferecidos destaca-se a consulta com o Exú e a Pomba Gira, despachos e banhos com ervas, os conhecidos banhos de descarrego. Acreditando-se que o corpo humano é a morada dos Orixás, os adeptos dos cultos afro, preocupam-se bastante como o corpo:

6 2246 Sintomas e doenças É importante conhecer a relação a relação que os/as adeptos/as fazem entre os agravos e doenças e as forças dos deuses e deusas. Isto para entender porque as pessoas procuram os terreiros nos momentos de aflição. Para as religiões afro-brasileiras a doença e um desequilíbrio ou uma ruptura entre o mundo dos humanos e o mundo sobrenatural. O equilíbrio é restabelecido pelas práticas rituais, pelo reforço do axé (energia vital). A combinação das praticas terapêuticas envolvendo a medicina oficial e a medicina dos terreiros é muito comum entre os/as adeptos/as da tradição religiosa afrobrasileira. Exemplos da relação das doenças com os deuses/deusas podem ser verificados nos terreiros de candomblé da nação ketu. Doenças epidêmicas( varíola, aids) e doenças de pele Aborto, infertilidade feminina, problemas menstruais Impotência e infertilidade masculina Problemas de visão Asma, falta de ar, e problemas respiratórios Distúrbios emocionais Males do fígado, vesícula e úlceras estomacais Obesidade Obaluaiê Orixás( deuses e deusas) Iemanjá e Oxum Xangô e Exu Oxum Iansã Oxossi e Ossain Oxossi e Logun- Edé Iemanjá, Oxum e Xangô *fonte atagbá, guia para a Promoção de Saúde nos Terreiros, Muitas pessoas que buscam ajuda nos templos de axé escondem essa ligação devido à sua posição social. No entanto, o terreiro se apresenta como um espaço aberto, acolhedor, onde todos são sempre bem vindos. É neste espaço que as pessoas são recebidas, independente de cor, sexo, orientação sexual. O terreiro está sempre em constante atividade, com um grande número de clientes em busca de atendimento. O movimento maior ocorre quando se está em preparação para festa. As comemorações ocorrem geralmente nos fins de semanas. Salvo as de Exu, que ocorrem sempre na segunda-feira. Esta é mais uma convenção, geralmente nos fins de semana, os filhos e filhas estão fora de suas atividades de trabalho, o que propicia maior participação dos mesmos nas festas. Nem tudo é festa. Para que est ocorra é preciso muita organização. As atividades iniciam-se com até três dias de antecedência. Além de configurar o perfil da casa, o escopo desta pesquisa voltou-se para o entendimento das festas. Entender esse calendário litúrgico-festivo, que em alguns aspectos

7 2247 assemelha-se ao calendário festivo católico, devido à cultura de festejar os orixás paralelamente aos santos católicos, tradição essa que se mantém até os dias atuais. No entanto, o calendário afro dedica o mês ao orixá; por esse motivo é comum junho ser considerado o mês de Xangô, julho o mês de Nanã, outubro o mês de Ibeji, Cosme e Damião, no sincretismo. Essa regra, todavia, não é geral e depende da Nação, podendo essas festas acontecer em períodos distintos, tal como acontece com a Festa de Ogum da nação Gege e a feijoada do Preto de Velho na Umbanda que ocorrem no mês de Maio. Em 2008, a festa de Exu foi motivo para grandes comemorações: todos os filhos deram obrigação àquela entidade e à Pomba Gira. O mês de agosto é comumente temido pelos adeptos dos cultos afro-brasileiros, devido à atuação de Exu, tradição esta que é seguida nos terreiros de Candomblé, Nação, Umbanda. Por isso todos cumprem com suas obrigações, temendo represálias desta divindade. O Exu da casa realizou um trabalho grande e como pagamento ganhou um novilha; como Exu não curia fêmea, deu o presente a Padilha da Casa que o recebeu de bom grado. Os preparativos começaram no sábado para a festa da segunda. O corte começou por voltadas 16:00. Não foi possível registrar a hora do encerramento do ritual em virtude da grande movimentação e das atividades; os trabalhos com as obrigações seguiram pela madrugada adentro, terminando com a limpeza dos animais sacrificados. Neste ritual foram sacrificados uma novilha, 06 cabras, 06 bodes e aproximadamente 40 bichos de penas (galos e galinhas) e uma perua. Às 15:00 do domingo esta primeira parte dos ritos foi finalizada. Após essa longa jornada de trabalhos, os praticantes foram descansar para, na segunda-feira, pela manhã continuar com os preparativos para a grande festa. Todos estavam felizes por terem dado obrigação. Na segunda-feira, pela manhã, deu-se início à preparação das comidas, arrumação do salão e todas as atividades ligas ao axé da casa. Rituais que não podem ser divulgados para preservação da tradição, sendo que em momento algum, como pesquisador, fui proibido de registrá-los. As festas no Ilê Oxum começam sempre às 19:30, culminando com o toque máximo às 23:00. À noite, todos estavam vestidos de vermelho e preto e usando chapéu preto. Para o toque da Pomba Gira, as filhas vestiram lindos vestidos em homenagem às sukas lebaras. Nesta festa o barracão estava superlotado, quando não se podendo locomover-se. Pessoas de outras casas vieram prestigiar a festa e consequentemente as entidades dessas pessoas honraram com sua presença. Ainda com dados da pesquisa de campo, são as festas de Exu e Pomba Gira, nas quais há uma maior expressividade no número de visitantes.

8 2248 A Festa de Xangô Xangô é sempre comemorado durante o mês de Junho. Durante esta cerimônia uma das filhas de santo da casa deu reforço da obrigação ao seu orixá. Não foi possível realizar o acompanhamento desse processo, pois outras atividades me impossibilitaram de comparecer ao barracão, sendo possível apenas comparecer à festa. O barracão estava ornamentado nas cores do dono da festa: vermelho e branco. Na noite que ocorreu esta festa, o Ilê contava com um bom número de pessoas de outras casas que foram prestigiar o festejado, o senhor da justiça. Quando a filha virou no santo, foi levada para vestir a roupa de seu orixá. Xangô veio, dançou e foi embora. Ele não demorou muito, pois se tratava de um Xangô velho. Nesta mesma festa, a filha vestiu também seu juntó, o segundo orixá que no caso era Oxum, que nos honrou com sua presença por mais tempo. Cumpriu com suas funções e posteriormente retirou-se para a sua morada na cachoeira. Após o término do toque, as obrigações que estavam arriadas no Pejí, foram trazidas para o centro do terreiro, conforme a tradição nagô. As obrigações servem para mostrar a fartura da casa. Entre as comidas de Xangô, a canjica não pode faltar; a fartura da casa é mostrada com quantidade significante de comidas distribuídas a comunidade durante as festas realizadas. Entidades e divindades cultuadas Denominarei de entidades os espíritos-guias que não são orixás, mas figuras ligadas ao culto da Jurema. São estes: pretos-velhos, exus, pombas giras, ciganas, caboclos, marujos, marinheiros, boiadeiros, etc. Já os orixás são as divindades, que configuram a seguinte genealogia: OXUM Odé Iansã Nanã Xangô Oxalá

9 2249 O gráfico acima mostra a configuração dos Orixás que regem a vida do terreiro de D. Vanda: Oxum, seu Orixá de frente, seguido por Odé. Iansã, Nana, Xangô e Oxalá também fazem parte da corrente da Ialorixá. O Exu da casa, denominado Quebra-Galho, a pomba gira Maria Padilha Sete Saias e Sete Gargalhadas, a cigana Berení, a preta velha Filomena. Existem outras entidades que descem, mas que foram classificadas como secundárias, devido à sua importância relativa dentro do barracão como é o caso do Exu Malandra, Exu Brasa, Tranca Rua e a pomba gira Bernardina. Essas entidades são menos cultuadas, devido ao fato de serem entidades mandadas ou herdadas. Maria Padilha **Exú Malandra Quebra- Galho Marinheiro Exú Brasa *Mestra Bernadina Cigana Bereni * entidades que eram da corrente da mãe biológica, **entidade mandada por seu ex-marido para matá-la. Preta Velha Vó Filomena *Exú Tranca-Rua O gráfico acima mostra como a hierarquia das entidades do Ilê Oxum se encontram organizadas: no topo o Exú da casa, seguido da Pomba Gira, abaixo o Malandra; na linha mais abaixo todos aqueles que têm pouca influência no contesto social da casa: Marinheiro, Exu Brasa, Mestra Bernardina, Bereni, a cigana, Preta Velha e Tranca Rua. A comunidade do Terreiro É comum o ser humano viver em comunidade, fato este que se comprova com inúmeras pesquisas sobre nossa evolução. Partindo dessa premissa, foco meus estudos para entender o que é e como é formada a comunidade do terreiro.

10 2250 Entende-se por comunidade todos os indivíduos que se relacionam em conjunto, compartilhando dos mesmos ideais. Logo a comunidade de terreiro é formada por todos aqueles que pelos mais variados motivos estão relacionados com as casas de culto. Faz parte da comunidade desta, todos ligados com as atividades religioas, Ialorixás, Babalorixás, Abiãs, Iaôs, Ogãs, além dos cliente e visitantes. Pode-se observar a organização hierárquica desta comunidade e as funções desempenhadas pelos indivíduos em suas categorias. É importante salientar que todas as categorias são relevantes, mas que nenhuma se sobressai sobre a outra. Estando interligadas, mantendo o bom funcionamento do terreiro, não apenas no momento da festa. Entretanto, vivemos em um país que ainda não aprendeu a conviver com as diferenças, sejam elas de credo, cor ou orientação sexual. Esse problema provoca certo mascaramento das pessoas ligadas ao terreiro. Nesse sentido, como já foi mencionado, é comum encontrar pessoas que, devido à sua posição social, escondem sua ligação com os barracões. Com o desenvolvimento desta pesquisa, foi possível identificar que o terreiro é procurado por médicos, advogados, enfermeiros e profissionais ligados à educação, porém eles não autorizam a divulgação em relação aos serviços prestados pelos terreiros, comprovando, assim, o preconceito ainda existente para as religiões afro-brasileiras. Esses clientes são os principais responsáveis pela geração de renda do barracão, que através de seus serviços prestados à sociedade, consegue manter-se em funcionamento, ainda que os filhos de santo também contribuam para a manutenção do mesmo.. A religião em geral integra um conceito amplo de cultura tal como percebe a antropologia contemporânea. As religiões afro-brasileiras não se constituem uma exceção a esta regra. Nesse sentido a descrição e análise dos vários terreiros existentes em Alagoas se revelam como da maior importância para a compreensão da dinâmica social, política e cultural deste Estado. Como está explícito no próprio título deste trabalho, procurei traçar o perfil do Ilê Oxum com o objetivo de resgatar não apenas os rituais de uma prática religiosa aviltada ao longo da história brasileira, mas de compreender uma importante dimensão da vida da comunidade em torno deste terreiro. A religião integra um conceito amplo de cultura tal como percebe a antropologia contemporânea. Ver Nestor Canclini.

11 2251 REFERENCIAS BIBIOGRAFICAS BRAGA, Julio. Fuxico de Candomblé; estudos Afro-Brasileiros / Julio Braga, Feira de Santana; UEFS, 1988,144p. CARMO, João C. O que é Candomblé / João C. Carmo. São Paulo: Brasiliense, ( Coleção Primeiros Passos, 200).1 reimp. da 1.ed. de CAVALCANTI, Bruno César & BARROS, Rachel Rocha de Almeida. Maceió, cidade negra diversidade e distribuição espacial de bens e serviços afro-brasileiros. In Bruno C. Cavalcanti, Rachel Rocha de A. Barros e Clara Suassuna Fernandes (orgs.) Afroatitudes. Maceió: NEAB/Edufal,2007, PP ELIADE, Mircea, O sagrado e o profano / Mircea Eliade; [tradução Rogério Fernandes]. São Paulo: Martins fontes, (Tópicos) PORTUGAL, Fernandes.Curso de Cultura Religiosa Afro-Brasileira / Fernandes Portugal. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás/ Reginaldo Prandi; ilustrações de Pedro Rafael São Paulo. Companhia das letras, 2001.

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