Gestão Ambiental fator competitivo dentro do mundo dos negócios
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- Maria dos Santos Lacerda Castro
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1 Gestão Ambiental fator competitivo dentro do mundo dos negócios Resumo Julio César Ferreira (FATI/UTFPR) Antonio Carlos de Francisco (UTFPR) Este artigo apresenta um levantamento bibliográfico mostrando que a implantação de um programa de gestão ambiental hoje é fundamental para qualquer organização, e estar no mercado sem essa consciência pode colocar em risco a competitividade organizacional. Mostraremos que os conhecimentos sobre legislação ambiental podem render maior estabilidade para a empresa e maior lucratividade. O principal é a participação da empresa no cenário alterando decisivamente sua visão de mercado. Isso significa que a empresa que possui um programa de gestão ambiental cria um diferencial competitivo junto às demais do mesmo segmento e setor. Palavras chave: Ambiente, Educação, Beneficios Estratégicos. 1 - Introdução A gestão ambiental vem ganhando um espaço crescente no meio empresarial. O desenvolvimento da consciência ecológica em diferentes camadas e setores da sociedade mundial acaba por envolver também o setor empresarial. Naturalmente, não se pode afirmar que todos os setores empresariais já se encontram conscientizados da importância da gestão responsável dos recursos naturais. Muitas vezes os investimentos em gestão ambiental são direcionados por fatores competitivos, mas existem fatores diversos que determinam a realização de investimento em gestão ambiental por parte de empresas, dependendo de sua realidade. Assim, o empresário e o investidor, que antes viam a gestão ambiental como mais um fator de aumento de custos do processo produtivo, se depara com vantagens competitivas e oportunidades econômicas de uma gestão responsável dos recursos naturais. O Sistema de Gestão Ambiental permite que a organização atinja o nível de desempenho ambiental por ela determinado e promova sua melhoria contínua ao longo do tempo. Consiste, essencialmente, no planejamento de suas atividades, visando à eliminação ou minimização dos impactos ao meio ambiente, por meio de ações preventivas ou medidas mitigadoras.
2 2. Gestão Ambiental Segundo Porter, a melhoria na relação com o meio ambiente é capaz de beneficiar a produtividade dos recursos utilizados na organização, uma vez que traz benefícios para o processo e para o produto. Dentre os benefícios para o processo, destacam-se: a) economia de materiais, decorrente do processamento, da substituição, da reutilização ou da reciclagem dos insumos de produção; b) melhor utilização dos subprodutos; c) menor consumo de energia durante o processo de fabricação; d) aumento no rendimento do processo; e) redução dos custos de armazenamento e manuseio de materiais; f) conversão dos desperdícios na forma de valor; g) eliminação ou redução do custo das atividades envolvidas na descarga, manuseio, transporte e descarte de resíduos. Muitos são os benefícios para o produto, podemos então relacionar esses benefícios com: a) melhoria da qualidade e uniformidade do produto; b) redução dos custos do produto; c) redução dos custos de embalagem; d) aumento da segurança do produto, e) utilização mais eficiente dos recursos na fabricação dos produtos; f) redução do custo líquido do descarte do produto pelo cliente; e, g) maior valor de revenda e de sucata do produto. Estas considerações fazem com que o clássico paradigma da responsabilidade social, percebida como um fator negativo para a competitividade da empresa, deva ser revisto uma vez que se tem focalizado apenas na progressão dos custos decorrentes da adoção de um posicionamento socialmente responsável, ignorando os efeitos compensadores importantes, como a melhor reputação (SILVERSTEIN,1993). Neste sentido autores argumentam que: as empresas costumam quantificar os investimentos feitos na melhoria dos produtos, dispositivos de segurança e antipoluentes. Mas é necessário avaliar também os gastos decorrentes das ações socialmente irresponsáveis, pois estas guardam estreita relação com os resultados da empresa, entre elas podemos citar a imagem como sendo um dos maiores ativos organizacionais. 3. Benefícios estratégicos e econômicos decorrentes da implantação do SGA Os benefícios estratégicos que as empresas obtêm após a implantação do SGA podem ser classificados de muitas maneiras como descrito abaixo: a) melhoria da imagem; sendo essa uma das mais importantes, uma vez que a imagem hoje representa uma vantagem competitiva. b) acesso assegurado ao mercado externo não ocorrendo o risco de enfrentar barreiras pela falta de certificação do SGA; muitas empresas para participar do mercado internacional necessitam de selos de certificação como o FSC florestas certificadas.
3 c) adequação aos padrões ambientais; aquilo que a legislação determina, reservas legais etc. d) fortalecimento das relações com órgãos ambientais, comunidades e grupos ambientalistas; e) melhoria nas relações de trabalho; diminuindo o absenteísmo e turnover. f) melhoria contínua através da implantação de processo específico; g) maior comprometimento dos funcionários na melhoria e adequação da organização aos padrões ambientais e, h) manutenção da participação dos acionistas na organização, devido à credibilidade dos mesmos na segurança dos processos produtivos. Podemos listar ainda como resultado desse processo: a) eliminação dos itens de não conformidade; b) incremento de segurança nos processos produtivos; e, c) aumento de ações preventivas na empresa. Deve-se observar que a paralisação das atividades fabris causa um prejuízo considerável, pois conforme sabemos se as atividades da organização fossem interrompidas por um órgão ambiental, mesmo que por um dia, a organização ficaria inativa por aproximadamente seis dias, porque além deste dia, levaria mais dois a três dias para desativar todos os equipamentos e mais dois a três dias para reativá-los. Os custos pela não observância da legislação ambiental são significativos, fora o desgaste da imagem, que não se têm como mensurar. 5. Princípios da educação ambiental A gestão ambiental passa primeiro pela educação ambiental e são princípios básicos da educação ambiental: enfoque humanístico, holístico, democrático e participativo; a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o entre o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; a permanente avaliação crítica do processo educativo; a permanente avaliação crítica do processo educativo; abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. Resumindo, a questão da educação ambiental é vista como um problema jurídicosócio cultural vinculado às questões éticas e morais.
4 6. Objetivos Fundamentais da Educação Ambiental São objetivos fundamentais da educação ambiental: desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente, em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; a garantia de democratização das informações ambientais; estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental social; incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como valor inseparável do exercício de cidadania; estímulo à cooperação entre as diversas regiões do país, em níveis micro e macro regionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. 7. Programas voltados para ações em educação ambiental As propostas de ações/atividades, em Educação Ambiental, serão concebidas em três áreas de incidência: Educação ambiental formal refere-se a projetos voltados para a inserção das questões ambientais na educação escolar, desenvolvida no âmbito, dos currículos das instituições, públicas e privada.(dias,1993) A educação ambiental deve ser inserida no contexto do programa curricular do ensino formal, atribuindo-se a ela um caráter construtivista, contribuindo para a formação pessoal e coletiva; e não ser implantada como disciplina específica de ensino. Educação ambiental não-formal refere-se a projetos voltados para trabalhos com instituições envolvendo a sociedade civil, em comunidade; refere-se às ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. Capacitação é entendida como uma ação complementar para as áreas de educação formal e não-formal, implicando em aperfeiçoamento de pessoa técnica para exercício em atividades de controle, preservação, conservação, fiscalização e educação para o meio ambiente.
5 8. Sistema de controle ambiental Na proteção do Meio Ambiente é necessário recorrer a ferramentas legais e eficazes, no caso para prever as possíveis falhas do processo e estrutura da gestão ambiental, é fundamental aplicar uma sistemática legal eficaz, bem como uma fiscalização concreta na execução das políticas ambientais na execução de obras que demandem depredação ao meio ambiente. O controle ambiental relaciona-se ao mesmo sistema do meio ambiente, definindo este como uma unidade global organizada de inter-relações entre elementos, ações e indivíduos.(oliveira,1996) É importante a colaboração e controle do Poder Judiciário na repreensão dos transgressores ambientais para que seja mantida a ordem pública ambiental. As diferentes medidas de prevenção e organização legislativa, encontram um respaldo jurídico no Brasil, que abrange a presença das leis e normas dos âmbitos Federal, Estadual e Municipal. A incidência do processo Legislativo integra com maior segurança as políticas regidas e constituídas dos diferentes artigos que formam a Legislação Ambiental. A respectiva fiscalização e controle de processos ambientais, permitem ter uma elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), Avaliação do Impacto Ambiental (AIA), peças fundamentais e obrigatórias nas obras com potencial de degradação ao meio ambiente. Dessa forma, a participação da mesma organização e sociedade pode e exarar um controle ambiental na execução de obras que demandem custo de alto impacto ambiental. 9 Conclusão A preocupação com o meio ambiente tem apresentado uma dinâmica diferenciada nas organizações e nas nações nas quais estas se encontram. O mercado não mais aceita o descaso no tratamento dos recursos naturais. Os consumidores estão interessados em produtos limpos. A legislação torna-se mais rígida, imputando sanções aos infratores, obrigando as empresas a encarar com seriedade e responsabilidade a variável ambiental em sua estratégia operacional.(callenbac, 1999) Os detentores de recursos não querem arriscar indefinidamente seus patrimônios em companhias que se recusem a tomar medidas preventivas na área ambiental. As empresas precisam administrar seus recursos sob a ótica ecológica e, para tanto, torna-se necessário integrar o controle ambiental com os aspectos econômicos e financeiros, a fim e melhor suportar suas estratégias e decisões, o que se converte em ganhos nos negócios e para a sociedade.
6 10. Referências Bibliográficas CALLENBAC, E. CAPRA F. et alli. Gerenciamento Ecológico. Editora Cultrix, São Paulo, DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental princípios e práticas. 2a. ed. Revisão Ampliada, São Paulo, OLIVEIRA, Elísio Márcio. Educação Ambiental Uma possível abordagem. Edições Ibama. Brasília, SILVERSTEIN, M. A Revolução Ambiental. Editora Nórdica, rio de janeiro, 1993.
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