INFORME OPEU DEZEMBRO 2012, n 1
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- Jónatas Martini Brás
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1 INFORME OPEU DEZEMBRO 2012, n 1 SEGURANÇA EUA VOTAM CONTRA PALESTINA COMO ESTADO OBSERVADOR NA ONU 29 DE NOVEMBRO DE 2012 Os EUA votaram contra o pedido da Palestina para se tornar Estado observador não membro das Nações Unidas. A solicitação foi aprovada na votação da Assembleia Geral da organização no dia 29, com 138 votos a favor, 9 contra e 41 abstenções. O novo status permite que os palestinos busquem acesso a agências especializadas da ONU e a Cortes internacionais. Após a votação, a secretária de Estado Hillary Clinton declarou que a resolução poderia atrapalhar as negociações de paz entre israelenses e palestinos. Desde o início, EUA e Israel se opuseram à iniciativa conduzida pelo grupo palestino Fatah. Uma das preocupações de Washington, e principalmente de Israel, é que a Palestina acione o Tribunal Penal Internacional (TPI) contra práticas israelenses nos territórios ocupados. Antes da votação, diplomatas dos EUA se reuniram com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para buscar garantias de que o líder não requisitará participação no TPI e em outras agências internacionais. Congressistas em Washington já apresentaram projetos de lei para cortar contribuições financeiras destinadas ao governo Palestino e a organizações internacionais que aceitem o país como membro de suas instituições. A administração Obama é contra a suspensão das verbas. A resolução na ONU, que ocorreu dias após o fim das agressões entre Israel e o grupo palestino Hamas, indica um afastamento da comunidade internacional em relação à posição dos EUA. Analistas acreditam que a percepção de fortalecimento do Hamas depois do conflito estimulou países a aprovar o pedido do Fatah, facção considerada mais moderada. GOVERNO PLANEJA REGRAS PARA ATAQUE COM AVIÕES NÃO TRIPULADOS 28 DE NOVEMBRO DE 2012 A administração Obama está estabelecendo diretrizes para operações com aviões não tripulados. Divulgada pelo The New York Times no dia 24, a informação foi atribuída a fontes anônimas. O esforço, iniciado no meio do ano, teria sido acelerado semanas antes da eleição de novembro com a possibilidade de vitória de Mitt Romney. O objetivo era que o código ficasse pronto até janeiro de 2013, para que o possível sucessor de Barack Obama herdasse regras claras. Com a reeleição do presidente, a iniciativa teria perdido parte da urgência. Segundo as fontes, as agências envolvidas no processo divergem sobre as circunstâncias em que ataques remotos devem ser autorizados. O Departamento de Defesa e a CIA defenderiam ações para auxiliar governos aliados. O Departamento de Estado e o Departamento de Justiça teriam uma postura mais restritiva, argumentando que as operações deveriam ser um último
2 recurso, empregado apenas em casos de ameaça iminente ao país. O uso de aviões não tripulados começou na administração George W. Bush e foi expandido por Obama. Em uma entrevista este ano, o presidente afirmou que a criação de uma estrutura legal, com processos e controles sobre o uso desse tipo de arma, seria um desafio para seu governo. Críticos afirmam que o foco das operações foi sendo ampliado para alvos, como militantes no Paquistão ou suspeitos de terrorismo não identificados, que não representariam risco direto para a segurança do país. Grupos de direitos humanos consideram lamentável que os EUA queiram institucionalizar ações claramente ilegais de acordo com o direito internacional. CASA BRANCA FAZ CRÍTICA MODERADA A DECRETO EGÍPCIO 27 DE NOVEMBRO DE 2012 A secretária de Estado Hillary Clinton manifestou preocupação com o decreto emitido pelo presidente egípcio Mohamed Morsi, no dia 22. Em telefonema a seu contraparte egípcio, Mohamed Arm, Clinton disse que os EUA gostariam que as reformas políticas não levassem à concentração de poder. Morsi deu imunidade ao Executivo e à Assembleia Constituinte contra eventuais medidas do Judiciário. O presidente também pediu revisão do julgamento do ex-líder Hosni Mubarak e a incriminação de membros do antigo governo por repressão durante a Primavera Árabe. A iniciativa de Morsi, que foi eleito pela Irmandade Muçulmana, despertou forte reação por parte de juízes e da população. Muitos manifestantes vêm enfrentando forças oficiais nas ruas do Cairo, mesmo após o presidente reverter algumas medidas e garantir que as decisões serão temporárias. Em contrapartida, outros protestam contra a demora do governo em julgar abusos cometidos pelo regime anterior. Apesar dos sinais de nova convulsão social no Egito, a administração Obama evitou críticas mais fortes. A relação entre Washington e Cairo vem sendo testada desde a queda do ditador Mubarak, aliado dos EUA por mais de 30 anos. Para a Casa Branca, é importante garantir a cooperação do país árabe em questões regionais, como o conflito israelense-palestino. Um dia antes do decreto, Morsi anunciou o cessar-fogo entre Israel e Hamas após mais de uma semana de conflito. O acerto foi mediado em parceria com os EUA, que elogiaram o papel ativo do Egito na obtenção do acordo. 2
3 ECONOMIA PIB DO TERCEIRO TRIMESTRE É REVISADO PARA CIMA 29 DE NOVEMBRO DE 2012 O Bureau de Análises Econômicas, órgão do Departamento de Comércio, informou que a economia cresceu a uma taxa de 2,7% no terceiro trimestre. Na estimativa anterior, divulgada em outubro, o Departamento havia anunciado que o PIB crescera a uma taxa de 2%. Os últimos dados, divulgados no dia 29, também revisaram gastos com consumo, que sofreram uma queda de 0,6%, atingindo o patamar de 1,4%. A diminuição foi compensada pelo ritmo mais acelerado de recomposição dos estoques de empresas, maiores gastos governamentais e melhora nas exportações. As previsões para o último trimestre do ano indicam que tais progressos podem não persistir, levando a uma desaceleração com crescimento abaixo de 2%. O impacto do furacão Sandy, e a incerteza quanto aos aumentos de impostos e cortes de gastos do governo poderão afetar gastos de consumo e das empresas. Caso a Casa Branca e o Congresso não cheguem a um acordo sobre o déficit fiscal, estudos apontam que a economia poderá crescer a uma taxa anual de apenas 1,1% em 2013, com aumento de desemprego para 8,5% até o final do ano. A maior parte dos especialistas espera uma solução de curto prazo para minimizar os efeitos do abismo fiscal, mas os riscos quanto ao crescimento futuro são crescentes. No mesmo dia, o presidente Barack Obama apresentou aos republicanos uma proposta detalhada na tentativa de solucionar os impasses econômicos. No entanto, a oposição criticou fortemente o plano, chamando-o de retrocesso nos esforços bipartidários. MEMBROS DA OMC CRITICAM PROTECIONISMO DA RÚSSIA 28 DE NOVEMBRO DE 2012 Os EUA e outros membros chave da OMC estão pressionando a Rússia a respeitar os compromissos assumidos ao entrar na instituição. No dia 26, durante reunião do Conselho de Bens, EUA, União Europeia (UE) e Japão questionaram a adoção de políticas protecionistas pela Rússia. Uma das questões levantadas se refere à aplicação de tarifas mistas. Segundo a OMC, a Rússia pode utilizar esse tipo de tarifa, que é uma composição entre tarifas percentuais sobre o valor do bem e tarifas fixas sobre a quantidade do mesmo. Todavia, os países argumentam que a maneira pela qual a Rússia utiliza tais instrumentos contraria os regulamentos da OMC. Além disso, EUA, UE e Japão questionam a imposição taxas de reciclagem sobre automóveis importados pela Rússia. A UE declarou haver violação do Artigo 3 do GATT, que estabelece a não discriminação entre produtos nacionais e importados. Como a taxa de reciclagem só é aplicada a veículos importados, e não aos produzidos na Rússia, haveria descumprimento das regras do comércio internacional. A UE também critica a proibição da importação de animais vivos, vigente desde março de A suspensão afeta particularmente porcos para 3
4 abate, violando o Acordo Sanitário e Fitossanitário, uma vez que a Rússia não apresentou avaliação de risco para justificar as medidas. Por fim, os EUA continuam pressionando pela adesão russa ao Acordo de Tecnologia da Informação. O dispositivo elimina tarifas sobre produtos de alta tecnologia, embora tenha sido assinado por apenas 70 dos 157 países da Organização. BRASIL CRITICA MODELO DE ENGAJAMENTO BILATERAL DOS EUA 23 DE NOVEMBRO DE 2012 O governo brasileiro acredita que o aprofundamento comercial do Brasil com os EUA não será fácil se o parceiro não reconsiderar seu atual modelo de engajamento bilateral. A declaração foi dada por Ernesto Araújo, ministro-conselheiro da embaixada brasileira em Washington, no dia 16. Araújo criticou a ênfase dos EUA na promoção da desregulamentação dos mercados em seus acordos comerciais. Segundo o ministroconselheiro, tal abordagem restringe o espaço político dos parceiros. O modelo de política comercial dos EUA seria voltado para o setor privado, diminuindo a margem de ação governamental. Além disso, Araújo ressalta que a plataforma econômica do presidente Barack Obama durante a campanha presidencial, ressaltando o papel do Estado na criação de empregos e a competição justa no comércio internacional, não se transformou em agenda negociadora. Em abril, o ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota já demonstrava preocupação quanto à relação comercial entre os dois países. Para o ministro, o grande superávit dos EUA e a atual composição do comércio bilateral não são ideias. Apesar de o Brasil não estar em processo ativo de negociação com os EUA, Araújo acredita que Washington deve respeitar o espaço político de seus parceiros, e permitir o avanço de políticas domésticas econômicas e sociais. No final de setembro, Brasil-EUA discordaram sobre o aumento de tarifas comerciais brasileiras em 100 produtos do setor siderúrgico e a possibilidade de extensão para outros 100. Os EUA alertaram que a medida poderia gerar reações adversas dos parceiros comerciais brasileiros. 4
5 POLÍTICA OBAMA FAZ PRESSÃO PARA EVITAR ABISMO FISCAL ATÉ FIM DO ANO 3 DE DEZEMBRO DE 2012 O presidente Barack Obama pressiona o partido republicano pela aprovação de seu plano fiscal antes do fim do ano. Todavia, pouco progresso foi atingido até o momento. Líderes republicanos desdenharam a oferta inicial do presidente para conter os efeitos do fim das isenções de impostos da era Bush e da entrada em vigor dos cortes orçamentários do Budget Control Act de A Casa Branca quer gerar novas receitas com impostos de US$ 1,6 trilhão e cortar cerca de US$ 400 bilhões em programas sociais, como o Medicare, ao longo da próxima década. Além disso, o plano inclui um estímulo de US$ 50 bilhões em obras públicas de infraestrutura e o estabelecimento de privilégio executivo que permita o aumento do limite da dívida pública sem aprovação do Congresso. Especialistas indicam que a proposta faz poucas concessões aos republicanos, o que seria um reflexo dos resultados favoráveis aos democratas nas eleições. Por enquanto, o Senado já aprovou a extensão de isenções de impostos da era Bush para famílias com renda anual inferior a US$ 250 mil. Mas o projeto ainda não foi apreciado na Câmara, que é controlada pelos republicanos. A líder da minoria na Casa, Nancy Pelosi (D-CA), afirmou que abrirá uma petição para que a proposta seja votada, mas analistas dizem que o projeto dificilmente passará. A maioria dos republicanos quer que as isenções de impostos sejam mantidas para todos os níveis de renda, com medo de que um crescimento das alíquotas esfrie a economia. O porta-voz da Câmara, John Boehner, propôs um aumento de receita de US$ 800 bilhões a partir de correções em brechas tributárias e imposição de limites em deduções fiscais. REFORMA DO FILIBUSTER SOFRE OPOSIÇÃO BIPARTIDÁRIA 30 DE NOVEMBRO DE 2012 O líder da maioria no Senado, Harry Reid (D-NV), está sofrendo oposição de republicanos e democratas por conta do método que pretende utilizar para mudar as regras do filibuster. Reid quer que a manobra deixe de ser realizada para impedir que propostas cheguem ao plenário. O procedimento é utilizado pela minoria para bloquear propostas, pois estende indefinidamente o tempo de debate. Para o encerramento do debate, é necessária uma votação com a anuência de três quintos dos senadores. Reid alega que, nestes 6 anos em que foi líder da maioria, os republicanos utilizaram o filibuster 382 vezes. Especialistas indicam que a frequência do procedimento contribuiu para um dos períodos mais improdutivos do Congresso. Normalmente, uma mudança nos procedimentos do Senado requer dois terços dos parlamentares para ser aprovada. Entretanto, um precedente estabelecido pela Suprema Corte em 1892 permite que, na primeira sessão do ano do Congresso, apenas uma maioria simples possa aprovar qualquer tipo de legislação. No ano que vem, a bancada de Reid no Senado terá 55 votos contra 45 dos republi- 5
6 canos. Apesar de a maioria dos democratas ser favorável à reforma, alguns se mostram relutantes por conta do método em pauta para a alteração. Ao mesmo tempo, senadores republicanos dizem que a reforma acabará com qualquer tentativa de compromisso bipartidário e poderá afetar outras negociações, como a do abismo fiscal. O porta-voz da Câmara, John Boenher (R-OH), afirmou que qualquer projeto do Senado que chegue à sua Casa por meio dos novos procedimentos será ignorado. SUPREMA CORTE REABRE CASO ENVOLVENDO REFORMA DA SAÚDE 26 DE NOVEMBRO DE 2012 A Suprema Corte decidiu, no dia 26, que um caso envolvendo a lei de reforma da saúde de 2010 poderá ser revisto pela Corte de Apelações do 4o. Circuito. A constitucionalidade do Patient Protection and Affordable Care Act voltará a ser discutida após um longo julgamento da Suprema Corte, que terminou em junho com decisão por 5 a 4 a favor da manutenção da lei. Em 2010, a instituição evangélica Liberty University abriu processo contra dispositivos da reforma da saúde. A universidade questionava a obrigatoriedade de os empregadores proverem seguro saúde para seus funcionários e o mandato individual, que torna mandatória a aquisição de plano de saúde por todos os cidadãos, sob pena de multa. De acordo com a universidade, como planos de saúde fornecem métodos contraceptivos, a instituição evangélica teria seu direito à liberdade religiosa infringido ao ser obrigada a prover seguros saúde para funcionários. O caso foi indeferido por uma corte federal com base no Anti- Injuction Act de O Ato proíbe contestações a um imposto antes de sua implementação. Como a reforma só entrará totalmente em vigor em 2014, a lei não poderia ser questionada até que seus efeitos fossem constatados. Todavia, ao julgar a reforma da saúde, a Suprema Corte decidiu que questionamentos poderiam ser feitos a despeito do Anti- Injunction Act. Apesar de discordar da Liberty University, o Departamento de Justiça aceitou uma nova apreciação do caso. Especialistas afirmam que, independentemente do resultado do julgamento pela Corte de Apelações, a disputa deve ser levada novamente à Suprema Corte, que pode ou não aceitar a apreciação do caso. 6
7 ENERGIA OLEODUTO KEYSTONE XL COMPLICA INDICAÇÃO DE SUSAN RICE 30 DE NOVEMBRO DE 2012 A embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, está sendo pressionada a vender ações de empresas envolvidas com o projeto de construção do oleoduto Keystone XL. A embaixadora é a principal candidata para o cargo de secretária de Estado, após a saída prevista de Hillary Clinton em No dia 28, um grupo ambiental divulgou que Rice possui ações da construtora TransCanada e de companhias de petróleo, todas ligadas ao Keystone XL. Organizações da sociedade civil fizeram petições para que os ativos sejam vendidos. A construção do oleoduto, que transportaria petróleo extraído das areias betuminosas do Canadá até o Texas, está suspensa desde janeiro de Há preocupações com o impacto ambiental do projeto, devido ao risco de contaminação do aquífero Ogallala, em Nebraska. Entre outros pontos, a permissão federal para a obra depende da obtenção de um acordo entre a TransCanada e o governo de Nebraska sobre a realização de um desvio. Como o projeto envolve outro país, a retomada da construção precisa da autorização do Departamento de Estado. Segundo grupos ambientalistas e outros ativistas, caso Rice seja nomeada secretária de Estado, a posse das ações geraria um conflito de interesses. De acordo com sua declaração de renda, a embaixadora tem entre US$ 300 mil e US$ 600 mil investidos na Trans- Canada. A questão pode complicar sua indicação para o cargo de secretária de Estado. Rice precisa dos democratas para superar a grande oposição republicana à sua nomeação. Mas como o partido democrata é contra a construção do oleoduto, o apoio poderá ser menor do que o esperado. DEPARTAMENTO DE ENERGIA INVESTE EM NOVOS REATORES NUCLEARES 23 DE NOVEMBRO DE 2012 O Departamento de Energia (DOE, na sigla em inglês) anunciou, no dia 20, o nome do consórcio beneficiado com empréstimos para o desenvolvimento de reatores nucleares. As empresas Babcock & Wilcox, Tennessee Valley Authority e Bechtel International receberão parte dos US$ 452 milhões de um pacote do Departamento para acelerar a criação, o licenciamento e a comercialização de reatores de pequeno porte. O valor exato do empréstimo ainda está sendo negociado. Com o acordo de cinco anos, o DOE cobrirá até metade do custo total do projeto, enquanto as empresas deverão investir pelo menos uma quantia equivalente. Com a iniciativa, a administração Obama quer alcançar a liderança tecnológica no setor e estimular exportações. O argumento é o de que reatores menores reduzem custos, viabilizando aumento da produção de energia elétrica. Além disso, os equipamentos ofereceriam maior segurança por ter um resfriamento mais rápido e poder operar em instalações subterrâneas. Para analistas, a construção de protótipos é dificultada pelo processo de licenciamento conduzido pela Comissão Reguladora Nuclear. 7
8 Os fabricantes precisam das certificações para vender os reatores, mas hesitam em fazer investimentos elevados sem ter garantias de venda. Segundo a presidente da Comissão, Allison Macfarlane, o auxílio do programa deve permitir que os primeiros pedidos de licença sejam apresentados já em A iniciativa ocorre em um momento de incerteza sobre a energia nuclear nos EUA, uma vez que a maioria das plantas do país tem reatores antigos e poucos esforços de substituição têm sido feitos. EPA REJEITA PEDIDO DE SUSPENSÃO DO MANDATO DE ETANOL 16 DE NOVEMBRO DE 2012 A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) recusou, no dia 16, petições de doze estados para suspender o mandato que exige a mistura de etanol à gasolina. Em agosto, governadores de estados como Carolina do Norte, Arkansas e Texas solicitaram a suspensão do programa devido à seca que atingiu o país no meio do ano. A maior estiagem dos últimos 50 anos afetou o cultivo de milho, que é usado tanto pela indústria de alimentos como pela de etanol. Setores pecuários e alimentícios alegam que o uso da commodity pela indústria de etanol encarece os alimentos, situação que teria sido agravada pela seca. Segundo estimativas setoriais, 40% da produção doméstica do grão é destinada ao biocombustível. Os produtores de etanol, no entanto, argumentam que a participação não ultrapassa 26%. Após analisar as demandas, a EPA concluiu que as reclamações eram infundadas. Reformular os padrões de combustíveis renováveis só seria possível em caso de dano severo à economia. O órgão também afirmou que a suspensão do mandato teria pouco impacto no preço do milho nesse momento, levando à redução máxima de 1% no valor do produto. Associações ligadas à indústria alimentícia e a ambientalistas que não consideram o etanol como energia limpa criticaram a decisão. Em contrapartida, a medida agrada aos exportadores no Brasil. A manutenção da mistura de etanol à gasolina nos EUA ajuda a manter o mercado para o biocombustível brasileiro. A decisão também favorece as exportações de milho do Brasil para os EUA. As vendas do grão, que eram inexistentes em 2010, devem exceder US$ 10 milhões em
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